Domínio FEI 8: FEI busca soluções para novo cenário petrolífero

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EDITORIAL

Formação para a inovação Professora doutora Rivana Basso Fabbri Marino Vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias Centro Universitário da FEI

Quando o Padre Roberto Saboia de Medeiros criou a Escola de Administração e Negócios (ESAN) e a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), a partir de 1941, tinha como missão formar profissionais qualificados para atender às demandas de uma indústria em crescente desenvolvimento e completamente carente de pessoas preparadas para os desafios que o Brasil viveria ao longo das décadas seguintes. Determinado, o religioso conseguiu não só concluir a sua missão como plantar em seus sucessores a semente da ousadia e da inovação. Hoje, 70 anos depois da criação do primeiro curso, o Centro Universitário da FEI mantém o princípio básico de formar pessoas qualificadas para o mercado, mas avança para além da formação ao estimular os seus alunos a se dedicarem à pesquisa e à iniciação científica. A pesquisa que desenvolvemos na FEI é voltada para empresas sustentáveis, não somente do ponto de vista ambiental e social, mas também porque, na medida em que avança no conhecimento científico e tecnológico, permite novas alternativas de produtos e de matérias-primas, assim como processos industriais mais eficientes. Os mestres, doutores e pesquisadores que formam o corpo docente do Centro Universitário se dedicam a desafiar os jovens formandos, assim como os alunos de Mestrado e Doutorado, ao desenvolvimento de projetos que possam ser transformados em processos e produtos voltados à inovação nas empresas e ao bem-estar de toda a sociedade. Em outubro, 90 projetos foram apresentados durante o I Simpósio de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais de Extensão da FEI, o que demonstra a solidez das pesquisas desenvolvidas por nossos estudantes de graduação. A pesquisa também nos qualifica a participar de redes de P&D com indústrias e outras instituições e centros de pesquisa, e nos permite ser representados em importantes encontros científicos nacionais e internacionais, como os que estão destacados nesta edição. A Instituição participa, ainda, do desenvolvimento regional e, consequentemente, nacional, tanto ao fazer parte de fóruns e conselhos que envolvem o poder público e as empresas quanto por estar voltada à formação de pessoas altamente qualificadas que assumem cargos de liderança, como as que temos destacado em entrevistas nas edições da nossa revista. O Centro Universitário da FEI agregou novas responsabilidades com o passar dos anos, mas temos a certeza de que, com competência, determinação e ousadia – que eram as marcas do caráter do nosso fundador – vamos continuar a formar pessoas com conhecimento renovado para atuar nas empresas, elevar o nível diferenciado de nossos pesquisadores e trabalhar ao lado daqueles que visam o desenvolvimento com sustentabilidade para o Brasil. Acreditamos que o desenvolvimento de um país socialmente mais justo, vocação da FEI desde o Pe. Saboia, tem de ser baseado na geração de distribuição de riquezas e na conservação ambiental, que é fruto de educação plena de boa qualidade e da capacidade de inovar. AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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SUMÁRIO TebNad/Istockphoto

ESPAÇO DO LEITOR

REVISTA DOMÍNIO FEI Publicação do Centro Universitário da FEI

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EXPEDIENTE “Excelente publicação! A revista ajuda a preservar a memória da faculdade e lendo cada número me sinto ‘De Volta ao Passado’, à primeira turma do Recanto Santa Olímpia. Eclética, entremeando artigos e reportagens sobre Engenharia, Administração eTecnologia. Bons artigos científicos e tecnológicos, excelente redação, muito convidativos à leitura. Diria que não é uma revista só para feianos, mas para qualquer estudante que goste de ler bons artigos voltados especialmente para a Engenharia e seus avanços. Parabéns à equipe de redação.” Álvaro L. F. L. Castro Engenharia Elétrica – Turma 1969 “Quero deixar aqui meu depoimento dizendo que, para quem faz FEI, as portas estarão abertas em qualquer lugar do País. Desde 1994 resido em Brasília e trabalho com educação superior. Hoje sou diretor institucional e coordenador de curso na minha área de formação e também avaliador de cursos e instituições - Basis - e, mesmo com mestrado em outra instituição, sempre falo sobre onde me formei e o orgulho que tenho de ter feito FEI. Não há lugar neste País que não conheça a seriedade e a excelência da nossa FEI – permita-me assim chamar. E quero agradecer a Deus por um dia ter escolhido vocês para seguir minha graduação. Obrigado!" Paulo Hansen Engenharia Elétrica – Turma 1992 “Mesmo sem ter formação nas áreas em que

a FEI é respeitada em todo o Brasil, tenho acompanhado com interesse os números da Domínio FEI. Além de ótima apresentação gráfica, simples e atraente ao mesmo tempo, cada edição permite aos seus leitores mergulhar no universo maior da missão de uma obra jesuíta. Mesmo os artigos mais técnicos denotam a preocupação de traduzir a missão de formar pessoas competentes, compassivas e solidárias para o campo de atuação de uma Instituição de Ensino com as características da FEI. Trata-se, sem dúvida, de uma Instituição vibrante!” Padre Eduardo Henriques, S.J. Reitor do Colégio São Francisco Xavier, Jesuítas, Ipiranga, São Paulo, SP. “Gostaria de parabenizar pela matéria ‘A Engenharia que transforma’, publicada na última edição da revista. Sou engenheiro metalurgista formado na turma de 1992 e foi muito bom poder rever antigos professores que contribuíram para a minha formação.” Marcelo Cosme Ferreira Engenharia Metalúrgica – Turma 1992 “Fiz Administração e especialização em Recursos Humanos. Tenho orgulho de ter estudado em uma Instituição de Ensino que verdadeiramente educa seus alunos. Minha carreira sustenta-se, em parte, pelo aprendizado obtido nas salas da ESANFEI.” Madalena Carvalho Administração – Turma 1988

Fale com a redação A equipe da revista Domínio FEI quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber sugestões e comentários. Escreva para Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro Assunção - S.B.Campo - SP - CEP 09850-901, mande e-mail para redacao@fei.edu.br ou envie fax para o número (11) 4353-2901. Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Domínio FEI agradece a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação. As matérias publicadas nesta edição poderão ser reproduzidas, total ou parcialmente, desde que citada a fonte. Solicitamos que as reproduções de matérias sejam comunicadas à redação pelo e-mail redacao@fei.edu.br.

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Centro Universitário da FEI Campus São Bernardo do Campo Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972 – Bairro Assunção São Bernardo do Campo – SP – Brasil CEP 09850-901 – Tel: 55 11 4353-2901 Telefax: 55 11 4109-5994

ENTREVISTA O engenheiro químico Renato Kenji Nakaya, presidente da Sakura Alimentos, conta como transformou a pequena indústria fundada por seu pai em uma das líderes do mercado no segmento alimentício

Campus São Paulo Rua Tamandaré, 688 – Liberdade São Paulo – SP – Brasil – CEP 01525-000 Telefax: 55 11 3207-6800 Presidente Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J. Reitor Prof. Dr. Fábio do Prado

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DESTAQUES Grandes obras marcam a vida do Padre Saboia Simpósio apresenta inovações científicas Pesquisas na área de Engenharia são premiadas Feira de Recrutamento reúne 38 empresas na FEI Estudos são apresentados em encontro de química Ex-alunos se reúnem no campus São Bernardo FEI é destaque em Simpósio de Microeletrônica Centro Universitário coleciona títulos do SAE Baja Alunas de ADM vencem Concurso Empreender

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DESTAQUE JOVEM Senso de prioridade é fator determinante para a trajetória de sucesso do engenheiro Luiz Tonisi

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GESTÃO & INOVAÇÃO Logística reversa controla fluxo de bens de consumo e é solução para tornar empresas mais sustentáveis

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ARQUIVO FEI foi a primeira Instituição de Ensino Superior particular a oferecer o curso de Engenharia de Produção no País

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PÓS-GRADUAÇÃO Especialização em Marketing e Vendas qualifica profissionais a desempenhar novas competências

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RESPONSABILIDADE SOCIAL Trabalhos apresentam inovações para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências

Vice-reitor de Ensino e Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Pavanello Vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias Profª. Drª. Rivana Basso Fabbri Marino Conselho Editorial desta edição Professores doutores Rivana Basso Fabbri Marino, Roberto Bortolussi, Ricardo Belchior Tôrres e Fábio Gerab Coordenação geral Andressa Fonseca Comunicação e Marketing da FEI Produção editorial e projeto gráfico Companhia de Imprensa Divisão Publicações Edição e coordenação de redação Adenilde Bringel (Mtb 16.649) Reportagem Adenilde Bringel, Marli Barbosa, Elessandra Asevedo, Fernanda Ortiz, Aline Nascimento (estagiária) e Fabrício F. Bomfim (FEI) Fotos Arquivo FEI, Jésus Perlop, Alex Ludovico e Ilton Barbosa Programação visual Thiago Alves e Felipe Gonçalves

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Tiragem: 16 mil exemplares

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI Instituição associada à ABRUC

www.fei.edu.br

Pesquisadores da FEI trabalham no desenvolvimento de materiais a serem aplicados na indústria do pré-sal

38 Mestrado SEÇÕES 41 Agenda 42 Artigo AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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DESTAQUE

oa ao próximo Uma vida de dedicação Em apenas 50 anos, o Padre Roberto Saboia de Medeiros realizou grandes obras, entre as quais a criação da ESAN e da FEI

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aber conviver é a grande arte do apostolado moderno. E saber transformar será o seu triunfo”. A frase faz parte dos inúmeros textos escritos pelo Padre Roberto Saboia de Medeiros S.J., fundador da FEI, e resume o que foi a vida deste missionário que, em apenas 50 anos de vida, transformou a realidade de milhares de pessoas. Graças ao seu trabalho árduo e à sua dedicação e determinação, o religioso criou a Escola de Desenho Técnico São Francisco de Bórgia, a Escola Superior de Administração e Negócios (ESAN), a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e a Clínica Médica Santo Inácio, além de ter atuado fortemente com orientação espiritual e trabalhista, sempre com base no que acreditava e amava, que eram as diretrizes sociais da Companhia de Jesus. Para o religioso, a educação deveria valorizar não somente a técnica, mas também a formação cultural e moral dos estudantes. Por isso, sempre conciliou as disciplinas básicas e técnicas com outras como Direito, religião e moral, assim como estimulava práticas esportivas e artísticas. Muito atento às mudanças pelas quais o Brasil e o mundo passavam, o jesuíta percebeu que o período de forte industrialização no País seria responsável pelo crescimento econômico e pela necessidade de profissionais técnicos e culturalmente habilitados para gerir a indústria e o comércio. Por isso, se empenhou para criar a Escola Superior de Administração e Negócios (ESAN), no bairro da Liberdade, em São Paulo, em 4 de março de 1941, que era baseada na Graduate School of Business Administration, da Universidade de Harvard. O curso durava dois anos com o terceiro de especialização. Em 1945, o Padre instituiu a Fundação de Ciências Aplicadas (FCA). Após um ano criou a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) com o curso de Engenharia Industrial modalidade Química e, em 1947, foi aberto o curso de Engenharia Mecânica. “As instituições ESAN e FEI também iam ao encontro de duas vontades do jesuíta: a de criar universidades católicas no Brasil e de inserir a FEI na Pontifícia Universidade Católica (PUC), que já existia no Rio de Janeiro e seria fundada em São Paulo, bem como a de formar profissionais que tivessem em mente as diretrizes da igreja para que se relacionassem de forma mais humana e justa com seus empregados”, conta o professor doutor Armando Pereira Loreto Júnior, do Departamento de Matemática da FEI e autor da tese de doutorado

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‘A Faculdade de Engenharia Industrial: fundação, desenvolvimento e contribuições para a sociedade na formação de recursos humanos e tecnologia (1946-1985)’. CAMPANHA DO CONTINHO Para manter todas as obras sociais e atividades que desenvolvia, o jesuíta necessitava de muita verba e, como não aceitava ajuda do poder público para não dever favores aos políticos, costumava pedir contribuições para indústrias, empresários e pessoas com alto poder aquisitivo. Para cobrir todos os custos de suas obras, cada contribuição, que era anual, precisava ser de um conto de réis e o Padre precisaria de seis mil contribuintes. Assim, nomeou sua empreitada como ‘Campanha do Continho’. No entanto, com a expansão de suas obras e a fundação da ESAN e da FEI, o religioso precisava de mais recursos. Assim, começou suas viagens ao exterior em busca de materiais e equipamentos para as duas escolas, bem como subsídios para as demais atividades, que eram solicitados aos proprietários de grandes empresas e gestores de universidades de renome. Para tanto, o religioso fez quatro viagens aos Estados Unidos, sendo que duas foram estendidas ao Canadá, e também visitou a Suécia e a Itália. Nessas viagens, o jesuíta conseguiu dinheiro, materiais e equipamentos para os laboratórios da FEI e para a Clínica Santo Inácio. Em Milão, o Padre Saboia aproveitou para convidar o professor Dino Bigalli para assumir a direção do Departamento de Química da FEI. A Clínica Médica Santo Inácio, inserida em seu trabalho de assistência social e criada em 1943 em São Paulo, realizava atendimentos médicos e dentários para os operários e pessoas carentes. Todas as consultas, tratamentos e exames eram cobrados a preço de custo. “Sua obra se assentou em dois pilares: a educação e a ação social”, ressalta o docente. O Padre Saboia adotava o lema: ‘antes de agir, saber; e para agir e saber, orar’. Por outro lado, ensinava aos seus discípulos que seria nocivo esperar saber muito, esperar entender tudo, aclarar todas as dúvidas e só depois então agir. “Ele dizia: convém imediatamente entrar na ação social, como membro que cumpre ordens”, completa. Em uma consulta médica, o jesuíta descobriu que tinha leucemia mieloide aguda e apenas três meses de vida. Mesmo assim, continuou buscando recursos para suas obras e escreveu cartas com instruções de como seus colaboradores deveriam proceder após sua morte. Em uma noite fria de inverno, no dia 31 de julho de 1955, aos 50 anos, o Padre Saboia faleceu. “É importante salientar que não há obra de tal grande alcance e amplitude que seja obra de um só homem. Toda obra social é fruto da coletividade, da sociedade e dos grupos que estão inseridos nela”, diz o professor Armando Loreto Júnior.

Política e comunicação Paralelamente ao trabalho educacional, o religioso se preocupava com a situação política do Brasil e, sem medo de represálias, realizava eventos públicos que incomodavam governantes e movimentavam a cidade de São Paulo. Um desses eventos foi realizado em 14 de julho de 1945, na Praça da Sé, e ficou conhecido como ‘Noite de Nossa Senhora’. Na ocasião, o Padre reuniu operários e estudantes contrários ao comunismo e que acreditavam que a doutrina social da igreja era a solução para os problemas do País. O jesuíta também desafiou o candidato do Partido Comunista do Brasil, Luis Carlos Prestes, ao pedir um debate público no Vale do Anhangabaú. No entanto, a três dias da eleição, o debate foi realizado por meio de programa de rádio e sem a presença de Prestes. A repercussão foi grande e o jesuíta recebeu muitas cartas – que fazia questão de responder – com elogios e críticas sobre a sua participação. O religioso sempre defendeu também a liberdade e a iniciativa das pessoas em agir por um ideal para realizar o bem comum. Segundo o Padre, as pessoas deveriam ser vistas com um ser consciente, capaz de agir de forma racional e responsável, e não um simples objeto que recebe passivamente os benefícios e as atenções concedidos pelo Estado. “O Padre Saboia sempre tinha algo a dizer e divulgava suas ideias em programas de rádio, colunas de jornais e das revistas Escola de Serviço Social e Carta aos Padres”, explica o professor Rafael Mahfoud Marcoccia, das disciplinas de Filosofia e Ensino Social Cristão da FEI, organizador da mostra ‘70 anos FEI’, que relata a vida do jesuíta.

Para não perder tempo, o Padre Roberto Saboia de Medeiros instalou um escritório dentro do carro

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DESTAQUE

Inovação premiada

C Alunos que participaram do Simpósio e (ao lado) estudantes que tiveram projetos premiados

Ciência vira exposição Projetos de Iniciação Científica, Didática e Ações Sociais são apresentados em simpósio na FEI

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studantes de graduação do Centro Universitário da FEI que fazem parte dos programas de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais da Instituição apresentaram seus projetos durante o I Simpósio de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais, realizado dia 6 de outubro no campus São Bernardo. Os 89 trabalhos foram avaliados por comissão composta de 17 professores doutores nos quesitos organização, objetividade, forma escrita, qualidade visual e apresentação, e três trabalhos foram considerados como principais destaques.

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O trabalho ‘Modelagem de um motor de três tempos’, de autoria de Vinicius Bonfochi Vinhaes, do sexto semestre de Ciência da Computação, avalia a construção de um motor de três tempos que apresenta vantagens como a utilização de menos lubrificante e menos matéria-prima, além de ser mais leve e mais eficiente energeticamente. “Durante todo o ano trabalhei no desenvolvimento do estudo. Agora, pretendo desenvolver o protótipo do projeto”, afirma. Nick de Bragança Azevedo, do oitavo ciclo de Engenharia Mecânica, estuda o fenômeno da instabilidade plástica no ensaio de tração no trabalho ‘Metodologia para determinação de curvas tensão-deformação verdadeiras pós-estricção’ com objetivo de avaliar a deformação do material. “Já desenvolvi a primeira parte deste estudo e, agora, faço a simulação para ver a convergência do resultado obtido, o que interessa muito para indústrias de conformação mecânica”,

explica. O aluno Fernando Rabechini, do décimo ciclo de Engenharia de Materiais, desenvolve o projeto ‘Influência do encruamento e tempo de envelhecimento a 850ºC na microestrutura do uns s31803’. “Meu trabalho avalia como surge a fase que fragiliza o aço inoxidável”, resume. IMPORTÂNCIA Coordenado pelas professoras doutoras Rosângela Gin, Maria Claudia Ferrari de Castro e Carla Soares de Araújo, responsáveis pelos programas de Iniciação Científica, Didática e Ações Sociais da FEI, respectivamente, o simpósio teve como objetivo divulgar todos os trabalhos em andamento para o conjunto de estudantes e professores da FEI, além de dar a oportunidade de os alunos se expressarem de forma científica. “Não tivemos a pretensão de avaliar o mérito técnico, mas sim quanto os alunos entendem do próprio projeto”, resume a professora Rosângela Gin.

om grande aplicação na indústria de processamento de minérios, os ferros fundidos são objeto de estudo no mundo todo, porém, os ensaios de laboratório ainda não conseguem reproduzir as condições reais de produção e têm sido pouco aceitos como indicadores dos materiais utilizados nos equipamentos de moagem. Entretanto, a abordagem arrojada da pesquisa realizada pelo professor doutor Flávio Beneduce Neto, do Departamento de Engenharia de Materiais da FEI, pode mudar esta situação. Com a união da termodinâmica computacional a uma questão tecnológica de vital importância para a economia do País, o docente reproduziu as condições microestruturais dos materiais de um moinho industrial e viabilizou uma ferramenta barata e eficiente para o setor minerometalúrgico. A pesquisa ganhou o prêmio Paulo Lobo Peçanha no 66º Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), por ser considerado o

melhor trabalho sobre tratamento térmico apresentado na edição anterior do evento. Realizado em julho em São Paulo, o congresso é o maior fórum de debates do setor na América Latina e o mais antigo evento técnico de realização contínua no Brasil. A entrega do prêmio Paulo Lobo Peçanha, oferecido pelo Grupo Combustol & Metalpó, é um dos grandes destaques do congresso, que reúne pesquisadores, profissionais, estudantes, lideranças empresariais da mineração e siderurgia, assim como fornecedores de equipamentos e serviços do Brasil e do exterior. Os materiais utilizados em revestimento de moinhos e corpos moedores são classificados entre os principais itens de custo no processamento de minérios. O estudo ‘Otimização do tratamento térmico de ferros fundidos brancos utilizando termodinâmica computacional’, realizado pela FEI em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Grupo Usiminas, comprova que é possível oti-

O professor doutor Flávio Beneduce Neto (esq.) é premiado por pesquisa

mizar o processo de tratamento térmico e melhorar as propriedades dos materiais, gerando economia e eficiência. Grande parte dos cálculos computacionais do trabalho foi realizada na FEI, uma das poucas instituições de ensino que utiliza a termodinâmica computacional como instrumento didático no curso de Engenharia de Materiais.

Tecnologia e segurança Metodologias precisas e confiáveis para avaliação experimental de propriedades mecânicas e integridade dos materiais são fundamentais para evitar acidentes e fornecer soluções seguras de Engenharia para a sociedade. É com esta visão que o professor doutor Gustavo Henrique Bolognesi Donato, do Departamento de Engenharia Mecânica da FEI, tem direcionado suas pesquisas, especialmente em relação aos procedimentos para ensaios de fadiga e fratura. O docente venceu a final brasileira do Young Persons’ World Lecture Competition, concurso internacional promovido pelo Institute of Materials, Minerals and Mining (IOM3), da Inglaterra. O professor tornou-se o primeiro brasileiro com direito a participar da final mundial, concorrendo com finalistas de países como China, Reino Unido, Portugal, Malásia, Irlanda, África do Sul, Singapura e Estados Unidos. O prêmio pelo trabalho ‘Relevance of Constraint-Designed Specimens for the Accurate Assessment of Materials Fatigue and Fracture Resistance’ foi entregue durante o 11º Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas (Enemet), realizado em paralelo ao 66º congresso da ABM. Este também foi o título do trabalho apresentado na final mundial em 29 de setembro, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP). “O prêmio é uma grande motivação para seguir com os estudos, pois representa o reconhecimento da sociedade pelo trabalho que desenvolvo na FEI junto a meus alunos”, afirma o docente.

O professor doutor Gustavo Henrique Bolognesi Donato (dir.) recebe prêmio

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Sebastian Kaulitzki/Istockphoto

Estudantes da Junior FEI que organizaram o evento

Feira aproxima alunos e mercado de trabalho Edição 2011 da Feira de Recrutamento recebeu 38 empresas

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estágio visa proporcionar aos estudantes uma oportunidade de adquirir experiência e conhecimento técnico, o que contribui para o desenvolvimento profissional, além de ser a porta de entrada para o mercado de trabalho. Para aproximar empresas e alunos, o Centro Universitário da FEI realiza, anualmente, a Feira de Recrutamento. A edição 2011 atraiu cerca de 5 mil alunos e reuniu 38 organizações, que apresentaram seus programas de estágio e trainee no campus São Bernardo do Campo. A feira é promovida pela Junior FEI, composta por estudantes de todos os cursos da Instituição. Filipe Brasizza, presidente da Junior FEI, ressalta que a feira proporciona uma oportunidade de os jovens visualizarem as propostas oferecidas pelo mercado e de conhecerem as exigências das companhias. Para o estudante do sétimo semestre de Engenharia Mecânica Vinícius Amorin Ferrarezi, que já faz estágio na Pirelli, a di-

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versidade de empresas presentes no evento é uma maneira de os alunos conhecerem as diferentes áreas de atuação das carreiras. “A participação de grandes companhias mostra o reconhecimento da FEI no mercado de trabalho”, argumenta. Uma das novidades deste ano foi a presença da General Motors, que inovou ao colocar o veículo esportivo Camaro no estande. Segundo Alberto Rejman, diretor executivo da Engenharia de Novos Produtos para a América do Sul da GM, expor o veículo foi uma forma de mostrar a paixão da equipe da montadora pelos produtos desenvolvidos. “Neste ano, a GM decidiu só apresentar suas propostas de estágio em duas universidades, sendo a FEI uma delas pelo reconhecimento da qualidade e vocação automobilística dos seus alunos. A FEI forma estudantes extremamente bem preparados para o mercado”, afirma. A Scania também atraiu a atenção com a exposição de um caminhão. A empresa, que possui grande número de profissionais formados pela FEI, inscreveu estudantes no estande para participarem do processo seletivo dos programas de estágio e trainee. Com objetivo de buscar novos talentos, a Ericsson apresentou o plano de car-

reira. “Divulgamos a nossa marca na FEI por ser uma faculdade de ponta e atender às nossas expectativas”, explica a analista de Recursos Humanos, Danielle dos Santos. À procura de estudantes com iniciativa e motivação, a Alstom ministrou palestra com o tema ‘Desafios de mobilidade urbana e oportunidades no campo da Engenharia Ferroviária’. Com aproximadamente 50% do quadro de estagiários formado por estudantes da FEI, a Cummins aproveitou a feira para convidar 27 alunos a participarem de uma dinâmica de grupo. Paula Cruz, assistente de treinamento de Recursos Humanos, lembra que a oportunidade é oferecida aos estudantes dos últimos anos da graduação, pois o objetivo da empresa é efetivar o estagiário ao término do curso. As empresas que participaram da feira foram Abril, AES Eletropaulo, Alstom, Astra, Braskem, C&A, CBC, Coca-Cola, Confab, Continental, Cummins, Deloitte, Dow Brasil, Ericsson, Everis, Fauricia, FESTO, Ford, Gertec, GM, HP, Imbil, Itaú, Man, Neumayer, P&G, Page Talent, Pirelli, Scania, Schneider, Segula, Serveng, TE Connectivity, Veralana, Viva Talentos, Voith, Volkswagen e Votorantim.

DESTAQUE

FEI participa do IUPAC Chemistry

Instituição apresenta estudos no maior encontro da área

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romovido pela União Internacional da Química Pura e Aplicada, o IUPAC World Chemistry Congress é considerado o maior encontro de discussão de química no mundo. A 43a edição, realizada entre 30 de julho e 7 de agosto na cidade de San Juan, em Porto Rico, reuniu aproximadamente 2,5 mil pessoas de diversos países e recebeu sete ganhadores do Prêmio Nobel de Química. O encontro, que tem o objetivo de promover o avanço da química no mundo e de reconhecer o trabalho de novos cientistas, neste ano também integrou o calendário de eventos em comemoração ao Ano Internacional da Química. Graças ao alto nível das pesquisas produzidas, o Centro Universitário da FEI participou do 43° IUPAC World Chemistry Congress com a apresentação de três trabalhos desenvolvidos por alunos dos programas de Iniciação Científica e Mestrado da Instituição, sob orientação do professor doutor Ricardo Belchior Tôrres, coordenador do curso de Engenharia Química. Um dos projetos tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Intitulado ‘Application of prigogine-flory-patterson theory to excess molar volumes of mixtures of 1-butyl-3-methylimidazolium hexafluorophosfate + methanol at different temperatures and atmospheric pressure’, o projeto consiste no estudo experimental e modelagem de propriedades volumétricas, viscosimétricas e acústi-

cas de sistemas líquidos contendo líquidos iônicos. O trabalho ‘Density, viscosity and speed of sound of binary mixtures of acetonitrile + ethylene glycol at different temperatures and atmospheric pressure’, desenvolvido pela aluna Mariana Rosa Mille, é um dos projetos do Programa de Iniciação Científica do curso de Engenharia Química e tem como objetivo o estudo experimental de propriedades volumétricas, viscosimétricas e acústicas de sistemas líquidos contendo glicóis. Já o projeto ‘Studies of viscosity of binary mixtures of acetonitrile + amines at several temperatures and atmospheric pressure’, foi parte da dissertação de mestrado da aluna Samara Storion Bittencourt, do Programa de Mestrado em Engenharia Mecânica, cujo objetivo foi estudar o comportamento da viscosidade de sistemas líquidos contendo acetonitrila e aminas. Segundo o professor doutor Ricardo Belchior Tôrres, esses estudos contribuem diretamente para a ampliação de pesquisas na área química, pois avaliam propriedades fundamentais envolvidas em desenvolvimento de projetos e operações de processos químicos em indústrias químicas e petroquímicas. Além disso, a participação da FEI em um evento dessa dimensão representa uma oportunidade de estabelecer futuros convênios com universidades estrangeiras. “O congresso discute não só o caminho da química no momento, mas também o que pode vir no futuro. A participação em conferências mundiais como esta é fundamental para nos posicionarmos e tomarmos decisões sobre a direção das nossas pesquisas”, argumenta o docente.

SBMicro 2011 em destaque O Centro Universitário da FEI foi o segundo colocado em número de artigos apresentados no 26th Symposium on Microelectronics Technology and Devices – SBMicro 2011, realizado entre os dias 30 de agosto e 2 de setembro em João Pessoa, na Paraíba. Segundo o vice-reitor de Ensino e Pesquisa da FEI, professor doutor Marcelo Antonio Pavanello, foi uma participação relevante, consolidada pela presença da FEI em dois artigos que, empatados na avaliação ponderada dos chairs das sessões e dos revisores, agraciaram com ‘Best Paper Award’ os trabalhos ‘Strain Effectiveness Dependence on Fin Dimensions and Shape for TripleGate MuGFETs’, de autoria de Rudolf Bühler, Renato Giacomini, Paula Agopian, todos da FEI, e João Martino; e ‘Analytical Model for the Threshold Voltage in Junctionless Nanowire Transistors of Different Geometries’, dos autores Renan Trevisoli, Rodrigo Doria e Marcelo Antonio Pavanello, também do Centro Universitário da FEI. A Instituição também teve presença significativa no 11th Microelectronics Students Forum – SForum2011 e no 1st Workshop on Circuits and Systems Design – WCAS2011, eventos simultâneos que integraram o simpósio. “Este é o mais importante encontro sobre pesquisa na área de dispositivos eletrônicos integrados, no qual o Programa de Mestrado em Engenharia Elétrica da FEI está inserido. Que este conjunto de notícias maravilhosas nos sirva como inspiração e motivação para continuarmos, cada vez mais, contribuindo para o desenvolvimento da Microeletrônica Nacional”, ressalta o professor doutor Marcelo Antonio Pavanello.

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DESTAQUE

DESTAQUE

Ex-alunos de Engenharia Têxtil também se reencontram

Ex-alunos de Engenharia Elétrica se reúnem na FEI

Encontros para matarr ssaudades Ex-alunos das turmas de Engenharia Elétrica e Têxtil das turmas de 1981 e 1985, respectivamente, se reencontram no campus São Bernardo da FEI

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Centro Universitário da FEI foi o local escolhido para a comemoração do 30º aniversário de formatura da turma de Engenharia Elétrica de 1981 por ser repleto de lembranças e fazer parte da história de muitos profissionais. O encontro, realizado dia 3 de julho no campus São Bernardo do Campo, reuniu mais de 40 pessoas, entre ex-alunos e familiares. Em meio a brincadeiras e conversas, os participantes relembraram histórias do período de graduação, viram fotos antigas e muitos tiveram a oportunidade de rever colegas que não encontravam há alguns anos. Além do almoço, os ex-alunos também

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participaram de uma missa celebrada na capela do Centro Universitário da FEI. “Escolhemos a FEI para realizar o encontro porque é uma forma de relembrar o tempo de estudante. A Instituição me deu a oportunidade de desenvolver meu intelecto, proporcionando uma visão que ia além da minha área”, revela Brasil Fraccaroli, proprietário de uma empresa de comércio internacional. Para manter o contato com a turma, os ex-alunos realizam encontros quatros vezes por ano desde 1990. No aniversário de 25 anos de formatura, o grupo também escolheu a FEI para comemorar. Segundo o empresário e responsável pela organização dos

encontros, além de ser uma forma de sempre rever os amigos, as reuniões ajudaram a aproximar as famílias e, hoje, os filhos fazem questão de estar presentes nas confraternizações com os pais. O agropecuarista Kadmo Carneiro percorreu 900 quilômetros para participar da comemoração. O ex-aluno vive em Goiás mas, sempre que possível, participa das reuniões. “A FEI evoluiu muito desde a época em que me formei. Só tenho boas lembranças do tempo de faculdade, como a convivência com os colegas e a gratidão que sinto pelos professores”, afirma Kadmo Carneiro, que não visitava a Instituição há 30 anos. Para

Wilson Martins Poit, diretor presidente de uma empresa de energia, além de o encontro reunir um grande número de exalunos, possibilitou conhecer as transformações em toda a Instituição. “Durante a graduação construí amizades que tenho há 30 anos. A FEI foi um divisor de águas na minha vida, pois me proporcionou mais que um título de engenheiro; me preparou para a vida”, revela. A turma planeja um novo encontro para o fim deste ano. 25 ANOS DEPOIS Para comemorar os 25 anos de formatura, a turma de Engenharia Têxtil de

1985 também realizou um encontro, dia 3 de julho, na FEI. Em clima de descontração, cerca de 20 pessoas, entre ex-alunos e familiares, participaram da reunião. Para relembrar os colegas e recordar os momentos do período de graduação, os convidados trouxeram fotos. Mesmo alguns que não compareceram enviaram álbuns para ajudar a recordar. Para a exaluna e professora do curso de Engenharia Têxtil da FEI, Sandra de Albuquerque, rever os antigos colegas é uma oportunidade de relembrar um período determinante em sua vida. “A fase da graduação foi muito divertida e a FEI me proporcionou um sólido conhecimento, que con-

tribuiu para o desenvolvimento da minha carreira”, ressalta a docente. A ideia de realizar a reunião surgiu no primeiro encontro da turma, realizado em 2005, com o objetivo de comemorar os 20 anos de formatura. Mara Regina Neves, ex-aluna e dona de uma empresa têxtil, não pôde participar do primeiro encontro e, por isso, fez questão de estar presente nesta comemoração com o marido e também ex-aluno Carlos Augusto Torres Neves. “Na reunião reencontrei colegas que não via há 25 anos. Foi muito divertido relembrar as histórias do tempo de faculdade e até mesmo as dificuldades enfrentadas”, revela. AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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DESTAQUE

(Da esq.): O piloto da primeira equipe Baja FEI, Fabrizio Sabatine, com o atual capitão Vinícius Schioser e os professores do Departamento de Engenharia Mecânica, Roberto Bortolussi e Ricardo Bock

Etapa Sudeste 2011

Aprendizado com muitas ass vvitórias FEI é uma das pioneiras na competição Baja SAE Brasil e a maior colecionadora de títulos

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epois de passar noites e noites sem dormir, substituir passeios por livros e ferramentas e trocar as tardes com os amigos por estudos para o desenvolvimento de peças, os integrantes da primeira equipe Baja FEI subiram ao pódio pela primeira vez no dia 12 de fevereiro de 1995, na pista Guido Caloi, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo. Com as calças dobradas até os joelhos e o corpo coberto de lama, os estudantes do Centro Universitário da FEI receberam o troféu pela participação na primeira Competição Baja SAE Brasil, na qual conquistaram o terceiro lugar. Durante dois dias de provas, os competidores enfrentaram muita chuva e um misto de emoções que marcariam o início da participação da Instituição no tradicional desafio de Engenharia para estudantes. Promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), o primeiro campeonato nacional reuniu apenas seis equipes. Daquele dia em diante, o desafio de construir carros cada vez mais competitivos passou a ser uma meta perseguida por todas as equipes da FEI, que coleciona vitórias na competição que, atualmente, reúne algumas dezenas de equipes. A participação da Instituição no primeiro campeonato foi marcada pela vontade e perseverança da equipe. Com um curto período de tempo para a projeção e construção do veículo e as dificuldades para a obtenção de equipamentos, os integrantes

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tiveram de usar a criatividade e muitas peças utilizadas foram improvisadas. Segundo o ex-aluno e piloto da primeira equipe Baja FEI, Fabrizio Sabatine, para suprir a carência de peças, as adaptações eram realizadas constantemente. “O amortecedor de moto foi adaptado para o carro e o jogo de freios, encontrado em um ferro velho, foi transformado em peça para o veículo. Criamos o carro em apenas quatro semanas e, por isso, não tivemos tempo para testá-lo. A primeira vez que o vimos andar foi no dia da competição e ainda me lembro da emoção e euforia de todos ao ver o carro correndo”, lembra. Naquela primeira competição, a equipe Baja FEI não levou a medalha de ouro para casa, mas, no ano seguinte, com a conquista da segunda posição no campeonato nacional, foi classificada para participar da competição internacional, realizada na região de Milwaukee, nos Estados Unidos. Para o ex-capitão da equipe, Marcos Vinícius Teixeira, a participação na competição internacional é a lembrança mais marcante do período em que participou da equipe. “Ao conquistarmos a 19° posição e ficar na frente de universidades pioneiras recebemos o reconhecimento e apresentamos o potencial brasileiro para as outras instituições”, ressalta, ao destacar que muitos competidores de outros países não sabiam sequer a localização do Brasil. O ex-capitão decidiu integrar a equipe Baja FEI após assistir uma palestra de apresentação do projeto e garante que a participação na equipe proporcionou aprendizados fundamentais para o seu crescimento profissional. Com o objetivo de proporcionar aos futuros engenheiros uma experiência próxima da realidade industrial, a SAE Brasil convidou oito professores de diferentes universidades para

conhecer o projeto Baja, inspirado no SAE Midwest Mini Baja Competition, realizado desde 1973 nos Estados Unidos e no Canadá. Entre os docentes estava o professor do Centro Universitário da FEI, Ricardo Bock, que contribuiu para a participação da Instituição no projeto e ocupou o cargo de coordenador da equipe até 1999. “Aceitamos participar do projeto Baja porque, assim como os demais trabalhos desenvolvidos na FEI, isso contribui para mudar o status do engenheiro recém-formado, possibilitando maior nível técnico e trabalho em equipe”, reforça. Em comemoração aos 20 anos de criação da SAE Brasil, a entidade homenageou 20 personalidades brasileiras que contribuíram para o seu crescimento, e o professor Ricardo Bock foi homenageado na Categoria Baja, em banquete realizado no encerramento do 20o Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade, em 6 de outubro, em São Paulo. EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA As adaptações de peças improvisadas e os desenhos feitos à mão marcaram o início da construção dos veículos para as competições, mas, hoje, são utilizados software de simulação e, graças à evolução tecnológica, os veículos são equipados até com peças ecologicamente corretas. Para Rafael Serralvo Neto, exintegrante da equipe Baja FEI e diretor geral do Comitê Técnico da competição na SAE Brasil, a redução de peso do carro proporcionada pela substituição de materiais, a utilização de materiais recicláveis e o aumento de componentes eletrônicos, como GPS, estão entre as principais inovações tecnológicas dos competidores. “A cada ano os participantes apresentam novas soluções, o que prova que o importante não é ganhar, mas participar do

Em junho deste ano, a equipe Baja FEI venceu a Competição Baja SAE Brasil – Etapa Sudeste FIAT, no Campo de Provas da CNH, Distrito Industrial de Sarzedo, em Minas Gerais. O campeonato reuniu 25 equipes de diferentes universidades da região Sudeste. Para Vinícius Eduardo Gastald Schioser, estudante de Engenharia Mecânica e capitão da equipe, o bom desempenho é reflexo da dedicação integral de todos. “Participar do projeto Baja é uma forma de ampliar meu aprendizado e também é um meio de trocar experiência e ganhar conhecimento, pois os alunos que integram a equipe há mais tempo auxiliam os iniciantes”, resume.

projeto com seriedade para adquirir novos conhecimentos e colocar em prática o aprendizado da sala de aula”, assegura. Com a participação em diversas competições, a equipe Baja FEI adquiriu experiência e, por causa do comprometimento e da dedicação dos estudantes, conquistou inúmeras vitórias. O primeiro título nacional foi em 2001, mas a vitória internacional foi alcançada em 2004. Hoje, a FEI é tricampeã mundial e heptacampeã brasileira na modalidade, e é a Instituição de Ensino brasileira com maior quantidade de títulos nacionais e internacionais. “Desde a primeira competição as equipes da FEI já construíram 34 veículos, reduziram o peso do carro em 60% e nunca perderam a prova de projeto, que avalia o conhecimento dos estudantes”, afirma o professor Roberto Bortolussi, coordenador da equipe Baja FEI e do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário da FEI. AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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DESTAQUE JOVEM

Movido a desafios Daiana da Silva, Fernanda Alves, Franciele Santos e Maiany Figueiredo desenvolveram o projeto vencedor

Concurso envolve alunos de Administração Grupo formado por quatro estudantes venceu o Empreender

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raças a uma ideia inovadora e original, quatro estudantes do Centro Universitário da FEI venceram a primeira edição do Concurso Empreender. Promovido pela Instituição, o concurso desafiou estudantes de Administração a desenvolver um Plano de Negócios que atendesse a requisitos como competitividade, originalidade, inovação, consistência do plano e sustentabilidade. A apresentação dos projetos foi realizada nos dias 10 e 12 de setembro, no campus São Bernardo do Campo, e atraiu cerca de 600 estudantes, que visitaram os estandes dos três projetos premiados. Os grupos vencedores receberam troféu, e o primeiro colocado foi premiado também com um Ipod

Shuffle. O concurso teve o apoio do Instituto Endeavor, da Gerdau e do SEBRAE, que ofereceram treinamento sobre empreendedorismo, em 2 de julho, para os integrantes de trabalhos selecionados. O projeto vencedor, denominado ‘Sapaninas’, foi desenvolvido pelas alunas do quarto semestre Daiana da Silva, Fernanda Alves, Franciele Santos e Maiany Figueiredo e chamou a atenção dos jurados também pela criatividade. O trabalho consiste na criação de um sapato que contém três tipos de salto, que podem ser substituídos de acordo com a necessidade do usuário. “O concurso nos proporcionou uma importante experiência, pois, com a vitória, percebemos que somos capazes de desenvolver boas ideias, além de ter sido uma ótima oportunidade de colocar em prática o que aprendemos durante o curso”, explica a aluna Maiany Figueiredo. O projeto ‘Body Mind’, elaborado por três alunos do sétimo semestre, conquistou o segundo

lugar ao propor a criação de um ambiente sustentável, que integra a prática de atividades físicas, lazer e entretenimento. A terceira colocação ficou com um grupo de estudantes do sexto semestre com o projeto ‘Buscando Talentos’. O trabalho tem o objetivo de promover um serviço em que empresas beneficiam estudantes com um patrocínio acadêmico. O coordenador do curso de Administração do Centro Universitário da FEI, professor doutor Hong Yuh Ching, lembra que o objetivo do concurso é estimular o espírito empreendedor nos alunos, além de proporcionar uma atividade extracurricular. “Os projetos desenvolvidos durante o concurso podem ser o embrião de uma futura empresa. Isso mostra aos estudantes a oportunidade de uma carreira com o empreendedorismo”, complementa. O docente já planeja a edição 2012 do Concurso Empreender, que será estendido aos demais cursos oferecidos pela FEI.

Formado pela FEI em 2001, engenheiro eletricista assume a vice-presidência de Indústrias Estratégicas da Alcatel-Lucent

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om uma carreira repleta de desafios apesar da pouca idade, o engenheiro eletricista Luiz Tonisi atribui o sucesso de sua trajetória profissional aos resultados que sempre conquistou para as empresas onde trabalhou. Aos 33 anos, o jovem assumiu, há três meses, a vice-presidência de Indústrias Estratégicas para a América Latina da Alcatel-Lucent, multinacional da área de telecomunicações que está entre as 100 maiores empresas brasileiras e é a terceira maior do setor em nível mundial. Na nova função, o executivo é responsável por um mercado cujo potencial é de alguns bilhões de dólares anuais, formado por entidades do setor público, elétrico e de transportes, e a meta é triplicar os negócios até 2014. “Sou movido a desafios e este é um dos maiores da minha carreira, embora ainda tenha muita coisa para vivenciar e ver. No entanto, sei que podemos alcançálo, pois a Copa do Mundo e as Olimpíadas demandarão grandes investimentos em conectividade, além das demais áreas e do setor público que estão crescendo muito na região, e temos tecnologia para atender a essa demanda”, argumenta. O engenheiro conta que foi na FEI que aprendeu a ter senso de foco e de prioridades, devido às constantes exigências do curso. “Escolhi a FEI porque sabia que a Instituição iria exigir disciplina nos estudos e isso era importante para mim. Aprendi a ter persistência e perseverança e entendi que as coisas não caem do céu”, ressalta, ao afirmar que esse aprendizado foi tanto ou mais importante do que o conhecimento técnico para ter sucesso nas empresas onde atuou. Outro ponto positivo foi ter conquistado o primeiro estágio no terceiro ano do curso, na Alcoa. De 1999 a 2000, estagiou na área de negócios e descobriu um talento até então desconhecido.

“Ao ser questionado sobre a área na qual eu gostaria de atuar respondi que queria conhecer todas e fui enviado para o comercial, onde me descobri. Foi uma sorte encontrar meu caminho tão cedo”, reforça. Além da Alcoa, o engenheiro estagiou na Nortel Networks e, depois de formado, foi efetivado e ficou na empresa até ser contratado pela RFS, do Grupo Alcatel-Lucent, em 2003. Na companhia foi promovido a gerente de contas e, com apenas 26 anos, assumiu a diretoria de exportação Mercosul. “Eu era o mais jovem diretor do Grupo”, orgulha-se. Aos 28 anos recebeu o convite para a diretoria de Exportação e Mercado Doméstico e, aos 30, assumiu a vice-presidência de Vendas, Produtos e Marketing de toda a operação na América Latina. Além do talento e da dedicação, o engenheiro Luiz Tonisi afirma que teve a sorte de trabalhar com gestores que permitiram que tomasse decisões para alcançar os resultados almejados, o que foi de grande valia para a sua trajetória. Por isso, estimula os profissionais que atuam em sua equipe, delegando tarefas e cobrando resultados. “Os gestores são fundamentais para não abafar os talentos.Neste momento de crise, as empresas procuram profissionais que tenham foco no resultado e que saibam trabalhar em equipe. Dar oportunidades para os outros crescerem, criar um ambiente próspero e motivador e deixar que a equipe enfrente desafios é o caminho para ter profissionais sempre motivados”, acredita.

RoboFEI conquista bicampeonato A dedicação e o esforço dos estudantes da equipe RoboFEI resultaram na conquista invicta do bicampeonato na Competição Brasileira de Robótica, realizada entre os dias 18 e 21 de setembro na Universidade Federal de São João del-Rei, em Minas Gerais. O time venceu na categoria Small Size, também conhecida como F-180, e goleou por 7 a 1 o Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro na partida final. A equipe RoboFEI é formada por oito estudantes dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia de Automação e Controle da FEI. No ano passado, o time da FEI foi campeão brasileiro e ficou em primeiro lugar na Latin American Robotics Competition (LARC), realizada no campus São Bernardo do Campo da FEI. O próximo passo dos alunos da Instituição é preparar os robôs para o campeonato mundial, que será realizado em 2012, no México.

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ENTREVISTA – RENATO KENJI NAKAYA

Filosofia oriental no mundo dos negócios A flor de cerejeira ou Sakura, considerada no Japão uma metáfora para a vida, pois floresce brilhante seguidamente sem nunca falhar, sempre na primavera, foi o nome que o imigrante japonês Suekichi Nakaya escolheu para batizar a fábrica que criou em 1940, em São Paulo, para fornecer molho de soja (shoyu) e massa de soja (missô) para a comunidade nipônica que morava no País. Em 1970, foi a vez de o filho caçula do fundador, Renato Kenji Nakaya, que acabava de se formar em Engenharia Química na FEI, assumir os negócios da família e, graças à sua formação e dedicação, transformar a Sakura em uma das maiores indústrias brasileiras do setor alimentício.

COMO E QUANDO COMEÇOU A HISTÓRIA DA SAKURA ALIMENTOS? Meu pai e minha mãe imigraram do Japão no começo dos anos de 1930 e foram para o interior de São Paulo trabalhar em uma fazenda de café. O shoyu, o missô, o tofu e o natô são quatro alimentos que fazem parte da alimentação cotidiana dos japoneses e, como aqui não existiam esses produtos, os imigrantes tinham de aprender e fabricar no Brasil. Eram alimentos de sobrevivência, do dia a dia. Cada qual fabricava seguindo receitas e fórmulas próprias e adaptava os ingredientes de acordo com a disponibilidade. O nosso shoyu, por exemplo, utiliza o milho para fermentação, ao invés do trigo, como se faz tradicionalmente. Essa substituição foi feita pelo meu pai e po-

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demos dizer que o resultado é um molho de soja japonês adaptado às condições e ao sabor dos brasileiros. Alguns anos depois da experiência na fazenda, meu pai veio para São Paulo e foi trabalhar na loja de um primo, quando começou a fabricar shoyu e missô, artesanalmente, para comercializar para a comunidade oriental, para os amigos e para os vizinhos. Os produtos começaram a ganhar a preferência e, aos poucos, o negócio se transformou em uma pequena fábrica.

ONDE ESTAVA INSTALADA ESSA FÁBRICA? Meu pai começou onde ele morava, na avenida Domingos de Morais, depois passou para o Brooklyn Paulista, onde eu nasci, em 1944, na avenida Adolfo Pinheiro. A fábrica onde estamos hoje tinha sido construída em 1933 por um tio, de uma família de muitas propriedades, que, ao perder o interesse pelo negócio, propôs vender ao meu pai, que aceitou. Isso foi em meados de 1946. No período de 1950/60 chegamos a ficar em dúvida se deveríamos prosseguir neste segmento, porque não sabíamos se o shoyu e o missô seriam aceitos pela comunidade brasileira. Mas resolvemos continuar e nossa empresa já tem 71 anos. E QUANDO FOI QUE O SENHOR COMEÇOU A TRABALHAR NA EMPRESA? Naquela época não havia o curso de Engenharia de Alimentos no Brasil e então optei pela Engenharia Química. Quando me formei na FEI, em 1970, meu pai me chamou e disse que, como eu era o

filho caçula e tinha me formado na universidade, a sua missão e a da fábrica tinham terminado. Os imigrantes japoneses tinham como aspiração formar os filhos na universidade e é por isso que a maioria dos descendentes tem diploma em curso superior. Com a minha família não foi diferente. E meu pai continuou: ‘preciso saber se vai prosseguir na fábrica. Você escolhe: vai tocar ou vamos vender ou fechar?’... O SENHOR JÁ PRETENDIA ASSUMIR OS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA? Sim, mas eu queria aprender mais. Assim, perguntei ao meu pai se eu poderia fazer um estágio no Japão, e ele concordou. Fui para o Japão, onde conheci melhor a indústria de shoyu e missô, desde as pequenas até as grandes empresas. Nesta época, tudo já tinha mudado no Japão, que estava em pleno processo de industrialização, depois do recomeço após a segunda guerra. Com isso, eu trouxe para o Brasil várias tecnologias e assumi a empresa. E, para concretizar o que tinha aprendido no Japão, convidei alguns professores da FEI que me auxiliaram a montar nossos laboratórios de controle, de desenvolvimento de produtos e de tecnologia.

COMO FOI QUE O SENHOR TRANSFORMOU A PEQUENA FÁBRICA FUNDADA POR SEU PAI NA LÍDER DE MERCADO EM SEU SEGMENTO? No estágio que fiz no Japão aprendi que para fazer o molho de soja não era preciso simplesmente dominar o proces-

“Para concretizar o que tinha aprendido no Japão convidei alguns professores da FEI , que me auxiliaram a montar os laboratórios de controle, desenvolvimento e tecnologia...” so de fermentação. O molho de soja tinha de ter controle de qualidade, proteínas em forma de aminoácidos, controle do processo, do sódio. Além disso, também era necessário começar a controlar os grãos de soja, para que não trouxes-

sem toxidade. Tudo isso foi uma obrigação, uma lição e uma missão que abraçamos para atender à expectativa do consumidor. Isso porque queríamos conquistar o paladar da sociedade brasileira. Assim, começamos a investir em tecnolo-

gia, em controle de qualidade e em controle de processo, e expor a marca, porque, na época, o brasileiro não aprovava os produtos de soja. Até para o óleo de soja o pessoal torcia o nariz. Atualmente, a Sakura é a única empresa no mundo que AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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ENTREVISTA – RENATO KENJI NAKAYA detém tecnologia de última geração para fermentação de feijão de soja com milho e não com trigo, como é tradicional. Conquistamos o Mercosul, exportamos para os Estados Unidos e para países da Europa, e até para o Japão mandamos o nosso shoyu. Podemos dizer que, atualmente, o produto da Sakura já é um dos melhores do mundo. QUAL É A GRANDE VANTAGEM DE FERMENTAR A SOJA COM MILHO NO LUGAR DO TRIGO? A vantagem é que conseguimos um molho de soja diferenciado. Com o milho, o sabor fica mais adocicado e mais encorpado, dá um toque especial na cobertura e tempero de muitos pratos da culinária ocidental. Com isso, fomos ganhando a preferência do consumidor e acredito que popularizamos o uso do molho de soja no Brasil. E, como vantagem adicional, o nosso produto final não contém glúten e conseguimos atender a uma parcela da população mundial com intolerância ao glúten, os celíacos. É muito comum encontrar essas pessoas na Europa, para onde o nosso molho de soja é exportado com muito sucesso. QUANTO A EMPRESA CONSOME DE SOJA/ANO? Consumimos mais de mil toneladas de soja não transgênica por ano. Perto do que se consome para produzir o óleo de soja, que é a esmagadora maioria da produção, é pouco, mas conseguir toda essa soja não transgênica é muito difícil. A SAKURA TEM SUA PRÓPRIA PRODUÇÃO? Temos fazendas próprias, mas, neste momento, estamos produzindo soja em convênio de plantadores. Pagamos um ‘over’, uma contrapartida para eles garantirem a produção de soja não transgênica, e cuidar para que não haja a contaminação cruzada, que pode acontecer caso as fazendas vizinhas plantem a soja transgênica. Essa fidelização começa desde o plantio e segue até a colheita e o ensacamento e a Sakura montou um esquema de rastreamento para garantir ao consu-

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O SENHOR ACABOU TRAZENDO PROFESSORES DA FEI PARA AJUDÁ-LO NA EMPRESA? Sim, porque, no começo da empresa, tínhamos de fazer de tudo, não tínhamos tempo nem meios para nos dedicar à pesquisa, ao estudo. Assim, eu trouxe professores da FEI para nos auxiliar, como o professor de Bioquímica, Lyrio Sartório, que faleceu há uns dois anos e ficou comigo aqui na empresa até morrer. Recebi ajuda dos professores Salvador Galego e Renato Teramoto, da área de cálculo, entre outros. Atualmente, o professor Kurt Aman, da Engenharia Civil, está nos auxiliando na parte de edificações.

midor que está consumindo um produto não transgênico. AS EMPRESAS ORIENTAIS COSTUMAM SEGUIR OS FUNDAMENTOS E A FILOSOFIA DE SEUS FUNDADORES. ISSO TAMBÉM OCORRE COM A SAKURA? Perfeitamente. Na época meu pai não sabia nada sobre soja transgênica, não sabia que o shoyu tem aminoácidos, não sabia nada sobre teor de sódio. Tudo isso fomos adquirindo ao longo dos anos. Mas o principal, e isso é muito importante, é que seguimos a filosofia de somente oferecer um alimento para o próximo se nós também o consumimos. Temos de fabricar do jeito que também vamos consumir. Esse é o princípio básico que seguimos desde a época do meu pai. A SUA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA FOI FUNDAMENTAL PARA TODA ESSA TRANSFORMAÇÃO NA EMPRESA? Com certeza. Na época, a FEI também nos dava a habilidade para desenvolver a área administrativa, a área financeira. Tivemos, nos últimos anos do curso, noções de administração financeira, recursos humanos, sobre a expansão industrial de equipamentos e máquinas. Se a minha formação ficasse restrita à técnica ou somente à pesquisa, acredito que a Sakura não seria assim. QUAL É A EXIGÊNCIA BÁSICA PARA O SENHOR CONTRATAR UM ENGENHEIRO? Primeiro, mantemos a exigência de trabalhar com profissionais formados em boas universidades, já preparados, que tenham embasamento, que venham para agregar conhecimentos e experiência. Paralelamente, temos interesse em formar os nossos profissionais dentro de casa, por isso, contamos com a colaboração de estagiários, que vêm também para aprender e para agregar no futuro. A FORMAÇÃO HUMANÍSTICA DA FEI CONTRIBUIU PARA SUA FUNÇÃO COMO GESTOR? Creio que sim. A FEI é uma instituição católica e, como tal, acolhedora e não

“Quando cheguei à FEI percebi que os padres tinham benevolência e aceitabilidade para todos” segregacionista. Acredito que ainda hoje seja assim, mas, no meu tempo, havia uma diversidade de estudantes de várias religiões, de várias tradições, e o ambiente criado na escola era bastante amigável, aberto. Diferentemente da minha época de ginásio, e mais ainda no curso primário, quando os descendentes de orientais sofriam segregação, ficávamos isolados. Quando cheguei à FEI percebi que os padres tinham uma benevolência, uma aceitabilidade para todos. Unindo a minha cultura, a cultura oriental, com aquilo que aprendi na FEI, o resultado foi muito bom. A escola ainda abriu leque de relacionamento com outras indústrias de alimentos, pequenas, médias e grandes, e até com as multinacionais.

E

POR FALAR EM

ENGENHARIA CIVIL,

NHOR TAMBÉM SE FORMOU NA ÁREA?

O SE-

Depois da Química sim, porque, na época, quando tínhamos de definir se ficávamos ou não com a fábrica, o País estava em crescimento, mas com certa instabilidade. Daí, meu pai me orientou a não ficar só com a fábrica e procurar outro segmento econômico, porque, se um dia tivesse algum problema na fábrica, eu teria mais um negócio para garantir a minha família. Assim, implantei uma pequena construtora em 1975, que hoje é administrada pela minha filha. Além disso, também atuamos no segmento de gado Wagyu, uma raça japonesa que tem a carne marmorizada para cortes especiais, com procura crescente nos restaurantes e butiques de carne. Não é uma commodity, tem valor agregado e, dependendo do marmoreio, atinge preços bastante satisfatórios. Nosso desafio é criar gado Wagyu de excelência no Brasil e estamos recebendo a ajuda de alguns professores de universidades de Botucatu e Barretos neste segmento também. QUAL É A SUA OPINIÃO SOBRE ESSA RELAÇÃO EMPRESA/UNIVERSIDADE? Eu creio que tanto a indústria quanto as universidades devem provocar uma a outra, para que possamos ter nas indústrias as melhores cabeças, os melhores colaboradores capacitados. As empresas

não têm condições de contratar cientistas que, infelizmente, devido ao sistema tributário brasileiro, estão se afastando, indo para o exterior em busca de melhores salários. Com isso, a sinergia entre empresas e universidades para o desenvolvimento científico é desejável e deve ser incentivada. O QUE MAIS A ESCOLHA PELA FEI PROPICIOU DE BOM PARA A SUA VIDA? Eu conheci minha esposa lá. Ela fazia Engenharia Química também. Depois, acabou saindo da FEI e foi cursar Ciências Sociais. Mas o meu período de FEI foi aquele em que a faculdade estava de saída da rua São Joaquim e indo para São Bernardo do Campo, e o curso ainda estava sendo desenvolvido em toda a sua plenitude. E, por isso, tínhamos ‘janelas’ entre as aulas e ficávamos com quatro ou cinco horas vagas no campus. Aproveitávamos para usufruir o ambiente muito bom no Centro Acadêmico. Nessa época, a gente só conversava sobre futuro, sobre desenvolver o que seríamos, e isso criou um ambiente muito bom entre o grupo depois da formatura. Às vezes, na hora do almoço, íamos às colônias (Bairro Demarchi) comer frango com polenta. O pessoal pegava as galinhas e as preparava na hora. São épocas de boas lembranças. O SENHOR TAMBÉM É PRESIDENTE DO HOSPITAL SANTA CRUZ. QUAL A SUA FUNÇÃO LÁ? Sim. Esse hospital foi fundado em 1939 e, nessa época, meus pais e toda a comunidade japonesa ajudaram a construí-lo. Acontece que veio a guerra e o governo brasileiro tomou o Hospital Santa Cruz, que era chamado de ‘hospital japonês’, assim como tomou o hospital italiano, que era o Filomena Matarazzo, e o hospital alemão, que era o Osvaldo Cruz. Acabou a guerra e o governo devolveu o Osvaldo Cruz e o Filomena Matarazzo, mas não devolveu o Hospital Santa Cruz. Somente há uns 15 anos é que o governo devolveu o hospital para voltar a ser administrado pela sociedade beneficente

“Nessa época, a gente só conversava sobre futuro, sobre desenvolver o que seríamos...” fundada pelos imigrantes. Estamos trabalhando na reestruturação do Santa Cruz, que tem um projeto arquitetônico muito bom, construído em forma de V, com boa iluminação e que inovou, na época da construção, o conceito de arquitetura hospitalar. O professor Delfim Neto, ex-ministro, foi um grande artífice da revolução pela qual o Santa Cruz passou e muitas pessoas notáveis também assumiram a presidência do hospital. Agora é a minha vez. Temos um corpo clínico valioso e respeitado, e estou nesse trabalho voluntário que é árduo, mas gratificante. COM

TANTAS ATIVIDADES, O QUE O SENHOR

FAZ PARA MANTER A FORMA E A SAÚDE?

Antes de tudo creio que os princípios e a identidade de uma religião, a consciência daquilo que viemos fazer neste planeta, neste mundo, é o que me incentiva e orienta. Resume-se a isso: fazer mais amigos que inimigos e tentar construir tudo aquilo que podemos, dentro da nossa capacidade, da nossa habilidade. Além disso, umas três vezes por semana, em minha casa, faço um pouco de atividade aeróbica e, nos fins de semana, quando vou às fazendas, ando bastante, cavalgo, dirijo trator. Ver o pôr-do-sol cavalgando em um brejo, sentindo aquele aroma de capim, apaga o cansaço da semana e tudo fica bom. AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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PESQUISA & TECNOLOGIA

A exploração de novass possibilidades p FEI está engajada na busca de soluções para o novo cenário petrolífero do País

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do ambiente pré-sal, pois terão de reunir características para suportar a pressão de uma lâmina d’água de mais de dois quilômetros e uma camada de sedimentos de um quilômetro e, ao mesmo tempo, enfrentar a acidez e mobilidade de dois quilômetros de sal. Além disso, os materiais devem ser resistentes o suficiente para permanecer em águas ultraprofundas por vários anos, garantindo a segurança necessária para impedir acidentes ambientais e de trabalho. Os aços inoxidáveis – materiais que, por sua resistência à corrosão, apresentam grande potencial para a exploração petrolífera – têm sido estudados há alguns anos pelo professor doutor Rodrigo Magnabosco e outros docentes da FEI. Sete estudos que avaliam o material foram apresentados, em julho, no 66º Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), o maior fórum de debates da cadeia minero-metalúrgica e de materiais da América Latina. Além destes, outros três trabalhos, voltados à aplicação mecânico-es-

trutural dos materiais, foram levados ao congresso (leia mais sobre o assunto na página 9). Dentre outras aplicações, o material pode ser processado para fabricação de umbilicais que conduzem o petróleo do poço até a plataforma de extração. “O entendimento dos fenômenos que ocorrem durante o processamento do aço visa propor a melhor forma de uso para a indústria do pré-sal”, explica o professor Rodrigo Magnabosco. Quatro trabalhos desta linha de pesquisa foram apresentados pelo docente no 7th European Stainless Steel Conference – Science and Market. O congresso, realizado em setembro na Itália, ocorre a cada três anos e reúne fabricantes e pesquisadores envolvidos com o desenvolvimento e produção de aços inoxidáveis do mundo inteiro. Alguns dos estudos do professor estão sendo realizados em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), onde atua como co-orientador de três doutorandos que utilizam os laboratórios da FEI para a parte experimental dos tra-

balhos. A doutoranda Daniella Caluscio dos Santos, também professora do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Universitário da FEI, observa que, se forem expostos a altas temperaturas, como nos processos de soldagem, os aços inoxidáveis dúplex podem sofrer transformações metalúrgicas que levam a diminuições nas resistências mecânica e à corrosão. Por isso, a professora desenvolve sua pesquisa de doutorado estudando o comportamento destes materiais em temperaturas entre 700ºC e 950ºC. Outra investigação sobre o aço inoxidável, visando sua utilização segura na extração petrolífera, está sendo realizada pela doutoranda Evelin Barbosa de Melo, que analisa os impactos do processamento do aço entre 300°C e 650ºC na resistência à corrosão. O doutorando Arnaldo Forgas Júnior acrescenta que o aço inoxidável alia características de resistência mecânica à boa soldabilidade e à elevada capacidade de escoamento, permitindo utilização em espessuras finas, o que viabiliza soluções

mais econômicas. Em sua tese, Arnaldo Forgas estuda como as propriedades mecânicas podem ser alteradas devido à ocorrência de um novo fenômeno: a transformação de ferrita em austenita ocorrida durante o processo de deformação plástica. A transformação de ferrita em austenita induzida por deformação plástica é um fenômeno muito pouco estudado, com poucas referências na literatura e que pode alterar as propriedades mecânicas do aço inoxidável dúplex. Como os tubos que conduzem o petróleo, durante a sua fabricação, devem ser conformados – deformados plasticamente –, durante a conformação poderá ocorrer a transformação de fase ferrita em austenita alterando suas propriedades mecânicas e, desta maneira, poderá atuar positiva ou negativamente na sua aplicação final. “Em caso positivo, significa que estaremos gastando mais energia e custo para conseguir propriedades melhores que o necessário e, em caso negativo, o material terá sua vida útil diminuída”, acentua o pesquisador.

Carlo Leopoldo Francini/Istockphoto

esde 2007, quando foi anunciada a descoberta de enormes quantidades de petróleo de qualidade superior nas rochas carbonáticas sete mil metros abaixo do nível do mar, entre o Espírito Santo e Santa Catarina, petroleiras e fornecedores de equipamentos estrangeiros vêm migrando para o Brasil em busca das oportunidades na exploração da bacia do pré-sal. As reservas ainda não foram totalmente quantificadas, mas estimativas apontam que podem representar algo em torno 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo, o que colocaria o Brasil entre os 10 maiores produtores do mundo. Enquanto o ouro negro já está sendo retirado de alguns poços com utilização de equipamentos importados, a Petrobras tem reafirmado

que a capacidade da indústria de bens e serviços instalada no Brasil é insuficiente para atender às demandas previstas no futuro. Consciente de seu papel como geradora de conhecimento, a FEI tem realizado diversas pesquisas que envolvem o desenvolvimento de materiais para serem aplicadas na indústria do pré-sal. “O desenvolvimento de novas tecnologias e materiais é o rumo que a cadeia produtiva da indústria do petróleo brasileira terá de seguir para se tornar competitiva neste novo cenário”, afirma o professor doutor Rodrigo Magnabosco, chefe do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Universitário da FEI. Além de economicamente viáveis, os materiais deverão ser desenvolvidos para enfrentar as condições adversas

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PESQUISA & TECNOLOGIA

Estudos envolvem têxtil,l, m materiais e mecânica

(Da esq.): Professores doutores Daniella Caluscio dos Santos, Gigliola Salerno, Maurício de Carvalho Silva e Gustavo Donato, que desenvolvem pesquisas relacionadas ao pré-sal

A segurança é o principal foco de outra linha de pesquisa da FEI voltada à aplicação mecânico-estrutural dos materiais, por meio do desenvolvimento de novas metodologias de mecânica da fratura e fadiga que suportem atividades de projeto e avaliação de integridade. “Imprecisões de avaliação nestas etapas representam riscos de acidentes e até de perda de vidas humanas”, frisa o professor doutor Gustavo Henrique Bolognesi Donato, do Departamento de Engenharia Mecânica, que realiza vários estudos dentro desta linha. Dois trabalhos estão sendo desenvolvidos em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) e outros três como dissertações de mestrado em Engenharia Mecânica dos alunos da FEI Sullivan de Souza Dantas, Grace Kelly Quarteiro Ganharul e Alex Gonçalves Dias, orientados pelo docente. Os trabalhos investigam aços estruturais ferríticos e aços inoxidáveis dúplex aplicáveis a estruturas de grande responsabilidade, como de óleo e gás. A confiabilidade dos processos de soldagem também é imprescindível para a exploração de petróleo do pré-sal, que exigem tubulações contínuas de quilômetros de comprimento. O assunto tem sido investigado pelo professor doutor Maurício de Carvalho Silva, do Departamento de Engenharia Mecânica, em continuidade à sua tese de doutorado em Engenharia Naval e Oceânica, finalizada em 2009 na POLI-USP. O docente ressalta que a recente instalação de um equipamento em Ipatinga, Minas Gerais, que permite o resfriamento acelerado logo após o processo de laminação de chapas grossas, reduz a necessidade de grandes quantidades de elementos de liga, melhorando a soldabilidade destes materiais. “A melhoria contínua dos processos de soldagem

e de fabricação destes materiais contribui sobremaneira para projetos de estruturas cada vez mais seguras”, reforça. Os resultados dos atuais estudos sobre materiais compósitos de alta resistência, realizados pela professora doutora Gigliola Salerno, do Departamento de Engenharia de Materiais, também poderão ser utilizados pela indústria petrolífera, embora seu início tenha visado o setor aeronáutico. Atualmente, os materiais compósitos se transformaram em uma vantajosa opção devido às altas resistência e rigidez específicas. O objetivo do trabalho é produzir um material compósito carbono-epóxi e identificar suas propriedades elásticas e à fadiga. Para isso, os tecidos de fibra de carbono que estão sendo produzidos em um tear, com a subsequente adição de resina epóxi, comporão os corpos-de-prova. Após a produção destes, serão realizados ensaios de tração e de fadiga em controle por deformação para identificar as propriedades do compósito. Para este projeto, a professora tem a colaboração do aluno de Engenharia Têxtil Yuri Gradela, que prepara o tecido para compor o material.

Centro de excelência Quando se fala em pré-sal, as perspectivas são imensas para todos os setores da economia, mas, segundo o professor doutor Ronaldo Gonçalves dos Santos, a pesquisa nas universidades é crucial para o desenvolvimento do setor petrolífero no País. Pesquisador do Centro de Estudo do Petróleo (Cepetro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenando pesquisa sobre métodos de recuperação avançada de petróleo, o professor foi contratado pela FEI no início deste ano para implantar uma linha de pesquisas relacionada a petróleo e gás no Departamento de Engenharia Química. “Nosso objetivo é criar na FEI um centro de excelência em estudos voltados ao setor petrolífero”, adianta. Segundo o professor, ainda há muito para ser pesquisado neste setor. As rochas carbonáticas encontradas em reservatórios do pré-sal estão localizadas na última fronteira exploratória do planeta e são pouco conhecidas pela comunidade científica brasileira. Por sua heterogeneidade, a caracterização dessa rocha em busca da melhor forma de extrair petróleo destes reservatórios, em elevadas profundidades, vai exigir um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento. “Uma das principais características do fluído do reservatório do pré-sal é que o CO2, principal gás causador do efeito estufa, está presente em alta concentração no petróleo”, ressalta o docente. Para não lançá-lo na atmosfera, a Petrobras estuda separá-lo do gás de maior valor agregado e reinjetá-lo em seu reservatório subterrâneo, o que exigirá investimentos em tecnologia. Ainda que a concepção do processo tenha sucesso, aspectos ambientais devem ser levados em conta, um vez que o processo de refino do petróleo, bem como a produção de seus derivados e subprodutos de sua utilização, podem trazer consequências para a vida marinha e as cadeias alimentares do planeta.

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O professor doutor Ronaldo Gonçalves dos Santos pesquisa métodos de recuperação avançada de petróleo

Os alunos Nick Azevedo e Júlia Marangoni participam de estudos sobre o tema

Novas competências Além de buscar soluções técnicas, as pesquisas realizadas na FEI têm o objetivo de desenvolver as competências dos profissionais que estão sendo formados. “Queremos capacitar os futuros engenheiros para oferecerem soluções inovadoras que o setor de óleo e gás exigem atualmente”, frisa o professor doutor Rodrigo Magnabosco. Desta forma, grande parte dos estudos é realizada com colaboração de alunos de graduação, dentro do Programa de Iniciação Científica. Para Júlia Marangoni, aluna do oitavo ciclo de Engenharia de Materiais, participar do estudo ‘Investigação da Transformação de Ferrita em Austenita Induzida por Deformação em Aço Inoxidável Dúplex’ tem contribuído muito para sua formação. “Além de adquirir e desenvolver novos conhecimentos teóricos e práticos tive oportunidade de participar da etapa nacional do concurso Young Persons’ World Lecture Competition 2011, patrocinado pelo Institute of Materials, Minerals & Mining com o apoio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)”, conta. Nick de Bragança Azevedo, do oita-

vo ciclo de Engenharia Mecânica, colabora com o professor Gustavo Henrique Bolognesi Donato há um ano e meio. Utilizando software de elementos finitos para validação numérica de ensaios experimentais, o objetivo principal do seu estudo é fornecer dados realistas de propriedades mecânicas para simular a ocorrência de fraturas dúcteis em estruturas como dutos e componentes estruturais de alta responsabilidade. Para o estudante, a oportunidade de aplicar a bagagem teórica que recebe nas aulas em um projeto de tamanho apelo técnico e social representou um marco na sua formação. O aluno, que foi um dos destaques do I Simpósio de Iniciação Científica, Didática e Ações Sociais da FEI (leia mais na página 8) reforça que a identificação dos reservatórios de petróleo na camada do présal colocou o Brasil em lugar de maior destaque na conjuntura econômica mundial e trouxe um grande desafio técnico para o País – a exploração de forma eficiente e sustentável dessas reservas. “Tenho certeza que, para aqueles que sonham em se transformar em grandes profissionais nesta área, a porta está aberta”, afirma.

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GESTÃO & INOVAÇÃO

De volta para a cadeia p a produtiva Logística reversa é alternativa para reaproveitamento de materiais nas empresas

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Franck Boston/Istockphoto

responsabilidade das empresas pela gestão de resíduos pósconsumo, assumindo uma posição socialmente responsável, pode trazer como benefícios retorno econômico, inovação nos processos produtivos, redução de custos, ganhos de competitividade e reconhecimento da sociedade. Ganhando cada vez mais espaço nas discussões e pesquisas sobre o uso de novas ferramentas de gestão ambiental e sustentabilidade, e estimulada por uma legislação recémaprovada, a logística reversa incentiva o reaproveitamento de materiais na cadeia produtiva, evitando nova busca por recur-

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sos da natureza, e permite a destinação ambientalmente correta. Motivadas pela legislação, pelos benefícios econômicos e pela crescente consciência sobre as questões socioambientais, as empresas começam a se tornar mais cientes de sua responsabilidade e a pensar alternativas para implementar fluxos de logística reversa. “Empregar essa ferramenta não é tarefa fácil. É preciso encontrar soluções eficientes para garantir a destinação segura e, se possível, a reinserção do material no processo produtivo, podendo ser reaproveitado pela própria empresa ou por terceiras”, argumenta o professor doutor Jacques Demajorovic, do Departamento de Administração da FEI, que trabalha na linha de pesquisa em sustentabilidade. Apesar de ser discutida há muitos anos nos países desenvolvidos, no Brasil a questão ainda é muito recente. O marco foi no ano passado com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010).

Após tramitar por quase 20 anos no Congresso Nacional, a política sancionada prevê a responsabilização pós-consumo, obrigando os setores de agrotóxicos, pilhas e baterias, lâmpadas, pneus, óleos lubrificantes e produtos eletrodomésticos a desenvolverem um plano de logística reversa que dê conta do reaproveitamento desses materiais. A lei reconhece ainda, na gestão do ciclo de vida dos produtos, a responsabilização compartilhada entre poder público, produtores, distribuidores e consumidores. PARCEIROS POTENCIAIS O índice de reciclagem de embalagens pós-consumo vem crescendo significativamente nos últimos anos no Brasil. Esta expansão é atribuída a uma cadeia de reciclagem formada por milhares de pessoas nos grandes centros urbanos, que funciona na base da exploração. Segundo o docente, um dos grandes avanços da PNRS foi o reconhecimento das cooperativas de catadores como potenciais parceiros das empresas para viabilizar os fluxos rever-

sos. “Organizar esses catadores em cooperativas pode melhorar as condições de trabalho, renda e negociação, assim como eliminar intermediários ao possibilitar a venda direta para a indústria”, ressalta. O País poderia utilizar essa base, assim como fazem algumas organizações, que beneficiam uma cooperativa doando seus resíduos que, por sua vez, são vendidos como matéria-prima de qualidade a uma terceira empresa. Com isso, todos garantem melhores preços, evitam que os resíduos sejam negociados no mercado paralelo e geram renda, emprego e melhores condições de vida aos catadores. “Neste cenário, além de promover a expansão da logística reversa para outros setores, que já começam a se preocupar e ter uma mudança de postura, a nova lei poderá contribuir para alterar a cadeia de reciclagem, ampliando os benefícios econômicos para além das empresas geradoras de resíduos”, avalia o docente, ao completar que essa é uma das alternativas para diminuir os problemas enfrentados pelas empresas no estabelecimento de fluxos reversos.

Tarefas para um futuro próximo Mesmo com uma mudança de discurso e com uma postura mais ecoeficiente, na qual as empresas gastam menos recursos, usam melhor a água e a energia, e tentam diminuir a produção de resíduos, a logística reversa ainda não é uma prioridade. Caso contrário, a legislação não seria necessária. “Apesar do cenário positivo, ainda há uma resistência das empresas em implementar tais estratégias. Estamos em um estado inicial no que diz respeito ao desenvolvimento de tais práticas, mas que tende a mudar em resposta às pressões externas com o maior rigor da legislação, com a necessidade de reduzir custos e de oferecer mais serviços por meio de políticas de devolução”, avalia o professor doutor Jacques Demajorovic. Para implantar a logística reversa as empresas precisam estruturar departamentos e definir competências, juntar esforços para garantir a eficiência dos processos, com iniciativas para melhorar os sistemas e fluxos reversos, que são similares aos conceitos de planejamento da logística direta, como roteiros, programação de entregas e des-

tinação final. “Quem deve incorporar a responsabilidade é o departamento de logística, mas, com assessoria da área de sustentabilidade e/ou gestão ambiental. Para isso, é preciso pensar de forma diferente, envolvendo outros departamentos, que passam a desenvolver produtos pensando nos riscos socioambientais da matéria-prima a ser utilizada e priorizando materiais que facilitem o seu reaproveitamento nos processos produtivos”, finaliza.

O professor doutor Jacques Demajorovic afirma que a logística reversa reduz impactos ambientais

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on na área produtiva Evolução Grandes mudanças marcaram a trajetória do curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário da FEI

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mpulsionado pela chegada das empresas multinacionais no Brasil, o curso de Engenharia de Produção foi desenvolvido para atender as atribuições e demandas do mercado de trabalho, que buscava profissionais com características diferentes da formação técnica tradicionalmente oferecida pelas demais modalidades. Em meados da década de 1960, a FEI foi a primeira Instituição de ensino superior particular a oferecer o curso no País, tendo como referência a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), que em 1958, sob a coordenação do professor Rui Aguiar da Silva Leme, implantou o primeiro curso do Brasil, originário da Industrial Engineer da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O curso chegou no Brasil como Engenharia de Produção, pois, na época, já existia a FEI como Faculdade de Engenharia Industrial. O curso de Engenharia de Produção da FEI, voltado às melhorias das atividades industriais, foi criado para possibilitar a graduação plena dos engenheiros operacionais. Desta forma, os alunos poderiam obter dois diplomas: o da Engenharia Operacional, com duração de três anos e, complementado

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com mais dois anos, o de Engenharia de Produção. Com aulas no período noturno e aos sábados, o aluno da FEI era graduado como engenheiro mecânico de produção, têxtil de produção, metalurgista de produção, eletricista de produção e químico de produção. “Com instalações muito modestas e apostilas impressas no mimeógrafo, a FEI tinha o básico para trabalhar: professores, alunos, carteiras, lousa e giz”, lembra o professor Fernando Laugeni, pioneiro do departamento, que participou da estruturação do primeiro currículo do curso.

O professor Fernando Laugeni é um dos pioneiros do departamento e participou da estruturação do primeiro currículo do curso

O ano de 1977 marcou uma nova etapa na evolução da Engenharia de Produção na FEI, período em que o curso também passou a ser oferecido nas graduações de Engenharia Mecânica, Eletrônica, Têxtil, Química e Metalurgia. Ao final do oitavo semestre, o aluno fazia a opção pela Produção, com duração de dois semestres e com aulas ministradas no período noturno. Assim, o título obtido passou a ser engenheiro de produção mecânico, engenheiro de produção eletrônico, engenheiro de produção têxtil, engenheiro de produção químico e engenheiro de produção metalurgista. Segundo o professor Raul Edison Martinez, coordenador do curso entre 1992 e 1996, por ser o único curso de Engenharia da FEI a funcionar no período noturno havia certa independência administrativa. “Foi um grande desafio assumir a coordenação, pois eu não conhecia a rotina, nem mesmo as pessoas. Limitei-me a dizer que estava ali por conhecer a cultura da FEI melhor que os demais”, lembra o docente. Como coordenador, o professor obte-

ve importantes resultados, dentre eles a integração do departamento com as demais modalidades, alinhando-o com as diretrizes e rotinas da Instituição, o que levou à necessidade de reestruturar a equipe. Paralelamente houve também a adaptação da grade curricular aos padrões da faculdade e às demandas do mercado, a reabilitação do laboratório de layout, e as aulas de pesquisa operacional passaram a ocorrer nos laboratórios de informática. Na medida em que os anos passaram, o curso, até então focado basicamente na indústria, passou a atender áreas financeiras, comerciais e de serviços. Aos poucos, o curso tinha cada vez mais aderência com as necessidades do mercado, escasso de profissionais especializados. “Nesse período, a bola da vez era a mudança da organização pela qualidade, o que caiu em cheio para a produção”, aponta o professor Raul Martinez. O resultado de todo esse processo de evolução do curso foi a transformação, em 2003, em curso de Engenharia de Produção. “Foi uma grande evolução. De complemento da Engenha-

ria Operacional passou a ser uma modalidade para, enfim, chegar à Engenharia de Produção pura”, aponta o professor doutor Alexandre Augusto Massote, coordenador do departamento desde 1997.

O professor Raul Edison Martinez foi coordenador do curso na FEI entre os anos de 1992 e 1996

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Um passeio pela história

O engenheiro de produção Laércio Bortoletto foi monitor de Desenho Técnico na época do curso

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Diferentemente dos dias atuais, os alunos da primeira turma de Engenharia de Produção da FEI tinham como objetivo complementar seus diplomas de engenheiros operacionais, obtendo o grau pleno de Engenharia, movidos pelo desejo de conquistar seus diplomas e construir uma trajetória de sucesso. No entanto, para isso tiveram de enfrentar grandes desafios, como a dificuldade de locomoção, as salas e laboratórios precários na Escola Técnica Industrial (ETI) – onde as aulas práticas eram ministradas –, as modestas instalações no bairro Santa Olímpia, a lama e o frio 'cortante' do inverno no campus São Bernardo do Campo. Também foi preciso muita determinação e dedicação para encarar as muitas disciplinas, as aulas quase em período integral, os professores exigentes e as provas orais, que tiravam o sono da maioria dos alunos. “Era uma epopeia estudar no bairro Santa Olímpia, porque era longe, fora de mão, com um ônibus que passava de dia outro de noite, não havia condução regular, era muito puxado”, lembra o engenheiro Laércio Bortoletto. No entanto, o esforço valeu a pena, pois o aluno da FEI tinha o diferencial e o conhecimento técnico procurado pelas empresas. Bolsista, Laércio Bortoletto foi monitor de Desenho Técnico e se dedicava muito, já que a cobrança era maior e não podia carregar dependências. Com isso, absorvia cada novo ensinamento. Mais que o conhecimento da produção, também aprendeu a respeitar e admirar pessoas como, por exemplo, o professor Fernando Laugeni, em quem se espelhou e sempre reconheceu como um grande profissional. Depois de trabalhar por muitos anos nas áreas de produção e manutenção em empresas multinacionais, o engenheiro decidiu se dedicar exclusivamente a área acadêmica. “Minha vida se desenvolveu dentro da FEI, onde entrei com 17 anos sem base alguma, tanto que escolhi a Engenharia por sensibilidade, nem sabia da minha aptidão”, comenta o professor Alfredo Armando Pires. As dificuldades para pagar o curso até conseguir uma bolsa, as quatro conduções para chegar à faculdade e a rotina puxada de aulas não foram empecilho para que o jovem se graduasse como engenheiro operacional. Muito dedicado, o docente lembra com muito carinho quando o professor Milton Mautoni, pessoa determinante em sua vida, o convidou para ministrar aulas na FEI. O desafio resultou em uma nova possibilidade para empregar os ensinamentos da Engenharia. Para ampliar seus conhecimentos e possibilidades de atuação, a escolha pela Produção foi determinante em sua vida, pois pôde aplicar o aprendizado adquirido na sua empresa, montada em 1977, e nas aulas que ministra há 43 anos na FEI. “Devo o que sou à FEI e aos cursos de Operação, base da minha vida, e à Produção, que me complementou”, ressalta o docente, que se orgulha de dizer que seu filho mais novo, Leonardo Berke Pires, também optou pela Engenharia de Produção e hoje começa a construir sua história seguindo o mesmo caminho do pai. Pioneiro do período de transição da mudança para São Bernardo do

Campo, o ex-aluno Walter Vaccaro afirma que a FEI tinha um nível de ensino muito bom, era um excelente curso e preparava o estudante para atuar no mercado de trabalho, o que na época não era difícil, uma vez que as grandes indústrias chegavam ao Estado de São Paulo e havia escassez por mão de obra capacitada, principalmente da produção. “Desde criança eu dizia que seria engenheiro, pois sabia que essa era a minha vocação”, conta. Proprietário de uma empresa de Engenharia, Walter Vaccaro atuou em várias indústrias e foi professor da FEI e da Escola Politécnica da USP até o fim da década de 1970. Saudoso, lembra-se de amigos e dos professores que contribuíram para seu aprendizado, das instalações precárias, do ensino puxado e das visitas monitoradas em indústrias.

O professor Alfredo Armando Pires se orgulha de o filho também ter escolhido a Engenharia de Produção

Carreira dedicada à Segurança do Trabalho Professor da FEI desde 1976, José Elias de Paula ministra a disciplina Higiene e Segurança do Trabalho, que agregou à sua denominação um novo campo do conhecimento denominado Ergonomia. A FEI foi a primeira Faculdade de Engenharia a incluir a disciplina na formação do engenheiro, independentemente da modalidade, com ênfase especial ao Departamento de Produção, no qual se encontra alocada. “O objetivo maior é o de conscientizar os alunos sobre um tema que vem se destacando a cada ano, pela sua relevância devido às estatísticas crescentes de acidentados do trabalho e aos custos diretos e indiretos envolvidos, que recaem sobre a empresa, sobre o acidentado e sua família e sobre a sociedade como um todo”, reforça o professor. O docente considera a disciplina um item de extrema importância à formação do engenheiro e fundamental para o verdadeiro exercício da Engenharia, pois o mercado requer profissionais cada vez mais competentes e também focados na gestão de riscos, visando o controle das não conformidades de forma a impedir que ocorram perdas, danos, retrabalhos e desperdícios. A Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, abriu espaço para que os cursos de Engenharia do País pudessem incluir essa disciplina em seus currículos, mas o que se nota é que muitos não a observam, talvez por uma questão estrutural. “Esse é mais um diferencial do nosso aluno que, além do potencial técnico elevado que detém, também é portador de um conhecimento sobre um assunto tão importante a ser empregado nas condições e nos ambientes de trabalho e que, por certo, é e será o detalhe que o destacará nos processos seletivos e mesmo em sua vida profissional”, ressalta o professor.

FEI foi pioneira ao oferecer a disciplina, ministrada pelo professor José Elias de Paula desde 1976

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Mercado promissor para a área Com a economia em crescimento e os investimentos em novos processos, as empresas procuram os alunos da FEI pelo perfil e pelas competências adquiridas durante a formação. No cenário atual, em que não há uma área específica de atuação, o engenheiro de produção tornou-se peça chave em quase todos os setores econômicos, por agregar conhecimentos que tornam o trabalho mais eficiente. Comprometidos com o resultado global de uma empresa, os profissionais aplicam técnicas que também possibilitam melhorias em atividades financeiras, logísticas e comer-

O professor Antonio Borsoi Filho

ciais de uma organização. “Nossos alunos possuem a experiência e o diferencial demandado pelos mais diversos campos de atuação”, acentua o coordenador do curso na FEI, professor doutor Alexandre Massote. Nos últimos anos houve uma evolução significativa nas áreas de organização e sistemas de informação. Como parte do papel do engenheiro de produção destaca-se a integração de três recursos produtivos: humanos, materiais e financeiros. Segundo o professor Antonio Borsoi Filho, para eficácia e eficiência dessa coordenação o curso enfatiza, também, a formação humanística, de forma que o engenheiro possa melhor compreender as variáveis que atuam em um sistema organizacional, participe como membro de equipe e coordene equipes de alto desempenho. “Disciplinas como organização do trabalho, gerência de projetos, gestão da qualidade e comportamento organizacional contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissional do engenheiro”, completa. Os professores reforçam que o aluno que procura a Engenharia de Produção busca a diversidade na sua empregabilidade e a gestão dos recursos produtivos.

“O nível de exigência e o aprofundamento oferecidos pelo curso na FEI aumentam a responsabilidade dos professores, que permanentemente se atualizam para atender às expectativas dos alunos, oferecendo ampla bagagem de conhecimento”, acrescenta o professor Alexandre Massote, ao ressaltar que, mais que um corpo docente qualificado, a FEI sempre priorizou o uso de laboratórios, que funcionam de forma primorosa. Além dos laboratórios de Química, Mecânica, Materiais e Informática, utilizados também por outros cursos, a Instituição possui um laboratório de Tecnologia de Manufatura, o primeiro a ser instalado no País e que foi premiado como o melhor laboratório de Engenharia de Produção, em 2006, no Congresso da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro), tornando-se referência para outras instituições. O Departamento de Engenharia de Produção também é responsável por quatro cursos de pós-graduação lato sensu: Estratégias para a Qualidade, Logística, Gerenciamento da Manutenção e Gestão Estratégica de TI e, desde 2007, participa do Programa de Mestrado em Engenharia Mecânica com ênfase em Produção.

Acima, alunos de Engenharia de Produção em um dos laboratórios do curso. Ao lado, o professor doutor Alexandre Massote, que coordena o curso

Os jovens formados em 2006 e 2007, Bruno Massote e Flávia Lopes, mantêm uma trajetória profissional em ascensão

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Fotos: Arquivo pessoal

Versatilidade para o dia a dia das empresas A economia aquecida, a tendência de crescimento para os próximos anos e o perfil do engenheiro de produção, que se encaixa em diversos setores, mantêm chances de empregabilidade muito boas. “A formação de qualidade que alia teoria e prática, assim como os estudos de casos empresariais reais apresentados, foram essenciais na minha formação. Além de me deixar mais bem preparada para os desafios, a FEI permitiu que eu me diferenciasse e acompanhasse a versatilidade do mercado”, avalia Flávia Lopes, gerente de customização de produtos na Procter&Gamble

do Brasil, que considera a Engenharia de Produção uma área ‘coringa’ por permitir que o profissional atue nos mais diversos departamentos de uma empresa e segmentos do mercado. Formada em 2007 e com uma trajetória em ascensão, o fato de ser aluna da FEI resultou em boas oportunidades de trabalho e na possibilidade de escolher qual seria a melhor opção para seu futuro profissional. “Formar o engenheiro mais completo é o grande diferencial da FEI que, com um perfil mais prático, mais 'mãos à obra', oferece conhecimento técnico de qualida-

de para ser aplicado em vários setores”, ressalta Bruno Pinto Massote, presidente da empresa TerraCycle Brasil, atuante no setor de logística reversa e sustentabilidade. Graduado em 2006, o jovem engenheiro estagiou em grandes multinacionais, participou do programa de trainees da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e, diante de sua experiência e formação acadêmica, foi convidado a estruturar e coordenar toda a operação nacional da empresa onde atua, podendo colocar em prática e fazer uso da base da produção.

EXPECTATIVAS “Dentro do cenário econômico e industrial, as projeções são fantásticas para o engenheiro de produção”, afirma o professor Alexandre Massote. Estimativas do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) indicam uma demanda de 50 mil engenheiros por ano no Brasil, mas, dos 30 mil que se formam em todas as modalidades da Engenharia, apenas 1/3 possui o perfil desejado pelo mercado. A tendência é que este déficit se acumule e, em 2015, serão 300 mil vagas abertas. Para ajudar na formação desses futuros engenheiros, o Departamento de Engenharia de Produção da FEI está montando três laboratórios em parceria com empresas, específicos para a produção, inovadores e, provavelmente, os primeiros no Brasil na área acadêmica. A ideia é que propiciem várias áreas do conhecimento da produção, em que o aluno poderá vivenciar um ambiente próximo da realidade empresarial. “Esses laboratórios com base tecnológica certamente vão agregar novo diferencial para os nossos alunos”, afirma o professor Alexandre Massote, ao informar que a expectativa é que sejam entregues até o fim de 2012. AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI

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PÓS-GRADUAÇÃO

Marketing e vendas como especialidade E

m um cenário cada vez mais competitivo, impulsionado por uma economia e política relativamente estáveis e por grandes eventos que vão acontecer no Brasil nos próximos anos (Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016), o mercado de trabalho está propício para absorver profissionais que possuam mais conhecimento, aproveitem oportunidades e tenham diferenciais para assumir melhores posições e competências. Com foco na área de negócios e com a responsabilidade de aperfeiçoar a interação entre empresas e mercado nos mais diversos setores de atividade, a especialização em Gestão de Marketing e Vendas oferecida em nível de pós-graduação pelo Centro Universitário da FEI capacita profissionais que atuam na área de Marketing e Adminis-

tração, entre outras, e buscam novos desafios, conhecimentos e ferramentas a serem utilizadas em suas atividades. Criado em 1995 como Marketing e com ênfase apenas em Comunicação, o curso foi remodelado recentemente e ganhou uma grade curricular mais focada nas áreas de negócios. “A mudança foi importante, pois alinhamos o conteúdo com as necessidades do mercado. Nossa perspectiva é que o aluno conclua o curso em condições de assumir um cargo executivo nos mais diversos setores de atividade que requerem esse conhecimento”, avalia o professor doutor Bráulio Oliveira, coordenador do curso. Com a característica de desenvolver habilidades e competências, durante a especialização a prática e a teoria são aliadas no processo de formação. Segundo o

coordenador, a especialização tem conteúdo abrangente em número de disciplinas e corpo docente de excelente qualidade. “Todos os nossos professores são titulados e atuam no mercado, o que é fundamental, pois apresentam em sala de aula as boas práticas e experiências do mercado”, ressalta. Por ser formado por turmas de até 35 alunos, o aproveitamento do curso também é melhor, pois possibilita maior interação entre estudantes e professores durante as atividades práticas, como apresentações, discussões de textos e de cases empresariais.

lhar com Marketing e Competitividade.

Vendas, Gestão do Relacionamento com Clientes, Marketing Internacional, Seminários Avançados, Planejamento de Marketing e Vendas, Metodologia Científica e palestras.

O curso OBJETIVO – Capacitar profissionais que usem fundamentos e ferramentas de marketing na sua atividade profissional para ocupar posições estratégicas em empresas competitivas, assim como apresentar ferramentas que possam ser utilizadas para estruturação de um negócio. PÚBLICO-ALVO – Profissionais de Marketing, Administração ou outras áreas que queiram aprimorar conhecimentos ou desenvolver competências para traba-

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PRÉ-REQUISITOS – Nível superior. PROCESSO SELETIVO – Análise de currículo e entrevista.

DURAÇÃO – Três semestres. CONTEÚDO – Administração Estratégica do Mercado, Pesquisa de Mercado, Comportamento dos Clientes, Marketing Estratégico, Gerência de Produtos, Serviços e Marcas, Gerência do Preço e da Distribuição, Comunicação Integrada, Administração de

INFORMAÇÕES – www.fei.edu.br. Envio de currículos para análise para o e-mail iecat@fei.edu.br. Campus São Bernardo (11) 4353-2909. Campus São Paulo (11) 3207-6800.

Andrew Johnson/Istockphoto

Conceitos e práticas de gestão qualificam profissionais para desempenhar novas competências nas organizações

O coordenador ressalta que um dos principais diferencias do curso é a organização das disciplinas. “Além dos assuntos previstos na grade curricular, convidamos palestrantes e profissionais de grande visibilidade no mercado para abordar assuntos que nos ajudam a alinhar as disciplinas e explorar determinadas questões, como, por exemplo, defesa do consumidor e tendências econômicas, que não integram a grade de disciplinas, mas são fundamentais para o profissional que trabalha com marketing e vendas, ou mesmo em outras áreas de empresas competitivas”, explica. Além da teoria, prática e palestras, na disciplina de Planejamento de Marketing é utilizado um software simulador de gestão empresarial com o qual, divididos em grupos, os alunos analisam dados de mercado, lançam produtos e planejam novas estratégias típicas da rotina empresarial, o que estimula a percepção e permite a geração de experiências de forma dinâmica e interativa.

Importância na carreira Formada em Turismo e funcionária de uma companhia aérea, a aluna do Programa de Mestrado em Administração da FEI, Cláudia Regina Silva, percebeu que, para se destacar na sua atividade profissional e conquistar novas competências, era preciso buscar uma especialização. Com isso, começou em 2008 o curso de Gestão em Marketing e Vendas. “O curso apresentou novas possibilidades e ferramentas para desempenhar bem minhas atividades, que resultaram em uma mudança na minha postura profissional e no diferencial que eu buscava para me destacar em um mercado em constante mudança”, avalia. A aluna destaca que o conteúdo curricular é bem focado nas questões de gestão, independentemente do campo de atuação, e que o comprometimento e desempenho do corpo docente foram fundamentais para o seu aprendizado, por suas conquistas e, principalmente, para o sucesso do curso. Voltado para o aprimoramento profissional e com turmas nos campi São Bernardo do Campo e São Paulo, todos os currículos são analisados, independentemente da área de conhecimento em graduação, exatamente porque a especialização deve ser vista, também, como um curso de formação. “Não limitamos áreas de conhecimento. O que norteia de fato a análise do currículo são os desafios dos candidatos, o bom nível de conhecimento e que sua atuação tenha foco na especialização”, pontua o professor Bráulio Oliveira. Desde a implantação do curso foram formados 332 alunos em 27 turmas.

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Trabalhos de conclusão de curso objetivam melhorar a qualidade de vida de pessoas com dificuldades especiais

B litu92458/Istockphoto

raços, mãos e dedos são as partes do corpo humano que mais sofrem danos em casos de acidentes, seja no trabalho ou no trânsito, por serem os membros mais utilizados nas atividades e ações do dia a dia. De acordo com o último Anuário Estatístico da Previdência Social, publicado em 2009, foram registrados mais de 231 mil acidentes do trabalho envolvendo braços, mãos e dedos. Isso implica não só em danos econômicos como também em danos pessoais e sociais, já que os acidentados ficam incapacitados de exercer algumas atividades. No entanto, os avanços da Medicina e da Engenharia já refletem na melhoria da qualidade de vida por meio de aparelhos e equipamentos desenvolvidos para o suporte a deficientes, e esta realidade também está presente nos trabalhos de conclusão de curso de alunos do Centro Universitário da FEI, como o Biocontrole, baseado no controle de um braço mecânico por meio de sinais emitidos pelos músculos, e o Arm Project, um sistema eletromecânico conceitual que imita o movimento de flexão e extensão do músculo humano. O trabalho Biocontrole, realizado em 2009 pelos então alunos de Engenharia Elétrica Filippo Suares da Silva Nogueira dos

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Santos, Allan David Tirado, Peterson Pinheiro Dias, Talita Oliveira Muniz, Alisson Rocha e Keisy Isamu Daikuzono, com orientação da professora Silvana Gasparotto e co-orientação da professora doutora Maria Claudia Ferrari de Castro, utilizou os conhecimentos adquiridos na disciplina de Engenharia Biomédica, que visa projetos de reabilitação e de equipamentos médico-hospitalares. O trabalho dos alunos controla uma prótese mecânica externa ao corpo que é acionada por sinais oriundos de músculos dos membros superiores, como ombro, braço, antebraço e mão. “Por meio de eletrodos superficiais, captamos sinais eletromiográficos gerados pela contração de determinados músculos. Depois, o sistema elétrico trata e converte esses sinais de modo que sejam processados por um microcontrolador. Esta digitalização do sinal permitiu que o grupo controlasse os servomotores do braço mecânico”, diz Filippo dos Santos. A professora Maria Claudia de Castro explica que esses sinais emitidos pelos músculos são chamados de mioelétricos e podem ser captados em qualquer músculo do corpo humano. Quando transformados, são capazes de controlar diversos dispositivos eletrônicos externos, e não apenas braços mecânicos. “Trata-se de um trabalho simples, mas bem atual, que mostra a possível aplicação dos sinais musculares. Esta linha de pesquisa é bastante utilizada na área científica, no entanto, o objetivo da Engenharia agora é extrair mais informações desses sinais – para controlar melhor a prótese – com o uso de menos eletrodos. Para isso, estudam-se técnicas de processamento cada vez mais avançadas”, complementa. Outros dois trabalhos do gênero estão sendo desenvolvidos por alunos do Programa de Iniciação Científica, sob coordenação da docente.

bem-estar b Reabilitação Com a ideia inicial do professor Arthur Tomasauskas e colaboração do professor Renato Marques, o trabalho Arm Project foi orientado pelo professor Ricardo Aurélio da Costa e desenvolvido em 2010 pelos então alunos de Engenharia Mecânica Plena Fernando Fumio Otani, Simone Ribeiro Hioka, Jakeline Borges Suganuma, Thiago de Souza Barros, Aleksandro dos Santos Silva, Rudnei Alves de Souza, Hamilton Teshima Rissetto, Fernando Duarte de Lima, André Borghi e Letícia Krauskopf Sampaio. Os estudantes simularam, por meios computacionais, um sistema mecânico para realizar o movimento de flexão e extensão do dedo polegar e indicador (fechamento da pinça) com objetivo de verificar a viabilidade de estudar dispositivos mecânicos, por meios computacionais, para reabilitação funcional do movimento de flexão e extensão de músculos lesados. Uma das novidades do projeto é o material capaz de imitar o movimento os músculos, um polímero eletroativo da família dos copolímeros de perfluorsulfônicos de

O professor Ricardo Aurélio da Costa orientou o TCC Arm Project

Formandos de Engenharia Mecânica Plena que desenvolveram o Arm Project

etileno que recebe na superfície uma camada ultrafina de platina ou ouro que assume a função de eletrodo. Ao combinar a tensão elétrica e a inversão da polaridade, o compósito mimetiza o movimento de flexo-extensão do músculo. Inicialmente, os estudos se concentraram na simulação de um braço eletromecânico que seria acionado por esse mecanismo. “Entretanto, com experimentos percebemos que este polímero não tinha a capacidade de força e deslocamento para atuar em uma peça pesada, como um braço. Então, mudamos o projeto para a simulação do movimento de pinça”, explica Fernando Otani. Segundo o professor Ricardo Aurélio da Costa, embora exista muita especulação na literatura sobre as possibilidades de aplicação do material, pouco se investe em projetos de simulação exploratória antes de partir para a construção de protótipos funcionais. “Esses polímeros são fortes candidatos para construção de atuadores robóticos autônomos destinados ao movimento de

flexo-extensão. Os atuadores podem ser facilmente fixados sob a pele e, através de estímulos elétricos, induzem movimentos locais de contração e extensão do músculo lesado, facilitando tratamentos fisioterápicos”, afirma. Além disso, o material é flexível e de fácil conformação, podendo ser acionado com baixa frequência e tensão elétrica por meio de circuitos miniaturizados e baterias de baixo peso. Outra possibilidade é criar uma luva polimérica eletroativa para reabilitação de dedos e mãos, principalmente nos casos em que há perda parcial do movimento de flexo-extensão desses membros.

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Interesse voltado ao


Administração DISSERTAÇÃO – A Formação do Pesquisador em Gestão Social e Ambiental no Brasil: uma Análise Comparativa das Principais Linhas de Pesquisa e Temas Estudados nos Programas de Mestrado e Doutorado AUTOR – Margarida de Fátima Siqueira ORIENTADOR – Profª Drª Isabella F. Freitas Gouveia de Vasconcelos RESUMO – Esta dissertação aborda a formação do pesquisador em Gestão Social e Ambiental no Brasil. Dentro dessa perspectiva é, também, apresentado o histórico dos eventos relacionados com os problemas pertinentes à preservação ambiental no País. Neste trabalho, apresentamos as diversas linhas de pesquisa e temas relevantes nos programas de mestrado e doutorado desenvolvidos no Brasil e como estão sendo formados os pesquisadores nesta área de estudo. DISSERTAÇÃO – Fatores de Decisão de Executivos Brasileiros em Relação à Compra de Produtos Indsutrializados Chineses AUTOR – Henry J. Kupty ORIENTADOR – Prof. Dr. Edmilson Alves de Moraes RESUMO – O assunto China, em termos econômicos e de gestão, ainda é relativamente novo na literatura de vários países, inclusive no Brasil. Até pouco tempo não era possível ter muitas informações sobre detalhes da produção e da economia chinesa. Com a China crescendo anualmente a taxas superiores a 8% ao ano desde 2000, por ser o país com a maior população mundial, ter uma extensão continental e estar crescendo tecnologicamente, o mundo passa a ter maior atenção no que ocorre no sudeste asiático. Empresas precisam buscar soluções para seus negócios e a China passa a ser uma alternativa viável para a resolução de muitos problemas comerciais e tecnológicos de muitas delas. O trabalho em questão se propõe a entender quais são os fatores que atraem as empresas a buscar uma relação comercial, importar produtos e serviços da China e entender quais os fatores que pesam nessa decisão; de que forma os executivos tomam decisões para importar produtos chineses; que fatores são considerados importantes e relevantes para tais decisões.

DISSERTAÇÃO – Análise Qualitativa da Contribuição da Produção Científica en Gestão de Pessoas no Brasil (2000 - 2010) (RAP, RAE, RAC)

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Dissertações defendidas por alu u n nos de mestrado da FEI Engenharia Mecânica

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MESTRADO

DISSERTAÇÃO – Desenvolvimento de um Modelo de Programação Linear para Apoio à Tomada de Decisão em uma Cadeia de Suprimentos

DISSERTAÇÃO – Estudo da Potência Gerada em Motores de Combustão Interna pelo Uso de Compostos Oxigenados em Mistura Contendo Gasolina

AUTOR – Bruno Alvarez Ferreira Ignácio

AUTOR – Eduardo Sala Polati

AUTOR – Vanessa Cabral Soares

ORIENTADOR – Prof. Dr. Alexandre Augusto Massote

ORIENTADOR – Prof. Dr. Ricardo Belchior Tôrres

ORIENTADOR – Prof. Dr. André O. Mascarenhas

RESUMO – O cenário de negócios atual é caracterizado pela alta competitividade e pelo aumento no nível de exigência do consumidor, o que exige das organizações novo padrão de custo. Este estudo propõe um modelo de programação linear para auxiliar a tomada de decisão em uma cadeia de suprimentos. Procura maximizar o lucro total de toda a cadeia ao longo de um determinado horizonte de planejamento e, para isso, utiliza informações oriundas de todos os integrantes dessa cadeia. Para verificar sua eficácia é aplicado a uma cadeia de capacidades de produção e estocagem dos vários integrantes da cadeia considerada. São feitas, ainda, comparações entre os resultados que seriam obtidos com a aplicação do modelo proposto e com outro modelo de gestão.

RESUMO – Desde o início das competições motorizadas, a busca por um diferencial competitivo sempre esteve associado às soluções criativas em todas as áreas da engenharia aplicada. O objetivo deste trabalho é estabelecer um critério preditivo indicativo de desempenho de potência em motores de combustão interna a partir de propriedades termodinâmicas de combustão e das misturas combustíveis. Este critério deverá considerar os impactos da presença de compostos oxigenados em mistura contendo gasolina no desempenho volumétrico do motor a partir de parâmetros da composição molecular do combustível e da sua entalpia de vaporização. Além disso, serão considerados fatores fundamentais de combustão como dissociação, entalpia, entropia de formação de reagentes, produtos de combustão e estequiometria.

DISSERTAÇÃO – Métodos de Cotação e Negociação de Preços e Custos de Transação na Cadeia de Suprimentos do Brasil

DISSERTAÇÃO – Simulação Dinâmica de um Veículo sob Diferentes Geometrias de Direção

AUTOR – Raquel Romana

AUTOR – Hugo Leonardo Mendes Martins

ORIENTADOR – Prof. Dr. Wilson de Castro Hilsdorf

ORIENTADOR – Prof. Dr. Roberto Bortolussi

RESUMO – O presente trabalho tem por objetivo principal identificar quais são os métodos de cotação e negociação de preços predominantes na cadeia de suprimentos de autopeças brasileira. Ainda dentro do escopo do trabalho, busca-se identificar quais os fatores geradores de custo de transação que podem diminuir ou aumentar o custo final. A competição global, a saturação dos mercados e o desenvolvimento do comércio mundial fizeram com que as firmas comerciais e industriais, os prestadores de serviços, os órgãos públicos e outros, empurrassem a responsabilidade de haver um custo competitivo em toda a cadeia de suprimentos ou cadeia de valor. E, portanto, a forma e o método como esse preço é negociado nas cadeias de suprimentos assumem papel fundamental para o estabelecimento e sucesso das cadeias.

RESUMO – O presente trabalho visa o estudo da variação do comportamento dinâmico de um veículo automotor com quatro rodas sob diferentes condições de geometria de direção, que possuem diferentes porcentagens de Ackermann e foram otimizadas por uma rotina criada em Matlab. Criaram-se modelos em Adams/Car completos com tais geometrias de direção e foram analisados estática e dinamicamente. Testes dinâmicos como fish hook, skidpad, single lane change e ramp steer foram utilizados com objetivo de verificar se os modelos possuem comportamento condizente em diversas situações. Com o objetivo de validar o modelo foram feitos testes em um protótipo Fórmula SAE, utilizando equipamento de aquisição AIM Racing Data Power e os valores foram comparados com as simulações realizadas.

RESUMO – Este trabalho contribui para o debate sobre a produção científica em Gestão de Pessoas no País. Para isso, foi identificada e analisada a contribuição das publicações sobre a temática em questão, esta apurada por meio de pesquisa qualitativa dentre os principais periódicos nacionais. Este estudo permitiu visualizar a contribuição dos artigos para debates acadêmicos e práticos em Gestão de Pessoas. O panorama deste estudo mostra um grande número de publicações com alguns pontos de fragilidade em termos de contribuição para a construção do conhecimento em gestão de pessoas.

DISSERTAÇÃO – Tecnologia de Informação e Comunicação na Construção de Valor para os Clientes: Proposição de um Processo para Escolha e Implantação de Ferramentas em Empresas do Mercado B2B AUTOR – Paulo Roberto Sá Grise ORIENTADOR – Profª Drª Melby Karina Zuniga Huertas RESUMO – As empresas estão buscando orientar-se para o mercado e trabalham para construir suas ofertas com base no valor que elas apresentam para os clientes. Para isso, diversas ferramentas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) têm sido utilizadas pelas empresas, apoiando os seus processos internos e de relacionamento com os clientes. A partir de um conjunto de entrevistas em profundidade, esta pesquisa mostra as várias possibilidades de aplicações de TIC para aumentar o valor das ofertas para os clientes e propõe um processo de escolha e implantação de ferramentas de TIC orientadas para oferecer valor superior aos clientes.

Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br

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MESTRADO

AGENDA

AUTOR – Giuliano Alves da Silva

DISSERTAÇÃO – Uma Ontologia Espacial sobre a Neuroanatomia do Sistema Ventricular Cerebral e sua Integração ao Conhecimento sobre Neuroimagens

ORIENTADOR – Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz

AUTOR – Rodolpho Freire

RESUMO – O estudo dos biopotenciais musculares vem se desenvolvendo impulsionado tanto pelas pesquisas para o diagnóstico dos distúrbios neuromusculares quanto pelo desenvolvimento de próteses mecânicas para amputados. Este trabalho tem como objetivo caracterizar o torque isométrico do músculo quadríceps da coxa,através de uma análise multivariada dos sinais mioelétricos correspondentes. Mais especificamente, a proposta deste estudo é investigar métodos de estatística multivariada para extração e detecção de padrões específicos contidos nesses sinais mioelétricos. Utilizando dados gerados em uma pesquisa anterior que avaliou a relação entre os parâmetros mioelétricos e o torque isométrico do músculo quadríceps da coxa foi possível, através de transformações lineares e não lineares nos dados originais, caracterizar e classificar o torque isométrico, além de constatar que diferentes níveis percentuais de torque apresentam características determinísticas discriminantes.

ORIENTADOR – Prof. Dr. Paulo Eduardo Santos

DISSERTAÇÃO – Análise Multivariada do Sinal Mioelétrico para Caracterização do Torque Isométrico do Músculo Quadríceps da Coxa

DISSERTAÇÃO – Efeito de Corpo em Transistores SOI de Porta Dupla Vertical

RESUMO – Este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma ontologia espacial para descrever o sistema ventricular cerebral e o conhecimento presente em estudos sobre neuroimagens. Iniciamos propondo uma base para esta ontologia formulada em lógica de primeira ordem, provendo formas de representar o conhecimento extraído de neuroimagens e presente nas meta-análises. Após a concepção da base em lógica de primeira ordem, implementamos a teoria no Protégé, gerando consultas e formas de representação adequadas aos conceitos. Então, com a teoria implementada, discutimos como representar o conhecimento extraído de neuroimagens por meio de segmentação de imagens e técnicas de análise estatística. Como resultado final obtivemos uma ontologia-epistemologia que representa a mereologia do sistema ventricular cerebral e pode ter novas classes inseridas por meio dos resultados da análise estatística, bem como representação de valores encontrados na literatura.

AUTOR – Moreno Cattaneo

DISSERTAÇÃO – Classificação de Imagens de Ultrassom de Câncer de Mama Baseada em Informações Híbridas Utilizando Teoria da Informação

ORIENTADOR – Prof. Dr. Renato Giacomini

AUTOR – Vanessa Santos Lessa

RESUMO – Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo da influência da polarização de substrato ou porta inferior em dispositivos FinFET SOI com paredes paralelas e canal n, por meio de simulações numéricas tridimensionais. O FinFET possui maior controle das cargas na região ativa em relação aos transistores SOI planares, por isso é mais imune aos efeitos de canal curto. São estruturas que apresentam dimensões na ordem de dezenas de nanômetros. Os dispositivos FinFETs estudados são estruturas de porta dupla. O que se deseja é analisar o comportamento do parâmetro da tensão de limiar (VTH) para inversão na interface óxido de porta e região ativa de silício (1ª interface) do dispositivo para as variações positivas e negativas de tensão aplicada na porta inferior (substrato).

ORIENTADOR – Prof. Dr. Paulo Sérgio Rodrigues RESUMO – Esta proposta de dissertação de mestrado apresenta uma metodologia para a classificação de câncer de mama em imagem de ultrassom do ponto de vista da teoria de informação, incluindo informação mútua, entropia e entropia relativa, estendendo os estudos para a entropia Tsalliana. Os dados gerados a partir de uma base de dados normalizada compõem um espaço vetorial de informações híbridas, envolvendo textura e geometria espacial das lesões. Um dos objetivos principais é avaliar os resultados de Rodrigues et al.(2006c), bem como Thomaz et al.(2008) e Giraldi et al.(2008) com relação às características discriminantes mínimas.

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Engenharia Elétrica

NOVEMBRO 07 a 09

HSM Expo Management 2011

07 a 11 Centro Universitário da FEI Para aproximar o aluno das novas tendências do mercado de trabalho e ampliar sua visão técnica sobre a Engenharia, o evento reúne, durante cinco dias, todas as modalidades oferecidas pela Instituição, por meio de palestras, workshops e minicursos, além de exposições e visitas técnicas aos laboratórios de Engenharia. Os alunos também poderão conhecer produtos e serviços e assistir a palestras de especialistas de diversas empresas de renome. Acesse o hotsite do evento www.fei.edu.br/semanadaengenharia e fique por dentro da programação.

09 e 10 Transamérica Expo Center O Centro Universitário da FEI estará presente na 11ª edição do HSM Expo Management com estande e palestras realizadas pelos professores de Administração, em um dos maiores e mais importantes eventos sobre o conhecimento da gestão, inovação e marketing da América Latina. O foco será o curso de mestrado em Administração da FEI.

18 a 20

Concurso Travessia Centro Universitário da FEI Com o objetivo de estimular os estudantes a aplicar conceitos de Física e Matemática de forma geral, bem como suas habilidades manuais para solucionar, projetar e executar uma estrutura que suporte esforços nela aplicados e que identifiquem aplicações para os conteúdos ministrados em aula, os participantes deverão construir um protótipo miniatura de estrutura representativa de uma ponte pênsil usando palitos de sorvete comuns e cola. Nesta edição, também serão aceitos o uso de cordão tipo barbante e clips de papel, que vença um determinado vão, atendendo às condições de dimensionamento, execução e resistência especificadas no regulamento. Mais informações no site www.fei.edu.br/concursotravessia.

Competição Fórmula 2011 SAE

Esporte Clube Piracicaba de Automobilismo (ECPA) - Piracicaba - SP. Os alunos do Centro Universitário da FEI estão a caminho de mais uma competição nacional de projetos Fórmula. O Fórmula SAE Brasil é uma competição de desenvolvimento de produto, na qual os estudantes devem conceber, projetar, fabricar, e competir com pequenos carros de corrida estilo fórmula. O campeão representará o Brasil na competição Internacional em 2012, nos Estados Unidos. A FEI possui quatro títulos nacionais.

OUTUBRO A DEZEMBRO Exposição de fotos e documentos sobre a vida do Padre Saboia de Medeiros

01/10 a 29/10

Campus SP – Liberdade – São Paulo/SP

03/11 a 18/11

Colégio São Francisco Xavier – Ipiranga – São Paulo/SP

21/11 a 09/12

Colégio São Luis – Cerqueira César – São Paulo/SP

Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br

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José Carlos Pires Pereira/Istockphoto

ARTIGO

Kurt Amann é engenheiro civil e coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI

Urbanização também causa aquecimento

H

oje volto a falar sobre o crescente aumento da temperatura em nossa região. Recentemente publiquei um artigo comentando sobre a influência da urbanização no aquecimento das cidades, processo que elimina as áreas verdes, essenciais para gerar um ambiente mais úmido e fresco. Esta redução da umidade é também uma das causas do aquecimento urbano. Se temos menos árvores para liberarem vapor d’água na atmosfera, mais seco se torna o ambiente. Em adição a isso, a cada metro quadrado de asfalto executado se elimina aproximadamente 200 litros de água, que não mais infiltrarão para recarga do lençol freático, mas serão levados diretamente para os rios que, quando canalizados, apenas conduzirão a água adiante, não permitindo também nenhum tipo de infiltração. Com isso, a água vai embora e pode chegar o dia (em um futuro não muito distante) em que a precipitação reduza tanto a ponto de tornar a região semiárida. As próprias pancadas de chuva, cada vez mais intensas, são também um fenômeno ligado ao aquecimento urbano: o ar vai aquecendo durante o dia todo

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pelo contato com o asfalto e concreto, e fica preso sob uma camada de ar mais frio (inversão térmica). Este ar quente chega em um ponto (lá pelas 16h) em que rompe a barreira do ar frio de cima e escapa rapidamente, subindo e sofrendo um processo de resfriamento e expansão rápida. O resultado disso é que o vapor d’água contido no ar se condensa e desaba violentamente sobre a cidade em poucos minutos. Assim, está feita a catástrofe. Quando há vegetação, a chuva demora muito mais para chegar aos rios, pois as gotas de chuva ficam retidas nas folhas das plantas. Depois, boa parte dessas gotas é infiltrada e, quando finalmente escoa para os rios, a chuva já está quase acabando. Nas cidades, o telhado, a calha, o condutor, o piso cimentado, a sarjeta, o tubo de concreto e o revestimento da canalização dos rios oferecem pouca resistência ao deslocamento da água, o que aumenta sua velocidade de acumulação e gera enchentes. Isso tudo sem contar com a emissão de gases dos escapamentos de veículos e de todos os péssimos hábitos da nossa sociedade, que geram boa parte dos nossos ‘problemas modernos’. Aqui vai um breve conselho aos leitores: controlem o ar-condicionado! AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI novembro / dezembro DE 2011 | Domínio fei

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