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Inovação e I&D

A Inovação e o I&D são, desde há muitos anos, elementos essenciais na estratégia de diferenciação e valorização da Indústria Portuguesa de Moldes junto do mercado internacional. A constante flexibilidade e adaptabilidade aos requisitos dos clientes por parte das empresas do sector só tem sido possível porque estas procuram constantemente desenvolver os seus projetos de uma forma mais rápida e ágil, por forma a criar valor para quem procura os seus produtos e serviços.

Esta capacidade de otimizar conceitos, processos produtivos ou serviço ao cliente está, no entanto, dependente de uma permanente procura pela inovação, pela aplicação direta de conhecimento técnico, tecnológico e de mercado que é desenvolvido nas empresas e que depois é transposto para as suas áreas de conceção e produção, mas também no apoio pós-venda que é prestado.

A Inovação tem sido vista como o motor do desenvolvimento da empresa, da sua capacidade em gerar valor, em atrair novos clientes, de penetrar em mercados de maior complexidade ou integrar novos modelos de negócio. Mas tal não se remete apenas à vertente produtiva ou de engenharia. A mesma deve ser encarada como um elemento transversal que abrange também as áreas comerciais e de marketing, o aprovisionamento, a gestão financeira ou a gestão de pessoas.

Inovar não é inventar. Não temos que fazer algo que nunca ninguém fez. A introdução ou adaptação de um novo conceito, processo ou ideia em qualquer uma das áreas acima descritas considera-se uma inovação e é dessa forma que deve ser apresentada e valorizada junto do público interno e externo da organização.

Este é também, e cada vez mais, um processo multidisciplinar, integrando diferentes competências nas empresas. A título de exemplo uma inovação na conceção de um determinado tipo de molde poderá ser efetivada através do envolvimento das áreas de projeto, de planeamento e produção, não esquecendo o departamento comercial que tem de o apresentar e discutir com o cliente no sentido de garantir a sua aprovação. Posteriormente, também o departamento de marketing poderá utilizar este exemplo para atrair novos clientes com a mesma necessidade ou tipologia de produto. A inovação terá de ser um processo integrado e abrangente para que venha a ser concretizado e rentabilizado pela empresa.

Mas será importante ir ainda mais longe e procurar novas soluções, experimentar novas abordagens, incorporar mais conhecimento. A Investigação e Desenvolvimento (I&D), tem vindo a assumir neste contexto maior preponderância no sector. Sendo, na maioria dos casos, promovida em conjunto com centros tecnológicos e de saber, não só potencia a ligação entre a indústria e a academia, como valoriza a multidisciplinariedade e integração de competências distintas, mas, muitas vezes, complementares em torno de um propósito comum, seja ele o desenvolvimento de novas funcionalidades, a otimização de processos ou a geração de novos produtos ou serviços.

A aposta no I&D tem sido estruturante para o desenvolvimento do nosso sector. São muitas as empresas promotoras de projetos, com diferentes tipologias (individuais, em copromoção, mobilizadores, entre outros), que permitem reforçar esta interação com universidades e centros de investigação, que aportam saber e capacitam os seus colaboradores, que permitem a ligação e cooperação com outras empresas com quem trabalham conjuntamente nestas iniciativas, sendo este um valor efetivo para posicionar e diferenciar Portugal e a sua Indústria de Moldes a nível global.

Será fundamental que esta aposta na Inovação e I&D continue no topo das prioridades do nosso sector para que este possa manter a trajetória de sucesso alcançada nos últimos anos, reforçando a diferenciação e valorização das empresas, permitindo-lhes continuar a estar um passo à frente da concorrência internacional.

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Texto por: Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL

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