Notícias do CEL - Abr 2011

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Concurso fotográfico 2011: Conheça os vencedores! Clube Excursionista Light - Boletim Informativo Ano 53 – nº 369 – Abril/Maio de 2011 “Excursionando conhecerás melhor nosso Brasil”

1° Lugar: Marco Alves.

2° Lugar: Príamo Melo.

Primeira vez no Dedo de Deus

3° Lugar: Marco Alves.

IMPRESSO

Montagem de Paradas - Velhos e novos métodos Escalando em Pernambuco Aniversário no Escalavrado


EDITORIAL

Nesta Edição:

O Clube está cada vez mais animado, e o reflexo disso está bastante perceptível nesta edição do boletim. Prepare-se para vivenciar as emoções que nossos sócios sentiram durante as excursões do CEL. Alegria, conquistas e superação não faltam por aqui. Veja também a terceira parte da série sobre montagem de paradas, pois além da diversão, também estamos comprometidos com segurança e conhecimento! Claudney Neves

Programação permanente na sede do CEL: - Todas as Terças: Treinamento no muro de escalada - Todas as Quintas: Reunião Social - Terceira semana do mês: Palestra / Debate - Última Quinta-feira do mês: Festa dos aniversariantes

A primeira vez no Dedo pg. 3 Aniversário nas Alturas pg. 5 Remada em Parati pg. 8 Montagem de Paradas: Parte 3 pg. 10 Escalando por aí... Pernambuco! pg. 12 Resultado do concurso de Fotografias pg. 16

Como qualquer viagem de escalada pelo nordeste, escalar em Pernambuco foi um enorme prazer. Encontrar amigos do Brasil inteiro e ver que todos estão sentindo a maneira calorosa como o nordestino trata os visitantes é muito bom. Por isso recomendo sempre e a todos que viajem por aquelas bandas, garanto que vão querer voltar, mais de uma vez ;

Expediente O CEL - Clube Excursionista Light é uma entidade sem fins lucrativos que visa congregar adeptos do Excursionismo de Montanha em suas diversas modalidades, proporcionando os meios necessários à prática segura desta atividade em conjunto com a preservação do meio ambiente. Fundado em 12 de fevereiro de 1957. Notícias do CEL é uma publicação de distribuição gratuita destinada aos seus associados e entidades afins. Av. Marechal Floriano, 199 gr. 501 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20.080-004 - Tel .: (021) 2253.5052

DIRETORIA (Gestão 2010-2012) Presidente: Claudney Neves Vice-presidente: João Paulo Seixas Diretor Técnico: Guilherme Silva e Hans Rauschmayer Tesouraria: Julio Bomfime Aliciane Peixoto Secretário-Geral: Márcio Cunha e Daniel Arlotta Diretora Social: Helena Becho Diretores de Ecologia: Alfredo Mager e Marcus Carrasqueira Diretora de Comunicação: Paula Gabriela Diretora Cultural: Gabriela Lima

Treino em muro de escalada às terças, a partir das 18:30h. Reuniões Sociais todas as quintas a partir das 18:30h. É permitida a reprodução total ou parcial deste informativo, desde que citada a fonte. Os artigos publicados não representam, necessariamente, a opinião da diretoria ou do corpo editorial.

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No domingo voltamos à Pedra da Bicuda e entramos na Amnésia. Via fácil com uma chaminé final interessante e estreita. Essa é melhor subir sem capacete, pois com um não é possível passar. O dia já estava meio preguiçoso. Gabi, Guilherme e eu fechamos com uma esportiva no Setor Microondas. Boa via de 7ª, com uma saída bruta e fenda final deliciosa. Voltamos à noite e, após o banho, participamos das atividades do Encontro, como nos dias anteriores, que são recheados com palestras, vídeos e diversas atividades para a comunidade. Como falei antes, Mirthis, Patrícia e Carla deram um show de organização.

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Segunda-feira foi nosso último dia em Brejo da Madre de Deus e fechamos em grande estilo. A via escolhida foi o Diedro dos Grampos Mal Batidos, um diedro de 80 metros todo em móvel. Criação do eterno Bernardo Collares e Mariana Candeia. Acordamos antes das 6h e partimos para o local. Como em alguns dos outros setores, é preciso pedir permissão para o dono do terreno onde fica a rocha. Isso é importantíssimo e além de boa educação, vale como política de boa vizinhança. Os moradores são bastantes curiosos e gostam dos escaladores, cultivar esse diálogo com eles é indispensável para manter o acesso. Separamos as peças, que foram muitas e repetidas, principalmente as grandes, bem grandes =) Guilherme guiou a primeira enfiada, desviando as linhas de água do início da via. Gabi foi no meio da cordada e eu fechei os 40 m finais. Um espetáculo. Descemos e almoçamos na Tia Cuca, pra quem eu havia feito um desafio, que ela aceitou e gostou. Falei que queria comer peixe. Quando chegamos ela havia preparado um bacalhau delicioso, regado à cerveja e conversas de final de viagem. Guilherme voltou para o Rio de Janeiro nesse mesmo dia. Gabi e eu continuamos a viagem pela Paraíba e Ceará, mas isso é uma outra história...

A primeira vez no Dedo não se esquece Aliciane Peixoto

O dia 17 de abril de 2011, precisamente às 04h30 da manhã foi a data marcada para esse dia inesquecível. A minha primeira vez no Dedo de Deus! Nosso guia (TitioNanatoCárcaraÍnidodoBrasilContente) já havia marcado várias vezes, mas não teve jeito, os predestinados a comemorarem o seu aniversário mensal eram eu, Hans e Daniel “Taradim”. O dia estava perfeito, sem vento e o sol só aparecia quando necessário. Até para as fotos ele surgia, então fazíamos o click e novamente ele se escondia ou era escondido pelas nuvens. As nuvens, essas sim, minha maiores companheiras, pois escondiam exatamente aquilo que eu não queria ver.: A distância entre onde estávamos e onde as pessoas normais

estavam, o chão. A cada lance, uma emoção. Quando estávamos cansados, vinha a célebre pergunta “Tá chegando?”... E agora? “Tá chegando?” As pernas já não respondiam mais aos comandos enviados pelo cérebro. Na verdade a essa altura eu já nem sabia mais o que era cérebro, perna, braço ... Minha maior preocupação era sem dúvida a “Maria Cebola”, queria a todo custo estar lá. Não sei exatamente o porquê, talvez por pensar que já estava “quase” perto do cume. De fato, quando ela chegou tive a primeira sensação de enjôo, nó na garganta e lágrimas nos olhos (taí o nome). Estava confusa, não sabia ao certo se era emoção ou medinho mesmo. Pronto,

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mas um lance vencido. E lá vem o Hans e depois Daniel, dizendo: “É, dá medinho! Dei graças a Deus por estar na outra ponta da corda.” Na minha cabeça eu só pensava: Nossa, será que eu consigo? Estou exausta. Por que eu não me preparei fisicamente pra isso? Não sei se concordam, mas as chaminés são a melhor parte. Super aconchegantes.! Dá até pra morar lá. E o melhor, você não percebe que está tão distante de onde deveria estar. Até que de repente, o Pulo do Gato (gostoso pra chuchu). Tá chegando? E agora, ta chegando? Mas uma chaminézinha ... Uhuuu! ADORO! Estava começando a gostar., Quando chega o último lance. Meio estranho aquele Passo do Gigante, não? Mas muito maneiro também. Daniel guiou ali. E o Hans ficou pra trás para me dar um “empurrãozinho”, pois eu já tinha tomado a 2ª bronca do TitioNanatoCárcaraÍnidodoBrasilAborrecido (a 1ª foi no ponto de

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encontro, cheguei 4:35am). E agora porque eu já estava subindo desesperadamente doida pra acabar, antes dele montar minha segurança. Uhuuu!!! Acabou, Anne!!! Gritou Daniel. Agora só tem uma escada ada ada ada adaaaaa ... Aquilo ecoou nos meus ouvidos bem na hora do famigerado Passo do Gigante. Escada?! Aqui?! :O Cuméquipode?! Sim, uma simples escada, e abaixo dela, nada ada ada ada ada. Apenas um infinito particular de montanha. O “crux credo” para mim havia chegado. Todos subiram afoitos. E eu? Em pânico, estagnada, travada. Não conseguia chegar perto. Olhei para baixo, as pernas quase se dobravam sozinhas, cheguei para trás. Mudei a estratégia e olhei para cima, percebi o Hans. E pedi: Hans, conversa comigo? Aquela escada deveria se chamar “Pimenta nos Óios”. Fui subindo com os olhos fechados e lacrimejando. E o Hans dizia: bla blabla blábláblá bla bla ... De repente eu ouvi um: Chegou! Abri os olhos lentamente e lá estávamos nós. No cume do Dedo de Deus. Agora já não era mais as pernas que tremiam, mas as batidas do coração faziam todo o corpo tremer. UHUUU !!! BOM DEMAIS!!! KMON!!! Um abraço a todos!

Fizemos cume e descemos a trilha com um sol sobre a cabeça de cada um. Paramos na Tia Cuca e repomos o que faltava, quando alguns escaladores nos viram e nos convidaram para a Pedra da Bicuda, na minha opinião, o melhor setor do lugar. Aceitamos o convite e fizemos a BBzim, de onde avistamos Guilherme em outra cordaTipo de rocha: Granito Tipo das vias: Tradicionais e esportivas Proteções: Fixas e móveis Graduação: 2º a 9º grau A partir de sexta-feira começamos a subir as pedras do lugar. Na noite anterior, Gabi folheou o guia e foi atraída por uma via com um nome sugestivo: Pastor João e a Igreja Invisível, que fica na Serra do Estrago. Quem conhece a menina e Raul Seixas sabe do que estou falando. Começamos por essa, mas para chegar à sua base era preciso escalar um viazinha de 290 m. Fizemos isso e no final da manhã chegamos à via desejada. Um 6º grau em móvel delicioso. Segundo Luciano, um dos conquistadores, foi a primeira repetição sem a presença de um deles – conquistadores.

da ao lado. No sábado fomos conhecer a outra via da Serra do Estrago, Vídia Bandida, fiz uma cordada com Gabi, Guilherme e Bula fecharam outra. Via interessante com crux de 6º grau. Descemos e esperamos o sol dar um trégua. Quando ficou suportável, partimos para o setor dos Desenhos Animados, onde ficam vias dos mais variados graus e estilos. Bom local para um final de tarde.

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Escalando por aí... Pernambuco! Claudney Neves

Desde que comecei a escalar e descobri o Encontro de Escaladores do Nordeste, sempre compareço ao evento. A cada ano é selecionado um estado para sediar o encontro, que hoje deixou de ser regional para se tornar um encontro de escaladores do país inteiro. A 9ª edição do evento (2010), foi sediada em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. Viajei com Paula Gabi em uma quintafeira, na semana anterior ao feriado de 15 de novembro. Guilherme nos encontraria

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em Brejo no dia seguinte. Desembarcamos em Recife e pegamos o metrô para a rodoviária da capital. Não há ônibus diretos para Brejo. É preciso descer em Caruaru e de lá pegar uma Toyota até o destino final. E assim fizemos... Desembarcamos já no final da tarde e após alguns telefonemas, fomos recebidos pelas meninas da organização, que deram um show nesse quesito. O restante do dia foi de reconhecimento da cidade, conversas com o pessoal que já estava por lá e um bom e merecido sono.

Aniversário nas alturas Linonroze Santos

Nada melhor do que comemorar o aniversário no cume de uma montanha, com direito a muitas emoções, E bota emoções nisso!!! Tudo começou quando recebi a programação do CEL, via e-mail, e li que o Renatão seria o guia da excursão ao Escalavrado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos – PNSO no próximo 27 de março. Lá mencionava que teria direito a Parabéns pra Você. Uau, achei o máximo!!! No mesmo instante respondi me convocando e perguntando se depois dos Parabéns pra Você, não poderia ter um Pa-

rabéns pra Mim?! Adoro comemorar meu aniversário, e nas alturas, seria algo que eu nunca tinha feito. Então eu resolvi levar o bolo para cantar parabéns como preza a tradição: aniversário tem que ter bolo!! E comecei a pensar como o levaria. Não faltaram sugestões da família CEL.: O Márcio sugeriu levar a cobertura separada e adicionar no bolo lá na hora. Eu sabia que a melhor forma seria leválo fatiado, mas me negava, porque perde toda a graça. Bom mesmo é o bolo no formato de bolo, embora o Hans fizesse o comentário que bolo é uma delícia em

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qualquer formato. A Gabi e a Anne disseram que iam só por causa do bolo e acabaram dando um bolo na gente. Na véspera comprei o que seria a atração do passeio, um delicioso e suculento bolo de chocolate com crocante e uma fôrma plástica para guardá-lo de forma que ele ficasse sem folgas para não chegar no cume todo “dismilinguido”. Domingo, cheguei às 5:45h no ponto de encontro: Hotel Pulgueiro, próximo à rodoviária. A maioria da turma já estava lá. Às 6:10h, tudo pronto e lá fomos nós: 21 pessoas, rumo ao Escalavrado. Uhuuuu!!! O dia estava lindo e o sol ao surgir dava seu espetáculo. Segundo ponto de encontro: Posto Garrafão, em Teresópolis, onde os carros ficariam e daríamos início a nossa excursão. Todos estavam animados. Tudo certo? Então vamos! Chamava o Renatão que, à frente, comandava a turma e, lógico, sempre achando um tempinho para registrar o momento com o click de sua máquina fotográfica. Como de praxe fiz um vídeo amador mostrando onde seria o nosso destino e começamos a caminhar, acima e avante, devidamente equipados com nossas mochilas. Eu levava, além do equipamento básico, água, lanche e

o BOLO!! Chegamos na base do Escalavrado aproximadamente às 8:15h e prosseguimos sempre subindo, subindo, subindo e não parávamos de subir! A mochila me incomodava, pois não me permitia levantar a cabeça para olhar acima e o peso já se fazia sentir. Numa das breves paradas o Gustavo, do IBAMA, que estava próximo a mim foi muito gentil e deu uma melhorada na minha mochila. Todos nós estávamos indo muito bem. O sol cozinhava nossos cérebros. O calor era intenso e dois colegas ficaram pelo caminho, pois um não se sentia bem, e o outro amigo que foi solidário e ficou para fazer-lhe companhia. Olhei para cima e a turma CEL já ia longe. Eu comecei a apresentar sinais de cansaço, pois não havia me preparado durante a semana e tinha dormido pouco. Tudo contrário ao que aprendemos no CBM, mas não sabia que o percurso era tão pesado. Caminhava, escalava e não chegava nunca! Porém o visual da natureza daquela altura compensava qualquer sacrifício. A vontade de estar reunida com todos, cantar parabéns e comer bolo lá no cume era tanta que arrumei forças. Os amigos ao meu redor foram muito atenciosos e solidários. Gustavo, do IBAMA, Alfredo, do clube de Niterói, a

“Às 6:10h, tudo pronto e lá fomos nós: 21 pessoas, rumo ao Escalavrado. Uhuuuu!!!”

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A segunda solução é usar o Nó UIAA diretamente no grampo (fig. 1). Experimente, é até confortável quando o assegurador cuida de ficar próximo ao grampo (facilita o manuseio)! Mas como esta forma consegue reduzir o impacto no grampo? A física explica: força igual contraforça, lembra?! • Na figura 2 vemos à Fig. 2: Duplicação da força com costura direcionadora. direita a forma comum, com freio no corpo e costura direcio• O assegurador fica livre de qualnadora (o tipo de freio não importa). quer impacto, sem risco de se machuNa queda, há duas forças puxando car ou soltar a corda. o grampo para baixo: o escalador de • Isto é especialmente importante um lado e o freio do outro. O grampo, quando o guia é mais pesado que o portanto, precisa segurar duas vezes assegurador (acima de 25% a mais). a força (até 7kN com frei dinâmico, até • Uma suposta queda será mais cur9kN com estático, conforme medições ta, já que o assegurador não levanta da Confederação Alemã de Alpinismo, vôo (mas também menos amortecida). DAV). • À esquerda vemos a situação com A principal desvantagem é o cocar da o freio no grampo: a força do escalador corda, inevitável com Nó UIAA. é transmitida diretamente ao grampo, No próximo boletim segue a última parlimitada pelo freio (max. 3 kN). Não há te, detalhando a equalização onde ela mais duplicação de forças. realmente é necessária: em paradas em móvel. Lembra que esta solução não funciona Hans Rauschmayer, Diretoria Técnica com o ATC nem com o Oito, já que estes e desenhos: não freiam para baixo. Um freio estático, Fonte Chris Semmel, DAV-Sicherheitsforschung: Übertipo Grigri, passaria um tranco muito su- sicht Standplatzbau, www.alpenverein.de Pit Schubert: Die Anwendung des Seiles in Fels perior ao grampo. Vantagens:

und Eis, Bergverlag Rudolf Rother, München 1998.

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Montagem de Paradas -

velhos e novos métodos

Hans Rauschmayer - Diretoria Técnica Parte 3: Parada simples. Antes de entrar no assunto quero agradecer às valiosas contribuições que chegaram durante as oficinas técnicas e em outras conversas. Quanto maior o tema, mais vale a troca de ideias! Nas primeiras partes desta série vimos que a costura direcionadora mata qualquer equalização. E que a equalização, na verdade, não é necessária em paradas duplas, já que a força não excede 9kN – um backup é suficiente. Conhecemos ainda a parada sequencial para facilitar

Fig. 1: Nó UIAA diretamente no grampo.

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nossa vida (visite nosso site para reler!). Parada dupla, tudo bem, mas ... o que fazemos então onde não tem parada dupla? Como podemos reduzir a força que impacta no grampo? A primeira solução é a eliminação do fator 2. Como fazer? O guia passa do local onde ele pretende montar a parada, sobe mais um grampo, costura e retorna de baldinho. Vantagens: • A cordada fica sempre presa em dois grampos ; • Acabou um problema que ocorre com costuras direcionadoras: na queda, o assegurador é puxado contra a parede, se machuca e ainda corre o risco de soltar a corda para se autoproteger, deixando o guia desabar. • A solução é especialmente prática em cordadas que revezam. Neste caso tem que prestar atenção e inverter a costura acima da parada, já que será o outro quem segue a guiar. Desvantagens há também, claro: em vias com grampeação longa é impossível fazer isto, e mesmo em grampeação curta o esticão é reduzido significativamente.

Ana e o Hans da família CEL demonstraram que de fato, sermos uma família. Teve um momento que o Hans assumiu o peso do bolo, aí dei uma avançada boa, mas depois voltei a cansar, pois não chegava nunca, nossa! Olhava a natureza e agradecia a Deus o momento ímpar. Enquanto isso o Hans jogava a corda para ajudar e vamos nós... Cheguei a pedir que seguissem sem mim, mas o casal amigo dizia.. Vamos lá! Só mais um pouquinho... Ufa! Era 12:23h! CHEGUEI!!! Exausta, mas cheguei! Eh eh eh eh!!! Quanta EMOÇÃO!! Supereime! Encontramos o pessoal descansando e lanchando. Logo o cansaço passou. Hora de cantar PARABÉNS!! O Hans tirou o bolo da mochila e eis que o mesmo estava no formato ESCALAVRADO, pois parte dele cedeu à inclinação em que se encontrava na mochila. Renatão pegou as velas e cantamos, tiramos fotos, filmamos e comemos o bolo que estava uma delícia. As nuvens passavam por nós e o tempo começou a mudar. Estava na hora de descermos... Tudo transcorria muito bem quando começou a chover e tivemos que “rapelar”. Aí começou o congestionamento humano. Enquanto aguardava a vez, observava a evaporação da água da chuva ao bater na rocha quente e a beleza que aquela imagem proporcionava.

A chuva parou e deu-se início ao rapel com os guias sempre alertando para a segurança na descida em rocha molhada, mesmo para quem já sabia. Num trecho lindo do caminho, voltou a chover, só que bem forte. Nunca tinha tomado banho de chuva no meio da mata e cheia de roupas. Ainda bem que meus pés estavam sequinhos. Ficamos parados por uns 30 minutos ou mais e para manter o bom humor, começamos a cantar para a chuva passar; ao contrário dos nossos irmãos índios... Logo que chuva começou a diminuir, surgiu um arco-íris lindo embelezando mais ainda aquele cenário maravilhoso. Agradeci novamente a Deus e pedi para que pudéssemos chegar com segurança à base antes do anoitecer. Perdi a conta de quantos rapéis fizemos, mas o último foi especial, pois era o mais longo. Fui descendo com cautela na rocha molhada e escorregadia onde os filetes d’água deslizavam pelas fendas rumo ao solo fértil. Pisei num acúmulo maior de água e a mesma entrou na bota deixando meus pés encharcados. Que chato! Ainda bem que estava chegando. Agradeci mais uma vez por ter corrido tudo bem. Encontrei a turma conversando animadamente. Ao me verem perguntaram Roze ainda tem bolo? Então o que havia

“Num trecho lindo do caminho, voltou a chover, só que bem forte.”

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sobrado acabou em poucos minutos, Houve até quem lambesse a fôrma plástica, tamanha era a fome. O carinhoso e fraterno casal, Elma e Mollica, além de me oferecer o refrigerante geladinho que haviam trazido, ainda transportaram os amigos até o estacionamento à medida que iam descendo da montanha, poupando-nos da longa caminhada. Poxa, foi demais! Parabéns Elma e Mollica por terem chegado no horário adequado para prestar o apoio e a solidariedade que só quem tem compreensão do que é família, faz! Já era noite e ainda aguardávamos a descida de alguns participantes e dos

guias Renatão, Hans e Flávio, que estão de parabéns pela eficiência, dedicação, bom humor, motivação, disposição e sobretudo pelo profissionalismo. Todos comentavam que no passeio aconteceu de tudo um pouco e que foi muito emocionante. Com certeza a comemoração dos aniversariantes do mês de março no Escalavrado em 2011 vai ficar na memória de todos os participantes, num cantinho bem especial, tamanha foi a emoção sentida. Estávamos todos cansados, mas felizes, muito felizes. A felicidade está na simplicidade dos gestos e no ser útil de coração.

Remada em Parati João Molica

Nestes últimos meses tenho participado de excursões com a Márcia Moura. São, como a própria Márcia diz: “Explorações”. Desta última vez, a proposta foi remar em Parati para conhecer as pequenas praias e os meandros do litoral. Chegamos numa sexta-feira pela tarde e após nos acomodarmos num camping de uns argentinos muito bacanas fomos passear pela Cidade. A parte histórica é rica em sua arquitetura e propicia a “captura” de imagens. (Observe-se que como instrumento de trabalho a câmera dos telefones celulares, apesar da baixa definição, nos proporciona uma plêiade imensa de possibi-

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lidades de trabalho. ) “Fotografamos” ou seja, capturamos imagens com o aparelho celular da Elma. É uma experiência interessante fotografar com celular. Dá para criar uma proposta de trabalho: fotografias com o aparelho celular, que possui uma definição baixa devendo, por isto, se buscar a perícia da escolha da luz, sombra, contraluz, etc. Escolhi como tema “Portas e fachadas”, do qual sempre gostei, tendo me saído bem. Modéstia inclusa...) Além do simples prazer de andar por aquela que foi senão a principal, uma das mais importantes cidades dos ciclos do Ouro e do Café, vivenciamos uma Cidade alegre, colorida repleta de histórias em

suas ”fachadas e sobrados do tempo do Imperador” (Caetano – Terra). Parati é o elo final do “Caminho Velho” com o Mar Oceano. Quantas histórias vêm ao imaginário ao passear pelas suas ruas calçadas de pedra e observando as paredes centenárias, bem como o Mar. No dia seguinte Márcia e Eu remamos pela Baía de Parati, foi uma aventura com algumas ondas, nevoeiro e chuvas, porém nos orientamos e nos saímos bem. O mais gostoso foram as paradas nas praias escondidas.Vale a pena realizar a remada de caiaque. Chegamos por volta das 18:00 h e após um delicioso banho de água doce fomos

jantar em um restaurante italiano conduzido por italianos, sem comentários. (Ristorante Viva er Pizza) Dia seguinte: Pedalada. Um passeio de bicicleta até a “Cachoeira Branca” com investida no “Poço do Inglês”. Depois descidas velozes de bicicleta. A Cachoeira Branca é fascinante e, não se pode esquecer do Poço do Inglês, com suas cordas penduradas nas árvores que proporcionaram deliciosos saltos. No derradeiro dia após passearmos pela cidade retornamos para o Rio de Janeiro, para nossas Vidas repletas de lembranças de uma deliciosa excursão do dia 3 ao dia 6 de janeiro do corrente.

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sobrado acabou em poucos minutos, Houve até quem lambesse a fôrma plástica, tamanha era a fome. O carinhoso e fraterno casal, Elma e Mollica, além de me oferecer o refrigerante geladinho que haviam trazido, ainda transportaram os amigos até o estacionamento à medida que iam descendo da montanha, poupando-nos da longa caminhada. Poxa, foi demais! Parabéns Elma e Mollica por terem chegado no horário adequado para prestar o apoio e a solidariedade que só quem tem compreensão do que é família, faz! Já era noite e ainda aguardávamos a descida de alguns participantes e dos

guias Renatão, Hans e Flávio, que estão de parabéns pela eficiência, dedicação, bom humor, motivação, disposição e sobretudo pelo profissionalismo. Todos comentavam que no passeio aconteceu de tudo um pouco e que foi muito emocionante. Com certeza a comemoração dos aniversariantes do mês de março no Escalavrado em 2011 vai ficar na memória de todos os participantes, num cantinho bem especial, tamanha foi a emoção sentida. Estávamos todos cansados, mas felizes, muito felizes. A felicidade está na simplicidade dos gestos e no ser útil de coração.

Remada em Parati João Molica

Nestes últimos meses tenho participado de excursões com a Márcia Moura. São, como a própria Márcia diz: “Explorações”. Desta última vez, a proposta foi remar em Parati para conhecer as pequenas praias e os meandros do litoral. Chegamos numa sexta-feira pela tarde e após nos acomodarmos num camping de uns argentinos muito bacanas fomos passear pela Cidade. A parte histórica é rica em sua arquitetura e propicia a “captura” de imagens. (Observe-se que como instrumento de trabalho a câmera dos telefones celulares, apesar da baixa definição, nos proporciona uma plêiade imensa de possibi-

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lidades de trabalho. ) “Fotografamos” ou seja, capturamos imagens com o aparelho celular da Elma. É uma experiência interessante fotografar com celular. Dá para criar uma proposta de trabalho: fotografias com o aparelho celular, que possui uma definição baixa devendo, por isto, se buscar a perícia da escolha da luz, sombra, contraluz, etc. Escolhi como tema “Portas e fachadas”, do qual sempre gostei, tendo me saído bem. Modéstia inclusa...) Além do simples prazer de andar por aquela que foi senão a principal, uma das mais importantes cidades dos ciclos do Ouro e do Café, vivenciamos uma Cidade alegre, colorida repleta de histórias em

suas ”fachadas e sobrados do tempo do Imperador” (Caetano – Terra). Parati é o elo final do “Caminho Velho” com o Mar Oceano. Quantas histórias vêm ao imaginário ao passear pelas suas ruas calçadas de pedra e observando as paredes centenárias, bem como o Mar. No dia seguinte Márcia e Eu remamos pela Baía de Parati, foi uma aventura com algumas ondas, nevoeiro e chuvas, porém nos orientamos e nos saímos bem. O mais gostoso foram as paradas nas praias escondidas.Vale a pena realizar a remada de caiaque. Chegamos por volta das 18:00 h e após um delicioso banho de água doce fomos

jantar em um restaurante italiano conduzido por italianos, sem comentários. (Ristorante Viva er Pizza) Dia seguinte: Pedalada. Um passeio de bicicleta até a “Cachoeira Branca” com investida no “Poço do Inglês”. Depois descidas velozes de bicicleta. A Cachoeira Branca é fascinante e, não se pode esquecer do Poço do Inglês, com suas cordas penduradas nas árvores que proporcionaram deliciosos saltos. No derradeiro dia após passearmos pela cidade retornamos para o Rio de Janeiro, para nossas Vidas repletas de lembranças de uma deliciosa excursão do dia 3 ao dia 6 de janeiro do corrente.

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velhos e novos métodos

Hans Rauschmayer - Diretoria Técnica Parte 3: Parada simples. Antes de entrar no assunto quero agradecer às valiosas contribuições que chegaram durante as oficinas técnicas e em outras conversas. Quanto maior o tema, mais vale a troca de ideias! Nas primeiras partes desta série vimos que a costura direcionadora mata qualquer equalização. E que a equalização, na verdade, não é necessária em paradas duplas, já que a força não excede 9kN – um backup é suficiente. Conhecemos ainda a parada sequencial para facilitar

Fig. 1: Nó UIAA diretamente no grampo.

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nossa vida (visite nosso site para reler!). Parada dupla, tudo bem, mas ... o que fazemos então onde não tem parada dupla? Como podemos reduzir a força que impacta no grampo? A primeira solução é a eliminação do fator 2. Como fazer? O guia passa do local onde ele pretende montar a parada, sobe mais um grampo, costura e retorna de baldinho. Vantagens: • A cordada fica sempre presa em dois grampos ; • Acabou um problema que ocorre com costuras direcionadoras: na queda, o assegurador é puxado contra a parede, se machuca e ainda corre o risco de soltar a corda para se autoproteger, deixando o guia desabar. • A solução é especialmente prática em cordadas que revezam. Neste caso tem que prestar atenção e inverter a costura acima da parada, já que será o outro quem segue a guiar. Desvantagens há também, claro: em vias com grampeação longa é impossível fazer isto, e mesmo em grampeação curta o esticão é reduzido significativamente.

Ana e o Hans da família CEL demonstraram que de fato, sermos uma família. Teve um momento que o Hans assumiu o peso do bolo, aí dei uma avançada boa, mas depois voltei a cansar, pois não chegava nunca, nossa! Olhava a natureza e agradecia a Deus o momento ímpar. Enquanto isso o Hans jogava a corda para ajudar e vamos nós... Cheguei a pedir que seguissem sem mim, mas o casal amigo dizia.. Vamos lá! Só mais um pouquinho... Ufa! Era 12:23h! CHEGUEI!!! Exausta, mas cheguei! Eh eh eh eh!!! Quanta EMOÇÃO!! Supereime! Encontramos o pessoal descansando e lanchando. Logo o cansaço passou. Hora de cantar PARABÉNS!! O Hans tirou o bolo da mochila e eis que o mesmo estava no formato ESCALAVRADO, pois parte dele cedeu à inclinação em que se encontrava na mochila. Renatão pegou as velas e cantamos, tiramos fotos, filmamos e comemos o bolo que estava uma delícia. As nuvens passavam por nós e o tempo começou a mudar. Estava na hora de descermos... Tudo transcorria muito bem quando começou a chover e tivemos que “rapelar”. Aí começou o congestionamento humano. Enquanto aguardava a vez, observava a evaporação da água da chuva ao bater na rocha quente e a beleza que aquela imagem proporcionava.

A chuva parou e deu-se início ao rapel com os guias sempre alertando para a segurança na descida em rocha molhada, mesmo para quem já sabia. Num trecho lindo do caminho, voltou a chover, só que bem forte. Nunca tinha tomado banho de chuva no meio da mata e cheia de roupas. Ainda bem que meus pés estavam sequinhos. Ficamos parados por uns 30 minutos ou mais e para manter o bom humor, começamos a cantar para a chuva passar; ao contrário dos nossos irmãos índios... Logo que chuva começou a diminuir, surgiu um arco-íris lindo embelezando mais ainda aquele cenário maravilhoso. Agradeci novamente a Deus e pedi para que pudéssemos chegar com segurança à base antes do anoitecer. Perdi a conta de quantos rapéis fizemos, mas o último foi especial, pois era o mais longo. Fui descendo com cautela na rocha molhada e escorregadia onde os filetes d’água deslizavam pelas fendas rumo ao solo fértil. Pisei num acúmulo maior de água e a mesma entrou na bota deixando meus pés encharcados. Que chato! Ainda bem que estava chegando. Agradeci mais uma vez por ter corrido tudo bem. Encontrei a turma conversando animadamente. Ao me verem perguntaram Roze ainda tem bolo? Então o que havia

“Num trecho lindo do caminho, voltou a chover, só que bem forte.”

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qualquer formato. A Gabi e a Anne disseram que iam só por causa do bolo e acabaram dando um bolo na gente. Na véspera comprei o que seria a atração do passeio, um delicioso e suculento bolo de chocolate com crocante e uma fôrma plástica para guardá-lo de forma que ele ficasse sem folgas para não chegar no cume todo “dismilinguido”. Domingo, cheguei às 5:45h no ponto de encontro: Hotel Pulgueiro, próximo à rodoviária. A maioria da turma já estava lá. Às 6:10h, tudo pronto e lá fomos nós: 21 pessoas, rumo ao Escalavrado. Uhuuuu!!! O dia estava lindo e o sol ao surgir dava seu espetáculo. Segundo ponto de encontro: Posto Garrafão, em Teresópolis, onde os carros ficariam e daríamos início a nossa excursão. Todos estavam animados. Tudo certo? Então vamos! Chamava o Renatão que, à frente, comandava a turma e, lógico, sempre achando um tempinho para registrar o momento com o click de sua máquina fotográfica. Como de praxe fiz um vídeo amador mostrando onde seria o nosso destino e começamos a caminhar, acima e avante, devidamente equipados com nossas mochilas. Eu levava, além do equipamento básico, água, lanche e

o BOLO!! Chegamos na base do Escalavrado aproximadamente às 8:15h e prosseguimos sempre subindo, subindo, subindo e não parávamos de subir! A mochila me incomodava, pois não me permitia levantar a cabeça para olhar acima e o peso já se fazia sentir. Numa das breves paradas o Gustavo, do IBAMA, que estava próximo a mim foi muito gentil e deu uma melhorada na minha mochila. Todos nós estávamos indo muito bem. O sol cozinhava nossos cérebros. O calor era intenso e dois colegas ficaram pelo caminho, pois um não se sentia bem, e o outro amigo que foi solidário e ficou para fazer-lhe companhia. Olhei para cima e a turma CEL já ia longe. Eu comecei a apresentar sinais de cansaço, pois não havia me preparado durante a semana e tinha dormido pouco. Tudo contrário ao que aprendemos no CBM, mas não sabia que o percurso era tão pesado. Caminhava, escalava e não chegava nunca! Porém o visual da natureza daquela altura compensava qualquer sacrifício. A vontade de estar reunida com todos, cantar parabéns e comer bolo lá no cume era tanta que arrumei forças. Os amigos ao meu redor foram muito atenciosos e solidários. Gustavo, do IBAMA, Alfredo, do clube de Niterói, a

“Às 6:10h, tudo pronto e lá fomos nós: 21 pessoas, rumo ao Escalavrado. Uhuuuu!!!”

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A segunda solução é usar o Nó UIAA diretamente no grampo (fig. 1). Experimente, é até confortável quando o assegurador cuida de ficar próximo ao grampo (facilita o manuseio)! Mas como esta forma consegue reduzir o impacto no grampo? A física explica: força igual contraforça, lembra?! • Na figura 2 vemos à Fig. 2: Duplicação da força com costura direcionadora. direita a forma comum, com freio no corpo e costura direcio• O assegurador fica livre de qualnadora (o tipo de freio não importa). quer impacto, sem risco de se machuNa queda, há duas forças puxando car ou soltar a corda. o grampo para baixo: o escalador de • Isto é especialmente importante um lado e o freio do outro. O grampo, quando o guia é mais pesado que o portanto, precisa segurar duas vezes assegurador (acima de 25% a mais). a força (até 7kN com frei dinâmico, até • Uma suposta queda será mais cur9kN com estático, conforme medições ta, já que o assegurador não levanta da Confederação Alemã de Alpinismo, vôo (mas também menos amortecida). DAV). • À esquerda vemos a situação com A principal desvantagem é o cocar da o freio no grampo: a força do escalador corda, inevitável com Nó UIAA. é transmitida diretamente ao grampo, No próximo boletim segue a última parlimitada pelo freio (max. 3 kN). Não há te, detalhando a equalização onde ela mais duplicação de forças. realmente é necessária: em paradas em móvel. Lembra que esta solução não funciona Hans Rauschmayer, Diretoria Técnica com o ATC nem com o Oito, já que estes e desenhos: não freiam para baixo. Um freio estático, Fonte Chris Semmel, DAV-Sicherheitsforschung: Übertipo Grigri, passaria um tranco muito su- sicht Standplatzbau, www.alpenverein.de Pit Schubert: Die Anwendung des Seiles in Fels perior ao grampo. Vantagens:

und Eis, Bergverlag Rudolf Rother, München 1998.

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Escalando por aí... Pernambuco! Claudney Neves

Desde que comecei a escalar e descobri o Encontro de Escaladores do Nordeste, sempre compareço ao evento. A cada ano é selecionado um estado para sediar o encontro, que hoje deixou de ser regional para se tornar um encontro de escaladores do país inteiro. A 9ª edição do evento (2010), foi sediada em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. Viajei com Paula Gabi em uma quintafeira, na semana anterior ao feriado de 15 de novembro. Guilherme nos encontraria

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em Brejo no dia seguinte. Desembarcamos em Recife e pegamos o metrô para a rodoviária da capital. Não há ônibus diretos para Brejo. É preciso descer em Caruaru e de lá pegar uma Toyota até o destino final. E assim fizemos... Desembarcamos já no final da tarde e após alguns telefonemas, fomos recebidos pelas meninas da organização, que deram um show nesse quesito. O restante do dia foi de reconhecimento da cidade, conversas com o pessoal que já estava por lá e um bom e merecido sono.

Aniversário nas alturas Linonroze Santos

Nada melhor do que comemorar o aniversário no cume de uma montanha, com direito a muitas emoções, E bota emoções nisso!!! Tudo começou quando recebi a programação do CEL, via e-mail, e li que o Renatão seria o guia da excursão ao Escalavrado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos – PNSO no próximo 27 de março. Lá mencionava que teria direito a Parabéns pra Você. Uau, achei o máximo!!! No mesmo instante respondi me convocando e perguntando se depois dos Parabéns pra Você, não poderia ter um Pa-

rabéns pra Mim?! Adoro comemorar meu aniversário, e nas alturas, seria algo que eu nunca tinha feito. Então eu resolvi levar o bolo para cantar parabéns como preza a tradição: aniversário tem que ter bolo!! E comecei a pensar como o levaria. Não faltaram sugestões da família CEL.: O Márcio sugeriu levar a cobertura separada e adicionar no bolo lá na hora. Eu sabia que a melhor forma seria leválo fatiado, mas me negava, porque perde toda a graça. Bom mesmo é o bolo no formato de bolo, embora o Hans fizesse o comentário que bolo é uma delícia em

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mas um lance vencido. E lá vem o Hans e depois Daniel, dizendo: “É, dá medinho! Dei graças a Deus por estar na outra ponta da corda.” Na minha cabeça eu só pensava: Nossa, será que eu consigo? Estou exausta. Por que eu não me preparei fisicamente pra isso? Não sei se concordam, mas as chaminés são a melhor parte. Super aconchegantes.! Dá até pra morar lá. E o melhor, você não percebe que está tão distante de onde deveria estar. Até que de repente, o Pulo do Gato (gostoso pra chuchu). Tá chegando? E agora, ta chegando? Mas uma chaminézinha ... Uhuuu! ADORO! Estava começando a gostar., Quando chega o último lance. Meio estranho aquele Passo do Gigante, não? Mas muito maneiro também. Daniel guiou ali. E o Hans ficou pra trás para me dar um “empurrãozinho”, pois eu já tinha tomado a 2ª bronca do TitioNanatoCárcaraÍnidodoBrasilAborrecido (a 1ª foi no ponto de

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encontro, cheguei 4:35am). E agora porque eu já estava subindo desesperadamente doida pra acabar, antes dele montar minha segurança. Uhuuu!!! Acabou, Anne!!! Gritou Daniel. Agora só tem uma escada ada ada ada adaaaaa ... Aquilo ecoou nos meus ouvidos bem na hora do famigerado Passo do Gigante. Escada?! Aqui?! :O Cuméquipode?! Sim, uma simples escada, e abaixo dela, nada ada ada ada ada. Apenas um infinito particular de montanha. O “crux credo” para mim havia chegado. Todos subiram afoitos. E eu? Em pânico, estagnada, travada. Não conseguia chegar perto. Olhei para baixo, as pernas quase se dobravam sozinhas, cheguei para trás. Mudei a estratégia e olhei para cima, percebi o Hans. E pedi: Hans, conversa comigo? Aquela escada deveria se chamar “Pimenta nos Óios”. Fui subindo com os olhos fechados e lacrimejando. E o Hans dizia: bla blabla blábláblá bla bla ... De repente eu ouvi um: Chegou! Abri os olhos lentamente e lá estávamos nós. No cume do Dedo de Deus. Agora já não era mais as pernas que tremiam, mas as batidas do coração faziam todo o corpo tremer. UHUUU !!! BOM DEMAIS!!! KMON!!! Um abraço a todos!

Fizemos cume e descemos a trilha com um sol sobre a cabeça de cada um. Paramos na Tia Cuca e repomos o que faltava, quando alguns escaladores nos viram e nos convidaram para a Pedra da Bicuda, na minha opinião, o melhor setor do lugar. Aceitamos o convite e fizemos a BBzim, de onde avistamos Guilherme em outra cordaTipo de rocha: Granito Tipo das vias: Tradicionais e esportivas Proteções: Fixas e móveis Graduação: 2º a 9º grau A partir de sexta-feira começamos a subir as pedras do lugar. Na noite anterior, Gabi folheou o guia e foi atraída por uma via com um nome sugestivo: Pastor João e a Igreja Invisível, que fica na Serra do Estrago. Quem conhece a menina e Raul Seixas sabe do que estou falando. Começamos por essa, mas para chegar à sua base era preciso escalar um viazinha de 290 m. Fizemos isso e no final da manhã chegamos à via desejada. Um 6º grau em móvel delicioso. Segundo Luciano, um dos conquistadores, foi a primeira repetição sem a presença de um deles – conquistadores.

da ao lado. No sábado fomos conhecer a outra via da Serra do Estrago, Vídia Bandida, fiz uma cordada com Gabi, Guilherme e Bula fecharam outra. Via interessante com crux de 6º grau. Descemos e esperamos o sol dar um trégua. Quando ficou suportável, partimos para o setor dos Desenhos Animados, onde ficam vias dos mais variados graus e estilos. Bom local para um final de tarde.

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No domingo voltamos à Pedra da Bicuda e entramos na Amnésia. Via fácil com uma chaminé final interessante e estreita. Essa é melhor subir sem capacete, pois com um não é possível passar. O dia já estava meio preguiçoso. Gabi, Guilherme e eu fechamos com uma esportiva no Setor Microondas. Boa via de 7ª, com uma saída bruta e fenda final deliciosa. Voltamos à noite e, após o banho, participamos das atividades do Encontro, como nos dias anteriores, que são recheados com palestras, vídeos e diversas atividades para a comunidade. Como falei antes, Mirthis, Patrícia e Carla deram um show de organização.

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Segunda-feira foi nosso último dia em Brejo da Madre de Deus e fechamos em grande estilo. A via escolhida foi o Diedro dos Grampos Mal Batidos, um diedro de 80 metros todo em móvel. Criação do eterno Bernardo Collares e Mariana Candeia. Acordamos antes das 6h e partimos para o local. Como em alguns dos outros setores, é preciso pedir permissão para o dono do terreno onde fica a rocha. Isso é importantíssimo e além de boa educação, vale como política de boa vizinhança. Os moradores são bastantes curiosos e gostam dos escaladores, cultivar esse diálogo com eles é indispensável para manter o acesso. Separamos as peças, que foram muitas e repetidas, principalmente as grandes, bem grandes =) Guilherme guiou a primeira enfiada, desviando as linhas de água do início da via. Gabi foi no meio da cordada e eu fechei os 40 m finais. Um espetáculo. Descemos e almoçamos na Tia Cuca, pra quem eu havia feito um desafio, que ela aceitou e gostou. Falei que queria comer peixe. Quando chegamos ela havia preparado um bacalhau delicioso, regado à cerveja e conversas de final de viagem. Guilherme voltou para o Rio de Janeiro nesse mesmo dia. Gabi e eu continuamos a viagem pela Paraíba e Ceará, mas isso é uma outra história...

A primeira vez no Dedo não se esquece Aliciane Peixoto

O dia 17 de abril de 2011, precisamente às 04h30 da manhã foi a data marcada para esse dia inesquecível. A minha primeira vez no Dedo de Deus! Nosso guia (TitioNanatoCárcaraÍnidodoBrasilContente) já havia marcado várias vezes, mas não teve jeito, os predestinados a comemorarem o seu aniversário mensal eram eu, Hans e Daniel “Taradim”. O dia estava perfeito, sem vento e o sol só aparecia quando necessário. Até para as fotos ele surgia, então fazíamos o click e novamente ele se escondia ou era escondido pelas nuvens. As nuvens, essas sim, minha maiores companheiras, pois escondiam exatamente aquilo que eu não queria ver.: A distância entre onde estávamos e onde as pessoas normais

estavam, o chão. A cada lance, uma emoção. Quando estávamos cansados, vinha a célebre pergunta “Tá chegando?”... E agora? “Tá chegando?” As pernas já não respondiam mais aos comandos enviados pelo cérebro. Na verdade a essa altura eu já nem sabia mais o que era cérebro, perna, braço ... Minha maior preocupação era sem dúvida a “Maria Cebola”, queria a todo custo estar lá. Não sei exatamente o porquê, talvez por pensar que já estava “quase” perto do cume. De fato, quando ela chegou tive a primeira sensação de enjôo, nó na garganta e lágrimas nos olhos (taí o nome). Estava confusa, não sabia ao certo se era emoção ou medinho mesmo. Pronto,

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EDITORIAL

Nesta Edição:

O Clube está cada vez mais animado, e o reflexo disso está bastante perceptível nesta edição do boletim. Prepare-se para vivenciar as emoções que nossos sócios sentiram durante as excursões do CEL. Alegria, conquistas e superação não faltam por aqui. Veja também a terceira parte da série sobre montagem de paradas, pois além da diversão, também estamos comprometidos com segurança e conhecimento! Claudney Neves

Programação permanente na sede do CEL: - Todas as Terças: Treinamento no muro de escalada - Todas as Quintas: Reunião Social - Terceira semana do mês: Palestra / Debate - Última Quinta-feira do mês: Festa dos aniversariantes

A primeira vez no Dedo pg. 3 Aniversário nas Alturas pg. 5 Remada em Parati pg. 8 Montagem de Paradas: Parte 3 pg. 10 Escalando por aí... Pernambuco! pg. 12 Resultado do concurso de Fotografias pg. 16

Como qualquer viagem de escalada pelo nordeste, escalar em Pernambuco foi um enorme prazer. Encontrar amigos do Brasil inteiro e ver que todos estão sentindo a maneira calorosa como o nordestino trata os visitantes é muito bom. Por isso recomendo sempre e a todos que viajem por aquelas bandas, garanto que vão querer voltar, mais de uma vez ;

Expediente O CEL - Clube Excursionista Light é uma entidade sem fins lucrativos que visa congregar adeptos do Excursionismo de Montanha em suas diversas modalidades, proporcionando os meios necessários à prática segura desta atividade em conjunto com a preservação do meio ambiente. Fundado em 12 de fevereiro de 1957. Notícias do CEL é uma publicação de distribuição gratuita destinada aos seus associados e entidades afins. Av. Marechal Floriano, 199 gr. 501 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20.080-004 - Tel .: (021) 2253.5052

DIRETORIA (Gestão 2010-2012) Presidente: Claudney Neves Vice-presidente: João Paulo Seixas Diretor Técnico: Guilherme Silva e Hans Rauschmayer Tesouraria: Julio Bomfime Aliciane Peixoto Secretário-Geral: Márcio Cunha e Daniel Arlotta Diretora Social: Helena Becho Diretores de Ecologia: Alfredo Mager e Marcus Carrasqueira Diretora de Comunicação: Paula Gabriela Diretora Cultural: Gabriela Lima

Treino em muro de escalada às terças, a partir das 18:30h. Reuniões Sociais todas as quintas a partir das 18:30h. É permitida a reprodução total ou parcial deste informativo, desde que citada a fonte. Os artigos publicados não representam, necessariamente, a opinião da diretoria ou do corpo editorial.

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Concurso fotográfico 2011: Conheça os vencedores! Clube Excursionista Light - Boletim Informativo Ano 53 – nº 369 – Abril/Maio de 2011 “Excursionando conhecerás melhor nosso Brasil”

1° Lugar: Marco Alves.

2° Lugar: Príamo Melo.

Primeira vez no Dedo de Deus

3° Lugar: Marco Alves.

IMPRESSO

Montagem de Paradas - Velhos e novos métodos Escalando em Pernambuco Aniversário no Escalavrado


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