AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA CENTRAL DE CURATIVOS
AÇÃO DAS ARGILAS EM TRATAMENTOS ESTÉTICOS: REVENDO A LITERATURA CLAY ACTION IN AESTHETIC TREATMENTS: REVIEWING THE LITERATURE Sandra Aparecida Medeiro MBA em Estética Clinica - UNIGRANRIO Professora da UNIVERSO samedeiro@gmail.com
Marcus Vinicius da Silveira Lanza Mestrado em Ciências da Reabilitação Especialização em Estética e Cosmética Professor da UNIGRANRIO
RESUMO Embora ainda hoje pense-se que tratamentos estéticos com argilas sejam novidades, registros históricos mostram que eles são milenares, uma vez que foram encontrados registros de que os Egípcios já os utilizavam em 3000 A.C, ou seja, sua utilização é tão antiga quanto a própria humanidade. Atualmente, existem diversas aplicações industriais para as argilas: em cosméticos, sabões, velas, ornamentação, cerâmica, cimento, abrasivos, isolantes elétricos, defensivos agrícolas, lubrificantes, etc. O objetivo desta revisão foi descrever o uso das argilas, suas propriedades físicas e químicas, e seus efeitos fisiológicos, quando aplicada especificamente em tratamentos estéticos. As propriedades das argilas variam conforme sua composição, podendo ser ativadoras da microcirculação periférica, absorventes, antioxidantes, calmantes, analgésicas, cicatrizantes, descongestionantes, purificadoras, refrescantes, regeneradoras ou bactericidas, conferindo assim, diversos efeitos sobre os tratamentos estéticos, tais como: retardo do envelhecimento; alívio da tensão, da fadiga muscular, da insônia e da má circulação; eliminação de toxinas; entre outros. Nossa pesquisa bibliográfica conclui que os elementos minerais liberados pelas argilas no meio aquoso, quando em contato com a pele, têm sua entrada facilitada, pois os íons são absorvidos pelos queratinócitos, o que facilita também sua entrada nos espaços intersticiais das células da epiderme e derme, possibilitando a obtenção de resultados satisfatórios, quando usadas em tratamentos estéticos tanto faciais e corporais, como em tratamentos capilares. Palavras-chave: Argila, pele, tratamentos estéticos; propriedades físico-químicas.
ABSTRACT Despite the fact that nowadays we may still think that aesthetic treatments with clay are novelties, historical records prove that they have been used for thousands of years. Historical records have been found attesting that the Egyptians have been using them since 3000 B.C. Thus, such use is as ancient as humankind. At present, we find different industrial uses: in cosmethics, soaps, candles, ceramics, cement, abrasives, electrical isolantes, agriculture defensives, lubrifyngs, etc. The objective of this review has been to describe clay use, its physical and chemical properties, along with its physiological effects, as applied specifically towards aesthetic treatments. As clay properties can vary according to their composition, they can serve several functions such as peripheral microcirculation activators, absorbers, antioxidants, calming, analgesic, healers, decongestants, purifying, refreshing, regenerators or anti-bacterias. Clay properties also have other different positive effects on aesthetic treatments such as: insomnia, bad circulation, tension and muscular fatigue release; aging retard; toxin elimination; and others. According to the literature, mineral elements released by clay in aqua medium, and in contact with the skin, can easily penetrate due to ions absorption by keratinocytes, which also allows such entrance onto the dermo-epidermal strata interstitial cell spaces. Therefore, we can perceive highly satisfactory results from clay use for facial and body as well as for hair aesthetic treatments. Keywords: Clay, skin, aesthetic treatments, and physical and chemical properties. CADERNOS DE ESTUDOS E PESQUISAS / Vol. 17, Nº 38 (DEZ 2013) - ISSN 2179-1562
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1. INTRODUÇÃO Embora em um primeiro momento possa parecer que tratamentos estéticos com argilas sejam novidades, registros históricos provam totalmente o contrário. Tais tratamentos são milenares, conforme registros encontrados de que os Egípcios já usavam a argila desde 3000 AC, como medicamento e para mumificação de seus mortos. A argila do Nilo era utilizada no cotidiano de diferentes maneiras, tais como, Estética, mumificação e, principalmente, na cura. Já na Mitologia Grega, atribuiu-se a Prometeu, Deus dos Titãs, e a seu irmão, Epimeteu, a incumbência de fazer o homem, assegurandolhe todas as faculdades. Conta-se que este tomou um pouco de terra, recentemente separada do céu na criação, e ainda rica em sementes celestiais ocultas, misturou—a com água e fez o homem à semelhança dos deuses (NICKEL, 1995). Aristóteles referiu-se à argila, como um recurso que conserva e trata a saúde. Galileu e Discóride, célebres anatomistas gregos, assim como os árabes Avicena, recorreram ao barro diversas vezes, para tratamentos de saúde, relatando sua eficácia. (LAMAITA, 2014). Mahatma Gandhi, o Unificador da Índia, sempre aconselhava a cura pelo barro. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a disenteria ocorreu na França, o uso da mostarda com o barro foi bem sucedido no tratamento desse mal. Graças a Gandhi e a alguns Naturopatas do início do século XX, como Strumpt, Luís Kuhme, Adolf Just e Kneipp, relatos importantes foram deixados sobre os tratamentos com argila. Essas contribuições foram importantes para que Países da Europa adotassem a argila na medicina oficial para a cura de doenças, em especial, a tuberculose. Atualmente, existe na Alemanha, Suíça, Escandinávia e, também no Brasil,
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Institutos que se especializaram em argiloterapia (apostila de Argila Terapêutica AZOUBEL, 2014). Os pesquisadores DORNELLAS e MARTINS (2013) citam diversas aplicações industriais para as argilas, em cosméticos, sabões, velas e sabonetes, ornamentação, cerâmica, cimento, abrasivos, isolantes elétricos, defensivos agrícolas, lubrificantes, entre outros. O Brasil, de norte a sul, possui um inesgotável manancial de argila de todos os tipos e variadas cores, de acordo com sua composição estrutural. Sendo que, as propriedades das argilas variam conforme sua composição, podendo ser ativadoras da microcirculação periférica, e também absorventes, antioxidantes, calmantes, analgésicas, cicatrizantes, descongestionantes, purificadoras, refrescantes, regeneradoras, bactericidas etc. Estas propriedades conferem à argila diversos efeitos nos tratamentos estéticos, tais como retardo do envelhecimento; alívio da tensão, fadiga muscular, insônia e má circulação; e eliminação de toxinas, entre outros (MASCKIEWIC, 2014). O objetivo deste estudo de revisão bibliográfica é descrever o uso das argilas, suas propriedades físicas e químicas, e seus efeitos fisiológicos, quando aplicadas especificamente em tratamentos estéticos, com a finalidade de que tal utilização possa ser realizada com maior segurança, obtendo-se resultados realmente satisfatórios.
2. REVISÃO DA LITERATURA Passamos agora a rever as caracteristicas fisicas e quimicas das argilas, suas cargas e propriedades, e sua ação.
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2.1
Características Físicas e Químicas das Argilas
Em geral, as argilas derivam de rochas base do tipo cristalina e eruptiva como os Feldspatos, Granitos e Basaltos que, durante um longo e lento período de decomposição causada pelo vento, chuvas, temperaturas frias e quentes, e também de erosão, através das partículas de areia que, carregadas pelo vento, causam a fragmentação da rocha maciça em grãos de vários tamanhos, chegando a constituir 75% das rochas, sendo compostas basicamente de Silicato de Alumínio Hidratado e diversos minerais, os quais, determinam suas propriedades, cor e tipo. Portanto, o elemento principal que compõe a argila, também determina sua cor. Desse modo, a argila cinza, creme ou esverdeada, é rica em Ferro-Ferroso; enquanto a argila laranja e avermelhada é rica em Ferro-Férrico. Já a cor branco-amarelada é resultante do Alumínio e Magnésio. Nas regiões de litoral, a argila é rica em Iodo, apresentando várias cores, como marrom, preta, roxa, verde e azulada. Também, tem grande capacidade de absorção, devido a sua granulometria, que geralmente é de 1 a 2 micras (COELHO et al., 2007). Segundo SOUZA SANTOS (2003), na natureza, há diferenças entre as argilas quanto às propriedades físico-químicas; e quanto à capacidade de troca catiônica (CTC), cátions trocáveis e área superficial específica (ASE). Estudos realizados por BELL & GILLMAN (1978; ALLEONI e CAMARGO 1994), concluíram que, na superfície dos constituintes dos solos existem cargas elétricas que podem ser basicamente classificados em dois grupos:
negativa permanente, resultado da substituição iônica de Si4+ por Al3+ nas camadas tetraédricas de Sílica, ou da substituição de Al3+ por Mg2+ nas camadas octaédricas de Alumina. Sendo que, o alumínio apresenta valência (3+) menor do que a do Silício (4+), a estrutura dos alumino silicatos apresenta uma carga negativa para cada átomo de alumínio. Esta carga é balanceada por cátions alcalinos ou alcalino-terrosos, chamados de cátions de compensação, intersticiais ou trocáveis, normalmente o Na+, K+ ou Ca2+, que são livres para moverem-se e serem trocados por outros cátions em solução (AGUIAR e NOVAES, 2002). 2.1.2 Cargas variáveis, representados por Óxidos, Hidróxidos e pela Matéria Orgânica A atividade eletromagnética das partículas coloidais é de suma importância para os solos, e a maior atividade se encontra nas menores partículas do solo (argilas-particulas <2µm). São elas as responsáveis pela adsorção de íons ao solo e pelas suas atividades de natureza físicoquímica (ALBAN MULLER, 2004). De modo geral, a crosta terrestre é formada por mais de 60% de átomos de oxigênio, pouco mais de 20% de átomos de silício e 6 a 7% de átomos de alumínio, aparecendo com porcentagem atômica ao redor de 2% os átomos de Fe, Ca, Mg, Na e K. Os demais elementos químicos representam cerca de 1% da proporção atômica média encontrada na crosta terrestre, e desses apenas o Ti possui alguma importância volumétrica na arquitetura da crosta (MACHADO, 2000). 2.2
2.1.1 Cargas Permanentes ou Constantes principalmente Argilas Silicatadas As argilas tipo 2:1 (Montmorilonita, Ilita e Vermiculita) e 2:2 (Clorita), possuem carga
Propriedades Cosméticas Terapêuticas das Argilas
e
Segundo MASCKIEWIC (2014), para fazer uso da argiloterapia de maneira correta e com garantia de seus benefícios, são necessários
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estudos científicos sobre sua utilização, afim de obter-se um tratamento seguro e eficaz. Portanto, é importante compreender e identificar cada tipo de argila e suas propriedades, bem como sua estrutura molecular e em camadas, as quais conferem características de absorção, adsorção e liberação de seus próprios constituintes. Suas partículas microscópicas, com elevado poder de absorção de toxinas e calor, possuem elementos químicos semelhantes aos do corpo humano, como Silício, Alumínio, Cálcio, Ferro, Potássio, Magnésio, entre outros; além de possuírem ainda propriedades antiinflamatórias, cicatrizantes e desintoxicantes (LAMAITA, 2014). Segundo DORNELLAS e MARTINS (2013), as argilas apresentam propriedades cosmetológicas, devido às trocas iônicas que ocorrem entre seus elétrons livres (íons de Manganês, Magnésio, Alumínio, Ferro, Sílica, Titânio, Cobre, Zinco, Cálcio, Fósforo, Potássio, Boro, Selênio, Lítio, Níquel, Sódio e outros) e a própria pele. Portanto, possuem propriedades que são fundamentais para os tratamentos estéticos: 1-
Liberação dos elementos: a argila libera os íons que a constituem (ativos). Isto ocorre, devido a sua capacidade de reter água e fazer trocas iônicas de íons como o Sódio, Potássio, Cálcio, Magnésio, entre outros, com a pele.
2-
Absorção: A absorção é a passagem de substâncias do local de contato, que pode ser a pele, os endotélios, um órgão ou capilares, para o sangue. É um processo físico-químico no qual ocorre a passagem de elementos químicos e vários nutrientes provenientes das argilas, chegando às células, passando através das membranas celulares.
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3-
Adsorção: Fixação de moléculas de uma substância (o adsorvato) na superfície de outra substância (o adsorvente). Essa propriedade fornece à argila a capacidade de adsorção de toxinas ( Fig. 1).
Quando a argila é aplicada, estabelecese um sistema de troca entre a pele e os vários elementos da argila, como o Ferro, Silício, Manganês, Alumínio, e outros indispensáveis para a manutenção do organismo. A presença de tais minerais na argila confere-lhe diferentes efeitos no organismo, tais como: estimula a microcirculação cutânea; permite a troca de energia dos elementos minerais com a área tratada; regula a queratinização da pele, promovendo descamação (peeling suave), e, consequentemente, renovação celular; desinfiltra os espaços intercelulares; regula a secreção sebácea da pele, melhorando os quadros de acne; revitalizante, nutritiva e hidratante, elimina os radicais livres, retardando assim, o envelhecimento; auxilia na suavização de marcas de expressão; ativa a circulação sanguínea e linfática; promove melhora na elasticidade e firmeza, proporcionando uma revitalização à pele; e suaviza manchas de depilação em axilas e virilha. Sendo usada em máscaras, elimina
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toxinas, limpa e tonifica a pele. Ressalte-se ainda que sua ação revitalizante, analgésica, cicatrizante, desodorizante, tonificadora e catalisadora auxilia nos processos de emagrecimento, tratamento de FEG e gordura localizada. Estimula a circulação sanguínea, ajudando tanto no tratamento da celulite quanto da gordura localizada. Com melhor circulação, as células absorvem mais nutrientes e oxigênio, proporcionando assim, sua regeneração. Possui efeito tensor, devido a sua formulação que é rica em Oligoelementos que participam da formação das fibras elásticas da pele (DORNELLAS e MARTINS, 2013). 2.2
Ação das Argilas na Pele
Segundo COSTA ET al. (1999), a capacidade de troca catiônica (CTC) é a quantidade de cátions que um mineral argiloso ou argila pode adsorver ou trocar, ou seja, mede a distribuição das cargas elétricas disponíveis na superfície das partículas do solo para a retenção de água e cátions dispersos na solução do solo. Os valores de CTC de um solo dependem da classe textural, do tipo de mineral de argila presente e do teor de matéria orgânica. Partículas menores (fração argila, ö<2µm) apresentam um grande número e uma grande área superficial por unidade de massa (COSTA et al., 1999). Os solos mais argilosos apresentam maior CTC do que solos arenosos (SPOSITO ET al., 2003). Sendo que, solos com predominância de argilas silicatadas tendem a apresentar maior CTC do que solos com predominância de Óxidos de Ferro e Alumínio. Estes minerais apresentam cargas dependentes do pH, do solo (variando de 5 a 7), no qual, os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio apresentam grande parte de suas cargas positivas (SPOSITO et al., 2001), que repelem eletrostaticamente os cátions dispersos na solução do solo. Isto é, nestes valores de pH,
minerais como Hematita, Maghemita, Goetita e Gibsita apresentam predominância de sítios de retenção de ânions (CTA) em relação à retenção de cátions (CTC) (COSTA et al., 1999, SPOSITO et al., 2003). A CTC de um solo também é dependente da presença dos coloides orgânicos. Estes são formados a partir da decomposição química e biológica dos materiais orgânicos adicionados ao solo (McBRIDE ET al. 1996). Os produtos finais deste processo apresentam coloração escura e uma alta densidade de cargas negativas devido à presença de grande quantidade de grupos carboxílicos, fenólicos, amídicos, imidazólicos e alcoóis na superfície das cadeias orgânicas (SPOSITO et al., 2003). Baseado nas propriedades das argilas, quando suas partículas são coloradas em contato com a água, os cátions que estão adsorvidos nela são liberados para o meio aquoso que se torna rico em Oligoelementos livres. Presume-se então, que estando estes Oligoelementos livres, se integram ao manto hidrolipídico que, contribui para a permeação destes íons como um carreador. Uma vez integrados ao MNF, os Oligoelementos são carreados através do espaço intersticial e pela bicamada de fosfolipídios para dentro das células da pele. Neste caso, tanto os elementos hidrofóbicos quanto os hidrofílicos podem ser permeados pela epiderme e derme. Se as argilas estiverem misturadas a óleos naturais, a permeação será melhor ainda, uma vez que os óleos naturais são compatíveis com a membrana celular (SPOSITO et al., 2003), que é a estrutura que delimita todas as células vivas, separando o meio intracelular do meio extracelular (que pode ser a matriz dos diversos tecidos). Ela não é estanque, funciona como uma “porta” seletiva que a célula usa manter a constância do meio intracelular, que é diferente do meio extracelular e pela recepção de nutrientes, dos sinais químicos do meio extracelular e mantém o potencial elétrico da célula. Por ser o componente celular
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mais externo e possuir receptores específicos, a membrana tem a capacidade de reconhecer outras células e, diversos tipos de moléculas (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2007). A entrada dos Oligoelementos na pele ocorre devido à capacidade de troca de cátions das argilas (CTC). Neste processo, os íons adsorvidos na sua superfície têm carga elétrica e por isso, quando entram em contato com as células da pele que possuem potencial elétrico, ocorre uma migração dos íons para as células da capa córnea. Outro fator que facilita a entrada dos Oligoelementos é a água, que, contendo os íons, é absorvida pelos queratinócitos, o que facilita a sua entrada nos espaços intersticiais das células da epiderme e derme. Sendo que um dos principais elementos é o Óxido de Ferro que tem papel importante na respiração celular e na transferência de elétrons (MEDEIROS, 2007), As carências deste elemento na pele manifestamse na epiderme que fica fina, seca e com falta de elasticidade. Também são necessários outros elementos para manter a saúde da pele sendo que, seus efeitos serão descritos:
desenvolvimento de Staphylococcus aureus em cultura. 3. Cobre (Cu): O cobre desempenha importante função no processo de fixação do oxigênio, na melanogênese, sendo ainda no combate a todas as manifestações infecciosas. 4. Enxofre (S): O enxofre é um componente dos Aminoácidos nas proteínas da pele. Tem efeito antisséptico. 5. Manganês (Mn): O manganês atua na biossíntese do colágeno, apresentando ação anti-infecciosa e também cicatrizante, auxiliando ainda como antialérgico. 6. Magnésio (Mg): O magnésio tem o poder de fixar os íons de potássio e do cálcio e de manter o gel celular, ou seja, de auxiliar na hidratação.
1. Silicio: Sua carência produz desestruturação do tecido conjuntivo, com sinais de envelhecimento. Este elemento tem papel fundamental na reconstituição dos tecidos cutâneos e na defesa do tecido conjuntivo. Tem ação hemostática, purificante, adstringente e remineralizante. Reidrata a pele e as mucosas e reduz as inflamações. Também tem ação na elasticidade da pele atuando na flacidez tissular. 2. Aluminio (A1)
7. Zinco (Zn): Sua concentração é relativamente elevada na pele, sua carência causa aumento da queratinização (LYRA, 2010). Portanto, todas as argilas possuem em sua composição, quantidade maior ou menor de elementos minerais, e todas agem da mesma maneira, quando em contato com o tecido epitelial, fazendo trocas com área tratada.
O aluminio atua contra a falta de tonicidade, tem ação cicatrizante, e inibe o
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3. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica em material já publicado a respeito da argiloterapia, constituído principalmente por livros e artigos científicos. Com o objetivo de realizar uma análise interpretativa das referências sobre as propriedades físico-químicas das argilas e sua atuação na pele, quando utilizada em tratamentos estéticos. Foram adotados como critério de inclusão, periódicos publicados em Inglês e Português, que contemplassem o tema e tivessem sido publicados entre os anos de 1999 a 2014. Para a pesquisa foram utilizados livros, teses, artigos científicos, monografias, resumos e publicações em anais de congressos científicos, e sites. Após leitura dos trabalhos selecionados, os dados foram compilados para a redação da presente revisão.
3. CONCLUSÃO Através da revisão bibliográfica realizada, pode-se concluir que os elementos minerais liberados pelas argilas no meio aquoso, quando em contato com a pele, têm sua entrada facilitada, uma vez que os íons são absorvidos pelos queratinócitos, facilitando sua entrada nos espaços intersticiais das células da epiderme e derme, possibilitando assim, a obtenção de resultados satisfatórios, quando usadas em tratamentos estéticos tanto faciais e corporais, quanto capilares.
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