Acidentes e Doenças dos Trabalhadores da Construção Civil
A Indústria da Construção é um dos ramos de atividade mais antigos do mundo, em que desde quando o homem vivia em cavernas até os dias de hoje passou por um grande processo de transformação, seja na área de projetos, de materiais, de equipamentos, seja na área de pessoal.
O segmento da construção é determinante para o desenvolvimento da economia brasileira. No ano de 2006, o setor foi responsável por 4,68% do Produto Interno Bruto PIB nacional e ocupou 5.741.064 pessoas segundo dados do IBGE (PNAD, 2006).
A Indústria da Construção é um dos setores de atividade econômica que mais registra acidentes de trabalho e onde o risco de acidentes é maior. De acordo com as estimativas da Organização Internacional do Trabalho - OIT, dos aproximadamente 355 mil acidentes mortais que acontecem anualmente no mundo, pelo menos 60 mil ocorrem em obras de construção (Dias, 2005).
No Brasil, já no início da década de 70, quando as atenções se voltaram para a construção da Ponte RioNiterói, o país conquistou o triste recorde de detentor da maior taxa mundial de acidentes fatais na construção civil (PROTEÇÃO, 2005). Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal, ou seja, trabalhadores inscritos na Previdência Social, havia se acidentado, e isso foi a pior marca na história acidentária do Brasil.
A proporção dos acidentes notificados em relação ao número de trabalhadores segurados identifica uma queda vertiginosa na incidência dos acidentes do trabalho no país. Em 1970, ocorriam 167 acidentes para cada grupo de 1.000 trabalhadores; em 1980, esta relação reduz-se a 78 por 1.000; em 1990, a 30 por 1.000 e em 2.000 para 16 por cada 1.000 trabalhadores.
O setor possui algumas características que desafiam a melhoria das condições de Segurança e Saúde do Trabador: - transitoriedade de processos e instalações; - opera sob intensa pressão de tempo e custos; - emprego intensivo de mão-de-obra; - precariedade na contratação de trabalhadores; - terceirização; - excesso de jornada de trabalho; - baixa qualidade de vida nos canteiros de obras - pouco investimento em SST e formação profissional.
Por décadas, as causas acidentárias têm sido agrupadas em duas categorias básicas: Condições Inseguras e Atos Inseguros, forma simplista e insuficiente para a efetiva compreensão da problemática. As análises das causas de acidentes de trabalho sob a dualidade de condições e atos inseguros encontram-se superada pelos estudiosos da segurança e saúde no trabalho, que desenvolveram várias correntes ou teorias abordando a questão de forma mais abrangente como o método de análise de árvore de causas.
Em pesquisas realizadas por Araújo (2002), a autora cita que o custo de implementação da NR-18 (Brasil, 1995) não ultrapassa 1,5% do custo total da obra, porém, em contrapartida um canteiro bem organizado e planejado pode levar a uma economia de 10%.
De acordo com Barkokébas Jr. et al (Proteção, 2007), a implementação das diretrizes sobre sistemas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – ILO-OSH 2001 (FUNDACENTRO, 2005) em uma empresa de grande porte, apresentou a redução de 97% nos riscos de acidentes de trabalho. Segundo os autores, o passivo trabalhista da empresa que em 2003 atingiu a cifra de R$ 305 mil, em 2005 chegou a R$ 18 mil, o que confirma a eficácia dos investimentos para a implementação de sistemas de gestão.
Saúde-Doença e suas relações com o Trabalho
“Os trabalhadores apresentam um viver, adoecer e morrer compartilhado com o conjunto da população, em um dado tempo, lugar e inserção social, mas que é também específico, resultante de sua inserção em um processo de trabalho particular.”
Ramazzini (1700) – As doenças dos trabalhadores
“É forçoso confessar que ocasionam não poucos danos aos artesãos, certos ofícios que eles desempenham. Onde esperavam obter recursos para sua própria manutenção e a da família, encontram graves doenças e passam a amaldiçoar a arte à qual haviam se dedicado.”
CAT – Estatística de 2010 no Brasil 414.824 Acidentes de Trabalho 94.789 Acidentes de Trajeto 15.593 Doenças 176.290 NTE Total = 701.496 2.712 óbitos Fonte DATAPREV
CAT – Estatística de 2010 no RS 30.974 Acidentes de Trabalho 6.724 Acidentes de Trajeto 1.026 Doenças 17.772 NTE Total = 58.237 152 óbitos Fonte DATAPREV
Anuário Estatístico da Previdência Social 2010
701.496 acidentes de trabalho (733.365 - 2009) 94.789 acidentes de trajeto (90.180 - 2009) 2712 mortes decorrentes de acidentes de trabalho (2560 – 2009)
Distribuição dos óbitos relacionados ao trabalho por ocupação, SIM, 2011 (n 214)
Outras causas
118
Ocupações
Metal/mecânico
12
Construção Civil/Carpinteiro
22
Motoristas
24
Agricultor/agropecuario/tratorista agrop
38 0
20
40
60 80 100 Número de óbitos
120
140
Causa base
Número de óbitos envolvendo a construção civil por causa base, SIM, 2011 (n 22)
Atropelamento
1
Acidente
1
Capotamento de veículo pesado
1
Maquinário
1
Impacto obj lançado
1
Elevadores e instr transm
1
Choque elétrico
4
Queda
12 Número de óbitos
Número de óbitos envolvendo a construção civil por faixa etária, SIM, 2011 (n 22) 12
Número de óbitos
10
8
6
4
2
0 0 a 13 anos
14 a 15 anos
16 a 17 anos
18 a 19 anos
20 a 29 30 a 39 anos anos Faixa etária
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 a 69 anos
70 a 79 anos
Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador – 2011
Notificações: 34.278 casos notificados Doenças 1861 (5,4%) Acidentes 32417 (94,6%) Distribuição dos agravos notificados no SIST em 2011, por sexo
26% MASC FEM 74%
Distribuição dos agravos notificados no SIST em 2011, por ramo de atividade econômica Educação Transporte Coureiro-calçadista Mobiliário Química Alimentação Comércio Saúde Construção Civil Agropecuário Metalúrgico
421 482 734 815 1061 2077 2108 2989 3590 5285 5976
Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundo desfecho, 2011
CNAE Total PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operá alvenaria e reboco Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros Prod construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambie Fabricação de Cimento fabricação de esquadrias de metal fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem e pav instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e instalações elétricas instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de p Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica Obras de Instalações obras de outros tipos obras de urbanização e paisagismo outras obras de instalações outros serviços auxiliares da construção Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil Demolição e preparação do terreno edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serv fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, t perfurações e execução de fundações destinados a construção
Desfecho Total Acompanhamento Acompanhamento ambulatorial Alta especializado Alta a pedidoCura com sequelas Evasão(Fuga) Internação Óbito Outro 34780 16662 2523 14272 6 118 6 338 114 741 17 5 4 5 1 2 1 1 69 32 9 26 2 11 2 1 8 11 5 1 3 2 1 1 209 90 15 101 1 1 1 6 4 1 1 16 4 12 143 70 7 59 1 2 4 23 8 1 12 1 1 170 77 15 70 1 1 2 1 3 15 6 2 6 1 47 24 3 19 1 216 65 21 116 3 11 33 15 1 17 117 54 15 44 3 1 559 191 41 312 1 7 3 4 431 263 18 141 1 4 2 2 8 5 1 2 1341 801 86 407 1 19 10 17 322 54 37 227 3 1 115 51 11 48 1 1 3 3881 1827 290 1637 2 5 1 43 23 53
Agravos com CNAE relacionados à construção civil notificados no SIST por desfecho, 2011
Outros
Óbito
Internação
Desfecho
Evasão
Cura com sequela
Alta a pedido
Alta
Acompanhamento especializado
Acompanhamento ambulatorial 0
200
400
600
800 1000 1200 Agravos n 3881
1400
1600
1800
2000
Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundotipo de agravo, 2011
Tipo Agravo CNAE Total OutrDoenças Acid graves e fatais Exposição mat Outros biol Acidentes Dermatos LER/DORT PAIR PneumocoTranstor Acidente Doença Total SIST 34780 306 1209 283 5579 6 279 5 5 16 25718 1374 PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO 17 1 5 11 Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição 1com Operá 1 alvenaria e reboco 69 1 4 21 43 Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros 11 Prod 11 construção de obras de prevenção e recuperação do meio 11 ambie 1 10 Fabricação de Cimento 1 1 fabricação de esquadrias de metal 209 1 1 59 1 146 1 fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem 6 e pav 2 2 1 1 instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação 16 e 6 10 instalações elétricas 143 2 26 111 4 instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de 23p 1 4 18 Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção 170 1 167 2 Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica 15 1 14 Obras de Instalações 47 1 45 1 obras de outros tipos 216 1 9 1 51 1 150 3 obras de urbanização e paisagismo 33 1 10 22 outras obras de instalações 117 1 7 23 1 84 1 outros serviços auxiliares da construção 559 1 21 117 3 398 19 Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil 431 2 420 9 Demolição e preparação do terreno 8 1 3 2 2 edificações (residenciais, industriais, comerciais e de 1341 serv 1 52 237 5 2 1021 23 fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, 322 t 3 69 3 245 2 perfurações e execução de fundações destinados a construção 115 2 7 33 72 1 3881 8 114 2 669 0 15 0 3 1 3003 66
Agravos com CNAE relacionados à construção civil notificados no SIST por faixa etária, 2011 1600 1375
1400
Agravos
1200 972
1000
825 800 600
484
400 200 1
12
5 a 13 anos
14 a 15 anos
108
67
21
13
66 a 70 anos
mais de 70 anos
0 16 a 17 anos
18 a 29 anos
30 a 39 40 a 49 50 a 59 anos anos anos Faixa etária n3881
60 a 65 anos
Agravos com CNAE relacionados à construção civil notificados no SIST por vínculo, 2011 2%
5%
3%
5% Celetista Autônomo Trabalhador informal Funcionário público 26%
59%
Outros Ignorado
n 3881
RISCOS ERGONÔMICOS decorrem da organização e gestão do trabalho, utilização de equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, levando a posturas e posições incorretas, esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, más condições de iluminação e conforto, trabalho em turnos, esforço físico e visual, a intensificação e prolongação da jornada, a monotonia ou ritmo excessivo, fragmentação e perda do caráter intelectual do trabalho, a intensidade e cobrança por produtividade, a pressão da chefia, o medo de perder o emprego, e outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Pela própria natureza das atividades da construção, elas são problemáticas em termos ergonômicos: as atividades de execução de pisos e forros requerem trabalhos abaixo da altura dos joelhos e acima do nível dos ombros - que são ergonomicamente inadequadas.
RISCOS ERGONÔMICOS Para a solução dos problemas ergonômicos na Indústria da Construção, propõem-se: que as cargas tenham seus pesos limitados; escadas, rampas, bancadas e prateleiras passem por manutenções e sejam adaptadas às condições dos trabalhadores; adequação dos procedimentos de carga e descarga de materiais, a mecanização de alguns processos de maior risco, entre outros.
Riscos de Acidentes ou Mecânicos Riscos de acidentes ou mecânicos: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas e defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Riscos de Acidentes ou Mecânicos O soterramento é a segunda causa de acidentes fatais na Indústria da Construção (FETICOM-SP, 2008), sendo que uma das medidas importantes que devem ser tomadas é o estudo geológico do solo e a execução de escoramentos, conforme a NR-18 (Brasil, 1995).
Riscos de Acidentes ou Mecânicos O choque elétrico é a terceira causa que mais provoca óbito na Indústria da Construção, sendo que o dimensionamento das instalações elétricas na maioria das obras é precário e não respeita os requisitos mínimos de segurança.
CONTROLE DOS RISCOS No desenvolvimento do PCMAT deve-se levar em conta o comprometimento da direção da empresa com o programa, através do estabelecimento de políticas de Segurança e Saúde, de análise criteriosa da antecipação e reconhecimento dos riscos e do perfil da mão-de-obra, abordando questões como o nível de conhecimento do trabalhador na área de SST, os hábitos, costumes locais e a escolaridade.
A análise da aplicação da NR-18 mostra que esta pode ser um instrumento de gestão de segurança, saúde, higiene do trabalho e qualidade de vida para os trabalhadores da Indústria da Construção, proporcionando uma redução do número de acidentes e doença do trabalho. Contudo, em alguns aspectos a norma é limitada e não resolve todos os problemas relacionados a Saúde do Trabalhador, não abordando questões voltadas às relações do trabalho, educação, qualificação dos trabalhadores, alimentação, remuneração, precarização dos contratos de trabalho e terceirização, que são fatores fundamentais para que haja uma interação harmoniosa do trabalhador com a produção no canteiro de obras.
Como são classificadas as doença relacionadas ao trabalho? Grupo I: doenças em que o trabalho é causa necessária, são as chamadas doenças profissionais (silicose, intoxicações etc...) Grupo II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco contributivo, são aquelas mais freqüentes ou mais precoces em determinadas ocupações (HAS, câncer, varizes, LER/DORT) Grupo III: doenças em que o trabalho é provocador de distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida (asma, dermatite, doenças mentais)
LER/DORT
As LER/DORT abrangem quadros clínicos do sistema músculo-esqueléticos adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho São enquadradas nas chamadas doenças do trabalho ou relacionadas ao trabalho (classe II de Schilling), nas quais não se identifica apenas um agente causal, mas vários, entre os quais os laborais
Em 1700 Ramazzini descreveu afecções músculo esqueléticas entre os escribas, atribuindo-as a três fatores básicos: vida sedentária, movimento contínuo e repetitivo da mão e atenção mental para não manchar os livros
No Brasil a primeira referência oficial destes agravos foi feita pela Previdência Social, com a terminologia a Tenossinovite do Digitador, através da portaria nº 4.062 de 06/08/87 Em 1993, o INSS publicou sua Norma Técnica para avaliação para LER Em 1998, o INSS revisa a sua Norma Técnica e altera o nome de LER para DORT
FATORES DE RISCO - repetitividade de movimentos; - manutenção de posturas inadequadas por períodos prolongados; -trabalho muscular estático; - pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo; - impactos, vibração e frio; - fatores organizacionais e psicossociais (exigência de ritmo intenso, pressão e autoritarismo das chefias, conteúdo das tarefas/ivariabilidade, avaliação de desempenho baseada em produtividade, insegurança, desemprego.
LOMBALGIA Vários estudos têm mostrado ser a atividade de construção civil aquela que possui uma das maiores incidências de lombalgia (Marçal, 2006). Estudo realizado na Dinamarca observou que um grande número de trabalhadores envolvidos nesta atividade são portadores de lombalgia, onde o levantamento e carregamento de peso foram relatados como principais fatores de risco. Na Finlândia, foi observada uma maior incidência de lombalgia entre os trabalhadores da construção civil, que era três vezes mais alta que a dos funcionários administrativos. Nos EUA, a prevalência de lombalgia entre a população de trabalhadores da construção foi demonstrada como sendo mais alta do que em qualquer outro grupo ocupacional.
A lombalgia está associada a múltiplos fatores de risco pessoais e ocupacionais. Dentre os fatores de risco pessoais, podemos destacar a idade, sexo, peso corporal, altura, discrepância entre os membros inferiores, alcoolismo, tabagismo, stress, depressão.
Destacam-se entre os fatores de risco ocupacionais o trabalho repetitivo, trabalhar longos períodos de tempo assentado, grau de satisfação no trabalho, anos de emprego em determinada área, ações de empurrar e puxar, quedas, posturas de trabalho estáticas, tarefas onde há vibração em todo o corpo, movimentos frequentes de flexão e rotação do tronco, levantamento e carregamento de objetos pesados.
Sintomas e sinais mais comuns:
dor, desconforto, fadiga, sensação de peso e cansaço, formigamento, dormência, perda de força, edema e enrijecimento articular, choque, falta de firmeza nas mãos, sudorese excessiva, alodínea, alteração do sono, dificuldade de exercer as atividades laborais e domésticas/vida diária
TRATAMENTO • • • • •
Medicamentos Fisioterapia Acupuntura Infiltração/Cirurgia Afastamento do trabalho ou da atividade de risco
PREVENÇÃO A Ergonomia, sistemática e rigorosamente utilizada, permite transformar as situações de trabalho, adaptando-as às possibilidades e capacidades do trabalhador As intervenções ergonômicas devem ser negociadas e planejadas a curto, médio e longo prazos, com a participação da gerência da empresa, da CIPA, do Sindicato, dos trabalhadores e dos técnicos do SESMT
POEIRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL • Doença pulmonar intersticial (Pneumoconioses: silicose, asbestose, siderose)
•Doenças de vias aéreas (rinite, asma, DPOC) •Doenças alveolares •Câncer de pulmão
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO ASBESTOSE MESOTELIOMA PLACAS PLEURAIS CÂNCER DE PULMÃO ALTERAÇÕES FUNCIONAIS
TETO DO CINEMA - RIO DE JANEIRO (ANTES DE INICIAR A REMOÇÃO)
Lei Federal 9.055 de 01/06/95: Disciplina a extração, industrialização, utilização, comercialização e transporte do amianto. Lei 11.643 de 21/06/01: Proíbe produção e comercialização de produtos à base de amianto no RS a partir de junho/04 (produção) e junho/05 (comércio) Portaria SES nº 46/2002: Aprova o Protocolo de Vigilância da População e dos Trabalhadores expostos ao Amianto no RS
ADIN nº 3357: Ajuizada pela CNTI contra a Lei 11.643 de 21/06/01
Resolução CONAMA nº 348 de 16/08/04: Altera a Resolução CONAMA nº 307 de 05/07/02, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos e define critérios da gestão dos resíduos da construção civil.
RUÍDO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Vias de Exposição aos Agentes
Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho
dB -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
EMPRESA: E3 NOME: J.S. IDADE: 43
FUNÇÃO: Mecânico TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos
OUVIDO ESQUERDO
OUVIDO DIREITO
250
500
1K
2K 3K 4K 6K 8K
Hz
dB -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
250
500
1K
2K 3K 4K 6K 8K
Hz
Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho
dB -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
EMPRESA: E3 NOME: C. R. S. IDADE: 43
FUNÇÃO: Tecelão TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos
OUVIDO ESQUERDO
OUVIDO DIREITO
250
500
1K
2K 3K 4K 6K 8K
Hz
dB -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
250
500
1K
2K 3K 4K 6K 8K
Hz
Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho
DERMATOSES OCUPACIONAIS
Dermatite ocupacional na construção civil • O cimento é um ligante hidráulico obtido a partir da moagem do clínquer ( calcáreo+argila+gesso) cozido a altas temperaturas. Adiciona-se água tornando-o pastoso e posteriormente endurecido com a secagem. É misturado com cal, areia e pedras, formando argamassa e concreto. São adicionados substâncias para melhorar suas características (aceleradores, anticoagulantes, antioxidantes, corantes, fungicidas, impermeabilizantes,...)
Dermatite ocupacional na construção civil
• Comumente do tipo irritativa • Acomete principalmente mãos e pés • Podem ocorrer: dermatite irritativa de contato, queimadura , hiperceratose, paroníquias, conjuntivite e ulceração de córnea
Dermatite ocupacional na construção civil Dermatite de contato irritativa • A alcalinidade do cimento atua sobre o tegumento exercendo efeito irritante sobre a camada córnea e o manto lipídico ( poder oxidante do cimento úmido é responsável pela ação irritante). • Forma lesões secas, fissuradas, exulceração • Piora em regiões que sofram pressão e atrito
Dermatite ocupacional na construção civil Dermatite alérgica de contato • Geralmente causada pelos contaminantes do cimento (cromo e cobalto) • Lesões eczematosas e muito pruriginosas Hiperceratose plantar pode ocorrer em decorrência do uso de bota. • Sarna dos pedreiros (pó de cimento e suor)
Dermatite ocupacional pela exposição à borracha • As lesões são mais comuns em tecidos lesados, em áreas de atrito, pressão e sudorese.
• Os agentes da borracha se ligam à epiderme e desenvolvem reação imunológica.
Fonte: Salim Amed Ali
Dermatite alérgica de contato (DAC). Pedreiro apresentou irritação devido ao contato com a massa de cimento. Nos dedos irritados, ele usou dedeiras de látex por uma semana, desenvolvendo eritema, edema e vesiculação no local.
Dermatite alérgica de contato (DAC). As lesões atingiram mãos e antebraços do pedreiro, que usava luvas de borracha sobre a pele previamente irritada. Os componentes da borracha podem causar alergia e agravar estas lesões.
Dermatite alérgica de contato (DAC) pela borracha em servente de pedreiro. Note a onicólise nos háluxes.
Dermatite alérgica de contato (DAC) em pedreiro devido ao uso de botas de borracha sobre os pés irritados..
Fonte: Salim Amed A
Fonte: Salim Amed Ali
Dermatite irritativa de contato forte (DICF). Note o processo eczematizado severo no hálux direito, com ulceração e necrose tecidual. Este quadro irritativo ocorre após algumas horas de contato com o cimento, no qual há atrito ou pressão da sandália de borracha.
O operário trabalhou cerca de três horas, preparando a massa de cimento e levando-a até o pedreiro.
O dorso das mãos é geralmente o local mais afetado pelo contato com o cimento úmido. Observe a dermatite irritativa de contato (DIC) em fase subaguda, e, ainda, discreta onicólise, devido a possível traumatismo ungueal, que interrompe o crescimento da unha
Servente de pedreiro em contato direto com a massa de cimento por causa do uso de sandálias de borracha, inadequadas ao trabalho. Ao fundo, outro pedreiro mantém joelhos em contato com o cimento úmido, ficando sujeito a processos irritativos.
Fonte: Salim Amed A
Ca Basocelular - SOL
Melanoma - SOL
Obrigada !
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
Rua Domingos Crescêncio 132/302 3º andar - Porto Alegre CEP 90650-090 fone 3901 1102 / 3901 1101
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