Saúde e Nutrição

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SAÚDE E NUTRIÇÃO


SAÚDE E NUTRIÇÃO


Saúde Apresentação e Nutrição

Apresentação Um conteúdo objetivo, conciso, didático e que atenda às expectativas de quem leva a vida em constante movimento: este parece ser o sonho de todo leitor que enxerga o estudo como fonte inesgotável de conhecimento. Pensando na imensa necessidade de atender o desejo desse exigente leitor é que foi criado este produto voltado para os anseios de quem busca informação e conhecimento com o dinamismo dos dias atuais. Com esses ideais em mente, nasceram os livros eletrônicos da Cengage Learning, com conteúdos de qualidade, dentro de uma roupagem criativa e arrojada. Em cada título é possível encontrar a abordagem de temas de forma abrangente, associada a uma leitura agradável e organizada, visando facilitar o aprendizado e a memorização de cada disciplina. A linguagem dialógica aproxima o estudante dos temas explorados, promovendo a interação com o assunto tratado. Ao longo do conteúdo, o leitor terá acesso a recursos inovadores, como os tópicos Atenção, que o alertam sobre a importância do assunto explorado, e o Para saber mais, que apresenta dicas interessantíssimas de leitura complementar e curiosidades bem bacanas, para aprofundar a apreensão do assunto, além de recursos ilustrativos, que permitem a associação de cada ponto a ser estudado. Ao clicar nas palavras-chave em negrito, o leitor será levado ao Glossário e terá acesso à definição da palavra. Para voltar ao conteúdo do ponto onde parou, bastará o leitor clicar na própria palavra-chave do referido Glossário e dar continuidade ao estudo. Esperamos que você encontre neste livro a materialização de um desejo: o alcance do conhecimento de maneira objetiva, concisa, didática e eficaz. Boa leitura!

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Saúde Prefácio e Nutrição

Prefácio A rotina estressante que o dia a dia nos impõe dificulta, e muito, a vivência de comportamentos saudáveis e regrados. Acabamos por esquecer o quanto é importante e complexa uma boa alimentação, o gozo integral dos intervalos de descanso, a relevância no nosso corpo e mente da prática de exercícios físicos... Esse “esquecimento”, na verdade, é perigoso. Muitas vezes, o corpo não sente, mas a mente clama por estratégias de qualidade para manter a sanidade e levar a vida. Este material tem a finalidade de resgatar a consciência dessa importância. Dividido em quatro unidades, Saúde e Nutrição pretende oferecer ao leitor conceitos que remeterão, não somente ao aprendizado, mas, também, à reflexão. A Unidade 1 apresenta temas como a alimentação do corpo, a ciência do bom viver, o controle da alimentação e os fatores de risco como obesidade e desnutrição, além de recomendações para uma alimentação saudável. Na Unidade 2, a base da boa alimentação é debatida, com a apresentação de conceitos importantes acerca dos sais minerais, vitaminas, gorduras e óleos, entre outros. A Unidade 3 traz, como centro do aprendizado, a questão da energia e do exercício físico. Finalmente, a importância da higiene e do sono é apresentado na Unidade 4, que vai tratar, além de outros assuntos, da energia que o alimento nos fornece. Podemos dizer que o conteúdo dessa disciplina cumprirá duas funções: a de lhe transmitir conhecimentos e a de alertar para as práticas saudáveis que garantam melhores condições para o alcance de uma vida com mais qualidade. Desejamos a todos, bons estudos e proveitosas reflexões.

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Unidade 1 – Nutrição: uma questão de saúde

UNIDADE 1 NUTRIÇÃO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE Capítulo 1

Nutrição: uma questão de saúde, 10

Capítulo 2

O que alimenta o corpo?, 12

Capítulo 3

A ciência do bom viver, 16

Capítulo 4

O controle da alimentação, 18

Capítulo 5

Desnutrição: o perigo oposto à obesidade, 20

Capítulo 6

Alimentação saudável e a prevenção de doenças, 24

Capítulo 7 Considerações finais, 26

Glossário, 28

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1. Nutrição: uma questão de saúde Nas últimas décadas, muitos pesquisadores têm trabalhado o conceito de qualidade de vida. Partindo das ciências humanas, das ciências médicas, da enfermagem e da economia, seu objetivo é tentar identificar a influência de cada uma dessas áreas na vida das pessoas, principalmente concernente às pessoas com alguma doença ou deficiência, a fim de entender mecanismos para melhorá-las. Por outros percursos, essas mesmas áreas procuram meios para a prevenção de doenças, cujo foco se encontra atrelado a um estilo de vida saudável que envolve, entre outros fatores, alimentação correta, atividades físicas, trabalho, hidratação, higiene e repouso. Em sua versão moderna, o conceito de qualidade de vida surgiu por volta da década de 70, com o avanço de doenças crônicas, como as metabólicas, as cardiovasculares ou de natureza pulmonar, as neurológicas, do trato digestivo, a AIDS e as doenças mentais. Outros fatores contribuíram para as pesquisas na área, como o envelhecimento da população, a proliferação de deficiências relacionadas a acidentes graves, especialmente entre os jovens, e o desenvolvimento das técnicas cirúrgicas. Contudo, de forma gradual, ao longo do tempo esse conceito tem ganhado importância. Ele nasceu na filosofia de Aristóteles, que descreveu a felicidade como uma atividade da alma, congruente com as maneiras que, supostamente, levariam a uma vida boa. De acordo com o filósofo, todos os seres humanos anseiam por uma vida feliz, não importando a sua condição. Antes de falar em qualidade de vida, a literatura já tratava de termos sinônimos como satisfação, felicidade, equilíbrio, estar bem consigo mesmo ou estar saudável, enfim, remetia à busca do bem-estar. Os primeiros dados sobre indicadores da qualidade de vida tratam do


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início de 1940, com a Escala de KATZ sobre as atividades da vida diária e, logo depois, com a Escala de Karnofski, em 1948, que descrevia a condição física de um paciente. Em 1947, a Organização Mundial de Saúde (OMS) forneceu uma definição de saúde que estipula, além de ausência de doença ou enfermidade, que ela acaba por ser um estado completo do físico, do mental e do social. Nos dias de hoje, a qualidade de vida está no centro das preocupações de todos os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas etc.) que exercem as suas profissões em ambientes hospitalares ou não hospitalares. Nos atuais projetos de saúde, principalmente em países industrializados, e seguindo o tipo de atitude que esteve sempre presente na maior parte das culturas orientais, o tratamento clínico não é suficiente para o tratamento de um paciente. É preciso que ele viva da melhor forma possível e, por isso, faz-se necessário trabalhar na prevenção de doenças. O conceito de qualidade de vida parece estar estreitamente relacionado com os objetivos e com os componentes cognitivos, embora não descarte, também, elementos subjetivos. O próprio ser humano pode avaliar o seu nível de qualidade de vida em termos do que é importante para ele, seus valores e crenças. Ao longo dos anos, essa percepção pode mudar para a mesma pessoa, dependendo da sua idade e maturidade, do seu estado de saúde ou deficiência. É, portanto, um conceito abstrato, complexo, situacional, ligado de forma multidimensional a outras teorias como o de enfrentamento, afluência, cumprimento de metas etc. Não é de se surpreender que, na área da saúde, esse conceito seja objeto de inúmeras pesquisas e trabalhos científicos. Diante do exposto, podemos afirmar que o estado nutricional e a qualidade de vida estão intimamente ligados, tanto na área da prevenção quanto durante o tratamento de uma patologia qualquer. A desnutrição ou a obesidade são fatores de risco independentes, responsáveis por piorar a qualidade de vida antes, durante e após o tratamento de doenças, mesmo quando os pacientes estão curados. Enquanto ciência, a nutrição é a disciplina que estuda os alimentos e a sua utilização pelo organismo, sendo um elemento-chave para a saúde, pois algumas doenças estão diretamente relacionadas com a ingestão de determinados alimentos. A importância de uma

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boa nutrição não é uma ideia nova, haja vista que, em 400 a.C., Hipócrates já afirmava que o alimento era o primeiro remédio do ser humano. De acordo com a milenar medicina chinesa, os alimentos também são remédios e é extremamente importante respeitar uma dieta específica para a prevenção e, até mesmo, para o tratamento de doenças. No século passado foi comprovada a ligação entre deficiências nutricionais e doenças graves. Essas diferentes formas de desnutrição são, ainda hoje, problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento, tais como a cegueira, devido à deficiência de vitamina A, ou o cretinismo, devido à deficiência de iodo. Desde os anos 60, a investigação sobre as ligações entre a alimentação e a saúde tem feito enormes progressos.

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TENÇÃO! Há fortes evidências de que duas das maiores causas de morte por doença no mundo – as doenças cardiovasculares e o câncer – estejam ligadas à maneira como nos alimentamos. É sabido, também, que fatores dietéticos estão associados com a ocorrência de muitas outras doenças comuns, tais como diabetes, osteoporose ou obesidade, e uma nutrição adequada seria um fator-chave para uma boa saúde.

2. O que alimenta o corpo? Estamos no meio de uma revolução na maneira como entendemos os hábitos alimentares e a saúde. A nutrição começou como o estudo de que tipo de alimentos precisamos ingerir para a sobrevivência, em seu sentido mais básico. A pesquisa inicial estava focada em determinar a quantidade mínima de um nutriente na dieta para prevenir a manifestação de um mau funcionamento visível ou de uma doença. Com o avanço da tecnologia e a capacidade, cada vez maior, de ver o que está dentro do seu corpo e, até mesmo, dentro das próprias células, somos capazes de acompanhar como os nutrientes realmente funcionam. O mais importante é que essa nova visão nos ajuda a entender por que a falta de


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componentes alimentares importantes pode nos levar a baixos níveis de energia, ao envelhecimento precoce e às doenças. É possível entender como os alimentos que decidimos ingerir hoje afetarão a nossa saúde alguns anos mais tarde em nossas vidas. As células são as unidades fundamentais da nossa existência – são os “tijolos” a partir dos quais todos os seus tecidos e órgãos são feitos – e são os menores componentes considerados como organismos vivos em nosso corpo. Elas estão constantemente se comunicando umas com as outras, respondendo ao meio e aos sinais que recebem informações sobre o que tocamos e como nos movimentamos. Se não podem operar de forma eficiente, o funcionamento de tecidos e órgãos, que são construídos pelas células, torna-se comprometido, fazendo com que se experimente uma diminuição da capacidade funcional e o início de uma série de condições de saúde e doenças. Manter as células bem alimentadas é, portanto, manter-se a si próprio bem nutrido. Dos muitos papéis importantes que as células desempenham em nossa vida diária, um deles é manter o DNA seguro contra danos e fornecer a energia para todas as atividades. O DNA é armazenado dentro do núcleo celular, e as células têm muitas maneiras de mantê-lo seguro. Contudo, pesquisas apontam que uma dieta pobre, com baixa ingestão de antioxidantes e outros fitonutrientes importantes, além da exposição às toxinas ambientais, como os pesticidas, podem causar danos ao DNA. Esses danos, também chamados de mutação, podem afetar a capacidade das células em produzir energia, podem causar a sua morte precoce, resultando em tecidos comprometidos ou inflamados, e pode, até mesmo, evoluir, anos mais tarde, para algum tipo de câncer.

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TENÇÃO! Um adulto médio tem cerca de 30 trilhões de células no seu corpo e, todos os dias, milhares de novas células são replicadas a partir das antigas. As novas células são feitas para substituir aquelas que se tornam desgastadas ou danificadas. O fornecimento de matérias-primas para a criação dessas novas células por meio dos nutrientes que podem ser encontrados nos alimentos, desempenha um importante papel na sustentação celular e, portanto, na saúde em geral. Além disso, certos nutrientes protegem as células contra danos e possibilitam a produção de energia para o nosso corpo.

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Enquanto as células de diferentes tecidos ou órgãos podem variar na forma, no tamanho ou nos atributos, cada uma delas contém componentes semelhantes que executam tarefas específicas. O desenvolvimento de células saudáveis envolve uma variedade de vitaminas e minerais, bem como outros componentes presentes em uma dieta. Fornecer todos esses nutrientes para as células significa comer todos os alimentos que contenham o complemento máximo desses nutrientes. Uma das fontes de alimentos mais completa para os nutrientes que favorecem células saudáveis são os grãos integrais.

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ARA SABER MAIS! Um interessante vídeo de pouco mais de 58 minutos está disponível na internet com uma excelente aula sobre o funcionamento da célula. Pode ser encontrado no site <http://www.dailymotion.com/video/xv5l4i_curiosidadea-celula-humana_tech>. Acesso em: 10 out. 2015. Recomendamos!

Um grão inteiro, como um grão de trigo, contém três partes principais: o germe, que é parte do grão; o endosperma, que contém o amido (calorias) para dar suporte ao broto durante as suas fases iniciais; e o farelo, que é a camada de proteção que envolve o broto e o seu endosperma. Em um alimento de grão inteiro, todas as três partes estão presentes; num produto alimentar refinado, como o pão branco, o germe e o farelo são removidos, e apenas o endosperma é utilizado. Cada uma das partes do grão tem finalidades diferentes e, por conseguinte, um complemento diferente de nutrientes. O germe é rico em micronutrientes para apoiar o jovem broto. Ele contém um elevado nível de vitamina E, tocoferóis e várias vitaminas do complexo B. O endosperma, embora seja a maior parte do grão, contém o menor número de micronutrientes em relação ao seu tamanho, porque a sua finalidade é de simplesmente fornecer amido (açúcar), calorias para o jovem broto. O farelo da proteção contém uma série de micronutrientes para proteger o broto contra danos causados pelo sol, o que pode provocar a formação de radicais livres, bem como outros danos ambientais. Esses mesmos compostos protegem as nossas células contra danos, o que é uma razão pela qual o farelo é uma fonte de alimento saudável para o ser humano. Ele contém mais de 60% dos minerais, incluindo magnésio, fósforo, potássio, ferro, cobre e manganês, os quais são necessários para dar suporte às células saudáveis. É fácil ver por que os grãos integrais exaustivamente protegem e apoiam as células saudáveis, enquanto os produtos feitos com grãos processados, como pão e cereais feitos a partir de grãos refinados brancos, oferecem pouca proteção contra danos. As células precisam de um espectro completo de vitaminas, especialmente as vitaminas do complexo B, para dar suporte à produção de energia e manter o nível


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mínimo de radicais livres. Necessitam, ainda, de gorduras saudáveis (como o ômega-3 e os ácidos graxos) e uma boa fonte de proteínas para sustentar membranas protetoras saudáveis. Carecem de uma alta ingestão de antioxidantes, como os compostos da família da vitamina E, que são encontrados no germe de grãos inteiros, a vitamina C, encontrada em alimentos cítricos, e os carotenoides dos vegetais para proteger o DNA de danos que podem ser causados pelos radicais livres, o que pode causar mutações. Uma série de outros fitonutrientes, como as antocianinas das uvas e dos morangos, e catequinas encontradas no chá verde, também pode atuar como antioxidantes e ajudar na proteção das células e do DNA contra os radicais livres. Sem essa gama de nutrientes ou de fitonutrientes, as membranas das células podem se tornar quebradiças, desenvolvendo brechas, não sendo capazes de funcionar corretamente, e não conseguindo proteger, portanto, o DNA. Uma vez desprotegido, ele pode desenvolver mutações que podem afetar a célula, deixando-a incapacitada de funcionar. Esses danos podem diminuir a produção de energia e levar a um aumento na geração de radicais livres, causando mais danos e destruindo a capacidade de funcionamento completo das células. O ser humano depende do oxigênio para a sua sobrevivência, e a geração de energia mitocondrial requer oxigênio para converter moléculas de combustível em dióxido de carbono. Paradoxalmente, o oxigênio é um reagente tão poderoso que pode interromper a função celular e prejudicar o metabolismo por meio da geração de moléculas reativas de oxigênio. Elas podem causar danos por acúmulo oxidante

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por estarem associadas com muitas condições degenerativas, incluindo o câncer e o envelhecimento, e a morte celular. A nutrição adequada desempenha, portanto, um papel crítico na neutralização de químicos prejudiciais, protegendo a saúde das células.

3. A ciência do bom viver O que se entende por nutrição? Como todas as ciências, ela pode ser definida como aquela que funciona dentro de um quadro de dimensões, e a sua política e prática são regidas e guiadas por princípios. Contudo, isso não significa dizer, necessariamente, que a sua definição esteja fixada da mesma forma para todo o mundo, nem que as suas dimensões ou os seus princípios estejam sempre explícitos, uma vez que esses, ao invés, podem ser implicitamente indicados. De fato, não parece haver nenhuma definição globalmente fixada para a atual ciência da nutrição, nem mesmo definições alternativas predominantemente globais, assim como também não há princípios gerais acordados a fim de governar e nortear o seu trabalho e sua aplicação enquanto política de alimentação e nutrição. Diante disso, não se trata de uma questão apenas de definição, mas de direção. Historicamente, a dietética foi definida de forma muito ampla, mas uma definição que data de meados do século XX. Trata-se de uma exposição relativamente estreita onde se afirma que a dialética é uma ciência dedicada à aplicação dos fatos que, até então, foram descobertos a cerca dos alimentos para o seu uso no corpo. Nesse mesmo período, surgiu uma definição mais ampla para a nutrição, que a considerava enquanto estudo de alimentos e bebidas em todos os seus aspectos para a cura medicinal, o que a distinguiu da dietética. Outra definição de nutrição foi concebida em Viena, em 2001, que remete ao estudo da totalidade da relação entre as características funcionais – metabólico e comportamental – do organismo e seu ambiente dietético, com ênfase nos nutrientes e na dieta como um todo.


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Atualmente, muitas instituições de ensino definem a ciência da nutrição como o estudo das formas de interação entre a ingestão de alimentos, que fornecem energia e nutrientes, e as demandas metabólicas do corpo, que são necessárias para estabelecer e manter a sua função. Essa interação ocorre contra uma ampla gama de fatores ambientais. De maneira mais simples, é vista enquanto o estudo de nutrientes nos alimentos, como o corpo vai utilizá-los, e a relação entre dieta, saúde e doença. Assim, nutricionistas criam e aplicam o conhecimento científico para promoverem uma compreensão dos efeitos da dieta sobre a saúde e o bem-estar dos seres humanos e dos animais. Todas essas definições e descrições são importantes pelo que elas incluem e assumem, pelas implicações e sugestões, e até pelo que elas excluem. Em geral, apontam para uma ciência biológica cujas perspectivas descritivas são fisiológicas e bioquímicas – e recentemente genômicas –, e cujos aspectos normativos são médicos. O contexto da saúde, entendida no sentido de ausência e presença de doença, é assumido. Sugere-se um foco direto ou indireto sobre a espécie humana. Há, também, uma ligeira referência a toda a dimensão social ou ambiental, e todos esses conceitos refletem na estrutura principal de livros didáticos da ciência da nutrição, mas que incluem, em edições recentes, alguns aspectos de saúde pública, bem como alguns materiais auxiliares de vários outros tópicos. Uma vez aceita enquanto ciência biológica, com aspectos fisiológicos, biológicos, genéticos e médicos, e pelo fato de encontrar-se preocupada com os seres humanos e o mundo onde eles vivem, uma definição de trabalho para a atual nutrição convencional e a aplicação enquanto política de alimentação e nutrição seria dizer que ela estuda as interações dos constituintes de alimentos e de dietas como um todo,

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com outros sistemas humanos e biológicos, e a sua aplicação enquanto política alimentar e de nutrição é projetado para prevenir doenças e para manter a saúde em indivíduos e nas populações. A indústria dos alimentos não obedece às mesmas leis que outras indústrias. Nesse caso, não é a tecnologia que governa, mas o fator humano: o que o consumidor quer comer? O que ele deve comer? No entanto, quase ninguém sabe se um determinado alimento é bom ou ruim para a sua saúde em particular. Logo, de forma resumida, a nutrição estará encarregada em analisar a relação entre os alimentos e a saúde. Com base, por exemplo, na observação clínica de uma doença, cuja deficiência pode ter uma causa na dieta, como a falta de vitamina C, ela parte para a investigação de questões mais complexas, como problemas cardíacos, diabetes ou osteoporose. Hoje, o seu foco baseia-se em uma nova definição de saúde, voltada à prevenção de doenças, em que desempenha um importante papel. É possível distinguir três regras principais dessa ciência: 1) efeitos da dieta sobre os sistemas funcionais complexos do corpo humano não são fáceis de serem observados; 2) envolve a utilização de projeções ao longo de um período de tempo da vida, pois as consequências do tipo de tratamento nutricional só são eficazes durante períodos muito longos, bem mais do que a duração média da maioria dos estudos; e 3) muitas das chamadas doenças ocidentais são tão complexas que, provavelmente, não são o resultado de uma única causa e, quase sempre, não podem ser tratadas por um único meio de cura. Diante do exposto, o objetivo da nutrição enquanto ciência é de contribuir para um mundo no qual as atuais e as futuras gerações venham a desenvolver as suas potencialidades, extraindo o melhor da sua saúde. A nutrição deve ser a base para as políticas de alimentação e nutrição, concebidas para identificar, criar, conservar e proteger de maneira racional, sustentável e equitativa os sistemas alimentares comuns, nacionais e globais, a fim de favorecer a saúde, o bem-estar e a integridade da humanidade.

4. O controle da alimentação A luta contra a obesidade é um importante problema de saúde pública. Além de suas consequências psicossociais, remete, de fato, à origem de graves complicações de saúde. A nutrição tem um papel fundamental a desempenhar, qual seja, a prevenção de doenças e o cuidado dos pacientes, mantendo-os informados sobre os riscos relacionados ao aumento do peso, ajudando-os a corrigir seus maus hábitos alimentares.


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A causa do excesso de peso é uma via de mão dupla: de um lado, há maior disponibilidade e acesso aos alimentos; do outro, um estilo de vida cada vez mais sedentário. O excesso de peso também pode ocorrer em pessoas com doenças do sistema endócrino, ou devido à hereditariedade. Outrossim, as pesquisas no geral mostram que essas pessoas, em porcentagem, representam muito pouco em comparação com aqueles que comem mais do que necessitam e se movimentam muito pouco. Quando tratamos especificamente da alimentação, principalmente nos dia de hoje e em especial àquela destinada às crianças e ao adolescente, sem significativa diferença geográfica, é possível afirmar que ela é rica em proteína (com excesso de ingestão de proteína animal), possui alto teor de gordura (com alta ingestão de gordura saturada) e contém alto teor de açúcares e sal. Por outro lado, há uma redução na ingestão de fibra dietética, de cálcio e também de ferro. Esses erros nutricionais são, muitas vezes, adicionados a uma dieta monótona; à distribuição inadequada de calorias durante o dia, geralmente intercaladas com diversos lanches inadequados, e o mau hábito de não tomar um bom café da manhã. Existe uma comunicação estreita e contínua entre o tecido adiposo, o sistema digestivo e o sistema nervoso central por meio de sinais que, ao serem processados em áreas específicas do cérebro, se transformam em respostas referentes que regulam o equilíbrio entre fome e saciedade e o balanço de energia do organismo. Trata-se de moléculas que, ao entrarem na corrente sanguínea, atingem órgãos-alvo. Uma dessas substâncias é a leptina, que é produzida por células de tecido adiposo e transmite mensagens sob o controlo da saciedade, além de atuar sobre o hipotálamo, que conduz a uma redução de calorias e a um aumento no gasto energético.

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Os sinais de fome e de saciedade são, em curto prazo, dependentes de substâncias produzidas pelo trato gastrointestinal durante a refeição. O estômago produz tais substâncias como a grelina, ou o hormônio da fome, um peptídeo que estimula a ingestão de alimentos (seus níveis aumentam antes das refeições e diminuem depois). Ela é produzida de dia e estimula o apetite, enquanto o hormônio da saciedade – a leptina – é produzido durante o sono, inibindo o apetite. Logo, o organismo produz uma diminuição e/ou saciedade da fome e a sensação de uma noite de sono suficiente. Por outro lado, uma redução do tempo de sono prejudica esse equilíbrio. A produção de todas essas substâncias é influenciada, inclusive por fatores congênitos, que dependem da informação genética que cada um de nós tem em suas células. No entanto, o fator que determina de forma mais significativa o comportamento alimentar de uma pessoa saudável é representado pelo estilo de vida. O sobrepeso e a obesidade não são apenas problemas estéticos. Afetam não só a qualidade de vida, mas, também, a esperança de vida. Nos países ocidentais, a obesidade é a segunda principal causa de morte evitável, depois do fumo. A comunidade científica concorda que o excesso de peso possui um papel significativo na patogênese de muitas doenças metabólicas e degenerativas, tais como doença cardíaca isquêmica, doença cerebrovascular, diabetes, doenças respiratórias e doenças musculoesqueléticas, gordura no fígado, cálculos biliares e certos tipos de cancro. Além disso, de acordo com pesquisas mais recentes, o sobrepeso incentiva no desenvolvimento de distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão, e pode levar a limitações de vitalidade, discriminação social, diminuição da produtividade no trabalho ou nos estudos. Diante do exposto, além dos níveis preocupantes de inatividade física, o comportamento alimentar mais comum que predispõe ao aumento de peso é a ingestão de alimentos que não levam em conta a qualidade e a quantidade dos alimentos, em especial: 1) alta ingestão de alimentos e bebidas com alto teor calórico, baixo consumo de frutas e legumes (que fornecem fibra dietética), e consumo excessivo de álcool; 2) consumo cada vez maior de refeições rápidas, principalmente aquelas que são realizadas fora de casa; e 3) o mau hábito de não se alimentar após acordar.

5. Desnutrição: o perigo oposto à obesidade Quando o corpo humano apresenta um consumo insuficiente, excessivo ou desequilibrado de nutrientes significa que, essencialmente, está ocorrendo um processo de má nutrição. Pode ocorrer uma supernutrição, que faz com que o corpo


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tenha que lidar com nutrientes demais, caracterizada pela ingestão de mais alimentos do que o necessário, ou pela ingestão excessiva de suplementos. Já a subnutrição ou desnutrição caracteriza-se por uma dieta que é carente de nutrientes e não fornece uma quantidade adequada de calorias, sustento e proteínas para a manutenção e o crescimento, ou, ainda, pela deficiência na utilização de alimentos, em consequência de uma doença. Embora ela se destine a ser mais comum em países em desenvolvimento, onde há escassez de alimentos, a desnutrição pode afetar pessoas de todas as idades e gêneros, e cresce, também, nos países industrializados, tendo como causas comuns uma dieta incorreta, alcoolismo, problemas de saúde mental e distúrbios digestivos. De acordo com a OMS, a desnutrição é a ameaça mais perigosa para a saúde pública global, especialmente porque pode ter um impacto altamente significativo sobre o bem-estar físico e emocional. No geral, como citado, as causas mais comuns estão relacionadas com uma dieta pobre de nutrientes. Em países menos desenvolvidos, muitas pessoas vão desenvolver o problema como resultado da escassez de alimentos e da fome. Em países mais ricos e industrializados, a comida é mais acessível, e a desnutrição acaba se distanciando de qualquer fator relacionado à falta de alimentos. Doenças e problemas de saúde também podem causar a subnutrição, especialmente quando impactam nos hábitos alimentares. Se uma doença deixa um paciente com sintomas de disfagia (dificuldade de deglutição), ele pode não ser capaz de consumir a quantidade suficiente dos alimentos de que precisa para uma nutrição saudável. Distúrbios digestivos e do estômago também podem influenciar nessa questão, como a Doença de Crohn, que prejudica a capacidade do corpo de digerir e absorver alimentos e nutrientes vitais. Por outro lado, as pessoas que sofrem de problemas digestivos podem evitar comer certos alimentos, o que significa que poderia ocorrer uma falta de nutrição vital.

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Nesta obra o autor discute diferentes conceitos na relação saúde e corpo, hábitos de higiene, nutrição, controle da alimentação, a base da boa nutrição, glicídios, protídeos, lipídios, sais minerais, vitaminas. Este conteúdo contempla, também a relação entre energia e atividade física, além de ensinar ao leitor como calcular a ingestão de alimentos e seus gastos calóricos.

ISBN 978-85-221-2374-2


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