Valdemar Augusto Angerami – Camon (Org.)
PSICOSSOMÁTICA E A PSICOLOGIA DA DOR 2ª edição revista e ampliada
Valdemar Augusto Angerami – Camon (Org.)
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Na medicina, o objetivo da dor é informar ao médico acerca da localização e da natureza do problema orgânico, a fim de lhe dar condições de tomar as medidas corretivas necessárias. Na psicologia, é por meio da palavra e da expressão que se tem acesso à dor do paciente. A 2ª edição de Psicossomática e a Psicologia da Dor pretende auxiliar os profissionais de saúde a compreender um pouco mais os problemas que podem ser apresentados pelos pacientes que sofrem de dor crônica e suas sequelas emocionais. Com sete novos artigos, o livro aborda temas coerentes com a realidade da dor, como as dores da mulher, a dor da perda da saúde e o ato de cuidar de um filho com câncer. Aplicações Livro-texto destinado a médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e demais profissionais, professores e estudantes na área de saúde.
ISBN 13 – 978-85-221-1156-5 ISBN 10 – 85-221-1156-1
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PSICOSSOMÁTICA E A PSICOLOGIA DA DOR
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O diagnóstico de uma doença traz consigo a mudança da condição de sadio para a condição de doente. Em tal situação, o paciente passa a lidar com o risco eminente de adoecer, sofrer e morrer. Isso faz com que ele viva constantemente ameaçado por essa situação, que representa um ataque não somente ao seu corpo, mas também ao seu psiquismo.
Valdemar Augusto Angerami – Camon (Org.) Outras obras
PSICOSSOMÁTICA E A PSICOLOGIA DA DOR 2ª edição revista e ampliada
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Arlinda B. Moreno||Elizabeth Ranier Martins do Valle Evandro Linhares Angerami||Gildo Angelotti Isabella Drummond Oliveira Laterza||José Carlos Riechelmann Karla Cristina Gaspar||Marilda de Oliveira Coelho||Roseli Lopes da Rocha
Psicossomática e a Psicologia da Dor 2ª edição revista e ampliada Valdemar Augusto Angerami (Org.) Arlinda B. Moreno Elizabeth Ranier Martins do VaLle Evandro Linhares Angerami Gildo Angelotti Isabella Drummond Oliveira Laterza José Carlos Riechelmann Karla Cristina Gaspar Marilda de Oliveira Coelho Roseli Lopes da Rocha
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Sobre os Autores
Arlinda B. Moreno Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), com Pós-Doutorado em Saúde Coletiva (IMS/UERJ) e em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz). Atua, no Rio de Janeiro, como Psicoterapeuta Existencial junto a pacientes com câncer e como Pesquisadora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em São Paulo, é professora do Curso de Formação em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial no Centro de Psicoterapia Existencial. Elizabeth Ranier Martins do Valle Doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia – USP; professora livre docente em psicologia – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP; vice-presidente do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
Evandro Linhares Angerami É artista plástico. Têm graduação em Escultura (2002) e Artes Visuais (2006) pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Mestrado em Fine Arts pelo New York Studio School of Drawing, Painting and Sculpture (2009). Professor do Centro de Psicoterapia Existencial. V
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
Desenvolve atividades de pintura e gravura em seu atelier em São Paulo produzindo obras de arte e ministrando aulas individuais e em grupo. Participou de diversas exposições no Brasil, na Europa e nos EUA. Gildo Angelotti Psicólogo clínico, pesquisador, orientador e supervisor de estágio clínico em Terapia Cognitiva; mestre em Psicologia Clínica Comportamental – PUC-Campinas; diretor clínico do Instituto de Neurociência e Comportamento de São Paulo; Fellow da American Psychological Association e International Association for Study of Pain.
Isabella Drummonf Oliveira Laterza Psicóloga pela Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Fundação Educacional de Ituiutaba/MG. Especialização e Aprimoramento Profissional em Psicologia e Oncologia pela Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp.
José Carlos Riechelmann Médico pela PUC-SP. Mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da USP. MBA em Gestão de Saúde pela EAESP-FGV. Especialista em Ginecologia-Obstetrícia e Certificado em Sexologia Médica pela FEBRASGO/AMB. Terapeuta Sexual certificado pela SBRASH. Formação interdisciplinar em saúde, com especializações em Psicologia Médica, Medicina Psicossomática, Sexualidade Humana, Saúde Pública e Administração Hospitalar. Professor de Habilidades Médicas Interdisciplinares (Medicina Psicossomática; Sexualidade Humana; Relação Médico-Paciente) da Faculdade de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo. Presidente do Comitê Científico Multidisciplinar de Sexualidade Humana da Associação Paulista de Medicina. Presidente da Associação Médica Brasileira de Sexologia. Presidente (2000-2002) da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Fellow, International College of Psychosomatic Medicine. Member, International Society for Sexual Medicine. Criador e webmaster do website “Psychosomatics in Brazil”, endereço virtual pioneiro sobre Psicossomática no Brasil, disponível em www. psicossomatica.net. Karla Cristina Gaspar Psicóloga pela PUC-Campinas. Especialização em Psiquiatria e Psicologia Clínica do Adolescente pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Especialização em Psicologia da Saúde: Psicologia Hospitalar pela PUC-SP. Formação em Psicoterapia Psicanalítica de Crianças e Adolescentes pelo Centro de Formação e Assistência a Saúde – CEFAS – Campinas-SP. Mestrado em Ciências Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp. Psicóloga ResponVI
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Sobre os Autores
sável pelo Núcleo de Psicologia da Unidade Produtiva Oncologia Clínica e Quimioterapia do Hospital de Clínicas – HC Unicamp. Supervisora titular do “Programa de Aprimoramento Profissional (PAP) em ‘Psicologia & Oncologia’” pela Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp.
Marilda de Oliveira Coelho Psicóloga do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia; Sanitarista; Mestre pela PUC-Campinas; Doutora pela PUC-SP; Professora de Pós-Graduação no Curso de Neurociências da Unidade Pitágoras de Ensino.
Roseli Lopes da Rocha Psicóloga responsável pelo Serviço de Psicologia Hospitalar do Hospital Universitário São Francisco, com especialização em Psicologia da Saúde na PUC-SP.
Valdemar Augusto Angerami Psicoterapeuta Existencial. Professor de Pós -graduação em “Psicologia da Saúde” na PUC-SP; Coordenador do Centro de Psicoterapia Existencial; Professor de Pós-graduação em Psicologia da Saúde na UFRN; Autor com o maior número de livros publicados em psicologia no Brasil, e adotados também nas universidades de Portugal, Espanha e México.
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Sumário
Apresentação........................................................................... XV Valdemar Augusto Angerami Capítulo 1 – Sobre a Dor ....................................................... 1 Valdemar Augusto Angerami 1.1 Introdução........................................................................................ 1 1.2 Em Busca de Conceitos ................................................................ 15 1.2.1 Dor........................................................................................ 15 1.2.2 Dor Aguda............................................................................. 16 1.2.3 Dor Crônica........................................................................... 17 1.2.4 Dor Recorrente...................................................................... 18 1.2.5 Dor – Cuidados Paliativos.................................................... 19 1.2.6 Dor Total............................................................................... 21 1.3 A Subjetivação da Dor................................................................... 22 1.3.1 Dor de Ver o Tempo Passar................................................... 23 1.3.2 Dor Lancinante....................................................................... 26 1.3.3 Dor e Êxtase.......................................................................... 33 1.3.4 Dor e Sociedade.................................................................... 37 IX
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
1.3.5 Dor da Alma.......................................................................... 1.3.6 Dor do Cuida-Dor................................................................. 1.4 Considerações Complementares.................................................... Referências Bibliográficas................................................
41 46 55 59
Capítulo 2 – O Entrelace da Adolescência à (Con)Vivência do Câncer: Sonorizações da Dor............................................................. 61 Karla Cristina Gaspar e Isabella Drummond Oliveira Laterza 2.1 Palavras Iniciais............................................................................. 61 2.2 Adolescência.................................................................................. 67 2.3 Dados Epidemiológicos do Câncer na Adolescência..................... 70 2.4 Os Direitos Garantidos aos Adolescentes com Câncer.................. 73 2.5 O Impacto Emocional do Câncer na Adolescência........................ 74 2.5.1 Tratamento Quimioterápico na Adolescência....................... 78 2.5.2 A Vida do Adolescente com Câncer...................................... 79 2.6 Acompanhamento Psicológico....................................................... 80 2.7 Adolescente em Processo de Luto: a Vivência da Morte na Vida.... 82 2.8 Apresentação de Estudos de Casos Clínicos.................................. 83 2.8.1 Desenho e Local.................................................................... 83 2.8.2 Sujeitos.................................................................................. 83 2.8.3 Instrumentos.......................................................................... 84 2.8.4 Procedimento ........................................................................ 84 2.8.5 Análise de Dados................................................................... 85 2.8.6 Estudo de Caso Clínico: Henrique........................................ 86 2.8.6.1 O Impacto de uma Recidiva ...................................... 87 2.8.6.2 A Ressignificação da Vida.......................................... 88 2.8.6.3 A Luta pela Vida até a Morte Chegar......................... 90 2.8.6.4 O Impacto Emocional na Equipe Multiprofissional .. 94 2.8.7 Estudo de Caso Clínico: Matheus......................................... 94 2.8.7.1 Comunicação Não Verbal.......................................... 95 2.8.7.2 Da Negação ao Processo de Aceitação e Adaptação à Nova Realidade....................................................... 96 2.8.7.3 O Adoecimento como Estagnação da Vida e como Interrupção dos Projetos................................ 98 2.8.7.4 A Possibilidade de Andar com a Prótese e a Finalização do Tratamento: uma Nova Esperança .... 100 2.8.8 Estudo de Caso Clínico: Fernando...................................... 101 X
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Sumário
2.8.8.1 Da Conquista da Independência à Regressão da Dependência........................................................ 2.8.8.2 O Sofrimento do Adoecimento e a Mudança de Estado............................................ 2.8.8.3 A Esperança de Cura e o Medo da Morte................ 2.8.9 Estudo de Caso Clínico: Eduarda....................................... 2.8.9.1 O Impacto do Diagnóstico e do Tratamento ........... 2.8.9.2 As Relações Sociais após um Diagnóstico............... 2.8.9.3 A Reorganização da Vida apesar de um Câncer....... 2.8.9.4 A Música nas Intervenções Psicológicas.................. 2.8.10 Estudo de Caso Clínico: Mariana........................................... 2.8.11 O Impacto pela Perda da Mãe........................................... 2.8.12 O Processo de Elaboração do Luto................................... 2.8.13 O Processo de Superação da Perda .................................. 2.9 Comentários Gerais sobre os Atendimentos................................ 2.10 Considerações Complementares................................................ Referências Bibliográficas..............................................
102 104 105 107 107 109 110 111 113 113 115 116 118 123 124
Capítulo 3 – Abordagem Psicossomática da Mulher Dolorida: a Interface entre Objetividade e Subjetividade das Dores de Ser Mulher.......................................................................... 129 José Carlos Riechelmann 3.1 Visão Psicomática de Dor............................................................ 3.2 Componentes da Experiência Dolorosa....................................... 3.2.1 Componente Lesão Tecidual Real ou Potencial.................. 3.2.2 Componente da Constituição da Pessoa............................. 3.2.3 Componente Ambiente Físico............................................. 3.2.4 Componente Ambiente Cultural ........................................ 3.2.5 Componente Estado Emocional/Afetivo............................. 3.2.6 Componente Significado Simbólico: A Dor como Linguagem...................................................... 3.3 Conduta Psicossomática do Ginecologista Perante a Mulher Dolorida........................................................................ 3.3.1 Diagnóstico: A Compreensão Psicossomática da Mulher e suas Dores....................................................... 3.3.2 Tratamento: A Ação de Intervir Psicossomaticamente........ Referências Bibliográficas..............................................
129 133 133 134 136 137 139 141 144 145 147 150
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
A Primeira Suinã Florida desse Inverno................. 153 Valdemar Augusto Angerami Capítulo 4 – A Dor da Perda da Saúde......................... 157 Marilda de Oliveira Coelho 4.1 Introdução.................................................................................... 4.2 Psicossomática e Psicanálise ....................................................... 4.3 Psicossomática na Infância.......................................................... 4.4 Luto e Psicossomática.................................................................. 4.5 Luto e Desenvolvimento Humano............................................... 4.6 Luto na Infância e Adolescência.................................................. 4.7 Luto na Adolescência................................................................... 4.8 Luto na Idade Adulta.................................................................... 4.9 A Perda da Própria Vida............................................................... 4.10 A “Morte” da Condição de “Sadio”........................................... 4.11 Reação Emocional à Enfermidade Clínica Aguda..................... 4.12 A Perda da Saúde e a Vida Familiar........................................... 4.13 Considerações Finais................................................................. Referências Bibliográficas..............................................
157 160 166 168 169 170 171 171 173 173 196 203 209 211
Capítulo 5 – Dor Psíquica: Significados Do Cuidar de Um Filho com Câncer............................ 213 Elizabeth Ranier Martins do Valle Referências Bibliográficas ............................................. 222 Capítulo 6 – O Fenômeno da Fé. A Construção da Subjetividade................................... 223 Valdemar Augusto Angerami 6.1 Introdução.................................................................................... 6.2 Em Busca de Conceitos............................................................... 6.2.1 Fé Perceptiva....................................................................... 6.2.2 Fé Dogmática...................................................................... 6.3 Reconceituando Subjetividade..................................................... 6.4 Considerações Complementares.................................................. Referências Bibliográficas..............................................
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Sumário
O Esplendor da Deificação: A Mulher Morena... 247 Valdemar Augusto Angerami Capítulo 7 – COM AS CORDAS PARTIDAS (Um Excerto sobre a Psicoterapia junto a Pacientes Laringectomizados) ........................................................... 251 Arlinda Moreno 7.1 Introdução.................................................................................... 7.2 Parte I: Do Conhecimento............................................................ 7.2.1 O David de Michelangelo................................................... 7.2.2 Sob o Símbolo do Caranguejo............................................ 7.2.3 Um Homem Também Chora............................................... 7.2.4 Sangue e Pudins.................................................................. 7.2.5 Amor Eterno (Soneto CXVI).............................................. 7.2.6 Fruta Boa............................................................................. 7.2.7 Espelho das Águas.............................................................. 7.3 Parte II: Da Sabedoria.................................................................. 7.3.1 Olho do Furacão.................................................................. 7.3.2 Divina Comédia Humana.................................................... 7.3.3 Não Sonho Mais.................................................................. 7.3.4 Como uma Estrela............................................................... 7.3.5 Encontros e Despedidas...................................................... 7.4 Considerações Finais................................................................... Referências Bibliográficas.............................................. Referências MUSICAIS............................................................
251 252 252 254 256 258 260 262 265 267 267 269 271 273 275 287 290 291
O Fascínio de Uma Conferência.................................... 293 Valdemar Augusto Angerami Capítulo 8 – Dor Crônica: Aspectos Biológicos, psicológicos e Sociais........................... 297 Gildo Angelotti 8.1 Introdução.................................................................................... 8.2 Aspectos Cognitivo-Comportamentais........................................ 8.3 Dor e Ansiedade........................................................................... 8.4 Dor e Depressão........................................................................... 8.5 Dor e Estresse.............................................................................. 8.6 Conclusão..................................................................................... Referências Bibliográficas..............................................
298 301 304 306 308 310 311
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Capítulo 9 – Aspectos Psicológicos em Pacientes com Dor Crônica..................................... 317 Roseli Lopes da Rocha 9.1 Introdução.................................................................................... 9.2 Fisiologia da Dor.......................................................................... 9.2.1 Conceito.............................................................................. 9.2.2 Classificação das Dores....................................................... 9.2.3 Dores Crônicas.................................................................... 9.2.4 A Emoção e a Dor............................................................... 9.2.5 Tratamento.......................................................................... 9.3 Relato de Casos............................................................................ 9.4 Considerações Finais................................................................... Referências Bibliográficas..............................................
317 318 318 319 321 323 327 328 333 334
Capítulo 10 – A Expressão dA Dor na Arte............... 335 Evandro Linhares Angerami 10.1 Introdução.................................................................................. 10.2 Dois Diferentes (E Breves) Conceitos de Dor.......................... 10.3 Um Dia Doído Na Vida de Alguém........................................... 10.4 Almeida Júnior (1850-1899)...................................................... 10.5 Um Pouco Sobre Arte, e Pintura Também................................. 10.6 Antonio Parreiras (1860-1937).................................................. 10.7 Testemunho Sobre o Olhar de um Pintor de Paisagem (ou Seria um Testemunho do Próprio Olhar?)........................... 10.8 Goya........................................................................................... 10.9 Sobre Paisagens Internas e Paisagens Externas......................... 10.10 Picasso e Guernica................................................................... 10.11 Imagem que Evoca Sensações................................................. 10.12 Aleijadinho............................................................................... Referências Bibliográficas..............................................
335 337 338 341 343 344 346 347 348 349 350 353 355
De um Ipê Verde... e sua Magia... ..................................... 357 Valdemar Augusto Angerami
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Apresentação
Valdemar Augusto Angerami
Natal Um livro sobre a Subjetividade da Dor é um requinte das nossas buscas e conquistas teórico-profissionais; é um detalhamento de poder aprofundar as nossas digressões a partir da prática profissional. É mais do que a ousadia de publicações anteriores, é um passo adiante em nossa pretensão de sistematizar um conjunto de ideias enfeixadas a partir de um esboço teórico de prática clínica-institucional. Esse livro, por certo, terá o impacto das nossas primeiras publicações quando éramos, então, praticamente recém-formados e ousávamos publicar as nossas experiências iniciais na realidade hospitalar. Hoje sabemos, a partir de levantamentos bibliográficos feitos por universidades latino-americanas, que essas nossas publicações foram não apenas as primeiras em Psicologia Hospitalar no Brasil, mas também em toda a América Latina. E certamente foi resultado de nossa ousadia de publicar os nossos primeiros passos, as nossas primeiras incursões na realidade hospitalar e, por assim dizer, na realidade clínica-institucional. Hoje continuamos a enveredar pelos mais diferentes caminhos em busca da construção de uma psicologia genuinamente brasileira construí XV
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
da em nossa realidade social e que tenha as marcas da nossa gente; uma psicologia com um quê da nossa historicidade, com um punhado das nossas coisas, conquistas e lutas. Uma psicologia que tem em seu bojo as marcas do aviltamento da colonização estadunidense em nossa cultura e que ainda assim resiste e tenta construir um novo paradigma de esteio e dignidade para a nossa população. Por certo, fomos muito além daquilo que poderíamos imaginar quando das nossas publicações. Mas, seguramente, muito temos ainda a trilhar para que as nossas palavras não sejam apenas gestos tartamudeando em busca de significado. Mais do que motivo de orgulho, o fato de sermos referência teórica para um sem-número de acadêmicos traz níveis de responsabilidade que transcendem até mesmo os nossos escritos. É uma responsabilidade. Estamos numa trincheira de construção de um modelo de psicologia que encontra adversários nos mais diferentes níveis dos espaços configurados dentro da própria psicologia. É instigante e ao mesmo tempo fascinante podermos enfrentar tais desafios com a consciência daquilo que nossos escritos estão atingindo. Em nossas primeiras publicações éramos apenas um grupo de profissionais que buscava sistematizar suas práticas e as exibia aos conhecimentos público e acadêmico, e sem a menor consciência do que poderia advir dessas publicações. Hoje continuamos a acreditar em uma transformação social e na contribuição dos nossos trabalhos para esse objetivo. De fato, continuamos a ser os mesmos sonhadores de outrora com as mesmas crenças de um novo descortinar em nosso cenário social. Continuamos a sonhar com a dignidade e a justeza. E isso tudo ganha um fascínio ainda maior pelo simples fato de estar escrevendo parte dessa introdução em Natal, canto de onde partiram muitas das nossas realizações, em um lugar de cenário ideal para as nossas reflexões sob a construção de uma psicologia brasileira. Natal é um dos pontos extremos de nossas limitações geográficas e que por isso mesmo sempre teve uma posição estratégica no tocante à defesa de nossa área territorial; é o canto que tem uma das universidades mais preocupadas com o alicerce de construção de um saber calcado na realidade brasileira. Também é um canto de pessoas muito queridas, de sonhos e magia. E é na praia de Ponta Negra aqui em Natal que seguramente enfeixamos muitos dos conteúdos de nossas últimas publicações. É como se vivêssemos nossa turbulência teórico-prática em São Paulo, para alinhavá-las e ordená-las em Natal e em João Pessoa. Dois cantos que nos acolheram de maneira a nos mostrar os construtos de nossa realidade fundamental...
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Apresentação
João Pessoa É muito próxima de Natal, a apenas algumas horas de automóvel, e estamos no entrelaçamento das duas fragrâncias de nossa realidade vivencial. Refletir sobre o aprumo teórico de um novo livro em João Pessoa, depois de iniciar essa sistematização em Natal, é dar continuidade ao tanto de fundamentação que efetivamos para embasar nossas publicações. É dar sequência em nossas lutas por um novo escoramento da nossa construção teórica em psicologia e, antes de qualquer outro questionamento, é dar contornos específicos reais às nossas publicações. É estabelecer que somos a nossa própria realidade teórica em nosso próprio solo epistemológico e conceber que as nossas teorizações serão marcadas pelo traço primeiro da brava gente nordestina, que luta contra todo tipo de adversidade para preservação da própria vida; uma gente que serve de exemplo para todos os brasileiros pela sua obstinação em acreditar na vida apesar de todas as dificuldades e sofrimentos com os quais se deparam ao longo do caminho. Este livro será o nosso novo esteio de conquistas e avanços teóricos. E a despeito do possível incômodo que possa causar pelo confronto que estabelecemos com as teorias importadas de outros centros acadêmicos, ainda assim, mais uma vez estaremos dando a nossa parcela de construção para que a psicologia possa um dia tornar-se verdadeiramente brasileira; um instrumento de análise da condição humana que tenha a nossa realidade como determinante e a nossa população como preocupação de análise e investigação. Um sonho de um punhado de sonhadores que um dia se realizará... tão real como o sol despejando suas cores nas águas do mar da Praia do Cabo Branco... Natal/João Pessoa, num dia de verão.
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1 Sobre a Dor... Valdemar Augusto Angerami Mestra Aspásia com o verdadeiro carinho do saber você me mostrou a necessidade de sempre buscarmos referências bibliográficas.... e assim é, esses escritos que certamente se tornarão referências para muitos acadêmicos e profissionais são seus... uma forma de agradecê-la por tão nobres ensinamentos... Valdemar Augusto Angerami
1.1 Introdução Além de minha alma suspiro pelos vales o amor e a dor Amor que me guia Dor que me compartilha Anoitece e não mais contamina Certeza. Avareza. Tristeza. E daqui sou o possível na contemplação Amor. Fervor. Dor. Ardor. Ouço a canção do choro e o riso do canto. Dou amor à dor Rasgam-se esses versos em mim Parceiros.
Karla Cristina Gaspar
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
Nos últimos tempos, muitas publicações abordaram a questão da dor. E desde aspectos médicos e psicológicos, a questão da dor ganhou espaço único nas preocupações acadêmicas e científicas. Também é verdadeiro que alguns hospitais acadêmicos passaram a dedicar à temática da dor preocupações bastante amplas, e, até mesmo, em alguns desses hospitais existem grupos de estudos e atendimento ao paciente com dor. Esses pacientes, na realidade, apresentam uma sintomatologia cujos diagnósticos não conseguem ser enquadrados em alguma patologia específica. É fato que a medicina passou a se interessar pela subjetividade da dor quando se deu conta da inoperância de seus diagnósticos diante dos casos em que o paciente, perante diferentes resultados de exames clínicos e sem definição em algum quadro patológico, mostrava sinais de dores muito fortes. Em tempos passados, esses casos eram até mesmo tachados de maneira pejorativa, com os pacientes tendo seus sintomas definidos como “piripaque”, “chilique”, “manha”, entre outras definições. Então tínhamos, por exemplo, casos de pacientes que sofriam com dores alucinantes provenientes de quadros de enxaqueca e que simplesmente não eram contemplados em qualquer patologia. Tinham seus sintomas negados, e a dor da qual se queixavam era simplesmente tratada como um daqueles impropérios citados anteriormente. A medicina se viu, então, diante da necessidade de compreensão dos aspectos subjetivos do paciente, uma vez que sua objetividade não estava sendo capaz de responder a tais questões. E o embate da objetividade médica com a subjetividade apresentada pelo paciente, que o distanciava dos enquadres de compreensões patológicas, obrigou que os estudiosos e pesquisadores se debruçassem sobre os depoimentos desses pacientes para uma nova abrangência de compreensão dos sofrimentos apresentados. Nesse sentido, houve a necessidade da criação de novos enquadres para que determinadas patologias, ainda que sem a compreensão totalizante da medicina, pudessem ser contempladas de maneira mais digna e humana. A própria concepção da fibromialgia1 é, por si, determinante de Embora existam diferentes estudos sobre fibromialgia e que apresentam dados de pesquisa em diversos contextos acadêmicos e institucionais, é fato que o paciente, ao ser enquadrado nessa nosologia, tem sobre si o determinante de que não se sabe exatamente o que ele apresenta. Nessa patologia são inseridos todos aqueles pacientes que apresentam queixas e níveis de sofrimentos significativos e que, no entanto, não se enquadram nas patologias tradicionais. Aceita-se a subjetividade presente nesse sofrimento e enquadra-se o paciente nesses moldes para que sua dor possa ser considerada humana, e não mais desprezada.
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Sobre a Dor...
que a medicina caminha, ao menos, para dar um sentido mais humano para os quadros de dor que ela ainda não domina. Da mesma maneira, a própria objetividade médica se vê diante da necessidade de amalgamar-se diante não apenas da subjetividade do paciente, mas também, e principalmente, da subjetividade dos profissionais da saúde envolvidos nessas práticas. Temos assim um imbricamento entre a objetividade do conhecimento e do saber médico e a subjetividade do profissional da saúde e do paciente. E desses aspectos surge também a nova concepção de se abranger a compreensão da dor em nuances que se formam em constitutivos em que todos esses aspectos de objetividade e subjetividade sejam contemplados. Certamente, esse confronto de objetividade e subjetividade é um dos aspectos primeiros na dificuldade de se acoplar a compreensão psicológica e a médica. A visão médica não contempla, na maioria das vezes, a subjetividade presente nas mais diferentes patologias. Já a psicologia contempla os aspectos abstratos sem, muitas vezes, abranger de uma forma mais complexa (ou completa) os aspectos concretos da doença. E certamente aí reside uma das mais importantes áreas de atrito na relação do psicólogo em sua inserção na área hospitalar. Define-se como “resistência médica” a dificuldade de aceitação da psicologia na realidade hospitalar, mas na verdade estamos apenas diante de um confronto que não é explicitado por nenhuma das partes e, muitas vezes, até mesmo não se tem consciência da natureza desse embate. E isso sem dizer dos inúmeros casos em que não existe esse distanciamento entre objetividade e subjetividade, mas não se encontra uma linguagem capaz de fazer a devida harmonia entre tais posicionamentos. É fato irreversível a presença da psicologia na realidade hospitalar e da saúde, mas é igualmente verdadeiro que muitas das atividades do psicólogo nesse contexto simplesmente esbarram nas questões de objetividade e subjetividade citadas acima. E tão repetitiva é a queixa do psicólogo diante da “resistência médica”, que o melhor seria procurar as raízes desses atritos a simplesmente culpar o médico pelo fato de ele ter como prioridade questões objetivas na patologia do paciente. A psicologia é subjetividade, mas não pode nesse afã simplesmente negar os avanços da medicina em sua objetividade. Aspectos significativos dessa arrogância da psicologia vamos encontrar de modo peculiar principalmente na área da oncologia. A medicina nessa área ainda não domina de maneira plena o surgimento nem tampouco a cura do câncer. Embora alguns tipos de cânceres já tenham sua origem conhecida, a cura e mesmo os determinantes de seu desenvolvimento ainda são alvos de 3
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Psicossomática e a Psicologia da Dor
muitas pesquisas principalmente na área médica. No entanto, a psicologia, a despeito desses avanços científicos e tecnológicos, simplesmente se arvora na condição de apresentar explicações tanto para o surgimento da doença como, em alguns casos, até para o estancamento de sua evolução. Apresenta, então, desde explicações simplistas que focam o surgimento do câncer como consequência de não se lidar com questões de sofrimentos emocionais como depressão, angústia e outros, até pesquisas complexas que mostram o surgimento da doença como decorrência de “situações psíquicas” que estão em desarmonia na vida do paciente. Ou seja, simplesmente explica doenças e anomalias cuja real compreensão e dimensão a medicina ainda tartamudeia, como se o saber da psicologia pairasse soberano acima de toda essa falta de compreensão. Isso é um dos fatores que faz a chamada “psico-oncologia” ser uma área que fascina os psicólogos, mas que se mantém completamente distante do interesse da área médica, principalmente pelas explicações simplistas e lineares da doença, e que muitas vezes são acintosas e desrespeitosas às pesquisas médicas. É dizer que enquanto alguns profissionais fazem mal uso da psicologia com suas teorizações e explicações sobre as origens do câncer em seus devaneios teóricos, a medicina simplesmente busca através de seu cabedal teórico, científico e tecnológico os verdadeiros ditames dessa patologia. Não se trata de negar a influência da condição emocional em toda e qualquer patologia, mas sim de pontuar a nossa arrogância de simplesmente colocar nesse bojo todas as formas de explicações na tentativa de se entender aquilo que permanece obscuro na área do conhecimento. Existem trabalhos de “psico-oncologia” que simplesmente definem o câncer de mama como uma anomalia decorrente do fato de essa paciente não lidar de modo adequado com sentimentos de frustração. Trata-se de afirmação tão simplista que nem sequer merece ser citada enquanto referência bibliográfica para consulta. Discursar sobre a subjetividade da dor diante da objetividade apresentada pela definição conceitual das patologias é algo que precisa ser compreendido em detalhamentos, os quais vão além das digressões teóricas e filosóficas, pois à nossa frente temos sempre um paciente que, antes de qualquer conceituação que se queira tecer sobre ele, é uma pessoa que apresenta como peculiaridade maior de sua individualidade os aspectos de sua subjetividade. Tomemos como exemplo um paciente que cai sobre os degraus da escada de sua casa e sofre uma fratura em seu braço. Inicialmente a primeira coisa a ser evocada é que se trata de um acidente doméstico, e tal 4
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Sobre a Dor...
qual a maioria dos casos atendidos pela Ortopedia, apresenta apenas e tão somente aspectos de anomalias físicas em sua patologia. No entanto, se nos depararmos com questões da subjetividade do paciente nesse acidente doméstico, poderemos constatar que o mesmo ocorreu em uma escada sobre a qual essa pessoa se locomove ao longo de anos, e que sua queda naquele dia se deu após uma briga com seu cônjuge, ou então ao saber de alguma notícia pesarosa. Ou seja, até mesmo nos casos de Ortopedia, considerados os que mais trazem em seu bojo apenas e tão somente sofrimentos e anomalias objetivas, vamos encontrar a subjetividade determinando o matiz de sofrimento desse paciente. Da mesma forma, quantos acidentes automobilísticos, ou mesmo de outra natureza, e que igualmente são tratados na Ortopedia, não tiveram sua origem simples e tão somente a partir de destrambelhos emocionais vividos pelo paciente?! Trata-se de um binômio indivisível a condição emocional do paciente e o desenvolvimento e até mesmo surgimento de suas patologias. Não se pode ter alguém com sofrimentos emocionais significativos e que igualmente não apresente sérias anomalias físicas. Da mesma forma que o rio deságua no mar e lá deixa todas as tormentas e intempéries de seu caminho, a condição emocional está imbricada com as anomalias e disfunções do organismo como um todo indissolúvel e indivisível. Somos uma realidade única que traz em seu bojo a vivência da condição emocional estampada no arcabouço físico. Merleau-Ponty2 assevera que o corpo não é qualquer um dos objetos exteriores, que apenas apresentaria esta particularidade de estar sempre aqui. Se ele é permanente, trata-se de uma absoluta que serve de fundo à permanência relativa dos objetos que podem entrar em eclipse, dos verdadeiros objetos. É dizer que a minha totalidade corpórea contempla em seu bojo os aspectos que fazem dele não um conjunto de músculos e carnes inertes, mas algo que se enfeixa em si e traz sua historicidade em suas manifestações. E se alongarmos essas observações para os animais domésticos, aqueles que se fazem presentes em nossas vidas e em nossa cotidianidade, veremos que muitos sofrem de doenças que até recentemente eram única e exclusivamente humanas. Assim, desde cânceres provocados por agressões externas como poluição ambiental a doenças claramente decorrentes da vida estressante da modernidade, os animais domésticos, de maneira geral, mostram sintonia com esse binômio de condição emocional com o surgimento de anomalias físicas. 2
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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Sartre3 coloca que a nossa vida é resultado de nossas escolhas. E sua própria vida é um exemplo de como as escolhas o levaram a um sofrimento físico irreversível nos últimos anos de sua vida. Simone de Beauvoir escreve em seu livro A cerimônia do adeus4 passagens dos últimos anos da vida de Sartre, em que sua escolha de vida mostra claramente as consequências de seu sofrimento. Ela relata que, usando o argumento de que dormir era perda de tempo, ele tomava remédios para se manter acordado o maior tempo possível. E acrescido a isso, a ingestão excessiva de álcool e tabaco fizeram dele um enfeixamento de anomalias e sofrimentos bastante severos em seus últimos tempos de vida. O quadro de Sartre é um exemplo bastante claro e elucida o que fazemos de nossas vidas com escolhas que muitas vezes não são aquelas de que o organismo necessita para manter-se saudável e em equilíbrio. No entanto, nem sempre as escolhas que fazemos são claras e mostram de modo tão notório o imbricamento da condição emocional com o surgimento de anomalias físicas. E desde a ingestão excessiva de álcool e tabaco, passando ainda por uma alimentação muitas vezes inadequada e com um modo de vida estressante imposto pela contemporaneidade, o fato é que o quadro de sofrimento do paciente contemporâneo está a exigir novas e constantes conceituações de dor e sofrimento. Exemplo dessas citações é a LER – Lesão por esforço repetitivo. Em tempos idos essa anomalia acometia principalmente musicistas eruditos – violonistas, pianistas, regentes etc. – e atletas em geral, que em função dos esforços repetitivos de suas atividades se viam lesados e muitas vezes até impossibilitados de continuar a exercer suas atividades. Na atualidade, as principais vítimas da LER são os usuários de computador, principalmente os mais jovens. E temos uma questão bastante simples para se evitar tal anomalia, que, no entanto, é desprezada até mesmo pelos profissionais da saúde envolvidos com os princípios da Ergonomia. Pois, anteriormente, os profissionais que exerciam atividades de escritas o faziam atuando em máquinas de escrever com teclados duros e desconfortáveis. Resultado disso é que havia um fortalecimento natural da musculatura das mãos e dos braços, o que por si evitava o surgimento da LER. Na atualidade, diante dos teclados macios dos modernos computadores, não há esse fortalecimento da musculatura, e em consequência a repetição provoca tendinites e toda sorte de transtornos provocados pela LER.5 3 4
SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Lisboa: Lisboa, 1970. BEAUVOIR, S. Cerimônia do adeus. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
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Valdemar Augusto Angerami – Camon (Org.)
PSICOSSOMÁTICA E A PSICOLOGIA DA DOR 2ª edição revista e ampliada
Valdemar Augusto Angerami – Camon (Org.)
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Na medicina, o objetivo da dor é informar ao médico acerca da localização e da natureza do problema orgânico, a fim de lhe dar condições de tomar as medidas corretivas necessárias. Na psicologia, é por meio da palavra e da expressão que se tem acesso à dor do paciente. A 2ª edição de Psicossomática e a Psicologia da Dor pretende auxiliar os profissionais de saúde a compreender um pouco mais os problemas que podem ser apresentados pelos pacientes que sofrem de dor crônica e suas sequelas emocionais. Com sete novos artigos, o livro aborda temas coerentes com a realidade da dor, como as dores da mulher, a dor da perda da saúde e o ato de cuidar de um filho com câncer. Aplicações Livro-texto destinado a médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e demais profissionais, professores e estudantes na área de saúde.
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PSICOSSOMÁTICA E A PSICOLOGIA DA DOR
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O diagnóstico de uma doença traz consigo a mudança da condição de sadio para a condição de doente. Em tal situação, o paciente passa a lidar com o risco eminente de adoecer, sofrer e morrer. Isso faz com que ele viva constantemente ameaçado por essa situação, que representa um ataque não somente ao seu corpo, mas também ao seu psiquismo.
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Arlinda B. Moreno||Elizabeth Ranier Martins do Valle Evandro Linhares Angerami||Gildo Angelotti Isabella Drummond Oliveira Laterza||José Carlos Riechelmann Karla Cristina Gaspar||Marilda de Oliveira Coelho||Roseli Lopes da Rocha