Estas Somos N贸s
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER
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Estas Somos Nos
Apresentação São escassos os registros sobre a mulher trabalhadora, que vem, ao longo dos séculos, tecendo uma história de corpos, de máquinas e de terra, interligados na construção cotidiana da sobrevivência familiar e da riqueza nacional. A mulher e o trabalho desdobram-se em vivências extenuantes de tarefas nunca terminadas, de panelas no fogo, choro de criança, roçado da terra, ferro de engomar e fios no tear. Constituindo a maioria dos trabalhadores industriais do século passado ou alocada principalmente no setor de prestação de serviço como agora, o fato é que, no Brasil, a muIher sempre trabalhou acumulando ainda as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos. Recebendo renumerações significativamente inferiores às masculinas, exercendo funções consideradas menos qualificadas, mantendo vínculos ernpreqatfcios menos estáveis, a história do trabalho feminino é, também, uma longa trajetória de discriminações e preconceitos. Com este catálogo, o CN DM pretende registrar as diversas formas com que se exerce o trabalho feminino, homenageando a mulher trabalhadora brasileira. Com ele, esperamos descortinar pedaços dessas vidas silenciadas, recuperar momentos de sua luta por melhores condições de trabalho, por igualdade de direitos, pela garantia de sua dignidade de mulher trabalhadora. Buscando no passado os contornos do presente encontramos, e a inspiração sempre renovadas da trabalhadora brasileira.
JACOUELlNE PITANGUY Presidente do CNDM
nestas imagens, a força
Estas Somos Nós' Centro de Memória Sindical
Para comemorar a realização do 19 Congresso Nacional da Mulher Trabalhadora, em janeiro de 1986, o Centro de Memória Sindical e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher realizaram a exposição "Estas ampliada, neste catálogo. Desde a formação final do século passado,
Somos
Nós!",
que publicamos
da classe operária no Brasil, ainda no até os dias de hoje, as mulheres parti-
ciparam ativamente dos movimentos sociais de nosso pafs. Coerente com a proposta de trabalho desenvolvida nos últimos 6 anos, o Centro de Memória Sindical - entidade intersindical destinada a recuperar a história do movimento sindical - incorpora-se ao esforço de divulgação das lutas das mulheres trabalhadoras brasileiras. As fotos que incluímos neste catálogo mostram imagens significativas da participação feminina no trabalho e nas lutas travadas por melhores cond ições de vida. As mulheres que aqui estão retratadas
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher Este catálogo tão do trabalho
é o produto
feminino.
do interesse
do CNDM na ques-
Com ele, registra-se
a participação
das mulheres tanto no esforço coletivo de geração de riqueza quanto nas lutas e mobilizações por melhores condições de vida e de trabalho. Retrata-se o conjunto de tarefas nas quais sua força de trabalho se concentra, o trabalho aqr ícola cuja visibilidade tem sido sempre negada, o trabalho nas fábricas, os serviços, as ocupações de classe média. No entanto, porque submetida a uma dupla jornada de trabalho e a um cansaço multiplicado, sempre se supõe que essa mulher não fosse combativa. Pois as imagens aqui publicadas desmentem essa suposição. Ser humano, a luta pela dignidade do salário, da higiene, da salubridade, do lazer e da participação polftica também lhe cabem e estão fotografadas. Este catálogo, pois, representa a certeza de que também seu é o território no qual o coletivo se encontra.
são a nossa presen-
ça constante nos diferentes setores profissionais, onde ainda lutamos por bandeiras como: creches, trabalho igual - salário igual e participação na Constituinte e representam a grande maioria das mulheres brasileiras. Por isso é que dizemos: ESTAS SOMOS NOS!
Centro de Memória Sindical Carmen Lucia Evangelho Lopes P/Diretoria Executiva
COMISSÃO
DE TRABALHO
DO CNDM
Estas Somos Nós
A partir das últimas décadas do século passado, foram progressivas as restrições ao trabalho escravo no Brasil, (lei dos Sexagenários, lei do Ventre Livre e lei Euzébio de Oueiros), que culminaram com a abolição da escravatura em 1888. A crescente necessidade de uma mão-de-obra livre, fez com que a imigração européia viesse a desempenhar, então, um papel fundamental na formação da nascente classe operária. A grande maioria do operariado brasileiro foi formado por imigrantes europeus, especialmente espanhóis, italianos e portugueses. Esses imigrantes traziam consigo, além dos sonhos de vencer na nova terra, os ideais anarco-sindicalistas. Participaram e influiram significativamente na organização da vida operária e sindical do novo pafs.
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Passaporte de Imigrante, Espanhola, D. Beatriz Nieto Alvarez chegou ao Brasil em 1927, com o último qrupo de imigrantes subsidiados pelo governo brasileiro. Foto: Arquivo Centro de Memória Sindical
Os imigrantes europeus formaram a partir das últimas décadas do século XIX, maioria do operariado brasileiro. Touxeram consigo os ideais anarco-sindicalistas e criaram nossos primeiros sindicatos. Na foto, famrlia de imigrantes italianos. . Foto: AESP - reproduzida do livro" A classe operária no Brasil" de Paulo Sergio Pinheiro e Michael M. Hall - Ed. Brasil iense, 1981.
A presença feminina entre os imigrantes era acentuada. Esposas, filhas e irmãs compunham o contingente de trabalhadores que aqui vinha se instalar. Desembarcavam no Brasil desconhecendo a língua, o clima, os hábitos locais. Tinham que cumprir uma exaustiva jornada de trabalho. Sofriam maus tratos corporais e recebiam salários consideravelmente mais baixos do que os salários mascul inos. Conviviam ainda com toda a sorte de abusos: trabalhista - os locais de trabalho não passavam de galpões mal iluminados, insalubres e sujos - e sexuais - eram comuns os estupros e as chantagens com ameaça da perda do emprego.
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No com ício comemorativo
do Dia I nternacional
do Trabalho,
19 de Maio de J 915, a presença marcante da
mulher na Praça da Sé em São Paulo. Foto: Gentileza da Secretaria Municipal de Cultura - DPHI Divisão de Iconografia e Museus - SP.
Éramos tão numerosas em alguns ramos industriais nos primeiros anos deste século que o 1Q Congresso Operário Brasileiro - realizado em 1906 - tirou uma resolução sobre a organização das mulheres operárias "O 19 Congresso Operário resolve que o primeiro ato da Confederação Operária Brasileira, seja o de empregar todos os esforços para organizar o elemento feminino em sindicatos de resistência livremente unidos aos sindicatos congêneres do elemento masculino". Capaz de reagir contra as injustiças e de lutar por seus direitos, a mulher trabalhadora participou dos mais importantes movimentos reivindicatórios desde o inícic do século. Reivindicou melhores salários e melhores condições de trabalho, exigiu também participar da vida pol ítica do país. Esteve presente em grandes com (cios como o do "19 de Maio pela Paz" em
1915.
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~t,~"\ A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino Na foto, a diretoria
lutava, entre outras coisas, pelo direito de voto da mulher.
do 19 Congresso dessa organização, realizado no Rio de Janeiro em 1922.
Foto: Genteliza Editora Abril
E se organizou em entidades representativas como a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino que, fundada em 1922, tinha entre seus objetivos: - obter garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino; - auxiliar as boas iniciativas das mulheres e orientá-Ias na escolha de uma profissão; - assegurar à mulher os direitos políticos que a nossa Constitu ição lhe oferece e prepará-Ia para o exercício inteligente desses direitos.
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o
Em 1954 o movimento uma passeata
de mulheres
dos trabalhadores
no dia 30/11/1954,
Foto: Gentileza Oboré Editorial
contra
a carestia
no Rio de Janeiro.
atinge um dos seus pontos
mais altos. Aqui
custo de vida continuava a subir e os trabalhadores se mobilizavam contra isto. A cidade de São Paulo parou em 2 de setembro de 1954 numa greve geral de 24 horas contra a Carestia. Um dos pontos mais representativos desta luta foi a "passeata de mulheres contra a carestia" no Rio de Janeiro, em 31 de novembro de 1954. As mulheres trabalhadoras continuam se organizando por aumento de salários, melhores condições de trabalho, pagamento de salários atrasados e pelo abono de Natal, hoje conhecido como 130. salário.
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Estas Somos Nos CONFERÊNCIA NACIONAL MULHER TRABALHADORA realizar-se
à
DA
em São Paulo de 27 a 28 de abril de 1963
À TODAS AS MULHERES TRAOALHADORAS Parlicipem da I COHFER~NClaNaCIONal Da MULHER TRaBDlHaDORa, aprovada no IV ENCONTRO SINDICal. Será realizada nóS Hlas 27 e 28 de abril Sindicato dos Metalillgicos, Rua do Carmo, 171.
de 1963, no
ã
Encerramell10 - solene, com grandioso Show artislico no dia 28 ás 20 horas no Cine Paramount, silO à avenida Brigadeiro luíz antonio, 411. Na d fdbrica trabalho,
continua
luta
pela
subsistência
e ao escritório. Ai, ao ajudando a cri'H a riqueza
seu companheiro,
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Homem
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Trabalhistas
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MULHERES, Leis
trabalha,
de vida e de trabalho. nem sempre cumpridas da
seus,
deu a sempre
nem sempre recebeu a mulher o mesmo tratamento
Tem, ainda mais, a trebelhedcre, a sobrecarga Sobrecenegede até a exeustêc, d mulher sua
e dos
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direitos
assegurada realidade
na Constituição quando
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se: atenuarem
entre as
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tarefas
mãe.
rabalhadoras, unidas e organizadas ombro a ombro aos -c balhadores conseguiremos nossas reivindicações. k" .71
COlI/iJJâO
Folheto Convocatório da H Conferência Nacional da Mulher Trabalhadora, realizado nos dias 27 e 28 de abril de 1963. Em 1963, as delegadas à H Conferência Nacional da Mulher Trabalhadora. Foto:
Arquivo
Centro
de Memória
Sindical
Esta organização culminou com a realização em São Paulo, durante o mês de abril de 1963, da 19 Conferência Nacional da Mulher Trabalhadora. Durante dois dias, as 415 delegadas discutiram os seguintes pontos: Condições de Trabalho a) aplicação efetiva das Leis Sociais e Trabalhistas de defesa à mulher e ao menor
b) jornada de seis horas para a mulher trabalhadora c) aposentadoria especial para a mulher trabalhadora II - Problemas Gerais a) o papel da mulher na sociedade e nas lutas sindicais b) organização da mulher nas entidades sindicais
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No tradicional
setor metalúrgico
e do material elétri-
co a presença da mulher trabalhadora. Foto: Ricardo Alves - Gentileza Oboré Editorial
Trabalho
Feminino na Indústria do Vidro em Limeira/1974.
Foto: Arquivo Centro de Memória Sindical
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o trabalho
feminino
na Indústria de Laminação
Foto: Arquivo Centro de Memória Sindical
o golpe militar de 31 de março, interrompe o processo de organização por que passavaa sociedade brasileira e os trabalhadores sofreram toda a sorte de perseguição. O "milagre brasileiro" da década de 70 foi montado em cima da exploração do trabalho. O rápido processo de crescimento econômico expandiu asoportunidades de emprego para a mulher, que passou a exercer funções antes tidas como masculinas. As novas oportunidades de emprego, não se traduziam porém, em melhores condições de trabalho e salários mais dignos.
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Trabalhadores
rurais limpando
o mato para prepara莽茫o
Foto: Nilton Soares - Arquivo: Centro de Mem贸ria Sindical
da terra em Nossa Senhora
da Gl贸ria - Sergipe.
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Colhedoras de Algodão esperam transporte em lturnbiara - Goiás Foto: Milton Soares - Arquivo: Centro de Memória Sindical
Plantadora de algodão em Campo Mourão, região com grande número de acidentes com agrotóxicos. Foto: Nilton Soares - Arquivo: Centro de Memória Sindical
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Plantadora de milho em Nossa Senhora da Gl贸ria - Sergipe. Foto: Milton Soares - Arquivo: Centro de Mem贸ria Sindical
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Colhedoras de Algod茫o sendo transportadas
para o campo em Itumbiara
- Goi谩s
Foto: Milton Soares - Arquivo: Centro de Mem贸ria Sindical
Cotidiano
da vida da mulher no campo.
Foto: Milton Soares - Aquivo: Centro de Mem贸ria Sindical
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Cenas da vida diária de uma família Buriticuju no Sul do Maranhão. Foto: Milton Soares - Arquivo:
de posseiros em área de litrgio em
Centro de Memória Sindical
Foto: Milton Soares - Arquivo: Centro de Memória Sindical
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Plantadores Foto:
Milton
de batata Soares -
no projeto Arquivo:
de assentamento
Centro
de Mem贸ria
de Mucat煤 em Alhambra
Sindical
na Paralba,
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Plantadores
de batata
no projeto
de assentamento
de Mucatú em Alhambra
na Parafba.
Foto: Milton Soares - Arquivo: Centro de Memória Sindical
Os movimentos sociais, que haviam sido intensamente reprimidos voltam a se reorganizar no final da década de 70 e como decorrência pipocam os Congressosde Mulheres em diferentes categorias profissionais.
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1 Ç> Congresso
da Mulher
Metalúrgica
de São Paulo. 31/8 e 1 e 2/9/1979. Foto: Gentileza Oboré Editorial
Na porta da fábrica,
o chão "Pichado"
convoca para o
19 Congresso da Mulher Metalúrgica de São Paulo, 1979. Foto: Gentileza Oboré Editorial
As metalúrgicas de São Bernardo e Oiadema, reuniram-se no 19 Congresso da Mulher Metalúrgica durante os dias 27 e 2B de janeiro de 1978. Das participantes, 85% eram solteiras e 57% tinham mais de 18 e menos de 25 anos. Quanto a remuneração, 58% das congressistas ganhavam até 1 salário mínimo e meio e 73% ganhavam até dois salários mínimos. As mulheres metalúrgicas de São Bernardo e Oiadema se identificaram com todas as lutas comuns aos trabalhadores e reivindicaram igualmente de remuneração sem discriminação de cor, sexo ou idade, condições de trabalho adequadas a presença da mulher na fábrica e a criação de um equipamento social básico como cheches e escolas-parques que permitissem reduzir o tempo dispendido com atividades domésticas. No ano seguinte, 1979, foi a vez das metalúrgicas de São Paulo. Reunidas em seu 19 Congresso nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro concluíram que a mulher, como trabalhadora, tem as mesmas reivindicações econômicas, políticas e sociais do conjunto da classe operária. Contudo, consideraram que a mulher trabalhadora necessita exercer um duplo esforço para sobreviver: a dupla jornada de trabalho. Utilizando-se de dados do DI EESE, as metalúrgicas de São Paulo concluíram que no setor, o homem ganha 73% a mais que a mulher e reivindicaram: - salário igual para trabalho igual - creche e jardim da infância nas fábricas e nos bairros -:- jornada de 40 horas semanais - fim das horas extras - aposentadoria aos 25 anos de trabalho - repúdio a lei que permite o trabalho noturno da -
mulher aumento
da licença maternidade
de 3 para 6 meses.
, Estas Somos Nos Cartaz convocatório
para o 1'9 Encontro
da
Mulher Bancária em 21 de fevereiro de 1981 em S1Io Paulo. Foto: Gentileza Centro de Intormaçso da Mulher
Na greve dos cortadores de cana da zona da Mata em Pernambuco, 1979, a adesão das trabalhadoras foi total. Na foto, elas votam pela continuidade do movimento, no engenho em Pau D'Alho, Foto: Natanael Guedes - Jornal do Brasil Reproduzida do Uvro "Crise nos Engenhos de Lygia Sigand - Ed. Paz e Terra 1980.
Também os trabalhadores rurais voltavam a conseguir vitórias em suas lutas. Os 100 mil cortadores de cana da Zona da Mata, em Pernambuco, decidiram que a greve era a ún ica forma que Ihes restava para obterem melhores condições de trabalho. A participação feminina foi total, não s6 cruzando os braços em solidariedade aos companheiros, como incentivando e divulgando o movimento através da poesia de cordel.
Estas Somos Nós Greve na Indústria Têxtil. Por falta de pagamento, os trabalhadores nas indústrias reunidas Francisco Matarazzo paralisam suas atividades em São Paulo, 1981. Foto: Gentileza Secretaria Municipal de Cultura - DPH - Divisão de Iconografia e Museus,
Na porta da fábrica, a convocação das Tecelãs para a assembléia no Sindicato em São Paulo, 1981. Foto: Gentileza Oboré Editorial
"O patrão vá desculpando Tudo o que eu vou descrever Esta Greve que fazemos A culpa está em você Pague os direitos certo Que outra greve não vai ter" (Edite Alves da Silva)
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o Estado
19 Encontro de Mulheres Trabalhadoras na Indústria de Transformação do de São Paulo realizou-se no dia 18/03/84. Na foto, a homenagem a rnilitan-
tes aposentadas.
Passeata
Pró- Diretas Já, São Paulo, 1984.
Foto: Maria Saia - Gentileza Oboré Editorial
Foto: Maria Saia - Gentileza Oboré Editorial
Saiamos às ruas para convocar assembléias, para fazer piquetes no campo e na porta das fábricas, mas também para participar da vida pol ítica brasileira. Quando do movimento pelas Diretas-já, a mulher trabalhadora esteve nos comícios e organizou caravanas para pressionar o Congresso a aprovar eleições diretas para Presidente da República.
Estas Somos Nós
Foto:
Tanya Volpe nina
Gentileza:
Conselho Estadual da Condlçê'o Femi-
No movimento pelas Diretas Já, mulheres organizam caravanas para ir a Brasflia, com a intenção de pressionar os parlamentares a aprovarem a emenda Dante de Oliveira (Brasflla. 16/04/84). Foto: Renato Cury - Gentileza Conselho Estadual da Condlçtl'o Femlnlne
A dupla jornada de trabalho não é mais suficiente para que a mulher trabalhadora aceite pacificamente abrir mão de seus direitos.
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Estas Somos Nos 19 Encontro
Regional
da Trabalhadora
Rural
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Araraquara 4/8/85. Foto: Tanya Volpe - Gentileza Conselho Estadual da Condição Feminina
29 Congresso da Mulher Metalúrgica, São Paulo, 20/03/85 Foto: Cláudio Rossi Paulo
Gentileza Sindicato dos Metalúrgicos de São
o 29 Congresso das Metalúrgicas de São Paulo, reunido dias 29, 30 e 31 de março de 1985 discutiu os temas: - Mulher/Fábrica/Sindicato - Mulher/Democracia/Constituinte. No seu informe, divulga que as 58.000 trabalhadoras mulheres do setor recebem em salário 32,1% menor do que os seus companheiros nas mesmas funções. Foram resoluções do 29 Congresso- organizar as mulheres a partir dos locais de trabalho para:
- ampliar oscursosde profissionalização das mulheres; - lutar pelo efetivo direito das mulheres de concorrer em igualdade de condições com os homens; - de serem contratadas nas funções efetivamente exerci das; - participar das CIPAS; - lutar por creches nos locais de trabalho em horários compatfveis com o horário das fábrica; - que o direito ao voto seja extendido a toda a população.
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Estas Somos Nos
cão.
Na Campanha Salarial dos Metalúrgicos de São Paulo, as mulheres deram exemplo de coragem e mobilizaNa foto, assembléia na porta de uma fábrica em 05/11/85.
Foto: Gentileza do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Segundo o censo de 1980, somente cerca de 27% das mulheres com idade de 10 anos são economicamente ativas, ou seja fazem parte da mão-de-obra produtiva do país. Este número entretanto, esconde a realidade.
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Estas Somos Nos Assembléia no Sindicato das Costureiras, São Paulo, 01/12/85. Foto:
Katia Coelho - Gentileza: Conselho Estadual da Condlção Feminina
Nas fábricas, nos bancos, em casa de famflia, nos escritórios, nas oficinas, no fogão ou na enxada, a grande maioria das mulheres trabalham, produzem e garantem não s6 seu sustento pessoal como na grande maioria das vezes o da pr6pria fam llia.
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Estas Somos Nos
Foto:
Claudia
Giudice
de rv1enezes -
Gentileza
Sintetel
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Telef么nicas
comemoram
o fm I
da greve de d ezem bro de 1985.
Foto: Claudia Gi..udice de Menezes - Gentileza: Sintetel
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Passeata dos funcionários de fevereiro de 1986.
da Companhia
Foto:
dos Eletricitários
l.u ís Sasso -
Gentileza:
Sindicato
de Energia de São Paulo durante
de 59'0 Pulo
a greve
Lutamos por salário-igualltrabalho-igual, correção salarial, melhores condições de vida, creches, e inclu (mos na pauta de nossos encontros também a participação na Constituinte.
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Estas Somos Nos
Plenária do 19 Congresso Nacional da Mulher Trabalhadora
- janeiro de 1986.
Foto: Claudia Mifano - Gentileza: Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.
Estas somos nós, mulheres trabalhadoras brasileiras, em luta constante pelo nosso direito de ser mulher, trabalhadora e cidadã.
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Estas Somos Nos Nossos Agradecimentos a: Centro de Informação da Mulher - S.P. Conselho Estadual da Condição Feminina de S. Paulo Editora Abril S/A Oboré Editorial Secretaria Municipal da Cultura - /D.P.H./ São Paulo Sindicato dos Eletricitários de São Paulo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Osasco Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Paulo Sindicato dos Telefônicos de São Paulo Telecomunicações de São Paulo S.A. - TELESP
o Catálogo e a exposição "Estas Somos Nós"
foram
realizados pelo Centro de Memória Sindical. Coordenação: Carmen Lucia Evangelho Lopes Patrocfnio Conselho Nacional dos Direitos da Mulher Presidente: Jacqueline Pitanguy Secretária Executiva: M. A. Schumaher Diretora Técnica: Maria Valéria Junho Pena Comissão de Trabalho Coordenadora: Marlene Libardoni Conselheiras: Hildete Pereira de Meio, Nair Goulart Editoração Carmen Lucia Evangelho Lopes Sergio Gomes Projeto Gráfico e Diagramação Oboré Ed itorial É permitida a reprodução do todo ou de parte, desde que citada a fonte e' o envio de 1 exemplar para: Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - Edif ício Sede Ministério da Justiça59 andar - sala 520 - Esplanada dos Ministérios - 70064 Tel.: (061) 224-3448 - Bras(lia-DF. Centro de Memória Sindical - Rua Oiapoque. 80 - 49 andar - 03004 - Tel.: (011) 227-4410 - Brás-SP.
Fotos: Ana Elisa Oriente, Carlos Marx, Claudia G. de Menezes, Claudia Mifano, Katia Coelho, Luis Sasso, Maria Saia, Milton Soares, Natanael Guedes, Renato Curv, Ricardo Alves, Tanya Volpe.
CNDM -
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher Edifício Sede do Ministério da Justiça 59 Andar - Sala 520 Brasília- DF - CEP 70064 Fones: (061 ) 224-3448 226-8015 R.122e128Telex: (061) 4319
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Estas Somos Nos
Trabalhadora
Rural - Dテゥcada de 40 GRテ:ICA E EDITORA
ITAMARATI
LTDA.