Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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FICHA TÉCNICA Organização Gianne Neves

Revisão Lorenzo Aldé Claudia Ceccon

Textos Claudius Ceccon Monica Mumme Gianne Neves Projeto Gráfico (capa e ilustrações) Claudius Ceccon Diagramação Shirley Martins

Colaboração Flavio Ceccon Carlos André Rocha

Fotos Arquivo Cecip Realização

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE C383p

Equipe do Projeto Cecília Figueiredo Gianne Neves Leonardo Holanda Luiz Carlos Lima

Apoio

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SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Ceccon, Claudius Projeto mudando sua escola e comunidade [recurso eletrônico], melhorando o mundo / [texto de Claudius Ceccon, Monica Mumme, Gianne Neves ; organização de Gianne Neves]. - Rio de Janeiro : CECIP, 2012. 24p., recurso digital Formato: PDF Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-99946-04-6 (recurso eletrônico) 1. Projeto mudando sua escola e comunidade, melhorando o mundo. 2. Tecnologia educacional. 3. Inovações educacionais. 4. Professores e alunos. 5. Integração social. 6. Livros eletrônicos. I. Mumme, Monica. II. Neves, Gianne. III. Centro de Criação de Imagem Popular. IV. Título. 12-7789. 24.10.12 30.10.12

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CDD: 371.3078 CDU: 37.016:316.774

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Se apropriando de metodologias de uso das TICs desde a formação inicial, os professores pensam o processo de ensino/aprendizagem com um olhar mais antenado. O que vocês vão ler nesta publicação é o desfecho feliz de uma história que começou quando o CECIP foi convidado a participar de um projeto envolvendo outras ONGs - ou entidades de cidadania ativa, como passaram a chamar as organizações que trabalham na linha de compromisso com a sensibilização, capacitação e qualificação de indivíduos, grupos e associações que agem em defesa dos direitos básicos do cidadão e da cidadã. Neste projeto, todas as organizações atuavam na Rede CEP – Comunicação, Educação e Participação. Estavam desenvolvendo ações com jovens, tanto no âmbito escolar quanto fora dele. Éramos um grupo de organizações que trabalham o conceito de educomunicação - uma metodologia que considera educação e comunicação como um único processo, no qual o aprendizado e a capacidade de expressão se tornam intimamente interligados, com profundas consequências na vida e na organização da escola. O trabalho de cada ONG varia de acordo com o meio que utiliza,

seja ele o jornal escolar, web, ou tecnologias audiovisuais, como faz o CECIP. Cada ONG foi escolhida em função da comprovada experiência e do reconhecimento alcançado pela qualidade do trabalho que realiza. As perspectivas iniciais eram as melhores, uma vez esclarecido que o trabalho em progresso atendia perfeitamente à intenção original da British Telecom de trabalhar com jovens do sistema público de ensino, na linha de fortalecimento de uma concepção de participação democrática na vida do país. O projeto do CECIP consistia em trabalhar, durante 24 meses, com uma turma de uma escola de formação de professores, a Escola Estadual Julia Kubitschek, localizada na zona central do Rio de Janeiro. A capacitação dos alunos nas novas tecnologias de informação e comunicação durante os dois últimos anos de sua formação teria um efeito multiplicador, influenciando, mais tarde, cada escola em que fossem trabalhar como professores.

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No entanto, por motivos que não dependeram de nós, os recursos deste projeto foram interrompidos ao final do primeiro ano, sem justificativa ou resposta à nossa argumentação em favor da necessidade de continuação do projeto. Assim mesmo, honramos os compromissos, moral e ético, assumidos com os alunos e a direção da Escola Julia Kubitschek. O resultado está nas páginas seguintes. Ele indica novos caminhos que aconselham transformar essa metodologia em política pública. Boa leitura. Claudius Ceccon Diretor Executivo do CECIP

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Desde que foi criado, em 1986, o CECIP preocupou-se em estabelecer uma relação de diálogo com adolescentes e jovens. Na última década, envolvemo-nos cada vez mais em projetos com esse público, nos quais usamos as novas tecnologias de informação e comunicação como parte essencial de nossa metodologia. Essa não foi uma escolha feita ao acaso, ou porque as TIC entraram na moda: ela é o resultado de um longo processo de escuta e de aprendizado. Trabalhar com adolescentes e jovens, dos 14 aos que estão ao redor dos 20 anos de idade, representou a concretização do objetivo a que nos propomos: dar-lhes não apenas o domínio das tecnologias, mas proporcionar-lhes a oportunidade de refletir sobre suas realidades e de agir enquanto cidadãos, exercendo seus direitos, empreendendo ações de transformação da sociedade em que vivemos. Para o CECIP, educação e comunicação são duas faces de uma mesma moeda. Por essa razão, nos definimos como educomunicadores, um neologismo que reflete nossa prática cotidiana. A Educomunicação preocupa-se em prover informação com transparência, economia e precisão factual, histórica e científica, em qualquer tema que esteja sendo abordado. Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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A Educomunicação está atenta, igualmente, à prática das pessoas que recebem os conteúdos comunicados, ou seja, ao que elas serão capazes de fazer com o conhecimento e com as ferramentas de que se apropriam. A preocupação, portanto, não se limita à informação, mas estende-se ao aprendizado, ao aumento de sua capacidade de intervir e de suas habilidades de se comunicar, ao seu processo de tomada de consciência e aos resultados das ações que são realizadas a partir do poder de incidir na realidade para transformá-la. Para o CECIP, o diálogo é a base do processo de mudança. Usamos uma metodologia participativa, que valoriza a troca de ideias e a escuta. Ouvir o outro, ser capaz de prestar atenção respeitosa a uma opinião diferente, e até divergente, é algo que precisa ser apren6

dido. E o aprendizado do ouvir é interdependente do aprendizado do falar: organizar as próprias ideias, ser capaz de expressá-las clara e fluentemente. Nossa inspiração vem de Paulo Freire, cofundador do CECIP, em anos de convivência e troca de ideias. A essência da metodologia que tornou Freire mundialmente reconhecido é justamente o diálogo. Como ele menciona em sua obra mais conhecida, Pedagogia do Oprimido, “em vez de ensinar, ouvir; em vez de ser o professor sabe-tudo, ser o facilitador do aprendizado que estimula as pessoas a se expressarem; em vez de oferecer um pacote fechado de coisas já conhecidas, ajudar a construir esse conhecimento; em vez de aprender por aprender, aprender que o verdadeiro objetivo da educação é transformar o mundo”. Para

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ou jovens que dele participaram se reconhecerão como co-autores das descobertas feitas. O uso de modernas tecnologias está intimamente relacionado com essa maneira de agir. Os participantes adquirem a capacidade de usar novas ferramentas e novos instrumentos para dizer sua própria palavra, fazer valer seus direitos, argumentar por justiça e por mudanças benéficas para todos.

Freire, aprender a ler é aprender a entender o mundo, isto é, ter acesso aos tesouros de toda a literatura, a todo conhecimento produzido e registrado em forma escrita; e aprender a escrever significa mudar esse mundo, isto é, imprimir nele sua própria experiência, seu ponto de vista, sua opinião. Uma vez comunicada esta palavra, o mundo já não é mais aquele de alguns instantes atrás: sua ação já agiu sobre ele, já o transformou. Nossa maneira de trabalhar com adolescentes e jovens, em qualquer projeto em que nos engajamos, começa por ouvi-los, numa discussão baseada em seus legítimos interesses e não naquilo que nós eventualmente achamos que eles deveriam pensar ou querer. Esse processo de aprendizado não se faz em salas de aula ou em lições tradicionais, com um professor espargindo o seu saber sobre mentes vazias. O conhecimento é criado coletivamente, é uma conquista que resulta de um processo no qual todos contribuíram com seus saberes específicos. Ao final desse processo, os adolescentes Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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A experiência mostra que essa metodologia, se levada para a escola, afeta profundamente sua estrutura, sua maneira de ser e de se organizar. A escola é um dos centros nevrálgicos, onde a mudança pode e deve ocorrer em nossa sociedade. E a Educomunicação é importante fator nesse processo. Projetos que atuam em bases semelhantes, realizados em várias regiões do país, contribuem para enriquecer

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nosso conhecimento e nos dar o estímulo sempre necessário para aprimorar o trabalho. Buscamos meios de tornar a metodologia da Educomunicação uma política pública, democraticamente acessível a todas as camadas da população. Com isso, estaremos formando jovens cidadãos conscientes de seu potencial, de seus direitos e deveres e de como fazer para que sejam respeitados.

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Com apoio do BT & Unicef, o CECIP desenvolveu durante 1 ano o Projeto “Mudando sua Escola e Comunidade, Melhorando o Mundo!”, em parceria com o Colégio Estadual Julia Kubistchek (CEJK), no centro do Rio de Janeiro. Trata-se de uma escola técnica de Ensino Médio voltada para a formação de professores. Vinte e cinco jovens – entre 15 e 18 anos, alunos do 1º e 2º anos – participaram de oficinas de tecnologias da comunicação, em encontros semanais de 4 horas cada um. O objetivo era capacitá-los para a utilização de diferentes linguagens – vídeo, fotografia, internet – para refletir e se expressar sobre questões ligadas ao universo escolar. Além de aprimorar essas capacidades entre os alunos, o projeto visava disseminar o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como apoio pedagógico ao processo de ensino e aprendizagem – uma vez que os jovens envolvidos serão educadores no futuro. Por meio de oficinas técnicas de produção de vídeos e conteúdo para a internet, os jovens foram convidados a experimentar diferentes formas de uso dessas linguagens no cotidiano escolar como mais um meio de troca de informação, de expressão de ideias, de sistematização de aprendizados e de produção coletiva de conhecimento.

Quanto mais a gente puder fazer projetos que nos ajudem a ficar na frente das coisas, melhor pra gente.

Como a própria escola já é algo que pede da gente muito esforço e que, futuramente, vamos ter que estar ensinando crianças – e nossa influência será muito grande sobre elas –, quanto mais a gente puder fazer projetos que nos ajudem a ficar na frente das coisas, melhor pra gente.

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Juliana

Juliana da Motta, aluna 9


Capacitação em Educomunicação O Colégio Estadual Julia Kubitschek (CEJK) é uma referência na formação de professores no Rio de Janeiro e já havia sido parceiro do CECIP em outros projetos de comunicação e educação. Como seus alunos vão se formar educadores, seu aprendizado tem grande potencial de disseminação: de posse das tecnologias de comunicação, não apenas ampliam sua capacidade de produzir criticamente, mas assumem uma nova postura como educadores e mobilizadores sociais. É importante destacar a abertura desta comunidade escolar para o Projeto. Compreendendo a importância do uso das ferramentas de comunicação nas práticas pedagógicas e consciente de que os jovens professores devem se capacitar nesta área, a direção da escola autorizou que a participação dos

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alunos no Projeto fosse equivalente a 50% do tempo de estágio que os jovens professores em formação necessitam para concluírem o curso. Esta é a primeira vez que a escola abre mão de parte das horas de estágio em sala de aula para uma formação complementar. A decisão contribuirá para a continuidade do debate sobre a importância das TICs no espaço escolar como ferramentas que podem agregar valor aos processos de ensino-aprendizagem. Ao incorporar o projeto ao seu planejamento, o Julia Kubitschek assume o compromisso com uma proposta inovadora de aprender e ensinar.

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O Colégio Estadual Julia Kubitschek vem incentivando os futuros professores a refletirem sobre as práticas educativas já existentes, bem como a utilização de mídias educativas. Através de uma metodologia diferenciada, o CECIP capacita os jovens a descobrirem a importância da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), para a construção de uma autonomia nas escolas. O CECIP auxilia na formação dos futuros professores, mostrando que com uma simples máquina fotográfica o professor poderá produzir filmes que reflitam os problemas da comunidade. Julgamos que esses projetos que trabalham a educação e a comunicação são de extrema importância para a formação do jovem professor, e, portanto, não devem ser extintos. Percebemos claramente que todos os jovens que participaram ou ainda participam dos projetos do CECIP passam a buscar suas próprias respostas, experimentam novas tecnologias, e com isso quem só tem a ganhar é a EDUCAÇÃO BRASILEIRA! Elizabeth C. Cavalcanti, Diretora Adjunta / CEJK

O professor poderá produzir filmes que reflitam os problemas da comunidade. A curiosidade por novas tecnologias e a autonomia dos jovens em busca de suas respostas – estimuladas pela metodologia do CECIP e pelo modo de conduzir as oficinas do Projeto – foram percebidas pela direção do colégio como um diferencial nesses alunos. A mudança na atitude dos adolescentes é uma conquista que eles levam para suas vidas, mostrando a possibilidade de transformação de suas realidades.

Elizabeth Cavalcanti

A integração das atividades do Projeto no planejamento da escola revelou à gestão, a alguns professores e aos próprios alunos uma outra maneira de aprender e ensinar. Eles estão sensibilizados para o debate de novas práticas pedagógicas e para o uso das ferramentas de comunicação dentro da sala de aula. Sensibi-

famos a Fotogra o CEJK e galera d ontamos depois m l para um mura o projeto divulgar . na escola Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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lizar e debater são os primeiros passos para possíveis mudanças na prática escolar. Como nós somos um curso de formação de professores, nós procuramos sempre buscar as parcerias, projetos que venham enriquecer a formação desses alunos, futuros professores. Então a gente percebe que com o projeto eles ficaram mais responsáveis, eles tiveram atitudes, como cidadãos, bem mais participativas, mais humanas, a própria formação mesmo de aprender a lidar com essas tecnologias que vão assim ajudá-los muito no dia-a-dia de professores. (...) Todo o trabalho que a gente foca com os jo-

vens hoje em dia, em que a gente os envolve com atividades que sejam produtivas e possam trazer frutos para eles mesmos, em nível de trabalho mesmo, eu acho que é muito importante. Através dessas atividades que o CECIP promove com a comunidade e com os nossos alunos, eles podem ser pessoas melhores. (...) Essa última ação que vocês fizeram aqui na escola foi uma coisa linda. Eu vi os jovens participando, deixando tudo organizado, ficaram aqui antes e depois, e como é bom, eles são parceiros, dividem as coisas. O que a gente vê é que na própria sala de aula eles têm uma outra postura, de agregar os colegas. Elizabeth C. Cavalcanti, Diretora Adjunta / CEJK Além da parceria institucional com a escola e da adesão dos professores, o foco de todas as ações do Projeto foi o ambiente da escola e as relações que o compõem. Assim, os vídeos produzidos, o conteúdo na internet e os eventos concebidos e realizados pelos jovens envolveram toda a comunidade escolar – colegas, professores, direção e funcionários participaram dos diferentes produtos criados e foram também o públicoalvo das exibições e eventos.

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3.1 – As atividades com os adolescentes Para compor um núcleo de jovens no CEJK, a equipe do CECIP apresentou o projeto para as turmas do 1º e 2º anos do Ensino Médio, convidando os alunos a participarem da oficina de seleção. O reforço ao convite veio da própria diretora, que também foi a todas as salas para falar do projeto. Na oficina de seleção, os jovens fizeram trabalhos em grupo, debateram o tema das tecnologias de informação e comunicação relacionadas à educação e preencheram uma ficha de inscrição. A princípio eu vim para o CECIP como uma barganha da hora de estágio. Eu não esperava que fosse me interessar tanto pelo projeto. Conforme foi passando, eu fui me adaptando e gostando muito de tudo aquilo que eu estava vendo, fui olhando para as coisas de uma forma diferente, aprendendo a lidar com pessoas diferentes de mim, de turmas diferentes da minha, fiz novos amigos (...) com pessoas que eu tinha rixa no ano passado. (...) A gente foi adaptando informações, juntando ideias até a gente conseguir fazer um evento dentro da escola, até que a gente conseguiu

Fui olhando para as coisas de uma forma diferente, aprendendo a lidar com pessoas diferentes de mim, de turmas diferentes da minha, fiz novos amigos. realizar um projeto, organizar uma “parada” que deu certo dentro do colégio, onde a gente se viu importante ali dentro, a gente não se viu apenas como mais um aluno ali dentro. (...) Não foi ninguém fazendo pela gente, a gente fez aquilo, e foi isso que motivou vir aqui e continuar a fazer o projeto. Tairine Dias, aluna

Tairine

A primeira ação de mobilização foi uma sessão de fotografias. Utilizando máquinas fotográficas digitais e diversos objetos de caracteriza-

artaz Nosso c entude sobre juv e TICs.

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Quando o nosso vídeo foi para a Mostra Geração, eu não sabia que o vídeo ia ficar bom... e todo mundo gostou.

Raquel

Essas primeiras ações contribuíram para que toda a escola conhecesse o projeto e seus participantes, além de mobilizá-los para a reflexão sobre o tema.

ção, os alunos foram convidados a fazer uma série de fotos com seus amigos. No mesmo dia, foram selecionadas e impressas 30 fotos, posteriormente afixadas em um mural com frases sobre a amizade, mensagens aos colegas e também sobre os objetivos do projeto. A segunda ação foi a gravação e edição do vídeo Amizades na Escola, com duração de 5 minutos. A gravação foi realizada nos horários do recreio e da saída. Os alunos falaram sobre a importância dos amigos na escola e enviaram recados para aqueles que consideram seus melhores companheiros. Esse vídeo foi editado no CECIP e exibido em duas sessões, no auditório da escola, para um público de aproximadamente 80 pessoas.

ra nsaio pa Nosso e vídeo gravar o na mizades “A14 Escola”.

O vídeo Amizades na Escola foi selecionado para a Mostra Geração 2009, do Festival de Cinema do Rio, e exibido no dia 1º de outubro no Espaço Unibanco de Cinema, para um público de aproximadamente 150 pessoas. Depois da exibição foi realizado um debate sobre o processo de produção de vídeo, qualidade técnica e de conteúdo e quais são os espaços para que jovens produtores possam expor seus vídeos e filmes. Amizades na Escola compõe o DVD “Coletânea Vídeo Fórum 2009”, distribuído para escolas e organizações que trabalham na área de produção audiovisual com jovens. Quando o nosso vídeo foi para a Mostra Geração, eu não sabia que o vídeo ia ficar bom, um projeto feito por alunos, praticamente amadores, e todo mundo gostou, se interessou. Na hora, perguntaram como foi feito (...) Não só para mim, mas para todo mundo que estava lá na Mostra representando o projeto. Todos que estavam comigo se sentiram muito satisfeitos. Raquel Rosa, aluna

o do Exibiçã a a noss vídeo n e na escola ção. a Gera r t s o M

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As oficinas No total foram realizadas 41 oficinas, somando 164 horas de formação. Nas Oficinas Temáticas, os jovens identificaram outros temas de interesse da comunidade escolar, para a produção de materiais de comunicação. O grupo elegeu como assuntos mais relevantes: expressões artísticas; a relação entre professores e alunos; a mídia e suas manipulações; juventude e alcoolismo; o uso do uniforme – como manter a originalidade; a criação de um refeitório na escola; a má conservação dos banheiros. A partir daí criaram diferentes conteúdos para a internet, como textos, fotografias e entrevistas. Esses conteúdos estão disponíveis no site www.geracaodigital.org.br – um espaço virtual para troca de informações entre os jovens. Nas Oficinas Técnicas de Produção Audiovisual, os jovens aprenderam operação de câmera, áudio, iluminação e produção, e conheceram noções básicas de programas de edição de vídeo. Depois de identificar, pesquisar e discutir temas de seu interesse,

Esse projeto vai me ajudar muito em sala de aula, pois nos prepara para sermos professores do futuro.

elaboraram roteiros e gravaram cinco vídeos sobre a escola. A metodologia de capacitação do CECIP estimula os jovens do projeto a atuarem como mobilizadores e multiplicadores das informações em sua comunidade escolar. Como estão se formando professores, o impacto de sua ação como educomunicadores ganha ainda mais potencial.

Letícia

Acho que esse projeto vai me ajudar muito em sala de aula, pois nos prepara para sermos professores do futuro. E a tecnologia a que temos acesso hoje vai nos ajudar muito para proporcionar a melhor educação aos nossos futuros alunos.

as As oficin do do Saia : Armário ua arte! s Vista a , fia, Nagô Fotogra afitti, ança, Gr sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo DMudando Teatro.

Letícia Silva Martins, aluna

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Todo mundo começou a se entusiasmar com o assunto, dando várias ideias, aos pouquinhos, começou a acontecer.

mais, daí a pouco, aos pouquinhos, começou a acontecer. Embora eu não tivesse confiança que iria ter algum sucesso, algum retorno, e teve! As pessoas realmente gostaram, na segunda-feira (o evento foi realizado num sábado) elas estavam comentando sobre o evento. (...) Foi de fato emocionante só dele (o evento) ter concretizado, acontecido. Fernanda Lourenço, aluna

Saia do Armário: Vista a Sua Arte! Fernanda

Este foi o nome do principal evento de mobilização realizado no CEJK pelos jovens participantes do Projeto, em novembro de 2009. O tema escolhido foi a Arte em suas diversas manifestações. Para aprofundar as ideias sobre o tema, os jovens debateram o que entendem sobre arte, o que é ser artista, qual é a importância da arte. Eu nunca imaginei que uma ideia pequena, que surgiu do nada, de uma discussão quando eu levantei a mão e falei: “Vamos falar de artes!”. Nem todo mundo estava de acordo com isso. Do nada todo mundo começou a se entusiasmar com o assunto, dando várias ideias e tudo o Clau dius pens ando com a ge nte os mat eria i s de divu lgaç ão.

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O evento tinha como objetivo fazer com que os alunos experimentassem a expressão a partir de diferentes artes e ainda abrir espaço para os artistas da escola. Em conjunto, os jovens criaram o slogan do evento – “Saia do Armário: Vista a sua Arte!” – e, em oficina com Leonardo Holanda e Claudius Ceccon, elaboraram a identidade visual para todo o material de divulgação. Camisetas, banners, cartazes, postcard, bloco de anotações e canetas personalizadas foram distribuídos para toda a escola. Era a Arte invadindo o espaço escolar e servindo de estímulo para a integração e mobilização de alunos, professores, diretores, funcionários e educadores do CECIP.

o Produzir : Armário “Saia do , ” ua arte Vista a s alho deu trab e. pra gent

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Cerca de 300 alunos participaram de 11 oficinas promovidas pelos jovens do projeto e outros alunos, nas áreas de Teatro, Dança, Fotografia, Grafite e Tranças Nagô. Como pano de fundo para todas as atividades, os jovens defenderam o lema “Não ao preconceito!”. As atividades foram encerradas com as apresentações de um grupo de hip-hop e de uma banda de pop-rock que colocou todos para dançar. Você sente aquele orgulho assim: “Caraca! Eu participei disso tudo, eu ajudei a organizar isso tudo e tá dando certo”. Então dá aquela emoção assim: “Caraca! Eu tô num pedacinho disso aqui” (emocionada). Foi isso que me motivou a estar aqui, que eu gostei mais. Tairine Dias, aluna

das Algumas s e criamo peças qu lgar para divu ento. nosso ev rtaz, Mica, ca es anotaçõ bloco de e banner. Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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3. 2 – As atividades com professores Nossos futuros professores podem se apropriar deste arsenal produtivo. Outra estratégia do projeto é capacitar também os professores na utilização de tecnologias de comunicação.

Daniella Almeida

Foram realizadas duas oficinas de produção de vídeo com máquina fotográfica, reunindo 15 professores das áreas de Sociologia, Artes Visuais e Orientação Tecnológica. Eles aprenderam a gravar vídeos com máquina digital e a editar as imagens utilizando o programa Windows Movie Maker. O objetivo é sensibilizá-los para o uso de tecnologia no espaço escolar, como forma de aprimorar a prática educativa e experimentar inovações no processo de ensino e aprendizagem. Em duas oficinas, foram produzidos oito vídeos com até 2 minutos de duração.

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Exercendo a função de Orientadora Tecnológica, preciso me envolver e conhecer os aparatos tecnológicos no processo educativo. O que posso observar com o projeto: a proposta de uma educação colaborativa e participativa e que envolva novas formas de aprender e ensinar. Pode parecer distante da realidade de colégio público brasileiro, mas é assim que enxergo: uma forma de repensar a Educação e suas transformações junto a este mundo tecnológico que temos e como nossos futuros professores (já que tratamos de um colégio de formação de professores) podem se apropriar deste arsenal produtivo que nos apresenta. Daniella Almeida, professora e orientadora tecnológica Durante a Semana da Normalista, em outubro de 2009, também foram realizadas oficinas de comunicação e educação com outros alunos e professores.

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Os principais produtos desenvolvidos pelos jovens do projeto foram vídeos e conteúdo para a internet (site e blog com textos, fotos e vídeos). Sempre a partir de temas levantados e debatidos pelo próprio grupo, sob orientação do CECIP quanto à forma de adaptar as mensagens desejadas ao formato e linguagem adequados. Na linguagem audiovisual, desenvolveram os seguintes produtos: Amizades na escola Os alunos falam sobre a importância dos amigos na convivência escolar e enviam recados para seus melhores amigos.

Por que ser professor? Por meio de entrevistas com seus professores, os alunos da escola procuram entender melhor as motivações e desafios de sua própria formação.

A nossa escola como ela é... Um passeio no ambiente escolar, mostrando o espaço físico e a infra-estrutura do Julia Kubitschek. O que é importante saber sobre: alunos Como é a rotina dos alunos na escola? As várias atividades em que se envolvem durante as aulas e no tempo livre. Dia-a-dia de um funcionário no CEJK Um perfil da faxineira da escola, Dona Maria. Mudando sua Escola e Comunidade - Melhorando o Mundo

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Outros materiais criados pelos jovens tinham como objetivo a divulgação do evento “Saia do Armário: Vista sua Arte!”. Em encontros com o jornalista Leonardo Holanda e com o arquiteto e cartunista Claudius Ceccon (diretor do CECIP), conceberam a identidade visual da campanha de divulgação e do próprio evento. A partir daí, criaram 5 diferentes cartazes de divulgação, 3 cartões (mica), canetas e camisetas com o layout do evento. A metodologia de capacitação de jovens e professores para a utilização de diferentes tecnologias está consolidada pelo CECIP graças a diferentes projetos ao longo do tempo. O reconhecimento desse acúmulo de conhecimento na área fez com que a instituição fosse escolhida, em janeiro de 2010, para integrar a rede de Pontos de Cultura do Ministério da Cultura (MinC). Este incentivo possibilitará ao Projeto CECIP. Megapixel continuar oferecendo oficinas de produção de vídeo com máquina digital e edição em software livre, para jovens de escolas públicas. A primeira turma foi iniciada em agosto de 2010, com 20 participantes. Ao final desta etapa os jovens organizaram o Cine Megapixel – Uma viagem do olhar, primeira mostra aberta com as principais produções realizadas nas oficinas, no Centro Cultural Tempo Glauber e disponibilizou os vídeos no site Geração Digital (www. geracaodigital.org.br), criado e mantido por jovens do CECIP.

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A ampliação do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) deve ser prioridade para o sistema público de ensino. O CECIP atua junto a escolas da rede pública no sentido de evidenciar esta demanda e abrir novos caminhos de diálogo com o poder público, rumo a políticas que beneficiem a qualidade da educação. Os participantes do Projeto são unânimes ao defender a relevância desse trabalho – não apenas para os alunos e a escola envolvidos, mas como uma inovação fundamental para a educação pública como um todo. Assim, eles se tornam agentes compromissados com a mudança e capazes de mobilizar essa demanda junto às instituições responsáveis. A consciência com relação aos seus direitos e obrigações foi trabalhada dentro do universo escolar. Os jovens têm demonstrado conhecimento sobre as dificuldades e as potencialidades dessa instituição pública, que deve ser cuidada por eles como um espaço seu, mas que também deve oferecer serviços de melhor qualidade. Esse debate surgiu em oficinas ampliadas para outros jovens. O envolvimento dos jovens na produção de vídeos no espaço escolar, circulando com equipamentos na hora do recreio e na saída

— entrevistando alunos de todas as turmas e organizando a exibição desses materiais no auditório da escola — fez com que esses jovens tenham se desinibido e melhorado a fluência comunicativa no espaço escolar, especialmente com as crianças das escolas onde fazem estágio.

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de complementação da formação no contraturno, e a ausência de um refeitório faz com que sua única opção seja uma alimentação não-saudável, à base de lanches e salgados, que além de prejudiciais à saúde custam relativamente caro. Para entender quais eram os empecilhos para que a escola passasse a servir refeições e para confirmar a relevância do tema para a comunidade escolar, os jovens gravaram um pequeno vídeo, em que alunos, professores e funcionários falam sobre a importância de uma alimentação de qualidade e sobre as dificuldades que enfrentam diariamente para se alimentarem na escola.

O tema “Escola” fez parte de todo o processo de formação dos jovens, em oficinas técnicas e temáticas. Os adolescentes debateram as questões inerentes a este espaço, assumindo que ele também lhes pertence. A reflexão sobre a escola discute não apenas o que é negativo e positivo, mas como cada um pode contribuir para que a escola seja melhor. Essa mudança de atitude foi sentida em relação a um problema específico do colégio, constatado durante uma oficina: a necessidade da construção de um refeitório na escola. O alunos têm aulas durante um turno e estágio

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O debate contribuiu para o fortalecimento dessa reivindicação, evidenciando um direito que não está sendo atendido pelo Estado. A demanda foi encaminhada à direção, a quem caberá apresentá-la à Secretaria de Educação. A integração das atividades do Projeto no planejamento e calendário da escola (em festas, exposições, feiras...) é outro indicador favorável da incorporação de novas práticas com a utilização de TIC no ambiente escolar. Por fim, a formação desses alunos como professores leva adiante a semente da Educomunicação para os espaços educativos em que vão atuar, num efeito multiplicador de transformação da maneira de pensar o ensino-aprendizagem.

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Rumo às políticas públicas A lição que fica dessa curta porém intensa experiência é que é possível interferir em políticas públicas educacionais, desde que se tenha um projeto criativo, com metodologia consolidada, que venha atender a uma demanda institucional. É fundamental, no entanto, estar preparado para mudanças políticas e de redirecionamento de recursos da parte dos parceiros financiadores, mesmo em plena execução

das atividades, sendo necessário reorganizar as ações, tentando minimizar ao máximo os impactos negativos decorrentes dessa tomada de decisão. Se acreditamos que para influenciar políticas públicas e dar maior amplitude e visibilidade ao trabalho é fundamental estabelecermos parceria com a rede pública de ensino, é necessário ter flexibilidade para adequar as atividades propostas ao ritmo e à disponibilidade de tempo do público beneficiado.

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Exemplo disso foi o adiamento do início das atividades. O que a princípio poderia ser interpretado como atraso no cronograma foi na verdade uma estratégia indispensável para a boa entrada do projeto na escola. Apresentálo nos primeiros meses do ano possibilitou organizar as atividades de acordo com o planejamento da escola. Talvez a lição mais importante que fica do projeto “Mudando sua escola e comunidade, Melhorando o mundo” seja a da abordagem dialógica e flexível. Nossa equipe teve, graças à sua experiência e maturidade, a firmeza necessária para ouvir os representantes da escola e construir a proposta em parceria. Nas oficinas com os jovens, nas reuniões com diretores e coordenadores, assim como nas ações junto aos professores de prática pedagógica, este projeto alcançou o seu objetivo de sensibilizar a comunidade escolar para o uso de diferentes ferramentas de comunicação na reflexão sobre sua realidade e para o domínio de novas práticas pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem.

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Projeto Mudando sua Escola e Comunidade – Melhorando o Mundo O que vocês vão ler nesta publicação é o desfecho feliz de uma história que começou quando o CECIP foi convidado a participar de um projeto envolvendo outras ONGs. Neste projeto, todas as organizações atuavam na Rede CEP – Comunicação, Educação e Participação. Éramos um grupo de organizações que trabalham o conceito de educomunicação – uma metodologia que considera educação e comunicação como um único processo, no qual o aprendizado e a capacidade de expressão se tornam intimamente interligados, com profundas consequências na vida e na organização da escola.

O projeto do CECIP consistia em trabalhar com uma turma de uma escola de formação de professores, a Escola Estadual Julia Kubitschek, localizada na zona central do Rio de Janeiro. A capacitação dos alunos nas novas tecnologias de informação e comunicação durante os dois últimos anos de sua formação teria um efeito multiplicador, influenciando, mais tarde, cada escola em que fossem trabalhar como professores. O resultado está nas páginas seguintes. Ele indica novos caminhos que aconselham transformar essa metodologia em política pública.

Realização:

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