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Novos modelos de negócio na indústria de moldes

A indústria de moldes está a viver um período de transformação profunda, impulsionado pela incerteza dos mercados, pelas desafiantes condições de negócio impostas pelos clientes, pela forte concorrência internacional, pela constante inovação tecnológica e crescente procura por soluções sustentáveis e eficientes. Estão a surgir novos modelos de negócio que devem ser cuidadosamente analisados, oferecendo às empresas soluções e oportunidades para se posicionarem de forma diferenciadora no contexto internacional.

A sustentabilidade, nos seus eixos de governança, social e ambiental, será um pilar essencial para a dinamização e integração de novos modelos de negócio nas empresas do sector. Há uma necessidade clara de encontrar processos que aumentem eficiência e reduzam a utilização de recursos, que permitam a rentabilização da tecnologia e dos equipamentos instalados, que forneçam soluções de financiamento que atendam às exigências dos clientes, não esquecendo a utilização de novos materiais (recicláveis e biodegradáveis) ou processos de fabrico mais ecológicos e com menor impacto ambiental.

A capacidade de gestão, nas suas diferentes vertentes (financeira, produção, pessoas, comercial, entre outras) será um componente vital neste processo. Empresas que implementam estratégias de gestão moderna, focadas na melhoria contínua, na valorização dos colaboradores e otimização de processos, na presença global, conseguirão maximizar a eficiência operacional e diferenciar a oferta e, consequentemente, capturar maior valor para as organizações.

Em paralelo, a necessidade de integrar maior servitização na oferta torna-se evidente. Isso significa que as empresas não devem apenas pensar em fornecer os seus produtos de acordo com os cadernos de encargos a que estão sujeitos. Temos de ir mais longe, e incorporar serviços de maior valor acrescentado, como soluções de engenharia, de manutenção, de suporte técnico ou consultoria especializada. Esta abordagem cria relacionamentos mais profundos e duradouros com os clientes, aumentando a fidelização, a satisfação e a diferenciação da concorrência.

Novos modelos de negócio serão suportados por empresas que mantenham uma presença próxima dos clientes. Estar fisicamente presente nos principais mercados permite uma melhor compreensão das necessidades locais, uma resposta mais rápida à procura e um serviço ao cliente mais eficiente. A proximidade geográfica facilita a construção de relações de confiança e a adaptação das ofertas às especificidades de cada mercado.

Mas como fazê-lo, tendo em conta a dimensão média das nossas empresas e a limitação de recursos a que estão sujeitas? A cooperação e o trabalho conjunto, mas também fusões, aquisições ou joint ventures, serão elementos essenciais para atingir ganhos de escala e dimensão que permitam fortalecer esta dinâmica e para diversificar os mercados (geográficos e sectoriais) em que operamos, pelo que há que estudar e discutir modelos de intervenção que permitam tornar estes processos em realidade.

Parcerias estratégicas permitem ainda a troca de conhecimentos e recursos, acelerando o desenvolvimento, incorporação e rentabilização de novas tecnologias e soluções. Essa abordagem colaborativa não só fortalece a inovação, mas também cria um ecossistema de negócios mais robusto e resiliente, que poderá originar novos serviços ou áreas de intervenção.

Tecnologias emergentes como o fabrico aditivo, a digitalização, automação e inteligência artificial estão a revolucionar a forma como os moldes são concebidos e fabricados. Empresas que adotam tais tecnologias podem reduzir significativamente custos de produção e/ou tempo de desenvolvimento de novos produtos. Além disso, a capacidade de oferecer soluções integradas, diferenciadoras e adaptáveis atrai uma base de clientes mais ampla, permitindo uma agilidade fundamental para integrar novos modelos de negócio.

A indústria de moldes está num ponto de inflexão, sendo muitas as vertentes que podem contribuir para lançar e dinamizar novos modelos de negócio, adequados ao posicionamento, dimensão e estrutura de cada empresa. Novas soluções de gestão e financiamento, a incorporação de tecnologias avançadas, práticas sustentáveis e eficientes, a servitização da oferta, a par de uma presença internacional robusta não só atendem ao momento atual, mas também preparam as empresas para os desafios e oportunidades futuras, alavancando a sua competitividade, sustentabilidade, inovação e sucesso futuro. Teremos então de passar das palavras aos atos…

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Editorial por Manuel Oliveira (Secretário-geral da CEFAMOL)

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