Revista Nove Cidades #6

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DSPA

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ÍNDICE

06 ENTREVISTA: Rosecler Costa - IronMãe 12 CENÁRIO: Manguezal, Berçário Natural 14 ABRINDO O BAÚ: Marco Padrão 16 #TÁNAPLACA: Morro da Padroeira CAPA

Cerveja Artesanal PARA BEBER MENOS E MELHOR NA REGIÃO

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18 SAIR PARA COMER: O Koreano 22 CHECK-IN: Casa Grande Hotel Resort & Spa 24 CONCIERGE: Bruno Reis 38 ART&FATO: Projeto Orla Cultural 40 NOVE: Programas Diferentões na Região 44 COM A PALAVRA: Santiago Carballo 46 ROLOU POR AQUI: Festival Gastronômico do Guarujá 48 CAFÉ DAS NOVE: Diego Brígido 49 PERSONA: Artesanais e Deliciosos

EXPEDIENTE Editor Chefe: Diego Brígido | MTB: 64283/SP Projeto Gráfico e Design: Agência Celeiro.BMD | Christian Jauch Impressão: Nywgraf Editora Gráfica Distribuição Gratuita e Dirigida Anuncie na Revista Nove Cidades: (13) 99167-8068 anuncie@revistanove.com.br 4

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EDITORIAL

Turismo, Cultura e Lazer na Costa da Mata Atlântica Quando iniciamos a produção desta edição, cujo tema de capa – Cervejas Artesanais – já parecia bem estimulante, nem imaginávamos o vasto universo de informações que nos aguardava. Já era sabido que estas belezuras vêm conquistando cada vez mais adeptos aqui na região. Saímos, então, à caça de informações e fomos inundados por hectolitros delas – as informações. Nem foi preciso procurar muito, na verdade, pois uma coisa ligava à outra, uma fonte apresentava a outra, um lugar levava a outro. E assim foram as últimas semanas: muita conversa,

brassagem e, como não poderia deixar de ser, precisamos provar umas outras cá e acolá. Tudo pelo amor à arte, tudo para garantir uma matéria completinha. Percorremos tanto esse universo, que precisamos repensar esta edição e tivemos que sacrificar duas editorias – calma, compensaremos no futuro – para dobrar o número de páginas da matéria de capa. E o resultado são 12 deliciosas páginas sobre o mercado de cervejas artesanais e caseiras na Baixada Santista. Mas é claro que tem muito mais: uma entrevista super bacana com a triatleta santista Rosecler Costa, a IronMãe, uma visita ao Casa Grande Hotel Resort & Spa e a descoberta do O Koreano, restaurante de gastronomia coreana, em Santos, além de um roteiro por 25 museus da região, uma seleção de nove programas diferentões por aqui e mais. E o melhor: estamos muito orgulhosos, pois esta edição tem tiragem dobrada. 4 mil exemplares espalhados por aí. Cheers!

Diego Brígido Editor

Bem-vindos à Atlântica Costa da Mata

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IRONMÃE ROSECLER COSTA, IRONMÃE POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: ODJAIR BAENA E DIVULGAÇÃO

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intimidade com o esporte começou aos sete anos de idade, na natação, pois sofria com crises de bronquite. Na ado-

lescência, influenciada pelos pais de amigas que faziam triathlon, começou a acompanhar o esporte e trabalhar como staff nas provas em Santos. Conheceu atletas de biathlon, que a incentivaram a começar a treinar. Como já nadava, passou a correr e, aos 17 anos, quando ganhou uma bicicleta da mãe, se inscreveu para a sua primeira prova de triathlon. Em sua estreia no Triathlon Internacional de Santos ganhou a categoria e, a partir daí, começou a se destacar, até que sofreu um acidente e precisou se afastar. Na sequência, uma cirurgia, a dedicação à faculdade de publicidade, o emprego, o casamento e os filhos somaram-se à falta de incentivo ao esporte no Brasil e o triathlon deixou de ser prioridade. Rosecler Costa ficou afastada das competições e dos treinos por mais de 10 anos, até que, no final de 2012, retornou ao triathlon e já acumula títu-

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los expressivos, além do apelido de IronMãe.


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ENTREVISTA: ROSECLER - IRONMÃE POR QUE, APÓS DEZ ANOS DE AFASTAMENTO DO ESPORTE, VOCÊ DECIDIU VOLTAR? Na verdade, eu me afastei pelas circunstâncias, mas continuei alimentando o sonho de um dia voltar. Primeiro foi o acidente, depois passei por uma cirurgia e aí quando veio a faculdade e a necessidade de escolher por uma profissão, precisei estabelecer prioridades. Não dava para me manter do esporte, principalmente devido à falta de incentivo no país, então investi na publicidade e no marketing esportivo. Depois veio o casamento, os filhos e o esporte ficou cada vez mais distante. Mas quando meu segundo filho completou três anos e minha vida já estava mais estabilizada, conversei com meu marido e disse que gostaria de voltar às competições. Ele me apoiou e disse que queria muito me ver competindo, pois quando nos conhecemos eu já estava parando de competir. Por isso, no final de 2012 resolvi voltar. QUANDO VOLTOU, VOCÊ AINDA ATUAVA COM MARKETING ESPORTIVO? Não, na verdade fiquei alguns anos atuando neste mercado, mas decidi sair, pois exigia que eu estivesse muito ausente de casa, viajando, e meus filhos ainda eram novos. Surgiu a oportunidade de atuar com transporte escolar e hoje este é meu ganha-pão. Eu tenho duas vans e divido com um funcionário o trabalho de levar e buscar crianças nas escolas. COMO VOCÊ CONCILIA SUA ROTINA DE TREINO COM OS HORÁRIOS DO TRANSPORTE ESCOLAR? Hoje meus horários são mais tranquilos com as vans, mas quando eu comecei, era sozinha e saía

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seis horas da manhã de casa, voltava às oito da noite e comia marmita na perua. Após uns quatro anos neste ritmo, eu consegui comprar outra van e comecei a ter um pouco mais de flexibilidade nos horários, pois contratei um funcionário para dividir as saídas comigo. Então, hoje em dia, de manhã, enquanto ele está na van, eu posso levar meus filhos na escola e treinar. Na hora do almoço e no fim da tarde, eu assumo a van. Mas quando estou em período de treino pré-competição, conto com a ajuda da minha mãe para ficar com as crianças, porque aí minha vida vira um quebra-cabeça. Quando eu viajo e meu marido me acompanha, minha mãe e minha sogra revezam para ficar com os netos. Tem muita gente envolvida, nos bastidores, para eu poder competir. É uma equipe. QUANDO VOCÊ RETORNOU ÀS COMPETIÇÕES, QUAL FOI A PRIMEIRA PROVA EM QUE VOCÊ SE INSCREVEU? Desde a época em que eu treinava, antes de parar, minha paixão era o Iroman, pois meu técnico fazia e eu me espelhava muito nele. Eu sempre pensava que um dia também iria para o Havaí, mas naquele momento eu tinha compromissos com os patrocinadores, que me impediam de competir no Ironman, pois os calendários não batiam. Então, quando eu voltei ao esporte, disse a mim mesma: agora ninguém me impede de fazer o Ironman. E O QUE É O IRONMAN? O Ironman é um triathlon com distâncias maiores: 3800 metros de natação, 180 km de pedal e 42 km de corrida.


É UMA FORMA DE MOSTRAR PARA AS PESSOAS QUE NADA É IMPOSSÍVEL E QUE NUNCA É TARDE PARA REALIZAR UM SONHO.

ROSECLER COSTA, IRONMÃE

COMO FOI O TREINO PARA, APÓS DEZ ANOS PARADA, VOLTAR DIRETO AO IRONMAN? Eu precisava me preparar bastante, então comecei a escolher algumas provas, que me serviram de treino para depois ir para o Ironman, em novembro de 2014, em Fortaleza. Participei do Troféu Brasil de Triathlon, Triathlon Internacional de Santos, alguns meio-Ironman, provas de rua, natação e algumas outras. Até que fui à Fortaleza e ganhei a prova. VOCÊ ACABOU DE VOLTAR DO IRONMAN DO HAVAÍ, QUE ERA O SEU SONHO E O SONHO DE TODO TRIATLETA. COMO FOI A TRAJETÓRIA ATÉ CHEGAR AO HAVAÍ? Com a vitória no Ironman de Fortaleza, eu consegui a vaga para ir ao Havaí em outubro de 2015. Mas antes deste, eu fiz o Ironman de Florianópolis, em maio de 2015 e depois novamente o de Fortaleza, em novembro de 2015. Ganhei a prova mais uma vez e garanti a vaga para o Havaí, em outubro de 2016. Para você participar do Havaí, é preciso competir em qualquer Ironman do mundo e conquistar a vaga. O Ironman do Havaí é como se fosse a Olimpíada do triathlon, só participam os melhores atletas do mundo.

VOCÊ TEM UM TÉCNICO? Sim, o meu técnico é o Marcos Fernandes, que me acompanha presencialmente aqui em Santos. Eu tenho uma rotina de treinos bastante puxada, há vezes em que eu treino as três modalidades no mesmo dia e, fora isso, também faço um trabalho de alongamento, fisioterapia e acompanhamento com profissionais. Treino uma média de quatro a seis horas por dia, todos os dias, além do tempo em que estou dedicada à melhora da minha performance. COMO FOI SUA BUSCA POR PATROCINADORES AQUI NA BAIXADA SANTISTA? Eu não sou uma atleta profissional, pois não vivo do esporte, portanto acredito que o que chamou a atenção das marcas que me apoiam hoje foi a minha história de vida, de superação. Não que meus resultados e esforços não sejam importantes, mas o fato de eu trabalhar, ser dona de casa, mãe e atleta, acredito ter sido mais relevante na escolha dos meus patrocinadores por me apoiarem. ISSO FAZ DE VOCÊ UMA REFERÊNCIA, UM EXEMPLO. COMO SE SENTE COM RELAÇÃO A ISSO? Isso me deixa muito feliz, pois é uma forma de mostrar para as pessoas que nada é impossível e

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ENTREVISTA: ROSECLER - IRONMÃE que nunca é tarde para realizar um sonho. Minhas medalhas são consequências, mas o caminho que eu percorri para conquistar, aquilo que eu precisei conciliar, o tempo com meus filhos que eu abri mão, os anos que meu sonho ficou dormente, tudo isso é muito mais importante. Minha história veio à tona, mas quantas pessoas não devem haver por aí com um sonho guardado no baú, principalmente mulheres, que abrem mão dos planos pela maternidade e que veem em mim um exemplo e se perguntam: será que não é hora de eu realizar meu sonho? DE ONDE SURGIU O APELIDO IRONMÃE? Foi do nada. É claro que tem uma ligação com a expressão Ironman, que significa homem de ferro, e quando eu voltei a competir, eu atravessava a linha de chegada com meus filhos e subia nos pódios com eles. Mas na verdade este apelido é muito mais emblemático do que apenas a referência com o nome da prova, ele representa todas as mulheres que são

mães e fazem muitas outras coisas. Tem gente que não sabe nem o meu nome, só me chama de IronMãe. MUITAS PESSOAS DEVEM TER SE ESPELHADO EM VOCÊ DEPOIS DISSO Quando eu passei a ficar conhecida como IronMãe comecei a receber inúmeras mensagens de mulheres que eram mães e queriam se dedicar ao esporte e, a partir da minha história, se encorajaram. Isso tudo me dá mais garra para continuar, é muito gratificante. AOS 38 ANOS, VOCÊ JÁ PENSA EM PARAR? Não. Enquanto der, eu vou continuar. No ano passado, tinha um senhor de 85 anos competindo no Ironman do Havaí e ele terminou a prova. Este ano, o mais velho tinha 70 anos. É um esporte que não tem limites, então, enquanto eu tiver saúde e tempo eu vou indo.

NO PERÍODO DE TREINO PRÉ-COMPETIÇÃO, CONTO COM A AJUDA DE MUITAS PESSOAS, POIS MINHA VIDA VIRA UM QUEBRACABEÇAS.

ROSECLER COSTA, IRONMÃE

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CENÁRIO

POR: DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: CHRISTIAN JAUCH

Manguezal

O nosso berçário natural O manguezal é mais uma das grandes riquezas naturais da Baixada Santista. Muito presente, mas pouco conhecido, é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, comum em regiões onde ocorre o encontro do rio com o mar, o que justifica sua água salobra. Os manguezais são considerados berçários naturais, pois abrigam espécies típicas, mas também são redutos de outros animais, como aves, peixes, moluscos e crustáceos, em busca de alimento, reprodução e abrigo. O solo das áreas de mangue é úmido e pobre em oxigênio, mas rico em nutrientes, pois possui grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, que serve de alimento à base de uma extensa cadeia alimentar. Dá para acreditar que cerca de 95% do que o homem pesca no mar é produzido nos manguezais? Este ecossistema destina matéria orgânica para os estuários e contribui, com isso, para a atividade primária da zona costeira. Por isso é tão complexo e sua conservação é tão importante. 12

Cerca de 15% do total de mangues no mundo estão no litoral do Brasil, o que equivale a mais de 26 mil km². A Baixada Santista detém parte deste patrimônio, protegido por lei nacional e considerado Área de Preservação Permanente (APP), com 120 km² dos 231 km² existentes no estado de São Paulo, ainda que muito já tenha sido degradado.

Mangue turístico Das nove cidades da região, apenas Mongaguá não possui mangue e algumas das outras oito o utilizam para atividades turísticas. Entre Praia Grande e São Vicente, por exemplo, com saída do Portinho, é possível praticar canoagem ecológica no manguezal. A remada, com cerca de duas horas, é feita em canoas canadenses e oferece uma aula sobre a importância deste ecossistema, com guia acompanhante e direito a avistamento de aves típicas, como o Guará Vermelho, considerada uma das aves mais lindas do mundo, além de garças brancas e azuis, socós, colhereiros e maguaris – a maior garça das Américas.


De Cubatão também é possível contratar roteiros de barco ou lancha pelo manguezal, com opções de pesca, passeios, birdwatching (observação de aves) e educação ambiental, com foco na importância da preservação deste sistema. Em Itanhaém, considerada a Amazônia Paulista, um passeio pelo Rio Itanhaém garante duas horas em meio a um cenário inesquecível, com direito a avistamento de aves, vegetação típica de mangues e paradas para descanso e petiscos. O manguezal também é abrigo de jacarés, tartarugas, arraias, tubarões e outros peixes, como a tainha, o bagre e o parati. Os passeios por este ecossistema são roteiros contemplativos, que garantem novas descobertas e muitos cliques fotográficos.

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ABRINDO O BAÚ

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POR DIEGO BRÍGIDO • ARTE DIVULGAÇÃO

Marco Padrão Presente dos portugueses ao povo vicentino Bem ali, onde teria desembarcado, em 1532, o navegador português Martim Afonso de Souza, na Praia da Biquinha, em São Vicente, foi erguido, 400 anos depois, o Marco Padrão. O monumento homenageia o quarto centenário da fundação da Vila de São Vicente e foi instalado no ilhéu chamado de Pedras do Mato. Presente da colônia portuguesa de Santos e São Vicente, teve sua pedra fundamental lançada em 1932, em meio aos festejos em alusão ao quadricentenário da vila, mas somente foi inaugurado como monumento no ano seguinte, em 19 de março de 1933. O ilhéu onde o Marco Padrão foi erguido, bem em frente à Biquinha de Anchieta, cenário no qual o padre evangelizador catequisava os índios, era ligado ao sopé do Morro dos Barbosas, mas as marés o separaram, criando a composição rochosa que apreciamos hoje.

A tal coluna de granito tem um significado monumental como ícone de um vilarejo onde se iniciou a construção da pátria, a Céllula Mater da Nacionalidade. O Marco Padrão é composto por um fuste – bastão – cilíndrico, símbolo da imortalidade, que recebe, no topo, um prisma quadrilátero, com quatro escudos: de Portugal Quinhentista, de Martim Afonso de Souza, da Ordem de Cristo e da Pátria Brasileira. Sobre o prisma, uma esfera armilar (um instrumento da astronomia, que representa um modelo reduzido do cosmos), que figurava nas bandeiras dos primeiros navegadores portugueses. E, no topo, a cruz de Cristo, considerado a estrela-guia dos desbravadores do mar. Bem ao fundo do Marco Padrão, como se este, por si só, já não representasse um lindo cartão postal da cidade, exibe-se a Ilha Porchat, para integrar um dos mais belos cenários da Baixada Santista.


#TÁNAPLACA

POR DIEGO BRÍGIDO • FOTO DIVULGAÇÃO

Morro da Padroeira

Um complexo de fé e entretenimento em Mongaguá Uma imagem impressiona quem chega a Mongaguá, vindo de Praia Grande, pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. No Morro dos Macacos, do lado esquerdo, logo na entrada da cidade, uma estátua de Nossa Senhora Aparecida recebe os visitantes e reforça a fé dos mongaguenses. A estátua, que tem 15 metros de altura e pesa aproximadamente 2,5 toneladas, está instalada em uma trilha urbana ao pé do morro, com acesso por passarela de madeira com 150 metros de extensão e dois metros de largura.

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Para chegar até ela, sobem-se 139 degraus em meio à mata nativa e a recompensa é, além de estar junto à padroeira, uma vista deslumbrante de Mongaguá e arredores, em um deck, que está localizado a 30 metros acima do chão, de onde se pode avistar pássaros. Aos pés da Santa, há uma capela e, para os skatistas, um Skate Park, aberto a moradores e visitantes. O acesso ao complexo é feito pela Avenida Marina, s/n, todos os dias, das 8h às 22h, com entrada gratuita.



SAIR PARA COMER

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POR DIEGO BRÍGIDO • FOTO DIVULGAÇÃO

O KOREANO

A culinária que faz sucesso no mundo chegou a Santos Se a culinária regional já era variada, agora está ainda mais eclética. Santos passou a contar com o primeiro restaurante de culinária coreana da Baixada Santista. A casa abriu as portas para apresentar a gastronomia que vem ganhando adeptos ao redor do mundo e proporcionar uma surpreendente e deliciosa experiência gastronômica aos clientes. Estão à frente do projeto o chef sul-coreano Soo Hwa Ha e a personal trainer Aline Donabela. Soo já tem uma unidade do restaurante em Sorocaba, interior de São Paulo, há dois anos e Aline, que apesar de ser moradora de Santos, era frequentadora da casa no interior, o convenceu a trazer O Koreano para o litoral. A culinária coreana faz sucesso nos Estados Unidos e na Europa e, em São Paulo, já são mais de 40 restaurantes especializados nesta gastronomia. A proposta do restaurante é acabar com os preconceitos com relação à comida coreana, então, a casa propõe um sistema diferente de serviço: um jantar degustativo. Por um preço único, os clientes experimentam uma sequência com duas entradas e cinco pratos principais, que podem ser repetidos ao final da sequência.

‘É um sistema que adotamos para as pessoas conhecerem e adaptarem o paladar à culinária coreana’, explica o chef. Segundo ele, noventa e nove por cento das pessoas que entram em um restaurante coreano não sabem o que querem.

A culinária Os pratos coreanos são bastante condimentados, mas, diferentemente da culinária japonesa, não utilizam alimentos crus. Pensando em agradar seu público, o chef adaptou suas receitas ao paladar brasileiro, menos acostumado a pratos apimentados. Uma das entradas é o Soomaki, prato criado e patenteado por Soo - um rolinho de alga crocante coreana recheada com arroz, filet mignon marinado com molhos coreanos, cream cheese e molho levemente picante (a carne pode ser substituída por salmão, camarão ou shimeji). Outro prato curioso e bastante aromático é o Bibimbap, uma cumbuca de cerâmica quente com arroz, legumes, shimeji, bulbogui (contra filé em cortes de carpaccio marinado em molhos coreanos), moyashi (broto de feijão), molho coreano levemente picante e ovo frito. O ovo deve ser cortado e misturado com o restante, antes de degustar.

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SAIR PARA COMER

Para os fanáticos por churrasco, o menu também traz a versão típica: a tábua de churrasco coreano, que conta com Bulgogui, Bulgarbi (costela bovina em corte de tiras finas marinado em molhos coreanos), costela suína ao molho pouco picante coreano e panceta coreana em cortes finos também com molho levemente picante. A sequência é servida no jantar, de terça a sábado e no almoço, aos finais de semana. Para quem não quiser encarar o menu completo, o restaurante tem duas opções à la carte no cardápio: o Bibimbap e o Soomaki. De segunda a sexta, no almoço, a casa tem buffet de culinária coreana e brasileira. Os pratos do cardápio são feitos à base de carne, camarões e lulas, mas o menu também conta com versões vegetarianas e veganas dos mesmos pratos.

Drinks exóticos Para beber, os exóticos drinks preparados com uma espécie de cachaça coreana, feita a partir de arroz, o Soju. Opções como a sojurita, com frutas da época, além do Soju Sour, Soju Brother, Soju Mango e Soju Cinnamon Sweet incrementam a carta de bebidas.

Para os pequenos A casa também oferece pratos para as crianças, sem pimenta. E para que os pais possam apreciar a culinária coreana com mais tranquilidade, o restaurante tem espaço kids com videogame, TV, brinquedos, puffs e local para desenhar e ler, com acompanhamento de monitores.

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Foto: Divulgação

O KOREANO TEM SERVIÇO DE VALLET E FICA NA RUA GOIÁS, Nº 83, NO GONZAGA. O TELEFONE É (13) 3323.1568. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: SEGUNDA, DAS 11H30 ÀS 15H. DE TERÇA A SEXTA, DAS 11H30 ÀS 15H E DAS 16H30 ÀS 23H30. SÁBADO, DAS 12H ÀS 23H30 E DOMINGO, DAS 12H ÀS 16H.



CHECK IN

Casa Grande Hotel Resort & Spa LUXO E TRADIÇÃO COM VISTA PARA O MAR Um casarão no estilo colonial brasileiro, construído em 1972, integra o complexo do Casa Grande Hotel Resort & Spa, em Guarujá. Ao contrário do que muitos pensam, a construção foi erguida já com o intuito de ser um hotel e hospedou a nata da sociedade paulistana - e chegou a receber até xeiques - nas décadas de 1970 e 1980. Projetado por Adolpho Lindenberg, um dos mais importantes construtores de São Paulo, o resort foi um marco na urbanização de Guarujá. Assumido pelos grupos Tavares de Almeida e Zwecker, em 1994, ganhou novos ares, com a ampliação da área de eventos e 100 novos apartamentos, um investimento de 12 milhões de dólares, entre 1997 e 2002.

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Hoje o Casa Grande possui 265 apartamentos, divididos em seis categorias, além de três chalés com três suítes cada, afastados do prédio central. O complexo ainda conta com uma das mais exuberantes piscinas de hotéis do litoral paulista, quadras de tênis, salão de jogos, academia, cinema, duas boates e a Casa da Criança, com programação para a garotada o dia inteiro. O suntuoso e aconchegante lobby recebe hóspedes e não hóspedes para um drink ou um café, com boa música ambiente e música ao vivo nos feriados e finais de semana de temporada. Para quem vem a negócios, o hotel dispõe de um Centro de Exposições, com cerca de 5 mil metros


POR DIEGO BRÍGIDO • FOTO DIVULGAÇÃO

quadrados, ideal para feiras, shows, congressos e convenções e um Centro de Convenções, de 1400 metros quadrados, divididos em 5 salões independentes. Este complexo garante cerca de 250 eventos por ano ao hotel. É no Centro de Exposições que acontecem os já consagrados Shopping de Verão, na alta temporada, e o Sport Center, com atrações para crianças e jovens, no mês de julho. Para garantir a qualidade da hospedagem, o hotel é membro da Preferred Hotels & Resorts, uma cadeia norte-americana de hotéis independentes, que realiza auditorias ocultas nos hotéis, avaliando os serviços prestados em todos os setores.

Dentro do complexo estão ainda o bistrô francês Saint Malo, o Atlântico Frutos do Mar, o Colonial e o restaurante Spa, com culinária balanceada e exclusiva. Um dos destaques gastronômicos do complexo é a tradicional feijoada com música ao vivo, servida no restaurante Atlântico, de frente para o mar e ao lado da piscina. Hóspedes e não hóspedes podem desfrutar deste almoço, que dentre tantos outros diferenciais, conta com uma baiana fazendo a couve na hora.

O CASA GRANDE HOTEL RESORT & SPA ESTÁ NA AV. MIGUEL STÉFANO, 1001, NA PRAIA DA ENSEADA, EM GUARUJÁ. O TELEFONE É: (13) 3389.4000 E O SITE: WWW. CASAGRANDE HOTEL .COM.BR

Spasíssimo

Gastronomia

O Casa Grande também conta com um Spa completo, que oferece, além de cuidados estéticos, tratamento medicinal, com médicos renomados, disponíveis também para não hóspedes.

A culinária é mais um dos pontos fortes do resort. São cinco restaurantes com gastronomias distintas, sendo um deles, o premiado Thai, especializado em cozinha tailandesa, com decoração temática e clima intimista, instalado em um deck na praia, em frente ao hotel.

Então, você já sabe, não precisa estar hospedado para curtir este complexo deslumbrante na Praia da Enseada. Os restaurantes, o bar do lobby e o Spa estão abertos ao público. E para quem quiser curtir um dia inteiro usufruindo de toda a estrutura do hotel, é possível comprar um day use.

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CONCIERGE

ILUSTRAÇÃO: CHRISTIAN JAUCH

HYGGE Lembram da Bárbara Anderáos, da Objeto Cerâmico, citada aqui na Nove, de junho? Não paro [ainda bem! S2] de cruzar com ela por aí e, no mês passado, em sua oficina de carimbos na 4ª edição do Encontro de Criadores, falamos sobre a Dinamarca.

BRUNO REIS Publicitário, bacharel em turismo, especialista em comunicação organizacional e relações públicas e guia de turismo. Há 13 anos atua no mercado de hospitalidade e comunicação na Baixada Santista e Capital. concierge@revistanove. com.br

O país europeu é símbolo de felicidade, “hygge-mente” vivida também nos seus longos e escuros invernos. A propósito e, mesmo que contrarie a lógica de alguns de nós, winter time é a melhor época para experimentar e ser Hygge na Dinamarca, com chocolate quente. Mas também no verão com um canecão de chá com limão. E pode ter bolo ou sanduiche em pão rústico. E por que não, também por aqui, o ano todo? Hygge (pronuncia-se "hû-ga"), assim como Saudade para nós, é difícil de se traduzir para outras línguas. ToveMaren Stakkestad, tradutora dinamarquesa, diz, inclusive, que não é para ser traduzido. É para ser sentido. Vou, aqui, arriscar, então, e dizer que sua melhor interpretação é aconchego, trazido por alimentos e bebidas reconfortantes, experiências amigáveis, ambiente acolhedor - e ele pode ser absolutamente simples - e, claro, velas, muitas velas para aquecer e iluminar, e trazer paz, ao redor e por dentro. É sentir-se, simplesmente - e pra que mais? em casa. Como diria minha ex e sempre querida terapeuta, coloque isso na prateleira...

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Em recente bate-papo com a jornalista especializada em comida [sim, comida, simples assim] Fernanda Lopes, com o editor da Nove, Diego e com a coor-

denadora do curso de Gastronomia da Unimonte, Fátima Duarte, falamos sobre os desafios da profissão de gastrônomo, confundida com frequência - isso não é crítica ou pesar - com a de cozinheiro. Então, humildemente, falei sobre a necessidade dos alunos experimentarem, nas aulas sobre serviço, mais do que técnica [segure a bandeja assim... sirva pela esquerda e recolha pela direita...], moral, para acolher e fazer o cliente não sentir-se cliente... Lembra da prateleira? Vai até lá... eu espero! Fazer ele sentir-se hóspede, como de um hotel de um único quarto, especialmente decorado para ele com travesseiros recheados de sonhos. Sentir-se num banquete com comida de mãe, avó... \o/ Comida? Estrangeiros? Hummm... já sei! Rua Dr. Tolentino Filgueiras, em Santos, no bairro do Gonzaga, que já se tornou um celeiro gastronômico. Inclusive, um grupo de empresários parece estar apostando na cozinha internacional, investindo até em atendimento por garçons estrangeiros em uma de suas casas. Dinamarqueses por lá? Hygge? Será que está se buscando aproximar o mundo e seu jeito de ser - do Santista? Ou o Santista do mundo? Complementando o currículo das universidades? Seja como for, seria bom demais poder experimentar, lá e na região, mais e mais, este espírito escandinavo. Vou até a Tolentino. Volto em janeiro. E conto o que encontrei.



CAPA

Para beber menos

e melhor na região POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: CHRSTIAN JAUCH

PARECE QUE A CULTURA BRASILEIRA DA ‘LOIRA ESTUPIDAMENTE GELADA’ ESTÁ COM OS DIAS DE UNANIMIDADE CONTADOS. OS APRECIADORES DE CERVEJAS RESOLVERAM SEGUIR A ORIENTAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS GRANDES FABRICANTES E, ALÉM DE PASSAREM A BEBER COM MODERAÇÃO, COMEÇARAM A SE PREOCUPAR MAIS COM A QUALIDADE DA CERVEJA E COM O PROCESSO DE PRODUÇÃO. NESTE CENÁRIO, AS CERVEJAS ARTESANAIS COMEÇAM A SE DESTACAR E GANHAR ESPAÇO NAS PRATELEIRAS DOS EMPÓRIOS, SUPERMERCADOS E ADEGAS E CHEGAM COM MAIS FORÇA NAS CARTAS DOS BARES E RESTAURANTES. NA BAIXADA SANTISTA NÃO TEM SIDO DIFERENTE: ALÉM DE AS MICROCERVEJARIAS TIRAREM PARTE DO ESPAÇO ANTES OCUPADO EXCLUSIVAMENTE PELAS GIGANTES DO MERCADO, OS CERVEJEIROS CASEIROS COMEÇAM A DAR O AR DA GRAÇA E JÁ TEM MUITA CERVEJA COZINHANDO EM PANELAS PELAS CIDADES DA REGIÃO.

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A Cerveja na História

A história da cerveja é tão antiga quanto interessante e remonta aos primórdios da civilização, quando há 10 mil anos atrás a população deixou de ser nômade e passou a se estabelecer em locais onde havia terras cultiváveis. Os cereais passaram a ser cultivados por estes povos e, em algum momento deste período, acredita-se que um pouco de pão produzido com estes cereais teria molhado e começado a fermentar ao ar livre. Aos poucos, vão surgindo as primeiras bebidas fermentadas. Ou seja, a fermentação natural surgiu de um tremendo vacilo, pois era inconcebível estragar comida naquela época. A primeira notícia sobre a prática da cervejaria data – acredite – de 6 mil anos atrás, na Mesopotâmia, pelos Sumérios. Os egípcios e romanos ajudaram a disseminar a cultura daquele líquido escuro, turvo e amargo, que caiu na graça dos povos, principalmente porque causava alegria e era uma alternativa à água, sujeita a contaminações diversas. Na Idade Média, os conventos assumiram a produção de cerveja e os monges puderam aperfeiçoar as técnicas de fabricação. Sim, os monges! Aos poucos, entre os séculos VII e IX, começaram a surgir os artesãos cervejeiros e as tabernas e cervejarias passaram a ser locais onde se discutiam assuntos importantes e se fechavam negócios entre um gole e outro. A cerveja passou por inúmeras transformações desde o seu surgimento, incluindo a adição do lúpulo, na Alemanha, no século IX, e a descoberta do papel das leveduras no processo de fermentação, por Louis Pasteur, no século XIX. Ou seja, a breja que você bebe hoje é completamente diferente do que aquela bebida feita de cevada fermentada – a cervisia – consumida pelos adoradores de Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade de outrora. No entanto, o processo de produção – caseiro e artesanal – em ascensão nos dias atuais, está bem próximo daquele utilizado nas cidades europeias do século XII.

Artesanais no Cenário Nacional

O Brasil já conta com mais de 400 cervejarias, entre grandes e micros, volume que dá ao país a terceira colocação entre os produtores de cervejas no mundo, com 140 milhões de hectolitros ao ano, atrás dos EUA e da China. Deste total de cervejas produzidas, 1,5% é representado pelas cervejarias artesanais, que crescem 40% ao ano no país. A variedade de opções de cervejas artesanais tem

alterado o padrão de consumo e as escolhas dos consumidores brasileiros. As cervejas especiais ganham cada vez mais espaço na rotina dos apreciadores, que começaram a valorizar as bebidas de puro malte. O relatório de inteligência do Sebrae sobre o assunto, de junho de 2015, aponta que 69% dos consumidores de cervejas já estão dispostos a pagar entre R$ 11 e R$ 20 por uma garrafa de cerveja artesanal e que 47% gasta de R$ 100 a R$ 150 com cervejas especiais por mês. O mesmo relatório mostra que 88% dos que bebem as especiais são homens, com faixa etária de 25 a 31 anos, e 69% têm curso superior. Entre os pesquisados, 84% bebe de uma a três garrafas por situação de consumo, o que reforça a busca pela qualidade e não mais pela quantidade para este público. Afinal, quem ainda prefere a loira gelada acaba bebendo bem mais. O cenário só não é mais favorável devido à alta carga tributária – as microcervejarias amargam até 60% de impostos no valor de venda de seus produtos. A invasão das importadas também atrapalha um crescimento ainda mais rápido do mercado nacional. Mesmo assim, no primeiro semestre deste ano, a rede Mestre-Cervejeiro.com, que tem cerca de 1000 rótulos, vendeu 63% de artesanais nacionais contra 37% de importadas. Especializada em cervejas especiais, a rede abriu o mês de agosto com 50 lojas em todo o Brasil e estima fechar o ano com 71 unidades, prevendo um faturamento 157% maior que o ano anterior, ultrapassando os R$ 17 milhões. O Pão de Açúcar, uma das maiores redes varejistas do país, já oferece mais de 150 rótulos de marcas diferentes em suas prateleiras. As gigantes do mercado de produção industrial estão adquirindo microcervejarias ou investindo em rótulos especiais, de olho nestes consumidores dispostos a pagarem até três vezes mais pelas artesanais. A Ambev, por exemplo, comprou a premiada cervejaria mineira Wäls, em 2015, ampliando seu portfolio com a inserção da primeira cervejaria artesanal do grupo, que já contava com rótulos como a Bohemia Reserva. A Wäls tem faturamento anual de R$ 9 milhões e produz 500 hectolitros de cerveja por mês. No mesmo caminho, a Kirin já havia saído na frente, com a aquisição da Baden Baden e da Eisenbahn. Em ambos os casos, a Ambev e a Kirin se comprometeram em não mexer nas fórmulas das cervejas já produzidas pelas marcas adquiridas. Os apreciadores agradecem.

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CAPA

Artesanais X Industriais

Com o crescimento das cervejarias artesanais, a cultura do homebrewing – produção de cervejas caseiras – ganhou força. A ideia teve impulso nos anos 1980, nos EUA, e se alastrou, caindo nas graças dos brasileiros, que hoje engrossam o caldo daqueles que produzem cervejas na cozinha ou na garagem de casa. Ao contrário das cervejas consideradas mainstream, de produção industrial, que precisam chegar às prateleiras em grande quantidade e com custos reduzidos, as cervejas artesanais priorizam a qualidade, a exclusividade e a diversidade de estilos, mas não necessariamente são produzidas em pouca quantidade. Já as cervejas caseiras, aquelas feitas em panelas, em casa, também são consideradas artesanais e têm produção limitada a cerca de 20 a 40 litros por vez. Vale reforçar que a cerveja industrializada não deixa de ter qualidade por ser produzida em

Curso de Produção de Cerveja Artesanal na Mucha Breja

Produção controlada + Receitas exclusivas + Preocupação com a qualidade + Sem aditivos químicos + Variedade de Grãos, Lúpulos e Leveduras + Beber em temperatura mais elevada.

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massa, uma vez que ela atende ao que se propõe. Também é importante ressaltar que as cervejas artesanais podem ser produzidas com tecnologia, mesmo que em menor escala. Certo é que a maioria dos cervejeiros caseiros considera boa parte das cervejas mainstream ‘xarope de milho’. Esta comparação se dá porque, para baratear a produção, as grandes cervejarias substituem até 40% do malte por cereais de mais fácil acesso, como o milho e arroz, alterando sabor, aroma e peso da cerveja, mas tudo conforme rege a lei. A fermentação das cervejas massificadas é acelerada com produtos químicos, para que elas possam ir às prateleiras com mais rapidez. Além disso, corantes, estabilizantes, conservantes e aditivos para fazer espuma são adicionados ao processo. No caso das artesanais, o teor alcoólico deriva da fermentação de ingredientes naturais, como cevada, trigo, centeio, aveia, frutas, ervas ou especiarias.

O produto final de uma microcervejaria é resultado do cuidado especial de um mestre cervejeiro, que definiu o perfil da cerveja por meio de uma receita exclusiva e que controlou o processo do início ao fim, ajustando o que fosse necessário. Ou seja, há a participação efetiva do produtor em todo o processo. Outra diferença das artesanais se comparadas às industriais é que as primeiras usam diversos grãos maltados e não maltados, além de variedades de lúpulos e leveduras, para garantir os inúmeros estilos diferentes de cervejas. Todos estes fatores, somados aos altos impostos já mencionados, tornam as cervejas artesanais mais caras que as de grande escala. Ainda assim, o consumo delas só cresce e conquista um público que dificilmente voltará às comerciais american lagers (que nós erroneamente chamamos de pilsen).

Produção mecanizada + Receitas padrões + Preocupação com a quantidade + Usa aditivos químicos + Acrescenta milho e arroz aos maltes + Beber estupidamente gelada.

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VEJA O PASSO A PASSO DA PRODUÇÃO DE CERVEJA ARTESANAL EM NOSSO PORTAL. ACESSE PELO QR CODE OU PELO SITE: WWW.REVISTANOVE. COM.BR

Afinal, o que vai na sua cerveja?

Processo de produção da cerveja artesanal

Você já ouviu falar em Reinheitsgebot? É provável que não, mas saiba que este é um termo muito familiar para os cervejeiros artesanais. Este é o nome alemão da Lei de Pureza da Cerveja, que determina que a bebida só pode conter água pura, malte e lúpulo.

Quer conhecer o processo básico de produção de cervejas artesanais? Acompanhe em nosso portal pelo QR Code à esquerda.

O fermento (levedura) foi autorizado mais tarde, já que ainda não havia sido descoberto em 1516, quando Guilherme IV, duque da Baviera (região alemã onde hoje se encontra Munique) assinou a tal lei. Muitas cervejarias, principalmente as alemãs e belgas, ainda seguem à risca a Reinheitsgebot e, no Brasil, há cervejarias artesanais e cervejeiros caseiros que também são simpáticos à lei e não acrescentam nada mais que os quatro componentes à cerveja.

Os maltes variam entre diversos estilos de grãos e de tosta, assim como também há variações de lúpulos e leveduras. Além do malte base, podem-se usar maltes especiais, que são importados da Bélgica, Alemanha, EUA e Reino Unido. As leveduras também vêm destes países, além da França, Austrália, República Tcheca e Nova Zelândia. 30


Cervejas para todo gosto Existem hoje mais de 160 estilos de cervejas cadastrados, divididos em três principais famílias, que diferem pela ação das leveduras na fermentação e se subdividem em inúmeros estilos, diferentes entre si pelo método de produção, aromas, ingredientes, cores, sabores etc

Família Lagers

Família Ales

Cervejas de baixa fermentação, na maioria das vezes mais leves e claras. São as mais consumidas no mundo e entre seus estilos está a Pilsener, conhecida popularmente por Pilsen (nome da cidade de origem, na República Tcheca) e erroneamente confundida com a American Lager, aquelas que tomamos geladas, como Brahma, Skol, Itaipava, Budweiser e afins. Neste processo, as leveduras ficam no fundo do mosto.

Fermentadas em temperaturas mais altas, preservam os sabores mais complexos, maltados e lupulados do que as lagers, caracterizando-se como cervejas mais encorpadas e vigorosas. Neste processo, as leveduras ficam sobre o mosto.

As Lagers se dividem em Pale Lagers, as mais claras – além da Pilsener e da American Lager, estão entre os seus subtipos as Premium, mais lupuladas e maltadas (Stella Artois, Heineken e Miller Genuine Draft, além da Brahma Extra, Cerpa, Bavaria Premium e outras), entre outras; as Dark Lagers, a Vienna, originária da Áustria, de cor marrom avermelhada e sabor suave e adocicado de malte levemente queimado; a Bock, tradicionalmente avermelhada, de complexo sabor maltado e alta graduação alcoólica; além de outros subtipos.

Os subtipos de Ales mais conhecidos são as Pale Ales, que se dividem em American Pale Ale, English Pale Ale (ou Bitter), Belgian Pale Ale, Belgian Blond Ale e India Pale Ale (as IPAs, carregadas em lúpulos, criadas pelos ingleses, para aumentar o tempo de conservação das cervejas que seriam levadas para a Índia em navios); as Amber/Brown e Red Ale, as Altbier; as Belgian Strong Ales; as Weissbier, que são as cervejas de trigo, mais claras e opacas, com sabores frutados, de cravo e florais, como a Witbier, e as Stout, negras e opacas, com sabor presente de chocolate, café e malte torrado, além de outras.

Família Lambics Feitas de trigo e têm a fermentação espontânea, pois não são adicionadas leveduras ao mosto, que é fermentado por agentes naturais existentes somente em uma pequena região próxima a Bruxelas, o que justifica a dificuldade em encontra-las e o alto preço. As Lambics lembram espumantes e têm aromas que vão do frutado ao extremamente cítrico. É o tipo de cerveja mais antigo feito no mundo e se divide em Lambic-Fruit, Unblended, Gueuze e Faro.

E o chopp? O chopp vem do alemão schoppe, nome de uma caneca de quase meio litro. É uma cerveja não pasteurizada e, por isso, dura menos tempo – o industrializado dura cerca de 10 dias dentro do barril e não mais que 24 horas após aberto. No caso dos artesanais, assim como a cerveja engarrafada pode variar entre muitos dos estilos acima citados.

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Elas invadiram a Baixada Santista Por aqui a onda das artesanais também chegou com força e além de encontrarmos centenas de rótulos espalhados nas prateleiras e cardápios, muitos bares e restaurantes oferecem opções ‘engatadas’ – os chopes. O grupo de cervejeiros artesanais da Baixada Santista no facebook reúne mais de mil integrantes, unidos para difundir a cultura homebrew no litoral. Eles promovem encontros, degustações, cursos, além de venda e troca de rótulos produzidos caseiramente.

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um evento democrático, pois qualquer pessoa pode participar, basta levar a sua cerveja para provar a dos outros’. Integram a diretoria, além de Edmar, Felipe Alvares, Rodrigo Brudzinski, Otavio Dian, Edwar Fonseca e Ed Neves. A confraria foi fundada em 2009 e, desde então, além de fomentar o encontro entre cervejeiros caseiros, se propõe também a ser uma escola cervejeira, promovendo cursos de produção de cervejas na própria sede, que já está de mudança para um espaço maior, na R. Azevedo Sodré, 22, em Santos.

Há confrarias e grupos de amigos que se reúnem periodicamente para produzir cerveja, trocar informações sobre o assunto e, claro, degustar, degustar e degustar.

Durante a brassagem – o bacana é que todos participam, desde a limpeza e sanitização do material utilizado até esquentar a barriga na panela – muita conversa sobre o assunto e dá-lhe torneirinha do barril aberta.

Acompanhamos um dia de brassagem com o pessoal da Conscerva, uma confraria santista de cervejeiros, que já congrega cerca de 150 frequentadores, que se reúnem semanalmente, às quintas-feiras, num encontro chamado de QUINTA-SIM!

A cerveja ‘brassada’, a ‘Piolho’, uma Extra Special Bitter, receita de Ed Neves, iria fermentar por alguns dias e maturar para ser servida na Oktocerva, uma festa anual com mais de 1000 litros de cervejas caseiras produzidas por mais de 20 cervejeiros da região.

De acordo com Edmar Gonçalves, um dos diretores da Conscerva, ‘a QUINTA-SIM é

Outra confraria de cervejeiros, a Beer Friends, começou despretensiosamente, há dois anos, com


quatro amigos que se conheceram na mesa de um bar e descobriram uma paixão em comum: a boa cerveja.

para o quarteto cervejeiro. Ele conta que a cada brassagem eles convidam amigos para participar e enquanto produzem a cerveja degustam a que foi produzida no mês anterior. ‘Hoje nós conseguimos produzir 20 ou 30 litros de cerveja por brassagem, mas já estamos nos preparando para aumentar a capacidade produtiva’, explica o sócio.

E se tivesse um evento para você levar a sua cerveja e trocar por outra?

O dentista Guilherme Curado, o empresário Flávio Beraldo, o advogado Eduardo Brenna e o corretor de imóveis José Augusto Negrão passaram a se encontrar com frequência e explorar o universo das artesanais. Fizeram cursos, compraram equipamentos para homebrewing e há quase um ano começaram a testar as primeiras receitas. ‘Erramos algumas, mas já fizemos muita cerveja boa e até agora já produzimos 10 cervejas de estilos diferentes, com o rótulo Beer4Friends’, conta Flavio Beraldo. Os encontros são mensais e acontecem na casa da mãe de Guilherme, que liberou um cantinho

E tem! Conheça em nosso portal o Troca Beer, que acontece na 7ª. Avenida Pizzaria e Cervejaria. www.revistanove.com.br Foi neste encontro que conhecemos a cerveja do Marcell Costa, surfista, matemático e adepto das cervejas polêmicas. Ele estava servindo a sua Red Smoked, com abusiva quantidade de malte smoked, que trazia um curioso gosto defumado à breja. ‘Eu gosto de produzir cervejas não convencionais e esta é excelente para harmonizar com um hambúrguer bem gorduroso’, sugere. Também estava lá a Demonho Homebrew, do Eduardo Interlichia de Matos, com 30 litros de IPA. Ateu e vegetariano, Eduardo descreve a artesanal dele como ‘cerveja caseira com o poder de tirar todos do seio da família e colocar na teta da maldade’.

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Quem bebe e quem produz? Definitivamente não há um perfil definido de quem produz cerveja na região e tampouco daqueles que apenas entornam. Certo é que a esmagadora maioria é masculina, principalmente entre os que ‘brassam’, mas há muitas mulheres se permitindo provar a imensa variedade de artesanais e até aquelas que já se arriscam na produção.

maioria, por curiosos, que estão conhecendo este universo agora. ‘É um mercado muito novo no Brasil, que despontou há cerca de cinco anos, então são poucos aqueles que vêm aqui e conhecem bastante sobre cerveja’.

Nara Lima é uma delas, que além de frequentar os encontros da Conscerva, fez curso de produção de cervejas e usa o malte também na produção de bolos e pães caseiros.

Incentivo à produção artesanal

Os cervejeiros estão em todas as profissões, inclusive entre os autônomos – é fácil esbarrar com um médico ou um advogado que produz cerveja por aí. Lucas Bento de Paula, sommelier do Mucha Breja, nos conta que o público do pub é composto, em sua

Curso de cerveja artesanal da SINNATRAH

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Mas, vamos combinar que uma característica deve prevalecer em todos: ser maior de 18 anos.

Foi aprovado na Câmara de Santos o Projeto de Lei que visa regulamentar e incentivar a produção de cerveja artesanal na cidade. ACESSE O QR CODE E ACOMPANHE OS DETALHES EM NOSSO PORTAL. WWW.REVISTANOVE.COM.BR


Turismo Cervejeiro De olho no crescimento deste mercado na Baixada Santista, a agência Parceiros do Turismo, que opera na capital paulista o Beer Night São Paulo, já criou a edição santista do roteiro. O idealizador do projeto, Diogo Dias Fernandes Lopes, conta que ‘o Beer Night oferece aos participantes uma experiência divertida no extenso mundo da cerveja e valoriza a ideia que vem sendo difundida no Brasil: “beber menos e beber melhor”’. O projeto contempla algumas possibilidades de roteiros, como um city tour em Santos com visitação a bares especializados em cervejas artesanais e eventos de brassagem ou a opção que une cerveja e futebol, com visitação à Vila Belmiro e Museu Pelé combinados com um tour cervejeiro. Mais informações em fb.com/ parceirosdoturismo. Lucas Bento de Paula, sommelier do Mucha Breja

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Rótulos para chamar de nossos Você vai encontrar uma infinidade de rótulos dos mais variados estilos nos bares, pubs, restaurantes, adegas e empórios da região. Porém, infelizmente, só encontrará uma cerveja que pode ostentar a bandeira de Santos (não o time, a cidade). Pelo menos, por enquanto, até que as microcervejarias se estabeleçam de vez por aqui. A EverBrew, dos sócios Rene dos Santos e Célio Ongaro Jr, apesar de ser produzida em Botucatu, é santista de berço e se orgulha de produzir a primeira IPA de Santos, vendida em vários locais da cidade e do estado.

Este é o lema dos cervejeiros caseiros. Isso porque a cerveja artesanal é considerada um alimento e como é muito mais complexa que as mainstream satisfazem mais rapidamente. Além disso, estas cervejas são produzias para serem apreciadas e não para matar a sede. E o melhor: como não contêm aditivos químicos, elas não causam ressaca. Mesmo assim, beba com moderação!

Considerada uma marca cigana, pois utiliza a infraestrutura de outra microcervejaria para ser produzida – como acontece com muitas artesanais, foi lançada em julho de 2016 e, em dois meses de prateleira, um de seus rótulos, uma Black IPA, conquistou a segunda colocação no ranking do Untappd (uma espécie de Foursquare dos cervejeiros). A CAIS, cerveja caseira dos sócios Eugênio Martins Junior e Alcemir Emmanuel, também homenageia a cidade dando os nomes dos canais aos rótulos. Até agora, já lançaram a Canal 1, uma American Pale Ale; a Canal 2, uma Weiss e a Canal 3, uma Belgian Blonde.

Conheça algumas outras brejas que você vai encontrar em eventos cervejeiros na Baixada Santista, mas ainda não ocupam as prateleiras. Ainda!

SANTOS – SP

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Há várias opções na região onde encontrar cervejas artesanais, mas o destaque vai para duas franquias e um pocket pub em Santos com as prateleiras repletas de rótulos nacionais e importados, para consumir no local ou levar para casa.

Loja Mestre-Cervejeiro.com Santos

Cerveja Artesanal Boutique

Empório To Beer Pocket Pub

Há um ano em Santos, a loja da rede de franquias de cervejas especiais é referência nacional na promoção de todos os aspectos da cultura da cerveja. São mais de 170 rótulos comercializados para levar para casa ou consumir no charmoso espaço, além de outros itens ligados ao mundo da cerveja.

A rede de franquias de cervejas artesanais de Serra Negra chegou a Santos com cerca de 200 rótulos, além de kits de cervejas e brindes temáticos. Com deck ao ar livre, ambiente interno climatizado e espaço para eventos, oferece petiscos para acompanhar a sua cerveja preferida.

Um aconchegante pub integrado com a loja D’casa, que oferece rótulos artesanais para consumo no local ou para levar e possui variada carta de cervejas para distribuição em estabelecimentos. Oferece serviços como: degustação orientada, harmonização e clube de cervejas por assinatura.

R. Azevedo Sodré, 112 - Gonzaga

R. Dr. Tolentino Filgueiras, 5 -

Av. Washington Luis, 471 -

- Santos

Gonzaga - Santos

Gonzaga - Santos (dentro da loja D'casa)

(13) 3349.5573

(13) 3288.4284

(13) 99663.1188

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/LojaMestreCervejeiroSantos

/CervejaArtesanalBoutiqueSantos

/emporiotobeer

instagram.com/mc.comsantos

www.emporiotobeer.com.br Quartas, quintas e feriados, das 16h

Terça a quinta, das 14h às 20h

às 00h. Sextas e sábados, das 16h

Sexta, das 14h às 22h

às 02h. Domingos, das 13h às 22h

Sábado, das 11h às 22h

instagram.com/emporiotobeer Segunda a sexta, das 13h às 20h Sábado, das 13h às 00h 37


ART&FATO

PROJETO ORLA CULTURAL

25 Museus para chamar de seus Conheça sobre o acervo de cada museu, horário de funcionamento e ingressos, acessando nosso portal pelo QR Code ou pelo www. revistanove. com.br

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Se você quiser fazer um roteiro pelos museus da Baixada Santista, vai precisar de alguns dias para conhecer todo o acervo da região. Na onda de que nem só de praias vive o litoral, 25 instituições museológicas se uniram e criaram um movimento para promover a cultura e divulgar a riqueza histórica da região. O projeto Orla Cultural integra museus em sete das nove cidades da Baixada Santista - Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe. São instituições públicas e privadas, com acervos distintos e visitas monitoradas. Os representantes de cada museu se reúnem periodicamente para discutirem ações de interes-

se do grupo e buscarem melhorias que atendam a todos. Já colecionam algumas realizações, como um plano de comunicação institucional, um guia impresso contemplando os integrantes do projeto, distribuído a turistas e moradores, além de cursos e oficinas de capacitação. Algumas propostas estão sendo elaboradas e um plano de ações futuras já está em desenvolvimento, na busca por parceiros públicos e privados, que ajudem na viabilização do projeto. A implementação de placas de sinalização turística indicando os museus, a ampliação dos totens interativos em locais turísticos e a criação de um roteiro de ônibus que leve o público aos museus são algumas das metas do grupo.


POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: CHRISTIAN JAUCH / ODJAIR BAENA

Os Museus

Enquanto isso, você pode elaborar o seu próprio roteiro entre os museus da região e contemplar a riqueza histórica e cultural da Baixada Santista. Conheça os 25 integrantes do Orla Cultural.

Bertioga Forte São João

Guarujá Fortaleza da Barra Grande Museu Joias da Natureza

Santos Museu do Café Museu do Mar Museu Marítimo Museu do Porto

Museu Pelé Museu da Imagem e do Som Galeria de Arte Brás Cubas Casa do Trem Bélico Pantheon dos Andradas Pinacoteca Benedicto Calixto Museu de Arte Sacra Palácio Saturnino de Brito Museu de Pesca Instituto Histórico e Geográfico

São Vicente Casa Martim Afonso Instituto Histórico e Geográfico

Praia Grande Museu da Cidade Galeria Nilton Zanotti

Itanhaém Museu Conceição

Museu De Vaney

Peruíbe

Memorial das Conquistas

Museu Histórico e Arqueológico

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NOVE

9 Programas diferentões na região

POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: DIVULGAÇÃO

Nada melhor que sair da rotina e encarar programas diferentes. Além de fazer bem à alma, dizem os especialistas, faz bem ao cérebro e, claro, sem contar a possibilidade de ter mais uma aventura no currículo.

Para mostrar que a Baixada Santista está repleta de atrações distintas daquelas que você se habituou a frequentar, nós elencamos nove programas diferentões na região, um em cada cidade, para você não ter desculpas.

SESC Bertioga

1) Day Use no SESC Bertioga A unidade do SESC em Bertioga, uma das mais disputadas do Brasil, oferece o programa de Turismo Balneário. Qualquer pessoa pode curtir um Day Use por lá, basta adquirir um ingresso em qualquer unidade do SESC no estado de São Paulo para aproveitar um dia inteiro, usufruindo de todo o complexo de lazer e atividades programadas para o período. No valor do ingresso também estão inclusos alimentação (conforme o pacote adquirido), estacionamento e vestiário. Mas, atenção: devido à grande procura, é preciso adquirir os ingressos com 30 dias de antecedência. Você encontra mais informações aqui: http://www.revistanove.com.br/sesc-bertioga/

2) Feijoada no Casa Grande Hotel, em Guarujá

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Que tal uma tarde agradável de sábado, de frente para a Praia da Enseada, ao lado da piscina do Casa Grande Hotel, curtindo uma deliciosa feijoada acompanhada de um bom Choro? Você não precisa ser hóspede do hotel para desfrutar da completíssima feijoada ao som da boa música,

Feijoada no Casa Grande Hotel

servida no restaurante Atlântico, na área externa do resort. A feijoada, servida com carnes separadas e com a couve preparada na hora, por uma baiana, é aberta ao público, assim como os demais restaurantes do complexo são. O Casa Grande Hotel Resort & Spa está na Av. Miguel Stéfano, 1001, na Praia da Enseada, em Guarujá. O telefone é (13) 3389.4000 e o site www.casagrandehotel.com.br.

3) Visita à Unipar Carbocloro, em Cubatão A Unipar Carbocloro, indústria química voltada à produção de cloro-soda, em Cubatão, há 30 anos mantém o Programa Fábrica Aberta. A fábrica está aberta à visitação todos os dias do ano, 24 horas por dia, desde que seja feito agendamento prévio. A monitoria é feita por funcionários e funcionários aposentados da fábrica, que guiam os visitantes por todo o complexo industrial – uma das mais modernas plantas de cloro-soda do mundo – e também pela área verde adjacente, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural. Saiba como fazer o agendamento aqui: http://www. revistanove.com.br/fabrica-aberta/


Unipar Carbocloro

4) Troca de gibis na Gibiteca, em Santos A Gibiteca Marcel Rodrigues Paes, que funciona no Posto 5, na orla da Praia do Boqueirão, em Santos, além de ser um ponto de encontro dos aficionados por histórias em quadrinhos, tem uma novidade. Todos os dias acontece uma feira de troca de gibis por lá, basta você levar o seu HQ e trocar por um do mesmo gênero. Além de atualizar o seu acervo, você ajuda o projeto Baú da Gibiteca, que leva gibis para comunidades carentes de Santos. A Gibiteca funciona de 2ª a 6ª feira, das 9h às 19h; sábados e domingos das 9h às 13h. Informações pelo telefone: (13) 3288-1300.

5) Salto de paraglider ou asa-delta, em São Vicente No alto do Morro do Voturuá, conhecido como Morro da Asa-Delta, em São Vicente, é possível avistar, nos dias em que o vento favorece, paragliders e asas-deltas colorindo o céu. Ali funciona o Clube de Voo Livre do Litoral Paulista, o que significa que quem tiver coragem pode contratar um salto duplo, é claro, acompanhado de instrutor. É possível saltar de glider ou asa e ainda ter a aven-

Portinho em Praia Grande

tura filmada. O pouso acontece na pista de pouso da Praia do Itararé. Enquanto você cria coragem para o salto ou aguarda alguém de mais coragem que irá saltar, é possível apreciar a vista deslumbrante e panorâmica das praias e curtir um almoço ou uns drinks no restaurante ao lado da pista de salto. A subida ao morro pode ser feita de carro ou de teleférico, que parte da Praia do Itararé.

6)Um dia no Portinho, em Praia Grande Você sabia que é possível passar uma agradável tarde no Portinho, em Praia Grande? Bem ao lado da entrada da cidade e às margens do Mar Pequeno, o complexo é ponto de encontro de famílias e amigos. Aberto ao público, dispõe de quiosques de alvenaria com churrasqueiras, mesas e bancos, quadras poliesportivas, pista de motocross, playground, além de um restaurante, um píer de pesca e estacionamento gratuito. Instalado em meio à mata atlântica e cercado pelo manguezal, o Portinho é um lugar propício para os amantes da natureza. A agência Caiçara Expedições opera um roteiro de Canoagem Ecológica com duração de duas horas, em meio ao manguezal para contem-

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NOVE

POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: DIVULGAÇÃO

8) Passeio de barco pelos rios, em Itanhaém

Plataforma de Pesca - Mongaguá

plação deste ecossistema, com flora e fauna riquíssimas. O acesso ao Portinho é gratuito, pela Rua Paulo Sérgio Garcia, junto à entrada da Cidade.

7) Pesca na Plataforma de Pesca de Mongaguá Um dos locais mais frequentados pelos praticantes de pesca esportiva do país, a Plataforma de Pesca Amadora de Mongaguá é uma estrutura que avança 400 metros mar adentro e forma um ’T’, com mais de 86 de metros de extensão para cada lado e é uma das maiores plataformas pesqueiras em estrutura de concreto armado do mundo. O local oferece ótima infraestrutura para os pescadores, com sanitários e local apropriado para lavagem dos pescados e utensílios de pesca. É toda iluminada com lâmpadas de vapor de sódio, o que permite a boa visibilidade à noite, inclusive com nevoeiro. A Plataforma fica aberta 24 horas todos os dias da semana. O acesso é controlado e a entrada custa R$ 5,00, crianças de 3 a 10 anos pagam R$ 3,00 e idosos, acima de 60 anos, pagam R$ 2,50. O equipamento fica na Av. Governador Mário Covas Júnior, 10.181, no Balneário Plataforma.

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Itanhaém é conhecida como a Amazônia Paulista, em função de possuir a segunda maior bacia hidrográfica de São Paulo e, principalmente, pelo encontro do Rio Preto com o Rio Branco, que dá origem ao Rio Itanhém. Este espetáculo atrai visitantes de todo o estado em busca de um roteiro diferente e inesquecível, também pela diversidade de fauna e flora que pode ser contemplada durante o passeio. Há embarcações que diariamente partem do píer localizado na alameda Emídio de Souza, na Praia do Sonho, em dois horários, às 9h30 e às 15h30. O roteiro é realizado com no mínimo seis pessoas e tem duas horas de duração, com aproximadamente 4,5 km de navegação, até o encontro dos rios Preto e Branco.

9) Tratamento com lama negra, em Peruíbe A Lama Negra de Peruíbe é famosa por suas propriedades terapêuticas, dermatológicas, antialérgicas e antissépticas. Estudos realizados na década de 70 pelo Instituto Geológico do Estado de São Paulo comprovaram a baixa radioatividade do minério e a ação oxidante que combate os radicais livres, responsáveis pelas sensações de cansaço e estresse. Desde então, a lama é procurada por turistas e moradores para fins medicinais e estéticos. No Lamário de Peruíbe, é possível fazer um tratamento facial, com aplicação de 20 minutos, que custa R$ 3,00. O Lamário fica na Av. Dr. Mário Covas Júnior, 204, no Centro, ao lado do Aquário e funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, e aos sábados, das 10h às 16h, mas as aplicações encerram meia hora antes. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (13) 3455 2463.


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COM A PALAVRA

O futuro do trabalho Seria bom saber que tipo de profissional o mercado vai querer em 2020? Quais as habilidades que as pessoas precisarão ter para trabalhar? Imagino que este assunto seja do seu interesse. O Instituto de Pesquisas da Universidade de Phoenix tem um departamento chamado “Institute For The Future - IFTF”, que estuda tendências emergentes e as descontinuidades que transformarão o mercado, o trabalho, a aprendizagem e a sociedade de forma global. Alguns desses vetores disruptivos de mudança identificados são: aumento da expectativa de vida, ascensão dos sistemas e máquinas inteligentes, mundo computacional, ecologia de novas mídias, organizações super estruturadas e o mundo globalmente conectado. SANTIAGO CARBALLO Designer de Futuros, e ativador do movimento cultural #Tâmusaê, que propaga a Economia Criativa e a Educação Criativa na Região Metropolitana da Baixada Santista santiago@tamusae. com.br

Em 2011 – há 5 anos, o IFTF publicou o relatório “Future Work Skills 2020” (Habilidades futuras de trabalho em 2020) e listou as 10 habilidades-chave que serão requeridas pelo mercado em 2020, descritas a seguir.

Produção de sentido:

habilidade em determinar o mais profundo significado ou sentido daquilo que está sendo dito, expresso ou comunicado;

Inteligência social:

conectar-se aos outros de forma direta e profunda, sentir e estimular reações e interações desejadas;

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proficiência em pensar e trazer soluções e respostas além daquelas convencionais, baseadas em regras;

Competência cross-cultural:

operar em cenários e ambientes com diferentes culturas;

Pensamento computacional: traduzir vasta quantidade de dados em conceitos abstratos e entender raciocínio baseado em dados e informações;

Alfabetização em novas mídias:

acessar e desenvolver, de forma crítica, conteúdo que use novas formas de mídia, para influenciar a comunicação persuasiva;

Interdisciplinaridade:

entender e interpretar conceitos transversais a múltiplas disciplinas;

Mentalidade de designer:

representar e desenvolver tarefas e processos de trabalho para atender demandas específicas desejadas pelo mercado;

Gerenciamento de carga cognitiva:

classificar e filtrar informações por importância, entendendo como maximizar o processo cognitivo, utilizando várias ferramentas e técnicas;

Colaboração virtual:

trabalhar produtivamente, mobilizar engajamento e demonstrar sua presença como membro de uma equipe virtual. Se você está na faculdade e vai se formar nos próximos 4 anos, sugiro que aprenda o que interessa. Provavelmente seu curso não ensine essas coisas. Infelizmente é normal aprendermos sobre o que acontecia no passado. A grade curricular dos cursos não costuma contemplar nem as habilidades e competências comportamentais requeridas pelo mercado hoje em dia. Mas o que importa mesmo é aprender como será o futuro. Como será o seu? Vai esperar para ver ou vai fazer acontecer?


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Traga a sua família para a feijoada do Novotel Santos SP. • Carnes preparadas em panelas separadas; • Buffet de doces inclusos; • Música ao vivo (chorinho). Conheça também a nossa opção de Almoço Executivo por apenas R$39,00.De segunda a sexta, das 12h às 15h. • Inclui entrada, prato principal e sobremesa.

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ROLOU POR AQUI

Festival Gastronômico de Guarujá Durante os meses de setembro e outubro, Guarujá sediou a sétima edição do Festival Gastronômico de Guarujá, com realização da Associação Comercial e Empresarial da cidade (ACEG), presidida pelo atuante Rogério Sachs, e organização da PromoAry Eventos. Foram 34 restaurantes participantes, que ofertaram menus especiais para o festival, de gastronomias diversificadas. Uma iniciativa

que agitou a cidade e movimentou a rede gastronômica.

A Revista Nove Cidades foi apoiadora deste projeto e acompanhou os dois eventos de lançamento, que aconteceram em Guarujá, no belíssimo Ferraretto Hotel e em São Paulo, na sede da Abrasel. Acompanhe um pouco destes dois momentos e ficamos na expectativa pela próxima edição do festival. 02

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1 – José Oscar Padilha e Ariadne Wanderley, os organizadores do evento, satisfeitos com as belíssimas festas. 2 – A Estrella Galícia foi patrocinadora dos dois eventos e ofereceu seus rótulos aos convidados. 3 – A chef Maria Dias, responsável pelo coquetel servido no evento na capital recebeu a visita ilustre do chef Eudes Assis. 4 – Ibis Gonçalves e Sandra Chiamulera, do Guarujá Convention Bureau, embelezando a festa. 5 – Rogério Sachs e Jairo Nobre, empresário guarujaense com três restaurantes na cidade. 6 – O editor da revista Nove Cidades, Diego Brígido, com a gerente da ACEG Carmem Gomes, Felipe Sacoman e Bruno Reis, da Secretaria de Turismo de Guarujá.


POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS ORGANIZAÇÃO DO EVENTO

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7 – Michele Divino, consultora do escritório regional do Sebrae-SP. 8 – Lourival de Pieri, diretor do Casa Grande Hotel Resort & Spa. 9 – Os organizadores ladeados pelas belas Carol Kauer, da Santos Gastronomia, Natália Kertes, Marcia Miranda e Vânia Jordão, do Sofitel Guarujá Jequitimar. 10 - Vitor e Maria Claudia Holzhacker, ele, gerente de A&B do Ferraretto Hotel, que sediou a festa em Guarujá e ela, competente fotógrafa. 11 – Toni Sando, presidente do São Paulo Convention Bureau, prestigiou o evento em São Paulo. 12 – O anfitrião Rogério Sachs, com a esposa e a filha, acompanhados dos organizadores do festival Ariadne Wanderley e José Oscar Padilha.

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CAFÉ DAS NOVE

Sai pra lá com seu barulho que meu silêncio quer passar

DIEGO BRÍGIDO Jornalista e bacharel em turismo, especialista em comunicação, turismo e hospitalidade. Editor da Revista Nove Cidades.

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O mundo exige que façamos barulho, que sejamos barulho. Para mostrar produtividade, para provar superioridade ou para impor respeito. Barulho pra tudo. Nós já nascemos fazendo barulho e nossa mente cada vez mais grita por silêncio.

frente ao computador pode nos colocar em silêncio com o outro, mas não conosco mesmo. O silêncio merece um momento só dele. É como um encontro, mas sem muita cerimônia. Pode ser em qualquer lugar, a qualquer hora, desde que consigamos desligar o barulho do mundo.

Os diálogos são cada vez mais vazios, ainda que deveras barulhentos. Não há espaço para o silêncio nas conversas, para a reflexão, para o saber ouvir. E ainda assim, elas nos dizem quase nada. Conversas barulhentas e mudas. Nós não sabemos ouvir porque não sabemos calar.

Temos por hábito valorizar o silêncio quando estamos no campo, em meio à natureza, afastados dos ruídos da cidade. É mais fácil percebê-lo e permiti-lo chegar. Geralmente saímos revigorados destes encontros com a gente mesmo.

Diz um provérbio que quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz. Sinto que nossos ruídos vêm à tona para disfarçar nossos vazios e para calar nosso silêncio. Quando, na verdade, deveríamos dar voz ao silêncio. Deixar a quietude falar é se permitir refletir, ponderar, compreender e, no caso de um diálogo, significa respeitar o outro, o barulho do outro.

A necessidade do silêncio é tanta que cada vez mais pessoas o buscam nas meditações conduzidas, no yoga ou em diversas outras práticas, como que tentando doutriná-lo. Só é preciso uma coisa para isso: tempo. Vamos dedicar alguns minutos, alguns dias na semana, para uma conversa franca com a gente mesmo. Na verdade, esta conversa pode ter mais um integrante, este sim, exímio ouvinte, que nos criou no silêncio, mas que está sempre disposto a ouvir nosso barulho. Se você não sabe como começar este papo, aquiete o coração e deixe que Ele conduza a conversa. Em silêncio!

Tenho grande admiração por pessoas que começam um discurso precedido por um silêncio. Isso me faz crer que ali vem um falar pensado e, logo, que existe um grande respeito pelo ouvinte. Incríveis estas pessoas. Muito se fala que o silêncio é essencial para o autoconhecimento e que nós só sabemos de fato quem somos quando nos enfrentamos sem as nossas máscaras sociais. O barulho faz parte de nossa estrutura social e parece nos servir de escudo aos nossos dilemas existenciais. Eu me sinto, muitas vezes, boicotando meu silêncio para seguir em paz. A falsa paz que vem do caos, mas que nos esconde de nós mesmos. A vida nas cidades e todas as ferramentas que nos mantêm conectados com o mundo estão roubando nosso silêncio. E não é apenas o silêncio da boca a que me refiro, mas o silêncio do cérebro, da alma. Passar horas lendo em


PERSONA

POR DIEGO BRÍGIDO • FOTOS: ODJAIR BAENA

Artesanais e Deliciosos Paulo Martinelli saiu de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, em 2007, e veio trabalhar em Guarujá. Logo começou a sentir falta da comidinha da mãe, então ligava para ela para pedir dicas e passou a testar as receitas em casa. A comida de Paulo foi ficando famosa entre os amigos e ele foi tomando gosto pela cozinha. Em 2013 começou um curso de gastronomia e após três meses, ganhou um concurso gastronômico e a paixão pela comida despontou. Começou a criar hambúrgueres caseiros para os amigos e criou a página Hambúrguer em Casa nas redes sociais. Largou o emprego no começo deste ano e resolveu investir em uma hamburgueria em Guarujá. ‘Eu queria trazer um empreendimento gastronômico inédito para a cidade’, relembra.

Paulo investiu sete meses no projeto da Rio’s Burguer e com ajuda de um amigo arquiteto, do irmão e do sogro projetou e montou a hamburgueria, inclusive os móveis. A casa fica na badalada Rua Rio de Janeiro, o que justifica o nome e a temática do ambiente. ‘Nossa missão é ser a melhor hamburgueria da região e uma das melhores do Brasil, e já estamos estudando uma unidade no Rio de Janeiro’, anima-se. Um novo cardápio está sendo elaborado, com mais de 15 opções de lanches, entre os clássicos e os ‘monsters’, que fazem sucesso e serão mantidos. A Rio's também tem porções e saladas, além de cervejas especiais e sobremesas. E para a nossa alegria, o Paulo nos ensinou a receita de um dos mais pedidos da Rio’s, o Copacabana.

A receita!

EU GANHO A NOITE QUANDO VEJO UM CLIENTE VOLTANDO À CASA. E ELES SEMPRE VOLTAM COM MAIS GENTE. PAULO MARTINELLI

costela) % de acém e 60% de • Blend de carnes (40 s e moer as duas ueiro limpar as carne • Pedir para o açoug juntas, duas vezes. r em forma de ne misturada e molda • Pesar 160 g da car 1,5 cm de altura. disco, com cerca de ente na hora ta do reino a gosto som en pim e sal ar loc • Co ldado. de ir à frigideira, já mo lmente creme de para dar liga, principa da na r [Não é preciso usa l do hambúrguer] característica artesana cebola, que vai tirar a tida em banho iga clarificada (derre • Pincelar com mante impurezas). a branca, para tirar as maria e coada a espum tos de cada nu mi a bem quente por 3 • Colocar na frigideir passado). m (be o lad nutos de cada mi 4 ou ) nto po (ao lado quente, para que frigideira esteja bem a e qu te tan por im [É não perca a sucuado imediatamente e o hambúrguer seja sel lência] derreter. eddar e abafar para • Colocar o queijo ch em uma grelha, do por dois minutos • Deixar descansan montar. fora do fogo, antes de amelizada, leva bacon, cebola car m bé tam a an cab pa • O Co , no pão preto. alface, tomate e picles

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dezembro 09_10_11 s e x . s ĂĄ b. d o m

14-22hs

casa de frontaria azulejada

rua do comĂŠrcio,96-centro-santos-sp




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