Anais do 12º Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA (XII EEPE)

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ANAIS


XII EEPE Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão 18 a 22 de Novembro de 2013 Caruaru – PE – Brasil

ANAIS

Núcleo de Pesquisas - NUPESQ Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

ORGANIZADORES DIREÇÃO GERAL Prof. Dr. Pe. Luís Carlos do Nascimento Silva

COORDENAÇÃO GERAL Prof. M.Sc. Delma Evaneide Silva

COMISSÃO ORGANIZADORA

COMITÊ CIENTÍFICO

Prof. Dr. José Adilson Filho Profa. Dr. Kleber Fernando Prof. M.Sc. César C. França Profa. M.Sc. Delma Josefa

Prof. Adriano Ricardo Silva Prof. Edvan Aguiar Prof. Eliana Wanessa Lima Tabosa Prof. Eliene Amorim de Almeida Prof. Ezir George Silva Prof. Maria do Carmo Gonçalo Santos Prof. Michele Guerreiro Ferreira Prof. Mônica Patrícia Sales Prof. Rodrigo Lopes Prof. Wilson Rufino da Silva

SECRETARIA FINANCEIRA Cintya Fernanda Gomes da Silva

COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIA Rodrigo Lopes Jorge Medeiros

REALIZAÇÃO NUPESQ – Núcleo de Pesquisa da FAFICA

PROMOÇÃO FAFICA – Faculdade de Ciências, Filosofia e Letras de Caruaru

APOIO Auto Viação Tabosa Livraria Dom Bosco Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos do Estado de Pernambuco Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado de Pernambuco


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

APRESENTAÇÃO

A FAFICA, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, ao longo dos seus anos de presença e inserção no Agreste Pernambucano, tem mantido, a despeito dos cenários permanentemente multifacetados, sua Missão Institucional de cuidar da formação dos sujeitos individuais e coletivos no espaço-tempo corrediço do cotidiano e nos eventos científicos que ela sedia, consubstancia e/ou promove. Neste estrato e sentido, realizamos o XII EEPE - Encontro de Ensino Pesquisa e Extensão - da FAFICA que se configura como o maior evento científico institucional envolvendo os seus pares internos, várias Instituições de Ensino em diferentes níveis de Conhecimento, além dos Movimentos Sociais e de Artistas Populares da nossa região. Nesta edição de 2013, elegemos como temática central: Educação, Cultura e Subjetividade: desafios éticos na contemporaneidade. As razões que legitimam este eixo norteador são várias: 1) As forças (im)postas das contextualidades contemporâneas de mercado com pretensões de hegemonia mundial; 2) As incontáveis presenças e formas de ""adaptação sem assimilação" da lógica do capital espalhadas pelos quadrantes da terra, cujas resistências articuladas vociferam por caminhos e organizações promissoras de humanização e de melhor convivialidade possível; 3) A necessidade imediata das urdiduras locais e mais distantes que conclamam por subjetividades redesenhadas a partir do pertencimento planetário, por Educações que se estruturem em currículos dinâmicos e abertos às solicitações dos corpos espezinhados pelos patriarcalismos, pela fome insaciável de superávits do capitalismo financeiro e pelos racismos que patenteiam formas hierarquizantes das relações em diferentes espaços-tempos diários; 4) As buscas ininterruptas de Sentidos e de Justiça para a condução da Vida, para os formatos relacionais e para os empreendimentos organizacionais e sociais que gestem qualidade sociopolítica de existências para as maiorias humanas. Animados(as) por estas intecionalidades, realizamos este Encontro associandonos aos esforços de muitos(as) que em diversos territórios e situações organizam-se e ensaiam novas possibilidades de convivência multilateral.

Prof. Pe. Luís Carlos do Nascimento Silva Diretor Geral


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HISTÓRICO DO EVENTO Refletir sobre a historicidade do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, elaborado e promovido pela FAFICA no percurso espaço-temporal de 12 anos, é sobretudo, repensar as diferentes possibilidades e propostas de análise, interpretação e aplicação da produção do conhecimento em complexos espaços sócio-culturais em que ele é construído. Neste aspecto, os diferentes e sucessivos Encontros de Pesquisa realizados desde 2001 até 2013 transformaram-se em um virtuoso e rico espaço de partilha, socialização e celebração da produção científica, da ciência e sapiência vivenciadas de maneira democrática, diversa e plural. No multifacetado contexto histórico contemporâneo, eivado de profundas transformações culturais, tecnocientíficas e existenciais, evocamos de forma abrangente uma das principais marcas dos diferentes temas propostos em cada encontro científico realizado ao longo da primeira década e início da segunda década do século XXI : Estabelecer o diálogo plural entre os diferentes saberes, aprendizagens, linguagens, metodologias e epistemologias existentes. Nesta seara do conhecimento, se contempla, são analisados e estudados os diferentes campos da ciência, investindo na (re) interpretação da produção científica em sintonia com a ética, com a responsabilidade social e a sustentabilidade socioambiental em interação com as interfaces sóciohistóricas locais, regional, nacional e global. O Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão promovido no ano 2013 em seu caminhar histórico, continua a apostar nas competências, habilidades, criatividades e resistências do povo brasileiro, do homem e mulher nordestinos, enquanto sujeitos da sua própria história. Diante do exposto, convida-os em sua diversidade e pluralidade a (re)discutir, a (re)aprender o conhecimento científico, e sobretudo continuar ousando em construir, mediante o diálogo acadêmico, sonhos que alimentam as mais sublimes utopias e realizam os grandes ideais humanos.

Cronologia 2012: XI EEPE - Sociedade no Terceiro Milênio: Educação, Cultura e Mídias 2011: X EEPE - Desenvolvimento Regional: desafios da educação, gestão e tecnologia 2010: IX EEPE - Globalização, Diferenças e Identidade Local 2009: VIII EEPE - Educação, Conhecimento e Trabalho 2008: VII EEPE - Educação, Diversidade Cultural e Responsabilidade Social 2007: VI EEPE - Impactos da Globalização na Formação Profissional: dilemas e perspectivas 2006: V EEPE - Sociedade Ética e Formação Profissional 2004: IV EEPE - Sociedade do conhecimento e Cidadania 2003: III EEPE - Por Um Mundo Sem Exclusão 2002: II EEPE - Demandas Regionais e Intervenção Acadêmica 2001: I EEPE - Ciências Humanas - Velhos e novos desafios: Quais paradigmas?


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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... III HISTÓRICO DO EVENTO ........................................................................................ IV PROGRAMAÇÃO .................................................................................................... 13 MINICURSOS .......................................................................................................... 14 HISTÓRIA, MÚSICA E FORRÓ: DO PÉ-DE-BODE AO TECLADO A MÚSICA NORDESTINA DAS PAISAGENS GONZAGUEANAS AOS CENÁRIOS ESPETACULARIZADOS ............................................................................................. 14 REDAÇÃO CIENTÍFICA............................................................................................... 14 CONSCIÊNCIA NEGRA E MEMÓRIA: A CONSTRUÇÃO DO(A) NEGRO(A) COMO SUJEITO EPISTÊMICO ............................................................................................... 14 IMPLEMENTANDO O MIKROTIK EM AMBIENTES CORPORATIVOS ....................... 14 AS POLÍTICAS CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM ESTUDO A PARTIR DA DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA DOS POVOS CAMPESINOS ............... 15 DESENVOLVIMENTO FRONT-END (INICIANTE) ....................................................... 16 DINAMIZANDO E CONTEXTUALIZANDO O ESTUDO GRAMATICALNA EDUCAÇÃO BÁSICA ....................................................................................................................... 16 EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES EM DEBATE................................................ 16 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E AS POSSIBLIDADES DE DECOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS ESCOLARES: 10 ANOS DA LEI Nº 10.639/2003 ................................................................................................................. 17 2008 SERVER - CONCEITOS INICIAIS ...................................................................... 17 EXCEL - FÓRMULAS BÁSICAS .................................................................................. 17 VANGUARDA E PENSAMENTO: O DISCURSO DA ARTE COMO ANTECIPAÇÃO DO DISCURSO FILOSÓFICO ........................................................................................... 17 PADRÕES WEB: HTML 5 ............................................................................................ 18 DESAFIOS DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA ORGANIZAÇÃO DO COTIDIANO ESCOLAR.................................................................................................................... 18 GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: O DIÁLOGO COMO PRINCÍPIO, A PARTICIPAÇÃO COMO METODOLOGIA. .................................................................. 18 LINUX BÁSICO ............................................................................................................ 19 INTRODUÇÃO A ANDROID ........................................................................................ 19 ICMS: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA EM PERNAMBUCO ......................................... 19 FÉRIAS (TEORIA E PRÁTICA) .................................................................................... 19 CULTURA DE CONSUMO: ENTENDENDO AS PRÁTICAS DE CONSUMO NA CONTEMPORANEIDADE ........................................................................................... 20 MARTIN HEIDEGGER E O PROBLEMA ONTOLÓGICO DA HISTÓRIA ..................... 21


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO: EXPRESSÃO VERBAL E TÉCNICAS DE ORATÓRIA .................................................................................................................. 21 AUTOMAÇÃO DE TESTES FUNCIONAIS................................................................... 22 OS DESAFIOS DAS DIFERENÇAS DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA ............................................................................................................. 22 OUTRIDADE E TRANSCENDÊNCIA: A BUSCA EXISTENCIAL PELO SENTIDO DA BEM-AVENTURANÇA ESPIRITUAL ........................................................................... 23 CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA ........................................................................................... 23 RESULTADO CONTÁBIL VERSUS RESULTADO FISCAL ......................................... 23 EMPREENDEDORISMO E SUSTENTABILIDADE: A ARTE DE EMPREENDER COM RESPONSABILIDADE ................................................................................................. 23 UM FENOMENO CHAMADO MOTIVAÇÃO................................................................. 24 MINICURSO: MODALIDADES DE AVALIAÇÃO E DE INVESTIMENTOS. FASES E ETAPAS NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS ............................................................. 24 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA: DA LDB Nº 9394/96 ÀS NORMATIZAÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ............................. 25 AS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES (AS) PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DA MODERNIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS. ............................................................................................................ 25 TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ORAL ...................................................................... 25 QUESTÕES TRABALHISTAS RELEVANTES NO SETOR DE RECURSOS HUMANOS .................................................................................................................................... 26 DO BINÁRIO AO TRINITÁRIO: A COMPREENSÃO DE HOMEM EM FRIEDERICH NIETZSCHE E EM VLADIMIR LOSSKY ...................................................................... 26


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APRESENTAÇÕES EM PÔSTER ........................................................................... 27 A CONCEPÇÃO DE GESTÃO EM UMA ESCOLA DE REFERÊNCIA DA MATA SUL DE PERNAMBUCO ..................................................................................................... 27 A IMPLEMENTAÇÃO DAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL? .... 28 A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UM ESTUDO A PARTIR DA ARTICULAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE .......................................... 29 ASSOCIAÇÃƑO DOS REMANESCENTES QUILOMBOLAS DE PAU-FERRADO-PE E A EDUCAÇÃƑO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS ................................. 30 COMISSÃƑO PASTORAL DA TERRA: AÇÃƑO EDUCATIVA QUE PROMOVE LIBERTAÇÃƑO .......................................................................................................... 31 DESCOBRINDO AS PALAVRAS ................................................................................. 32 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE PEDAGOGIA E O CURSO DE PEDAGOGIA DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE ? UFPE: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS.................................................................. 33 EDUCAÇÃƑO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃƑO DA LEI 10.639/03 NO MUNICÍPIO DE CARUARU ................... 34


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ARTIGOS COMPLETOS ......................................................................................... 35 ESTRATÉGIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE NOVAS FONTES E DIDÁTICAS: HISTÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA: NOVAS ABORDAGENS, NOVOS DESAFIOS................................................................................................................... 36 O COTIDIANO, OS FATOS E O OVO NA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA CIDADE DE PANELAS - PE ............................................................................................................ 41 A MUSICALIDADE NEGRA TRADUZIDA PELO SAMBA DE COCO E RAÍZES DE ARCOVERDE .............................................................................................................. 49 EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM OLHAR A PARTIR DO LEVANTAMENTO DA ANPED 59 A CARNAVALIZAÇÃO EM “AVE-MARIA DA ELEIÇÃO” DE LEANDRO GOMES DE BARROS...................................................................................................................... 68 O MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR (MCP) E A EDUCAÇÃO POPULAR NA MATA SUL DE PERNAMBUCO ................................................................................... 84 FERRAMENTAS DE APOIO AO APRENDIZADO DE PROGRAMAÇÃO PODEM AUXILIAR O ENSINO NA FAFICA ............................................................................... 93 O BATE-PAPO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE LETRAMENTO ............ 103 UM ESTUDO QUANTITAVITO SOBRE A INTER-RELAÇÃO ENTRE OS FATORES DE ATRAÇÃO À ÁREA DE T.I. E O COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL .......... 116 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NO MUNICÍPIO DE CARUARU. .................... 124


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RESUMOS DE APRESENTAÇÕES ORAIS .......................................................... 134 A MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE E OS PARADIGMAS DA CERTIFICAÇÃO 135 A PROBLEMÁTICA DO MULTICULTURALISMO EM SALA DE AULA ...................... 136 REFLEXÕES SOBRE DIVERSIDADE E PRECONCEITO RACIAL: A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE RAÇA ......................................................................................... 137 TRABALHO VOLUNTÁRIO NA FAZENDA DA ESPERANÇA .................................... 138 PARADIGMA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM CURRÍCULO FIRMADO EM EPISTEMOLOGIAS OUTRAS ................................................................................... 139 EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM OLHAR A PARTIR DO LEVANTAMENTO DA ANPED .................................................................................................................................. 140 PEDAGOGIAS CULTURAIS E TV: ENSAIO ANALÍTICO DA TELENOVELA CARROSSEL ............................................................................................................. 141 CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MÉTODOS E PROCEDIMENTOS ............................................................................. 142 CULTURA E EDUCAÇÃO .......................................................................................... 143 O PARADIGMA TECNICISTA VERSUS A FORMAÇÃO DO SENSO CRÍTICO DO DISCENTE................................................................................................................. 144 EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO ............................................. 145 O AUTISMO NA ESCOLA E PERSPECTIVAS DE INCLUSÃO ................................. 146 A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA DE SINAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ..................... 147 PROFESSORES MOTIVADOS NA PRATICA EDUCATIVA ...................................... 148 A MORTE E A MITIFICAÇÃO DO MORTO: ESTRATÉGIAS DE CONSAGRAÇÃO DE RONALDO CUNHA LIMA NUM MITO ....................................................................... 149 AS DROGAS NO AMBIENTE ESCOLAR: INTERVENÇÕES E DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE ................................................................................................. 150 RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: PROCESSO DE INTERAÇÃO E MEDIAÇÃO .. 151 A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA PARTIDÁRIA DE AGRESTINA E SUAS PRÁXIS POLÍTICAS NOS CARGOS ELEITORAIS (2000-2012) ............................... 152 A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA EM CARUARU ........................ 153 A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO COMO PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL ........................................................................ 154 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: IMPLICAÇÕES E POSSIBILIDADES ................... 155 O MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR (MCP) E A EDUCAÇÃO POPULAR NA MATA SUL DE PERNAMBUCO ................................................................................. 156 A INDISCIPLINA EM SALA DE AULA NA ESCOLA ................................................... 157 A CONCEPÇÃO DE HUMANISMO A PARTIR DA CARTA SOBRE O HUMANISMO DE MARTIN HEIDEGGER ............................................................................................... 158 AMOR, UMA ANÁLISE CRITICO-CONCEITUAL:MITOS, CRISES, AMBIVALÊNCIAS E SENTIDOS ................................................................................................................ 159 JUVENTUDE E VIVÊNCIA RELIGIOSA NA CONTEMPORANEIDADE: UMA REFLEXÃO PASTORAL ............................................................................................ 160 A TÉCNICA COMO DESENCOBRIMENTO DA VERDADE ....................................... 161 CONSEQUÊNCIAS E INTERROGAÇÕES DO CONTEMPORÂNEO ........................ 162


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE AS CONSEQUÊNCIAS E AS INFLUÊNCIAS CAUSADAS PELAS REDES SOCIAIS: OS PROBLEMAS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES ................................................ 163 ELEMENTOS MOBILIZADORES PARA O USO DAS REDES SOCIAIS POR ADOLESCENTES: AMIZADE, CURIOSIDADE, TIMIDEZ .......................................... 164 ANOREXIA E BULIMIA: SUAS DIFERENÇAS E O QUE PROVOCA SUA EXISTÊNCIA .................................................................................................................................. 165 AS CONSEQUÊNCIAS E AS INFLUÊNCIAS CAUSADAS PELAS REDES SOCIAIS: OS PROBLEMAS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES ................................................ 166 JOVENS CATÓLICOS: VIVÊNCIA E MOVIMENTOS ................................................ 167 A ATIVIDADE FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES: UM ESTUDO A PARTIR DOS ESTUDANTES ATLETAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA ........................... 168 MACONHA: SUA HISTÓRIA E SEUS EFEITOS NA VIDA DE JOVENS MULHERES EX-USUÁRIAS........................................................................................................... 169 ELEMENTOS MOBILIZADORES PARA O USO DAS REDES SOCIAIS POR ADOLESCENTES: AMIZADE, CURIOSIDADE, TIMIDEZ .......................................... 170 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS MULTISSERIADAS DO CAMPO: UM ESTUDO EM DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE LAGOA DOS GATOS ............................................................................................................. 171 PRATICAS PEDAGOGICAS ...................................................................................... 172 CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MÉTODOS E PROCEDIMENTOS ............................................................................. 173 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÕES E DESAFIOS DOCENTES NA EDUCAÇÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR ............................. 174 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS ....................... 175 A CONSTRUÇÃO DOS SABERES E SEUS DESAFIOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NO TÉRMINO DOS ANOS INICIAIS AO ENSINO FUNDAMENTAL UM DESAFIO A ENFRENTAR NA ESCOLA DO CAMPO ................................................ 176 AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO RELACIONADAS A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES: REFLEXÕES A SEREM CONSTRUÍDAS EM NOSSA CULTURA PROFISSIONAL ........................................................................................................ 177 AS RELAÇÕES DE PODER NO COTIDIANO DA SALA DE AULA DE EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................... 178 LETRAMENTO: UM ELEMENTO DE EXCLUSÃO SOCIAL EDIFICADO EM ALGUMAS PRÁTICAS PEDAGÓGICASRESUMO ...................................................................... 179 VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: PROFESSOR X ALUNO ............................................. 180 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORAS NO CAMPO EM CARUARU-PE: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS DOS PRINCÍPIOS, DA CULTURA LOCAL E DO MARCO LEGAL ................................................................................................... 181 VIGIAR E PUNIR OU EDUCAR? ............................................................................... 182 AS RELAÇÕES DE PODER NO COTIDIANO DA SALA DE AULA DE EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................... 183 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS ....................... 184 GESTÃO DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO: VOZES E ATITUDES NA ESCOLA 185 OS PROFESSORES E O SABER MATEMÁTICO NA TRANSIÇÃO DO QUINTO PARA O SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DESENVOLVIDO EM SÃO CAETANO-PE ................................................................................................... 186


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UM ESTUDO A PARTIR DA ARTICULAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE ........................................ 187 NAS ESCOLAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE MUDANÇA .............................. 188 MADALENA, A APRESENTAÇÃO DA MULHER POR GRACILIANO RAMOS .......... 189 IDENTIDADE DE GÊNERO E IDENTIDADE SEXUAL NA ESCOLA DO CAMPO: O QUE DIZEM OS DOCENTES .................................................................................... 190 INTIMIDADE ESCANCARADA: UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE ALUNOS DO 9º ANO NAS MÍDIAS SOCIAIS............................................................................ 197 O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA.................................................................................................................... 198 GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA .................................................... 199 ESTRANHAS NO PARAÍSO: IDENTIDADES, ESTIGMATIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE IMPRESSÕES EM PEQUENOS GRUPOS .......................................................... 200 EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO ............................................. 201 A ARTE DO BARRO NO ALTO DO MOURA E SUA RESISTÊNCIA ......................... 202 MÍDIA E GLOBALIZAÇÃO: E COMO FICAM AS CULTURAS LOCAIS? ................... 203 A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES-COMUNICACIONAIS PARA A MANUTENÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, COM BASE NA ANÁLISE DA OBRA "OS SERTÕES" DE EUCLIDES DA CUNHA ............................................................................................. 204 A CARNAVALIZAÇÃO EM "AVE-MARIA DA ELEIÇÃO" DE LEANDRO GOMES DE BARROS.................................................................................................................... 205 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA DISCIPLINA HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........................................................................................................ 206 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA DISCIPLINA HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........................................................................................................ 207 ESTRATÉGIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE NOVAS FONTES E DIDÁTICASO ............................................................................................................. 208 ESTRANHAS NO PARAÍSO: IDENTIDADES, ESTIGMATIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE IMPRESSÕES EM PEQUENOS GRUPOS - UM ESTUDO DOS CONFLITOS ENTRE ATORES PARTICIPANTES DO PROJETO DESAFIO JOVEM ROSA DE SARON DA CIDADE DE CARUARU- PERNAMBUCO .............................................. 209 O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA CIDADE DE CARUARU NA DÉCADA DE 1960..................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. "A SMALL PLACE": REFLEXÕES SOBRE CIDADE E TURISMO NA PERSPECTIVA PÓS-COLONIAL ........................................................................................................ 211 MOTIVAÇÂO PROFISSONAL: UM DESAFIO PARA O LÍDER! ................................. 212 IMPACTO DO TREINAMENTO NO TRABALHO: VARIÁVEIS QUE ATUAM NA TRANSFERÊNCIA DA APRENDIZAGEM PARA AÇÃO ............................................ 213 A PRÁTICA DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .............................................. 214 QUALIDADE NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS: UMA APLICAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL EM CARUARU-PE .................................................................. 215 CLIMA ORGANIZACIONAL NA SECRETARIA DA FAZENDA DE CARUARU .......... 216 A MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE E OS PARADIGMAS DA CERTIFICAÇÃO 217


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE UMA ANÁLISE DA APLICABILIDADE DO TRANSPORTATION MANAGEMENT SYSTEM NA MELHORIA DA GESTÃO DE TRANSPORTE DO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DO BONANZA SUPERMERCADOS................................................ 218 CLOUD COMPUTING: ARMAZENAMENTO NA NUVEM .......................................... 219 O USO DE PADRÕES DE PROJETOS: ELES PODEM FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE? ............................................................ 220 CONTROLE DE PERMISSÕES DE ARQUIVOS ....................................................... 221 EDUCOMUNICAÇÃO, MÍDIA E CONSUMO NA JUVENTUDE NO ÂMBITO DA ESCOLA PADRE ZACARIAS TAVARES ................................................................... 222 O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA.................................................................................................................... 223


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PROGRAMAÇÃO 18 de novembro, segunda-feira 19:00h - Credenciamento 19:30h - Abertura 20:00 - Mesa de Diálogo: Educação, Culturas e Subjetividades: desafios éticos na contemporaneidade Prof. Dr. Antonio Paulo Resende Profa. Dra. Ana Rita Sartori Coordenação: Profª Dra. Eliete Santiago

19 à 20 de novembro Grupos de Trabalho.

19 e 22 de novembro, das 15h30 às 18h Filme debate.

19 de novembro, às 18h30 Lançamento de Livro.

20 à 22 de novembro, das 18h às 19h Sessão de Poster.

21 e 22 de novembro, quinta e sexta-feira Minicursos - carga horária de 6h.

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MINICURSOS HISTÓRIA, MÚSICA E FORRÓ: DO PÉ-DE-BODE AO TECLADO A MÚSICA NORDESTINA DAS PAISAGENS GONZAGUEANAS AOS CENÁRIOS ESPETACULARIZADOS História e Música: História da música e música como fonte histórica. O surgimento do forró: a história brasileira, as “raízes“ regionais e nacionais. A idealização do “Sertão“. O surgimento do forró estilizado: a sociedade espetacularizada e o culto às festas. Biografia e obra de Luiz Gonzaga e principais artistas “gonzagueanos“. Principais artistas do “forró estilizado“: produções e estética. Cenários atuais: música, indústria da música e culturas de massa e do espetáculo. Ministrado pelo Prof. José Daniel da Silva, Mestre Este trabalho versa sobre o forró e suas origens, bem como suas mudanças e principais representantes, nos diferentes momentos históricos. Estudar o forró é revisitar as construções imagéticas criadas para este estilo nas últimas sete décadas da histórica brasileira e perceber as transformações poéticas, estéticas, políticas, etc., a partir das produções musicais, tanto as escritas quanto as instrumentais. Tem como objetivos mostrar a história do forró, mas, também, mostrar como a música pode ser usada como fonte para compreensão histórica, além de indicar as singularidades estéticas dos vários modelos construídos. No trabalho, serão tratados dos principais representantes do forró, da relação deles com a mídia e indústria fonográfica, as particularidades tecnológicas e os cenários reproduzidos nos variados estilos do forró.

REDAÇÃO CIENTÍFICA A leitura de artigos científicos é o meio pelo qual pesquisadores e profissionais adquirem conhecimento, compartilham resultados de pesquisa e contribuem para evolução científica e tecnológica. Porém, por se tratar de uma literatura com características próprias, esta prática demanda uma atenção especial do leitor. O objetivo deste minicurso é estreitar os laços do participante com a leitura e a redação de artigos científicos, com foco na áre a de informática, mas aplicável a qualquer outra área. Ministrado pelo Prof. César C. França, Mestre César C. França é Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutorando em Ciência da Computação pela mesma instituição, bolsista CNPq. Integrante do grupo de pesquisa HASE ? Human Aspects in Software Engineering. Autor do livro “Um estudo sobre motivação em integrantes de equipes de desenvolvimento de software”, da Ed. UFPE, 2010. Na FAFICA, é professor de Engenharia de Software e pesquisador pelo NUPESQ.

CONSCIÊNCIA NEGRA E MEMÓRIA: A CONSTRUÇÃO DO(A) NEGRO(A) COMO SUJEITO EPISTÊMICO

O mini-curso parte da resistência negra à subordinação, apresentando o conceito de emancipação como estratégico para a formação de intelectuais negros(as) na sociedade brasileira, exercendo a condição de sujeitos epistêmicos.. Ministrado pela Profª. Delma Josefa da Silva, Especialista Doutoranda em Educação pelo PPGE-UFPE, Mestre em Educação. Tem experiência em Educação das Relações Étnico-Raciais.

IMPLEMENTANDO O MIKROTIK EM AMBIENTES CORPORATIVOS - Revisão básica sobre TCP/IP 14


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE - Um pouco sobre Mikrotik - Conhecendo o RouterOS - Mikrotik - Realizando as primeiras configurações - Configurando Endereços IPs - Configurando o cliente NTP - Network Time Protocol - Desabilitando serviços que não serão utilizados - Entendendo as Regras do Firewall/NAT/Mangle - Redirecionamento de Portas - Marcações de Pacotes - Trabalhando com túneis - PPTP - Point to Point Tunneling Protocol - EoIP - Ethernet Over IP Ministrado pelo Prof. RENATO WILLAMS DE VASCONCELOS Especialista

SOUSA,

Apresentar o Mikrotik para os que necessitam de uma ferramenta voltada para o seguimento de redes de computadores que desempenha além da função de roteador possui outras excelentes aplicabilidades necessarias em um ambiente corporativo. A cada dia que passa aumenta a necessidade de acesso remoto a aplicações e dispositivos de uma rede local, nesse mini-curso será apresentada soluções de VPN que irão facilitar todo esse contexto.

AS POLÍTICAS CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM ESTUDO A PARTIR DA DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA DOS POVOS CAMPESINOS O Estudo tem por objetivo discutir sobre a luta dos povos campesinos por uma educação específica e diferenciada. Objetivamos compreender a Desobediência Epistêmica nas Políticas Curriculares para a Educação do Campo através dos Estudos Pós-Coloniais Latino-Americanos (QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2005; 2008). Nestes estudos os povos campesinos são os sujeitos da resistência no e do campo, em que a educação escolar compreende um instrumento de luta e resistência dos povos. Ministrado pela Profª. Denise Xavier Torres e Girleide Tôrres Lemos, Mestre Denise Xavier Tôrres: Graduada em Pedagogia pelo Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco, onde desenvolveu pesquisa no núcleo de Formação de Professores e Prática Pedagógica, se dedicando mais especificamente aos estudos sobre educação do Campo e Avaliação da Aprendizagem. Atualmente é professora Substituta no CAA/UFPE. É também professora do Ensino Fundamental I da Rede Pública de Ensino do município de Caruaru ? PE. Girleide Tôrres Lemos: Graduada em Pedagogia pela UFPE e Mestre em Educação pela UFPE. Pesquisa sobre os Saberes dos Povos Campesinos e Práticas Curriculares de escolas localizadas no território. Atualmente é Professora Temporária no CAA/UFPE. É também coordenadora do Ensino Fundamental I na Rede municipal de Ensino de Caruaru-PE.

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DESENVOLVIMENTO FRONT-END (INICIANTE) - Introdução Geral - Tags HTML5 - Tags CSS3 - Seletores - Semantica Ministrado pelo Prof. Rodrigo Frutuoso Lopes / Pedro Felipe de Lima, Mestre Curso voltado para iniciantes em desenvolvimento front-end. O objetivo do minicurso é simplificar o desenvolvimento front-end e apresentar as funcionalidades do HTML5 e CSS3.

DINAMIZANDO E CONTEXTUALIZANDO O ESTUDO GRAMATICALNA EDUCAÇÃO BÁSICA O mini curso visa a contemplar um desempenho mais dinâmico e contextualizado do trabalho com a Gramática em sala de aula na Educação Básica, a partir dos estudos feitos com letras de música nossa MPB, contos, charges, manchetes. Para que os participantes incorporem à sua prática profissional as reflexões desenvolvidas durante o evento, no que diz respeito ao ensino da gramática na Escola. Ministrado pelo Prof. Fábio da Silva Brainer, Especialista Especialista em Língua Portuguesa, em Gestão Escolar e Supervisão do Trabalho Pedagógico, Psicanalista Clínico e Mestrando pela UTN- Argentina.

EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES EM DEBATE Discutir políticas de atendimento a educação infantil no Brasil, buscando evidenciar as concepções de: criança, educação infantil, infância e aprendizagem a partir de documentos legais, que norteiam as políticas para educação infantil. Considerações do contexto histórico, social e político que consagra a educação infantil como um direito. Os avanços e desafios na garantia do acesso à educação, com qualidade social, para a criança pequena. Ministrado pela Profª. Célia Maria Vieira dos Santos, Mestre O mini-curso promoverá o debate sobre políticas voltadas para o atendimento educacional às crianças na faixa etária de zero a cinco anos de idade, que de acordo com a organização do ensino brasileiro, compreende a primeira etapa da Educação Básica. Conforme preconiza a Constituição Federal de 1988 a criança tem o direito à educação nas instituições educacionais, portanto cabe ao Estado garantir o acesso com qualidade social para as crianças pequenas. Considerando as diversas concepções de criança, infância e aprendizagem como norteadoras de políticas para a educação infantil, os documentos legais: Política Nacional - PNEI- (BRASIL, 2006) e Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (BRASIL, 2009) serão objetos de análise no decorrer deste estudo.

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EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E AS POSSIBLIDADES DE DECOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS ESCOLARES: 10 ANOS DA LEI Nº 10.639/2003 Versa sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais, partindo do questionamento sobre a presença da herança colonial (MIGNOLO, 2005, 2011) nos currículos escolares enfrentado pelo protagonismo dos Movimentos Sociais Negros. Discute como a promulgação da Lei nº 10.639/2003 abre possibilidades para a construção de uma Educação Intercultural Crítica e uma Pedagogia Decolonial Antirracista, embora ainda existam muitos desafios a ser superados para que tais possibilidades se materializem de fato. Ministrado pela Profª. Ma. Michele Guerreiro Ferreira e Dr. Janssen Felipe da Silva, Mestre Os objetivos do minicurso são: a) analisar a herança colonial que perpassa os currículos escolares; b) destacar a ativa participação dos Movimentos Sociais Negros no Brasil para a construção de políticas de ações afirmativas que vêm influenciando as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN); c) identificar as possibilidades abertas por essas políticas para a decolonização dos currículos e a construção da Educação das Relações Étnico-Raciais pautada na Perspectiva Educação Intercultural Crítica. Como lentes teóricas adotamos os Estudos Pós-Coloniais da vertente Latino-Americana (QUIJANO, 2005, 2007; MIGNOLO, 2005, 2007; WALSH, 2008; SARTORELLO, 2009) que nos ajudam a compreender as implicações da racionalidade eurocêntrica em relação à construção sócio-histórica da raça e do racismo e dos seus efeitos enquanto herança colonial.

2008 SERVER - CONCEITOS INICIAIS Conceitos iniciais do 2008 Server: - Criação e edição de unidades organizacionais; - Configuração do Active Directory; - Criação de GPO; - Configuração de DHCP; - Configuração de DNS; Ministrado pelo Prof. Ubiracy Ávila Montenegro, Especialista Técnico em Processamento de Dados; Graduado em Análise de Sistemas; Especialista em Sistemas de Informação;

EXCEL - FÓRMULAS BÁSICAS Possibilitar a utilização de fórmulas básicas de cálculo, utilizando o aplicativo Excel da Microsoft Ministrado pelo Prof. José Edson da Silva, Mestre Gerente de Relacionamento do Banco do Brasil agencia Caruaru Professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras

VANGUARDA E PENSAMENTO: O DISCURSO DA ARTE COMO ANTECIPAÇÃO DO DISCURSO FILOSÓFICO

Problematizar o discurso estético enquanto antecipação dos principais termos e conceitos culturais debatidos posteriormente pela filosofia. Refletir em que sentido o discurso 17


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE filosófico contemporâneo causou, ou causa, uma reviravolta na compreensão da realidade de modo similar ao da arte. Estudar os principais conceitos e representantes da estética contemporânea e da filosofia. Ministrado pelo Prof. José Alan da Silva Pereira, Mestre Mestre em Ética e Filosofia Política pela UFPE, graduado em Filosofia pela FAFICA. Atualmente leciona as disciplinas de Filosofia Política e Social, Contemporânea II e Prática de Ensino em Filosofia na FAFICA.

PADRÕES W EB: HTML 5 -Introdução; -Novos elementos; -Canvas; -SVG; -Arrastar e soltar; -Geolocalização; -Audio e vídeo; -Novos componentes de formulário; -Novos atributos; -Armazenamento local; -App Cache; -Serviços Web. Ministrado pelo Prof. Ewerton Menezes de Mendonça, Mestre Bacharel em Sistema de Informação pela UPE e Design pela UFPE. Mestre em Engenharia de Software pela UFPE na linha de motivação educacional e jogos. Leciona Arquitetura de Software e Tópicos Avançados na Fafica e Desenvolvimento para a WEB no projeto de EAD do governo do estado.

DESAFIOS DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA ORGANIZAÇÃO DO COTIDIANO ESCOLAR. A temática propõe discutir e refletir os desafios que a coordenação pedagógica encontra ao organizar o cotidiano escolar diante das atuais demandas do contexto educacional brasileiro, tendo como foco, principalmente, a organização de um ambiente de aprendizagem para professores(as) e alunos(as), Ministrado pela Profª. Eliana Wanessa Lima Tabosa, Mestre - Professora nas licenciaturas e Coordenadora da Central de Estágios da FAFICA, Coordenadora Pedagógica da Rede Municipal de ensino de Caruaru. - Pedagoga como especialização em Coordenação Pedagógica pela FAFICA e mestra em Educação na linha de pesquisa Formação de Professores e Prática Pedagógica do Centro de Educação da UFPE. - Ênfase nos estudos na área da coordenação pedagógica, início da carreira docente e na prática de ensino na educação infantil.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: O DIÁLOGO COMO PRINCÍPIO, A PARTICIPAÇÃO COMO METODOLOGIA. Discute a gestão democrática da escola a partir do princípio dialógico entre equipe gestora e comunidade escolar e local, analisando mecanismos de participação e sua atuação como instância de decisão coletiva. Propõe dinâmicas de descentralização como mecanismo de democratização enfocando a transparência como forma de empoderamento. Ministrado pelo Prof. José Everaldo dos Santos, Mestre 18


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Professor na Rede Estadual de Ensino (1997 - 2005) Gestor escolar na Rede Estadual de Ensino (2005 - 2007) Supervisor Pedagógico na Rede Municipal de Ensino de Caruaru ( 2007 - 2008) Supervisor Pedagógico no SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (2008 - 2009) Analista Superior - Pedagogo na INFRAERO - Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (2009 - 2012) Professor e Coordenador Acadêmico do Curso de Pedagogia na FABEJA (Atual)

LINUX BÁSICO Fundamentos do Sistema Operacional Linux, estrutura de diretórios, sistemas de arquivos, instalação, configuração e prática de principais comandos linux. Ministrado pelo Prof. SANDERSON WALLACE Especialista

AURELIANO

DE BRITO,

Graduação em Redes de Computadores Especialista em Gerenciamento de Redes de Computadores MCP - Microsoft Certified Professional Analista de Suporte do Núcleo de Informática de Caruaru - Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco Prof. do Curso Superior de Redes de Computadores – FAFICA

INTRODUÇÃO A ANDROID Demonstrar os conhecimentos básicos e técnicos necessários para a construção de aplicativos para a plataforma Android do Google; ferramentas e algumas dicas técnicas serão conhecidas; fazer uma aplicativo básico com Android; Ministrado pelo Prof. Douglas Daniel Del Frari, Mestre Sou programador de software e professor de programação. Conclui o mestrado em ciência da computação no CIn/UFPE em 2009. Atuo como professor de programação na FAFICA (Caruaru). Trabalho a mais de 9 anos no C.E.S.A.R como engenheiro de sistemas. Tenho trabalhado mais no desenvolvimento de soluções para smartphones e tablets (atualmente com tecnologia Android), além de várias plataformas de computação.

ICMS: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA EM PERNAMBUCO O conceito de ICMS; Características essenciais do ICMS; Prazos de Recolhimentos do ICMS Normal; Antecipação Tributária; Substituição Tributária: amparo constitucional, normas gerais, substituição regressiva, substituição progressiva, substituição parcial, substituição definitiva, normas específicas, cálculo do ICMS-ST, escrituração fiscal do ICMS-ST. Ministrado pelo Prof. Benedito Severiano dos Santos, Especialista Bacharel em Direito. Especialista em Direito Processual Civil. Auditor Fiscal da Receita Estadual. Diretor Geral da Receita Estadual da 2ª Região Fiscal.

FÉRIAS (TEORIA E PRÁTICA) - do direito a férias e da sua duração (período aquisitivo, período concessivo e período de gozo); - da concessão e da época das férias; - férias individuais e coletivas; - da remuneração e do abono de férias; - dos efeitos da cessação do contrato de trabalho.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Ministrado pela Profª. Vladênia Letieri Gonçalves e Eddie Raoni de Lima Marques, Mestre Vladênia Letieri Gonçalves - Possui graduação em Ciências Contábeis pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru (2007), especialização em Contabilidade e Controladoria para Novos Empreendedores pela UFPE (2008) e Mestrado em Ciências Contábeis pela UFPE (2010). Atualmente é professora da FAVIP e da FAFICA e servidora técnico-administrativa (na área contábil) da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência em Ciências Contábeis, com ênfase em Contabilidade Tributária, Fiscal e Gerencial. Eddie Raoni de Lima Marques - Especialista em Perícia Contábil pela UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (2009), graduado em Ciências Contábeis pela FAFICA - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru (2006). Atualmente é Sócio (Contador) do ESCCOMP - Serviços Contábeis Ltda. atuando nas áreas contábil, fiscal, trabalhista e societária, é Professor na FAFICA Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru e Professor na FADIRE - Faculdade de Desenvolvimento e Integração Regional.

CULTURA DE CONSUMO: ENTENDENDO AS PRÁTICAS DE CONSUMO NA CONTEMPORANEIDADE

A sociedade de consumo; O consumo nas ciências sociais; Teorias da cultura de consumo; Por que as pessoas querem os bens - os significados e experiências de consumo; O marketing na sociedade de consumo. Ministrado pelo Prof. Brunno Fernandes da Silva Gaião / Edvan Cruz Aguiar, Mestre Brunno Fernandes da Silva Gaião é Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco Propad/UFPE, Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco Propad/UFPE e Bacharel em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba UEPB. Tem como áreas de interesse Administração de Marketing, Empreendedorismo e Metodologia de pesquisa, desenvolvendo pesquisas com ênfase nas áreas de Cultura de Consumo, Comunicação de Marketing, Branding e Epistemologia em administração. Edvan Cruz Aguiar é Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco Propad/UFPE, Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco Propad/UFPE e Bacharel em Administração pela Universidade Estadual da Paraíba UEPB. Tem experiência na área de Administração com ênfase em Marketing, Planos de Negócio e Gestão de Projetos. Atualmente desenvolve pesquisas nas áreas de Comportamento do Consumidor, Varejo, Marketing de Serviços, Ensino e Pesquisa em Administração.

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MARTIN HEIDEGGER E O PROBLEMA ONTOLÓGICO DA HISTÓRIA O Mini-Curso tem como objetivo apresentar o conceito de História em Martin Heidegger. Será composto de dois momentos: no primeiro, teremos uma introdução geral ao pensamento do Filósofo e, no segundo, analisaremos a pretensão de Heidegger em efetuar uma desconstrução da concepção do passado como o tempo primordial para a História, mostrando que o fundamento da História não está propriamente nos “fatos acontecidos”, mas que estes só podem adquirir relevância histórica por fazerem parte do mundo do Dasein. Ministrado pela Profª. MARIA DE FÁTIMA BATISTA COSTA E MARCELA BARBOSA LEITE, Doutor MARIA DE FÁTIMA BATISTA COSTA - Tem Licenciatura e bacharelado em filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco e doutorado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru, professora da Faculdade Estácio do Recife, professora da ESUDA e colaboradora convidada da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Estética, Filosofia da Linguagem, História da Arte, Filosofia Contemporânea, Hermenêutica e Ética. MARCELA BARBOSA LEITE - Doutoranda em Filosofia pelo Programa Integrado UFPE/UFPB/UFRN. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco. Graduada em Filosofia pelo Instituto Salesiano de Filosofia e em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco. Atualmente é professora da AESGA - Autarquia de Ensino Superior de Garanhuns e da FAFICA - Faculdade de Filosofia e Ciência e Letras de Caruaru . Suas pesquisas concentram-se nas áreas de metafísica, ética, fenomenologia e hermenêutica.

TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO: EXPRESSÃO VERBAL E TÉCNICAS DE ORATÓRIA - Considerações iniciais: avaliação do potencial e da competência comunicativa - Comunicação e Marketing Pessoal - Comunicação interpessoal - A comunicação verbal e a não verbal - Marketing Pessoal - A importância da comunicação e do Marketing Pessoal na arte de falar em público - Medo de falar em público - Tipos de medo - Por que temos medo de falar em público - Técnicas que auxiliam a minimizar o medo de falar em público - Imagem pessoal: Vestuários e postura corporal - Linguagem corporal: Gesticulação e expressão facial - Visualização - Voz, Dicção, Vocabulário - A voz e a comunicação - Técnicas fonoarticulatórias e seus benefícios para a voz - Melhorando o vocabulário - Desenvolvendo Conhecimentos, Habilidades e atitudes para falar em público - O discurso - Preparação do discurso e do material de apresentação - Fases do discurso - Outras dicas e segredos Ministrado pelo Prof. Jouberte Maria Leandro Santos; Natalia Mary Oliveira de Souza, Mestre Jouberte Maria Leandro Santos: Doutoranda pela Universidade Federal de Pernambuco, Linha de pesquisa:Marketing, Empreendedorismo e Tecnologia da Informação (MTI). Mestre em Administração pela UFPE (2013).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Graduada em Administração pela UFAL (2010). Experiencia em projetos de pesquisa e prática nas áreas de: consumo responsável, economia solidária, desenvolvimento, composto de marketing, movelaria e arranjo produtivo local, metodologias. Natalia Mary Oliveira de Souza: Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (PROPAD) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Graduada em administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pesquisadora do Grupo interdisciplinar de Pesquisas e Estudos em Sustentabilidade (GIPES/UFPE) e do Grupo Gestão de Inovação em Redes de Operações (GIRO/ UFPE), atuando nos seguintes temas: Desenvolvimento Sustentável; Indicadores de Sustentabilidade; Sustentabilidade empresarial; Responsabilidade Social Empresarial; Competitividade Empresarial; Inovação e Capacitação tecnológica. Integrante do corpo docente do curso de Administração de Empresas e Gestão comercial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA), bem como do curso de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Vale do Ipojuca (FAVIP) .

AUTOMAÇÃO DE TESTES FUNCIONAIS 1- Qualidade de Software 2- Fundamentos sobre testes de Software 3- Tipos de Testes 4- Teste Manual X Teste Automatizado 5- Quando automatizar 6- Automação - Teorias e Ferramentas (Testes Funcionais) Ministrado pelo Prof. Ivan Samuel Pereira Júnior, Especialista Graduado em Analise e Desenvolvimento de Sistemas na Fafica. Pos Graduado em Engenharia de Software na Fafica(2012); Engenheiro de Testes na Joy Street e Manifesto Game Studio(2011 e 2012), Professor da Fatec Pe (2012) atuando na área de Redes de Computadores e Professor de Banco de Dados 1 e Banco de Dados Avançados na Fafica (2013)

OS DESAFIOS DAS DIFERENÇAS DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Aborda os desafios relativos às diferenças de gênero e de sexualidade na prática pedagógica, a partir dos paradigmas emergentes para a educação. Ministrado pela Profª. MARIA DO CARMO GONÇALO SANTOS, Mestre Graduada em Pedagogia(2001), com especialização em Coordenação Pedagógica (2003), pela FAFICA, Mestre em Educação pela UFPE (2004) e doutoranda pelo Núcleo de Formação de Professores e Prática Pedagógica, UFPE. Bolsista da CAPES. Tem trabalhos publicados na área de gênero e de formação de professores.

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OUTRIDADE E TRANSCENDÊNCIA: A BUSCA EXISTENCIAL PELO SENTIDO DA BEMAVENTURANÇA ESPIRITUAL

Partindo da desconstrução do ego ao desvelar do outro de si mesmo. A Bemaventurança espiritual tem seu ponto de partida na transcendência do "eu", em sua outridade, num manifestar existencial da abertura do ser em seu poder-ser no mundo. Ministrado pelo Prof. José Maurício Soares da Silva, Mestre Mestre em filosofia - UFPE, professor da FAFICA e ASCES.

CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA As principais ferramentas de comunicação e sua relação com as soluções de criação publicitária. Principais técnicas de criação. Coesão e coerência. O briefing de criação. Assinatura, slogan e apelo de comunicação. Ministrado pelo Prof. Leonardo Willie Ferreira de Assis, Mestre Possui Graduação em Administração com habilitação em Marketing pela Escola Superior de Marketing (2006) e Graduação em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Marketing (2005). Especialista em Marketing e Comunicação pela Escola Superior de Marketing, Mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento Local (POSMEX) pela UFRPE. Tem experiências de ensino e experiências práticas nas áreas de Administração, Publicidade e Marketing

RESULTADO CONTÁBIL VERSUS RESULTADO FISCAL Resultado empresarial à luz da contabilidade. Resultado empresarial à luz das determinações legais. Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR. Ministrado pelo Prof. Valter dos Santos Soares, Especialista Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005). É especialista em Auditoria e Perícia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru. Mestrando em Contabilidade no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Atualmente é professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis.

EMPREENDEDORISMO E SUSTENTABILIDADE: A ARTE DE EMPREENDER COM RESPONSABILIDADE Empreendedorismo: Estudo dos principais conceitos e características; a gestão empreendedora e suas implicações para as empresas, abordando o perfil dos profissionais empreendedores e o papel da importância destes profissionais. A busca de oportunidades dentro e fora do negócio auxilia a Gestão Empreendedora. Plano de negócio. Ministrado pela Profª. Jaqueline Guimarães Santos; Elienaide Gomes de Melo, Mestre Jaqueline Guimarães Santos. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Professora substituta do curso de Administração da UFPE, Campus Caruaru. Elienaide Gomes de Melo. Possui graduação em Administração com habilitação em Gestão de Negócios pela Faculdade do Vale do Ipojuca (2006). Tem MBA em Finanças Empresariais e experiência na área de Administração de Gestão de Pessoas.

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UM FENOMENO CHAMADO MOTIVAÇÃO A constituição da personalidade do individuo; - Por quê sentimos dificuldade em mudar? - entendendo os aspectos da motivação - Entendendo o processo sistêmico da motivação? - Processo da mudança comportamental; - Quando a motivação dá lucro. - Constituição do conhecimento; - Quando a criatividade faz a diferença; - Funções operacionais do cérebro; - O processo criativo; - As leis da criatividade; - Pensando de forma lateral; - Técnicas de desenvolvimento da criatividade e inovação; Ministrado pelo Prof. FRANCISCO DE ASSIS JACOBINE, Especialista Tem 52 anos, é graduado em administração de Empresas pela UNICAP, especialista em Administração em Marketing pela UPE, MBA em Gestão de Pessoas pela UPE, Licenciatura plena pela UNICAP. Atuando à mais 19 anos como professor universitário, tendo ensinado nas seguintes IES: Faculdade Mauricio de Nassau, FOCCA - Faculdade de Olinda, FAESC ? Faculdade de Escada, ministrando as seguintes disciplinas: Geração de Idéias e Criatividade Empresarial; Adm. Recursos Humanos I, Tópicos Especiais de Marketing; Cultura e Mudança Organizacional; TGA - Teoria Geral da Administração, e, Jogos Empresariais. Atualmente como professor titular da FAFICA, em Caruaru. Há 33 anos vem desenvolvendo suas atividades como executivo do mercado empresarial e financeiro, e gestão empresarial nas áreas de: Recursos Humanos ? Coordenação de Talentos; Departamento Pessoal, Marketing; Gestão Administrativa e Financeira. Atuando também como consultor da FIEPE em cursos na área de melhoria no desenvolvimento do comportamento organizacional, formação de liderança servidora, e, treinamentos motivacionais. Foi palestrante do VI Congresso de Gestão do Agreste, abordando o tema Inovação e Criatividade Corporativa. Recebeu em Caruaru o premio de personalidade do ano por duas vezes; foi agraciado com a medalha 18 de Maio de Honra ao Mérito concedida pela Câmara Municipal de Caruaru; Foi por diversas vezes professor homenageado nos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão Comercial; Recebendo em Nov/10 o Título de Cidadão Caruaruense, concedido pela Prefeitura Municipal de Caruaru.

MINICURSO: MODALIDADES DE AVALIAÇÃO E DE INVESTIMENTOS. FASES E ETAPAS NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Modalidades de investimentos e avaliação; Variáveis do fluxo de caixa; Taxa mínima de atratividade; VPL - Critério Valor presente Líquido; TIR - Taxa Interna de Retorno; SEUE - Série Uniforme Equivalente PBP - Pay Back Period; Razão Benefício / Custo; Ministrado pelo Prof. Walderik Severo de Araújo, Mestre Mestre Engenharia da Produção para UFPE, graduado em Licenciatura das Ciências da Matemática pela Faculdade de Ciências e Letras de Belo Jardim - PE. Atua como professor de curso superior de graduação em Bacharel em Administração pela AEB / AESGA - Polo Belo Jardim - PE. Professor do Curso de Bacharel em Ciências Contábeis pela FAFICA - Caruaru - PE. Professor do Curso Técnico do SENAI (Técnicas Administrativas), Tutor do Curso de ciências da Matemática para UFRPE, polo de Pesqueira. Atuou como Professor do Curso de Bacharel em Administração pela FADIRE - Faculdade de Desenvolvimento Regional. Atuou como Professor em Curso Técnico em Administração - CENTRALIZAR CURSOS PROFISSIONALIZANTES. Experiência na área de

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Administração, com ênfase em Administração de Empresas, logística e Produção. Pós Graduado em Gestão Empresarial e Negócio - AESGA. MBA em Gestão de Processos Industriais - FAFICA.

LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA: DA LDB Nº 9394/96 ÀS NORMATIZAÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO Este Minicurso consiste na revisão da Legislação Educacional Brasileira na perspectiva das dimensões da gestão educacional na Educação Básica. Partindo do pressuposto de que o conhecimento da legislação é imprescindível tanto para os que exercem funções na gestão educacional, quanto para a comunidade educacional em geral. Com a redemocratização do pais, a partir de 1980, houve várias mudanças na Educação Básica, advindas, por exemplo, da Constituição Federal de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, Lei nº 8.069/1990 (ECA), Lei nº 11.494/2007 ( Fundeb), Lei 10.172/2001 que estabeleceu o atual PNE e normatizações do CNE. Durante o estudo deste material, os cursistas irão ler, refletir e analisar textos, e desenvolver atividades integrando teoria e prática, de modo a articular a legislação educacional com a realidade da educação na contemporaneidade: repartição das responsabilidades pela oferta da educação escolar; incumbências dos entes federados, estabelecimentos de ensino e docentes; sistemas de ensino, regime de colaboração e alternativas de organização da educação municipal; autonomia da das escolas públicas e gestão democrática do ensino público. Durante o Minicurso, além do estudo da Legislação Educacional,l será realizada uma revisão bibliográfica de autores que contribuem sobre o tema em tela, como : Cury, Dourado, Aguiar, Oliveira, Saviane e Rosar. Ministrado pela Profª. Dalcinete Gomes de Souza, Especialista Letras ( FAFICA). Especializações: Psicopedagogia e Inspeção Escolar. Professora de Língua Portuguesa e Líng. Estrang. Moderna- Inglês. Atualmente: Inspetora Escolar ( Secretaria de Esportes, Esporte, Juventude, Ciência e Tecnologia de Caruaru- SEEJCT) Membro do Núcleo de Legislação Educacional na SEEJCT

AS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES (AS) PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DA MODERNIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS. Reflexão sobre as políticas de formação de professores (as) para a Educação Básica a partir das reformas neoliberais da década de 1990 e os possíveis impactos do Plano Nacional de Educação - PNE (2011-2020) nas políticas locais/municipais para esta formação. Ministrado pela Profª. MARIA ROBERTA DE ALENCAR OLIVEIRA, Especialista Pedagoga; Especialista em Gestão da Escola e Coordenação Pedagógica; Professora da FAFICA.

TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ORAL Estudo de técnicas de comunicação oral para fins de apresentações em situações acadêmicas e profissionais. Ministrado pelo Prof. Veríssimo Ferreira, Especialista Doutorando em Humanidades e Artes com Menção em Ciências da Educação (UNR/Argentina). Professor das Língua Portuguesa e Espanhola e de Metodologia de Ensino da Língua Espanhola.

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QUESTÕES TRABALHISTAS RELEVANTES NO SETOR DE RECURSOS HUMANOS A disciplina tem como finalidade apontar e discutir aspectos trabalhistas legais e atuais, pautados na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e na Jurisprudência, possibilitando aos discentes um maior conhecimento e aprofundamento sobre o tema. Também propõe estudos sobre a aplicação eficiente da legislação, particularmente no que se refere ao suposto e possível conflito trabalhista, que envolve os sujeitos dessa relação, quais sejam: empregado e empregador. A proposta aproxima a teoria da vida prática dos administradores, uma vez que muitos irão atuar na gestão de pessoas da atividade empresarial. Ministrado pela Profª. Maria Eugenia Silva de Torres, Especialista Formada em Direito pela ASCES, pós graduada pela Faculdade Damásio de Jesus (SP). Advogada. Professora Universitária.

DO BINÁRIO AO TRINITÁRIO: A COMPREENSÃO DE HOMEM EM FRIEDERICH NIETZSCHE E EM VLADIMIR LOSSKY Nossa proposta sugere o movimento epistemológico que se move de uma lógica binária à uma visão trinitária do ser humano. Em um primeiro momento, mapearemos a antropolia de Nietzsche em sua obra Ecce Homo, onde acentuaremos as suas tendências individualistas e iconoclastas em relação aos valores da cultura cristã clássica. Em um segundo momento, então, nos voltaremos à antropologia teológica de Lossky que centraliza o conceito de hypóstasis como forma de superação esfera do meramente individual à dimensão de pessoalidade própria à hipóstasis humana, na qual o indivíduo se descobre em interação com todos os outros, o que inevitalmente torna a ascese cristã algo indispensável Ministrado pelo Prof. Pe. Jário Carlos S. Jr, Mestre UFPE

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APRESENTAÇÕES EM PÔSTER A CONCEPÇÃO DE GESTÃO EM UMA ESCOLA DE REFERÊNCIA DA MATA SUL DE PERNAMBUCO MARIA PRISCILA DE ALMEIDA LIMA mariapriscila-l@hotmail.com Este trabalho é fruto de um relatório do componente curricular da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II, do curso de Pedagogia, da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste. Nosso objetivo é compreender a perspectiva de gestão adotada em uma Escola de Referência em Ensino Médio, da região Mata Sul do Estado de Pernambuco. Especificamente, nossos objetivos são: Analisar como se da à relação da gestão com a comunidade escolar (alunos, professor, comunidade); Comparar a perspectiva de gestão que é utilizada, com a que se encontra no Projeto Político Pedagógico da escola. Como referencial teórico, nos fundamentamos nas discussões que trabalham as ideias de planejamento - Gandin (2001); A educação como uma arte que deve ser planejada - Kant (1993); Projeto Político Pedagógico - Veiga (1995); As funções exercidas pelo diretor e as perspectivas de gestão: técnico-cíentifica, autogestionária, interpretativa e democráticoparticipativa - Libâneo, Oliveira e Toschi (2005). Os procedimentos práticos utilizados na pesquisa foram: observação participante, conversas formais e informais com os sujeitos envolvidos, diário de campo, questionários, grelha de dados e a análise dos mesmos. O trabalho se justifica por buscar compreender qual a concepção de gestão que a escola apresenta, e se a mesma, se efetiva na prática, além do que nossa análise se dará, partindo do Projeto Político Pedagógico da escola. Percebemos, que na Escola de Referência em Ensino Médio analisada, se sobressai à concepção de gestão democrática, a mesma que está contida no Projeto Político Pedagógico da escola. Nas observações realizadas, as práticas da gestora se mostraram a todo o momento democrática. Recebeu pais de alunos, professores, alunos e funcionários de forma agradável e a todo o momento ressaltava a importância do trabalho em conjunto. No entanto, ao conversarmos com os alunos e professores identificamos que existe a necessidade de melhorias na prática dessa gestão, no que diz respeito ao diálogo entre os envolvidos no processo educativo. Palavras-chave: Gestão Escolar; Escola de Referência, Mata Sul de Pernambuco.

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A IMPLEMENTAÇÃO DAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL? ADRIANO CARVALHO CABRAL DA SILVA adrianocarvalho7@hotmail.com Orientador: Dr. Jamerson Antonio de Almeida da Silva O estudo é parte do projeto mais amplo intitulado JOVENS E EDUCAÇÃO INTEGRAL NO ENSINO MÉDIO: analisando programas de implementação no estado de Pernambuco a partir do novo ordenamento legal do Estado brasileiro, desenvolvido na UFPE-CAA. A pesquisa específica teve por objetivo avaliar a implementação das Escolas de Referência em Pernambuco como uma experiência de educação integral em jornada ampliada. Como objetivos específicos: (1) contextualizar a origem das Escolas de Referência no estado de Pernambuco; (2) analisar a concepção de educação integral que orienta as Escolas de Referência; (3) confrontar a concepção de educação integral prevista nos documentos com o discurso dos gestores, professores e estudantes das Escolas de Referência. Estruturada a partir de uma abordagem qualitativa, o estudo caracteriza-se como um estudo exploratório e descritivo (GONSALVES, 2007). Como procedimentos metodológicos utilizamos a análise dos documentos normatizadores e das informações contidas no portal eletrônico da SEDUC/PE, IBGE e Censo Escolar, visando recuperar os fatores que deram origem a política de educação integral no ensino médio em Pernambuco e os indicadores sócio-educacionais dos jovens. O referencial analisa os conceitos de educação integral, politecnia, omnilateralidade, teoria do capital humano, pedagogia das competências, presentes nas obras de Kuenzer (2000), Saviani (2003), Frigotto (2009, 2010), Freitas (2012), Ramos (2011), Bottomore (1997), Manacorda (1991), Cury (1995), entre outros. As conclusões evidenciaram que a origem da agenda política de educação integral no ensino médio se deu no governo Jarbas Vasconcelos, através da parceria público/privada entre a SEDUC e o Instituto de Co-responsabilidade pela Educação (ICE), cujo objeto foi a reforma física e na concepção pedagógica e de gestão do Ginásio Pernambucano (2000/2003). O decreto n° 25.596/03 transformou o GP no Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano (CEEGP) e o Decreto n° 26.307/04 instituiu o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (PROCENTRO) que expandiu a experiência para a rede de ensino. No governo Eduardo Campos o Decreto n° 26.307/04 foi revogado e substituído pela Lei n° 125/08 que criou o Programa de Educação Integral (PEI), tornando-o estratégico na agenda governamental, superando o número de vagas e aperfeiçoando a gestão das EREMs. No entanto, a concepção de gestão por resultados desenvolvido pelo ICE na gestão anterior, foi mantida. Apesar da superação quantitativa dos indicadores, a concepção gerencialista volta a formação dos jovens para a reprodução da hierarquia social dentro da égide do capitalismo flexível. Apoio: FACEPE

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A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UM ESTUDO A PARTIR DA ARTICULAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE

VANESSA DE MELO SOUZA vanessa-melo-@hotmail.com Vanessa de M. Souza - Graduanda /Pedagogia - UFPE - CAA (Bolsa Bia) Maria Joselma do Nascimento Franco - Professora do CAA-UFPEO presente estudo iniciado em 2013, tem como objeto a iniciação científica com estudantes universitários, sem a cultura de sistematização da escrita numa perspectiva acadêmica, além dos professores da educação básica terem sua formação marcada pela atuação apenas no âmbito do ensino. Com base nestas fragilidades formativas, justificamos o estudo a partir do projeto desenvolvido na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE - Centro Acadêmico do Agreste - CAA, que busca contribuir para a formação acadêmica e profissional dos sujeitos. Diante disso, tomamos como problema: que contribuições a iniciação científica pode trazer à atuação dos sujeitos participantes, na condição de estudantes universitários e na condição de professores da educação básica? Nosso objetivo geral: Analisar que contribuições a iniciação científica pode trazer para a atuação dos sujeitos participantes, tanto na condição de estudantes universitários, quanto na condição de professores da educação básica. E como objetivos específicos: i) Identificar aprendizagens construídas durante o projeto; ii) Descrever avanços identificados da participação dos sujeitos; iii) Apontar dificuldades encontradas no processo de elaboração de seus estudos; iv) Analisar se há produções e os elementos constitutivos do método científico. Para tanto, nos fundamentamos em Bagno (1998), Moreira e Caleffe (2008), Pimenta (2006) Severino & Severino (2012) e Ludke e André(1986). Os procedimentos metodológico são a observação participante, entrevista e análise documental. Para tratamento dos dados utilizamos a análise de conteúdo, segundo Franco (2008). São 8 (oito) sujeitos participantes, dentre eles estudantes da UFPE- CAA, das licenciaturas em Pedagogia, Matemática e Física, e professores da educação básica da rede pública e privada dos municípios de Caruaru e São Caetano, região do agreste pernambucano. Os primeiros dados coletados e tratados apresentam indícios de que i) há uma melhor desenvoltura na leitura e escrita dos sujeitos. ii) existe interesse pela área pedagógica nas licenciaturas. Os estudantes da física e da matemática tinham no horizonte apenas os cálculos. A partir de então, compreendem melhor o papel dessa área na formação; iii) as aprendizagens construídas a partir da estruturação dos trabalhos, que se apresentam com: um título elaborado, questões levantadas e a apresentação de como os teóricos abordam os objetos de estudo.Palavras-chave: Iniciação científica, universitários, método científico.

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ASSOCIAÇÃƑO DOS REMANESCENTES QUILOMBOLAS DE PAUFERRADO-PE E A EDUCAÇÃƑO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS MARIA GEIZIANE BEZERRA SOUZA geiziane16@hotmail.com ASSOCIAÇÃO DOS REMANESCENTES QUILOMBOLAS DE PAU-FERRADO-PE E A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS Maria Geiziane Bezerra <a href="mailto:Souza-UFPE-CAA-geiziane16@hotmail.com">Souza-UFPE-CAAgeiziane16@hotmail.com</a>Risoglacy Batista dos Santos-UFPE-CAAPriscila Maria Vieira dos Santos Magalhães-UFPE<a href="mailto:CAApriscilamagalhaesufpe@gmail.com">CAApriscilamagalhaesufpe@gmail.com</a>Ítala Michella <a href="mailto:AlmeidaUFPECAA-italaalmeida20@hotmail.com">Almeida-UFPECAAitalaalmeida20@hotmail.com</a>Allene <a href="mailto:Lage-UFPE-CAAallenelage@yahoo.com.br">Lage-UFPE-CAA-allenelage@yahoo.com.br</a> (Orientadora) RESUMO: O presente trabalho é um exercício de pesquisa qualitativa realizado na Associação Remanescente Quilombola, localizada em Pau-Ferrado, área rural do município de Lagoa dos Gatos, Agreste de Pernambuco. Tem como principal objetivo conhecer quais as experiências educaticas para relações-etnicos raciais desenvolvidas pela Associação dos Remanescentes Quilombolas de Pau-Ferrado-PE, analisando o reflexo de tais práticas na Associação e identificando os principais preconceitos sofridos pelos quilombolas de PauFerrado. Para tanto realizou-se um aprofundamento teórico onde foram trazidos para a discussão autores que tratam de questões referentes ao povo negro, bem como de seus principais desafios, tais como: Bonfim (2008) e Gomes (2002 e 2012) Moita (2007), e que por tanto trazem contribuições relevantes para uma melhor compreensão da temática tratada neste trabalho. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos realizados para fins deste exercício de pesquisa, foi utilizado como suporte para análise dos dados enquanto técnica, a observação participante e as conversas informais com os sujeitos do campo de pesquisa. Nossa considerações finais demonstram que Associação Remanescentes Quilombolas de Pau-Ferrado tomou consciência da gravidade das práticas racistas em suas vidas e passa a assumir uma luta contra o racismo e ao convencimento de outras pessoas no combate ao mesmo realizando reuniões, seminários e palestras na luta de combate ao racismo. Palavras-Chave: Quilombola; Racismo; Educação para as relações étnico-raciais;

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COMISSÃƑO PASTORAL DA TERRA: AÇÃƑO EDUCATIVA QUE PROMOVE LIBERTAÇÃƑO JOANE SANTOS DO NASCIMENTO joanesantos05@hotmail.com COMISSÃO PASTORAL DA TERRA: AÇÃO EDUCATIVA QUE PROMOVE LIBERTAÇÃO Joane Santos do Nascimento - UFPE/CAALaudyslaine Natali Silvestre de Moura - UFPE/CAAMaria Priscila de Almeida Lima - UFPE/CAA RESUMO Este trabalho é fruto de um relatório do componente curricular Pesquisa e Prática Pedagógica III, do curso de Pedagogia, da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste. Nosso objetivo é compreender a perspectiva educacional da Comissão Pastoral da Terra desenvolvida com os trabalhadores rurais da Mata Sul de Pernambuco. Especificamente, nossos objetivos são: Entender o que é o movimento Comissão Pastoral da Terra e quais são seus objetivos para com os sujeitos do campo; Analisar as atividades desenvolvidas pelo movimento; Verificar quais as práticas educativas desenvolvidas com os trabalhadores rurais e suas contribuições para os sujeitos envolvidos; Identificar a contribuição desse movimento para a sociedade; Observar se existem obstáculos para o cumprimento dos objetivos propostos pela CPT. Para isto, retomamos a história da iniciativa da Igreja católica ao desenvolver este movimento social e teológico. Destacamos as contribuições e implicações das ações educativas utilizadas neste processo de luta. Utilizando como referencial teórico, as discussões de Holloway (2002), Suman (2010), Sobrino (1976), Moraes (1982), Mitidiero (2008), Fiori in Freire (1982), Brandão (2006), Freire (1996), Freire (1987) Justo (2000) e Freire (2000). Os procedimentos práticos utilizados na pesquisa foram: observação participante, conversas formais e informais, entrevistas e diário de campo. O trabalho vem atribuir à educação um importante papel na luta social. Pois, a mesma pode promover ações educativas que possam colaborar com a tomada de consciência do povo. Neste sentido, a Educação Popular, é o caminho, pois respeita os saberes. Percebemos, que as ações educativas desenvolvidas da Comissão Pastoral da Terra - Mata Sul, é um dos instrumentos de incentivo a luta. Pois, através das atividades realizadas, possibilitam aos povos do campotornarem-se sujeitos críticos e reflexivos, prontos para agir ativamente na sociedade. Construindo, portanto, a consciência de seu lugar no mundo. PALAVRAS-CHAVES: EDUCAÇÃO, COMISSÃO PASTORAL DA TERRA, MATA SUL DE PERNAMBUCO.

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DESCOBRINDO AS PALAVRAS HILDETE DE CARVALHO CONCEIÇÃO hildeteaxe@hotmail.com AssociaçãoDiocesanade Ensinoe CulturadeCaruaruFaculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru Aluna estagiaria: Hildete de Carvalho Professora Orientadora: Mônica Sales Descobrindo as palavras Introdução:É importante propiciar o aprendizado da leitura e da escrita de maneira diversificada e atrativa, para que os alunos possam atribuir mais sentido a esse processo tão importante na sociedade letrada onde está inserido e compartilhar leituras de mundo a partir de sua cultura, seu contexto em diálogo com outras culturas e contextos. A leitura nesta perspectiva é um exercício de encontros.<!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_s1028

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DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE PEDAGOGIA E O CURSO DE PEDAGOGIA DO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE ? UFPE: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS MARIA APARECIDA DA SILVA cida_willd@hotmail.com Este resumo traz as reflexões de uma pesquisa realizada como requisito de trabalho de conclusão de curso, concluído em 2011 e que trouxe como problema: Quais as relações entre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia e o Currículo do Curso de Pedagogia do Centro Acadêmico do Agreste - UFPE? Para responder este questionamento elencamos como objetivo geral compreender as relações entre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia e o Currículo do Curso de Pedagogia do Centro Acadêmico do Agreste - UFPE. Para atingirmos este objetivo traçamos os seguintes objetivos específicos: 1) analisar os estruturantes das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, para a formação do Pedagogo(a) (concepção de currículo, de formação, de Pedagogo(a), de local-tempo de formação, de campo de atuação, de princípios de formação e de saberes); 2) analisar os estruturantes do Projeto do Curso de Pedagogia do Centro Acadêmico do Agreste - UFPE, para a formação do Pedagogo(a) (concepção de currículo, de formação, de Pedagogo(a), de local-tempo de formação, de campo de atuação, de princípios de formação e de saberes); 3) identificar o movimento de aproximação e distanciamento entre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia e o Projeto do Curso de Pedagogia do Centro Acadêmico do Agreste - UFPE.O trato teórico está pautado nas discussões sobre as categorias: Curso de Pedagogia (AGUIAR, 2006; LIBÂNEO, 2006; MELO, 2006; PIMENTA, 2004 e SCHEIBE, 2007); Políticas Curriculares e Recontextualização (ALMEIDA, 2011; LOPES, 2005 e LOPES, 2006). O campo de nossa pesquisa constituiu-se do CAA-UFPE. Escolhemos como procedimento de análise a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2004). A partir da análise foram evidenciados aspectos que apontam uma aproximação do Currículo do Curso de Pedagogia com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia - DCNP.O processo de recontextualização das DCNP é evidenciado na medida em que o currículo do Curso de Pedagogia busca atender às necessidades e peculiaridades da região do agreste pernambucano. Como bem sabemos no processo de recontextualização existe a necessidade de não somente se assimilar políticas, mas de negociar com o outro seus sentidos e significados. Aliás, não podemos esquecer que dentro do processo de construção de uma política curricular encontramos diversos discursos de natureza global ou local que se inter-relacionam e que trazem consigo negociações que marcam tensões derivadas de diversas posições dos sujeitos que lutam por essas políticas. Palavras-chave: Recontextualização.

Curso

de

Pedagogia;

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Currículo;

Proposta

Curricular;


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EDUCAÇÃƑO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃƑO DA LEI 10.639/03 NO MUNICÍPIO DE CARUARU WALKER DE OLIVEIRA FERREIRA oliveiracomjesus@hotmail.com O presente trabalho é fruto de um Projeto de Pesquisa em andamento na disciplina de Metodologia Científica I na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru - FAFICA, no qual abordamos a temática Educação das Relações Étnico-Raciais com foco na Lei de N° 10.639/2003, através das DCN’s e a sua importância no fortalecimento da identidade negra nas escolas do município de Caruaru. Trazemos uma reflexão sobre os desafios impostos à sociedade caruaruense para a implementação da Lei. Tivemos como foco de análise a formação dos (as) professores (as) e dos (as) profissionais da educação no que diz respeito a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. Enquanto integrante do Grupo de Estudos sobre Africanidades e Estudos Pós-Coloniais Latino Americanos do Nupesq/FAFICA, o referencial que nos apoiamos, para fazer a análise do nosso objeto, é o campo de estudos que tratam sobre as Africanidades Brasileiras, desenvolvido a partir da década de 1990 pelo Prof. Dr. Titular da UFC, Henrique Cunha Júnior, a Prof.ª Dra. Petronilha Beatriz Gonsalves e Silva, Titular da UFcar, e as teorias advindas do Grupo Modernidade/Colonialidade tendo por referências os autores: Aníbal Quijano (2000), Walter Mignolo (2008), Arturo Escobar (1999), Edgardo Lander (2002), Catarine Walsh (2009 Palavras chaves: Lei 10.639/2003; Formação de Professores; Educação das Relações Étnico-raciais.

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ARTIGOS COMPLETOS

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ESTRATÉGIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE NOVAS FONTES E DIDÁTICAS: HISTÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA: NOVAS ABORDAGENS, NOVOS DESAFIOS ANTÔNIO MANUEL DA SILVA JÚNIOR EJA/SESC – GARANHUNS-PE

Introdução O ensino de História vem desde século XIX sendo uma das principais disciplinas escolares apesar de uma porcentagem dos alunos estarem mais interessados em Português, Matemática, Física e Biologia, disciplinas mais “pesadas” nos vestibulares. A história como disciplina de ensino sofreu grandes influências da Ciência História e sua forma de ensino também. A principio a história como “matéria” era edificada no tripé do Herói, documento oficial e a memorização. Com o surgimento de outras teorias além do positivismo, como o marxismo a escola dos Analles e a nova história, o ensino vai sofre também uma mudança. O marxismo faz com que as classes desfavorecidas possam agora, participar da história, a escola dos analles irá contribuir com a variação dos assuntos tratados, agora a história do negro, que não era o herói será apresentada, o índio também será lembrando não como apenas os antigos habitantes do Brasil. Com o advento da nova História, que será influência pela escola dos Analles, outros recursos serão valorizados na ciência História e como sempre repassados para a disciplina história. No Brasil nos anos 80 várias estratégias de ensino serão experimentadas gerando estudos e aplicações com alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Filmes, revistas, jornais, documentos históricos, músicas, textos variados serão ferramentas para o ensino de História no século XX. Todas essas ferramentas serão um pouco mais detalhadas no desenvolvimento do nosso trabalho.

Desenvolvimento  Trabalhando com texto O texto é de fundamental importância no aprendizado do aluno e é a ferramenta principal para a alfabetização das crianças. Sabemos que uma pessoa está alfabetizada quando ela consegue ler e consegue interpretar aquilo que lê. Isso não irá refletir unicamente no ensino de português mas em todas as outras disciplinas como matemática, onde quando a criança não sabe interpretar o problema, não conseguirá resolve-lo mesmo sabendo a parte algébrica. Na história não é diferente, cobra-se muito dos alunos a interpretação de textos e não apenas a leitura e memorização do mesmo. Percebemos que tanto no texto utilizado para auxiliar o grupo, como na sua exposição temos a utilização de vários processos de aprendizagem para que o texto seja exaustivamente trabalhado e assim interpretado e aprendido pela turma. Esse estratégia de ensino será organizada, segundo a autora do texto em seis aulas mais ou menos. Primeiramente a leitura, evidentemente do texto escolhido pelo professor, em sala de aula é a primeira tarefa dos alunos. Essa leitura poderá ser silenciosa ou em grupo ou das duas formas. 36


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Após essa leitura cada aluno, aluna (como colocado no texto) ou em grupo (como realizado pelo grupo) irá interpretar trechos ou o texto completo para lhe dar um título. Esse processo irá treinar o poder de síntese do aluno, aluna na sala de aula. Posteriormente a tarefa anterior, pede-se para cada aluno, aluna formular uma questão referente ao texto. Esse exercício será para verificar o grau de entendimento do texto, até o momento do aluno, aluna. A penúltima atividade realizada será a de cada grupo desenhar, ilustrar um trecho ou o que mais lhe chamou a atenção no texto. Observaremos aí uma nova estratégia para a interpretação do texto utilizando então na só a inteligência cognitiva de cada aluna, aluno, mas também a inteligência artística de cada aluna, aluno. E a última fase dessa estratégia seria a exposição dos alunos do que aprenderam com o texto sem o auxílio deste. Verificamos que, na pequena apresentação do grupo, que os objetivos foram alcançados, mas que essa estratégia poderá esbarrar em dois problemas: o primeiro seria o tempo gasto pela técnica, seis aulas; o segundo seria realmente o aproveitamento dos alunos, alunas será o desejado pelo professor. Diríamos que mais uma dificuldade do que um problema, é também a escolha do texto. Esse texto não poderá ser grande demais, nem pequeno; não poderá ter uma linguagem que dificulte a leitura ou uma linguagem onde não trata novidade para o aluno, aluna. Acho eu, que essa é a maior dificuldade do professor, professora na sua escolha. Apesar desses pequenos problemas, verificamos que a proposta da autora do texto é muito boa e poderá ser utilizada desde a 5ª série ao 3° ano do Ensino Médio.

 Trabalhando com filmes Com a chegada do cinema, a história foi presenteada com os registros de imagem em movimento. E o filme será ferramenta importante no ensino de história do século XX. A união da linguagem verbal com a visual será bem utilizada por professores, creio eu, no ensino da história. O autor irá propor a utilização de filmes seja completo, se for necessário, ou apenas partes de filmes, onde o professor, professora irá encontrar nesses trechos o que necessita. Para que o filme seja projetado, temos que previamente trabalhar o tema com os alunos, de preferência, ou então utilizar o filme e a percepção da turma para a interpretação e localização do tema estudado. Para utilizar a segunda modalidade, o professor, professora terá que conhecer a turma e em que grau de percepção ela tem. Com a projeção do filme, alguns cuidados temos que tomar: a duração do filme é essencial para a atenção do aluno, aluna na projeção; esse filme não poderá também, como o texto, ter uma linguagem tão rebuscada que dificultará o entendimento da história para os alunos, alunas. O professor, professora também terá que dominar o conteúdo trabalhado e ter uma boa leitura de imagem para auxiliar os alunos, alunas no entendimento do texto. Podemos concluir que a melhor forma de trabalhar com filmes é trabalhando alguns trechos do filme, tanto para na cansar os alunos, alunas, como também ocorrer de perda de tempo com projeção de partes do filme que não trarão conhecimento histórico para os educandos.

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 Trabalhando com música A música é uma forma artística que aquela pessoa que não sabe ler, pode ter contato, escutando a música e tendo contato com outros conhecimentos. Isso sofreu um grande avanço com a chamada indústria cultural e a cultura de massa onde o contato da população com jornal, revistas, rádio e televisão. Essa indústria cultural será responsável pela informação da população e sendo bem utilizado conseguirá criar uma consciência. O trabalho em sala de aula com música poderá ser bem aproveitado a medida que se tenha alguns cuidados como todas as outras estratégias de ensino. A música tem que chamar a atenção do aluno, aluna como o filme. É possível verificar que os alunos, alunas de 15 a 17 anos, ou seja, do ensino médio, tem presente a música no seu cotidiano. Os autores do texto sugerem que as músicas sejam trabalhadas em bloco, isto é, escolha de três músicas que tenham uma ligação entre elas. Depois da escolha das músicas o professor, professora deverá estuda-las e depois apresenta-las a turma. Depois da apresentação da letra da música, os alunos e alunas fazerem a leitura da mesma, o professor, professora deverá conduzir a interpretação da letra. Buscando responder algumas questões como: qual o tema da canção? como o compositor desenvolve o tema? Quais os elementos, figuras de linguagem que aparecem na letra? e o papel do professor, professora é a medida que os alunos, alunas possam responder essas perguntas, o professor, professora deverá também acrescentar algo que não foi desvendado pelos alunos, alunas. A segunda parte dessa estratégia de ensino é a audição da música para, nesse segundo momento, realizar a análise da melodia da música e quais as informações que agora a melodia trará de novo para os alunos, alunas. A terceira parte é situar a música em seu contexto e também historicizar a música, verificar o que cada música traz para contribuir no aprendizado do aluno, aluna e o que traz de novo. O trabalho com música pode ser uma excelente estratégia devido a variedade de músicas e temas que podem ser trabalhados pelos professores, professoras.

 Trabalhando com documentos históricos A fonte empírica do historiador é os documentos históricos. Antes, no período onde o positivismo era a grande teoria, apenas os documentos oficiais, gerados pelos governos eram válidos, mas com a chegada de novas teorias foi-se acrescentando novos tipos de documentos, como a entrevista, as fotografias, as cartas, etc. Para o professor, professora o documento histórico terá uma grande importância para trabalhar com os alunos, alunas. Além da valorização dos documentos, que no Brasil, não se dá o devido valor, o professor, professora poderá utiliza-lo como estratégia de ensino. O autor do texto faz algumas sugestões, onde o grupo em sala de aula, também realizou as técnicas propostas. A princípio é distribuídos aos grupos textos/documentos históricos para a análise do grupo. Como foi trabalhado com texto, há a leitura e interpretação dos alunos, alunas desse documento histórico. são respondidas duas ou três perguntas sobre esse documento e depois é discutido no grande grupo. As discussões são iniciadas com a resposta das perguntas propostas pelo professor, professora e com o complemento dos grupos e do professor, professora. 38


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Depois, para que cada grupo possa também conhecer o texto dado para os outros grupos, o autor sugere que se faça uma dramatização do texto. Tanto com o texto como com os documentos históricos, a interpretação e utilização dos mesmos são trabalhadas em várias aulas e exaustivamente para que haja uma compreensão maior e um aprendizado consistente dos alunos, alunas.

 Trabalhando com reportagens A indústria cultural e a cultura de massa estão presente no nosso cotidiano, revistas, jornais, televisão, rádio e internet são hoje meias de comunicação que informa a nossa população. O professor, professora deve sempre estão bem informadas sobre o que acontece nesses meios de comunicação, tanto para possíveis questionamentos dos alunos, alunas como a utilização desses meios como estratégia de ensino. Recortes de jornal e revistas, são de grande utilidade para o professor quando se trabalha história recente do Brasil e do Mundo. A conscientização dos alunos, alunas também é uma função do professor, professora. Muitas vezes a informação torna-se deformação nas mentes de alunos, alunas mal interpretadas.A utilização de reportagens é sem dúvida, uma boa forma de informar o aluno, aluna com segurança. A escolha de uma boa reportagem é fundamental para uma boa estratégia, ela não pode ser muito complexa e longa, porque assim tornará a técnica enfadonha. As perguntas propostas pelo professor, professora deverão ser bem elaboradas, não no sentido de complexidade, e sim de facilidade de interpretação pelo aluno, aluna, para facilitar a interpretação e apresentação dos frutos do trabalho com reportagens. Sem dúvida é uma técnica excelente para ser trabalhado com alunos do ensino médio e fundamental, onde a conscientização e informação correta são os principais frutos da estratégia.

Conclusão Na década de 80 começa a surgir, influenciada pela nova História, novas estratégias de ensino que utilizam várias fontes de pesquisas, não somente o livro didático, por mais importante que seja. Infelizmente temos alguns problemas na aplicação das técnicas, problemas bem mais brasileiros do que da educação em geral, problemas de sala com muitos alunos, má remuneração dos professores, escassez de recursos, má formação dos professores e um ensino de base precário são exemplos de alguns problemas. Mas, o professor, professora não deve apenas verificar os problemas, mas a medida do possível buscar as soluções, que muitas vezes está na simplicidade de técnicas como essas apresentadas.

Referencias Bibliográficas ROSA, Zita de Paula. Trabalhos com textos. In: SILVA, M. A. Repensando a História: São Paulo. Editora Marco Zero, 1984. pp. 127-130 VESENTINI, Carlos Alberto. História e Ensino: O tema do Sistema de fábrica visto através de filmes. In: BIRTENCOURT, Circe (org.). O saber Histórico na Sala de Aula: São Paulo. Contexto, 1997. pp 163-175. (Repensando o Ensino) 39


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NAPOLITANO, Marcos, AMARAL, Maria Cecília & BORJA, Wagner Cafagni. Linguagem e canção: uma proposta para o ensino de História: In: Revista Brasileira de História; Cultura & Linguagens. N° 13. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, set. 86/fev. 87. pp. 177-188.

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O COTIDIANO, OS FATOS E O OVO NA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA CIDADE DE PANELAS - PE Elielma Maria dos Santos1 Faculdade de Formação de Professores do Belo Jardim-FABEJA Na presente pesquisa discutimos qual a relação entre os fatos ocorridos durante as décadas de 1940 a 1970 na cidade de Panelas, localizada no Agreste central de Pernambuco, distante a 180 km da capital, e a formação sociocultural do município. Buscamos enfocar um cotidiano marcado por transformações que provocaram nas pessoas o orgulho de pertencer ao meio social, compartilhando ideias, sonhos e crenças em comum e a participação de pessoas simples na construção da história local. A cidade fundada ainda no século XIX preserva grandes objetos históricos como o engenho Amolar, construído durante o Império, os sítios arqueológicos, as comunidades quilombolas, a cultura popular, a Igreja do Bom Jesus, cartão postal da cidade, evidências de sua importância histórica, mas diante de todos esses símbolos, a história de vida das pessoas que viviam nesse contexto precisava ser resgatada e só assim poderíamos entender melhor a história panelense. Um tesouro enterrado que só depois de descoberto era possível dividílo com todos que ajudaram a conservá-lo repassando para as novas gerações permitindo assim aos mais jovens uma aproximação com a própria história e do município e assim, manter o elo entre o passado e o presente. A história local que estava apenas na memória dos mais velhos pouco a pouco se perdia diminuindo as possibilidades de ser registrada e fazer parte da historiografia do município, que possuía muitas lacunas a serem preenchidas. Através das entrevistas e dos documentos investigados, resgatamos lembranças individuais e coletivas que guardavam vestígios importantes de um cotidiano marcado por transformações, mudanças, conquistas, decepções, alianças e rupturas, aspectos importantes na construção histórica do município de Panelas.

Oralidade e Memória na Construção Histórica de Panelas A história oral e a memória foram de primordial importância para a realização desta pesquisa, já que para revisitarmos o passado histórico do município e poder registrar os fatos e acontecimentos, analisarmos as consequências e como cada um deles refletiu na vida e no cotidiano dos panelenses, era preciso ouvir as pessoas, suas lembranças e recordações, ir ao encontro de um tempo que para os mais jovens estava perdido. Grande parte da história local estava apenas na memória dos mais antigos moradores. Através da memória e das narrativas dos mais velhos foi possível reconstruir um elo que há muito tempo tinha sido cortado. Redescobrimos fatos que ficaram fora da história oficial, pois se tratava da história de vida daqueles que apesar de ajudarem no desenvolvimento social, cultural e econômico da cidade, não tiveram seus nomes registrados nas páginas da história oficial, na visão de Bosi; A memória não é oprimida apenas porque lhe foram roubados suportes matérias, nem só porque o velho foi reduzido à monotonia da repetição, mas também porque uma outra ação, mais daninha e sinistra, sufoca a lembrança: a história oficial celebrativa cujo triunfalismo é a vitoria do vencedor e pisotear a tradição do vencidos.2 1

Aluna do Curso de Especialização em Metodologia do Ensino de História e as Novas Tecnologias da Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim - FABEJA 2013.

BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. 3ª edição. São Paulo. Companhia das Letras 1994. p.19. 41 2


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Através desse pressuposto, nós subtendemos que a história oral do município panelense vivia na marginalidade, pois as escassas pesquisas a respeito da historiografia local não demonstraram interesse maior por esse lado dos fatos. E mesmo que não tenham uma intenção de “pisotear” a tradição, vemos que de uma forma inconsciente a memória do povo e suas tradições a partir do momento que não são valorizadas, são indiretamente sufocadas, tanto pela história oficial, que ignora os relatos orais de quem participou ativamente de tais momentos, quanto pelas novidades culturais que de certa forma “diminui” os valores de outras épocas ao enxergar em muitos momentos os valores passados como obsoletos. No entanto, essa memória continua como uma fonte de água viva que ainda não foi descoberta. Certas lacunas tanto na história oficial quanto na oral são preenchidas como um quebra-cabeça, que aos poucos vai sendo montado pelos historiadores e os personagens da história, à medida que essas pessoas expressão suas experiências e contam suas ações o historiador analisa, seleciona e registra, transformando assim, tais fatos em história, são representações do que já se foi, reconstruídas e renovadas, com um olhar atual . Segundo Montenegro; A história enquanto representação do real se, refaz se reformula, a partir de novas perguntas realizadas pelo historiador ou mesmo da descoberta de outros documentos ou fontes. A elaboração da história está sempre voltada para o que se expressou ou se manifestou de forma pública ou privada... A história opera sempre com o que está dito, com o que é colocado para e pela sociedade, em algum momento, em algum lugar. Desses elementos, o historiador constrói sua narrativa, sua versão, seu mosaico. Esse fato evidente se apresenta bastante distinto do que foi vivido; no entanto, ele se ancora nos elementos resgatados da realidade, em outras histórias já produzidas3 Para o autor, a história se reformula a partir do momento em que surgem novas dúvidas ou novos documentos, a história enquanto representação se coloca como versão de um acontecimento, representa o fato o mais próximo do real e cada vez que é revisitada traz à tona novas situações, momentos que não tinham sido analisados. Diante disso, muitas lacunas vão se completando e novas perguntas surgindo, pois é no passado que encontramos o elo com o presente, reinventando e lançando novos olhares para os acontecimentos. Para Pesavento; Escrever a História, ou construir um discurso sobre o passado, é sempre um ir ao encontro das questões de uma época. A História se faz como resposta as perguntas e questões formuladas pelos homens em todos os tempos. Ela é sempre uma explicação sobre o mundo, reescrita ao longo das gerações que elaboram novas indagações e elaboram novos projetos para o presente e para o futuro, pelo que reinventam continuamente o passado4.

3

MONTENEGRO, Antônio Torres. História Oral e Memória: A Cultura Popular Revisitada. 3ª edição. São Paulo. Editora: Contexto, 1994, p.19. 4 PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural 2ª edição. Belo Horizonte. Editora: 2005, p.59.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Dessa forma, a autora ressalta que escrever a História é ao mesmo tempo redescobrir os fatos, preencher as lacunas e renovar os significados dos acontecimentos, pois para cada geração haverá sempre novas dúvidas e outras respostas para aquilo que todos “já sabiam”. Para Bosi, “a história deve reproduzir-se de geração a geração, gerar muitas outras, cujos fios se cruzem, prolongando o original, puxados por outros dedos” 5. Diante disso, o nosso objetivo foi analisar os relatos e entrevistas, para assim, compreendermos como os cidadãos panelenses se identificam com suas raízes, como vivem através de suas recordações e lembranças. O cotidiano, a narrativa e a memória, são recursos indispensáveis na realização dessa pesquisa. Para o historiador uma fonte histórica essencial para o registro dos fatos. Há algum tempo, os documentos aceitos como fontes históricas eram os registros oficiais, elaborados de forma escrita, com os quais se registravam os acontecimentos. Por um longo tempo esses documentos serviam como provas absolutas. Com a Nova História, a forma de usar o documento foi transformada, pois deixou de ser o único instrumento de pesquisa, surgiram novas formas de se observar os fatos e a história passa a ser investigada, interpretada e não apenas registrada. Na visão de Adilson Filho; Os Annales6 ampliaram o conceito de fontes, temas e sujeitos; seu olhar descortinou zonas escuras, silêncios e áreas antes proibidas. Sua sensibilidade e acuidade históricas ensinaram a ver além da superfície factual, mostrando a profundidade de forças tectônicas que operam no interior, que se movem de dentro para fora, cristalizando e, ao mesmo instante, fragmentando a historicidade dos diversos atores sociais.7 Para o autor, os Annales não só ampliou o campo da pesquisa, mas possibilitaram a descoberta e o resgate de fatos e personagens que contribuíram para discutir os acontecimentos até então excluídos por aqueles que escreviam a História. Paul Veyne, na sua obra Como se Escreve a História, aponta que os Annales abriram caminhos antes desconhecidos ou pouco explorados. Para ele, os Annales dedicaram-se ao desmatamento dos campos e dos fatos antes desprezados ou simplesmente esquecidos pela historiografia tradicional8. Na obra A Escola dos Annales – A Revolução Francesa da Historiografia Peter Burke ressalta; A mais importante contribuição do grupo dos Annales, incluindose as três gerações, foi expandir o campo da história por diversas áreas. O grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e ao desenvolvimento de novos métodos para explorá-las.9 5

BOSI, op. cit. , 1994, p. 90. Revista fundada por Lucien Febvre e March Bloch, chamada de Revolução Francesa da Historiografia, por promover uma nova historia, ampliando assim o campo da pesquisa antes voltada apenas para os grandes acontecimentos. 7 ADILSON, Filho José. Os Caminhos de Clio. Interfaces de Saberes vol.1 jan/jul. João Pessoa: ideal 2001, p. 103. 6

8

VEYNE, Paul. Como se Escreve a História, e Foucault Revoluciona a História. 4ª ed.Tradução: Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp.Brasília. Editora da UnB, 1998. p.29 9

BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a revolução Francesa da historiografia. Tradução Nilo Odalia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.p.126

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Através das novas fontes se tornou possível analisar os acontecimentos de várias formas, seja pelo lado econômico, social, político, ou pelo aspecto cultural e religioso. Assim, entendemos que essas fontes são “diferentes lados de uma mesma moeda ou faces de plurais de cristal lapidado” 10. Na ótica de Veyne, “podemos acrescentar que, se um mesmo “acontecimento” pode ser disperso por várias tramas, inversamente, dados pertencentes a categorias heterogêneas – o social, o político, o religioso... podem compor um mesmo acontecimento”11. A Nova História não veio para substituir o antigo regime historiográfico, mas para ampliar o campo da pesquisa, introduzindo novas formas de investigação e ajudar a desvendar mistérios até então desconhecidos. Segundo Silva, depois dos Annales “a história alargou seu leque de leituras, estabelecendo um diálogo fértil com outros saberes, dessa forma, novas abordagens foram possibilitadas” 12. A partir daí, assim como os documentos oficiais os escritos pessoais como cartas, correspondências, diários passam a ser investigados e analisados, pois trazem vestígios de momentos importantes na vida daqueles que os escreveram e, portanto, revela o cotidiano, a vida e os costumes de uma época, de um lugar.

Os Espaços de Lazer da Sociedade Panelense As cidades possuem em seus espaços, lugares onde os cidadãos mantêm suas relações de amizades e afetividades pessoais e profissionais. A cidade de Panelas durante as décadas pesquisadas possuía poucos espaços de lazer para seus moradores, que buscavam, dentro de suas possibilidades, divertir-se e comemorar suas conquistas. O cotidiano era marcado por costumes simples, a praça central era o ponto de encontro dos moradores que aproveitavam para encontrar os amigos e conversar. Entre as décadas de 1940 1970, a cidade despontava timidamente entre os panelenses e logo dava seus primeiros passos para a modernidade, o teatro, o cinema, o show de calouros e as tradicionais festas religiosas, como a de são Sebastião e do Bom Jesus dos Remédios padroeiro da cidade. Todos esses acontecimentos marcavam a vida dos moradores, que buscavam nesses momentos não só o entretenimento, mas também praticar suas crenças e devoções. As festas religiosas se destacavam como os momentos de entretenimento panelense. Uma associação entre o religioso e o profano reservava, durante o ano inteiro, momentos de alegria e muita comemoração. Quem morava na zona rural também aproveitava a vinda à feira e à missa do domingo para também se divertir. Para grande parte da população panelense, era um momento especial da semana. Fosse morador da cidade ou da zona rural, a missa fazia parte do cotidiano panelense. Era um bom motivo para encontrar os amigos, passear na cidade, paquerar na praça ou desfilar roupas novas. Segundo a senhora Maria José dos Santos, uma das primeiras televisões que chegou à cidade ficava no coreto e os moradores assistiam aos programas e as novelas que na época, era uma das únicas opções

10

DELGADO, Lucília de Almeida Neves. História Oral, Memória, tempo, Identidade. 2ª Edição. Belo Horizonte. Editora: Autêntica. 2010, p.15. 11

VEYNE, op. cit., 1998, p. 44.

12

SILVA, Cristiano Cezar Gomes da. Entre a história e a literatura:as múltiplasletras, os múltiplos tempos, os múltiplos olhares em Graciliano Ramos. FênixRevista de História e Estudos Culturais, n.04, out/Nov/dez. 2007, p.03 44


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE para os telespectadores. Diante disso, podemos observar o quanto a população fazia de coisas consideradas hoje, simples grandes momentos de lazer e se divertia. O Cine Marechal Castelo Branco13, construído na década de 60 com capacidade para 250 lugares, trouxera um ar de modernidade, proporcionando cultura e lazer para os panelenses. Esse acontecimento alterou a rotina da sociedade. Tal mudança provocou nas novas formas de lazer, utilidades paradoxas como ambientes de exclusão e inclusão, provocando tanto a aproximação entre determinados grupos sociais como as classes mais abastadas quanto o distanciamento dos cidadãos que não possuíam poder aquisitivo para frequentar tais lugares regularmente. Por ser um signo de modernidade, trazia consigo um ar próspero no comportamento da elite social da época. A princípio, o cinema funcionava no mercado municipal, sem nenhuma estrutura física, funcionava de forma improvisada, depois a prefeitura construiu um cinema onde hoje é o prédio da câmara de vereadores de Panelas. Quem trouxe o primeiro cinema pra cidade foi seu Severino de Cupira. Botou o cinema aqui no mercado, depois Demócrito (Demócrito de Barros Miranda, prefeito entre 1969 á 1972) criou um cinema mesmo, bem organizado, onde hoje é a câmara municipal, era bonito demais14. O cinema era frequentado pelos moradores que assistiam aos filmes e logo transformaram o espaço em local de lazer. Mas, com o passar do tempo, o cinema não resistiu às televisões, que o substituíram. Segundo Maria José, “colocaram no coreto, no centro da praça, uma televisão e todo mundo ia pra lá assistir, quase não dava pra vê imagem, mas, era de graça. O cinema era pago e não tinha muitas opções de filme”15. O Aselpa Show foi apresentado por muitos anos pelo seu idealizador, o professor, escritor e historiador Luis Manoel, que tinha uma ligação muito forte com a cultura local. Era uma espécie de show de talentos, onde a população participava disputando as melhores colocações, mostrando seus dons artísticos. Homens, mulheres e crianças, se apresentavam e eram avaliados pela mesa de jurados. Inspirado no Programa do Chacrinha, levava alegria e entretenimento a população que se reuniam no espaço do Teatro paroquial Dom Adelino para assistir ao show dos conterrâneos. Todas as categorias de artistas se apresentavam principalmente cantores, atores que participavam do show em público. A festa era realizada todos os anos e mobilizava toda a população, que marcava presença assídua em todos os eventos. A cada ano era feita uma homenagem a uma mãe ilustre da cidade, já que o Aselpa show era realizado no mês de maio no dia das mães. A mesa de jurados tinha como convidados pessoas “ilustres e importantes da cidade” como o prefeito, o padre, o juiz, comerciantes locais, entre outros. A população se divertia dentro de suas limitações, já que todas as iniciativas partiam na maioria das vezes dos próprios moradores, em realizava e produzia momentos de lazer e diversão no município que não podia oferecer recursos para patrocinar tais eventos que transformavam a rotina da cidade, principalmente quando chegava a época das festas religiosas, como a festa do Padroeiro, Bom Jesus dos Remédios, e a de São Sebastião.

13 14

15

Ver monografia do IBGE 1970 Entrevista realizada no dia 10/07/2010, com o Sr. Humberto Cordeiro de Souza, professor desde 1977.

Entrevista realizada no dia Maria José dos Santos realizada no dia 08/08/2010;

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE A cidade era enfeitada e a iluminação reforçada, principalmente ma parte frontal da igreja, onde tradicionalmente eram colocadas centenas de lâmpadas coloridas, pelo saudoso Miro, transformando-a em cartão-postal, até hoje mais importante signo religioso da cidade. As festas eram pontos de encontro, mas também de reencontro, as pessoas retornavam à cidade para matar a saudade e reencontrar os parentes e amigos de que haviam se distanciado na maioria das vezes para buscar melhores condições de vida nos grandes centros urbanos, como, por exemplo, São Paulo ou Rio de Janeiro. Essas mudanças eram facilmente percebidas no visual da cidade, semanas antes dos festejos, os moradores se dedicavam cuidadosamente á ornamentação de suas casas, enfeitando as fachadas com adereços natalinos. Resgatar a história de um lugar é mais que organizar os fatos históricos, é redescobrir um mundo de significados, de imagens, valores e lembranças, uma ligação saudosa, que podemos dizer ser motivo de orgulho por pertencer aquele lugar. Além disso, é uma oportunidade de analisarmos e refletirmos sobre os eventos ocorridos durante o desenvolvimento local. São representações de um passado que não volta, mas, que pode ser revisto e cada um que viveu tais momentos guarda sentimento e nostalgia e representam através de suas lembranças os acontecimentos do passado que voltam à tona em forma de “teatro da memória”. As narrativas são traduções dos registros das experiências retidas, contêm a força da tradição e muitas vezes relatam o poder das transformações. História e narrativa, tal qual História e memória, alimentam-se. Narrativas, sujeitos, memórias, histórias e identidades. É a humanidade em movimento. São olhares que permeiam tempos heterogêneos. É a História em construção. São memórias que falam. 16 Durante a realização das entrevistas, percebemos que através da memória é possível resgatar minúcias, que propositalmente ou não, passaram despercebidas pela história oficial, deixando assim uma lacuna na própria história panelense. Por outro lado, as entrevistas também se mostram subjetivas, pois a própria memória é um produto da subjetividade humana, por isso a memória coletiva possui uma importância primordial na coleta dos fatos e na veracidade dos mesmos. Mesmo que a história, até então chamada de “oficial”, também possua certa subjetividade do ponto de vista economicamente dominante, ela se torna também uma grande contribuinte na realização de uma história escrita onde todos participem, pois a participação de todos nos fatos cotidianos ou históricos é algo inegável. Assim, não podemos esquecer um detalhe muito importante quanto à “memória e suas representações”. A representação tem a capacidade de se substituir a realidade que representa, construindo o mundo paralelo de sinais no qual as pessoas vivem... “As representações se inserem em regime de verossimilhança e de credibilidade, e não de veracidade” 17. Cada indivíduo revive e recria situações que lhes foi de certa forma mais agradável ou o que lhes trouxe mais prazer, quando voltamos ao passado queremos apenas resgatar as coisas que nos projetou para o sucesso, mas, nem todos tiveram somente sucesso ou somente derrotas, cada um, individual ou coletivamente tive suas vidas modificadas. Para Delgado:

16 17

DELGADO, op. cit., 2010, p. 44. PESAVENTO, op. cit., 2005, p. 41.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE A construção de representações sobre o passado é imutável, mas que pode ser ressignificado - é uma articulação, quase sempre marcada por disputas e por tensões, pois a memória e o reconhecimento histórico serve a diferentes senhores. Em outras palavras, não há neutralidade em qualquer forma de abordagem18. São personagens de uma trama na qual cada capítulo tem suas vidas transformadas de acordo com o desenrolar da história. Vivemos em uma sociedade onde estamos sempre em busca de referências e em busca de nossa identidade e ao mesmo tempo espelhamonos em outros para tais conquistas, mas, é preciso lembrar que a história é subjetiva, pois cabe ao historiador definir as fontes e a metodologia a seguir para que possa juntar as peças para montar o quebra cabeça que no final, vai retratar os fatos e acontecimentos. Para Veyne: A história como um romance, que seleciona, simplifica, organiza, faz com que um século caiba numa página. Um campo inteiramente inderteminado, com uma única exceção: é preciso que tudo que nela se inclua tenha realmente acontecido. A historia é um romance real19. Isso nos leva a entender que a exploração contínua da pluralidade das versões históricas nos conduz sempre a novas perguntas que nos levam á novas respostas. Portanto, cabe ao historiador transmitir os acontecimentos coletados em seu trabalho e não criar uma nova “verdade” oficial.

Considerações Finais A cidade de Panelas durante as décadas pesquisadas vivenciou acontecimentos e fatos históricos que ficaram guardados na memória coletiva e individual dos moradores que, diante desses episódios, contribuíram direta ou indiretamente com a história local. Foram personagens anônimos, que apesar de não terem seus nomes nas páginas da historiografia oficial, contribuíram com a construção histórica assegurando a memória e, através da oralidade, repassado para os mais jovens, seus costumes e tradições e experiências, moldando a identidade social, religiosa e cultural do município. A nossa discussão buscou resgatar essa história que até então estava na oralidade e precisava ser resgatada, e assim, compartilhada com os mais jovens e todos panelenses que buscam referências culturais, religiosas e sociais e da própria identidade e poder reconstruir o elo que há muito tinha sido quebrado entre o passado e o presente, interferindo, assim, na forma de observamos e analisarmos a nossa história local, repleta de objetos e fontes a serem explorados. Através da oralidade e da memória, pudemos então investigar os fatos e redescobrir a própria história do município. Ao longo do nosso trabalho, muitas respostas foram surgindo e logo algumas dúvidas se desfazendo. Muitos foram os personagens que contribuíram com a construção histórica de Panelas, pessoas simples, mas que dedicaram parte de suas vidas para ajudar a quem mais precisava, transformaram o cotidiano através de suas atividades e fazendo de coisas simples momentos importantes e que marcaram suas vidas e da coletividade. As festas, os pontos de lazer, muitas vezes improvisados pelos moradores sem muitos recursos, mas que levavam alegria para os panelenses, aqueles que 18

DELGADO, op.cit., 2010, p. 56.

19

Ver: VEYNE, Paul. Como se Escreve a História, e Foucault Revoluciona a História. 4ª ed.Tradução: Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp.Brasília Editora de UnB, 1998. 47


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE se dedicaram à saúde local sem estrutura adequada, mas que ajudaram a cuidar das pessoas carentes e que transformaram isso num modo de vida que se dedicava sem remuneração. As narrativas nos permitiram descobrir, pouco a pouco, boa parte da história local. A nossa pesquisa possibilitou um encontro entre o passado e o agora, restabeleceu um elo quebrado há muito tempo, dando oportunidade das novas gerações conhecerem e se identificarem com a história, se orgulhando de compartilhar do meio social, e da cultura local. REFERÊNCIAS ADILSON,

Filho José.

A Cidade

Atravessada:

Velhos e Novos Cenários

belojardinense. Recife. Editora: Comunigraf 2009; ADILSON, Filho José. Os Caminhos de Clio. Interfaces de Saberes vol.1 jan/jul. João Pessoa: ideal 2001; BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. 3ª edição. São Paulo. Companhia das Letras 1994;

BOSI, Ecléa. O Tempo Vivo da Memória: Ensaios de Psicologia Social. São Paulo. Ateliê editorial, 2003; BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a revolução Francesa da historiografia. Tradução Nilo Odalia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. DELGADO, Lucília de Almeida Neves. História Oral, Memória, tempo, Identidade. 2ª Edição. Belo Horizonte. Editora: Autêntica, 2010.

MONTENEGRO, Antônio Torres. História Oral e Memória: A Cultura Popular Revisitada. 3ª edição. São Paulo. Editora: Contexto, 1994; HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. 6ª Edição. Tradução: Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder São Paulo. Editora Paz e Terra, 1995;

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2ª Edição. Belo Horizonte. Editora: Autêntica, 2005; SILVA, Cristiano Cezar Gomes da. Entre a história e a literatura:as múltiplasletras, os múltiplos tempos, os múltiplos olhares em Graciliano Ramos. Fênix- Revista de História e Estudos Culturais, n.04, out/Nov/dez. 2007; VEYNE, Paul. Como se Escreve a História, e Foucault Revoluciona a História. 4ª ed. Tradução: Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp. Brasília Editora de UnB, 1998. ENTREVISTAS: Creuza Marcolino Cordeiro da Silva professora e uma das atrizes do antigo Teatro Dom Adelino; entrevista realizada no dia 14/07/2010 Francisco Alves Santana “Chico Candido” 106 anos, morador mais velho da cidade realizada no dia 06/07/2010; Josefa Gessina de Santana, esposa do Sr. Francisco Alves Santana “Chico Candido” realizada no dia 06/07/2010;

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A MUSICALIDADE NEGRA TRADUZIDA PELO SAMBA DE COCO E RAÍZES DE ARCOVERDE Iris Daniele Marcolino da Silva Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru – FAFICA/ Bolsista de Iniciação Cientifica do Núcleo de Pesquisa NUPESQ

RESUMO Neste artigo abordaremos o contexto histórico do grupo samba de Coco e Raízes de Arcoverde, contextualizando com as semelhanças encontradas na relação: musicalidade negra, e Coco. Onde é notável e perceptível uma conexão história que vem ultrapassando o tempo, onde os negros e os índios foram formadores os primeiros estruturantes das conjunturas de elementos sonoros/corporais da cultura do coco. Hoje sendo cultura referência da cidade de Arcoverde-PE, onde por sua vez foi formado o polo cultural do Samba de Coco e Raízes de Arcoverde

Palavras-chave:Identidade - Coco Raízes – Arco Verde- Musicalidade I. INTRODUÇÃO No início da década de 20 do século XX, Mario de Andrade iniciou uma viajem por três estados do Nordeste brasileiro, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Em Pernambuco essa viagem tinha o objetivo de pesquisar as manifestações culturais e folclóricas na cidade de Arcoverde, onde o samba de coco manifestava-se de forma sutil na décade de 20. Ele mesmo denominou de Viajem Etnográfica20, que tinha como objetivo: observar de perto as manifestações folclóricas populares das regiões do Nordeste, entre elas as danças e as músicas, já que viera ao Nordeste para fundamentar as suas pesquisas, sobre a constelação cultural Brasileira, na qual Mario de Andrade tivera tamanha preocupação em não deixar esquecer as representações culturais de cada região, preservando suas características raiz, tendo a necessidade de arquivar todo o movimento que a cultura estava fazendo naquele momento. Mas a musicalidade sempre foi responsável por transmitir várias linguagens, dinâmicas vivenciadas pelo povo que a transmite e que a produz. A música movimenta todo um universo. Os elementos que compõe a cultura são sempre repletos de significados, entre outros, demonstram: formas de vidas; idéias; fé; tradição, alegria e tristeza. Na cidade de Arcoverde destacou-se com grande força o grupo: Samba de Cocoe Raízes de Arcoverde o mais famoso da cidade e também o mais antigo, tendo o seu inicio no ano de 1992 pelo o grande coquista Lula Calixto. “ O Coco e Raízes o inicio dele foi em 1992 através de Lula Calixto vendendo uns doces naqueles tabuleiros simples...” (Assis Calixto em entrevista) A cultura do coco exala respeito, e história, pois a sua batida, letras e dança envolvem todo um contexto de fascínios, que ao longo do tempo foi compondo a identidade, que reúne a ancestralidade e a tradição conservada durante muito tempo e que transcorre até os dias de hoje, preservando a memória dos mestres ícones do coco. 20

Marcelo Burgos P. dos Santos é mestre em Ciência Política pela PUC-SP, e desenvolveu uma pesquisa sobre : O Turista Aprendiz: breves notas e observações sobre a viagem de formação de Mário de Andrade.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE A conexão estabelecida entre tempo e cultura, possui consideráveis relevâncias, no que diz respeito à história de uma tradição que se tornou raiz de vários povos e hoje encanta e fascina, tornando-se patrimônio cultural da cidade de Arcoverde. Nesse estudo buscamos focalizar a história da musicalidade negra no grupo: Coco e Raízes de Arcoverde, e conhecer um pouco da mensagem cultural da dança do coco, que abarca a grandeza da linguagem musical vivenciada pelos negros e que possui tamanha riqueza simbólica na historicidade relatada por quem vive desde muito tempoo coco.

II. ANCESTRALIDADE E CULTURA NEGRA NO COCO E RAÍZES DE ARCO VERDE A pesquisa foi realizada com o Grupo Cultural Coco e Raízes de Arcoverde, localizado na cidade de Arco Verde ha 252 km do Recife, capital do estado de Pernambuco e a 131 km de Caruaru-PE. Arco Verde situando-se na microrregião do Sertão do Moxotó; conforme a estimativa feita pelo IBGE21 no senso de 2010 os indicativos mostram que Arcoverde encontrava-se com uma população de 68.793 mil habitantes, com uma densidade demográfica de 196,05 hab/km² e uma área territorial de 350,899 km². A cidade de Arcoverde já foi possuidora de várias nomenclaturas entre elas Olhos d’água dos Bredos, e também Rio Branco. A cidade surgiu com as fazendas: Bredos e Olhos d’água, que pertenciam a João Nepomuceno de Siqueira Melo e Manoel Pacheco do Couto. Mas em 1865, Leonardo Couto, filho de Manoel Pacheco do Couto, criou o povoado de Olho d’Água dos Bredos, quando doou terras e construiu a capela de Nossa Senhora do Livramento. Em 1909, Olho d’Água dos Bredos passou a ser chamada de Rio Branco, por conta da criação da agência postal e a inauguração da Estrada de Ferro ligando-o à Capital do Estado e, por ultimo, teve o nome mudado para Arcoverde, em 1943, em homenagem a D. Joaquim de Albuquerque Cavalcanti Arcoverde, nascido no lugar e o primeiro Cardeal da América Latina (IBGE, 2010). E a cultura local cultiva o mito fundador, como em um despertar constante de si mesmo. “Um mito fundador é aquele que não cessa de encontrar novos meios para exprimir-se, novas linguagens, novos valores e ideias, de tal modo que, quanto mais parece ser outra coisa, tanto mais é a repetição de si mesmo.”(CHAUÍ,2006.p.9) A grandeza de seu inicio se estende pelo tempo a fora, com o único intuito: durar a vida toda. “... A fundação visa a algo tido como perene (quase eterno) que traveja e sustenta o curso temporal e lhe dá sentido. A fundação pretende situar-se além do tempo, fora da história, num presente que não cessa nunca sob a multiplicidade de formas ou aspectos que pode tomar.” (CHAUÍ,2006.p.9 e 10)

O mito fundador só permanece no contexto histórico da cultura. Os antecedentes históricos do conceito de cultura remontam ao século XVIII e no princípio do seguinte, o termo germânico Kulturera utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilizationreferia-se principalmente às realizações materiais de um povo. De acordo com Laraia (1989) ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo o complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. De acordo com Laraia, com esta definição Tylor abrangia em uma só palavra todos as possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o caráter de 21

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2010.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE aprendizagem da cultura em oposição à ideia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos. Localizado no Alto do Cruzeiro que é um bairro simples da cidade, é nítido na dança do grupo as características do samba e do xaxado. O Coco e Raízes de Arco Verde, em 2005 fez uma turnê em cinco países, difundindo a cultura do coco por entre: França; Bélgica; Itália; Noruega e Alemanha, transmitindo assim a sua forte energia que é composta por história e trupé, ritmo forte e delimitado, que envolve os movimentos dos dançarinos conforme a marcação que é feita pelos tocadores que, na realidade se comunicam na maioria das vezes entre: ganzá, bombos, zabumbas, caracaxás, pandeiros e cuícas. Reunindo pessoas que ao ouvir a alegria da festa que o coco faz, são logo convidadas para entrar na roda. Hoje a cidade de Arcoverde possui um grande pólo cultural do samba de coco, cultura essa que foi difundida desde 1952 que se movimenta por todo o tempo fortalecendo-se e chamando atenção por sua tamanha grandeza histórica. Assim o Coco e Raízes de Arco verde vão imprimindo identidade, contribuindo com identificações num exercício permanente de afirmação ancestral e resignificação, onde “A memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa, de um grupo em sua reconstrução de si”. (POLAK,1992)

III. REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO Levando em conta o objetivo do presente estudo que visa analisar e registrar a história e observar como se comporta o grupo na contemporaneidade, realizamos os seguintes procedimentos de investigação: Levantamento de dados: Inicialmente pretende-se fazer através da pesquisa bibliográfica uma contextualização com a realidade do objeto de estudo, para dai então fundamentar uma temática-alvo para ser desenvolvida sobre o grupo Samba de Coco e Raízes de Arcoverde; Entrevista: A realização de entrevistas ocorreu do dia 01/06/12 ao dia 03/06/12 onde foram ouvidas X pessoas, totalizando 15 horas; Análise de dados: as entrevistas foram transcritas e analisadas juntamente com as informações coletadas, foi feita uma arqueologia das entrevistas que resultou em um melhor potencial de informações, pois partiu de um contado direto, onde foi possível identificar questões referentes à dinâmica do grupo na atualidade. A música é uma forte ferramenta de expressão, na qual exterioriza as características históricas de um grupo demonstrando cultura e identidade. O som, o ritmo, a letra, a dança são demonstrações, são sentimentos musicados. Esse percurso musical torna-se forte pela influencia que ganha para si, quando em sua roupagem consegue unir o coletivo, construir derivações de sentidos e assim, a aproximação das pessoas. O músico une em si, história e arte. Conjuga sentidos, e nesse mesmo movimento consegue tocar o outro com a sua profundidade e simbologia. As suas composições, as palavras contidas, os trocadilhos e brincadeiras, demonstram de forma poética uma releitura da realidade, vista pelo olhar delicado e cauteloso do artista. Visita com vivacidade e força profunda um passado, que relembra a dor, a tristeza o cansaço e amargo gosto de quem sofreu. A saudade, o sentido da família, á identidade incontida a crueldade lançada sobre um povo. O significado da musicalidade vai muito além do que a letra simplesmente lida, ou acompanhada. A música consegue prender em si, sentidos; símbolos; eu’s vida e morte. Mesmo não voltando ao dia exato historicamente falando, a música na sua empreitada de releituras consegue recontar um tempo de forma, que a ser cantada faz o tempo passado tornar-se presente, trazendo-o mais próximo e o ressignificando. Os sentimentos de outrora 51


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE e todo um contexto de vivencias, conseguem ser manifestados de forma multifacetada, em uma época presente. A música é um dos elementos constitutivos de identificação e pode ser reveladoras de vínculos de identidade. A identidade é um conceito multidimensional, podendo ser abordado na perspectiva pessoal e social, ou seja, individual e coletiva. O significado de identidade pessoal, na dimensão do senso comum, está compreendido como a identificação dos sujeitos enquanto expressão de sua individualidade, na dimensão social relaciona-se com processos efetivamente políticos de afirmação e ressignificação das diferenças, geralmente entendidas por contraste e oposição. (SILVA, 2010.p.167) Na música observamos que, a mensagem musicada é um jogo de representações que semelhantemente se iguala às vivencias de um povo ou grupo, que assemelham o que escutam naquele ritmo da dança, a todo um conjunto de familiaridades, de aceitações e de não aceitações. As danças são movimentos compassados de alegria e descontração, um espaço onde os indivíduos se envolvem em meio a um mundo coletivo, sendo ao mesmo tempo um mundo de subjetividades tornado também particularizado e individualizado pelo coletivo. A dança também pode ser executada em forma de ritual, onde os indivíduos transcendem o plano humano e terreno, e passam por outras conexões, podendo ser elas a conexão com o divino e outras entidades cultuadas, que variam de cultura para cultura. O comportamento das danças para o negro é rico em significados, não esquecendo que a dança foco deste artigo é o coco, que se enquadra a uma dança dinâmica e feliz. Sendo assim, As danças que estamos falando são ritmadas, coletivas, agitadas e divertidas. Oferecem oportunidades de contato e apoio corporal entre os dançadores e o público. Os movimentos vivenciados nestas danças são comuns a todos e ao mesmo tempo proporcionam possibilidade de variação pessoal. O canto e o instrumento são introduzidos como parte do movimento. Com esta prática pretende-se descontrair, no sentido literal de tirar a contração, estabelecer relações interpessoais e de grupo e, ainda, ampliar o conteúdo cultural da prática artística. (SILVA, Vivian Parreira & CARDOSO, Mariela Pinheiro.2007.p.03) É clara a complexidade observada a partir do interior das sensações de um individuo, que vivencia a relação de não aceitação do corpo, por toda uma historia de dominação e subordinação dos sujeitos entre elites dominantes e dominados. Sendo assim inicia-se uma diáspora entre as conjunções pessoais enraizadas pelo quadro familiar de tradição e cultura, e o meio tendenciosamente opositor contraditório conflitante “O mundo do branco” que emana conjecturas ainda ditatoriais em relação à multiculturalização e mestiçagem tencionando cada vez mais a construção das referencias que são estruturantes para a construção identitária do negro, que passa pelo processo de aceitação e ressignificação. Já que a força, o brado, a voz e o discurso são constituídos através “de” e “a partir de”, esse individuo precisa formular o seu próprio discurso embasando-se em fatores históricos socioculturais que tornam sua emancipação pessoal mais fácil e consegue assim facilitar o processo evolutivo do fortalecimento de sua identidade. A partir dai consegue imprimir as suas impressões e tornase crítico, autônomo de si mesmo. Todas as influências, observadas são relevantes no processo de caracterização do discurso. Citando Neuza Santos Souza no livro: Tornar-se Negro no qual inicia o seu afirmando que: “Uma das formas de exercer autonomia é possuir um discurso sobre si mesmo” (SOUZA, 1990, p.17) onde também evidencia o interesse pelo conhecimento de si mesmo, ou seja, valorização de si, olhar para si, com menos apego as 52


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE fixações dos outros, ao olhar do outro. Não permitindo a partir daí o embasamento importuno que os preconceitos no geral podem suscitar. Concluímos que o processo cultural identitário do sujeito ocorre a partir de uma constante construção, que reúne em si passado, presente e futuro, fomentando cada vez mais novas caracterizações e influencias para si, atenuando a hibridez da sua característica primeira; cito Hall que afirma: As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas também de símbolos e representações. Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmo. [...] Esses sentidos estão contidos nas histórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. (HALL.2011.p.51) O corpo é parte sensível, que percebe o mundo e dialoga com ele. O corpo humano afetivo e dinâmico, instável e próprio. Conhece suas possibilidades, assim como suas limitações. (SILVA, Vivian Parreira & CARDOSO,2007) O corpo é possibilitado a todo um dinamismo, que é observado na dança que também é proporcionado pela mesma. A dança é uma expressão corporal de movimentos produzidos pelo corpo, captada através do ritmo percebido e sentido, que comunica-se com diversos instrumentos podendo ser eles de cordas ou de percussão. A dança acentua a liberdade, promove a leveza, o desprendimento e interação. Une-se com a forma pessoal de cada dançarino ou participante, que no contexto corpóreo faz envolver um “todo coletivo” que unidos e embalados pela música, ritmo e também pela conjuntura de significados consegue unificar, igualar musicalmente, colocando os indivíduos envolvidos por ela em linhas lineares que resultam momentaneamente em um encontro de várias pessoas que, juntas, aproveitam um momento que passa a pertencer a eles mesmos, pois todos os símbolos visíveis se encontram com a subjetividade de cada um, reunindo tempo e espaço. Conectando toda a história e seus compostos, em seus novos personagens do presente. O corpo é uma imensurável estrutura que atrai para si olhares, que aprofunda e reestrutura valores e fomenta a curiosidade, já que podemos dizer que o corpo é a casa da identidade, pois a identidade também está no corpo. Pois a dança possui todo um anexo de sensualidades, não sendo necessariamente sexualizada. Sendo assim, A percepção corporal necessária para o bailarino de dança-afro não deve estar descolado da razão histórica pelas quais se justificam tanto o ritmo quanto a musicalidade, utilizadas pela cultura afro-brasileira em suas manifestações. Esta corporeidade exige dos bailarinos uma aceitação do seu corpo, do corpo do outro e de suas raízes africanas para ser fiel ao que a dança-afro brasileira se propõe: provocar a emoção e reconhecimento histórico. (SILVEIRA, Roberto Cardoso; SILVEIRA, Íris Camargo & PAZ, Ariane, 2011.p.9) A imagem visualizada pelo negro em seu espelho multifacetado de histórias e instrumentos, que interagem juntos na descoberta infinda do reconhecer-se e sentir-se, descobrir-se e aceitar-se. A parte que se vê é o reflexo que uma diversidade de fatores sócio culturais, que envolve o tempo e a sua própria subjetividade. A dança afro-descente torna-se rica pela sua imensidade histórica, que proporciona cada vez mais reconhecimento e conscientização. A música possui uma abordagem descontraída onde observa-se muitas expressões, dentre elas a de identificação e contentamento. Pois a música agrega em sua estrutura de letras elementos oníricos e psicológicos que colocam e envolvem os participantes em um grande encontro, em um único movimento, onde o perceptível é conectado a toda uma energia que é transmitida pelos participantes, incluindo os sons dos 53


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE instrumentos, os movimentos corporais e as vozes unidas em uma harmonia formando uma sintonia para esta dança. Que fortalece a cultura- afro e introduz cada vez mais os negros em uma atividade de reconhecimento de si mesmos e da sua cultura raiz, assumindo sua negritude e relevância histórico social. Trazendo a fala de Carlos Sandroni etnomusicólogo, músico e compositor onde ele declara para a equipe do Diário de Pernambuco22 em 2013 a importância das pesquisas e ao término das mesmas, a devolução desse material para o objeto estudado, para uma preservação da história, pois: “Ajuda a devolver um pouco da memória das pessoas, e dessa forma reativar algumas coisas já esquecidas", avalia Sandroni. A aceitação das danças de inspiração africana no Brasil comumente ocorrem com a legitimação social da Umbanda, religião de matriz africana com influência do Kardecismo, contribuindo com a fixação e a valorização de raízes da mestiçagem projetadas no país. Deste modo, as danças dos terreiros de Candomblé, comuns em Salvador - BA, desde os tempos pós-abolição passam a ter espaço na sociedade brasileira, difundindo-se, primeiramente pelo Rio de Janeiro e chegando a São Paulo com migração nordestina. (SILVEIRA, Roberto Cardoso; SILVEIRA, Íris Camargo & PAZ, Ariane, 2011.p.10)

IV. OS ELEMENTOS SONOROS DO COCO E RAÍSES DE ARCOVERDE O som, a música, o bater forte do tamanco de madeira no chão com o seu toré, dá autonomia sonora a musicalidade transmitida pelo grupo Coco e Raízes. Formam juntos uma dinamicidade reunindo em si, a história que faz ponte direta com a vida dos antepassados do coco. A música tem o poder de reunir os tempos, formular através do sonho e da imaginação e de toda uma criatividade uma nova forma que embora a realidade seja desanimadora o sonho de um futuro melhor emana para o presente, esperança e força. Fazendo juras de amor simploriamente, poetizando toda a realidade e personalizando o “coco” dançado e vivido pelo grupo. O Coco e Raízes de Arcoverde com sua unicidade, que se dá na sua personificação de toda uma cultura, que através do tempo resiguinificou-se e a partir da interação foram reunidos fatores e características do “hoje” dessas pessoas que fazem nessa contemporaneidade o momento atual do grupo. Foi se produzindo uma forte tradição, na qual as pessoas do grupo transmitiam para a geração atual a cultura cultivada pelos Calixtos, onde existe uma missão que é reproduzir e transmitir a cultura coquista de geração pra geração. É observado uma facilidade munida de simplicidade, pois o coco surge em uma brincadeira, de quebra coco, os escravos dançavam coco para repelir toda dor que sentiam no decorrer do dia. A dança faz demonstrações de vivacidade, os dançarinos se tornam instrumentos e porta voz da história passada dos cocos primeiros. A brincadeira também é de índio e é identificada facilmente no movimento que a dança do coco faz. O coco cirandado é a forma de dançar em

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A trilha sobre o mapeamento etnográfico de Mário de Andrade foi também tema de uma reportagem do Jornal Pernambucano Diário de Pernambuco Pesquisadores refazem missão do modernista catalogando registros sonoros folclóricos de PE e da PB, onde é observado várias manifestações de cultura popular, onde á décadas se faz necessário a preservação dos dados das pesquisas. No entanto, em 2003 alguns pesquisadores da UFPE do departamento de musicologia entraram em missão em duas cidades, nas quais foram também as duas únicas visitadas por Mário de Andrade em 1938. Ou seja, a ideia dos pesquisadores é refazer o trajeto nas cidades de Tacaratu e Arcoverde, para reavaliar o estado atual das culturas do coco e aboiadores. Estando hoje extintos o aboiadores, e o Coco Raízes tornou-se referencia Nacional da cultura do coco Brasileira, registrando sua cultura também internacionalmente. (Michelle de Assumpção - da equipe jornalística do Diário de Pernambuco).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE dupla ou em um grupo de mais pessoas; em entrevista ao grupo foi identificado diversas semelhanças entre os índios e escravos negros, onde ainda hoje não se sabe ao certo quem começou a dançar o coco. É forte a forma com que o grupo se comporta, ao dançar reúne em momentos singelos significados históricos que fazem parte de toda uma viajem ao tempo. O inicio do Coco e Raízes de Arcoverde originalmente foi em 1992 a partir do grande coquista: Luis Calixto (Lula), que com toda a sua doçura vendia doces de tabuleiro pelas ruas de Arcoverde, mas trazia consigo sempre uns pífanos e sempre acabava fazendo umas emboladas, e logo em seguida tocava um pouco de coco. Foi aí, que começou a chamar atenção: esse homem alegre e simples que encantava de criança a adulto, com a sua música criativa e alegre que parecia mais uma brincadeira, isso foi um forte atrativo para a iniciação do Coco e Raízes e para o resgate da cultura do coco na cidade. Então toda essa brincadeira de Calixto, chamou o olhar curioso da Recifense Maria Mélia que acabou encantando-se pela dança do coco, e dai por diante começou um forte elo entre Lula Calixto e Maria Mélia, ela por sua vez foi até o Recife com o intuito de estender e aprofundar essa manifestação cultural dando-lhe mais condições e aproximando-a mais das pessoas. Então trouxe da Capital Pernambucana: um surdo que é um instrumento de som grande, muito utilizado em escolas de samba, e sua produção pode ser tanto de madeira como também de metal, esse instrumento geralmente é utilizado para marcar a marcha; também trouxe um pandeiro, característico do samba, que por sua vez no coco mistura-se com o Pife; trouxe um triangulo é metálico utilizado para marcar os passos e acetinar a batida forte do surdo que também está presente no forró e no samba; e para finalizar trouxe um ganzá que é um instrumento de percussão considerado um chocalho que ao ser agitado transmite um som de balancê, e com o tempo foi incluso no conjunto de instrumentos utilizados pelo coco Raízes de Arcoverde. Os tamancos de madeira utilizados pelos dançadores do coco que surgiu do tempo que as pessoas faziam a mazuca (preparação do barro para as casas de taipa), acabavam usando um sapato de madeira para amassar o barro comenta Francisco de Assis em entrevista a um blogger23 de Arcoverde-PE. Mas ainda assim, o coco na cidade já havia sido iniciado com a família Lopes e a família Gomes, que foram o porta voz nessas circunstancias primeiras, e com muita ênfase enalteço o grande Ivo Lopes que já movimentava a dança do coco na cidade. Com o seu falecimento a cultura fora silenciada desde 1987, porém no ano de 1992 o Samba de Coco e Raízes foi formado oficialmente e também, foi estabelecido o resgate por Lula Calixto e os demais dançadores do coco e componentes do Coco e Raízes de Arcoverde. Lula Calixto propagava o coco em forma de oficinas, onde utilizava as escolas como alvo, principalmente os jovens e crianças, e assim foi obtendo admiradores e cada vez mais pessoas se interessavam pela dança pois nessas oficinas também era ensinado a dançar coco. Lula Calixto morre em 1999, deixando enraizado o seu sonho tão especial que foi por muitos anos até a sua morte a cultura do Coco e Raízes. Em todo o movimento da dança é observável uma sincronia de elementos que reúnem reinvindicações, porque o bater dos pés no chão da mazurca e do trupé24 vem da auto afirmação, que está totalmente em ligação com o seu próprio reconhecimento, é a força que vem dos pés dos dançarinos do coco. Há diferenças marcantes entre a poesia dos cocos apenas cantados e a daqueles encontrados na dança. (AYALA, 2000.p.31) A poesia 23

Disponível em:<http://arcoverdeecia.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html>. Acesso em 18 jun 12 ás 23h25min. 24 “Antigamente a dança era conhecida como mazuca, mas a trupe foi criado a partir dos tamancos (...) geralmente o coco feito aqui em Arcoverde era tocado apenas com um Ganzá, feito com lata de leite ninho, com pedras ou caroços de milho dentro. Era um instrumento só, para se dançar a noite toda. O grupo Raízes hoje já usa surdo, o triângulo, o padeiro, o ganzá e o trupe, que é um instrumento (...) Quando surgiu o coco no nosso Brasil , era com maracá de índio (instrumento indígena em forma de chocalho), já que o coco também tem muito da coreografia indígena. Já no litoral se usa mais a alfaia, mais instrumentos e uma dança totalmente diferente, é uma dança mais solta, com menos pisada, e dançada mais em compasso. Aqui no sertão temos coco trocado e de lenço entre outras. Assis Calisto”. (BARRETO, 2008, pág.44)

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE encontrada no coco é uma poesia que volve um enredo, que inclui o Puxador, pessoa que puxa o coco, e ao mesmo tempo chama o restante do grupo que por sua vez fica responsável pelo coro e refrão, partes da música que são repetidas várias vezes. O ritmo dos dançadores de coco possui semelhanças vindas dos escravos quando em suas senzalas presos por correntes em seus pés não podiam dançar de forma livre e dinâmica, apenas arrastando os pés descalços ou calçados por chinelos de couros de animais confeccionados por eles mesmos, por isso, a dança atual do coco é variada, isso decorre de suas fortes influencias que variam de região para região. No caso dos índios é observável também o passo não dinâmico que se assemelha ao toré, quando na dança os índios fazem marcações apenas de um passo só. A dança no coco está sempre relacionada à alegria e a dor, coragem, amor, e felicidade formando um tipo de poesia do corpo; as composições do Raízes remete ao cotidiano do homem Sertanejo, as suas dificuldades e suas paixões que com a musicalidade do coco e dos seus passos conseguem vivificar sempre o que oralmente é pronunciado. A aproximação do imaginário com o real é uma ligação original e autentica do grupo, que retrata de forma simplória todo um percurso pelo mundo dos sentimentos e o das obrigações estando em foco também fortes relatos de trabalho duro, todas essas características juntas modificam o sentido metamorfoseado do coco a cada momento, sendo assim parte de um processo de inacabamento que sucumbe ainda vários mistérios. Quando se busca o entendimento do que é a brincadeira do coco por intermédio de seus cantadores e dançadores, vão surgindo peças de um grande quebra-cabeças que revelam, entre fios da memória, a maneira como constroem a sua história , vinculada intimamente com as suas vidas, com a sua história de seus versos, de seus cantos, de seus passos. Com a convivência acentuada, vai se revelando a história oculta de um coco ou outro, o que motivou sua criação, quem fez os versos, quem escolheu a melodia. (AYALA, 2000.p.240) Os fragmentos da musicalidade negra do coco em sua história se mostram de forma imortal, fazendo permanecer viva a história de grandes dançadores coquistas e também pelos relatos de casos vivenciados pelos antigos, que de forma híbrida permanecem percorrendo o tempo. Em meio a tantas dificuldades vivenciadas pelos grupos de cultura popular especificamente do coco, são relatadas diversas situações onde a cultura é desvalorizada, mesmo sendo forte polo turístico da cidade de Arcoverde que é ao mesmo tempo propulsor turístico da mesma. Assis Calixto em entrevista faz declarações de como o Samba de Coco e Raízes de Arcoverde tem se comportado em relação a comunidade e a difusão da cultura para os jovens e o todo no geral. “ A dificuldade do grupo é o reconhecimento que não tem. E na própria cidade nossa, não tem esse reconhecimento, como é uma cultura que está representando a cidade. É a verdade. A gente tá no mundo pra falar a verdade, não adianta cobrir o sol com a peneira. Então eu digo, tem ajuda tem. A prefeitura ajuda. Mas não é a ajuda necessária. E não é a ajuda financeira, mas o reconhecimento. Assistir os ensaios... a comunidade participa pouco. Temos aqui os ensaios na sexta-feira a noite aberto a todo mundo que quiser vir, aprender a dançar. A gente tema vontade de ensinar. Não só no ensaio, mas qualquer dia se chegar pessoas que quer aprender. A gente tá aqui pra ensinar. Não se cobra nada.” É notória a simplicidade, o interesse e a disposição do Seu Assis, no entanto o grupo tem passado por sérias dificuldades pois os oito integrantes do grupo que são todos familiares e têm o grupo musical como forma de sobrevivência, para assim obter uma renda fixa ou em alguns casos uma renda extra.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE No alto do Cruzeiro também está localizado o Ponto de Cultura do Samba de Coco e Raízes de Arcoverde25, onde se localizava a casa de Lula Calixto que desde 1999 com o seu falecimento, permaneceu como museu do Coco e Raízes de Arcoverde e assim permanece até os dias de hoje. Mesmo com grande repercussão desde 1996, ano em que houve de fato um maior conhecimento massivo do Raízes, o grupo continua mesmo com condições mínimas, pois a emancipação do grupo de fato ocorre pela parceria de ONG’s, Cooperativas de Cultura e pelo apoio dos colaboradores do governo Federal, Municipal e Estadual sendo alguns deles : Ministério da Cultura, e Fundação Nacional de Artes(Funarte). Por ser um grupo de pessoas de pouca instrução escolar, sendo a grande maioria dos componentes no máximo portadora do ensino fundamental II incompleto, a segurança do grupo em relação às condições postas pelas pessoas que assumem os cargos de produtor e empresário fica fragilizada; já houve inúmeros casos onde grandes quantias das verbas recebidas como patrocínios, ajudas e pagamentos de shows foram diminuídas, o que resultou em muitos prejuízos e hoje a situação do grupo, relacionada aos desvios de investimentos, vem gerando muitas dificuldades, principalmente financeiras, que acarretam outras complicações pois, como havia citado, acima, o Coco e Raízes é fonte de renda para 98% do grupo. Hoje o grupo se encontra sem produtor e sem empresário, o que resulta numa diminuição de contatos para produções e shows, palestras etc...

CONSIDERAÇÕES FINAIS Pretendi com esta pesquisa registrar e observar como se dava a cultura do coco na cidade de Arcoverde-PE especificamente em um grupo determinado: o Samba de Coco e Raízes de Arcoverde. Partindo do pressuposto da musicalidade negra, acerca do Grupo Raízes, fui contextualizando essa relação que é presente na cultura do coco desde o seu inicio, mas onde só fixei-a em um grupo determinante e mais influente que por sua vez fosse o mais antigo da cidade.

REFERÊNCIAS AYALA, Maria Ignez Novais. Os cocos: uma manifestação cultural em três momentos do século XX. In: Estudos avançados, v. 13, n. 35. São Paulo: USP,2000. CHAUI, M.S. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2007. FLANKLIN, R.F. Afrodescendente e identidade em construção. Rio de Janeiro: Pallas, 2004. HALL, Stuart. A identidade cultura na pós-modernidade. 11.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2011. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 11 ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

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O Ponto Cultural do Coco e Raízes de Arcoverde é o ponto de encontro do grupo, onde estar arquivado todo o histórico do Raízes, contendo: fotos; instrumentos; chaveirinhos customizados por Assis Calixto e também os tamancos que utilizados na dança. E São oferecidas também oficinas de dança e artesanato.

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SANTOS, Marcelo Burgos. O turista aprendiz: breves notas e observações sobre a viagem de formação de Mário de Andrade. in: Literatura-artigos. n.6, 2009. São Paulo: PUC,2009. SÁ, Maria Gisele; SANTOS, Sheila Gomes; PAIVA, Carla Conceição da Silva. Samba de Coco: ensaio foto-etnográfico sobre elementos folkcomunicacionais presentes na identidade cultural de Santa Brígida/BA. V Conferência Brasileira de Mídia Cidadã. UNICENTRO, Guarapuava/PR-8 a 10 de outubro de 2009. SILVEIRA, Roberto Cardoso; SILVEIRA, Íris Camargo & PAZ, Ariane. Identidade negra em construção: um estudo sobre o processo de identificação das jovens negras através da dança Afro. XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais: Diversidades (Des)igualdades Salvador: UFBA. Campos de Ondina. 07 a 10 de agosto de 2011. SANTIAGO, Maria Eliete; SILVA, Delma Josefa; SILVA, Claudilene. Educação, Escolarização e Identidade Negra: 10 anos de pesquisa sobre relações raciais no PPGE/UFPE, Recife: Universitária UFPE, 2010. SILVA, Vivian Parreira & CARDOSO, Mariela Pinheiro. Danças populares brasileiras. São Paulo: UFSCar, 2007. SOUZA, Neuza .Santos. Tornar-se Negro. Rio de Janeiro: Graal, 1990.

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EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM OLHAR A PARTIR DO LEVANTAMENTO DA ANPED Jéssica Lucilla Monteiro da Silva UFPE/CAA

Introdução O presente trabalho é parte do projeto de mestrado intitulado “O currículo da formação nos cursos de licenciatura da educação do campo”. Tem como objetivo perceber como vem sendo discutido a Educação do Campo nos trabalhos publicados na ANPED (Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação). Para tanto buscamos os trabalhos que tinham relação com o Objeto de Estudo, a educação do campo, nos seguintes GT´s: GT03 (Movimentos Sociais); GT-06 (Educação Popular). Para este trabalho foram analisados os artigos que tratavam sobre a Educação do Campo do período de 2002 a 2012. A justificativa do tempo estabelecido obedece ao critério de que, em 2002, que foi instituída a Resolução CNE/CEB N° 36/2002 que institui as Diretrizes Operacionais para a Educação do Campo. Assim, consideramos que a partir desse marco legal se intensificou a discussão no âmbito acadêmico sobre a Educação do Campo e suas especificidades. A partir dessas delimitações encontramos um quantitativo total de 140 trabalhos no GT 03 (Movimentos Sociais), sendo que destes apenas 25 dizem respeito à Educação do Campo. Este quantitativo aponta que 17, 8 % das produções do GT03 no período de análise tratam de Educação do Campo. No GT 06 (Educação Popular) há um aumento do quantitativo geral dos trabalhos, somando 157, porém se diminuiu a quantidade de trabalhos que tratavam da Educação do Campo, decrescendo para um total de 08 trabalhos. Este quantitativo (08 trabalhos) representa 5, 09% de toda a produção do GT 06 no período delimitado pela nossa análise. Frente ao número total de publicações (33) apresentadas na ANPED nos últimos 10 anos, passamos a realizar alguns apontamentos qualitativos sobre essas produções. Para tanto nos debruçamos na leitura desses artigos observando: Título; Pressuposto; Problema; Objetivos Geral/específico; Abordagem Teórica; Abordagem Metodológica; e Resultados da Pesquisa. A partir desses indicadores faremos algumas considerações.

TÍTULO Nas leituras realizadas nos 33 artigos que tratavam da Educação do Campo, durante o período delimitado, percebemos que esses títulos ancoram-se em estruturantes gerais que discutem a questão da Educação do campo. Sendo eles, o/a: Contexto Histórico; Cotidiano Escolar; Formação de Professores, Modalidades de Ensino; Movimentos Sociais; Níveis de Ensino; Organização Escolar Específica, Modo de Produção; Pedagogia das Áreas Rurais, Política; População; Práticas Docentes; e Programas. Totalizando assim 14 temas/estruturantes identificadas e numeradas, conforme pode ser visto na tabela 01:

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE TABELA 02 – Caracterização dos Temas e autores sobre Educação do Campo Número 1

Tema/estruturante Contexto histórico Educação do Campo

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Cotidiano Escolar

3

Educ. do Campo e formação de professores

4

Educação do campo e modalidades

5

Educação do Campo e Movimentos Sociais

6

Educação do campo e níveis de ensino Educação do campo e organização escolar específica

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8 9

Educação Popular e realidade camponesa Modo de produção e Educação do Campo

10

Pedagogias das áreas rurais

11

Política e Educação do Campo

12

Populações

13

Prática Educacionais nas áreas rurais

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Programas (PRONERA e escolas famílias agrícolas)

Quantidade/ autor 3 Noeli V. Weschenfelder (27° Reunião/ GT06) Antônio Munarin (31° Reunião/ GT03) Edson M.de Anhaia (34° Reunião/ GT03) 3 Sônia Pereira (29° Reunião/ GT06) Astrogildo Silva Jr; Leonardo D. D. Menezes (32° Reunião/ GT03) Catarina M. da Silva (33° Reunião/ GT03) 2 Sandra R. M. de Araújo (34° Reunião/ GT03) Alda A. V. Mora (35° Reunião/ GT03) 2 Natacha E. Janata [et al] (34° Reunião/ GT03) Patrícia C. de P. Narcóccia (34° Reunião/ GT03) 4 Socorro S. Xavier (29° Reunião/ GT06) M° A. Souza (31° Reunião/ GT03) Rosimere Scalabrin; Ana L. A. de Aragão (34° Reunião/ GT03) Marcos A. de Oliveira (34° Reunião/ GT03) 1 Valdete Coco (34° Reunião/ GT03) 3 Islem C. Silva (34° Reunião/ GT06) Kamila F. Pantel (35° Reunião/ GT03) George Lins (35° Reunião/GT03) 1 M° do S. X. Batista (30° Reunião/ GT06) 3 Antônio I. Andrioli (30° Reunião/ GT03) Adriana D’Agostine (34° Reunião/ GT03) Kelci A. Pereira (34° Reunião/ GT03) 2 Lourdes H. da Silva (28° Reunião/ GT03) Ludimila O. H. Cavalcante (33° Reunião/ GT03) 2 Ludimila O. H. Cavalcante (32° Reunião/ GT03) Sônia B. Beltrame [et al] (33° Reunião/ GT03) 4 Alik Wunder (25° Reunião/ GT06) M° A. de Souza (26° Reunião/ GT03) Sônia M. da S. Araújo (26° Reunião/ GT03) M° A. Berganchi (26° Reunião GT06) 2 Eloíza Dias Neves ( 30° Reunião/ GT06) Chantal Medaets (34° Reunião/ GT03) 1 Alessandro Azevedo (25° Reunião/ GT06)

Para melhor organizar nossas análises pontuamos as demais temáticas (pressupostos/ problema/ objetivos/ abordagem metodológica/ abordagem teórica/ resultado) dentro dos estruturantes que surgiram a partir dos temas/estruturante expostos acima na tabela 02. 60


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Ressaltamos, contudo, que para este trabalho traremos algumas considerações a respeito dos cinco primeiros temáticas/estruturantes. Tendo em vista a amplitude que seria trabalhar com os 14 estruturantes

Alguns elementos de Análises Contexto histórico No que se refere aos trabalhos que versam sobre o tema, Contexto histórico da Educação do Campo, encontramos três. O primeiro de Weschenfelder (2004) intitulado “Uma história de Governamento e de Verdades – Educação Rural no RS (1950-1970)”. O Segundo de Munarin (2008) intitulado “Movimento Nacional de Educação do Campo: uma trajetória em construção”. Por fim o terceiro de Anhaia (2011) que intitula-se “Constituição do Movimento de Educação do Campo: Momento Sociedade-Política”. Os três trabalhos trazem em seu desenvolvimento a discussão da década de 90 pela luta de uma Educação específica e diferenciada. Destaca-se nesses trabalhos a contraposição ao modelo rural tecnicista e a ênfase a discussão advinda dos Movimentos Sociais de uma educação específica e diferenciada. É consenso entre os autores destacar o fato histórico do ENERA (Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária) e da 1° e 2° Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo. Contudo, embora em todos os trabalhos tenham contemplado a luta dos Movimentos Sociais por uma educação específica e diferenciada, no contexto histórico, há especificidades em cada trabalho. Ao desenvolver o seu título cada autor pontuou determinado momento histórico para atender seus objetivos. Por exemplo, Weschenfelder (2004) destaca a década de 50 a 70 focando na educação rural que foi posta ao Rio Grande do Sul. Já Anhaia (2011) intensifica seu trabalho sobre a década de 90 para falar da sociedade civil. Em nossas análises buscamos identificar os pressupostos que ancoravam os 3 trabalhos sobre o contexto histórico da Educação do Campo. Nessa direção identificamos que dos três trabalhos que compõem esse estruturante, apenas dois apresentam seus pressupostos ou hipótese, o trabalho de Weschenfelder (2004), e o de Munarin (2008). Para Weschenfelder (2004), ele justifica a escolha de delimitação cronológica (1950-1970), pois tem a hipótese que nessas décadas haviam uma distinção não só no discurso dicotômico entre rural e urbano, mas nas atividades de aprendizagens dirigidas ao espaço geográfico do rural e urbano no Rio Grande do Sul. Já Munarin (2008) tem como ponto de partida a percepção de que no Brasil existe a construção de um Movimento Nacional pela Educação do Campo. Parte do pressuposto que esse movimento luta pela renovação e pela qualidade pedagógica e política da educação que é ofertada aos povos campesinos Identificamos em nossas análises que os referidos autores não explicitam os seus problemas de pesquisa, contudo todos explicitam os seus objetivos de pesquisa. No trabalho de Weschenfelder (2004) o objetivo foi mostrar o modo como os sujeitos campesinos foram posicionados pelos discursos. Já o trabalho de Munarin (2008) objetivou situar historicamente o nascimento da discussão sobre Educação do Campo, identificando os momentos desta constituição histórica traçando elementos do cotidiano sócio pedagógico. O trabalho de Ainhaia (2011) objetivou compreender a constituição do Movimento Nacional da Educação do Campo “1990”, para tanto analisa este contexto histórico a partir de um recorte que denomina sociedade civil e momento da sociedade política, assim sendo, objetivou especificamente: contextualizar os conceitos acima elencados. No que diz respeito às abordagens teóricas utilizadas nos trabalhos foram encontradas duas abordagens; sendo elas o Marxismo (MUNARIN, 2008; ANHAIA, 2011) e os Estudos Culturais Contemporâneos em diálogo com o pensamento de Foulcaut (WESCHENFELDER, 2004). 61


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Quanto à abordagem metodológica dos trabalhos analisados não encontramos uma delimitação precisa das abordagens, todavia foram encontrados elementos constitutivos dos aspectos metodológicos. Ressaltamos que estes elementos metodológicos foram encontrados apenas nos trabalhos de dois autores, sendo eles: Weschenfelder (2004) e Anhaia (2011). Os aspectos metodológicos são: análise de revista, prescrições, procedimentos e sugestões e conselhos endereçados aos docentes (WESCHENFELDER, 2004). No trabalho de Ainhaia (2011) há uma reflexão sobre o que seria o caminho metodológico da pesquisa. Por fim, No que concerne aos resultados obtidos nas três pesquisas, observamos a coerência em relação aos objetivos traçados. Cotidiano Escolar Foram três os trabalhos que tratavam do cotidiano Escolar na Educação do Campo. O primeiro de Pereira (2006) “A experiência de escolarização de trabalhadores rurais em baturité – Ceará: a construção ou a destituição do direito à educação no campo?”. O segundo de Silva Jr e Meneses (2009) intitulado “Ambiente escolar noturno e seus significados para os jovens estudantes em uma escola no meio rural”. E por fim Silva (2010) com o título “Escolarização no meio rural – juventude e marcas de gênero”. O primeiro (PEREIRA, 2006) trata especificamente das vivências nas práticas educacionais. Já o segundo o segundo e o terceiro (SILVA JR, e MENESES 2009; SILVA, 2010) desenvolvem seus trabalhos sobre o significado do espaço escola para esses jovens. Contudo, Silva (2010) se diferencia ao abordar a questão de gênero na representação ser escola. No que diz respeito aos pressupostos observamos que dos três trabalhos apenas o de Silva (2010) apresenta esse estruturante. O autor cita que está aportado no fato de que a oferta de Educação Básica constitui-se em fenômeno recente no território campesino, haja vista que as áreas rurais de pequenos municípios brasileiros tiveram um processo de escolarização tardio e sexista. Quanto ao problema de pesquisa encontramos nos três trabalhos as indagações que fomentaram na construção os textos. Sendo elas: Afinal, qual o sentido da escola para esse estudante? Qual o ambiente de ensino preferido? (SILVA JR E MENEZES, 2009); Que significados atribuem à escola, considerando a existência dessas vivências? (SILVA, 2010); estamos a construir ou a destituir o direito à educação? (PEREIRA, 2006). A partir dos problemas acima mencionados foram construídos os seguintes objetivos: 1) traçar um perfil dos estudantes de uma escola rural, de período noturno, 2) compreender o significado da escola para esses alunos, 3) registrar o ambiente de ensino predileto. (SILVA JR e MENEZES, 2009); analisar os sentidos da escola para os/as jovens rurais do Distrito Espraiado e fazendas, localizados no município baiano de Palmas de Monte Alto, apresentando as marcas de gênero na sociabilidade das relações cotidianas, bem como o lugar da Educação formal para moças e rapazes (PEREIRA, 2006); analisar como as ressonâncias das “mensagens” que prometem “educação para todos” são experimentadas ou vivenciadas pelos trabalhadores rurais nas suas práticas educacionais e trazer elementos que contribuam para uma compreensão do processo de construção do direito à educação no campo (SILVA, 2010). No que concerne à abordagem teórica observamos que nenhum dos três trabalhos apresenta esse estruturante. Contudo todos contemplaram elementos da abordagem metodológica. Silva Jr e Menezes, (2009) fizeram uso da Abordagem quanti-qualitativa e tiveram como campo a Escola Estadual Artur Bernardes, localizada no Distrito de Amanhece, município de Araguari, MG. Já Silva (2010), utiliza a pesquisa etnográfica na qual a observação participante e os grupos de discussão se constituíram como principais instrumentos de coleta de dados. O processo de análise destes foi feito a partir do método 62


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE documentário de interpretação desenvolvido por Karl Mannheim e adaptado para a pesquisa social empírica por Ralf Bohnsack. Por fim, Pereira (2006) trouxe como campo Baturité, município do Ceará e como procedimentos de coleta de dados a observação, entrevistas com estudantes trabalhadores rurais, conversas informais e dinâmicas com professores das escolas situadas no campo, nesse município. No que respeita aos resultados dos trabalhos apresentados, todos apresentam coerência em relação aos objetivos propostos. Educação do Campo e Formação de Professores A respeito deste estruturante encontramos dois trabalhos. O primeiro de Araújo (2011) intitulado “Formação de educadores do campo: considerações a partir dos cursos de licenciaturas para os monitores das escolas famílias agrícolas” e o segundo de Moura (2012) intitulado “A formação de professores no curso de pedagogia do campo: o Caso da unimontes”. As nossas análises apontam que em ambos os trabalhos o foco é na formação inicial, porém diferenciam-se à medida que o trabalho de Araújo (2011) em seu desenvolvimento traz a formação inicial com o foco nos cursos de licenciatura para formação de monitores que atuam nas Casas Familiares Agrícolas. Já o trabalho de Moura (2012), contempla a formação Inicial em Cursos de Pedagogias de um município baiano. Os trabalhos acima mencionados não apresentam pressupostos nem problemas de pesquisa delimitados, contudo delimitam seus objetivos de pesquisa que são: descrever e refletir sobre os aspectos da formação inicial da EFAS (ARAÚJO, 2011) e analisar se o curso de pedagogia contribui para uma formação diferenciada e condizente com a pedagogia do campo (MOURA, 2012). Em relação à abordagem teórica, apenas um trabalho declara a utilização do materialismo histórico dialético (MOURA, 2012). Ambos os trabalhos apresentam abordagem metodológica. O trabalho de Araújo (2011) utiliza estudo de caso e análise documental. Já o trabalho de Moura (2012) se utiliza do estudo de caso, de natureza qualitativa, tendo utilizado entrevistas e grupo focal. A técnica de análise foi Análise de Conteúdo. No que diz respeito aos resultados dos trabalhos analisados, identificamos a coerência em relação aos objetivos da investigação. Educação do Campo e Modalidades Foram dois os trabalhos que versam sobre esse tema. O de Janata [et al] (2011) intitulado “Reflexões acerca da educação de jovens do campo em Santa Catarina”. Como também de Marccócia (2011) que intitula-se “ Educação do campo e educação especial: interfaces e suas implicações na realidade das escolas públicas do campo”. Ambos desenvolvam seus trabalhos sobre uma modalidade de ensino (educação do Campo), contudo, abordam outras modalidades. No caso de Janata [et al] (2011) trata da modalidade jovens e adultos. Já Marccocia (2011) enfatiza a educação especial. Destes trabalhos apenas um apresenta o pressuposto, o trabalho Marccócia (2011), quando afirma que a educação do campo nasce de práticas coletivas dos movimentos sociais camponeses, que tem uma concepção de campo articulada ao trabalho, cultura e terra e quando afirma que a educação especial deve ser considerada como modalidade de ensino e não mais como ensino diferenciado. Neste sentido, ao autor pressupõe a interface entre educação do campo e a educação especial, tomando como referência a prática social, cultural e econômico do campo assegurando os direitos sociais do alunado da educação especial. Nenhum dos dois trabalhos apresenta o problema de pesquisa, mas delimitam os objetivos de pesquisa. O trabalho de Janata[et al] (2011) apresenta como objetivo retratar e caracterizar a educação dos jovens do campo vinculados ao ensino médio, apresentando um diagnóstico sobre as políticas de escolarização. Por sua vez, o trabalho de Marcoccia (2011) problematiza a realidade dos alunos da educação especial que frequentam as escolas 63


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE públicas do campo, apresentando a discussão acerca das políticas da educação do campo e a sua interface com a educação especial. Os trabalhos não apresentam explicitamente a abordagem teórica adotada nos trabalhos, mas apresentam aspectos da abordagem metodológica. Janata[et al] (2011) apresenta como campo de pesquisa Lages – SC e Campo Belo do Sul – SC. O trabalho de Marcoccia (2011) teve como campo de pesquisa municípios da região metropolitana de Curitiba, fez uso de questionários, entrevistas e teve como sujeitos profissionais que atuam na coordenação da educação do campo e no departamento de educação especial e inclusão educacional da Secretaria de Educação do estado do Paraná. No que tange aos resultados, o trabalho de Marcoccia (2011) apresenta coerência com os objetivos propostos. Educação e Movimentos Sociais A articulação entre Educação do Campo e Movimentos Sociais encontra-se presente através de quatro trabalhos que discute essa relação. Sendo eles: “Os movimentos sociais cultivando uma educação popular Do campo” (XAVIER, 2006); “A pesquisa em educação e movimentos sociais do campo” (SOUZA, 2008); “Movimentos sociais e universidade: o diálogo na construção do conhecimento” (SCALABRIN e ARAGÃO, 2011); “Igreja, educação do campo e seu movimento: elementos para o entendimento de suas origens e sentidos” (OLIVEIRA, 2011). As nossas análises apontam que todos esses trabalhos, ao desenvolvem esse título, trazem a participação dos Movimentos Sociais na construção de uma educação Do e No Campo. Contudo, aparecem especificidades distintas, por exemplo, Xavier (2006) vai discutir a relação Educação do Campo e Movimentos Sociais como possibilidade de uma Educação Popular. Já Souza (2008) faz um levantamento sobre as pesquisas educacionais que tratam dos Movimentos Campesinos. O trabalho de Scalabrin e Araguão (2011) trouxe em seu desenvolvimento a possibilidade do diálogo entre duas instâncias (Universidade e Movimentos Sociais) para o processo formativo dos sujeitos campesinos. Por fim, o trabalho de Oliveira (2011) desenvolve-se trazendo a participação, em especial, dos movimentos religiosos na construção da educação pra as populações campesinas. Dos quatro trabalhos analisados apenas um apresenta pressuposto, que é o trabalho de Oliveira (2011) quando diz que deve haver uma união entre as origens dos atores e a educação do campo na atualidade. Dos trabalhos analisados, apenas um apresenta questões problematizadoras, sendo elas: existem especificidades na educação do campo? Qual a relação da educação do campo com os movimentos sociais? Quais os desafios para implementar a educação do campo? Qual a relação entre educação do campo e educação popular? Todos os trabalhos apresentaram os objetivos das investigações realizadas, sendo eles: explicitar e discutir a relação entre educação popular, movimentos sociais e educação do campo, problematizando sobre o conceito de educação do campo, apontando os desafios para a implementação da mesma (XAVIER, 2006); realizar os estudos investigando os trabalhos relacionados ao MST (SOUZA, 2008); compreender o retorno histórico do movimento social do campo no sudeste do Paraná, destacando a dimensão do diálogo educativo, objetivando especificamente conhecer as ações da educação do campo para compreender o que mudou na universidade a partir do PRONERA (OLIVEIRA, 2011) e elencar elementos da origem dos atores e suas propostas para o campo, definindo os principais momentos da construção do que hoje denominamos educação do campo, identificando seus proponentes para demonstrar a origem dentro das igrejas cristãs, em especial as católicas (SCALABRIN E ARAGÃO, 2011).

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Algumas Considerações Em relação à abordagem teórica, apenas um trabalho apresenta a abordagem teórica definida, sendo ele o trabalho de Xavier (2006) com a abordagem marxista. Quanto à abordagem metodológica, apenas Scalabrin e Aragão (2011) apresentaram alguns aspectos metodológicos. Foram apresentada os procedimentos de coleta de dados: a entrevista, e observação; e os sujeitos de pesquisa: professores da universidade, representantes de Movimentos Sociais (MST, FETAGRI, CPT) . Frente aos trabalhos publicados na ANPED realizamos algumas considerações. A princípio destacamos que a abordagem metodológica dos trabalhos é marcada pela coleta e análise qualitativa de dados, contextualizadas em estudos do tipo caso, participante e etnográfica. Em alguns casos as pesquisas não definem o tipo de estudo, mas trabalham com observações e entrevistas, especialmente. Consideramos que os textos são ricos em imagens da realidade assentamento e da escola de assentamento e/ ou acampamento. Quanto à abordagem teórica, os estudos têm aproximação com uma perspectiva marxista, embora nem sempre as categorias do método e do objeto estejam definidas tal qual solicita a dialética materialista histórica. As áreas de conhecimento que têm presença nas pesquisas são: Sociologia, História e Educação. O conceito movimento social requer uma passagem pela área da Sociologia e da História. Autores como José de Souza Martins, especialmente, e Eric Hobsbawn são mencionados quando se trata de discutir o conceito movimento social. Quanto aos conhecimentos educacionais, tendo em mente que são pesquisas que cuidam de analisar de modo crítico a realidade educacional, de um lado, demonstram como se efetiva a prática educativa e evidenciam quais são as mudanças necessárias à educação do campo. De outro lado, são estudos que demarcam a política educacional e os limites postos à realidade do campo, anunciando possibilidades no que tange às parcerias em desenvolvimento na sociedade, também demarcam os limites das parcerias. Analisamos esses trabalhos a luz dos teóricos que discutem a educação do campo na atualidade, tais como: Arroyo (2009); Caldart (2002), Molina (2006); Fernandes e Molina (2004). Quando defende que o campo enquanto território, é espaço de vida que no seu atendimento educacional demanda uma educação específica e diferenciada. Nas nossas conclusões encontramos que na discussão sobre a educação do Campo a mesma vem trazendo em seu corpo várias bandeiras de lutas por uma educação específica e diferenciada. Apontam também que no aspecto teórico-metodológico prevaleceu nos trabalhos de educação do campo a abordagem marxista o que torna o nosso trabalho uma singularidade tendo em vista que optamos pela lente teórica dos Estudos Pós-Coloniais para discorrer sobre a Educação do Campo. Compreendendo que esta lente teórica nos permite compreender o enunciado da educação do campo como lugar historicamente subalternizado, mas que seus sujeitos, produtores de vida, cultura e conhecimento, vêm demandando uma sociedade outra a parir de práticas decoloniais.

REFERÊNCIAS ANHAIA, Edson Marcos de. Constituição do movimento de educação do campo: momento Sociedade-política. 34° Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ ARAGÃO, Ana Lúcia Assunção; SCALABRIN, Rosemeri. Movimentos sociais e universidade: o diálogo na construção do conhecimento. 34º Reunião, 2011. 65


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE ARAÚJO, Sandra Regina Magalhães de. Formação de educadores do campo: considerações a partir dos cursos de licenciaturas para os monitores das escolas famílias agrícolas. 34° Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ ARROYO, Miguel; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna. (orgs). Por uma educação do campo. Petrópolis RJ: Vozes, 2009. CALDARTE, Roseli S. Por uma educação do Campo traços de uma identidade em construção. In: KOLLING, Edgar Jorge; CERIOLI, Paulo Ricardo; CALDART, Roseli Salete (organizadores). Educação do Campo: identidades e políticas públicas. Brasília: DF, articulação nacional por uma educação do campo, 2002. Coleção por uma educação do campo, n°4. JANATA, Natacha Eugenia; CALDAS, Vanessa Xavier; AWROSKI, Alcione. Reflexões acerca da educação de jovens do campo em Santa Catarina. 34° Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ MARCOCCIA, Patrícia Correia de Paula. Educação do campo e educação especial: interfaces e suas implicações na realidade das escolas públicas do campo. 34° Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ MOLINA, Mônica Castangna. Desafios teóricos e práticos na execução das políticas públicas de Educação do Campo. In: BELTRAME, S; CONTE, S, F; MUNARIN, A; MOURA, Alda Aparecida Vieira. A formação de professores no curso de pedagogia do campo: o Caso da Unimontes. 35º Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ MUNARIN, Antônio. Movimento nacional de educação do campo: uma trajetória em construção. 30° reunião, 2008. Disponível em: http://www.anped.org.br/ OLIVEIRA, Marcos Antônio de. Igreja, educação do campo e seu movimento: elementos para o entendimento de suas origens e sentidos. 34° Reunião, 2011. Disponível em: http://www.anped.org.br/ PEIXER, Z, I. (Org.) Educação do Campo: reflexões e perspectivas. Florianópolis; insular, 2ed, 2011 PERREIRA, Sônia. A experiência de escolarização de trabalhadores rurais Em baturité – Ceará: a construção ou a destituição do Direito à educação no campo?.29° Reunião, 2006. Disponível em: http://www.anped.org.br/ SILVA, Catarina Malheiros da. Escolarização no meio rural – juventude e marcas de gênero. 33° reunião, 2010. Disponível em: http://www.anped.org.br/ SILVA JÚNIOR, Astrogildo Fernandes da; MENEZES, Leonardo Donizette de Deus. Ambiente escolar noturno e seus significados para os jovens estudantes em uma escola no meio rural. 32° Reunião, 2009. Disponível em: http://www.anped.org.br/ SOUZA, Maria Antônia. A pesquisa em educação e movimentos sociais do campo. 31° Reunião, 2008. Disponível em: http://www.anped.org.br/ 66


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE XAVIER, Socorro Silva. Os movimentos sociais cultivando uma educação popular Do campo. 29° Reunião, 2006. Disponível em: http://www.anped.org.br/ WESCHENFELDER, Noeli Valentina. Uma história de governamento e de verdades educação rural no rs (1950-1970). 27° Reunião, 2004. Disponível em: http://www.anped.org.br/

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A CARNAVALIZAÇÃO EM “AVE-MARIA DA ELEIÇÃO” DE LEANDRO GOMES DE BARROS José Nogueira da Silva Licenciatura em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas e Aplicadas do Belo Jardim-PE (2012).

O presente artigo almeja realizar uma análise do poema “Ave-Maria da eleição” do poeta cordelista Leandro Gomes de Barros sob a luz da carnavalização, buscado evidenciar o mundo às avessas, típico da carnavalização bakhtiniana, ironizando personagens da esfera política no contexto da Primeira República, caracterizando a ironiza imposta pelo autor e seu engajamento literário, ou seja, representações que fogem dos padrões da Literatura de Cordel da época, quase toda inspirada nos Romances de Cavalaria, segundo os registros de Camara Cascudo (1984) 26. Leandro Gomes de Barros (1865-1918), poeta paraibano, é considerado como um dos precursores da Literatura de Cordel nordestina, uma vez que foi responsável por uma produção em massa desses livretos para todo o nordeste. Segundo Cascudo27 (1984), ele escreveu cerca de mil folhetos de cordel. Homero Senna, ao fazer a apresentação de sua Antologia, afirma que: “o poeta teria sido dos poucos a viver exclusivamente da venda dos seus ‘romances’” 28. Os primeiros folhetos de Leandro começaram a ser escritos em 1889 e impressos em 1893, a partir daí ele começou a viver exclusivamente das vendas dos seus folhetos, escrevendo-os em sextilhas setissilábicas ou em estrofes com oito ou dez versos, algo peculiar à sua obra, já que a grande maioria dos cordelistas escrevem em sextilhas. Mesmo que tenham surgido panfletos com versos em sextilhas, Maxado (1980), relata o fato dele ser “o primeiro poeta a publicar estórias versadas no Brasil, por volta de 1889, quando já residia em Recife” 29. A respeito disso Ariano Suassuna comenta: “Não creio que se possa afirmar com segurança ter sido Leandro Gomes de Barros o primeiro a escrever folhetos no Nordeste. Foi talvez o primeiro a escrevê-los e publicá-los regularmente” 30. Essa afirmação é coerente com o fato dele ser dono de uma pequena oficina tipográfica, ofício que facilitava a publicação frequente dos seus cordéis.

O delineamento da Carnavalização A teoria da cultura cômica popular na Idade Média e no Renascimento é descrita brevemente por Bakhtin na obra “Problemas na poética de Dostoiévski”31 (2011), mas a versão mais abrangente e inovadora é encontrada na sua tese de doutorado que mais tarde foi por ele revisada e tornou-se; “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o 26

CASCUDO, Luís da Camara. Vaqueiros e Cantadores. São Paulo. Ed. da Universidade de São Paulo,

1984.

27 CASCUDO, Luís da Camara. Vaqueiros e Cantadores. São Paulo. Ed. da Universidade de São Paulo, 1984, p. 314. 28 BARROS, Leandro Gomes de. Antologia – Tomo III. João Pessoa. Universidade Federal da Paraíba, 1977. 29

MAXADO, Franklin. O que é Literatura de Cordel? Rio de Janeiro. Codecri, 1980, p. 92. BARROS, Leandro Gomes de. Antologia – Tomo III. João Pessoa. Universidade Federal da Paraíba, 1977. 30

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BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE contexto de François Rabelais”, nele o autor faz uma análise das obras Gargantua e Pantagruel, escrita pelo Francês François Rabelais (1490-1553), buscando analisar as influências populares que permeiam a sua escrita. Em “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais”, logo na introdução, o autor revela que a finalidade da obra é compreender melhor a influência da cultura popular nas obras de François Rabelais, estabelecendo divisões específicas dessas influências. As múltiplas manifestações dessa cultura podem subdividir-se em três grandes categorias: 1. As formas dos ritos e espetáculos (festejos carnavalescos, obras cômicas representadas nas praças públicas, etc.); 2. Obras cômicas verbais (inclusive as paródicas) de diversa natureza: orais e escritas, em latim ou em língua vulgar; 3. Diversas formas e gêneros do vocabulário familiar e grosseiro (insultos, juramentos, brasões populares, etc.). Essas três categorias que, na sua heterogeneidade, refletem um mesmo aspecto cômico do mundo, estão estreitamente interrelacionadas e combinam-se de diferentes maneiras.32 Na categoria que diz respeito às “formas dos ritos e espetáculos”, Bakhtin dá ênfase aos festejos na praça pública, levando em conta a comunidade do homem medieval como elemento predominante, opondo-se à seriedade clerical e outras demais autoridades do sistema de pensamento feudal coetâneo. Esses festejos são denominados como carnaval, festa que não é necessariamente o período anterior à quaresma festejado em muitos locais pelo mundo. Compreende-se por carnaval uma série de festividades que ocorriam durante diversos momentos no ano, isso na Idade Média e no Renascimento, esses eventos eram sempre associados aos rituais sagrados, e o total dessas festas poderiam chegar a até três meses33. Bakhtin afirma que nos carnavais eram realizadas diversas procissões e celebrações com teor satírico, as quais enchiam as praças durante dias, entre esses festejos ele cita a “‘festa dos tolos’ (festa stultorum) e a ‘festa do asno’; existia também um ‘riso pascal’ (risus paschallis) muito especial e livre, consagrado pela tradição” 34, que em suas comemorações ridicularizavam elementos sagrados da prática Católica Apostólica Romana. Soerenses (2008) relata que a palavra carnaval vem etimologicamente de “Karne ou Karth, ou ‘lugar santo’ (isto é, a comunidade pagã, os deuses e os seus servidores) e de Val (ou Wal) ou ‘morto’, ‘assassinado’” 35. Assim, compreende-se que tais palavras significam “procissão de deuses mortos”, dando-nos a ideia de deuses destronados. Porém, Macedo (2000) considera que “nunca houve no período em questão uma festa denominada ‘carnaval’, e sim um conjunto de festividades semilitúrgicas ou propriamente profanas (...)”, tais 32

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 4. 33 SOERENSEN, Claudiana. O mez da grippe: a babel carnavalizada. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008, p. 67. 34 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 4 35 SOERENSEN, Claudiana. O mez da grippe: a babel carnavalizada. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008, 68.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE atividades dariam origem ao conceito moderno de carnaval, isso após uma série de ressignificações. O período carnavalesco tendeu a ser fixado nos dias imediatamente anteriores à Quaresma. O próprio termo carnaval, segundo alguns, derivaria do estado de espírito permitido nesses momentos de total liberdade, em que ainda era possível comer em abundância: daí carne vale. Para outros, na origem o nome esteve ligado aos carros alegóricos utilizados nos cortejos e jogos: curris navalis. O fato é que, de acordo com o lugar, tais comemorações recebiam designações diferentes, como carnilivari, carnelevarium, carnelevale, carnal, carnestolendas, antruejo36. A respeito da origem da palavra carnaval, Passo (2008) afirma que ela provém do baixo latim carnelevamen, também sendo interpretada como carnis levamen, ou seja, “prazer da carne”. Ele também nos orienta para a existência de controvérsias quanto à origem do carnaval, chegando a fazer menção aos cultos realizados na Roma Antiga para festejar a boa colheita, algo já esperado em uma sociedade predominantemente agrária e supersticiosa. “Outros historiadores apontam a origem do carnaval no Egito, quando homenagens dirigidas à deusa Ísis e ao deus Touro Apis. Nessas homenagens, os ofertantes dançavam numa grande festa e, as pessoas usavam máscaras” 37. Assim, registramos a falta de homogeneidade no conceito da origem do termo “carnaval” e as divergências em relação ao seu surgimento, sabe-se que na Idade Medieval eram festas realizadas em datas comemorativas de deuses pagãos que foram introduzidas no calendário cristão, sendo esses deuses substituídos pelos cânones católicos. A igreja procurou cristianizar tais cerimônias sacrílegas, substituindo-as, em alguns casos, por festas propriamente cristãs. Nada a estranhar que o Natal viesse a ser comemorado no dia 25 de dezembro, em substituição ás Brumalia, e que as Volcanalia fossem absorvidas pela comemoração em homenagem a São João Batista. Quando ao dia 1º de janeiro, em que era celebrada a passagem do ano com festas e mascaradas em homenagem a janus bifronte, os eclesiásticos deslocaram o marco comemorativo do ano novo para o dia da Páscoa. Como a Páscoa é uma festa móvel, já que costuma ser comemorada no domingo seguinte à primeira lua cheia depois do equinócio da primavera, ficava mais difícil qualquer tipo de associação com qualquer festa pagã anterior. De fato, o 1º de janeiro voltou a assinalar o início do ano apenas no século XVI38. Mikhail Bakhtin observou que o carnaval englobava uma série de manifestações populares medievais e renascentistas, embora não seja um fenômeno originalmente literário, é “um espetáculo ritualístico que funde ações e gestos elaborando uma linguagem concreto36 MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/Editora Unesp, 2000, p. 242. 37

PASSO, Sônia Maria Dal. Auto da Compadecida: João Grilo e a carnavalização do sagrado. Juiz de Fora: Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2008, p. 97. 38 MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/ São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/ Editora Unesp, 2000, p. 230.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE sensorial simbólica” 39. Nessas festas, o indivíduo participante abria mão de seus hábitos individuais para fazer parte da coletividade da festa, desprovida da hierarquização do regime feudal. Assim, era como se o sujeito possuísse uma segunda vida, na qual novas relações eram estabelecidas em detrimento dos vínculos existentes na esfera extracarnavalesca. Nesse espetáculo, inexiste palco ou diretor, nele todos são atores, mas no caso, não encenam uma determinada peça, eles vivem a encenação sem barreiras sociais, ideológicas, religiosas, ou outras mais, dá-se o que Bakhtin chama de “mundo às avessas”, nele o extravasamento proporciona uma liberdade utópica em dias não carnavalescos. A segunda grande categoria utilizada por Bakhtin para a delimitação da influência popular em Rabelais foram as “Obras cômicas verbais”, em que o autor evidencia diversas fontes que são classificadas como antigas paródias. Por meio da comicidade encontrada nessas sátiras, identificamos a representação do que ele chama de “concepção carnavalesca do mundo”. Essas obras são escritas em língua vulgar e latina. Nas obras cômicas verbais é possível encontrarmos paródias de hinos, liturgias, evangelhos, orações, testamentos, epitáfios e até mesmo versões paródicas de concílios. “Esse gênero literário quase infinito estava consagrado pela tradição e tolerado em certa medida pela igreja” 40. Um fato curioso nessa tradição é que nela as fronteiras entre as culturas popular e erudita criada conjuntamente com a divisão sistemática das classes sociais, são apagadas, pois mesmo que Bakhtin deixe claro a influência popular em relação à prática dos carnavais, essas festividades eram desfrutadas por integrantes de todos as esferas sociais, inclusive a clerical, que foi a grande responsável pela criação, reprodução e preservação desses textos. Bakhtin menciona textos cômicos antigos, como A ceia de Ciprião (Coena Cypriani), a qual foi uma versão carnavalizada da Bíblia, e Vergiliu Maro Grammaticus, obra que parodiava a gramática latina e a filosofia escolástica. Segundo Bakhtin, essas duas obras, escritas na transição entre a Idade Antiga e a Medieval, inauguram a literatura cômica latina medieval, estendendo sua popularidade até o renascimento41. Macedo (2000), reforça a ideia bakhtiniana de que os clérigos alimentaram a literatura cômica, apropriando-se dessa maneira, de grande parte da herança popular repassada pela oralidade, sendo impossível de ser registrada em um meio no qual o acesso à escrita era restrito à aristocracia e ao clero. Segundo a interpretação de Mikhail Bakhtin, o riso e as práticas carnavalescas a ele associadas foram banidos da esfera oficial, subsistindo nas tradições exteriores à ideologia oficial da Igreja. Trata-se na verdade, de interpretação bastante genérica. O mesmo autor chega a mencionar personagens diretamente vinculados àquela ideologia oficial, como o abade Rabano Mauro no século IX ou o bispo de Sens do século XIII, Pedro de Corbeil, envolvidos com a criação ou a reprodução de textos de cunho carnavalesco 42. O autor supracitado alega que a tese de Bakhtin não deve ser questionada em sua totalidade, porém, alguns aspectos a respeito da cultura popular medieval devem ser reavaliados, um deles é o fato dele ter descrito boa parte dos elementos da cultura popular 39

SOERENSEN, Claudiana. O mez da grippe: a babel carnavalizada. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008, p. 68. 40 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 13. 41 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 12. 42 MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/ São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/ Editora Unesp, 2000, p. 233.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE com base em fontes do final da Idade Média, contudo “nada indica terem os fenômenos culturais permanecido imutáveis no decurso dos séculos” 43. Durante toda a análise Bakhtin utiliza textos do início da Idade Média até o seu final, no entanto atribui-lhes igual valor no que concerne à cultura cômica popular. De acordo com o próprio Macedo (2000), esses detalhes não abalam a importância da análise realizada por Bakhtin, pois toda pesquisa científica está sujeita a novas descobertas e releituras com o passar dos anos. As obras cômicas verbais, segundo Soerensen (2008), estão muita vezes ligadas às tradições populares produzidas e transmitidas oralmente, sendo muitas vezes materializadas em canções goliárdicas e nos fabliaux. Essa literatura exerceu forte influência em obras como “Decameron, de Boccacio (1349-51), em Contos da Cantuaria, de Chaucer (1386-7-1400) e em O elogio da loucura, de Erasmo de Rotterdã (1508)”.44 A terceira subdivisão é o “vocabulário familiar e grosseiro”, assimilado nas festas carnavalescas, que rompem com a ordem “oficial” da época, trazendo à tona uma visão carnavalesca do mundo, além do mais, essas grosserias eram proferidas não só entre os participantes dos carnavais, mas também às divindades, ultrapassando o aspecto degradativo, ganhando assim um sentido regenerador e renovador, como a expressão “bosta para ele” (bren pour luy), termo utilizado na época e registra a obra Gargântua, a respeito desse sentido degradação e regeneração Bakhtin observa: Na base desse gesto e das expressões verbais correspondentes encontra-se um rebaixamento topográfico literal, isto é, uma aproximação do “baixo” corporal, da zona dos órgãos genitais. É sinônimo de destruição, de túmulo para aquele que foi rebaixado. Mas todos os gestos e expressões degradantes dessa natureza são ambivalentes. A sepultura que eles cava é uma sepultura corporal. E o “baixo” corporal, a zona dos órgãos genitais é o “baixo” que fecunda e dá à luz. Por essa razão, as imagens da urina e dos excrementos conservam uma relação substancial com o nascimento, a fecundidade, a renovação, o bem-estar. Na época de Rabelais, esse aspecto positivo era ainda perfeitamente vivo e sentido da maneira mais clara45. A utilização desse vocabulário por François Rabelais foi uma verdadeira revolução neologística, além de ser um vocabulário capaz de trazer, para o plano material e corporal, diversas entidades, realizando o que ele denomina de realismo grotesco, trazendo para o plano da matéria e do corpo tudo aquilo que seja elevado, espiritual, ideal e corporal, em uma perfeita harmonia literária. O autor também leva em conta o conceito medieval do riso, que é distinto do atual, fato que foi ignorado por séculos, sendo levado em conta somente após numerosos estudos críticos-literários acerca da cultura medievalista através dos séculos. Uma qualidade importante do riso na festa popular é que escarnece dos próprios burladores. O povo não se exclui do mundo em evolução. Também ele se sente incompleto; também ele renasce e se renova com a morte. Essa é uma das 43

MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/ São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/ Editora Unesp, 2000, p. 101. 44 SOERENSEN, Claudiana. O mez da grippe: a babel carnavalizada. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008, p. 70. 45 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 127-128.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE diferenças essenciais que separam o riso festivo popular do riso puramente satírico da época moderna. O autor satírico que apenas emprega o humor negativo, coloca-se fora do objeto aludido e opõe-se a ele; isso destrói a integridade do aspecto cômico do mundo, e então o risível (negativo) torna-se um fenômeno particular. Ao contrário, o riso popular ambivalente expressa uma opinião sobre um mundo em plena evolução no qual estão incluídos os que riem46. A festa popular, durante os séculos medievais, tornou-se o local onde o riso foi permitido pelas autoridades, pois o mesmo era protegido pela força da tradição, a mesma força que mantém a cultura popular viva durante séculos, sobrevivendo às influências estrangeiras, mantendo os seus caracteres em um estado conservador, inovando-se sem perder a originalidade perante os modismos. Os festejos do carnaval não eram distintos somente em relação à vida trivial dos seus participantes, mas também das festas oficiais, nas quais eram preservadas as regras que mantinham a rigidez e a divisão de classes sociais, no carnaval esses valores eram abolidos. Nesse contexto, a abolição de regras sociais e o nivelamento entre as classes proporcionam uma forma distinta de comunicação, na qual utiliza-se diversas profanações, blasfêmias, obscenidades e diversos insultos, mas essas imprecações possuem uma função ambivalente, por humilhar e libertar ao mesmo tempo47. Bakhtin (1987) esclarece que as relações peculiares estabelecidas durante o carnaval propiciavam o surgimento de novas formas linguísticas. Levando em conta as afirmações de Arruda (2009), o discurso na praça pública apresentava uma linguagem distinta daquela utilizada no cotidiano, aquela usada em ambientes como a Igreja, a corte, as instituições públicas, ou seja, as normas linguísticas impostas pela classe dominante. Um fator característico dessas expressões são as menções “ao excremento de urina, de fezes e do salpicar da lama. Estas imagens são ao mesmo tempo bentas e humilhantes e estão ligadas ao riso por serem apresentadas sob o seu lado jucundo e cômico” 48. Nessa atmosfera carnavalesca a praça pública tornava-se um local onde as palavras eram dotadas de liberdade, sendo inexistente uma hierarquia entre o sagrado e o profano, pois ambos tinham direitos iguais de representação. Na praça do carnaval, a distância entre os homens vê-se substituída por um contato livre e familiar. Seu paradigma é o mundo às avessas, que valida todos os revestimentos e inversões de roupas, palavras, atitudes, dando-se voz ao grotesco, ao obsceno, ao que Bakhtin chama de baixo corporal e material, em contraposição à cultura oficial49. Em decorrência de tais acontecimentos, há uma interação entre as culturas erudita e popular, situação na qual elementos de ambas as denominações mostram-se híbridos, havendo dessa forma uma inovação constante na literatura, mesmo que determinados padrões sejam preservados. A respeito do hibridismo cultural, Canclini (2000) as culturas 46

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 11. 47 SOERENSEN, Claudiana. O mez da grippe: a babel carnavalizada. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008, p. 70-71. 48 ARRUDA, Maria do Socorro Araújo. O diabo entrou na igreja: carnavalização do sagrado em “Charivari” de Lourdes Ramalho. Campina Grande. Universidade Estadual da Paraíba, 2009, p. 34. 49 PASSO, Sônia Maria Dal. Auto da Compadecida: João Grilo e a carnavalização do sagrado. Juiz de Fora. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2008, p. 99.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE resultam de combinação de fontes anteriores a ela50. Bakhtin (2011), ao estudar a produção literária de Dostoiévski, classifica o desenvolvimento variado do romance como dialógico, sendo determinantes nesse intercâmbio os dois gêneros do que ele chama de sério cômico, o diálogo socrático e a sátira menipéia. A sátira menipéia recebe tal denominação em razão dos escritos do filósofo Menipo de Gadara, do século III a. C., pois mesmo que a maioria dos seus escritos tenham desaparecido, algumas de sua obras são conhecidas, entre elas uma Necromancia (Nekuia), em que o autor parodia a escrita homérica. Diógenes Laércio compreende que Menipo desenvolveu uma sátira ridicularizadora das tradições literárias do seu tempo. O primeiro a classificar essa literatura como um gênero particular foi o romano Marco Terêncio Varrão, no século I a. C., intitulando-a de Saturae menippeae. “Porém, esse gênero é considerado uma decomposição do diálogo socrático e acredita-se que Antistheno, discípulo de Sócrates, tenha sido seu primeiro representante” 51. Segundo Bakhtin (2000); Dificilmente poderíamos situar os limites precisos e estáveis desse campo do sério-cômico. Mas os antigos percebiam nitidamente a originalidade essencial desse campo e colocavam em oposição aos gêneros sérios, como a epopéia, a tragédia, a história, e retórica clássica, etc. Efetivamente, são muito substantivas as diferenças entre esse campo e toda a outra literatura clássica antiga52. A narrativa da Sátira Menipéia tem o seu foco voltado para as atitudes mentais do que com pessoas, por isso ela “aborda ideias abstratas e teorias, o que a difere do romance convencional” 53. Assim, os seus personagens são a personificação das idéias que eles representam. Portanto, essa pluralidade de eventos constitui o que denominamos de carnaval, que mesmo sofrendo uma série de modificações representativas e ideológicas, ele mantém seu aspecto satírico. O termo “Carnavalização” é atribuído ao método desenvolvido por Bakhtin, o qual é utilizado como aporte por diversos pesquisadores para identificar, em grande ou pequena escala, diversas inversões hierárquicas realizadas através da música, pintura ou literatura, muitas vezes realizando uma intertextualidade com fontes tradicionais, transfigurando sua representação inicial e dando-lhe uma significação faceciosa. “Os jograis, num jogo intertextual perpassando pelo espírito lúdico, retomavam e alteravam certas passagens de canções ou romances, imitando-os em contextos ou situações bizarras”.54 Essa tipologia textual é importante em vários aspectos, um deles reside no fato das sátiras expressarem desabafos populares que seriam repreendidos se fossem transmitidos através de uma linguagem pragmática, mas que são protegidos pela comicidade, revelando assim, que as massas populares não são tão omissas como muitos registros historiográficos costumam relatar.

50 CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Trad. Heloísa Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa. 3º ed. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 2000, p. 200. 51 PASSO, Sônia Maria Dal. Auto da Compadecida: João Grilo e a carnavalização do sagrado. Juiz de Fora. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2008, p. 100. 52 BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 2010, p. 121-122. 53 PASSO, Sônia Maria Dal. Auto da Compadecida: João Grilo e a carnavalização do sagrado. Juiz de Fora. Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2008, p. 100. 54 MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/Editora Unesp, 2000, p. 152.

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A sátira engajada de Leandro Gomes de Barros Mesmo abordando temáticas triviais para a sua época, Leandro Gomes de Barros também ganhou destaque com a poesia satírica. A temática do Cordel reflete aspectos do meio em que foi produzido. Maya (2006) alerta para a importância de Leandro Gomes colocando seu estilo literário no mesmo nível dos escritores consagrados pela literatura mundial. Xenofonte, Rabelais, Cervantes, Dostoievski, Laurene Sterne, Dickens, Voltaire são alguns dos que se utilizara da paródia, elemento inseparável da sátira menipéia pela sua ambivalência, enfatizando o aspecto cômico que reveste o gênero sério, inaugurando uma cadeia literária em que o discurso de um autor será apropriado pelo outro, num movimento incessante de escritura/reescritura, que irá atravessar épocas distintas. Do ponto de vista da Literatura Brasileira a crítica aponta uma herança de diferentes matizes do gênero satírico, baseada na ironia e no humor, começando-se por Gregório de Matos Guerra no século XVII, passando pelas Cartas Chilenas no séc. XVII e chegando até Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Raul Pompéia no século XIX, para citar alguns. Leandro estaria no mesmo campo desses ilustres predecessores55. Tais representações necessitam ser analisadas intrinsecamente, entre elas podemos destacar a sátira, uma escrita que violou os conceitos religiosos da época, mostrando que, mesmo alheias às novidades literárias daquele momento, as massas populares não tiveram suas manifestações cristalizadas no tempo, porque continuaram absorvendo as transformações artísticas ditadas pelo tempo, pois as mesmas práticas feitas por gerações diferentes acarretam inovações e resistências. No caso do cordel identificamos uma resistência em relação à forma, além de diversas inovações, como a sátira, mesmo que a influência do romanceiro ibérico predomine nos cordéis da época, a desmistificação dos padrões sagrados daquele meio também foi destaque, no caso de Leandro Gomes de Barros, uma característica que se faz presente de forma marcante, produzindo dessa maneira, uma arte que mantém vínculos significantes com o passado e o presente.

A oração torna-se pretexto para passar em resumo o sistema político da Primeira República, sobretudo seus “alicerces” fundamentais: as eleições que se fraudam, os políticos que se vendem e compram, os crédulos ou “coagidos” que os elegem, os fiscais que tudo cobram e pesadamente multam, as obras paralisadas, e o povo que segue no meio disso tudo, oprimido 55

MAYA, Ivone da Silva Ramos. O poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, 2006. p. 46.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE entre os três poderes (o municipal, o estadual e o federal) e os flagelos como a seca, os insetos que atacam a lavoura, os cobradores e o próprio governo56.

Seguindo esse viés, traremos para análise, o poema “Ave-Maria da Eleição”, inspirado na oração “Ave-Maria”, umas das mais conhecidas pelos Católicos Apostólicos Romanos na qual Maria, mãe de Jesus Cristo, é louvada constantemente, sendo também invocada para proteger seus fiéis dos pecados cometidos. No texto ela posiciona-se como intermediária entre o pai e o filho, de acordo com a oração, inspirada em partes do Evangelho de São Lucas, um dos livros que compõem a Bíblia, livro sagrado para os cristãos. Ave Maria, cheia de graça! O senhor é convosco, Bendita sois Vós entre as mulheres, E bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus.

Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém O texto faz menção à narrativa bíblica, na qual Maria é avisada pelo Arcanjo Gabriel de que entre todas as mulheres foi a escolhida para dar a luz ao filho de Deus, tornando-se assim a mãe de Jesus Cristo, figura central do cristianismo. Na segunda estrofe da oração ela é chamada para interceder pelos pecadores. Sendo dessa forma, muito venerada pelos católicos, inclusive pelas massas populares, como as que consumiam os cordéis de Leandro Gomes de Barros. A carnavalização do sagrado é perceptível no poema “Ave-Maria da Eleição” de Leandro Gomes de Barros, na qual o texto da oração “Ave-Maria” é protagonizado sob um aspecto profano, isso através da intertextualidade realizada entre ambos os textos. Do texto sagrado é preservado o aspecto conciso, porém, a solenidade é substituída pela descrição panorâmica de uma ação coletiva da massa popular, o dia de eleger seus representantes. Por esse viés, várias representações são interpostas através da narrativa pormenorizada. Segundo Bakhtin (1987), na carnavalização, essas imagens de aspecto burlesco “se orientam para toda a realidade contemporânea, o presente enquanto tal, e que o representam como o processo de nascimento do futuro no passado, ou como a morte do passado prenhe do futuro”

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MAYA, Ivone da Silva Ramos. O poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, 2006, p. 92.

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. Esse aspecto atemporal é justificado pelo autor através da inversão de valores realizada através das imagens que o poema evoca, ou seja, a negação enfoca o que Bakhtin chama no sistema rabelaisiano de negação cronotópica, na obra Gargântua, Bakhtin dá exemplo de algumas dessas imagens como; “homens fantasiados de mulheres e vice-versa, roupas vestidas ao avesso (...) movimentos de trás para frente, cavalos montados com a cara voltada para o rabo, marcha de cabeça para baixo, exibição do traseiro” 58, No capítulo XXXVIII, do livro de Gargântua 59intitulado; “De como Gargântua comeu na salada seis peregrinos”, Gargântua come seis peregrinos na salada. Porém, eles são salvos, pois encontram um segundo mundo escondido na boca do gigante. “Com efeito, esse episódio é uma sátira às peregrinações e da fé na virtude milagrosa das relíquias que protegem das doenças (no caso a peste)” 60. Essas imagens são capazes de inverter uma ordem de idéias pré-estabelecidas, inclusive as religiosas, assim, há uma versão negativa de um pólo positivo, nesse caso um não é segregado do outro, pois tal negação não se efetua através do conceito abstrato de negação e sim uma abordagem das transformações intertextuais dessas imagens, havendo uma mudança de aspecto, uma passagem do velho para o novo, um segundo mundo, no qual há uma permuta de tempo e espaço. “O nada do objeto é a sua outra face, o seu avesso. E esse avesso, ou esse baixo, tomam uma coloração temporal, são compreendidos como o passado, como o antigo, como o não-presente” 61. Esse aspecto de um mundo novo que nasce a partir da morte de um velho mundo é ambivalente, sendo o carnaval essa dualidade na qual ocorre a celebração da morte do antigo para o surgimento do novo, que não se excluem, mas são opostos. Mesmo havendo esse aspecto atemporal na carnavalização, a ação efetuada evidencia traços do momento histórico no qual essa narrativa foi composta. Portanto, a menção que Bakhtin faz à atemporalidade diz respeito à visão ambivalente do mundo carnavalesco, englobando características manifestadas em diversas culturas, por isso, além de haver uma dualidade em relação às imagens carnavalescas, também encontramos a coexistência da temporalidade e da atemporalidade, esta por criar um segundo mundo com valores distintos do primeiro e pelo fato de a carnavalização ser registrada em diversas épocas e em relações sociais distintas e aquela por estar ligada ao seu contexto histórico e social. A dualidade na percepção do mundo e da vida humana já existia no estágio anterior da civilização primitiva. No folclore dos povos primitivos encontra-se, paralelamente aos cultos sérios (por sua organização e seu tom), a existência de cultos cômicos, que convertiam as divindades em objetos de burla e blasfêmia (“riso atual”); paralelamente aos mitos sérios, mitos cômicos e injuriosos; paralelamente aos heróis, seus sósias paródicos62. 57 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 361. 58

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 360. 59 RABELAIS, François. Gargântua e Pantagruel. Trad. David Jardim Júnior. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2003. 60 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 272. 61 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 360. 62 BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução de Yara Franteschi Vieira. São Paulo. Editora da Universidade de Brasília, 1987, p. 5.

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Esse aspecto da carnavalização não impede o poema de carregar representações sociais do meio em que foi produzido, pois isso não torna o poema neutro em relação ao tempo e espaço, apenas aberto á interpretações contínuas, sem perder seu aspecto paródico, mas evidenciado novos olhares perante uma mesma releitura picaresca. Eis o poema “Avemaria da Eleição”, no qual a carnavalização bakhtiniana permite tal releitura. Ave-Maria da Eleição No dia da eleição O povo todo corria Gritava a oposiçãoAve Maria! ... Viam-se grupos de gente Vendendo votos na praça, E a urna dos governistas Cheia de graça. Uns a outros perguntavam: - O senhor vota conosco? – Um chaleira respondeu: Este o senhor é convosco. Eu vi duas panelas Com miúdos de dez bois Cumprimentei-a, dizendo: Bendita sois. Os eleitores com medo Das espadas dos alferes, Chegavam a se esconderem Entre as mulheres Os candidatos andavam Com um ameaço bruto Pois um voto para eles É bendito fruto. Um mesário do Governo Pegava a urna contente, E dizia – “Eu me gloreio Do vosso ventre”! A oposição gritava De nós não ganha ninguém Respondia os do governo Amén. 63

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In Ave-Maria da Eleição, quarto poema do folheto LC6046, em que constam os seguintes títulos: Genios das mulheres, Um beijo áspero e a Mulher roubada (poema de fragmento). Publicado na cidade de Recife, em 1907.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE O título do poema evidencia claramente a intenção do autor em carnavalizar a oração cristã, levando o leitor a perceber antecipadamente que haverá a presença da oração “AveMaria” de forma intertextual com o tema que será abordado, no caso as eleições. Macedo (2000), registra a presença das sátiras realizadas com as orações, confidenciando que; “Nas paródias dos padre-nossos e outras orações bem conhecidas, as crenças fundamentais do cristianismo eram impiedosamente ironizadas” 64. Nesse caso, não está havendo um ataque irônico à ideologia cristã como era do feitio das sátiras medievais e sim utilização do credo católico para que fosse realizada uma denúncia social que é revelada ao longo do poema. Isso mostra claramente a ligação da literatura tradicionalmente popular com hábitos literários longínquos, sejam escritos ou orais, por isso utilizamos o termo “hibridismo cultural” para tentar classificar a literatura popular de cordel na qual o poema se insere, pois esse texto é também o fruto de uma tendência cultural coletiva que diversas vezes produz o que Bakhtin chama de literatura carnavalizada. Chamaremos literatura carnavalizada à literatura que, direta ou indiretamente, através de diversos elos mediadores, sofreu a influência de diferentes modalidades de folclore carnavalesco (antigo ou medieval). Todo o campo do sério-cômico constitui o primeiro exemplo desse tipo de literatura. Para nós, o problema da carnavalização da literatura é uma das mais importantíssimas questões de poética histórica, predominantemente de poética de gêneros65. O primeiro verso da primeira estrofe do texto em análise nos revela o momento em que ocorre a ação do poema (“no dia da eleição”), levando em conta que o texto foi publicado em Recife, no ano de 1907, ele reflete o ambiente que propiciou a escolha do tema, pois nessa época a capital pernambucana era extremamente violenta, onde havia o chamado “voto de cabresto” que fazia parte do cotidiano, situação na qual parte dos eleitores era forçada a votar em um determinado candidato, além da compra de votos, uma prática que por ter sido tão constante é ressignificada até ao século XXI. Porém, a universalidade da carnavalização permite que busquemos outros olhares. Nos segundo e terceiro versos da estrofe, encontramos a disparidade entre “o povo” e “a oposição” que clamava “Ave-Maria”, um gesto de espanto ou um pedido às forças religiosas para que seus desejos de vencer o pleito sejam atendidos. A segunda estrofe denúncia a campanha realizada de forma corrupta, no verso, “viam-se grupos de gente” “vendendo votos na praça”. Compreendemos que essa compra de votos realiza-se por intermédio da situação, já que é a “urna dos governistas” que demonstra “graça”, alegria e comemoração por mais uma vitória e a reafirmação de um ciclo político vicioso. Segundo Maya (2006), “há três núcleos distintos: de um lado o povo; de outro a oposição e o grupo do governo, empenhados em vender os votos e cabalar a eleição” 66, os terceiro e quarto versos da segunda estrofe mostram a urna como sendo algo pertencente ao governo, um processo no qual o eleitor demonstra passividade em relação ao direito cívico de escolher seu representante, além da ironia na palavra “graça” do último verso, subtendendo o riso debochado e carnavalesco do 64

MACEDO, José Rivair. Riso, cultura e sociedade na Idade Média. Porto Alegre/São Paulo. Ed. Universidade UFRGS/Editora Unesp, 2000, p. 223 65

BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 122. 66

MAYA, Ivone da Silva Ramos. O poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, 2006, p. 47.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE candidato, sendo o resultado contido na urna a razão do riso sardônico, além da ambiguidade significativa de expressões utilizadas no poema que também fazem parte da oração “AveMaria”, ocorrendo uma ligação paródica entre o sério e o cômico. “O verdadeiro riso, ambivalente e universal, não recusa o sério, ele completa-o e purifica-o” 67, pois para Bakhtin “o riso impede que o sério se fixe e se isole da integridade inacabada da existência cotidiana. Ele restabelece essa integridade ambivalente” 68. Segundo ele, tais características estão presentes na história universal tanto na literatura quanto na cultura em seu âmbito geral. O contexto das três primeiras estrofes nos faz compreender a expressão “Ave-Maria”, invocada pela oposição, denotando espanto com a multidão que seguia rumo às urnas para depositar um voto vendido aos “governistas”. Na terceira estrofe nos vemos a expressão do terceiro verso (“um chaleira respondeu”) demonstrar que esses cabos eleitorais eram verdadeiros mediadores entre o candidato e o povo, assim como hoje. Além de trazer um vocábulo popular de natureza oral para o plano escrito, semelhante ao neologismo que Rabelais executa nas obras Gargântua e Pantagruel. Neste caso, eles garantiam o voto do eleitor com uma certeza que ratifica a denúncia da compra de votos e as alianças necessárias para que a eleição fosse vencida. Esse evento está ligado profundamente à conjuntura histórica da República Velha, que segundo Pesavento (1991) “se estendeu de 1889 até a Revolução de 30, corresponde a uma fase de afirmação do capitalismo no Brasil” 69, ou seja, a busca pela mão-de-obra barata, a coisificação do proletariado e a falta de investimento nas classes rurais nordestinas. Perante esse contexto, a sátira de Leandro Gomes pode ser dirigida às esferas; municipal, estadual e federal, pois aborda caracteres de ambas as classes políticas. A quarta estrofe ao falar de “duas panelas” e “miúdos de dez bois”, sob o aspecto da carnavalização, faz menção ao chamado baixo material e corporal, tendo em vista que as vísceras dos bois eram consumidas indiscriminadamente pelas classes menos abastadas, tais imagens nos remete a uma fartura que por sinal era mais uma estratégia para que a compra de votos fosse efetuada. Maya (2006), afirma que era comum os candidatos distribuírem comidas, roupas e transporte para que os seus eleitores se fizessem presentes no dia da eleição e os elegessem 70. As obras de Rabelais analisadas por Bakhtin estão permeadas por imagens de banquetes, nos quais é narrada uma grande variedade de alimentos, inclusive demonstrando a decomposição dos animais em partes, além de outras imagens como a deglutição e defecação dos alimentos, constituindo o que ele denomina de baixo material e corporal, ou seja, uma representação clara do realismo grotesco. Segundo a ótica bakhtiniana o sistema de imagens da antiguidade demonstra que o ato de comer está ligado ao trabalho, como se houvesse uma luta entre o homem e o mundo e o triunfo daquele sobre este, ele afirma que “nos sistemas de imagens mais antigos não podia, de maneira geral, haver fronteiras nítidas entre o comer e o trabalho, pois tratava-se de duas faces de um mesmo fenômeno”, esse fenômeno da luta do homem com o mundo é encontrado em Leandro Gomes de Barros, visto que a cotidiana escassez de alimentos faz com que a sua abundância no dia das eleições reeleja um candidato, isso como forma de agradecimento por “ajudar” seus eleitores a vencerem a luta com o mundo, embora que esporadicamente. Há

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BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 105. 68 BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 105. 69 PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Editora da Universidade de Rio Grande do Sul, 1991, p. 26. 70 MAYA, Ivone da Silva Ramos. O poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, 2006, p. 49.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE portanto, o encontro da morte com a vida, no caso a comida e aquele que deleita-se do banquete.

Como dissemos, na absorção de alimentos, as fronteiras entre o corpo e o mundo são ultrapassadas num sentido favorável ao corpo, que triunfa sobre o mundo, sobre o inimigo, que celebra a vitória, que cresce às suas expessas. Essa fase do triunfo vitorioso é obrigatoriamente inerente a todas as imagens do banquete. Uma refeição não poderia ser triste. Tristeza e comida são incompatíveis (enquanto que a morte e a comida são perfeitamente compatíveis). O banquete celebra sempre a vitória, é uma propriedade característica da sua natureza. O triunfo do banquete é universal, é o triunfo da vida sobre a morte. Nesse aspecto, é o equivalente da concepção e do nascimento. O corpo vitorioso absorve o corpo vencido e se renova71. O poeta apresenta nas quinta e sexta estrofes a violência decorrente das eleições, a própria cidade que o poeta morava era, no início do século XX, chamada popularmente de “sangrenta Recife”. Situação que era comum em todo o Brasil. Nessa época, a guarda civil era utilizada para punir os adversários políticos, Maya (2006), relata que o primeiro governador de Pernambuco, Alexandre José Barbosa Lima, apoiado por Floriano Peixoto, “se notabilizou pelo uso costumeiro da força, adiando eleições, dissolvendo câmaras municipais, reprimindo as manifestações de estudantes, além de perseguir os líderes da oposição” 72. Nas cidades interioranas do nordeste brasileiro o coronel controlava as atividades eleitorais a ponto de decidir o resultado sob diversas formas ilícitas como a coerção e o suborno. Assim o eleitor encontrava-se sem opções para votar. Pesavento (1991), aponta que “a derrota nas urnas, ante a persistência da fraude, que sempre dava vitória ao situacionismo, motivou a articulação revolucionária” 73, tal ação culminou com o assassinato de João Pessoa, candidato à vice-presidência pela chapa derrotada e líder político do estado da Paraíba, resultando na chamada “Revolução de 30”. Leandro Gomes de Barros não chegou a presenciar tal acontecimento, pois ocorreu após sua morte, porém durante toda a sua vida de andanças pelas capitais e regiões interioranas do nordeste o poeta presenciou a violência praticada pelo regime coronelista, testemunhado as atrocidades que os coronéis faziam antes e depois das eleições. As duas últimas estrofes mostram a comemoração do grupo que foi forçadamente eleito e a insatisfação por parte da oposição. O “Amén” expresso na última estrofe é configurado como uma resposta irônica do grupo vencedor perante a impotência dos adversários políticos. O poema de Leandro Gomes, assim como as sátiras medievais, criou um segundo mundo, o qual o poeta pode expressar críticas às autoridades políticas. Embora já tenha sido até mesmo preso. A forma satírica com elementos sagrados que geralmente era cantada em parte para chamar a atenção do público era também um desabafo, não apenas de um poeta, mas de uma massa coletiva ávida por liberdade. Através da Literatura Popular esse espaço

71 BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 247. 72 MAYA, Ivone da Silva Ramos. O poeta de cordel e a primeira república: a voz visível do popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, 2006, p. 52. 73 PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Editora da Universidade de Rio Grande do Sul, 1991, p. 40.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE de liberdade era cedido para que o riso fosse acolhido, propiciando a ridicularização de poderes que no dia-a-dia causavam medo à população governada. Na época literária de Leandro Gomes de Barros houve a existência de uma mídia fortemente influenciada pela cultura francesa, a qual controlava a vida intelectual do país, segundo Miceli (1977), “dispondo de aparelhos de celebração cuja função básica consiste em encobrir as condições sociais que presidem a produção e a recepção das obras” 74. Em uma época em que até o meio erudito era privado de expressar-se de forma crítica, o meio popular através de Leandro Gomes foi capaz de utilizar a sátira para fazer os leitores refletirem a respeito da situação constrangedora a qual estavam submetidos, para Emerson (2003), “O riso nos ajuda a realizar a mais difícil das tarefas, que é ver-nos como atores muito pouco importantes na multiplicidade de tramas de outras pessoas” 75. O poeta Leandro Gomes de Barros utiliza a criatividade popular, geradora de muitas narrativas baseadas nas novelas de cavalaria, para lançar algo inédito para o seu meio: a sátira, ridicularizando personalidades socialmente poderosas em sua época e utilizando, inclusive, de textos paródicos intertextualizados com orações cristãs, permitindo assim, que fosse possível percebermos que mesmo sendo as classes populares repreendidas, eram capazes de produzir e consumir uma literatura evidenciadora dos absurdos políticos que sofriam, algo que poucos historiadores relataram e era abafado pelos jornais. Por isso, a poesia de Leandro encaixa-se perfeitamente no conceito da carnavalização bakhtiniana. “Damos ao termo ‘carnavalesco’ uma acepção muito ampla. Enquanto fenômeno perfeitamente determinado, o carnaval sobreviveu até os nossos dias” 76.

Considerações finais Perante a imensa variedade temática que o Cordel abrange, nos restringimos a falar das Sátiras de Leandro Gomes de Barros, em especial o poema “Ave-Maria da eleição”. O mesmo foi analisado perante a carnavalização descrita por Mikhail Bakhtin, teórico que expõe tais ideias na obra “A cultura popular na Idade Média: o contexto de François Rabelais”, na qual ao analisar as influências das obras “Gargântua” e “Pantagruel” demonstra claramente o quanto o riso é capaz de expor ludicamente as denúncias sociais de um meio. Seguindo essa linha de pesquisa, ao examinarmos a “Ave-Maria das eleições” descortinamos detalhes inerentes à realidade política que o poeta presenciou. O poema revela os meios ilícitos utilizados para vencerem as eleições, as quais ficavam com o resultado a mercê dos coronéis da República Velha. Assim como Mikhail Bakhtin deu importância à praça pública como um local onde a população muitas vezes celebrava o carnaval e por um curto período as hierarquias sociais eram desfeitas em razão da celebração burlesca do carnaval, o dia das eleições, descrito pelo poema de Leandro, mostra que nesse dia a fartura se fazia presente, como nos versos: “Eu vi duas panelas”, “Com miúdos de dez bois”, “Cumprimentei-a dizendo”, “bendita sois”, algo que está fortemente vinculado aos carnavais medievais, nos quais a abundância era presente nas massas populares. Além do povo no dia da votação ser tratado de forma diferenciada, como se o povo durante aquele curto espaço de tempo fosse o centro das atenções sociais, algo que está relacionado com as inversões carnavalescas, nas quais um louco poderia ser provisoriamente eleito papa em meio à multidão, brincadeiras que embora 74

MICELI, Sergio. Poder, sexo e letras na República Velha. São Paulo: Editora Perspectiva, 1977, p.

15. EMERSON, Caryl. Os 100 primeiros anos de Mikhail Bakhtin. Trad. Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro. DIFEL, 2003, p. 240. 75

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BAKHTIN, Mikhail. Problemas na poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5º ed. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 2011, p. 189.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE com pouca significância para a nossa época, foram responsáveis por manter o riso e a comicidade, ambos duramente perseguidos pelo clero. Na sua tese, Bakhtin alerta os leitores para o anacronismo em relação a leituras equivocadas de obras cômicas medievais, as quais não são apenas objeto de escárnio, mas também uma resistência popular através da carnavalização não apenas das obras ou de uma celebração, mas do mundo que os rodeava, transformando-os em um corpo coletivo e livre das repreensões da igreja e do estado. Tais características são coerentes com as leituras coletivas de cordéis no nordeste, nas quais era possível a proposta de uma reflexão crítica acerca das injustiças realizadas pelos governantes, além de serem ridicularizados ludicamente, um estilo de escrita que não era comum entre os poetas da época, algo que demonstra o caráter inovador e literariamente engajado de Leandro Gomes de Barros.

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O MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR (MCP) E A EDUCAÇÃO POPULAR NA MATA SUL DE PERNAMBUCO Laudyslaine Natali Silvestre de Moura UFPE - CAA

Resumo Este trabalho consta de uma pesquisa cujo objetivo é investigar as ações de educação popular na Mata Sul de Pernambuco, no período de 1959-1964. Especificamente, nossos objetivos são: identificar no acervo dos principais Jornais e Arquivos de Palmares referências à educação popular; Identificar os atores envolvidos e registrar seus respectivos testemunhos orais; Caracterizar e analisar, a partir das fontes levantadas, as ações no campo da cultura e educação popular e as oposições ao movimento. Metodologicamente nos fundamentamos na História Cultural, designadamente nas orientações teóricas indicadas por Sandra Pesavento (História e História Cultural - 2008), norteando-nos pelos os seguintes conceitos: Representação, Imaginário, Sensibilidades. Os procedimentos práticos utilizados na pesquisa foram: destacar o ideário comungado, salientar o cotidiano e destacar o testemunho oral. Além de pesquisa em arquivos e acervos de jornais e material impresso e ainda em história oral. O trabalho se justifica por discutir a história de Pernambuco, especificamente da educação, para além da capital, lançando luz sobre a dinâmica política de uma importante região do estado. A pesquisa aponta que a região da Mata Sul de Pernambuco efervescia politicamente na época. Demarcada pela tensão entre usineiros – que detinham grande poder político – e trabalhadores rurais, que não tinham seus direitos trabalhistas consolidados. Tendo como principal mote a defesa dos direitos do trabalhador. Neste sentido, duas importantes ações serão encaminhadas no campo da educação popular: o Movimento de Educação de Base (MEB) e a formação de monitores segundo a metodologia do MCP de Recife. Via a qual se disputava também as representações tecidas acerca do que se entendia por trabalhador, sociedade e direitos.

Introdução A pesquisa O MCP e a Educação Popular na Mata Sul de Pernambuco, é fruto de uma pesquisa iniciada por meio de um Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Interessamo-nos em realizar essa pesquisa para discutir a história de Pernambuco para além da capital, lançando luz sobre a dinâmica de uma importante região do Estado: a Mata Sul. Nosso objetivo é investigar as ações de educação popular na Mata Sul de Pernambuco, no período de 1959-1964. A Educação Popular é uma educação voltada para o povo. E a Cultura, por sua vez, está imbricada nesse processo. O MCP foi um movimento que contribuiu significantemente com a Educação Popular, e as suas ações percorreram todo o estado de Pernambuco. A pesquisa apontou que junto ao MCP, estava o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que desenvolvia suas atividades, muitas vezes, através desse movimento. Paralela as suas ações, e também, por algumas vezes em conflito com ela, estava a Igreja Católica, com as ações do MEB (Movimento de Educação de Base). Através do destaque do ideário comungado, de salientar o cotidiano, do registro e destaque das fontes orais, e também, da pesquisa em arquivos, acervos de jornais e materiais impressos, vamos compondo os fatos que ocorreram no período de 1959 a 1964, na região Mata Sul. Fatos que estão ligados a questões de ordem política, social e religiosa.

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Compreensões acerca de História e História Cultural A partir das leituras sobre História Cultural, percebemos, que a historiadora Sandra Jatahy Pesavento nos mostra alguns conceitos que nos auxiliam na compreensão historiográfica a partir da cultura. Dentre eles, estão os conceitos de Representação, Imaginário e Sensibilidades. A representação é uma construção feita a partir do real. “Envolve processos de percepção, identificação, reconhecimento, classificação, legitimação e exclusão” (PESAVENTO, 2008, p. 40). Imaginário é “um sistema de ideias e imagens de representação coletiva que os homens, em todas as épocas, construíram para si, dando sentido ao mundo” (2008, p. 43). Sensibilidades está relacionado justamente às sensações, às emoções e a subjetividade. “As sensibilidades seriam, pois, as formas pelas quais indivíduos e grupos se dão a perceber, comparecendo com um reduto de tradução da realidade por meio das emoções e dos sentidos” (PESAVENTO, 2008, p. 57). A História, pois, não é feita de qualquer jeito. É todo um trabalho que exige investigação, seleção dos dados e a escrita desses dados. De uma forma que possa levar o leitor a fazer uma “viajem” através da leitura, imaginando o acontecido, da forma mais real possível. Então, o trabalho do historiador não é fácil e por isso é necessário que ele se utilize de métodos para conseguir fazer História. O historiador, portanto, tem uma gama de subsídios (fontes) que podem lhe ajudar a entender uma época como um todo. Sua tarefa é justamente selecionar as informações e escrever seu texto, de maneira clara, objetiva, dinâmica e reflexiva. Permitindo ao leitor, compreender as características da época em estudo e com isso, continuar fazendo da História uma área de conhecimento tão importante para a humanidade. Pois é a partir do que aconteceu no passado, que entendemos nosso presente e podemos entender nosso futuro.

Movimento de Cultura Popular (MCP) O Movimento de Cultura Popular (MCP), foi criado em 1960, na gestão de Miguel Arraes, pela Prefeitura do Recife. Os objetivos do MCP eram “Promover e incentivar a educação de crianças e adultos; proporcionar a elevação do nível cultural do povo; colaborar para a melhoria do nível material do povo através da educação” (MEMORIAL, 1986). Além da participação de intelectuais e artistas como Francisco Brennand, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho e Abelardo da Hora, o MCP tinha como educador a importante figura de Paulo Freire. Paulo Freire, não tem uma ligação direta com o governo de Arraes, mas trabalha com Arraes, enquanto educador no Movimento de Cultura Popular (MCP), “que começou quando Arraes era prefeito e o acompanhou quando se tornou governador” (FREIRE e GUIMARÃES, 2010, p. 26). “Apesar de não ter participado de nenhum órgão do governo de Arraes, eu me sentia, e até hoje me sinto, como um homem que teve uma profunda ligação política com aquele governo. Uma solidariedade política” (FREIRE e GUIMARÃES, 2010, p. 26). Em 1962, Paulo Freire cria o Serviço de Extensão Cultural (SEC) da Universidade do Recife, tornando-se diretor do mesmo. Os principais objetivos do SEC eram “desenvolver atividades no âmbito da cultura e da realidade brasileira, fomentar a educação e a cultura popular e promover políticas de extensão universitária” (VERAS, 2010, p. 232). Inserindo o MCP ao SEC, Freire realiza algumas ações, dentre elas, desenvolveu seu sistema de trabalho, o “Método Paulo Freire”. E o que levou Paulo Freire a pensar num Método de Alfabetização? A Alfabetização era uma das questões mais discutidas por Freire, até mesmo porque o Brasil tinha uma enorme quantidade de analfabetos em todo o país. 85


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Visto que, o analfabeto não tinha “vez”, nem “voz”, era um sujeito que vivia de acordo com o que lhe fosso imposto, e que não reivindicava seus direitos, por estar numa situação de pacificação com o que acontecesse, existia uma relação de opressor e oprimido. Então, como tirar esses sujeitos dessa situação? A Educação é o caminho. Uma Educação que além de alfabetizar, trabalhando leitura e escrita, através de um diálogo constante, faça nascer nesses sujeitos à consciência crítica do seu lugar no mundo. Percebemos, então, o quanto a Educação é importante nesse processo de tomada de conhecimentos, de conscientização, de humanização. E como trabalhar essa Educação, sabendo-se que estamos trabalhando com o povo? Uma Educação Popular é uma alternativa. A Educação Popular, segundo Brandão (2006): tende a aparecer, primeiro, como alguma modalidade agenciada e profissional de extensão dos serviços da escola a diferentes categorias de sujeitos dos setores populares da sociedade, ou a grupos sociais de outras etnias, existentes nela ou à sua margem. Ou então educação popular denomina, depois, os tempos e tipos de luta de políticos e intelectuais para que uma tal educação escolar seja de algum modo estendida ao povo. (BRANDÃO, 2006, p. 33). Diante disso, utilizando a Educação Popular, Freire tenta colaborar com esses sujeitos. A Cultura, por sua vez, está imbricada nesse processo. E o MCP foi um movimento que contribuiu significantemente com a Educação Popular. Vale ressaltar, a importância dos Movimentos Sociais. Que promovem ações educativas que vão colaborar com a tomada de consciência do povo. Segundo Touraine (2004):

um ator coletivo que carrega consigo o sentido... não o das crises, mas o de uma vontade de mudança e de reapropiação da sociedade... Um movimento social é uma convocação a si e à liberdade criadora de um ator que luta contra sua desumanização, sua exploração e sua dependência. (TOURAINE, 2004, p. 159). Percebemos, então, que o MCP, a partir de suas características e especificidades vai contribuir com o povo. As suas ações percorreram todo o estado de Pernambuco.

O MCP e a Educação Popular na Mata Sul de Pernambuco A pesquisa em questão se concentrou na região Mata Sul do Estado de Pernambuco. A Mata Sul é uma região composta por vinte e um municípios e é um importante centro do cultivo de cana de açúcar, tem como principal cidade Palmares. Terra dos Poetas como é conhecida, Palmares é berço de poetas como Hermilo Borba Filho e Ascenso Ferreira. Uma cidade que efervescia politicamente na época, demarcada por conflitos no campo da educação popular e dos movimentos sociais.

Percebemos que a região vivenciava um período de forte tensão política e social. Existia uma tensão entre os usineiros, que detinham grande poder na época, e trabalhadores rurais, que não tinham seus direitos trabalhistas consolidados. “Mas eu ouvi falar, e aconteceu na Usina Estreliana, o cara mandou fuzilar treze trabalhadores porque foi cobrar o salário, o décimo

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terceiro salário...” (SILVA, 2013)77. Aconteciam muitos conflitos entre os usineiros e os trabalhadores, e muitas vezes quem perdia a disputa eram os últimos. os senhores de engenho passaram a fazer terrorismo nas Usinas que era pra não deixar que o governo de Miguel Arraes desse certo. Então, no Engenho São José, é município de Água Preta, mas é mais perto daqui do que de Água Preta, tinha muita gente trabalhando por conta própria, não era empregado do engenho. Um militar, parente lá, do Dr. Zé Lopes, mandou o vigia convidar o povo, dizendo que era pra receber o 13º Salário, mas não era 13º, era receber a raiz da cana, o povo não sabia nem o que era isso, receber a raiz da cana, aí foi, umas trinta pessoas, quando, quando chegou na esplanada da Usina, tava o soldado com a metralhadora, né? Morreu pra mais de dez pessoas, muitos foram hospitalizados, meu co-cunhado que é cunhado da minha esposa, se salvou na hora, escapuliu, correu, nunca mais foi no Engenho São José... (FERREIRA, 2013)78. Os usineiros detinham grande poder, e esse poder os possibilitava “dar as regras”, ou seja, ou os trabalhadores rurais faziam o que eles queriam, ou se tornavam desempregados, quando não mortos. Diante da situação difícil que se encontravam os trabalhadores rurais, a Igreja Católica toma iniciativas para ajudá-los. O artigo do Jornal Palmarense: “A Notícia”, intitulado “A igreja e a questão social”, indica o protagonismo da igreja frente à reivindicação de melhores condições de vida para os trabalhadores do campo.79 Iniciativa interessante que ajudava os trabalhadores numa perspectiva social e, também, espiritual. Ou seja, aparentemente, a Igreja era um refúgio e um amparo para os sujeitos perseguidos e explorados pelos usineiros da região. A ação da igreja no campo da Educação Popular se deu através do Movimento de Educação de Base (MEB). Esse movimento acionava a tecnologia das transmissões via rádio para dar aulas. “O MEB foi criado pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em 1961, objetivando desenvolver um programa de educação de base por meio de escolas radiofônicas, nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país”. (FÁVERO, 2004)80. Na Mata Sul, o Bispo de Palmares na época, Dom Acácio, incentiva a criação de Comunidades Eclesiais de Base: ... eu acho que ele (Dom Acácio) queria que todo mundo vivesse bem, vivesse sem violência, que todo o mundo tivesse o pão... tivesse seu salário digno. Ele falava muito do sofrimento do trabalhador, da indústria do campo, do homem do campo, ... ele incentivava muito a criação de Comunidades Eclesiais de Base, prá defesa do trabalhador... ele não era um cara prá chegar e

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Entrevistado: Manuel Antônio da Silva - Sindicato Rural da Mata Sul. Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 79 Acervo – FUNDAJ. 80 Osmar Fávero: MEB – MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE, primeiros tempos: 1961-1966. Texto apresentado no V Encontro Luso-Brasileiro de História da Educação, realizado em Évora, Portugal, de 5 a 8 de abril de 2004. 78

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE dizer não. Ele fazia, ele juntava as pessoas, ia lá nos engenhos... (SILVA, 2013)81. Como vimos, a ação da Igreja Católica junto aos trabalhadores era muito importante. Além da questão religiosa, que cuidava da alma e do espírito, a Igreja ajudava na luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho no campo. O Bispo de Palmares ia aos engenhos, pois compreendia o quanto o homem do campo sofria, quer pela sua condição de trabalhador explorado pelos usineiros, quer pela sua posição indefesa diante dos poderosos “senhores da cana-de-açúcar”. Que os tornavam sujeitos, que mesmo sendo oprimidos, eram passivos diante de tudo isso. Não porque queriam, mas por não compreenderem que eles eram cidadãos que possuíam deveres, mas também, direitos. No entanto, existiam interesses por trás de tudo isso: quando foi assinada a Lei de Extensão da Legislação Trabalhista para os Camponeses, Padre Melo foi direto a Jango e trouxe vinte e cinco diplomas de Sindicato, e ele só entregou aos Padres... Agora o povo não aceitava, o sistema que ele queria, que ele queria como é? Que o usineiro ia ficar bonzinho, que o povo fosse rezar e não fizesse greve, era isso aí, o povo não queria, pagava o Sindicato, fazia greve e decidia sobre o salário. E isso não era coisa de Padre Crespo, nem de Padre Melo... (FERREIRA, 2013)82. Paralela às ações da Igreja e por algumas vezes em conflito com ela, temos a atuação do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Cujo papel era contribuir, através das lutas, com a elevação da consciência de classe. “A nossa luta era ganhar a consciência do povo, pra mudar o sistema” (FERREIRA, 2013)83. Ou seja, possibilitava aos trabalhadores refletirem sobre seus direitos, para lutar pelos mesmos. Para isso, era necessário “Chegar no engenho e reunir os trabalhadores, dizer o que era, mostrava a situação que o povo tava e que precisa mudar, e precisava que eles aceitassem” (FERREIRA, 2013)84. Em Palmares, lideranças como “Capivara”, “Ventania” e Gregório Bezerra, exerciam forte influência nos Sindicatos, junto aos quais articulavam as ações do MCP na região. A gente queria o seguinte: a gente queria, o Sindicato, queria criar Sindicatos, se a gente tem um Sindicato, não vamos brigar contra o governo não, queremos respeito, tá na lei, nós vamos nos organizar. Então a luta era que o senhor de engenho não queria pagar, não queria respeitar a instituição, a Legislação. (FERREIRA, 2013)85. Gregório Bezerra criou o Sindicato Rural de Palmares “foi o maior Sindicato criado aqui na região, em toda área rural... era o presidente do Sindicato de Palmares, José Eduardo” (FERREIRA, 201386). Quando tinha reunião sob a liderança de Arraes e Gregório Bezerra, os trabalhadores rurais iam para cidade. “Quando tinha reunião... vinha todo mundo de 81

Entrevistado: Manuel Antônio da Silva - Sindicato Rural da Mata Sul. Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 83 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 84 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 85 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 86 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 82

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE engenho... vinha tudo... Arraes, Gregório Bezerra... tinha uma grande liderança e vinham mesmo”. (SILVA, 2013)87. Os trabalhadores acreditavam que esses sujeitos podiam os ajudar, porque viam eles engajados na luta pela defesa das massas, logo, dos trabalhadores do campo. O Sindicato Rural da cidade de Palmares, liderado por Gregório Bezerra, exercia grande influência entre os trabalhadores rurais da região, e contava com cerca de vinte e cinco mil sócios: ... com Gregório a gente se reunia lá na sede. Uma vez por semana, a gente se encontrava, eu ficava em Jaboatão e ele por aqui. Ele criou aqui o Sindicato de Palmares, o Sindicato Rural... vinte e cinco mil sócios. Então, era Palmares, Água Preta, Gameleira, Ribeirão, ... o presidente era José Eduardo. (FERREIRA, 2013)88. Os trabalhadores estavam realmente imbricados nesse processo de luta por seus direitos, não querendo aceitar o que lhes era imposto de forma inadequada pelos usineiros. As lutas em defesa de direitos trabalhistas eram forte nessa região. Os homens do campo passam a entender que não podem ser explorados pelos usineiros e passam a unir forças para ter seus direitos trabalhistas respeitados e consolidados. Neste sentido, a tendência era que o Sindicato Rural de Palmares crescesse cada vez mais. O MCP vai exercendo suas atividades na Mata Sul, e no que diz respeito à educação: Olhe, aí o teve Movimento de Cultura Popular. Então, vamos educar o povo, sobre o método Paulo Freire. ... isso foi que deu possibilidade de eleger Miguel Arraes governador, foi o Movimento de Cultura Popular... andava-se catando, convencendo as pessoas prá se educar sob o Método Paulo Freire. Porque é prático e a pessoa não fica doutor, mas aprende a assinar o nome. ... então, vamos conhecer a cana, prá depois aprender como se escreve cana. Não se preocupava com negócio de ABC não. Depois que se conhecia a cana, aí agora vamos ver, vamos: cana tem duas sílabas, então, qual é a primeira. Então, se fazia até... até se decorar e depois... Vamos escrever. (FERREIRA, 2013)89. Andava-se procurando e convencendo as pessoas para se educar sob o Método Paulo Freire. Não iria se tornar um doutor, mas aprenderia assinar o nome. O Método apresenta cinco fases de execução, as fases são: 1. Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará; 2. Escolha das palavras (chamadas de palavras geradoras), selecionadas do universo vocabular pesquisado; 3. Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem vai se trabalhar; 4. Elaboração de fichas-roteiro, que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho; 5. Feitura de fichas com a decomposição das famílias fonêmicas correspondentes aos vocábulos geradores. Educação e cultura juntas para levar conhecimentos ao povo e junto com eles, construir saberes. “Quando Miguel Arraes foi prefeito, se criou o Movimento Cultural, Movimento 87

Entrevistado: Manuel Antônio da Silva - Sindicato Rural da Mata Sul. Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 89 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 88

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Cultural. Então, se fez o teatro e um circo, isso pra apresentar a cultura pelas cidades” (FERREIRA, 2013)90. Uma Educação que além de alfabetizar, trabalhando leitura e escrita, através de um diálogo constante, fazia nascer nesses sujeitos à consciência crítica do seu lugar no mundo. E com isso, humaniza-os e liberta-os, tornando-os sujeitos conscientes de seus direitos e protagonistas da luta por eles. O MCP, por sua vez, não era bem visto por todos, existiam oposições e reações ao movimento. O Golpe Militar de 31 de março de 1964, retirou João Goulart da Presidência da República e possibilitou aos militares a tomada de poder e estabelecer uma Ditadura Militar no Brasil. E por que um Golpe de Estado? O governo de Jango era aberto à participação popular e pretendia reformas de base, além do que, era próximo de movimentos populares e sindicais. Os militares, por sua vez, tinham receio ao governo de Jango, justamente por causa dessa “enorme” participação do povo e do alinhamento com a ideologia comunista. No primeiro de Abril de 1964, Dom Acácio transmite sua impressão do que viveu naqueles dias na Mata Sul, na cidade de Palmares, no livro de Tombo da Diocese: 01 de Abril. Revolução. Preocupação com as rádios comunitárias. Felizmente a nossa não foi sequestrada. Conseguimos salvar os aparelhos”.... 02 de Abril. Sábado: às sete horas, celebro no abrigo. Continua o clima de incertezas diante da Revolução militar. O prefeito de Palmares, Luiz Portela foge para a Europa. É nomeado um interventor. (Diocese dos Palmares. Livro de Tombo, 01, 37 p. apud LIMA e SILVA, SILVA e SOBRINHO, 2008, p. 31)91. O medo tomou conta dos moradores da região e da cidade de Palmares, todos se calaram diante da situação. Percebemos, que enquanto os representantes da Igreja não sofreram com o Golpe, por ajudar os trabalhadores, os sujeitos dos outros movimentos, como por exemplo, do MCP, foram presos, torturados ou mortos. A linha da igreja foi pra fazer a Revolução e acabar com os comunistas, pra isso, no Rio de Janeiro, na véspera da, o Arcebispo do Rio de Janeiro, levou no dia do Golpe, levou um milhão de pessoas pra praça pra expulsar Jango, viu? Que era pra não entregar a terra que Jango tinha assinado a Reforma Agrária... (FERREIRA, 2013)92. O cenário político palmarense estava efervescendo também, e em seis de Abril de 1964 é realizada a Terceira Sessão Extraordinária da Câmara de Vereadores do Município dos Palmares que começa com um projeto de lei o qual solicita a cassação do vice-prefeito (Sr. Brivaldo Leão Almeida), explicitando: ... por julgá-lo implicado no movimento subversivo que deu lugar aos últimos acontecimentos registrados em toda a nação e de modo particular em Palmares [...] Prosseguindo na sua oração o vereador José Augusto Maciel que não tinha nenhuma dúvida quanto a participação do Sr. Brivaldo Leão Almeida no Movimento Comunista. Recordou ainda que teve oportunidade de censurar o Chefe do Executivo por prestar cooperação ao 90

Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Acervo – Trabalho de Conclusão de Curso do Departamento de História da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FAMASUL). 92 Entrevistado: Epitácio Afonso Ferreira - Ex-secretário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). 91

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Movimento de Cultura Popular, que outra coisa não era senão um órgão de propaganda da ideologia vermelha. (ATA Livro 08. 122. apud LIMA e SILVA, SILVA e SOBRINHO, 2008, p. 33)93. Para esses sujeitos, o MCP era um movimento subversivo, assim como, era um movimento comunista. Portanto, o Movimento de Cultura Popular, para eles, outra coisa não era senão um órgão de Propaganda da ideologia vermelha, (PCB). Que foi combatida por meio do Golpe Militar de 1964. Em Palmares, o Vice-prefeito foi levado a Casa Legislativa da cidade, sendo acusado de fazer parte de um Movimento Comunista. Durante a Ditadura houve censura e vários líderes populares, artistas, estudantes, ditos “subversivos” foram presos no Brasil, e outros exilados em vários países. Alguns desapareceram, e outros foram torturados e mortos. Dentre eles, João Goulart (exilou-se no Uruguai e mais tarde na Argentina, onde faleceu em 1976); Miguel Arraes (cogitou pedir asilo ao Chile, mas tomou a Argélia como destino); Paulo Freire (foi preso no Recife, exilado no Chile e depois na Bolívia); Gregório Bezerra foi preso e transferido para o Recife, onde foi torturado e arrastado pela praça do bairro de Casa Forte. Percebemos que tanto a Igreja Católica com o MEB, quanto o PCB junto ao MCP, contribuíam com a tomada de consciência dos trabalhadores rurais sobre seus direitos trabalhistas. Apesar de terem o mesmo objetivo, suas concepções acerca do que é trabalhador, sociedade e direitos, eram antagônicas. No entanto, possibilitaram aos sujeitos a reflexão do seu lugar no mundo, os instigando a lutar por melhores condições de trabalho nos canaviais da região Mata Sul do Estado de Pernambuco.

Considerações A pesquisa foi de extrema importância para entendermos o que acontecia na Mata Sul do Estado de Pernambuco no período de 1959 a 1964. Neste sentido, percebemos a importância do papel do historiador em resgatar acontecimentos de uma época. Fazendo isso, principalmente, através da pesquisa documental e do testemunho oral. Percebemos que região vivenciava um período de forte tensão política e social. Os conflitos se davam na esfera educativa e política. Ás iniciativas desenvolvidas pelo MCP e MEB contribuíram com o trabalhador do campo, no sentido de que, instigaram os mesmos a lutarem por seus direitos, não ficando passivos diante da exploração nas Usinas de cana-deaçúcar. No campo da educação, os movimentos MCP e MEB, cujos objetivos eram os mesmos, entravam em divergência por terem visões antagônicas acerca do que se entendia por trabalhador, sociedade e direitos. Enquanto o segundo - apesar de se preocupar com sofrimento do trabalhador - tinha uma visão conservadora, o primeiro tinha uma visão mais intensa da luta de classes. Vale ressaltar, as questões políticas que emergiam com tudo isso. Onde a Casa Legislativa da cidade, era contra as ações de movimentos que junto ao PCB, travavam lutas por melhores condições de trabalho para os homens do campo. Compreendemos que existiam jogos políticos de interesse, na Câmara de Vereadores, e quem se preocupasse com o povo, era considerado subversivo, por estar imbricado na ideologia vermelha, como foi o caso do Vice-Prefeito de Palmares.

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Acervo – Trabalho de Conclusão de Curso do Departamento de História da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FAMASUL).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Enfim, a contenda de projetos de poder e de sociedade travadas entre os principais atores coletivos – Igreja e PCB – se traduzia no plano educacional pelo apoio, respectivo, ao MEB ou ao MCP.

Referências Bibliográficas BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense, 2006. Osmar Fávero: MEB – MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE, primeiros tempos: 1961-1966. Texto apresentado no V Encontro Luso-Brasileiro de História da Educação, realizado em Évora, Portugal, de 5 a 8 de abril de 2004. FREIRE, Paulo, 1921-1997. Aprendendo com a própria história. Paulo Freire, Sérgio Guimarães. – São Paulo: Paz e Terra, 2010. Memorial do MCP. Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 1986. (Coleção Recife – Vol. XLIX). p. 196. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2. ed. 2. reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2008. TOURAINE, Alain. A busca de si: diálogo sobre o sujeito. Tradução de Caio Meira. Rio de Janeiro: Difel, 2004. VERAS, Dimas Brasileiro. Sociabilidades letradas no Recife: a Revista Estudos Universitários (1962-1964). 2010. p. 232. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010. Documentos Acervo documental: Jornais, folhetos e fotografias da FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco; Acervo Bibliográfico: Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) dos estudantes do Departamento de História da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (FAMASUL). Fontes Orais: FERREIRA, Epitácio Afonso. Epitácio Afonso Ferreira: depoimento [mar.2013]. Entrevistadores: A. Silva, A. Santos e L. Moura. Joaquim Nabuco: PE, 2013. Entrevista concedida ao Programa Institucional de Iniciação Científica “O MCP e a Educação Popular na Mata Sul de Pernambuco”. SILVA, Manuel Antônio da. Manuel Antônio da Silva: depoimento [mar.2013]. Entrevistadores: A. Silva, A. Santos e L. Moura. Palmares: PE, 2013. Entrevista concedida ao Programa Institucional de Iniciação Científica “O MCP e a Educação Popular na Mata Sul de Pernambuco”.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

FERRAMENTAS DE APOIO AO APRENDIZADO DE PROGRAMAÇÃO PODEM AUXILIAR O ENSINO NA FAFICA Márcia Valéria Rocha de Souza, A. César C. França FAFICA – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru R. Azevedo Coutinho – Petrópolis – Caruaru – PE - CEP 55030-240 marciavr.souza@gmail.com, cesarfranca@gmail.com

Resumo. Com a finalidade de contribuir para o processo aprendizagem dos alunos do curso de programação, realizou-se inicialmente uma pesquisa de ferramentas que poderiam ser usadas na sala de aula. Um segundo trabalho, após aplicação de questionário na instituição com alunos do primeiro ao quarto período, expõe os maiores problemas enfrentado pelos alunos. A sugestão é a utilização de ferramentas para apoio ao ensino adequado às necessidades dos estudantes.

Introdução A contribuição de uma boa base educacional é fundamental para que o aluno alcance o sucesso na sua vida profissional. As instituições de nível superior devem fornecer meios para que os estudantes possam enriquecer seus conhecimentos. A troca de informações em sala de aula, principalmente na área tecnológica, tende a ser desestimulante para alguns quando se trata de linguagem de programação. Com o propósito de auxiliar na compreensão das dificuldades impostas pelos alunos dos cursos superiores de tecnologia, foram pesquisadas ferramentas gratuitas que poderiam auxiliar no aprendizado. Posteriormente, com o intuito de futuras aplicações dessas ferramentas nesta instituição, foram investigadas quais seriam as principais dificuldades dos alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. O presente artigo tem como objetivo apontar dificuldades e propor soluções para alunos na aprendizagem de programação do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas desta instituição com o auxílio de ferramentas educacionais. Espera-se que este estudo possa contribuir para professores e coordenadores tomarem decisões e ações a fim de facilitar o aprendizado e principalmente o conceito do curso na instituição. O artigo está organizado da seguinte forma: a seção 2 apresenta a contextualização referente à todo o trabalho realizado pelos pesquisadores, desde a classificação das ferramentas até a comprovação das dificuldades dos alunos desta instituição ; a seção 3 tratase da forma como foram coletados os dados para a pesquisa; na seção 4 e 5 são apresentados os resultados das coletas dos dados e a discussão destes. Por fim, na seção 6 estão as conclusões deste trabalho.

Estudo das Ferramentas de auxílio ao aprendizado em programação No primeiro trabalho realizado, comprovou-se através da literatura a real dificuldade dos alunos iniciantes dos cursos de computação em lógica de programação. Almeida et al. [2002] observou que há falta de motivação por parte dos alunos associada à resistência e dificuldade no aprendizado devido a uma forte carga de conceitos abstratos que permeiam todo o conhecimento em programação. Os autores, Gomes, Henriques e Mendes [2008] comentam que o desinteresse pode acontecer por dificuldades de interpretação ou devido os alunos se sentirem demasiados ansiosos para começar a codificar sem antes compreender os dados do problema, dificultando a fase seguinte, a construção do algoritmo, que seria 93


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE caracterizado pelo déficit na capacidade de resolução de problemas. No entanto, é indubitável que a forma como o aprendizado de programação é desenvolvido implica na competência do programador profissional, por isso as disciplinas que se propõe a ensinar lógica de programação devem dispor de ferramentas confiáveis e que proporcionem uma aprendizagem efetiva [Souza e França 2013]. Foi feito uma pesquisa na internet com 9(nove) ferramentas gratuitas que pudessem contribuir para o ensino em sala de aula. Estas ferramentas foram mapeadas de acordo com as características básicas como a plataforma, idioma, licença, preço e forma de interação (visual ou textual) adotada pela ferramenta. Foram divididas segundo conceitos básicos de programação abordados pela ferramenta, incluindo: paradigma de programação, linguagem utilizada, compilação, alocação de memória, alocação vetorial, tipos de dados abstratos, operações aritméticas e lógicas, estruturas de controle de fluxo, funções, recursão e depuração representados na tabela1. Tabela 1 – Conceitos trabalhados nas ferramentas avaliadas

(vide Souza e França Recu rsão

Funç ões

Estr. de Controle de fluxo

Oper ações Lógicas

Oper ações Aritméticas

odeMonster

Não

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

utCode

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

Guido ot

Não

Não

Não

Não

Não

SIM

SIM

SIM

Não

KidsRuby

Não

SIM

Não

Não

SIM

SIM

SIM

Não

Não

obotProg

Não

SIM

Não

Não

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

BC-AED

Não

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

Não

isual Alg

Não

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

Não

SIM

SIM

Não

SIM

SIM

SIM

Não

Não

Web l

De acordo com Gomes, Henriques e Mendes [2008] o sistema de aprendizado poderá ser estruturado em três fases: (1) resolução de problemas de diversos domínios não utilizando algoritmos ou programação, em seguida (2) uma amostra da utilidade da programação com aplicação dos conhecimentos adquiridos na fase anterior e, finalmente, (3) passando para a construção dos algoritmos e a aplicação em problemas reais. Considerando as ferramentas pesquisadas e a divisão dos conceitos citados, pode-se ter uma noção quanto ao nível de indicação. As ferramentas foram catalogadas em três níveis: iniciantes, intermediário e avançado. Nível iniciante trabalha os conceitos básicos e simples utilizando uma forma de interação visual focando na construção de algoritmos. As ferramentas de nível intermediário priorizam os conceitos de programação como alocação de memória em variáveis e vetores, tipo abstrato de dados e funções. Trabalham com linguagens de programação reais esclarecendo a utilidade da programação. Já as de nível avançado são aquelas que abordam conceitos como compilação e recursão e ainda permitem ao programador iniciante o exercício amplo da solução de problemas em domínios reais. A finalidade deste agrupamento é uma possível aplicação em sala de aula, salientando que ao oferecer um ambiente lúdico para o aluno, estimula o interesse pela disciplina fazendo com que ele aprenda de forma gradual. É necessário, portanto, identificar as principais dificuldades dos alunos. 94

Dep

Aloc ação vetorial (arrays)

Tipo s de dados abstratos

Aloc ação de memória (variáveis)

Com pilação

[2013])


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tabela 2 – Competências trabalhadas (vide Gomes, Henriques e Mendes [2008] citado por Souza e França [2013])

(1) resolução de (2) utilidade (3) problemas de domínios da programação construção diversos algoritmos CodeMonster FutCode Guido VanRobot KidsRuby RobotProg TBC-AED Visual Alg Web Portugol

Não SIM

SIM SIM

SIM SIM

Não

Não

SIM

Não Não Não Não

SIM SIM SIM Não

SIM SIM SIM SIM

Não

Não

SIM

dos

Estudo das dificuldades dos alunos do curso de Analise e Desenvolvimento de Sistemas – FAFICA/Caruaru-PE O segundo trabalho deste projeto de iniciação científica, consistiu em realizar um estudo das dificuldades dos alunos matriculados do primeiro ao quarto período do curso de Analise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru. Ao fim do primeiro semestre acadêmico de 2013, aplicou-se um questionário presencial constituído em três partes: (i) dados demográficos, (ii) estudo de programação e (iii) auto avaliação. Na primeira parte coletou-se informações referentes aos dados populacionais dos alunos, entre elas, a distribuição destes por município. A instituição possui estudantes de cidades circunvizinhas que viajam diariamente para frequentar as aulas. Visto que o deslocamento de uma cidade a outra por repetidos dias gera o cansaço, este também pode ser um fator de desmotivação e, consequentemente, de défice no aprendizado. A segunda parte visa avaliar o interesse do aluno em relação aos estudos e o conhecimento das principais dificuldades no aprendizado em programação. A terceira parte do questionário propõe uma auto avaliação do aluno sobre alguns conceitos iniciais em linguagem de programação como compilação, alocação de variáveis e vetores, tipo abstrato de dados, operações de aritmética e lógica, estrutura de controle de luxo, funções e métodos, ponteiros e referências, recursão e depuração. Os dados foram coletados entre os dias 06 e 10 do mês de maio no ano de 2013. Dos cento e noventa e oito alunos matriculados, por motivos de faltas, só foram contabilizados 137 questionários respondidos, correspondendo a aproximadamente 70% dos alunos matriculados. Foram aplicados, respectivamente, para duas turmas do 1° e do 3° Período e uma turma do 2° e 4° Período nas disciplinas Programação I, Programação II, Programação Orientada a Objetos II e Programação Web, na devida ordem, nos 1°, 2°, 3° e 4° períodos.

Resultados Um dos primeiros pontos observados com o resultado dos questionários foi a evasão. Com o passar dos períodos os número de alunos é reduzido como é observado na tabela 3. Gomes, Henriques e Mendes [2008] comentam que o desinteresse pode acontecer por dificuldades de interpretação ou devido os alunos se sentirem demasiados ansiosos para começar a codificar sem antes compreender os dados do problema, dificultando a fase seguinte, a construção do algoritmo, que seria caracterizado pelo déficit de alunos na capacidade de resolução de problemas. Barros, Delgado e Machion [2004], comentam que a dificuldade em empregar o raciocínio lógico também gera um ambiente desmotivante, causando uma grande evasão e também grande reprovação na disciplina. 95


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tabela 3 – Número de alunos por período

Número Alunos

de

Período 1° 62 2° 19 3° 28 4° 28 Total Geral 137 Foi citado Jenkins [2002] como uma possível justificativa para as várias causas do insucesso generalizado em disciplinas de programação. O baixo nível de abstração, a falta de competências de resolução de problemas, a inadequação dos métodos pedagógicos aos estilos de aprendizagem dos alunos, referindo ainda que as linguagens de programação possuem sintaxes adequadas para profissionais, mas não para aprendizes inexperientes. Contabilizamos 60,6% de alunos entre 19 a 25 anos que não trabalham podendo ser considerados pelo autor como aprendizes. O número de estudantes atuantes no mercado profissional são apenas 7 (sete) onde quatro são estudantes acima dos 26 anos e estão distribuídos em dois alunos nos 2°, 3° e 4° períodos sendo apenas um no 1° período. Entre as dificuldades citadas pelos experientes estão o método de ensino e o tempo para dedicar aos estudos. Um aluno registrou dificuldades no aprendizado com relação à insuficiência de material para estudo e compreensão de linguagens de baixo nível. Foi ressaltado que a biblioteca da instituição possui um acervo bem vasto para o estudo em linguagens de programação e é eminente a amplitude de materiais relativos ao tema encontrados na internet que se tornou um grande aliado a pesquisa. Por esse motivo, dificuldades registradas pelos alunos relativas à falta de material para estudo não serão relevantes. Citamos Deitel e Deitel [2010], para explicar a linguagem de máquina definida como a linguagem natural dos computadores formados por strings e números que instruem os computadores a realizar suas operações. Por serem linguagens complicadas para seres humanos, a programação era lenta e tediosa então os programadores criaram abreviações em inglês para representar operações elementares que se tornaram a base da linguagem Assembly e paralelamente foram desenvolvidos, também, programas tradutores para essa linguagem. Considerando que o curso oferecido pela instituição é de nível tecnólogo, voltado para o mercado de trabalho oferecendo ao aluno o contato com linguagens de programação de alto nível mais utilizadas no mercado profissional e a linguagem Assembly é direcionada a nível hardware, o que não exclui sua importância, não seria adequado o aprofundamento desta neste curso. O que não impede o aluno se deseja trabalhar a nível hardware, procurar por cursos específicos.

Total de Alunos

Tabela 4 – Relação de alunos por idade 100 80 60 40 20 0

Total

Até 18 anos

19 a 25

26 a 30

31 a 35

Acima de 35

31

83

14

7

2

A distribuição dos alunos com até 18 anos estão na maioria no 1° período da instituição, um pouco mais de 80%, e as principais dificuldades estão relacionadas com a lógica de programação seguido da metodologia de ensino. Segundo Gomes, Henriques e Mendes [2008], a um nível mais básico, o ensino das linguagens de programação tem como propósito 96


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE conseguir que os alunos desenvolvam as suas capacidades, adquirindo os conhecimentos básicos necessários para conceber programas capazes de resolver problemas reais simples. Em compensação para que o estudante possa passar para um nível de entendimento avançado, faz-se necessário que ele assimile muito bem os conceitos básicos. Sendo assim, somente após o aprendizado dos conceitos de algoritmos e fundamentos de lógica, o estudante pode travar contato com uma linguagem de programação concreta para experimentar os conceitos [Santos e Costa 2006]. Almeida, Castro e Castro [2006] afirmam que a partir do pressuposto que um dos principais componentes na aprendizagem de programação é a organização das habilidades para a resolução de problemas, elemento comum à construção de conhecimento em qualquer outro domínio, surge a necessidade de investigar como tais habilidades são construídas, o que envolve identificar e entender as dificuldades encontradas pelos estudantes de programação. Porém, em uma sala de aula, o nível de conhecimento e assimilação dos conteúdos passados é diferente de aluno para aluno o que sugere um ensino individualizado. No entanto, Falckembach e Araújo [2005], discutem que esse tipo de ensino, personalizado e individualizado, entra em choque com o pressuposto básico da educação tradicional que é a padronização. A lógica e a metodologia aplicada estão entre os principais problemas citados pelos alunos da faixa etária dos 19 aos 25 anos, seguido do tempo para a dedicação aos estudos e o conhecimento na língua inglesa. Souza e França [2013] comentam que as dificuldades podem estar associadas tanto à forma de ensino quanto à ansiedade do aluno em querer ver os resultados práticos de seus códigos, como também, na compreensão e na aplicação de noções básicas para criação de algoritmos. Segundo Falckembach e Araújo [2005] a forma de ensino dentro da sala de aula é a mesma para todos os alunos, pois, é extremamente difícil para um professor levar em consideração o perfil, as metas, as necessidades, as expectativas, as preferências e o nível de conhecimento de cada aluno, de modo a proporcionar a cada um, um ensino adaptado. Com o propósito de identificar a familiaridade dos alunos com a programação antes da graduação, foi questionada com qual idade e qual foi a primeira linguagem de contato. Aproximadamente 44% dos estudantes responderam que tiveram seu primeiro contato com programação dos 8 aos 17 anos e 81 alunos tiveram como primeira linguagem o Java, seguido da linguagem C. Apenas um aluno respondeu que nunca teve contato com nenhuma linguagem de programação e sete deles afirmam que não se dedicam à prática. Em relação aos alunos que já trabalham na área e o tempo de dedicação, 4 praticam de 1 a 3h, dois praticam de 7 a 9h e apenas um dedica 10h ou mais de práticas em programação. Dos 137 alunos que responderam a pesquisa, 85 deles praticam programação entre zero a três horas por semana e um grupo de 52 alunos praticam mais de 4 horas. De acordo com o ranking do site Tiobe [2013] a linguagem Java aparece em 2° lugar por dois anos consecutivos entre as mais procuradas. A instituição oferece nas disciplinas de Programação e Programação Orientadas a Objetos, referências à linguagem Java, portanto, existe uma preocupação em preparar os alunos para o mercado de trabalho com uma linguagem atual. Quanto ao número de horas por semana dedicadas ao estudo de programação, mesmo sabendo que depende da disponibilidade e interesse de cada aluno, é recomendável a prática. Tabela 5 – Horas semanais praticadas pelos alunos 100 50 0 Total

0h a 3h

4h ou mais

85

52

97


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE O conhecimento dos alunos em outras linguagens de programação foi registrado no questionário. Salientando-se que o conhecimento não abrange o domínio completo, ao menos o interesse em compreender outras linguagens já serve como um diferencial no mercado de trabalho. Dentre as linguagens mais citadas está o Java, por ser, também, a linguagem trabalhada em sala de aula. Em seguida, o HTML/CSS, o C/C++ e o Javascript. Das linguagens que receberam menos de dez votos estão o Ruby e o ActionScript com 3 votos cada, o VBNet e o Cobol/Fortran com 2 votos cada, o Objective C e o Prolog com 1 voto cada e o Perl e Lisp/Haskel não receberam nenhum voto. As linguagens citadas pelos alunos que não continham na lista do questionário estão o Portugol, ShellScript, Visualg e ADVPL cada um com dois votos e o Progress 4gl, Basic, Natural Clipper, Lua, Assembly e Grails com um voto cada. Na terceira e última etapa do questionário, auto avaliação, os estudantes responderam sobre o grau de conhecimento em noções básicas de programação. As análises dos dados foram feitas por período já que alguns dos conceitos ainda não foram passados para alunos dos primeiros períodos. Entre os índices registrados de dificuldades dos alunos, estão os conceitos de alocação vetorial, tipo abstrato de dados, funções, métodos, ponteiros, referências, recursão e depuração. Estão apresentados, neste tópico, apenas os conceitos que foram registrados fora do domínio dos alunos. Vetores é um tipo de array unidimensional. A alocação deste elemento consiste em uma série de elementos do mesmo tamanho e tipo. Seu acesso é feito pela posição do elemento. No primeiro período, 50% dos alunos que responderam o questionário, nunca ouviram falar em vetores. Como já foi comentado, alguns conceitos ainda não foram passados para os primeiros períodos, sendo este défice justificável. Entre os conceitos ainda não vistos no primeiro período estão: Tipo Abstrato de Dados, Funções e Métodos, Ponteiros, Referências e Recursão. O conceito de vetores é aplicado a partir do segundo período. Os níveis de conhecimento sobre este conceito, do segundo ao quarto período, estão acima dos 50% considerado satisfatório. A ideia de abstração de dados refere-se a uma modelagem de uma estrutura de dados de acordo com seu funcionamento. No segundo período, 68,42% dos estudantes conhecem o conceito, mas desconhece a forma de aplicação. Menos da metade dos alunos do terceiro período dominam o conceito. No quarto período houve um empate entre os que também sabem do conceito, mas não sabem da aplicação e dos que dominam o assunto. Ponteiros, Referências, Recursão e Depuração são os conceitos de mais dificuldades entre os alunos. A depuração, apesar de ter sido discutida em sala de aula no primeiro período, 38,70% dos alunos nunca ouviu falar. No segundo período, a maioria, 47,36%, sabe do que se trata, porém não sabem usar. No terceiro período, houve um empate entre os que conhecem, mas não sabem da funcionalidade e os que dominam o conceito. O mais alarmante é o conceito de recursão, a grande maioria de todos os períodos nunca ouviram falar. O conceito de ponteiros e referências, do segundo ao quarto período, a maioria responderam que sabem do que se trata não sabem usar.

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Pontei ros e Referências

Funçõ es e Métodos

Estr. de Controle de fluxo

Opera ções Lógicas

Opera ções Aritméticas

Tipos de dados abstratos

Aloca ção vetorial

Aloca ção de variáveis

Tabela 6 – Porcentagem dos estudantes por período letivo que dominam os conceitos citados

54,88%

45,16%

1,61%

6,45%

66,12%

30,64%

35,48%

9,67%

6,45%

84,21%

94,73%

78,94%

15,78%

84,21%

47,36%

100%

52,63%

21,05%

71,42%

82,14%

60,71%

46,42%

96,42%

67,85%

92,85%

64,28%

25,00%

82,14%

78,57%

46,42%

39,28%

100%

78,57%

85,71%

71,42%

32,14%

Interpretação De acordo com a última parte do questionário, onde os alunos avaliam sua compreensão dos conceitos citados em cinco opções, onde os extremos correspondem na total abstração do conceito ou o domínio deste, entende-se que o domínio seria a completa compreensão e os demais que existe um défice a ser resolvido. Analisando estas dificuldades dos alunos representadas neste artigo com a referenciada tabela 1, já podemos identificar quais das ferramentas, estudadas anteriormente, poderão ser aplicadas. O primeiro dos conceitos trabalhados segundo as competências é o de compilação, apesar de mais de 50% da turma do primeiro período dominar o conceito, uma parcela considerável de 28 alunos sentem dificuldades entre a usabilidade e a utilidade na aplicação. Das ferramentas citadas na tabela 1, apenas o FutCode trabalha este conceito, porém como no FutCode também é aplicado conceitos ainda não estudados pelas turmas do primeiro período, convém analisar uma forma de desta ferramenta contribuir na aprendizagem. Menos da metade dos alunos dominam o conceito de alocação de varáveis no primeiro período, 34 dos 62 alunos responderam que possuem algumas dificuldades neste conceito. Todas as ferramentas citadas na tabela 1, com exceção do Guido VanRobot, trabalham o conceito de alocação de variáveis, porém o TBC-AED trabalha conceitos mais avançados e não possuem uma versão para iniciantes, o CodeMonster e o Kids Ruby utilizam as linguagens javascript e Ruby, respectivamente, o que seria desaconselhável para alunos do primeiro período que ainda não tiveram nenhum contato com linguagens de programação e estão sendo iniciados com o Java. As demais turmas apresentaram um nível satisfatório de compreensão do conceito de alocação de variáveis. No primeiro período não indicaremos ferramentas para alocação vetorial, tipo abstrato de dados, funções e métodos, ponteiros e referências e recursão, apesar do resultado negativo obtido, estes conceitos só serão cobrados para os alunos no período seguinte. Nos terceiro e quarto período, onze e quinze alunos, respectivamente, dos 28 entrevistados em cada turma, responderam que sentem alguma dificuldade em alocação vetorial. Entre as ferramentas que podem ser aplicadas para este conceito segundo a Tabela 1, estão: CodeMonster, FutCode, TBC-AED, VisuAlg e Web Portugol. No conceito de tipo abstrato de dados, observa-se claramente que existe incompreensão do segundo ao quarto período, ou seja, mais da metade dos que responderam o questionário afirmaram que sentem algum bloqueio neste conceito. As ferramentas que podem ser indicadas para servir como apoio são: CodeMonster, FutCode, TBC-AED e VisuAlg. Sobre o conceito de operações aritméticas, há uma distribuição ínfima do segundo ao quarto período de alunos com bloqueio neste conceito. Já no primeiro período, 21 alunos dos 99


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE 62 entrevistados possuem dificuldades. Em operações lógicas, mais da metade no primeiro e segundo períodos possuem dificuldades, no terceiro e quarto períodos somam 15 alunos. Já no conceito de controle de fluxo, o primeiro período tem mais dificuldades, 40 alunos dos 62 entrevistados afirmam que sentem alguma dificuldade neste conceito. Nos terceiro e quarto períodos somam 06 alunos que sentem algum bloqueio. Todas as ferramentas citadas na Tabela 1 trabalham estes três conceitos, exceto o Guido VanRobot. Porém, para o primeiro período teríamos que excluir o TBC-AED, CodeMonster e o KidsRuby pelos motivos anteriormente citados. Os conceitos de funções, métodos, ponteiros, referências e recursão, são trabalhados inicialmente no segundo período, onde 9 dos 19 alunos apontaram dificuldades em funções e métodos. No terceiro e quarto períodos, respectivamente 10 e 8 sentem dificuldades. De acordo com a tabela 6 deste artigo, observa-se que os conceitos mais críticos são os de ponteiros, referências e recursão. Do segundo ao quarto período, mais da metade dos estudantes respondeu que sentem dificuldades nestes dois conceitos. O conceito de recursão chega a ser o mais grave onde mais de 50% de todas as turmas respondeu que nunca ouviu falar. Infelizmente a nossa tabela referenciada de um estudo anterior não avalia as ferramentas com o conceito de ponteiros e referências. As ferramentas CodeMonster, FutCode, RobotProg e VisuAlg são as únicas que trabalham Funções, Métodos e Recursão. A depuração é um processo de análise de código passo a passo e aplicável desde o primeiro período. Porém, mais de 50% em todas as turmas relataram algum tipo de dificuldade neste conceito. E das ferramentas que podem se aplicadas estão o Guido VanRobot, RobotProg, TBC-AED, VisuAlg e Web Portugol. Tabela 7 – Análise das Habilidades

Programa bem e visualiza a utilidade e é capaz de resolver problemas reais

Programa bem e visualiza a utilidade mas tem limitações p/ resolver problemas reais

Constrói algoritmos mas não visualiza a utilidade

Tem dificuldade na construção de algoritmos simples

Período

Descrição das habilidades em programação

1° (62) 14,51% 25,80% 50,00% 8,06% 2° (19) 5,26% 26,31% 57,89% 10,52% 3° (28) 7,14% 25,00% 50,00% 17,85% 4° (28) 7,14% 32,14% 42,85% 17,85% Segundo a referenciada tabela 2, das competências trabalhadas, aponta-se o FutCode como uma ferramenta educacional que possibilita o aluno reconhecer alguns dos principais conceitos em programação. Na tabela 7, estão as análises das habilidades dos alunos, onde eles avaliaram suas competências em programação ficando notável a dificuldade dos alunos em resolver problemas reais. Sugerindo, então, o FutCode ou uma adaptação desta ferramenta para auxiliar na compreensão dos alunos.

Discussão Com a categorização das ferramentas no primeiro trabalho, identificamos três níveis de complexidade. Para iniciantes, onde são focados os conceitos básicos como operações aritméticas, lógicas e estrutura de controle, focando a construção de algoritmos, podendo ser indicada para turmas iniciantes e associamos com o primeiro período. Entre as ferramentas 100


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE citadas para o nível iniciante estão o RobotProg e o Guido VanRobot. Nas ferramentas de nível intermediário será dedicado os conceitos de alocação de memória em variáveis e

vetores, tipo abstrato de dados e funções. Com o propósito de trabalhar com linguagens de programação reais, passaria a transparecer para o aluno a utilidade da programação. Associamos ao segundo período com as ferramentas CodeMonster e KidsRuby. Para o nível avançado, a proposta é fazer com que os alunos visualizem a solução de problemas em domínios reais. Correlacionamos com os terceiro e quarto períodos. O FutCode atende o requisito onde são trabalhados conceitos avançados, como compilação e recursão, este último com o pior índice registrado na instituição. Considerações finais Sugerimos, neste trabalho de iniciação científica, metodologias para serem aplicadas em sala de aula, como as ferramentas estudadas no primeiro artigo com o objetivo de sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos expostas no segundo artigo. De acordo com os dados apresentados, salientamos o défice no aprendizado dos alunos da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. A proposta desde estudo é contribuir com a instituição em oferecer para os seus alunos um curso satisfatório. A procura pela graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas é grande, mas infelizmente, por se tratar de um curso complicado, muitos alunos acabam desistindo como pudemos observar nos números dos matriculados do primeiro ao quarto período. Vários agravantes foram citados, como por exemplo, um aluno chega ao quarto período sem saber dos conceitos básicos de programação como alocação de uma variável e o desconhecimento em relação à conceitos importantes como a recursão. Neste artigo, estão em evidência as principais dificuldades dos alunos e espera-se que com esses dados, coordenadores e professores possam tomar medidas para reduzir a problemática. A nossa contribuição é mostrar que a utilização de meios alternativos de ensino, principalmente em programação, pode trazer resultados positivos tanto para os alunos quanto para a instituição. Ressaltando a queixa da maioria dos entrevistados, é necessário que os docentes possam acompanhar os alunos no processo aprendizagem, identificar as dificuldade e dispor de estratégicas de ensino simples, como as ferramentas apresentadas, que de forma lúdica acabam contribuindo em sala de aula.

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O BATE-PAPO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE LETRAMENTO Paula Daniele Torres de Castro Matos FAFICA94

RESUMO Este estudo analisa o Bate-papo do Facebook como ferramenta de letramento, gerando assim uma relação que envolve os diversos aspectos da conversação dos usuários do chat ao utilizar a plataforma e de que forma tais aspectos contribuem para a interação entre essas pessoas. O bate-papo pode ser usado como uma ferramenta disponível na internet para o usuário praticar a linguagem escrita em ambientes reais promovendo uma aprendizagem construtiva e significativa, diante do contexto social, ao utilizar essa ferramenta, rica em todo o aspecto linguístico e gêneros diferentes. Esse mecanismo também influencia na criação de uma língua própria o “internetês”, que envolve cada vez mais crianças, jovens e adultos, adeptos a essa nova conjuntura. Podemos dizer também, que ocorre uma junção das gerações em um só contexto, diminuindo a distância entre elas, havendo uma construção de conhecimento coletivo e inserção social, através da comunicação mediada pelo computador.

INTRODUÇÃO As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC, doravante) vêm trazendo grandes mudanças na sociedade moderna, podendo ser observada em nossa maneira de viver afetando as práticas da linguagem, principalmente a que fazemos no campo digital da internet. Hoje, não conseguiríamos mais imaginar o mundo sem internet. Esse advento trouxe uma nova maneira de interagimos uns com os outros, um dos motivos é o fato de o ser humano viver em comunidade e isso fez com que ele buscasse nova maneira de se comunicar. [...] As inúmeras modificações nas formas e possibilidades de utilização da linguagem geral da língua são reflexos incontestáveis das tecnologias emergentes no mundo e, de modo particularmente acelerado nos últimos trinta anos, quando os equipamentos tecnológicos de comunicação começaram a fazer parte da vida das pessoas e instituições. Certamente tudo isso contribuído para tornar as sociedades letradas mais complexas. (MARCUSCHI, 2010, p.11). Podemos dizer que a comunicação é o fato real para os seres se relacionarem, assim, instiga consciente ou inconsciente a uma prática social. E a internet causou essa inovação de relacionamento oferecendo novas dimensões de mundo conectando uma pessoa à outra, por exemplo: atualmente, posso conversar com uma pessoa que esteja na China, ou conhecer a cultura de outros países através da internet. E essa particularidade que possuímos, fez com que buscássemos e/ou adaptasse para realidade das NTIC´s surgindo assim, uma nova prática da linguagem. Esta situação discursiva que Marcuschi (2005, p. 109), traz como novos meios de discurso ou de novas práticas discursivas entre as mais comuns estão o letramento digital.

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Pós-graduada em Língua Portuguesa na Fafica e Editora de Texto na TV Asa Branca, Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade do Vale do Ipojuca. Caruaru-PE, Email: paulamatos.editora@hotmail.com

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1. O Letramento e o Letramento Digital. O letramento se dá quando a pessoa domina as técnicas de leitura e escrita nas mais variadas formas. Desde o reconhecimento de símbolos (placa de ônibus, outdoor, sinalização, dinheiro), até a escrita de cunho científico, de maneira consciente para usar e transmitir informações e conhecimentos. O termo letramento origina-se do inglês Literacy e, segundo Marcuschi (2001, p. 27), o letramento é um processo de desenvolvimento das práticas de leitura e/ou falada, em diversas situações da vida. Para ele, o letramento vai além de aperfeiçoar a leitura e a escrita. Por isso, é preciso contextualizar as práticas escolares e adaptá-las à realidade da comunidade. Em um mundo globalizado como o nosso o fluxo de informação é intenso. As notícias chegam de maneira “instantânea” para todos nós, através da televisão, do rádio e dos aparelhos eletrônicos como notebooks, laptops, tablets, ipod, ipad, celulares, entre outros. Essa avalanche de conhecimento atinge a todos, inclusive crianças, adolescentes e jovens. Essa discussão vem sendo trabalhada em todos os contextos, sendo, mas ampliado aos acontecimentos que afetam nossa vida pessoal. O que nos faz reavaliar o papel da tecnologia a nosso favor, onde a mesma passa a ser um mediador no processo de ensino/aprendizagem ao seu uso. Portanto, essa relação entre aprendizagem e tecnologia, vem abordando métodos e formas que modificam a língua portuguesa, através da utilização de abreviações, as figuras de linguagem e uso de imagem (emoticons) que tem como função ajudar o processo de aprendizagem dentro das redes sociais. A pesquisadora Ivanda Maria Martins Silva (2009 p. 24), faz a seguinte reflexão: A proliferação de comunidades virtuais (orkuts) e as novas formas de interação mediadas eletronicamente (MSN, chat, chat vídeo, vídeo conferência, etc.) promovem a ampliação da inteligência coletiva. No campo da educação, a inteligência coletiva consolida-se com a prática da aprendizagem colaborativa (LÉVY, 1999. P.171), na qual novas competências surgem para orientar professores e alunos na construção e reconstrução do conhecimento fora e dentro da instituição escolar. Neste sentido, tanto o educador quanto o educando estão “interligados” no processo tecnológico. As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação – NTICs são recursos que oferecem a possibilidade de inserir imagem, sons, links, etc. para transmitir a informação, promovendo uma intermediação que auxilia o indivíduo na compreensão da mensagem através do computador. Deste modo, possibilita uma troca de conhecimento que auxilia na construção de sentido dentro do contexto. Assim, o processo tecnológico em meios aos diversos tipos de comunicação virtual precisa ser trabalhado de forma que este aprendizado seja desenvolvido de maneira consciente, sem que haja prejuízo ao indivíduo no contexto social em que está inserido. Já que essa linguagem da web é marcada pela rapidez e imediatismo propiciada por novas esferas de acesso e troca de informações. Essa peculiaridade não apenas nos apresenta diante de novas possibilidades na construção e ao manuseio de conhecimentos, mas, também, possibilita característica peculiar de trabalho, comunicação e relação com o meio, com o outro e com o próprio indivíduo. 104


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Com base em Freire (2005, p. 98) Silva (2009, p. 21) afirma que “a tecnologia é uma das grandes expressões de criatividade humana.”, portanto, a tecnologia é um processo natural de um mundo globalizado. Deste modo, o Homem e a Mulher do século XXI precisam ser letrados digitalmente. O Letramento Digital é uma expressão que está sendo usada frequentemente entre os estudiosos da área de educação para falar de um novo processo de apropriação das NTIC´s na sociedade. Temos também diversos termos para nos referirmos a este processo: letramento eletrônico, alfabetização digital, capacitação informacional, competência informacional, dentre outros. Como já discutimos anteriormente, na última década, o mundo mudou significativamente, a tecnologia cada vez mais veloz e disponível em inúmeras plataformas, veio para revolucionar padrões de comportamento e transformar formas de pensar, ser e atuar. As NTIC´s trouxeram novos paradigmas. Se antes tínhamos o analfabeto funcional95, hoje temos o analfabeto digital ou o “analfabyte” que é conhecido como o indivíduo que ainda não conhece ou não se apropriou das tecnologias de informação e comunicação. O professor Romero Tori, em seu livro “Educação sem distância: as tecnologias interativas na redução de distância em ensino e aprendizagem” vêm apresentar dois conceitos interessantes do escritor americano Marc Prensky: imigrante digital e nativo digital: Prensky é o criador dos conceitos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”. Para esse autor, os atuais estudantes, nativos digitas, são ensinados por professores imigrantes digitais, que possuem “sotaque” e cultura trazidos da era pré-internet. Assim como os imigrantes do mundo real, alguns imigrantes digitais se adaptam melhor que outros à nova cultura, mas, invariavelmente, todos mantêm algum nível de sotaque. Prensky lista algumas manifestações desse sotaque, tais como: a internet não ser a primeira fonte de informações; ler manuais de programa e produtos antes de começar a usá-los; imprimir um documento para lê-lo. (TORI, 2010, p. 218). Com uma realidade marcada por mudanças radicais e instantâneas originadas pelas novas formas de interação através do computador, o nativo digital surge de maneira não linear, muito menos estático, mas com uma estrutura repleta de lacunas e questionamentos. Já os imigrantes digitais ou a geração pré-internet, são sujeitos que não nasceram nesse meio tecnológico, mas se apropriaram de alguma forma da tecnologia, como o uso celular que atualmente é bastante comum em nosso meio. Isso ocasiona um conflito entre as gerações ocasionando algumas dificuldades para o imigrante digital em entender as NTIC´s e adaptá-las ao pensamento principal a serviço do nativo digital. O primeiro pode ser definido como os programadores que foi se apropriando do conhecimento do mundo virtual a partir do desenvolvimento das tecnologias, e que precisa agregar esses valores nas suas práticas instrutiva e tecnológicas já o segundo, seria o a população no geral da atualidade, totalmente ambientados ao universo virtual. Para Tori, (2010, p.218) os nativos digitais já nasceram num mundo tecnologicamente desenvolvido, e são também conhecidos como geração Y ou geração millenium. Essa relação ocasiona novas lacunas na estrutura do poder vigente, e assim, o processo pode ser

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O analfabeto funcional é aquela pessoa que sabe escrever seu próprio nome, lê e escrever frases simples, efetua cálculos básicos, porém é incapaz de interpretar o que lê e de usar a escrita e a leitura em seu dia a dia.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE visto como um mecanismo tanto positivo quanto negativo, uma vez que pode ser objeto de inclusão ou exclusão do cidadão no âmbito digital. Nessa sociedade moderna o acesso à informação e ao conhecimento surge como uma das principais condições para que os indivíduos possam participar ativamente da história. O acesso à internet nos coloca interligados numa rede mundial. A velocidade com que as informações se processam e os diferentes canais de comunicação abertos propõem uma nova maneira de organizar, selecionar e construir conhecimento. O letramento digital reúne um conjunto de capacidades indispensáveis às atuais práticas letradas mediadas por computadores que podem ser especificadas da seguinte forma (XAVIER, 2007): 1. Construir sentido a partir de textos que sistematizam códigos verbais, sonoros e visuais; 2. Localizar, filtrar e avaliar criticamente a informação; 3. Ter familiaridade com as normas que regem a comunicação por meio do computador. 4. Pesquisar na Internet: acessar e selecionar criticamente informações. 5. Comunicar-se em meio digital: trabalhar colaborativa mente participar de debates, grupos de estudo etc. 6. Publicar conteúdos: adquirir uma postura ativa e autoral na Internet. O objetivo do letramento digital é proporcionar habilidades básicas para que o cidadão possa operar o computador e interagir com esses sistemas e assim poder aumentar as oportunidades no contexto social. Com a globalização, o mercado de trabalho exige um “letramento digital”, já que a cada dia novas tecnologias surgem e se não soubermos usá-las será muito mais difícil se adequar. A tecnologia, assim como qualquer produto social, não é por si só positiva ou negativa. Seu resultado prático vai depender grandemente do tipo de uso que dela fazemos. Nessa direção, os recursos oferecidos pela tecnologia de comunicação digital podem mudar a sociedade, ampliando as possibilidades de acesso dos grupos excluídos, como aumentar ainda mais a distância e a exclusão existente. (ARAÚJO, 2007, p.189). Isto significa que além de sabemos como utilizar as NTICs é necessário saber o porquê de empregar essa tecnologia. Realizar um curso de software de edição de texto, de imagem ou de planilha eletrônica nos ensina a dominar os códigos dessa linguagem, ou seja, alfabetizar. Mas, isto só faz sentido se realmente for incorporada ao nosso cotidiano. Estar letrada digitalmente, portanto, significa utilizar essa tecnologia para propiciar a construção de uma sociedade mais igualitária, com saberes e valores hegemônicos, embora não garantam a inclusão social, mas oportunizam e minimizam a exclusão. Enfim, uma pessoa letrada no universo digital terá condições de pesquisar informações, e adquirir conhecimento, transmitindo e melhorando até mesmo sua qualidade de vida, além de abrir espaço para o acesso à informação, ao conhecimento e ao contato social.

2. Internetês - a Linguagem na Internet A internet afeta diretamente o comportamento do ser humano. Ele passa a ser um individuo tecnológico e conectado a esse novo mundo virtual e se satisfaz através de transferência de informações digitais e do diálogo com outras pessoas existentes, muitas vezes, apenas no universo virtual. A língua tem sido concebida como um sistema de signos, em que cada signo é constituído de um significado e da relação 106


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE arbitrária entre esses elementos linguísticos formando um sistema, um conjunto solidário em que cada um dos elementos componentes só se pode definir relativamente aos outros com os quais forma sistema. Sendo um fato social, sua existência fundamenta-se nas necessidades de comunicação. (CARDOSO, 1999, p.15). Visto que a rede mundial de computadores abrange muitas situações de comunicação. A comunicação assíncrona existe em um ambiente que envolve vários gêneros. Lá se forma um ambiente de discussão de temas, lista de grupos e assim por diante. Vale salientar que neste meio ocorre a interação através de interesse comum, por exemplo, os e-mails, blogs, fóruns, etc.. A comunicação síncrona refere-se ao ambiente em salas de bate-papos que reúne várias pessoas simultaneamente ou em um ambiente reservado, o que expande as possibilidades de “novas” práticas discursivas. Esse conjunto de fatores tem despertado o interesse de muitos estudiosos desde a década de 90, com o intuito de compreender a maneira como acontece a comunicação humana em uma ambiente não real e sim, cada vez mais virtual. No que diz respeito às ciências da linguagem, nesse período, a comunicação intermediada pelo computador tem se tornado alvo de debate acadêmico, observando vários aspectos, como ensino de línguas, o ensino a distância pela web, a análise da conversação, os letramentos, os gêneros digitais. (ARAÚJO, 2010, p.110).

Ainda segundo Araújo (2010, p. 111), o bate-papo é o resultado da transformação do diálogo diário que ocorre em um ambiente físico para uma pluriesfera digital, a que referimos de web. Então, surge outro paradoxo que está intimamente ligado à NTIC, que apresenta impacto ou efeitos sobre as formas de aprendizados e a formação desses usuários denominada de letramento digital. Neste sentido, com a Figura 1 a seguir, o pesquisador mostra as complexas esferas comunicativas e à transmutação preexistente no bate-papo virtual e nele estão presentes as características da língua oral e escrita.

Transmutação do diálogo cotidiano para web

Fonte: (ARAÚJO, 2010, p. 117).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Nessa figura, percebemos que a web é considerada uma esfera de comunicação, uma fonte geradora de discursos através da esfera original para chegar aos gêneros existentes. Conforme Araújo (2010, p. 117), o chat está envolvido em algumas esferas para sinalizar que esse evento comunicativo pode servir para vários discursos transmutados pela web, um chat, por exemplo, é uma situação comunicativa complexa que dá origem a vários outros gêneros, ou a uma linguagem própria. Com a internet, vieram novas palavras e expressões atreladas à configuração de comandos ou aplicações. Muitas sem significado próprio em nossa língua. Percebemos como as palavras foram abreviadas até o ponto de se transformar em uma única expressão, com duas ou no máximo três letras (não = ñ, sim = s, de = d, que = q, também = tb, cadê = Kd, teclar = tc, porque = pq, aqui = aki, acho = axo, qualquer = qq, mais ou menos = +/-). Essa nova linguagem ficou conhecida entre os jovens como “internetês”. A necessidade de interagir utilizando o teclado do computador fez com que, rapidamente, o “internetês” se difundisse. Mas, para que isso ocorresse existiram alguns fatores para que esse “dialeto eletrônico” se espalhasse entre o meio digital como um “vírus”. Primeiro: os navegantes da internet sentem a necessidade de escrever abreviado devido à facilidade de escrever de modo simplificado, aliado a pressa, para acelerar o bate-papo. Eles se utilizam dessa ferramenta para se comunicar em tempo real, já que na web tudo é muito rápido. E segundo o desejo de pertencer ao grupo podendo assim, adaptar-se a escrita e a linguagem do grupo que deseja fazer parte. Esse “dialeto eletrônico” é um fenômeno linguístico e cultural que mostra a vitalidade da língua e sua capacidade de se transformar através das gerações. Para reafirmar isso, o historiador Chartie (2001, p. 11) apud Ribeiro (2007, p.225) enfatiza: O que são as palavras postas em um livro? O que são esses símbolos mortos? Nada absolutamente. O que é um livro se não o abrimos? É simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se os lemos acontece algo estranho crê que muda a cada vez. Heráclito disse (o repeti demasiadas vezes) que ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio porque ás águas muda, mas o mais terrível é que não somos menos fluidos que o rio. (CHARTIER, 2001, p. 11). O ser humano sempre criou maneiras para facilitar a comunicação. Com a internet e as novas tecnologias a escrita está se tornando mais criativa. Mas, o que caracteriza a "internetês" em relação à escrita tradicional? Podemos dizer que ela ocorra quando estamos escrevemos online, pois muitas vezes, nós reduzimos as palavras usando as abreviações. Outro caso também ocorre na utilização dos emoticons96, que tem o intuito de passar nosso estado de espírito, economizando as palavras. A partir daí surgi o "internetês", classificado como uma nova língua ou uma linguagem estranha, que leva em consideração as suas formas gráficas sem analisar seus usos em contextos reais.

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Emoticons – ícones das emoções que traz em sua concepção uma linguagem não verbal, tendo como características as expressões gestuais e as expressões faciais, com o objetivo de suprir a falta de elementos característicos da comunicação real à comunicação virtual. Os emoticons são representados pelas “carinhas” ou smileys que são feitas através de combinações de caracteres do teclado do computador, por exemplo: a junção de dois pontos com a letra D transforma-se na carinha com uma risada (: D).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE A internet, como espaço didático-pedagógico, possibilita a inserção do aluno em diferentes contextos e em situações reais de inteiração, que lhe permitem interagir por meio da linguagem, agir no mundo e sobre os outros, engajar-se na leitura e na produção ativa e crítica de textos que sejam representativos para sua vida social. (MEURER & MOTTA-ROTH, 2002, p. 34). Direta ou indiretamente as NTIC´s exercem diferentes influências sobre nós. Sabemos que a língua falada e escrita é dinâmica em qualquer parte do mundo. Nenhuma língua ou qualquer outra forma de comunicação pode ser considerada estática. De um jeito ou outro todas as línguas se transformam, evoluem se adaptam as circunstâncias, sofrem influências umas das outras. Para Galli (2010, p. 157) “O léxico da língua está constantemente se expandido. Essa expansão acontece por meio da neologia, processo de (re)criação de novas palavras que parte das regras de produção existentes no sistema lexical”. Portanto, o aparecimento de uma linguagem universal, no seu sentido mais amplo, possui a capacidade de transmitir a informação, com uma formalidade mais acessível à maior parte dos leitores/usuários que a utilizam para interagir socialmente, talvez, por necessidade, ou até mesmo por imposição social.

3. Breve História do Facebook O Facebook foi criado em 4 de Fevereiro de 2004, pelos americanos, Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Cris Hufghes e pelo brasileiro Eduardo Saverin. A ideia era criar uma rede de contatos para o jovem norte americanos que estavam saindo do colegial e ingressando nas universidades. Inicialmente, a plataforma foi desenvolvida e sendo focada nas escolas e colégios. Para ter acesso era preciso ser membro das instituições reconhecidas. (RECUERO, 2009; KIRKPATRICK, 2011). Segundo estes autores, no início, essa rede social era apenas para os estudantes do Harvard College, após alguns meses de testes outras universidades como Boston Universit começou a usá-la. Devido a uma boa aceitação entre os estudantes universitários começou a se espalhar para outras instituições de ensino. A função do Facebook é mapear todo o relacionamento do usuário. A ideia básica é que todos nós estamos unidos por uma rede de relações. Alguns dos elos são diretos e fortes, já outros são tênues e fracos. Por exemplo: eu conheço você e você conhece Patrícia, e Patrícia que por acaso me conhece. Então, teoricamente estamos ligados a um ponto. Dentro dessa rede social é possível compartilhar links, vídeos, fotografias. Ela também oferece outras formas de interação através do diálogo. Uma delas é a publicação no mural do usuário, tendo a opção de ser em particular ou em grupos através das mensagens. Outra forma é o bate-papo virtual, que permite a troca de mensagens instantâneas com as pessoas que estão online. Desde 11 de Setembro de 2006, usuários a partir de treze anos de idade puderam aderir ao Facebook. Em poucos meses, a Website se espalhou pelo mundo, se transformando na febre do momento entre todas as idades. Pois, possibilita uma forma de interação social complexa, na qual diferentes signos relacionam-se para compor a mensagem.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE De acordo com Recuero (2009, p 76), o Facebook tem crescido bastante em países latino-americanos tendo atualmente, no Brasil, cerca de 380 milhões de visitas, e cerca de 73 milhões de usuários, segundo dados da consultoria Social de Bakers97 de 17 de Abril de 2013.

4. Bate-Papo do Facebook: O Virtual em Tempo Real O bate-papo do Facebook é uma das formas de letramento digital, que atualmente existe em nossa sociedade. Essa interação vem ganhando novos formatos, tudo isso, dentro do contexto social e principalmente no contexto digital. É possível afirmar que o bate-papo do Facebook é um contexto social, no qual a interação ganha outro formato. Sendo uma ferramenta bastante útil que pode ser aplicada ao ensino-aprendizagem das pessoas que configuram um novo espaço para a produção e a troca de conhecimento, como é o caso de docentes e alunos(as) ou entre colaboradores na rede (os próprios hackers, por exemplo). Neste sentido, o chat abre espaço para a comunicação como afirma Lévy (1999, p. 75) “um mundo virtual no sentido amplo, é um universo de possíveis, calculáveis a partir de um modelo digital. Ao interagir com o mundo virtual, os usuários exploram e o atualizam simultaneamente”, deste modo, essa comunicação múltipla traz um laço que emerge de uma conexão com outras pessoas que geram efeitos de interação direta do mundo off-line para o mundo online, fazendo que grupos distintos ou não se aproximem cada vez mais. Neste ambiente, o individuo constrói uma identidade cultural aonde compartilham normas, crenças, atitudes e significações. Quando as interações podem enriquecer ou modificar o modelo tradicional de ensinoaprendizagem, o ambiente virtual torna-se um campo propício para o desenvolvimento de inteligência e criação coletiva. Marcuschi (2010, p.37) analisa 12 gêneros emergentes no ambiente da tecnologia digital, dos quais 7 são de propriedade síncrona (tempo real): (1)Chat em aberto; (2)Chat reservado; (3)Chat ICQ; (4)Chat em salas privadas; (5) Entrevista com convidados; (6) Aula chat (aulas virtuais) e (7) Videoconferência interativa. Nesta classificação o chat é uma interação e um novo gênero discursivo, e tem apresentado particularidades próprias. Assim, o bate-papo do Facebook analisado pelo o estudioso como Chat reservada na maioria das vezes traz marcas relevantes para o estudo em questão, tanto para o contexto social quanta na utilização de novos aprendizados seja ela na linguagem ou não. Para caracterizar o chat existem três vertentes analisadas por Marcuschi (2010) para compreendê-lo: 1) Como um ambiente síncrono, onde estão observadas as peculiaridades físicas relacionadas ao ambiente virtual, isto é, ao meio físico da comunicação, como uso de computador conectado à internet, quantidade de usuários, sala de bate-papo; 2) Como um gênero; 3) Como uma conversação, são realizados em tempo real, embora sejam essencialmente escritos. Para que possamos interagir e usar de forma correta, os mecanismos oferecidos pelo mundo virtual são necessários um domínio mínimo de língua portuguesa. A partir dessa constatação nota-se a funcionalidade da língua materna.

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Disponível em: http://migre.me/fs2df (acesso em 10/07/2013)

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Vamos analisar a figura 2 para saber como o bate-papo funciona: para conversar com a pessoa basta verificar se a bolinha está verde do lado da foto, caso esteja ela está online, portanto é só conversar.

Ferramentas controle

de

Figura 2 – Bate-papo do Facebook

Como verificamos acima na aba destacada é possível identificarmos o chat do Facebook com os turnos dos falantes, no caso da ilustração da figura 9 temos o diálogo entre a pesquisadora (Paula Matos) e Emanoela Alencar. Além da possibilidade da conversação é possível ampliar as formas de interação com os recursos disponibilizados pelo Facebook (observemos os ícones na aba do diálogo):

Adicionar mais pessoas ao diálogo que está ocorrendo. Conectar a webcam, ou seja, adicionar vídeo ao bate-papo. Este ícone é de opções, nesta alternativa ela possibilita adicionar amigos, vídeos, fotos, etc.. Encerrar a conversa entre os participantes.

Assim, o chat do Facebook é um recurso de fala síncrona a partir de escritas textuais, exigindo um letramento digital. Este letramento pode ser espontâneo, intuitivo, à medida que as pessoas utilizam essa plataforma de interações ou pode ser aprendido através de cursos de informática, por exemplo. 111


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Conforme comenta Marcuschi (2010, p.21), o fenômeno do bate-papo virtual é conhecido como síncrono98, ou seja, realizado no tempo real e unicamente escrito. Para ele existem alguns aspectos para serem analisados, que podem ser descritos como: o uso da linguagem, a natureza enunciativa dessa linguagem e os gêneros realizados. E para compreender essa linguagem não precisa apenas de conhecimento da linguagem ou o léxico da gramática. No presente caso, o meio eletrônico oferece peculiaridade especificas para usá-la, ou seja, de alguns conhecimentos de mundo, a produção do gênero textual estará relacionada a uma interação social, ao local dos interlocutores, e a finalidade dessa interação. Essas particularidades indicam que o computador é mediador do discurso, em que possibilita a criação dos novos gêneros textuais, novas maneiras de ler e escrever. O chat estimula interação entre o autor, leitor e texto favorecendo outros modos de escritas e de leituras. Marcuschi (2010, p. 35) observa que são as ferramentas e os dispositivos que criam a instantaneidade e a rapidez de transmissão ocasionando reflexos nas formas textuais e linguísticas, provocando o surgimento de novos gêneros. A comunicação mediada por um computador (CMC) amplia o campo da comunicação escrita e transforma em uma comunicação dinâmica, inclusive com hibridismos com a oralidade. A utilização dos recursos específicos desse tipo de gênero geram mutações e transformações através das motivações sociais, e circunstanciais de comunicação. O uso de ícones, abreviações, emoticons e sinais de pontuação, são recursos que constituem um novo código do discursivo, como falávamos anteriormente, essa nova linguagem denominou de internetês, sendo considerado como a linguagem da internet. Um aspecto importante nesse gênero é a possibilidade de remessas de arquivos como foto, vídeo sem precisar sair do programa. A vantagem do bate-papo é a possibilidade de entrar em contato com outra pessoa como se estivessem numa ligação telefônica, e isto somente será possível se ela pertencer a sua rede de contatos no Facebook. Diferente das salas de bate-papos públicas, o bate-papo privado encoraja interações mais personalizadas, assim, acontecem às interações duais e não em salas múltiplas. Esse também é uma dos motivos porque o Facebook se tornou tão popular. A facilidade de uma digitação simultânea torna esse gênero de interação muito mais veloz e atraente. Percebemos durante o decorrer deste estudo o quanto a tecnologia transformou a vida das pessoas em seu dia a dia, e o tanto que a linguagem também passou por estas transformações crianças, jovens e adultos estão em sua maioria conectados a um mecanismo de comunicação. Essa comunicação mediada por computador vem ganhando força e forma nesse hábito milenar de conversar. Atualmente, a conversação surge a partir de um meio eletrônico, para difundir nossos pensamentos, sentimentos e desejos. Entre essas possibilidades comunicativas estão os bate-papos virtuais. Uma observação interessante é que na sociedade contemporânea o contato virtual tem sido cada vez mais utilizado. Outro ponto que merece destaque é a não preocupação com a língua materna ou a gramática dessa língua. Não há preocupação no ambiente virtual à normal culta, ou seja, escrevemos como falamos sem nos preocuparmos com concordância, erros gramaticais, entre outros. Também é possível desenvolver um vocabulário próprio, inventando novas palavras com obrigadú = obrigado; pq = por que; blz = beleza; mto = muito, etc. que estão bastante representadas nas abreviações, emoticons e onomatopeias. Neste sentido, o desenvolvimento e a utilização da internet acabaram produzindo, entre seus usuários, uma linguagem 98

A percepção de sincronia acontece quando os interlocutores operam no mesmo tempo.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE própria, repleta de termos típicos, ou seja, todo usuário de uma maneira ou de outra, acaba compreendendo o conjunto da rede e os termos que determinam seu conteúdo e funcionamento. As expressões, no campo da lexicologia e da terminologia, ultrapassam o contexto cibernético e representa um fator concreto da globalização. (GALLI, 2010, p.150) No ciberespaço99 a interação é total. Existe lugar para qualquer pessoa, sem a preocupação do sotaque, da cor de pele, religião ou do time de futebol. Todas falam a mesma língua, e expõem suas criticas, pensamentos, emoções e medos, estabelecendo uma linguagem global e comum a todos. Recuero (2009, p.172) lembra que o Facebook vem ganhado cada vez mais adeptos devido o seu designer. Em cada perfil, é possível acrescentar módulos de aplicativos como jogos, ferramentas, etc.; agrega em um único espaço tudo que é necessário para se relacionar com as pessoas com muita instantaneidade. Outra novidade é a sua personalização permitindo que os usuários pudessem criar aplicativos para o sistema. Fazendo com ele seja “aconchegante” e sendo percebido pelos usuários como mais privado que outros sites de redes sócias, visto que, somente os “amigos” que fazem parte da mesma rede podem visualizar o perfil uns dos outros, assim transformando o círculo de amizade mais próximo e nesses novos modos de conhecimento amplia a imaginação individual e permite que grupos compartilhem e participem desse conhecimento havendo assim uma interação maior entre os usuários

cONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando o Bate-Papo do Facebook algo que está cada vez mais próximo da sociedade atual, percebemos que o indivíduo não pode estar alheio às essas evoluções tecnológicas. Tendo como ponto de partida o letramento digital abordado por Marcuschi (2010), que traz um estudo importante sobre esse meio de comunicação. E, fazer parte dessa nova conjuntura significa está inserido na sociedade, tais comportamentos procuram mudanças de paradigmas, o chat proporciona esse novo exercício de comportamento que está atrelado ao um movimento extremamente dialético. Essa compreensão atual mostra que o processo de aprender vai além de espaços institucionais, como também, fora deles. Mas, para haver diálogo nesse ambiente faz-se necessário um conhecimento prévio desse espaço para que o indivíduo não fique ou não se sinta a margem dessa sociedade tecnológica. Outra reflexão importante, é que o bate-papo promove uma interação entre pessoas distintas ou não e ajuda a construir conhecimento. Por exemplo: Posso ter um amigo que mora no Sul do país, então, com essas diferenças de regiões, pode oferecer-me um leque de marcas linguísticas de conotações expressivas para o estudo da linguagem e ainda trocar conhecimento cultural. É através dele, que as pessoas tentam trazer a realidade, encurtar os espaços, interagir, trocar informações, participar, ouvir e ser ouvido. Seja ela, através de abreviações, emoticons, onomatopeias ou entre tantos outros tipos de linguagem existentes naquele pequeno espaço.

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Para SETTON (2010, p.100) o Ciberespaço é meio de comunicação que ocorre no ambiente “virtual” sem precisar da presença física para haver comunicação. Segundo a estudiosa, o ciberespaço, seria então um portador do saber, que se constroem e descobrem conhecimento sendo um mediador ara uma inteligência coletiva da humanidade.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Este estudo não consegue evidentemente esgotar o assunto, exigindo o aprofundamento dele numa investigação de Mestrado na área de Linguagem ou das Ciências Humanas, quanto às formas de interação humana mediado pelo computador. A partir desse estudo é possível dar continuidade a investigação, por exemplo, de determinadas falas ou tipologias de falas no Facebook como o ‘miguxês’, esse que é estudado Bagno (2009) em seu livro “ Não é errado fala assim!” que é variante do internetês. O miguxês conta com uma ortografia, vocabulário e estrutura próprios. Enfim, o estudo teve como foco analisar a interação humana mediada pelo um computador, trazendo relevância as marcas expressivas na linguagem escrita para “materializar” a falar no meio virtual. Para esta analise utilizamos referenciais teóricos, nos quais apoiamos para realizar essas investigações. Foi possível observar características semelhantes entre os interlocutores e a influência que este meio tem sobre eles.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE RIBEIRO, Ana Elisa. Kd o Prof? TB foi Navegar. IN: ARAÚJO, J. C.(org.) Internet e ensino: novos gêneros, outros desafios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. (coleção Cibercultura). Porto Alegre: Sulina, 2009. SETTON, Maria da Graça. Mídia e Educação. São Paulo: Contexto, 2010. SILVA, Ivanda Maria Martins. Diálogo Entre Tecnologia e Educação: Desafios as Leituras e a Produção Textual em Novos Suportes Tecnológicos. Recife: Braúna, 2009. SILVA, Ivanda Maria Martins. Linguagem, Leitura e Produção Textual: Desafios e Perspectivas. Recife: Braúna, 2009. TORI, Romero. Educação Sem Distância: As Tecnologias Interativas na Redução de Distâncias em Ensino e Aprendizagem. São Paulo: Editora SENAC, 2010. XAVIER, Antônio Carlos. Letramento Digital e Ensino. Texto Eletrônico, 2007. Disponível em: http://www.ufpe.br/nehte/artigos.htm. Acessado em: 20/05/2013.

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UM ESTUDO QUANTITAVITO SOBRE A INTER-RELAÇÃO ENTRE OS FATORES DE ATRAÇÃO À ÁREA DE T.I. E O COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL Renato A. V. Nunes, César França Núcleo de Pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (NUPESQ/FAFICA)

Resumo. Vários são os fatores que podem influenciar a escolha por uma carreira profissional. Dependendo do fator de influência, isso pode acarretar em um determinado tipo de comprometimento organizacional. Neste artigo apresentamos uma breve revisão literária em conjunto com um levantamento quantitativo realizado em uma faculdade privada de CaruaruPE, com o objetivo de identificar as inter-relações existentes entre os fatores de influência e os tipos de comprometimentos organizacionais na área de Tecnologia da Informação.

1. Introdução Há vários fatores que podemos levar em conta no momento de escolher um curso superior após o término do Ensino Médio. Dentre eles podemos destacar a experiência de familiares que trabalham na área, a demanda do número de vagas, exigência do mercado de trabalho, ou até o próprio interesse na área. Outros podem escolher uma área visando aperfeiçoar-se e garantir seus rendimentos financeiros futuros. Atualmente existe uma gama de interpretações a respeito do que é comprometimento organizacional. Meyer e Allen (2001) argumentam que o compromisso, como um estado psicológico, tem pelo menos três componentes separáveis: um desejo (comprometimento afetivo), a necessidade (comprometimento instrumental), e obrigação (comprometimento normativo) para manter o emprego em uma organização. Em nosso artigo apresentamos algumas teorias psicológicas que estabelecem a escolha profissional vinculada a características pessoais do indivíduo, procurando explicar os fatores psicológicos envolvidos na escolha e no ajustamento profissional, com a liberdade deopção do controle e poder das pessoas sobre o seu destino, além de apresentarmos os três tipos de comprometimento organizacional e os resultados de uma pesquisa quantitativa realizada com uma amostra significativa de estudantes de uma faculdade no interior do estado de Pernambuco, buscando entender a inter-relação entre os fatores de atração e os tipos de comprometimento organizacional. As seções seguintes desse artigo estão distribuídas da seguinte forma: na Seção 2 é apresentada uma síntese da literatura sobre os atrativos para uma escolha profissional e os tipos de comprometimento organizacional; na Seção 3 apresentamos os fatores de atração; na Seção 4 apresentamos os fatores de atração versus o comprometimento; e na Seção 5 a conclusão e trabalhos futuros.

2. Referencial teórico

2.1. Atrativos para escolha profissional Entre os fatores levados em conta na hora de escolher um curso superior após o término do curso do Ensino Médio destacam-se a experiência de familiares que trabalham na área, a demanda do número de vagas, exigência do mercado de trabalho, ou até seu próprio 116


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE interesse na área. Já outros escolhem uma área visando aperfeiçoar-se e garantir seus rendimentos financeiros futuros. Este aperfeiçoamento divide-se em duas perspectivas que se complementam, sendo uma o lado da oferta de trabalho (indivíduos), no qual se educam para elevar sua produtividade, e a outra é o lado da demanda de trabalho onde a maior produtividade é compensada através de maiores salários (SOARES E MILAN, 2008). As teorias psicológicas estabelecem a escolha profissional vinculada a características pessoais do indivíduo procurando explicar os fatores psicológicos envolvidos na escolha e no ajustamento profissional, com a liberdade de opção do controle e poder das pessoas sobre o seu destino, destacando-se quatro teorias (Bomtenpo et al., 2012): a Teoria do Desenvolvimento Vocacional (Super, 1969), evidenciando a exploração da carreira ao longo da vida, e não escolha profissional ocorrendo num dado momento; a Teoria de Gellat(1962), propondo um sistema relacional para o indivíduo decidir entre duas ou mais alternativas, o que não se aplica ao objetivo da presente pesquisa; a Teoria de Hersheson e Roth (1966), dizendo que o indivíduo toma sucessivas decisões as alternativas, de forma que se torna muito difícil reverter os primeiros descartes no final do processo decisório; e a Teoria Tipológica de Holland(1975), concebendo seis tipos diferentes de personalidade, no qual cada uma é o resultado da interação entre uma herança determinada e uma variedade de fatores culturais e pessoais, contemplando, essa teoria, que nenhum indivíduo é um tipo puro, mas concentra predominantemente as características de um dos tipos. Existem ainda as teorias sociológicas, que destacam a influência da cultura e da sociedade no processo de escolha, tendo como determinantes da escolha vocacional a classe social, as oportunidades de educação e cultura, de qualificação profissional e de trabalho, a família, entre outros; e as teorias econômicas procuram identificar os fatores de natureza econômica que levam os indivíduos a escolher uma determinada profissão.

2.2. Comprometimento organizacional Nos dias atuais há uma diversidade de interpretações no que diz respeito ao que é o comprometimento organizacional. Meyer e Allen (2001) argumentam que o compromisso, como um estado psicológico, tem pelo menos três componentes separáveis: um desejo (comprometimento afetivo), a necessidade (comprometimento instrumental), e obrigação (comprometimento normativo) para manter o emprego em uma organização. O comprometimento afetivo refere-se à fixação do empregado na organização, devido a se identificar ou até mesmo ter certo apego afetivo ou envolvimento na organização. Os empregados que tem este tipo de comprometimento, permanecem porque querem fazê-la e a tratam como se fosse dele. Comprometimento instrumental refere-se a uma consciência dos custos associados a deixar a organização. Neste caso, os empregados que tem um alto nível de comprometimento instrumental, permanecem porque precisam. Por último, o comprometimento normativo reflete um sentimento de obrigação de continuar no emprego. Dessa forma, os empregados que possuem esse tipo de comprometimento sentem que deve permanecer com a organização (MEYER e ALLEN, 2001). Com essas três abordagens, tem-se uma visão de que o compromisso é um estado psicológico que caracteriza a relação do empregado com a organização, e tem implicações para a decisão de continuar ou não de uma forma exclusiva, porém, um empregado pode passar pelos três níveis de comprometimento de diferentes formas. Um funcionário pode, por exemplo, ter um forte desejo e uma forte necessidade de se manter, mas pouca obrigação com a organização. Já outro pode sentir pouco desejo, uma necessidade moderada e uma obrigação forte, e assim por diante.

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3. Iteração 1: Fatores de atração

3.1 Método Com o objetivo de avaliar a intensidade dos fatores de atração para o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru – PE (FAFICA), um questionário designado especificamente para este fim foi aplicado com uma amostra de 54 alunos do referido curso, o que representa um intervalo de confiança de aproximadamente 10% dado um nível de confiança de 95%. O questionário foi construído na ferramenta Google Drive, e disponibilizado em um link online para os estudantes entre as datas 21 de Fevereiro a 06 de Março de 2013. O mesmo foi dividido em duas partes, seguindo a estratégia de funil (Merriam, 2009): na primeira parte colocamos uma questão aberta, no qual o aluno poderia responder livremente o que lhe levou a escolher este curso; Na segunda fizemos 10 perguntas afirmativas no qual o aluno teria que atribuir uma pontuação à influência dos fatores na sua decisão pela escolha do curso, seguindo uma escala Likert de 5 pontos. O questionário foi pré-testado e refinado com dois alunos, e questões relativas à coleta de dados demográficos foram adicionadas no início do questionário. Para a análise de dados, utilizamos a técnica de Análise de Componentes Principais, que é uma técnica estatística comumente utilizada para compreensão de dados e identificação de padrões em dados multidimensionais (Smith, 2002). Em seguida, relacionamos os componentes identificados às principais variáveis populacionais, utilizando t-test, buscando revelar possíveis fontes de vieses nos dados. Por fim, comparamos os resultados desta pesquisa aos resultados dos trabalhos relacionados, discutidos previamente, e apresentamos as conclusões.

3.2 Resultados O perfil médio dos participantes do questionário é do sexo masculino, abaixo de 25 anos de idade, e com renda familiar abaixo de R$ 3.000,00. Devido ao curso agregar diversas cidades vizinhas menores, verificou-se um balanceamento na amostra no que diz respeito ao local de origem dos estudantes. Em relação á percepção dos participantes sobre, o quanto cada um dos fatores designados no questionário afetou na sua decisão pelo curso, concluiu-se que o fatorF02 – Vocação para a profissão foi o que mais largamente influenciou os participantes da pesquisa, além dos fatores F03 – Garantias futuras, F08 – Vivência com computador e F05 – Empregabilidade que também apresentaram um peso alto sobre a decisão dos respondentes. Por outro lado, os fatores F01 – Orientação profissional, F10 – Influência de próximo e F09 – Destaque social são os que exercem menor influência. Na análise de componentes principais, estes resultaram em uma estrutura abstrata composta por quatro componentes: (A) Componente Econômica, diz respeito a elementos que possam suprir a necessidade de estabilidade de emprego, garantia de renda, e crescimento e desenvolvimento de carreira; (B) Componente Sociocultural, diz respeito à influência dos parentes e amigos mais próximos no momento da escolha pela profissão, isto é, pelo curso, além do destaque social da profissão; (C) Componente Vocacional, diz respeito à relação e vivência com a máquina em seu dia-a-dia ao longo de sua vida, que acaba despertando interesse pela profissão; (D) Orientação Profissional, diz respeito as informações obtidas através de modelos, profissionais de referência, bem como das informações coletadas sobre o curso com outros profissionais.

3.3 Discussão 118


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE O resultado apresentado é altamente aderente com as predições das teorias apresentadas na Seção 2.1. Apesar de termos iniciado o levantamento com 10 fatores, a análise de componentes principais agregou os fatores de forma consistente com as teorias, ou seja: a perspectiva sociológica da Teoria do Desenvolvimento Vocacional é representada pela componente (C) Componente Vocacional; a perspectiva sociológica representada pela componente (B) Componente Sociocultural; ea perspectiva econômica representada pela componente (A) Componente Econômica. Com isso, podemos afirmar com segurança que estas perspectivas são perpendiculares umas às outras, ou seja, se complementam ao invés de concorrerem entre si, e devem ser utilizadas em conjunto para atender os fatores de atração à profissão. Assim como Potter et al. (2009), os nossos resultados apontam para uma influência predominante da componente vocacional, representada por fatores que traduzem a relação do indivíduo com a máquina ao longo de sua vida, bem como uma influência leve da componente sociocultural. Também é consistente com o trabalho de Soares e Milan (2008) no que diz respeito a forte influência da componente vocacional, porém, a componente sociocultural aparece com uma maior influência do que a componente econômica, ao contrário do nosso estudo.

4. Iteração 2: Atração versus Comprometimento

4.1. Método Com o objetivo de inter-relacionar os atrativos que levaram os estudantes a escolherem o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru – PE (FAFICA)com o nível de comprometimento organizacional que eles têm com sua equipe de trabalho, foi aplicado um questionário com uma amostra de 57 alunos do referido curso, porém 12 alunos invalidaram o questionário por terem somado mais do que sete pontos nas duas últimas partes ou por terem deixado alguma questão em branco, sendo validadas as respostas de 45 alunos. Na construção do questionário utilizamos a ferramenta Microsoft Office Word 2007 e o aplicamos em três períodos do curso (3º, 5º e 6º períodos), no qual possuem as disciplinas de Projeto Interdisciplinar I, II e II, e necessitam trabalhar em equipe, sendo aplicado entre as datas 06 a 09 de Maio de 2013. O questionário foi dividido em três partes: na primeira, foram realizadas 15 perguntas afirmativas sobre o comprometimento do aluno com sua equipe, onde deveria marcar uma das alternativas que mais se identificava em uma escala crescente, partindo do “Discordo totalmente”, até o “Concordo totalmente”; na segunda parte, colocamos três perguntas afirmativas referente a cada um dos tipos de comprometimento (afetivo, normativo e instrumental) onde o aluno teria que atribuir uma pontuação a cada uma das perguntas podendo somar apenas sete pontos no total; na terceira e última parte, colocamos quatro perguntas afirmativas no qual se referiam as quatro componentes de atração mostradas na Seção 3.2. Nessa, os alunos teriam que atribuir uma pontuação a cada uma das perguntas podendo somar um total de apenas sete pontos. O questionário foi pré-testado e refinado com dois alunos, e questões relativas à coleta de dados demográficos foram adicionadas no início do questionário. Para analisar as repostas obtidas no questionário e verificar qual a relação das componentes principais apresentadas na Seção 3.2, com o nível de comprometimento dos estudantes em relação a sua equipe de trabalho, utilizamos um teste de correlação nãoparamétrico, responsável por avaliar uma função monótona arbitrária que pode ser a descrição da relação entre duas variáveis, sem fazer nenhumas suposições sobre a 119


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE distribuição de freqüências das variáveis. Os resultados apresentados estão descritos na seção a seguir.

4.2. Resultados Caracterização da amostra A partir da análise dos dados da presente pesquisa, observamos que o perfil médio dos participantes é do sexo masculino, abaixo de 25 anos de idade, e com renda familiar até R$ 3.000,00. Pouco menos que a metade desses estudantes, trabalha durante o dia na área de Tecnologia da Informação, desses, 47% atuam a menos de um ano na área. Esses dados podem ser observados de forma resumidanas Tabelas 1-4. Tabela 1 - Distribuição por gênero

Masculino 84%

Tabela 2 - Distribuição por idade

Feminino 16%

A té 18 anos 7 %

Tabela 3 - Distribuição por renda (R$)

At é 1 mil 20 %

Ent re 1.5 e 3 mil 56 %

Ent re 3.5 e 5 mil 18 %

Ent re 19 e 25 anos 73 %

Ent re 26 e 30 anos 13 %

Ent re 31 e 40 anos 7%

Tabela 4 - Trabalha na área de TI

Aci ma de 5 mil 7%

Sim 46%

Não 54%

Distribuição das componentes As Tabelas 5-6 exibem a distribuição das respostas coletadas na segunda iteração. Em relação às componentes de influência para escolha do curso, observa-se uma leve sobreposição da Componente Vocacional (VOC) sobre as outras, porém esta sobreposição não é suficiente para evidenciar uma tendência nos dados. Na verdade, esta sobreposição já era esperada, pelos motivos apresentados na seção 3.3, e apenas reforça os resultados apresentados previamente. Por outro lado, no que diz respeito à distribuição do comprometimento dos alunos com os seus grupos de trabalho, evidencia-se um viés significativo na direção do Comprometimento Afetivo (AFF), justificando aparentemente a escolha da nossa hipótese inicial de que VOC estaria relacionado com AFF. A seção seguinte apresenta o resultado dos testes estatísticos que avaliam a correlação entre estas variáveis. Tabela 5 - Distribuição das componentes de influência

E CO OC

S 3 V

0 9 0 3 1 4

1 1 2 1

2 1

5

8

1

OC RI

3 9

4 2

5 1

6 0

0

0

0

0

5

1

6

3

6

3

0

0

0 O 7

1 1

1

7

Tabela6 - Distribuição do comprometimento

7 2 FF 0 OR 4 NS 1

120

A

0 1

1 0

2 3

3 6

4 4

5 3

6 0

7 2

8 N 0 I 0

3

4

6

5

0

0

0

0

3

7

3

3

1

0

0

1


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Correlação entre componentes Para fazer a inter-relação das componentes de influência - Componente Econômica (ECO), Componente Sociocultural (SOC), Componente Vocacional (VOC), Orientação Profissional (ORI) - e os níveis de comprometimento organizacional - Comprometimento Afetivo (AFF), Comprometimento Instrumental (INS) e Comprometimento Normativo (NOR) foi utilizada a técnica do qui-quadrado aplicando-se a correção de Fisher,para saber se o fato de uma componente de influência ser alto/baixo estava relacionada com o fato de um comprometimento organizacional estar acima/abaixo da média. Observou-se que houve apenas uma relação significativa entre elas, NOR x VOC, no qual apresentou uma correlação significativa.

Tabela 7–Resultados do teste do qui quadrado com a correção de Fisher (Fisher ExactProbability Test – one-tailed)

Nível de Comprometimento Afetivo (AFF) [média=5.5) Abaixo da média (0-5) (n=17) Acima da média (6-7) (n=28) Nível de Comprometimento Instrumental (INS) [média=0.6)

ECO B A aixa lta aixa (0-3) ( (0-3) 4-7) 1 2 5 7 2 3 5 8 p=0.63 4 ECO

B aixa (0-3)

A lta

SOC VOC ORI B A B A B lta aixa lta aixa lta ( (0-3) ( (0-3) 4-7) 4-7) 4-7) 1 0 9 8 1 7 2 0 1 1 2 8 0 4 p=1.00 p=0.32 p=0.137 9 SOC VOC ORI

B

aixa ( (0-3)

4-7) Abaixo da média (0) (n=30)

2

Acima da média (1-7)

3

3

2

0

1

p=0.54 6 Nível de ECO Comprometimento B A Normativo (NOR) aixa lta aixa [média=0.7) (0-3) ( (0-3) 4-7) Abaixo da média (0) 2 3 (n=30) 7 0 Acima da média (1-7) 1 2 (n=15) 3 5 p=0.54 6 ** - Relevante a 99% de certeza.

1 4

5

A lta

B

aixa ( (0-3)

0

0 4

A ( 4-7)

1 6

8

(

lta

4-7)

0 1

3

B

aixa ( (0-3)

4-7)

7

(n=15)

A lta

A

2

4

1

0

6 7 5

p=1.00

p=0.45 7 SOC VOC B A B A lta aixa lta aixa ( (0-3) ( (0-3) 4-7) 4-7) 3 0 3 0 0 6 1 0 7 8 5 p=1.00 p=0.00 **

p=0.18 3 ORI B A lta ( 4-7) 2 4 1

0

p=0.18 3

4.3. Discussão Acreditávamos que em nossa pesquisa poderia ter uma grande correlação entre a componente vocacional (VOC) e o comprometimento afetivo (AFF), pelo fato de que um estudante quando escolhe um curso por ter uma vocação, deveria ter uma identificação ou 121


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE certo apego ou envolvimento ao grupo escolhido. Apesar dos dados refletirem uma leve tendência neste sentido, o teste estatístico não apresentou correlação significativa entre estas duas variáveis. Outra possibilidade de relação que esperávamos, era a componente econômica (ECO) se relacionar com o comprometimento instrumental (INS), devido aos estudantes que escolhem o curso visando suprir as necessidades de estabilidade em um emprego, garantia da renda, e crescimento e desenvolvimento da carreira, tendem a permanecer no grupo escolhido porque precisam. Mas não é isso que a nossa pesquisa apresenta como mostrada na Seção 4.2. Nenhuma das teorias apresentadas na Seção 2.1explica o motivo de ter acontecido a inter-relação entre a componente vocacional (VOC) e o comprometimento normativo (NOR). Devido a isso, acreditamos que essa inter-relação pode ser um falso positivo, ou seja,uma relação acidental, uma vez que os outros elementos não têm correlação, além do fato de não ter muito sentido a variável vocacional (VOC) ser mais alto justamente naqueles alunos em que o nível de comprometimento normativo (NOR) está acima da média. Sendo assim, nenhuma das hipóteses iniciais pode ser confirmada com este conjunto de dados. Uma explicação palpável pode ser a pequena quantidade de pessoas na coleta dos dados da presente pesquisa, o que não nos permitiu usar de métodos estatísticos mais eficazes para avaliar a correlação das variáveis.

5. Conclusão e trabalhos futuros Os profissionais da área de tecnologia são apontados como sendo diferentes de outros no que diz respeito a aspectos motivacionais (Couger e Zawacki, 1980). O nosso estudo apresenta mais uma evidência nesse sentido, pois, enquanto profissionais de outras áreas são dirigidos prioritariamente por razões econômicas à escolha de seu curso superior (e.g. Camargos et al. 2008), os nossos dados apontam que as razões vocacionais predominam em estudantes de Tecnologia da Informação, corroborando com os resultados de Potter et al. (2009). Este trabalho também abre espaço para uma discussão relevante sobre fatores de atração de profissionais para essa área, que aparenta ter sido ignorada por muito tempo pela academia (Beecham et al. 2008), em um momento propício dada a insuficiência do sistema educacional de produzir profissionais ao ritmo do crescimento da demanda industrial (Brasscom, 2012). Nosso estudo revela que há motivos para trabalhos futuros investigarem de forma mais minuciosa a relação entre a vocação (VOC) e o comprometimento de alunos com seus grupos de trabalho. Outra alternativa de pesquisa pode investigar como estas relações se refletem em profissionais da indústria. Com a relevância dos dados apresentados, as instituições de ensino superior também podem tomar nosso estudo como base para realizar novas pesquisas devido aos dados aqui apresentados não poderem ser generalizados arbitrariamente, dadas as características específicas do contexto no qual foi realizado. É recomendada a replicação desse estudo em outras faculdades, para aumentar o grau de confiabilidade dos resultados apresentados. Trabalhos futuros deverão investigar a relação entre o comprometimento organizacional e a tendência de evasão em alunos do ensino superior em Tecnologia da Informação.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

Referências MEYER, John P.; ALLEN, Natalie J. (2001). “A three component conceptualization of organizational commitment”. SOARES, F.L.B.; MILAN, G.S. (2008) “Fatores de Decisão que Influenciam a Escolha no Ensino Superior”. XI SemeAd, empreendedorismo em organizações. BOMTEMPO, Maurício S.; da SILVA, Dirceu; FREIRE, Otávio B. de L. (2012). “Motivos da Escolha do Curso de Administração de Empresas por meio de Modelagem de Equações Estruturais”. SUPER, Donald E. Vocational development theory: Persons, positions, and processes. The counseling psychologist , v.1, n.2, p.2-30, 1969. SMITH, L. I. (2002). “A Tutorial on Principal Component Analysis”. Disponível em: http://goo.gl/dcGns. Acessado em Abril/2013. POTTER, L.E.C.; von HELLENS, L.A.; NIELSEN, S.H. (2009) “Childhood Interest in IT and the Choice of IT as a Career: The Experiences of a Group of IT Professionals”. SIGMISCPR’ 09. COUGER, J.D., ZAWACKI, R.A. (1980). “Motivating and Managing Computer Personnel” (213pp). Wiley. de CAMARGOS, M.A.; GODINHO, L.A.; CAMARGOS, M.C.S; dos SANTOS, F.S.; RODRIGUES, P.J. (2008) “Motivos da escolha, percepções e perspectivas de alunos do curso de Administração de IES privadas de Minas Gerais”. e-Civitas, v.1, n.1. BEECHAM, S.; BADOO, N.; HALL, T.; ROBINSON, H.; SHARP, H. (2008). “Motivation in Software Engineering: A systematic literature review”. Information and Software Technology, 50(910), 860–878. doi:10.1016/j.infsof.2007.09.004. Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação - BRASSCOM (2012). “O Mercado de Profissionais de TI no Brasil”. p. 1-22, 2012.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NO MUNICÍPIO DE CARUARU. Walker Oliveira Ferreira FAFICA¹

Resumo O presente artigo é fruto de um Projeto de Pesquisa em andamento na disciplina de Metodologia Cientifica I na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FAFICA, no qual abordamos a temática Educação das Relações Étnico-Raciais com foco na Lei de Nº 10.639/2003, através das DCN’s e a sua importância no fortalecimento da identidade negra nas escolas do município de Caruaru. Trazemos uma reflexão sobre os desafios impostos à sociedade caruaruense para a implementação da Lei. Tivemos como foco de análise a formação dos (as) professores (as) e dos (as) profissionais da educação no que diz respeito a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. Enquanto integrante do Grupo de Estudos sobre Africanidades e Estudos Pós-Coloniais Latino Americanos do Nupesq/FAFICA, o referencial que nos apoiamos, para fazer a análise do nosso objeto, é o campo de estudos que tratam sobre as Africanidades Brasileiras, desenvolvido a partir da década de 1990 pelo Prof. Dr. Titular da UFC, Henrique Cunha Júnior, a Prof.ª Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Titular da UFcar, e as teorias advindas do Grupo Modernidade/Colonialidade tendo por referências os autores: Aníbal Quijano (2000), Walter Mignolo (2005), Arturo Escobar (1999), Edgardo Lander (2002), Catarine Walsh (2009).

Introdução Aspiramos com este artigo, abordar as questões relativas à utilização da lei 10.639/03 que determina a inclusão de conteúdos sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica; analisar a sua implementação no município de Caruaru e como este dispositivo legal tem contemplado a formação dos professores. Este artigo faz parte de um Projeto de Pesquisa, ainda em andamento, na disciplina de Metodologia Cientifica I na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FAFICA. Assim, nossos resultados ainda são preliminares. Neste artigo, traremos a abordagem de pesquisa qualitativa, partindo do pressuposto que “a cientificidade, portanto, tem que ser pensada como ideia reguladora de alta abstração e não como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos” (MINAYO, 1994, p. 12). Sendo assim, temos que ter a consciência “da humildade de quem sabe que qualquer conhecimento é aproximado, é construído” (MINAYO, 1994, p. 13), ou seja, não há lugar para uma visão única de Ciência. Abordaremos também a pesquisa bibliográfica, pois trabalhamos com os teóricos no que diz respeito aos estudos dos livros, artigos, manuscritos e todos os materiais elaborados por teóricos e confrontamos algumas de suas ideias. Assim poderemos perceber as ideias que se aproximam e se distanciam para que possamos ter nosso próprio olhar sobre a temática abordada. A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final (SEVERINO, 2000, p. 43).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Neste ano de 2013, fez 10 anos que a lei 10.639/03 foi sancionada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (Lula), decorrente das pressões dos movimentos sociais, em particular os Movimentos Negros, em todo o Brasil. Entretanto sabemos que pouco tem sido feito para, de fato, termos uma educação que valorize a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana presente no Brasil. Percebemos que a lei foi sancionada, mas não há uma fiscalização adequada para verificar se de fato e de direito está sendo vivenciada nas escolas. A promulgação da lei em 2003 é um imperativo legal que visa incluir a visibilidade dos diversos povos africanos na constituição do Brasil, assim como dos afrodescendentes que ao longo dos séculos têm socializado, no país, as Africanidades brasileiras, a partir de suas ascendências. O problema é que ao longo dos séculos a escola vem utilizando um currículo eurocêntrico, que inviabiliza o legado africano para a humanidade e no caso brasileiro, silencia toda uma ontologia de ser, através da colonialidade do Ser, como nos informa o semiólogo argentino Walter Mignolo (2005). A colonialidade do Ser, consiste na ideia que a vítima é sempre a vítima, pois se a pessoa tiver um padrão diferente de que foi construído pelos nossos colonizadores europeus, não está inserida na sociedade, levando a pessoa, a acreditar, desde criança, que não têm relevante significação nesta sociedade, ou seja, é convencida de que não é, e não faz parte deste mesmo grupo, pois o padrão de Ser humano consiste nas características do ser é branco, homem, cristão, heterossexual, magro, alto, ter cabelo liso entre outros estereótipos!

Importância do ensino da história e das culturas Afro-Brasileira e Africana nos espaços escolares/no cotidiano da sala de aula. A criança tem seu primeiro contato direto com pessoas no convívio familiar e a partir do convívio com os vizinhos, amigos da família, entre outros grupos, a criança assume sua identidade. Gomes (1995, p, 87) ressalta que A criança, em idade bastante precoce, inicia sua aprendizagem de hábitos, usos, costumes, valores, papéis sociais e de gênero, atitudes e, sobretudo uma modalidade de língua materna, além de desenvolver as bases da personalidade e da identidade. Tudo isso acontece no interior do grupo doméstico, e quase sempre já está bastante estabelecido antes de principiar sua vida escolar. A criança chega ao espaço escolar com uma formação relativa à sua cultura, seja ela libertadora ou opressora, mas não vem vazia de conhecimento. Entretanto, é dever da escola fazer com que o sujeito que está neste constante processo de formação, afirme sua identidade como sujeito ativo da sua própria história, pois, como diz Freire (1996), somos seres inacabados, “Na verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens o inacabamento se tornou consciente.” (p.55). Portanto, estamos sempre dispostos a aprender e reaprender; por isso, ninguém nasce preconceituoso; torna-se preconceituoso. É importante observar como essa atitude vai se desenvolvendo e como os espaços, em que o sujeito está inserido, vão trabalhar para alimentar ou não tais atitudes. A escola, como um destes espaços, não seria diferente, pois também é um lugar onde a criança, com todas as suas características e condutas, afirma ou nega sua identidade. Na minha experiência nos espaços escolares, desde os 4 anos de idade, posso afirmar que sofri muito no que diz respeito à minha cor/etnia, porque sempre estava sendo motivo de piadas entre os colegas e, infelizmente, as professoras não assumiam nenhuma atitude para intervir nesta situação tão humilhante. Assim, Silva (2010, p, 191), nos mostra que 125


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Ao assumir a pedagogia do silêncio, a escola cria uma fissura na construção da pedagogia da autonomia e da liberdade, pois na autonomia somos criativos, inventivos, aspiramos à participação; na liberdade, exercemos e nos constituímos enquanto sujeitos de direito. As práticas pedagógicas vivenciadas fizeram com que eu refletisse sobre a temática racial, pois percebi que o Brasil é um país racista, discriminador e preconceituoso. Na escola não tínhamos nenhuma metodologia, nenhum olhar diferente, nenhum projeto construído, para que os negros se identificassem como negros. Pelo contrário, afirmava-se o racismo na escola, pois os próprios livros didáticos abordavam conteúdos extremamente racistas e excludentes. Diante disto, percebi que teria que revelar, para mim e para a sociedade racista e preconceituosa, que nós, negros, somos capazes de ter um espaço, uma emancipação, política, social, cultural, acadêmica e profissional. Outro motivo que me deixa aflito é ter conhecimento de que o Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo, perdendo para a Nigéria, na África. Segundo o censo 2010, (...) dados recentemente divulgados revelam que, pela primeira vez, o número de pessoas que se declaram negras e pardas é maior do que o das pessoas que se declaram brancas. Entre os mais de 191 milhões de brasileiros, 91 milhões se declaram brancos (47,7%), 15 milhões pretos (7,6%), 82 milhões pardos (43,1%), 2 milhões amarelos (1,1%) e 817 mil indígenas (0,4%). Somando negros e pardos, são 97 milhões. Não podemos aceitar que uma cultura eurocêntrica, monocultural e colonizadora esteja tão presente na nossa sociedade, fazendo com que as pessoas se esqueçam das culturas negra, africana e afro-brasileira. Essa é (...) uma história que é preciso conhecer para se ter orgulho da herança negra e africana e para ver de maneira positiva a presença negra. Trata-se de reconhecer a força e a importância do povo negro em nosso país, conhecer a sua história e contála para as novas gerações (MUNANGA e GOMES, 2006, p. 101). Esta citação fundamenta e legitima a importância da lei 10.639/03 na educação, pois faz com que as culturas afro-brasileira e africana estejam sempre no topo das discussões da sociedade, combatendo-se qualquer forma de discriminação e preconceito na família, escola e sociedade. Portanto, de acordo com as Resoluções CNE/CP nº 1/2004 e CNE/CEB nº 4/2010, contempla-se a valorização da cultura e os procedimentos e mecanismos para a solidificação de uma educação das relações étnico-raciais Podemos observar, no documento, a discussão, em seu Artigo 15, § 3º: A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação (conforme art. 26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a mudança das suas 126


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE concepções de mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais plurais e solidárias (BRASIL, 2010). Portanto, é de fundamental importância esta exigência, pois vai dá visibilidade a história dos (as) nossos (as) irmãos/irmãs que tanto contribuíram para o crescimento e desenvolvimento do nosso país e também do mundo. Entretanto nas escolas, universidades/faculdades, ou seja, nos espaços escolares/no cotidiano da sala de aula os profissionais de educação estão colocando uma ênfase maior para uma história eurocêntrica e monocultural, onde muitos de nossos discentes não se identificam com tal história, e esquecem de abordar uma história que valorize toda a diversidade cultural. Segundo a relatora das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana a professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva nos diz que Pedagogias de combate ao racismo e a discriminações elaboradas com o objetivo de educação étnico-raciais positivas têm como objetivo fortalecer entre os negros e despertar entre os brancos a consciência negra. Entre os negros, poderão oferecer conhecimentos e segurança para orgulharem-se da sua origem africana; para os brancos, poderão permitir que identifiquem as influências, a contribuição a participação e a importância da história e da cultura dos negros no seu jeito de ser, viver, se relacionar com outras pessoas, notadamente as negras. (Parecer CNE/CP 3/2004 ;16)

Entretanto quando é apresentado aos discentes, a história vem cheia de estereótipos, onde faz com que os discentes não sintam-se vontade de se identificar, pois mostram um versão negativa (escravização, miséria, fome, pobreza entre outros pontos). Sou a favor do estudo, mas temos também que ter uma preocupação de como estar se dando este processo dentro da sala de aula, quais matérias estão sendo usados. Diante do que foi considerado acima, levantamos alguns questionamentos: quais são as possibilidades e desafios dos professores e professoras para a socialização da história das culturas Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica? O que têm feito os órgãos competentes para fiscalizar a lei 10.639/03?

Uma breve discussão sobre as questões das africanidades na escola: enfrentando preconceitos e discriminações e a interferência da Lei 10.639/2003 Enquanto integrante do Grupo de Estudos sobre Africanidades e Estudos Pós-Coloniais Latino Americanos do Nupesq/FAFICA, o referencial em que nos apoiamos, para fazer a análise do nosso objeto, é o campo de estudos que tratam sobre as Africanidades Brasileiras, desenvolvido a partir da década de 1990, pelo Prof. Dr. Titular da UFC, Henrique Cunha Júnior, a Prof.ª Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Titular da UFcar, e as teorias advindas do Grupo Modernidade/Colonialidade tendo por referências os autores: Aníbal Quijano (2000), Walter Mignolo (2005), Arturo Escobar (1999), Edgardo Lander (2002), Catarine Walsh (2009). 127


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Segundo a doutora em Ciências Humanas, Petronilha Beatriz(2005) sobre a africanidades brasileiras a mesma afirma que A finalidade primeira diz respeito ao direito dos descendentes de africanos, assim como de todos os cidadãos brasileiros, à valorização de sua identidade étnico-histórico-cultural, de sua identidade de classe, de gênero, de faixa etária, de escolha sexual.(2005, p, 156 e 157) Portanto o que queremos com o estudo das Africanidades brasileiras de acordo com Petronilha é que

“valorizem igualmente as diferentes e diversificadas raízes das identidades dos distintos grupos que constituem o povo brasileiro; • busquem compreender e ensinem a respeitar diferentes modos de ser, viver, conviver e pensar; • discutam as relações étnicas, no Brasil, e analisem a perversidade da assim designada “democracia racial”; • encontrem formas de levar a refazer concepções relativas à população negra, forjadas com base em preconceitos, que subestimam sua capacidade de realizar e de participar da sociedade, material e intelectualmente; • identifiquem e ensinem a manusear fontes em que se encontram registros de como os descendentes de africanos vêm, nos quase 500 anos de Brasil, construindo suas vidas e sua história, no interior do seu grupo étnico e no convívio com outro grupos; • permitam aprender a respeitar as expressões culturais negras que, juntamente com outras de diferentes raízes étnicas, compõem a história e a vida de nosso país; • situem histórica e socialmente as produções de origem e/ou influência africana, no Brasil, e proponham instrumentos para que sejam analisadas e criticamente valorizadas”. (2005, p, 157)

Deste modo não ficamos condicionados somente nas questões da culinária, danças, musicas, capoeira, é importante, é obvio, pois fazem que continue na mente e no coração a lembrança de onde tudo começou, ou seja a sua origem, porém “Significa também conhecer e compreender os trabalhos e criatividade dos africanos e de seus descendentes no Brasil, e de situar tais produções na construção da nação brasileira” (p, 156). A fim de abranger o tema da Educação das Relações Étnico-raciais, seus dilemas, possibilidades, provocações, conquistas, legados e características, refletimos e discutimos sobre as contribuições teóricas de pesquisadores e autores que têm a temática da diversidade racial como núcleo de seus estudos e trabalhos. Pesquisadores brasileiros e não 128


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE brasileiros, negros e não negros vêm, desde a década de 50, produzindo questões e discussões sobre o assunto, denunciando o racismo e tentando romper com estereótipos e preconceitos, assim como vêm discutindo as tradições eurocêntricas coevas nos currículos escolares. A implementação e a utilização da lei 10.639/03 são fundamentais neste contexto de desconstrução. Compreendemos que permanece certa oposição por parte dos alunos e alunas, professores e professoras, em prosseguir com a discussão sobre os estudos africanos e afrobrasileiros, em virtude dessa nova proposta ser algo novo e desconhecido para eles e elas. Sempre tivemos uma educação colonizadora, onde a África e os africanos são notados como um continente e um povo caracterizado pela escravidão e pelo tráfico de escravizados, prevalecendo a ideia de sujeitos sem história e sem vida. Ao considerarmos essa linha de pensamento, faz-se necessária uma maior reflexão sobre a temática, junto aos discentes e docentes, para entenderem e acolherem tal proposta. Acreditamos que, com a consciência e o engajamento dos discentes e docentes, será possível traçar novos caminhos para a implementação da lei e, sobretudo, para o aprofundamento das discussões sobre esta problemática. Através das discussões, dentro da educação brasileira, podemos ratificar que o preconceito, a intolerância e a discriminação, contra as etnias não europeias são infundados e inaceitáveis, para a construção de uma sociedade de respeito às igualdades e diferenças. Partindo deste pressuposto, buscamos a afirmação de Henrique Cunha: No Brasil muitas pessoas negam a existência de racismo contra a população negra, primeiro por serem pessoas que se beneficiam deste racismo. Portanto, tem as suas conveniência, se negar a sua existência é uma maneira de disfarçar os propósitos de manter a população negra numa situação subalterna. Os membros dos grupos sociais subalternos trabalham muito, recebem pouco e obedecem bastante para sobreviverem. Os problemas do racismo contra a população negra são problemas sociais e econômicos da sociedade brasileira no campo da dominação dos grupos subalternos. Terminado o escravismo criminoso, uma forma de deixar a população negra em condições de vida subalterna foi produzir um grande processo de desqualificação social das negras e negros (Cunha, 2010).

Entendemos com esta afirmação de Cunha, que há uma ideologia para que o racismo, o preconceito, a discriminação e a intolerância por parte da classe dominante para que a classe dominada e subalterna, permaneça de forma velada na nossa sociedade. Assim, legitimamos que existe uma perversidade no “mito da democracia racial”, onde muitos residem nas periferias das cidades e não assumem sua identidade racial como, negros e negras. Partimos dos pressupostos de Walter Mignolo (2005), referentes à colonialidade do Ser, quando diz que quem não se identifica com uma cultura eurocêntrica, como o branco, o alto, o magro, o cristão, o heterossexual entre tantos outros, não está inserido na sociedade; e isso reflete nas pessoas que não se identificam com sua própria cultura. Entretanto, quando discutimos sobre os estudos pós-coloniais vamos perceber como podemos ter um novo olhar sobre estas dimensões de identidade e como desconstruí-las. Todavia, docentes e discentes fazem parte desta sociedade, ou seja, são frutos do meio social e por serem frutos deste meio racista e preconceituoso, trazem consigo uma herança execrada do colonialismo. Segundo Cunha, (1999, p. 81), na sua dissertação de mestrado sobre a Trajetória negra na Educação Pública: uma abordagem histórica a partir dos anos 1920-1936, 129


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE (...) não houve igualdade de condições entres as diferentes manifestações culturais do país. Elas também seriam hierarquizadas em graus de importância e o seu valor seria medido a partir de parâmetros que estabeleciam maior ou menor proximidade com a cultura dita erudita e superior - a cultura branca e europeia. Fora desse parâmetro, seria folclorizada, e contraditoriamente, o seu valor seria superior quanto mais fosse o seu grau de conservação, ou seja, quanto mais próximo estivesse de seu estado primitivo. Com este aporte teórico, sobre a colonização do nosso país, tudo aquilo que não está no padrão eurocêntrico é considerado como lenda, silenciando as culturas. Entretanto, se as culturas dos povos sofrerem alterações e se apropriarem das culturas eurocêntricas, farão delas culturas importantes. Mas, esse argumento nos apresenta um grande problema, que é a negação do outro e das suas características; ou seja, se um negro que tem o cabelo cacheado, e por motivos profissionais, tem que usar o cabelo liso, está negando sua cultura para assumir uma cultura eurocêntrica. Se ele tem uma religião de matriz africana e, por causa do preconceito que existe com essa religião, passar a ter uma nova religião, como a dos cristãos (protestante ou católica), também está negando a sua cultura. “(...) desse modo haverá uma presença ideologizada das populações negras na escola, ensinada a todas as crianças, umas para manterem–se no cume das hierarquias, outras para continuarem a compor a sua base” (CUNHA, 1999, p. 87).

Com esta citação de Cunha entendemos que, infelizmente, a escola vem contribuindo para perpetuar um pensamento preconceituoso, fazendo com que as pessoas pensem que o negro, para ser negro, tem que estar abaixo, e/ou inferior, na posição profissional que ocupa, na posição de acadêmico, nas posições social, econômica e política; não podendo, assim, ter uma ascensão na vida. Entendemos e ratificamos que a escola, também, sempre foi produtora do preconceito e racismo institucional, com base, também nesta afirmação: É o mesmo sistema público, os recursos são os mesmos, mas os objetivos almejados são diferentes, a depender da população escolar e do fim a que ela se propõe. Isto porque a escola poderia viabilizar a emancipação (fazendo uso de uma terminologia iluminista) conservou as marcas da diferença e das hierarquias encontradas na sociedade (CUNHA, 1999, p. 92).

Compreendemos que a Lei 10.639/03, que aborda sobre História e Culturas AfroBrasileira e Africana na Educação Básica, precisa ser vivenciada de forma que venha a sanar os problemas sociais. Faz-se imprescindível que professores(as) estejam preparados(as) para desempenhar sua responsabilidade, enquanto formadores(as) de opiniões, onde lutamos para ter um país vivendo em harmonia e livre do preconceito. Ressaltamos que não se trata, meramente, de narrar a História e as Culturas AfroBrasileira e Africana da mesma maneira que nos foi narrada. É indispensável que a nossa prática seja, em todo momento, ressignificada e decolonizada. Entendemos que é imprescindível que o professor e a professora abordem a temática das relações étnico-raciais, com um novo olhar, emancipado dos preconceitos e estereótipos, que há vários séculos norteiam o ambiente escolar como um todo. Atinamos que uma das formas positivas de vivenciar a lei 10.639/03, dentro da sala de aula, é trazer à tona discussões que exponham o 130


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE riquíssimo legado deixado pelos povos africanos nos campos da Astrologia, Navegação, Matemática, Astronomia, Medicina, Arquitetura, dentre tantos outros. Sendo assim é necessário trazermos uma breve contribuição de Freire(1996), onde ele diz “ensinar exige consciência do inacabamento” e continua afirmando que “onde há vida, há inacabamento. Mas somente entre mulheres e homens o inacabamento se tornou consciente”, Portanto estamos sempre neste processo de aprender e reaprender. Percebemos que ainda existem muitos preconceitos na nossa sociedade no que diz respeito a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, adquiridos durantes estes mais de 5 séculos e por ter sido inviabilizada nos currículos escolares e nos espaços escolares, entretanto como afirma Freire, o professor tem a responsabilidade de ter uma nova postura e um novo olhar, pois “Como professor crítico sou um “aventureiro” responsável, predisposto à mudança, à aceitação do diferente”.

Considerações finais A implementação de uma política curricular de educação para as relações étnico-raciais apresenta para a escola um movimento em direção a mudanças e transformações que tanto têm se desejado para a educação. Há muitos anos a escola vem silenciando as outras etnias e culturas, construindo um currículo excludente, quando deveria valorizar todas as etnias e culturas. A Educação da Relações Étnico-raciais não vem para excluir as outras etnias e culturas, mas, para que possam ser trabalhadas outras etnias e culturas na sala de aula, de maneira que os alunos se auto identifiquem com suas origens. Percebemos, com as reflexões para a elaboração deste artigo, que a formação dos professores vem sendo esquecida pelo poder público. Observamos que não são oferecidas condições para que os professores tenham esta formação durante o ano letivo; e ainda tratam, como segundo plano, a Educação das Relações Étnico-raciais. Na própria Secretaria de Educação não há uma diretoria, ou um departamento que possa subsidiar os professores e os profissionais da educação nas suas dúvidas e inquietações a esse respeito. Consequentemente, ainda não foi cumprido o que diz a lei no seu Art. 79-B. O calendário escolar incluiu o dia 20 de novembro, como “Dia Nacional da Consciência Negra”; no entanto, este dia não é vivenciado com as comemorações devidas. Nada é feito se os professores não procurarem formações, metodologias e vivências que quebrem com este silêncio em sala de aula. Assim, em Caruaru, e em muitos outros espaços, nunca haverá uma pedagogia antirracista e uma escola que valorize e respeite a diversidade. Enfim, o continente africano é muito belo e plural, mas infelizmente comecei a ter este olhar a partir do meu ingresso na faculdade (não por causa da faculdade, pois até a mesma silencia, quando não coloca no curso de pedagogia uma disciplina referente a Educação das Relações Étnica-raciais no seu currículo). Entretanto fiquei curioso pela temática por causa de duas professoras que provocaram minha curiosidade; Delma Josefa e Michele Guerreiro, ambas contribuíram para meu ingresso nesta temática. Portanto esta situação nos mostra o quanto a educação básica e superior estão fragilizadas no que diz respeito ao estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

REFERÊNCIAS BRASIL. CNE/CEB Resolução nº 4 de 13 de julho de 2010. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, 2010. BRASIL. CNE/CP Resolução nº 1 de 17 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de 131


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

História

e

Cultura

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE

RESUMOS DE APRESENTAÇÕES ORAIS

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Contabeis Ensino e Pesquisa em Contabilidade

A MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE E OS PARADIGMAS DA CERTIFICAÇÃO

CINTHIA LADJANE DE SOUZA HOLANDA, JULIANO ACIOLE SILVA cinthia_holanda@hotmail.com

A economia mundial, que vivencia uma forte crise, tem modificado o cenário macroeconômico gerando um mercado instável forçando as organizações a buscarem por uma maior qualidade e um menor custo de seus processos e produtos. E, com isso, faz com que as empresas procurem adotar medidas que possam ser eficazes para gerar uma vantagem competitiva sustentável. Esse conceito de qualidade vem evoluindo bastante ao longo das décadas, sobretudo após a divulgação do trabalho de Juran (1990), Deming (1990) e Feigenbaum (1991), nos quais ficou clarificada a ideia de que qualidade não deveria estar associada apenas ao grau de perfeição técnica, mas também a adequação a exigibilidade dos requisitos do cliente. Nesse cenário, qualidade passou a ser condição sine qua non para sobrevivência no mercado atual de alta competitividade e um símbolo de compromisso com as expectativas impostas pelos clientes. Assim, surgem os mais diversos sistemas de gestão da qualidade e a série de certificação ISO (International Organization for Standardization) como resultado dessa evolução e ao mesmo tempo como estratégia utilizada por diversas organizações nacionais e internacionais para conseguir e/ou manter vantagem competitiva. A série ISO de certificação nada mais é do que um conjunto de normas genéricas de aplicação internacional, completadas por normas específicas para ramos de atividade e/ou sistemas de gestão e que tem por objetivos uniformizar os procedimentos e aumentar a eficiência para as diversas partes interessadas. Por se tratar de um conjunto padrão de normas e de aspecto mandatório de conformidades específicas e previamente definidas, a certificação ISO ainda é um grande paradigma para muitas empresas que conhecem a necessidade obtê-la mas que desconhecem sua aplicação prática. O presente artigo visa discutir as práticas atuais na gestão da qualidade sobretudo os tabus encontrados no Mercado sobre a certificação da série ISO.

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A PROBLEMÁTICA DO MULTICULTURALISMO EM SALA DE AULA CLÁUDIA LEOPOLDINO MARCOLINO BEZERRA zayyraa@hotmail.com

Analisamos neste trabalho, partir da perspectiva do multiculturalismo crítico, a temática étnico-racial tendo como fundamentação a Lei nº 10.639/03, a qual torna obrigatório nos sistemas de ensino público ou privado, em seus níveis e modalidades, o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A aplicabilidade dessa Lei deverá ser vinculada a ações pedagógicas que vivenciem a cultura do negro numa perspectiva histórica de suas lutas e vitórias abdicando uma óptica pejorativa onde as vivências em relação à cultura afro-brasileira e africana são propostas nos calendários letivos de maneira isolada. Sendo assim, neste trabalho nos propomos em discutir sob o olhar do multiculturalismo, o ambiente da sala de aula não com disciplina isolada ou casualidade de temas históricos, mas romper com paradigmas do eurocentrismo impregnado em nossa sociedade, os quais perduram nos dias atuais. Conceber essa dinâmica no espaço escolar perpassa da consciência ingênua do educando para um processo de aprendizagem epistemológica nas relaçõeseducacionais e culturais propícios à construção humana e critica fora do espaço escolar. Para fundamentar os nossos estudos nos apoiamos em Candau (2006), Silva (2013), Cunha Junior(2013), Petronilha(2013) e por intermédio dessas pesquisas tivemos a oportunidade de refletir sobre a cultura afrodescendentes em sala de aula. Em suma, percebemos que há um movimento de renovação das práticas pedagógicas para o conhecimento das raízes africanas e que pode contribuir para a superação de preconceitos arraigados no nosso contexto social e transcender a implementação da lei primando pelo reconhecimento, valorização e identidades dos povos africanos e sua descedência.

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REFLEXÕES SOBRE DIVERSIDADE E PRECONCEITO RACIAL: A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE RAÇA

VIVIANE KELLY FERNANDES DE CARVALHO SOUZA vivianekelly2005@gmail.com O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica e tem como objetivo: analisar a construção histórica do conceito “raça”como uma categoria socialmente construída e deslegitimada cientificamente. Procuramos destacar que o conceito raça, na perspectiva de Munanga (2004) tem sua origem no italiano razza, que deriva do latim ratio, quer dizer sorte, categoria, espécie. Este conceito teve sua primeira utilização nas ciências biológicas para categorizar espécies animais e vegetais. Encontramos no latim medieval a primeira utilização deste termo para designar a descendência ou a linhagem de distintos grupos das antigas civilizações. Seu emprego entre os membros da espécie humana para tentar encontrar nas diferenças do nosso corpo, cor de pele, olhos, tipo de cabelo, etc. uma justificativa para a hierarquização das raças, surgiu como forma de classificar os indivíduos em grupos distintos, estabelecendo dessa forma, uma categorização hierárquica onde se destacava os diferentes níveis de inteligência e de moralidade de determinados grupos que seriam considerados superiores (nesse caso os “brancos”) em detrimento de outros que seriam inferiores (“negros e índios”). Nessa direção como bem categoriza Quijano (2005) quando afirma que a raça é uma construção mental, para classificar o sistema mundo moderno colonial, onde neste sistema os brancos são os superiores e senhores, os indígenas, os servos e os negros, os escravizados.. Dessa maneira, os considerados superiores, teriam o direito de explorar os inferiores. Embora vários estudiosos tenham se dedicado por meio de teorias científicas a comprovar um modelo racial, nenhum estudo conseguiu comprovar que entre a espécie humana existem raças distintas como identificadas em cachorros ou cavalos por exemplo.Nosso aporte teórico baseia-se nos autores: BARBUJANI, 2007; BENTO, 2003; FANON, 2008; MUNANGA, 2004; QUIJANO, 2005 e SCHWARCZ, 1993. Os resultados preliminares apontam que essa visão binária, onde os indivíduos são colocados em polos opostos não tem nenhuma base científica. Seus objetivos são na maioria das vezes políticos e visam alienar os sujeitos, destituindo-os de sua identidade. Na mesma direção,raça é um conceito socialmente construído, faz parte da linguagem e da ideologia de muitas pessoas, talvez daí a dificuldade de substituir este por outros conceitos mais adequados para descrever os seres humanos em sua diversidade.

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TRABALHO VOLUNTÁRIO NA FAZENDA DA ESPERANÇA JOSUE JOSE DE TORRES seminaristajosuetorres@hotmail.com

Relato sobre o desenvolvimento das dimensões espiritual e humano-afetiva na ressocialização de dependentes químicos. A Fazenda da Esperança é uma associação Cristã Católica, que tem como principal objetivo a recuperação e a socialização de jovens com dependência química. Tenho como embasamento teórico, entre outros, (SANTOS, 2010; SARTRE, 2012). A recuperação acontece por meio do trabalho para o autossustento; da ajuda mútua; da correção e do diálogo fraterno; dos momentos celebrativos; das atividades de lazer; entre outras atividades. Estes são elementos que colaboram para desenvolver nos jovens o uso consciente das emoções, buscando assim sua realização pessoal sem o uso de substância química. O trabalho é focado nas dimensões comunitária, espiritual e humanoafetiva. Nos finais de semana faço parte do convívio deles trabalhando a dimensão espiritual, bem como, o diálogo sistemático e a correção fraterna, na busca por direcionar o dependente químico para um crescimento na dimensão espiritual e, especialmente, na humano-afetiva. Quando eles permitem, o resultado é de uma autoconsciência, possibilitando sua recuperação e consequentemente sua ressocialização.

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PARADIGMA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM CURRÍCULO FIRMADO EM EPISTEMOLOGIAS OUTRAS GIRLEIDE TORRES LEMOS girleidetorres@hotmail.com

Este artigo traz alguns achados da pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (BRASIL). O estudo pauta-se em duas discussões: de um lado, a Educação do Campo no contexto brasileiro da década de 80, surge como resultado da mobilização dos povos campesinos, na luta para a superação de sua condição histórica de povos silenciados e subalternizados; do outro lado, a Educação Intercultural é tecida no cenário das lutas dos povos ameríndios na busca de desmistificar e desnaturalizar a racialização e a racionalização da sociedade moderna, que teve como um de seus efeitos perversos o silenciamento e a subalternização dos povos colonizados. Diante desse contexto, objetivamos tecer considerações sobre o currículo intercultural para as escolas localizadas no território rural firmado nas epistemologias outras. O lócus de enunciação deste estudo se firma nas pessoas que sofreram uma história de submissão, inferiorização e subalternização. Logo, para realizarmos a interpretação a partir deste lócus fez-se necessário uma Abordagem Teórica que nos subsidie na compreensão e interpretação desta realidade. Desta forma, adotamos enquanto lente interpretativa a Abordagem Teórica Pós-Colonial Latino-Americana (CASTRO-GÓMEZ e GROSFOGUEL, 2007; QUIJANO, 2005), pois traz conceitos que nos levam a refletir sobre a condição do ser, do saber e do poder impostas aos povos campesinos através das relações de poder estruturadas na Racialização e Racionalização da sociedade, questionando os processos culturais e ideológicos que favorecem a subalternização e inferiorização do sistema-mundo capitalista. Para este trabalho realizamos um estudo bibliográfico com base na Análise de Conteúdo (BARDIN, 2008) de duas categorias analíticas: Currículo Intercultural (SARTORELO, 2009; MARIN, 2011; CANDAU, 2009-2010) e Educação do Campo (ARROYO, 2004; CALDART, 2004; SOUZA, 2008; ANTUNES-ROCHA, 2009). O projeto de educação escolar defendido pelos Movimentos Sociais Campesinos tem base no que denominamos de Paradigma da Educação do Campo, em que o território rural é pensado a partir da posição epistêmica subalterna, ou seja, um Paradigma que rompe com as estruturas dominantes, propondo epistemologias e projetos políticos outros. O Currículo Intercultural tem origem ao constituíssem como proposta educativa que apresenta os diferentes contextos socioculturais, colocando em dúvida as múltiplas certezas e postulados de uma totalidade teórica dominante. E caracterizam-se, quando toma a educação como ferramenta de luta na construção de conhecimento na sociedade.

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EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM OLHAR A PARTIR DO LEVANTAMENTO DA ANPED JÉSSICA LUCILLA MONTEIRO DA SILVA jessicalucilla@hotmail.com

O presente trabalho é parte do projeto de mestrado intitulado "O currículo da formação nos cursos de licenciatura da educação do campo". Tem como objetivo perceber como vem sendo discutido a Educação do Campo nos trabalhos publicados na ANPED (Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação). Para tanto buscamos os trabalhos que tinham relação com o Objeto de Estudo nos seguintes GT´s: GT-03 (Movimentos Sociais); GT-06 (Educação Popular). Foram analisados os trabalhos que tratavam sobre a Educação do Campo do período de 2002 a 2012. A justificativa do tempo estabelecido obedecendo ao critério de que, em 2002, que foi instituída a Resolução CNE/CEB N° 36/2002 que institui as Diretrizes Operacionais para a Educação do Campo. Assim, consideramos que a partir desse marco legal se intensificou a discussão no âmbito acadêmico sobre a Educação do Campo e suas especificidades. Nas nossas análises encontramos 33 trabalhos que dizem respeito à Educação do Campo em 14 temas, sendo eles: Contexto histórico Educação do Campo; Cotidiano Escolar; Educação do Campo e Formação de professores; Educação do Campo e modalidades; Educação do Campo e Movimentos Sociais; Educação do campo e níveis de ensino; Educação do campo e organização escolar específica; Educação Popular e realidade camponesa; Pedagogias das áreas rurais; Modo de produção e Educação do Campo; Política e Educação do Campo; Populações Campesinas; Práticas Educacionais nas áreas rurais; e Programas (PRONERA e escolas famílias agrícolas). Analisamos esses trabalhos a luz dos teóricos que discutem a educação do campo na atualidade, tais como: Arroyo (2012); Caldart (2002), Molina (2006); Fernandes e Molina (2004). Nas nossas conclusões encontramos que na discussão sobre a educação do Campo a mesma vem trazendo em seu corpo várias bandeiras de lutas por uma educação específica e diferenciada. Apontam também que no aspecto teórico-metodológico prevaleceu nos trabalhos de educação do campo a abordagem marxista o que torna o nosso trabalho uma singularidade tendo em vista que optamos pela lente teórica dos Estudos Pós-Coloniais para discorrer sobre a Educação do Campo. Compreendendo que esta lente teórica nos permite compreender o enunciado da educação do campo como lugar historicamente subalternizado, mas que seus sujeitos, produtores de vida, cultura e conhecimento, vêm demandando uma sociedade outra a parir de práticas decoloniais.

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PEDAGOGIAS CULTURAIS E TV: ENSAIO ANALÍTICO DA TELENOVELA CARROSSEL

MARIA LÚCIA ARAÚJO DA ROCHA ULBRA larocha54@yahoo.com.br

O ensaio teve como objetivo pensar sobre as pedagogias culturais da telenovela Carrossel, do canal de TV, SBT, na sua mais nova versão. A metodologia se dá, através de uma análise crítica na perspectiva dos Estudos Culturais. Ancorou – se no pensamento de Bonin/Fischer/Ignácio e Wortman, e foram analisadas as partes, um e dois do seu primeiro capítulo. Entende – se que o currículo estende – se para além dos muros da escola, volta – se para outras Instituições, como também, para os meios de comunicação, na forma de artefatos culturais. Produz e faz circular valores, concepções e representações que "ensinam" práticas e comportamentos. Dentre os artefatos culturais, a TV, tem ocupado espaço de destaque, por ter uma participação categórica na formação das pessoas – mais enfaticamente, na "própria constituição do sujeito contemporâneo". Daí a sua relevância na produção de subjetividades através de suas narrativas, especialmente nas telenovelas, como um dispositivo pedagógico da mídia. O enredo da telenovela, em tela, circula em torno da "Escola Mundial", que identifica – se como uma escola elitista, preconceituosa, que através de estereótipos representa o nordestino, o gordo, o negro e o pobre. Apresenta uma turma culturalmente plural, com treze alunos onde apenas alguns deles, praticam a solidariedade. A professora Helena, representa um modelo ideal de docente, acreditando - se que, apenas o afeto e otimismo sejam suficientes para atender as demandas educacionais contemporâneas. Estas, que necessitam de um investimento maior no capital cognitivo do professor, pelo mesmo estar inserido numa sociedade líquida, como do seu trabalho ter a tendência a ser em rede de colaboração. Demonstra uma pedagogia cultural, onde a cultura é transformada em mercadoria, tendo o consumo como uma prática cultural "natural". Faz crianças e jovens, entregarem – se ao consumo, acreditando que dessa forma, serão mais aceitos/valorizados pela sociedade. Agem dessa forma, por ainda não possuírem um senso crítico, ancorado em discussões e fundamentações teóricas. O que pode ser suprido, se os educadores fizerem da mídia, um palco de debates, principalmente, no contexto escolar. Noutra abordagem, referente a pedagogia cultural da Instituição Familiar, observa – se a falta de diálogo entre pais e filhos, como da falta de educação através do exemplo. O que pode ser minimizado, se houver uma orientação direcionada aos pais, através da escola.

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CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

LÚCIO ROGÉRIO LOPES DE LIMA lurololi@gmail.com

As contribuições acerca da avaliação da aprendizagem correspondem ao enfoque das observações diante do ensino fundamental I, tendo analisado as tendências e propostas com base nas fundamentações de teóricos engajados no estudo da avaliação da aprendizagem. O presente trabalho tenta fazer uma breve trajetória do panorama educacional em relação ao desempenho dos agentes diretos incorporados no processo que permeia o campo de coleta de dados e análises obtidas pelas avaliações. Essas estimativas, essas mensurações, com tais propriedades, constituem os índices que estabelecem para formular novos critérios políticos quanto ao desenvolvimento do plano educacional vigente. A discussão elucida as divergências e convergências, através de pesquisa bibliográfica, os diversos formatos de avaliação: somatória, emancipatória e formativa num contexto que não somente explora uma educação primária, mas abrange de modo consequente, sua amplitude e complexidade em virtude de sua aplicabilidade.

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Educação das Relaçoes Etnico-Raciais

CULTURA E EDUCAÇÃO IARA DE SOUSA SANTOS iarasousasantos23@gmail.com

O artigo traz breves reflexões acerca da temática Cultura e Educação: o papel da educação na diversidade cultural e a importância da formação de um ser social. É composto por três momentos. Primeiro abordamos o que é cultura? E a importância de cada cultura na construção do conhecimento. Num segundo momento discutimos a diversidade cultural na escola: A importância da cultura no processo de aprendizagem. Por fim queremos discutir as relações de respeito à diversidade cultural e as possibilidades de se trabalhar com essa diversidade em sala de aula. Para isso, nos fundamentamos teoricamente em Vera Maria Candau, 2005 - 2008 Antonio Flávio Moreira 2008 e José Luiz dos Santos 1946. Portanto, entendemos que a escola como uma instituição formadora de sujeitos críticos para a cidadania, pode construir com seus alunos os conhecimentos da cultura brasileira para que sejam trabalhadas as condutas preconceituosas e alienadas na sociedade onde vivemos. O presente artigo é de estudo bibliográfico e abordagem qualitativa com base teórica em Chizzotti 2011. Levando-se em consideração os aspectos de uma pesquisa qualitativa, entendemos que podemos dar nossa contribuição voltada para uma pesquisa de grande importância para o desenvolvimento pessoal e social de cada individuo. Abordamos um tema de fundamental importância na construção do desenvolvimento do ser humano, fazendo com ele sinta-se um membro da sociedade e possa ser um ser ativo e transformador na sociedade em que vive. Pois entendemos que a educação aliada ao conhecimento das culturas existentes em nosso país, tornansse elementos fundamentais para a formação de um ser autônomo, critico e consciente de sua realidade e do meio em que esta inserido, podendo ser um agente transformador da própria realidade, e respeitando todas as formas de diversidades existente em seu meio.

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Educação, Filosofia e Cultura Popular: Um dialogo a partir de Edgar Morin e Paulo Freyre

O PARADIGMA TECNICISTA VERSUS A FORMAÇÃO DO SENSO CRÍTICO DO DISCENTE HEITOR LAMARTINE DA SILVA lamartinesgt@hotmail.com

A condicionante que nos instigou a pesquisa foi à situação em que se encontra a educação e seu papel na formação do indivíduo, ambos participando ativamente da construção histórico-social da nação. Estabelecemos então uma trama relacionando diversos aspectos da educação na atualidade, com isso nossa análise foi baseada sob os paradigmas da educação na prática docente, especificamente o tecnicista, e as suas possíveis interferências na formação do senso crítica de nossos discentes. Nosso estudo sobre prática docente através dos paradigmas educacionais veêm ressaltando o intermédio do discurso que vamos considerar como um dos fatores que impulsionam a máquina social e o processo educativo, este aliado ao ensino pode ser transformador ou reprodutor ideológico, temos assim por objetivo entender o papel do docente na formação da críticidade do discente, também perceber a estrutura ideológica por trás do conservadorismo didático que permeia o sistema educacional.Dentre as muitas práticas pedagógicas que orientam o sistema da educação no Brasil, nos deparamos com a existência de algumas práticas de caráter tecnicista, este como em nosso estudo demonstra ter como objetivo atrofiar a capacidade crítica da sociedade a fim de atender o metassistema capitalista, simplificando e fragmentando o conhecimento apresentando-o isolado e abstrato, e exclui os principais elementos do processo de aprendizagem, educador e educando, fazendo destes um intermediário e receptor passivo desconsiderando a grande complexidade que é o ser humano e a relações das realidades que podem existir na dinâmica social. Cabe então ao educador vencer a barreira do paradigma tecnicista, deixar de ser apenas um emissor de discursos do conteúdo, para tornar-se um agente de transformação ao desenvolver no aluno a potencialidade de refletir e pensar o conhecimento e as realidades, de forma crítica, para este construir seus saberes.Nossa pesquisa tem por base uma interação interdisciplinar, para realização do estudo de nosso objeto, estando fundamentado em diversas perspectivas entre elas a sociológica, histórica, pedagógica, filosófica, estabelecendo relações teórico-práticas, com a constatação empírica de afirmações teóricas, através do estágio.

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EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO JOHN MATEUS BARBOSA johnmateusbar@gmail.com Este artigo resulta de uma primeira exploração dos dados referentes a expansão do ensino médio em Pernambuco como parte de uma pesquisa em andamento no âmbito da pós-graduação. Tem como objetivo central: os sentidos presentes na dinâmica de expansão do Médio no Estado de Pernambuco, a partir da estratégia do Programa de Educação Integral - PEI (2008) e das Escolas de Referência em Ensino Médio no período de (2007-2014). As categorias teórico-analíticas do estudo são: Expansão (ALGEBAILE, 2004); Ensino Médio (FRIGOTTO, 2003; NOSELLA, 2011; RAMOS, 2011) e Educação Integral (SCHELESENER, 2009). Metodologicamente falando essa investigação traz elementos quantitativos para a análise, mas se caracteriza como essencialmente qualitativa. Utilizamos o Materialismo Histórico e Dialético como abordagem teórico-metodológica enfatizando as categorias: Totalidade, mediação, contradição e práxis. A técnica de análise é a Análise de Conteúdo na perspectiva da Dialética Hermenêutica (MINAYO, 2004). Para a produção dos dados nossas fontes foram: INEP, SIMEC/MEC, Censo Demográfico/IBGE, PNAD (2009)

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O AUTISMO NA ESCOLA E PERSPECTIVAS DE INCLUSÃO ANATIANE VIEIRA DA SILVA anatianecaruaru@hotmail.com Um projeto pedagógico inclusivo que acolha os autistas de forma que possa conviver com todos os desafios diários deve ser pensado acusando de boa recepção as contribuições teóricas e relatos de pais, alunos e mestres. Neste contexto, apresentamos o estudo científico ancorado em uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se da observação participante no âmbito da abordagem qualitativa, embasados nos teóricos BAZANTE (2004), MAGALHÃES (2011) e WRIGHT e WILLIAMS (2008) veremos que mesmo sabendo de todas as dificuldades, podemos fazer com que os alunos autistas vivam uma vida de muitas possibilidades, com respeito e igualdade. Possibilidades estas, que proporcionam uma melhor qualidade de vida não só para os autistas, como para todos os alunos especiais, porém não deixaremos de citar as impossibilidades encontradas no processo de inclusão. Pretendemos ressaltar a importância dos avanços cognitivos, sociais e afetivos destes alunos, e as contribuições que a psicologia e a educação proporcionam para os pais e professores saberem lidar com o dia a dia de crianças que teem uma grande dificuldade de expressar-se e de aprender. Todavia, isto não significa que os autistas são seres limitados a pequenos gestos. Com o acompanhamento correto e a valorização de pequenos avanços muito pode ser feito para o aproveitamento educacional destes alunos. Fundamentamos nossa pesquisa em Magalhães (2011), Bazante (2004), e, Wright e Williams (2008); compreendemos que a educação inclusiva pode ser uma das portas de abertura para que o autista supere suas dificuldades em relação ao meio social, afetivo e cognitivo, pois com um diagnóstico correto muitas barreiras são superadas e queremos destacar que o acompanhamento de profissionais da área de psicologia e da educação são essenciais na caminhada rumo a conquista de autonomia daqueles e daquelas pessoas portadoras e que convivem com o autismo em sua existência.

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A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA DE SINAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL RISOLANGE MARIA LEMOS risollemos@outlook.com Este trabalho tem como objetivo, analisar o processo de Inclusão na sala regular de ensino da Educaçâo Infantil e Ensino Fundamental, discutindo a relação entre os alunos ouvintes e surdos/mudos. Buscando destacar a importância da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), para uma melhor adaptação e Inclusão do aluno surdo/mudo na escola e na sociedade. Caracterizando a Inclusão escolar como um novo paradigma da educação brasileira, como garante algumas leis, como a LDB 9394/96. Ressalta-se a importância da LIBRAS na formação continuada do professor, para que o aluno durdo não se sinta tão “diferente” ao frequentar uma sala regular de ensino. dentro deste processo e inclusão e diversidade cultural existente na sociedade, destacamos a família como uma peça chave para que o aluno portador de necessidade educacional especial, consiga permanecer na escola.Diante de pesquisas bibliográficas realizadas sobre o tema acima, este artigo será embasado nos seguintes autores: Maria Tereza Eglér Manton, (2006, p.8) nos diz que: “o dialogo é o melhor caminho para transitar por essas fronteiras difusas ( e muitas vezes confusas) que, de forma geral, preocupam os educadores e a sociedade” a autora adentra nos labirintos da inclusão escolar e da relação entre inclusão e integração. Maria Eloisa Caputo Ferreira e Marli Guimarãe, em seu livro Educação Inclusiva(2009,p.116) descreve que “A inclusão impõe uma mudança de perspectiva educacioanal, pois não se limita àqueles que apresentam deficiência, mas estende-se a qualquer aluno que manifeste dificuldade escolar, ainda que cotribuindo para o crescimento e desenvolvimento de todos professores, alunos e pessoal administrativos”. Na visão das autoras não é só o deficiente que necessita de uma atenção especial, e sim qualquer individuo que apresenta deficte de interação social ou educacional. O autor Luiz Alberico Falção (2007) Aprendendo a Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar reflexivo sobre a inclusão. E a autora Regina Maria de Souza, em seu livro Educação de surdos (2007, p. 31) nos mostra que “conhecer uma lingua não é o mesmo que estar nela”

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PROFESSORES MOTIVADOS NA PRATICA EDUCATIVA YAGO FELIPE CAMPELO DE LIMA sr.yagofelipe@hotmail.com O presente artigo começa questionando quem são os poucos professores motivados na sua pratica educativa que ainda existem nas nossas escolas. Analisando quem são esses profissionais da educação, como conduzem sua pratica através da motivação e crença na educação em um contexto desmotivador e, o que lhes move a continuar seguindo a docência. Enfatizando a motivação e o empenho com que se propõem a realizarem sua atividade profissional de educador apesar das dificuldades enfrentadas por estes no seu dia a dia. Usando como método de pesquisa, o dialogo, a conversa e entrevistas com professores das ciências humanas, atuantes na rede pública de ensino.Os resultados obtidos corresponderam aos objetivos da presente pesquisa, mostrando que apesar do contexto desmotivador que se encontram alguns professores(as), a ideia de que a educação como forma de intervenção e mudança na sociedade continua viva e atuante no desempenho da função de uma parte dos docentes entrevistados. Lembrando que por maior que seja a pesquisa, nenhum assunto nunca estará esgotado.

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A MORTE E A MITIFICAÇÃO DO MORTO: ESTRATÉGIAS DE CONSAGRAÇÃO DE RONALDO CUNHA LIMA NUM MITO MARIA AUBERLANE DO NASCIMENTO LIMA belalima15@hotmail.com Este trabalho é proveniente de projeto de pesquisa intitulado; A Morte e a Festa do Líder: Estratégias de Construção do Mito Político Ronaldo Cunha Lima, coordenando pelo professor Dr. José Adilson Filho. Este artigo irá descrever o processo de adoecimento do líder Ronaldo Cunha Lima, sua morte e seu velório no Parque do Povo, apreendendo os sentidos e significados subjacentes ao seu velório, tais a ritualística presente na última homenagem ao morto, às narrativas e imagens produzidas sobre tal acontecimento. Nossa pesquisa se desenvolvera a partir da análise de produções bibliográficas, jornais locais, fotografias e também por meio de entrevistas temáticas.

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AS DROGAS NO AMBIENTE ESCOLAR: INTERVENÇÕES E DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE HEVERLANY STHEFANE NOGUEIRA DOS SANTOS heverlany@hotmail.com Nesse novo cenário em que o ambiente escolar propicia aos docentes, bem como aos discentes, o presente artigo tem como objetivo analisar e abordar a importância da intervenção educacional, perante os desafios e na relação interpessoal entre os alunos usuários de drogas lícitas e ilícitas, não usuários e professores. Buscando compreender de fato a necessidade de cada indivíduo dentro e fora do contexto escolar a partir dos interesses da comunidade em que este indivíduo estar inserido. Tendo como interligação a prática docente, os avanços e as problemáticas que vem sendo repercutidas no interior e entorno do ambiente educacional, levantando assim dificuldades de trabalhar com alunos dependentes e iniciantes ao uso de substâncias que os levam a uma sensação de liberdade, independência e isolamento, tornando-os reféns de si próprios. Nesse sentido, o artigo tem a finalidade de corrobora com a prática docente, trabalhar com alunos usuários de drogas dentro do ambiente escolar e as intervenções da prática pedagógica, trazendo assim como contraponto com as referências teóricas de autores renomados tais como: Maria Sales Vizzolto(1988), Maria Albanese (2002) e Paini Leonardo Dias, Hugo Santana Casteletto e Gustavo Fonesca (2003). Procurando desvendar os interesses que envolvem todos envolvidos direta e indiretamente sem que haja a exclusão, discriminação e evasão de alunos usuários. Comprovando que não convêm termos escolas com instalações e equipamentos com tecnologia de ponta, inúmeros professores e etc, se não possuírem em seu corpo docente, professores capacitados, preparados pedagogicamente para atuarem diante das situações adversas que possam advir, com posturas adequadas, para que possamos construir um ambiente agradável, dinâmico e atrativo para todos, participando da formação de verdadeiros cidadãos para o convívio social e mercado de trabalho. Nossa discussão caracteriza-se como um estudo bibliográfico, de natureza qualitativa, com base nas contribuições teóricas de OLIVEIRA, 2008.

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RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO: PROCESSO DE INTERAÇÃO E MEDIAÇÃO SUSIANE SANTANA DA SILVA POLLYANA ISABELA VIEIRA GERMANO pollyisabela1@hotmail.com Através deste artigo iremos questionar se o diálogo entre professores e alunos contribui na aprendizagem do mesmo, através de pesquisas na escola campo de estágio e de estudos de autores como (WERNECK 2009; FREIRE 2005/2011; VEIGA 1991). E buscar os motivos que fazem com que ocorram problemas dentro da sala de aula entre professores e alunos, conhecendo quais são estes problemas e nos aprofundando apenas um pouco nos mesmos. Trataremos também que desavenças existem na sala de aula entre os mesmos que em parte ocorrem por estresse dos professores que se aborrecem em outras turmas e terminam descontando em outras salas que não tem nada haver com os problemas. E buscando mostrar como é importante o diálogo dentro da sala de aula e que o mesmo contribui muito para o ensino aprendizagem. Também relatando que o estudo do meio é muito importante para conhecermos o meio social do aluno podendo trazer temas importantes para a sala de aula. Os mesmos mostram que o educador dentro desse ambiente é um importante mediador do conhecimento, a reciprocidade, simpatia e respeito entre professor e aluno proporcionam um trabalho construtivo. Por tanto concluímos que devemos ir além desse tema, pois o mesmo é de importância significativa para a construção da aprendizagem.

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A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA PARTIDÁRIA DE AGRESTINA E SUAS PRÁXIS POLÍTICAS NOS CARGOS ELEITORAIS (2000-2012) FAGNA SOARES Fagna.Zdcl@gmail.com O presente trabalho visa analisar A participação feminina na política partidária de Agrestina e suas práxis políticas nos cargos eleitorais (2000-2012). Foi ao observar o cenário político partidário da cidade de Agrestina e seus últimos embates eleitorais que permeou-se o interesse em realizar um trabalho cientifico a respeito da configuração política da cidade referente ao surgimento de um maior número de candidaturas femininas aos cargos políticos da cidade em relação ao século passado, assim como também de adesões. O trabalho já está na sua fase concluída e foi orientado pelo prof. Drº. José Adilson Filho. Para o processo e conclusão desse trabalho contamos com as contribuições de alguns teóricos como: ARENDT (2012), FREIRE (2008), LIMA (2011), LOURO (2010) e PRIORE(2009). E os nossos procedimentos metodológicos ocorreu através da entrevista semiestruturava. As nossas fontes foram orais, escritas (os requerimentos da Câmara Municipal de Agrestina e os informativos da prefeitura, os jornais Vanguarda, Diário Oficial de Pernambuco e o Folha de Pernambuco. Os dados da pesquisa revelaram que a participação feminina na cidade de Agrestina ainda se encontra fragilizada uma vez que observamos que boa parte das candidatas não visavam se inserir no universo político, teriam se candidatado apenas para preencher as vagas que lhes são destinadas nos partidos políticos. Em relação a práxis política feminina podemos perceber que está se assemelha muito a práxis política masculina, as diferenças entre ambos são poucas.

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A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA EM CARUARU MARIA CILENE DE SOUZA mariacilenedesouza30@hotmail.com O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola minicipal em Caruaru e tem como objeto analisado, a gestão democrática da escola pública. Para tratar tal tema utilizaremos as contribuições teóricas de Dalila Andrade de Oliveira (1997), José Carlos Libâneo (1991), Vitor Henrique Paro (2000), Moacir Gadotti (1992). Diante da questão da qualidade de ensino oferecido atualmente pelas escolas públicas, viu-se a curiosidade de saber se as escolas estão cumprindo o príncipio da gestão democrática da legislação vigente. Na busca por conhecer um sistema de ensino que atenda as necessidades de uma formação para a humanização tornando os alunos sujeitos críticos. Neste artigo entrevistamos gestores, professores, pais, alunos e funcionários para mostrar de que forma esse paradigma de gestão pode infuenciar na qualidade de ensino. Notamos que falta muito para se chegar a uma ruptura com autoritarismo que ainda não se deu por completo, para que então se consiga chegar ao ponto da gestão democrática. Esse trabalho é de caráter qualitativo.

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A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO COMO PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL JOSELHA FERREIRA DA SILVA joselliaferreira06@gmail.com O presente artigo buscar discutir a implantação do programa Mais Educação e como ocorre seu funcionamento dentro do sistema de educação pública. Analisando as políticas educacionais acerca da implantação do Programa Mais Educação, criado no governo Luiz Inácio Lula da Silva através da Portaria Normativa Interministerial n° 17/2007 e tendo continuidade no governo de Dilma Roussef, com objetivo de melhorar a qualidade de educação ampliando, assim, a jornada escolar. No referencial teórico situamos Algebaile, Cavaliere e Gallo; apresentamos concepções anarquistas. Fazemos um contraponto entre as ideias de Anísio Teixeira nos anos 30, os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) criados por Darcy Ribeiro e o Mais Educação; buscamos desvelar o projeto político pedagógico das escolas e quais profissionais estão envolvidos na realização do mesmo, tendo como meta analisar as concepções de educação que o programa propõe para os alunos. O artigo revela que mesmo tendo caráter de melhorar a qualidade de educação o programa se apresenta com fragilidade.

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O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: IMPLICAÇÕES E POSSIBILIDADES MIZAEL FELIPE DA SILVA NETO mizael-neto@ig.com.br O Programa Bolsa Família, criado em 2003, é atualmente o principal programa de transferência direta de renda com condicionalidades em execução no país. Entre essas condicionalidades, a articulação com a educação consiste em um dos eixos principais do Programa. Por meio do presente estudo, pretendemos discutir as implicações e possibilidades decorrentes dessa articulação para o desenvolvimento da cidadania na região Nordeste do país, considerando que esta é a região com maior contingente de famílias beneficiadas pelo Programa. A partir de uma pesquisa bibliográfica, são tratados os conceitos de cidadania, políticas sociais e História, sobretudo por meio das abordagens da História do Tempo Presente e da História Regional. Com isso, foi possível conceber a articulação do Programa Bolsa Família com a educação como um relevante mecanismo de promoção da cidadania no Nordeste, concluindo que a viabilização dos efeitos de tal articulação está condicionada principalmente a práticas educativas emancipatórias.

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O MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR (MCP) E A EDUCAÇÃO POPULAR NA MATA SUL DE PERNAMBUCO LAUDYSLAINE NATALI SILVESTRE DE MOURA laudys_natali@hotmail.com Este trabalho consta de uma pesquisa cujo objetivo é investigar as ações de educação popular na Mata Sul de Pernambuco, no período de 1959-1964. Especificamente, nossos objetivos são: identificar no acervo dos principais Jornais e Arquivos de Palmares referências à educação popular; Identificar os atores envolvidos e registrar seus respectivos testemunhos orais; Caracterizar e analisar, a partir das fontes levantadas, as ações no campo da cultura e educação popular e as oposições ao movimento. Metodologicamente nos fundamentamos na História Cultural, designadamente nas orientações teóricas indicadas por Sandra Pesavento (História e História Cultural - 2008), norteando-nos pelos os seguintes conceitos: Representação, Imaginário, Sensibilidades. Os procedimentos práticos utilizados na pesquisa foram: destacar o ideário comungado, salientar o cotidiano e destacar o testemunho oral. Além de pesquisa em arquivos e acervos de jornais e material impresso e ainda em história oral. O trabalho se justifica por discutir a história de Pernambuco, especificamente da educação, para além da capital, lançando luz sobre a dinâmica política de uma importante região do estado. A pesquisa aponta que a região da Mata Sul de Pernambuco efervescia politicamente na época. Demarcada pela tensão entre usineiros – que detinham grande poder político – e trabalhadores rurais, que não tinham seus direitos trabalhistas consolidados. Tendo como principal mote a defesa dos direitos do trabalhador. Neste sentido, duas importantes ações serão encaminhadas no campo da educação popular: o Movimento de Educação de Base (MEB) e a formação de monitores segundo a metodologia do MCP de Recife. Via a qual se disputava também as representações tecidas acerca do que se entendia por trabalhador, sociedade e direitos.

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A INDISCIPLINA EM SALA DE AULA NA ESCOLA PAULO SERGIO DOS SANTOS ANDRAYELLY CARVALHO DANTAS pssantos27@gmail.com Um dos objetivos da educação de acordo com (AQUINO, 1996), (GUIMARAES, 1996) e (ARAUJO, 1996) é o de auxiliar o sujeito a construir sua autonomia de pensamento fazendo com que esse sujeito tenha a consciência de respeitar as regras do grupo, mas tendo um raciocínio baseado no principio da reciprocidade sabendo se tal regra é justa ou não o que poderá ser alcançado por meio de relações que não envolvam a coação e o respeito unilateral. A indisciplina que é cometida pelos alunos ocorre muitas vezes por que esse respeito e o auxilio não ocorre na sala de aula corretamente. Tendo a pesquisa o intuito de mostrar a desordem na relação professor-aluno em sala de aula, identificar como o uso do autoritarismo pode causar a indisciplina na sala de aula, analisar as atitudes dos alunos em sala de aula. Observou-se ainda a escola campo de estágio através do instrumento de pesquisa estudo do meio relacionado ao tema da indisciplina em sala com um debate de professores a cerca do tema. O tema precisa ainda ser mais discutido em todo ambiente que envolva a educação para tentar minimizar esta questão da indisciplina, então sociedade, escola e família precisam se envolver para tentar buscar uma solução melhor para melhorar o ambiente na escola e principalmente em sala de aula. A metodologia utilizada será realizada através de leituras de autores a cerca do tema, pesquisas e observações na escola campo de estágio, além de entrevistas escritas com três professores em áreas diferentes de formação onde cada um receberá o nome de professor 01, 02 e 03 respectivamente.

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A CONCEPÇÃO DE HUMANISMO A PARTIR DA CARTA SOBRE O HUMANISMO DE MARTIN HEIDEGGER DIEGO DORGIVAL DE MACÊDO dorgivalmacedo@bol.com.br O objetivo do presente trabalho é investigar o conceito de humanismo na Carta sobre o Humanismo do filósofo alemão Martin Heidegger. Para Heidegger o humanismo pode ser compreendido sob diversas perspectivas desde a concepção tradicional, ligada à preocupação com a humanidade do homem, constitutiva de seu Ser e da sua dignidade, até as concepções cristã e marxista. Este trabalho fará uma análise de tais concepções e condensará as conclusões heideggerianas focando no que ele chamou de “esquecimento da verdade do Ser”, que seria a forma errada que os filosófos antigos e todos os que vieram após conceberam o Ser, e examinaremos a maneira própria que Heidegger utilizou para pensar o Ser, tomando como principal referência Carta sobre o Humanismo, sem deixar de lado outras obras do autor, bem como seus principais comentadores.

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AMOR, UMA ANÁLISE CRITICO-CONCEITUAL:MITOS, CRISES, AMBIVALÊNCIAS E SENTIDOS EDSON FRANCISCO MACHADO DE LIMA edsonviolao1@gmail.com O presente trabalho de pesquisa tem como objeto de estudo o amor na contemporaneidade e busca como objetivo estudá-lo mediante seu fenômeno histórico em seus mitos, crises, ambivalências e sentidos – construídos pela humanidade. Apresentando suas características principais foca-se em compreendê-lo no tempo presente, de acordo com o fenômeno da modernidade. Diante disso, três populares formas atribuídas ao amor foram analisadas neste trabalho, sendo elas: Eros, Philia e Ágape. A metodologia utilizada se constituiu da abordagem qualitativa e procedimento bibliográfico fundamentada em autores como: GIDDENS (1991), HALL (2001), BAUMAN (2004), GHIRALDELLI (2011), FREUD (1996), ARISTÓTELES (2001), KIERKEGAARD (2005) e MORIN (2000). Partindo desse Referencial, analisamos como as sociedades foram modificando os conceitos de amor, no intuito de adequá-los às múltiplas culturas. Por fim, torna-se evidente no resultado deste projeto a ideia de complexidade. Assim, Eros, Philia e Ágape fazem parte de um todo, chamado amor, que se deixa construir e desconstruir de acordo com o pensamento de cada época e cultura, e, isso justifica a constante incerteza que o faz sobreviver a tantas significações, modificando sua aparência, sem perder a essência.

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JUVENTUDE E VIVÊNCIA RELIGIOSA NA CONTEMPORANEIDADE: UMA REFLEXÃO PASTORAL ITALA DANIELA DA SILVA italadaniela@ig.com.br Contemplando o cenário pós-moderno e suas implicações para a construção das novas subjetividades e das novas formas de ser-no-mundo que ela instaura, o presente trabalho propõe refletir as influências da pós-modernidade na vivência religiosa e, mais especificamente, sobre as formas com que às juventudes experienciam a religião na contemporaneidade. Iniciamos o trabalho com uma reflexão biopsicossocial da adolescênciajuventude, pois subsidiado por Aberarury, 1981; Thiago Matheus, 2007; além de outros autores, percebemos que a adolescência é inaugurada por um fator biológico e ‘estendida’ pelos fatores sociais. Em seguida, expomos o que é a juventude nesse contexto de transformações sociais, culturais e interpessoal e aqui refletimos a conjuntura contemporânea a partir de teóricos como Baumam, 2003 e Lypovetsky, 2011. Ainda nessa reflexão sinalizamos os aspectos não só negativos, mas também positivos que a pós-modernidade instaura, convocando-nos a uma nova ética, bem como a novos engajamentos sociais. Concluímos com uma reflexão sobre o como essas questões contemporâneas influenciam na forma de experienciar a religião e explicitamos com percebermos as influências pós-moderna nos espaços religiosos. A partir da contemplação desse cenário, lançamos perguntas provocativas e ousamos sinalizar nossas compreensões acerca do nosso agir pastoral diante dessa realidade. O presente trabalho apresenta um caráter de artigo bibliográfico e pretende ser re-lançado enquanto proposta de pesquisa empírica no Agreste pernambucano, para que as juventudes possam ser auscutadas diante dessa conjuntura pós-moderna que estamos imersos.

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A TÉCNICA COMO DESENCOBRIMENTO DA VERDADE EMANUEL ROBSON DIAS SILVA robson015@gmail.com O presente artigo tem como objetivo analisar o conceito da técnica na história do pensamento ocidental como algo fundamental e inerente a constituição ontológica do ser, ao mesmo tempo em que investiga os avanços da ciência nos últimos anos e até que ponto ela pode ser considerada um dos modos de desvelamento. As obras trabalhadas são: "sobre a questão da técnica" conferência de 1953 do filosofo Martin Heidegger correlacionando com o texto "meditação sobre a técnica" do Ortega y Gasset de 1939, juntamente com obras de apoio que possibilitam um entendimento mais amplo sobre o problema investigado. É possível identificar que o homem ocupa um lugar privilegiado nas duas obras, ele é fundamental para a discussão e desenvolvimento do problema em ambas, tendo em visto que sem ele o conceito perderia todo sentido. A leitura ainda sugere uma apropriação dos principais conceitos filosóficos relacionados à investigação histórica e antropológica. Os resultados iniciais demonstram que o conceito de técnica foi por diversas vezes confundido com o processo de instrumentalização e fabricação das coisas. Para Ortega a técnica é essencial para vida humana sendo ela a responsável pelo desenvolvimento cultural, cientifico e antropológico. Heidegger destaca que a perguntar pela técnica é propor uma investigação sobre sua essência, assim a pesquisa assume um caráter mais especulativo que possibilitaria um conhecimento aprofundado do tema em questão. O filosofo ainda identifica que a essência da técnica pode encaminhar o homem para um desencobrimento da verdade. Tendo em vista que a pesquisa está em andamento, não é possível apresentar elementos conclusivos, porém nota-se que o desenvolvimento das principais ideias conduz o leitor à procura de um conhecimento mais amplo sobre o tema. Sua discussão é fundamental para nossa época, pois levanta questões capazes de investigar sobre o avanço demasiado do ensino técnico e das ciências de modo geral.

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CONSEQUÊNCIAS E INTERROGAÇÕES DO CONTEMPORÂNEO DANIEL DO NASCIMENTO FINIZOLA DA CUNHA contatofinizola@gmail.com O homem contemporâneo nasceu com o iluminismo e as revoluções liberais, as quais implantaram novos modelos políticos e econômicos, a fim de romper com as intransigências monopolistas do mercantilismo e dos reis absolutistas. A Revolução Industrial no século XVIII consolida o capitalismo como modo de produção hegemônico. O século XIX marca a expansão do modelo capitalista/imperialista frente a várias regiões do mundo, disseminando violência cultural e física sobre os povos autóctones.O trabalho tem por objetivo debater e questionar os valores da modernidade e suas consequências, como, por exemplo, a instrumentalização da razão, a necessidade de racionalização dos recursos naturais e qual a ordem e progresso que nós desenvolvemos. Procuramos fazer recortes sobre quais as consequências da imposição cultural, política e econômica que as nações europeias exerceram na América, África e Ásia.Esse trabalho é fruto de uma pesquisa de mestrado em Educação pela Universidade de El Salvador (Buenos Aires, Argentina) e usa como um dos referências teóricos o índio boliviano MAMANI, que debate em seu Livro "Viver Bem, Bem viver" questões como identidade cultural e os paradigmas ocidentais. Procuramos traçar paralelos entre a visão ocidental, contemporânea, de autores como GIDDENS, e a visão holística e indígena de MAMANI que procura trazer para a academia o conhecimento e as experiências dos povos originários da América.

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AS CONSEQUÊNCIAS E AS INFLUÊNCIAS CAUSADAS PELAS REDES SOCIAIS: OS PROBLEMAS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES THAÍS EDUARDA DA SILVA SOUZA TEDSS98@GMAIL.COM O estudo em desenvolvimento aborda o tema: as consequências e as influências causadas pelas redes sociais aos adolescentes: os problemas e suas possíveis soluções. A escolha se justifica por percebermos o grande número de adolescentes que estão conectados as redes sociais, além do grande foco neste tema pela sociedade atual. A questão norteadora do estudo é: Quais as consequências causadas aos adolescentes pelas redes sociais? Partimos do pressuposto (hipótese) que esse vício tem gerado muitos problemas como a falta de interesse nos estudos e o mau rendimento escolar, por não dormir adequadamente; a má alimentação, por não se preocupar com sua saúde e o não relacionamento direto com seus pais e amigos devido às muitas horas de acesso. O objetivo geral do estudo é: Investigar a influência das redes sociais na vida dos adolescentes e as consequências que ela tem gerado. Os objetivos específicos são: descrever a realidade e o dia-a-dia dos adolescentes que são afetados pelo desejo compulsivo de estarem conectados as redes de relacionamento; verificar o porquê do vício e os problemas que este causa na vida dos adolescentes; compreender o isolamento dos adolescentes devido ao vício nas redes sociais. Para fundamentação teórica utilizamos Zanchin (2013), Oliveira (2011) e Rocha (2012). O procedimento metodológico adotado é o questionário misto. Os sujeitos são estudantes do ensino médio, na faixa etária entre quatorze e dezenove anos, de duas escolas de educação básica, sendo uma escola privada e uma escola pública estadual. O estudo se desenvolveu de fevereiro a novembro de dois mil e treze no município de Caruaru/PE. Os dados coletados estão em tratamento e serão apresentados.

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ELEMENTOS MOBILIZADORES PARA O USO DAS REDES SOCIAIS POR ADOLESCENTES: AMIZADE, CURIOSIDADE, TIMIDEZ REGINA MICHELE CARVALHO DA SILVA rejane-jaqueline1@hotmail.com Este trabalho tem como temática: Elementos mobilizadores para o uso das redes sociais por adolescentes: amizade, curiosidade, timidez. O objetivo geral desse trabalho é compreender o que pode levar os jovens a terem certo vício em redes sociais. Os objetivos específicos são: i) identificar o que caracteriza uma população de jovens viciados em redes sociais; ii) apontar as causas do uso excessivo de redes sociais; iii) descrever o que prende a atenção dos jovens nas redes sociais, assim como curiosidades, como a opinião das pessoas sobre o fato de, existir ou não, amizades verdadeiras em redes sociais, ou qual é a rede social favorita perante a comunidade jovem. Como questão norteadora propõe-se: o que pode levar os jovens a terem certo vício em redes sociais? Como será que os jovens veem as redes sociais? Será que eles assumem um determinado vício? Será que são feitas amizades verdadeiras em redes sociais? Pressupomos que o que pode levar adolescentes a terem um determinado vício nas redes sociais são: a inibição dos mesmos, que faz com que busquem as redes sociais para se expressarem melhor; o fato dos adolescentes quererem sempre ser "iguais", seguindo o padrão estabelecido pelo consumismo que praticamente exige que utilizem cada vez mais recursos tecnológicos. O procedimento metodológico adotado foi um questionário com perguntas abertas e fechadas. O tipo de estudo foi descritivo e as populações estudadas são adolescentes com faixa etária entre treze e dezenove anos, estudantes de uma escola privada, e uma escola pública em Caruaru-PE. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro à novembro de 2013. Os dados estão em fase de tratamento.

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ANOREXIA E BULIMIA: SUAS DIFERENÇAS E O QUE PROVOCA SUA EXISTÊNCIA INGRID HADASSA FINELON CARLOS ihadassafc@gmail.com Este trabalho tem o interesse de abordar o tema Anorexia e Bulimia: suas diferenças e o que provoca sua existência. O estudo se justifica pelo fato de do tema está em evidencia dentro da sociedade. Nossa questão central é: o que leva as pessoas a adquirirem a anorexia e a bulimia? O objetivo geral é: Compreender o que leva estas pessoas a desenvolverem a anorexia e a bulimia. Como objetivos específicos temos: conceituar e diferenciar a anorexia da bulimia; identificar os motivos que levam as pessoas a adquirirem este problema; entender como a sociedade vê as pessoas anoréxicas/bulêmicas, e o que faz e se faz algo para ajudálas. O trabalho está fundamentado em Buckroyd (2000), Martins, Pelegrini, Matheus, Petroski ( 2010). O procedimento metodológico adotado foi o questionário com questões abertas e fechadas. Os dados serão tratados a partir das informações coletadas pelo questionário aplicado a estudantes da 8ª série e do 2º ano do Ensino Fundamental e Médio de um colégio particular, com idades entre treze e quinze anos (8ª série) e entre dezesseis e vinte anos (2º ano). Os dados estão em fase de tratamento e pretendemos apresentá-los no evento.

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AS CONSEQUÊNCIAS E AS INFLUÊNCIAS CAUSADAS PELAS REDES SOCIAIS: OS PROBLEMAS E SUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES LYLIAN GABRIELA LUCENA TENÓRIO lyliangabriela@hotmail.com O estudo em desenvolvimento aborda o tema: as consequências e as influências causadas pelas redes sociais aos adolescentes: os problemas e suas possíveis soluções. A escolha se justifica por percebermos o grande número de adolescentes que estão conectados as redes sociais, além do grande foco neste tema pela sociedade atual. A questão norteadora do estudo é: Quais as consequências causadas aos adolescentes pelas redes sociais? Partimos do pressuposto (hipótese) que esse vício tem gerado muitos problemas como a falta de interesse nos estudos e o mau rendimento escolar, por não dormir adequadamente; a má alimentação, por não se preocupar com sua saúde e o não relacionamento direto com seus pais e amigos devido às muitas horas de acesso. O objetivo geral do estudo é: Investigar a influência das redes sociais na vida dos adolescentes e as consequências que ela tem gerado. Os objetivos específicos são: descrever a realidade e o dia-a-dia dos adolescentes que são afetados pelo desejo compulsivo de estarem conectados as redes de relacionamento; verificar o porquê do vício e os problemas que este causa na vida dos adolescentes; compreender o isolamento dos adolescentes devido ao vício nas redes sociais. Para fundamentação teórica utilizamos Zanchin (2013), Oliveira (2011) e Rocha (2012). O procedimento metodológico adotado é o questionário misto. Os sujeitos são estudantes do ensino médio, na faixa etária entre quatorze e dezenove anos, de duas escolas de educação básica, sendo uma escola privada e uma escola pública estadual. O estudo se desenvolveu de fevereiro a novembro de dois mil e treze no município de Caruaru/PE. Os dados coletados estão em tratamento e serão apresentados.

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JOVENS CATÓLICOS: VIVÊNCIA E MOVIMENTOS VICTÓRIA GERMANA DE MOURA NEVES victoriagermanademouraneves@gmail.com A pesquisa em desenvolvimento tem como tema: Jovens católicos: vivência e movimentos. O que justifica o presente estudo, é procurar compreender o que leva muitos jovens fazerem parte dessa dinâmica ligada à religiosidade. São jovens que optam por viver ativamente sua fé, de forma aberta e pública, arriscando-se a comentários desagradáveis e até mesmo a própria vida. Mas qual a importância desses movimentos e por que atraem tantos jovens? Qual a relação da Igreja Católica com esses jovens? Quais são os movimentos e suas ações? Como pensam esses jovens? Como vivem, com suas diversas e criativas maneiras de se expressar a si e a sua fé? O que chama a atenção de pesquisadores, cidadãos e até mesmo da própria Igreja? E porque vivem assim? Objetivo geral tem como meta: i) apresentar a maneira de como os jovens vive o catolicismo, com destaque para os movimentos, comunidades e grupos relacionados aos jovens católicos, rompendo os padrões impostos sobre a religiosidade. Os objetivos específicos são: i) compreender como esses jovens buscam soluções que possam atrair mais pessoas para a igreja; e ii) verificar a atuação dessa juventude engajada nos movimentos existentes na igreja católica. Utilizamos como instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas abertas e fechadas com uma população de oitenta e três alunos do ensino fundamental I, em um colégio particular da cidade de Caruaru-PE. Os dados encontram-se em fase de tratamento.

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A ATIVIDADE FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES: UM ESTUDO A PARTIR DOS ESTUDANTES ATLETAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA LETÍCIA BARBOSA DE LIMA leticia.lima_@hotmail.com O estudo em desenvolvimento tem como tema: a atividade física e o desenvolvimento das habilidades. Pretende analisar a partir de um questionário aplicado com estudantes na faixa-etária entre nove e dez anos de idade da escola de educação básica. A questão do estudo: Como os atletas estão treinando e desenvolvendo suas habilidades, em uma instituição privada de ensino? O objetivo geral deste trabalho é: Compreender como os atletas trinam e desenvolvem suas habilidades. Os objetivos específicos são: analisar se no desenvolvimento das atividades físicas há possibilidades da existência de um dom ser natural ou se o bom desempenho depende do trabalho desenvolvido; identificar qual o melhor tipo de treinamento para desenvolver uma habilidade mais rapidamente; elencar os métodos de treinamento eficazes que contribuem para um melhor desenvolvimento de habilidades, além de outros fatores que podem contribuir para isso, como alimentação, incentivo, motivação e ambiente. Para a realização da pesquisa, foram consultados os livros, artigos e pesquisas. O aporte teórico está baseado em Daniel Coyle , Silvia Gasparian Colello , Simon Clifford, Doug Fields, além do estudo de histórias de pessoas talentosas, como Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Albert Einstein e, também, grandes jogadores de futebol. Como procedimento metodológico utilizou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas que contribuiu para a coleta de dados dos sujeitos pesquisados.

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MACONHA: SUA HISTÓRIA E SEUS EFEITOS NA VIDA DE JOVENS MULHERES EX-USUÁRIAS LIDIANNE TORRES BARBOSA lidianne1998@hotmail.com O presente estudo expõe o tema Maconha: sua história e seus efeitos na vida de jovens mulheres, e descreve a maconha como uma droga ilícita, que provoca problemas na saúde dos usuários. Seus efeitos têm sido maléficos na vida de seus usuários. O objetivo geral é compreender o histórico dessa droga e os efeitos por ela causados. Os objetivos específicos são: verificar como se deu a utilização dessa droga, para essas ex-usuárias e a forma como elas foram atraídas para esse novo mundo; identificar as mudanças na perspectiva do grupo de mulheres, diante dessa droga. Pressupomos que a utilização da maconha antes era medicinal, porém ao longo do tempo foram observadas graves consequências na saúde de seus usuários. Por isso, hoje ela é uma droga ilícita, mas apesar dessa proibição e precaução contra as drogas, muitos jovens a utilizam por diversos motivos, os mais vistos seria a de libertar-se de sua dura realidade ou pela influência dos amigos em suas vidas, principalmente nos jovens adolescentes, que são mais influenciáveis que os adultos de maior maturidade e experiência. Tomamos como referência os seguintes teóricos: QUEIROZ (2013); RIBEIRO (2009); Os dados foram coletados através de um questionário misto com o interesse de aproximar-se dos sujeitos que fazem parte desse contexto. Além disso, o instrumento tem o intuito de analisar, pela visão dessas ex-usuárias os estragos causados pela maconha, nos seus convívios com amigos, familiares e com toda a sociedade. Os sujeitos participantes foram dezesseis mulheres, com uma faixa etária entre 16 e 35 anos, participantes de uma instituição de reabilitação feminina de Caruaru-PE. Os primeiros dados tratados mostram que as usuárias sinalizam grandes perdas em suas vidas, sobretudo no que diz respeito a família. Outro aspecto interessante são as mensagens que as mesmas deixam para os jovens na atualidade, em relação a maconha.

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ELEMENTOS MOBILIZADORES PARA O USO DAS REDES SOCIAIS POR ADOLESCENTES: AMIZADE, CURIOSIDADE, TIMIDEZ MELLANIA MIRELLI SILVA MACIEL mellania_mirelli@hotmail.com Este trabalho tem como temática: Elementos mobilizadores para o uso das redes sociais por adolescentes: amizade, curiosidade, timidez. O objetivo geral desse trabalho é compreender o que pode levar os jovens a terem certo vício em redes sociais. Os objetivos específicos são: i) identificar o que caracteriza uma população de jovens viciados em redes sociais; ii) apontar as causas do uso excessivo de redes sociais; iii) descrever o que prende a atenção dos jovens nas redes sociais, assim como curiosidades, como a opinião das pessoas sobre o fato de, existir ou não, amizades verdadeiras em redes sociais, ou qual é a rede social favorita perante a comunidade jovem. Como questão norteadora propõe-se: o que pode levar os jovens a terem certo vício em redes sociais? Como será que os jovens veem as redes sociais? Será que eles assumem um determinado vício? Será que são feitas amizades verdadeiras em redes sociais? Pressupomos que o que pode levar adolescentes a terem um determinado vício nas redes sociais são: a inibição dos mesmos, que faz com que busquem as redes sociais para se expressarem melhor; o fato dos adolescentes quererem sempre ser "iguais", seguindo o padrão estabelecido pelo consumismo que praticamente exige que utilizem cada vez mais recursos tecnológicos. O procedimento metodológico adotado foi um questionário com perguntas abertas e fechadas. O tipo de estudo foi descritivo e as populações estudadas são adolescentes com faixa etária entre treze e dezenove anos, estudantes de uma escola privada, e uma escola pública em Caruaru-PE. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro à novembro de 2013. Os dados estão em fase de tratamento.

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS NAS ESCOLAS MULTISSERIADAS DO CAMPO: UM ESTUDO EM DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE LAGOA DOS GATOS MÁRCIA CRISTINA XAVIER DOS SANTOS MARIA GIRLENE CALLADO DA SILVA girlenecallado@hotmail.com O estudo em desenvolvimento parte de práticas pedagógicas desenvolvidas em escolas multisseriadas do campo, iniciado em 2012 no município de Lagoa dos Gatos-PE. Se justifica pela necessidade de construirmos conhecimento da realidade educacional local, tendo em vista ser este um exercício pouco desenvolvido pelos sujeitos da área educacional, sobretudo quando se trata da educação do campo. Tomamos como objeto de estudo, as práticas pedagógicas utilizadas por professores (as) nas escolas multisseriadas da Educação do Campo. Temos como questão central do estudo: Existem práticas pedagógicas nas escolas multisseriadas do campo, bem sucedidas? Nosso objetivo geral é: identificar se há práticas pedagógicas desenvolvidas pelo (a) professor (a) do campo, bem sucedidas. Os objetivos específicos são: i) Analisar se no desenvolvimento da prática pedagógica há relevância social nos conteúdos de ensino tratados pela professora, tomando como ponto de partida a realidade local; ii) analisar se o currículo é trabalhado de forma integrada; e ii)Identificar o que caracteriza uma prática pedagógica bem sucedida na escola multisseriada. Partimos do pressuposto de que é possível ser um (a) professor (a) bem sucedido (a) na escola do campo, mesmo diante das dificuldades estruturais, desenvolvendo ações que possibilitem aos sujeitos se sentirem protagonistas do seu entorno, tomando o conteúdo curricular da realidade camponesa, como ponto de partida. Nossa base teórica está fundamentada Arroyo (1999 e 2004), Caldart(2002 e 2004), Cerioli(2002), Fernandes(1999), Faoro(1992), Fonseca(1989), Hage(2010), Kolling(2002), Lakatos(2004), Ludke e André(1986), : Ludke&André (1995), Molina(2004), Mennucci(1932), Marconi(2004), Rocha(2010), Soares(2001), Freire (1996), Moura&Santos (2011), Libâneo(1994). O aporte legal está baseado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB,1996) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação do Campo (2002; 2008) . Os procedimentos metodológicos foram: a observação participante, com a finalidade de visualizar a prática pedagógica da professora do campo, entrevista semi-estruturada, com o propósito de detectar no depoimento dos sujeitos os elementos que respondam a questão/problema e aos objetivos, além das conversas informais. No tratamento dos primeiros dados, levantamos duas categorias analíticas: A importância da escola do Campo e A prática pedagógica da professora bem sucedida. Os dados parciais apontam elementos do trabalho da professora bem sucedida, em escolas multisseriadas do campo.

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PRATICAS PEDAGOGICAS MARIA LUIZA ALVES DA SILVA prof_luiza_alves@hotmail.com Este artigo versa sobre a prática do estágio supervisionado e vivência do estagiário na escola campo (DINONE, 2004; OLIVEIRA, 2005: PIMENTA, 2006, 2005, 2006, 1990) faz parte de uma pesquisa desenvolvida na disciplina de Prática de ensino III do curso de História da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru. O presente estudo debruça-se sobre os dilemas enfrentados pelo estagiário partindo do estágio supervisionado indo até a escola campo. Abordara a questão da indissociação entre teoria e prática (PIMENTA 2005,2006) e elaboração de pesquisas para análise dos primeiros passos do estagiário. Os objetivos do trabalho são: a) analisar o estágio supervisionado, na ligação da universidade com a escolacampo de estágio, as atividades proposta pelos professores de prática; a carga horária; como a gestão da escola campo recebe os estagiários; b) identificar como ocorre e se ocorre o choque de realidade do estagiário ao longo do curso e a relação disso com a teoria e a prática. Esse artigo pretende problematizar os entraves e as possibilidades na formação dos futuros professores por meio do estágio supervisionado.

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CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MÉTODOS E PROCEDIMENTOS LUCIO ROGERIO LOPES DE LIMA lurololi@gmail.com lucioofera25@hotmail.com As contribuições acerca da avaliação da aprendizagem correspondem ao enfoque das observações diante do ensino fundamental I, tendo analisado as tendências e propostas com base nas fundamentações de teóricos engajados no estudo da avaliação da aprendizagem. O presente trabalho tenta fazer uma breve trajetória do panorama educacional em relação ao desempenho dos agentes diretos incorporados no processo que permeia o campo de coleta de dados e análises obtidas pelas avaliações. Essas estimativas, essas mensurações, com tais propriedades, constituem os índices que estabelecem para formular novos critérios políticos quanto ao desenvolvimento do plano educacional vigente. A discussão elucida as divergências e convergências, através de pesquisa bibliográfica, os diversos formatos de avaliação: somatória, emancipatória e formativa num contexto que não somente explora uma educação primária, mas abrange de modo consequente, sua amplitude e complexidade em virtude de sua aplicabilidade.

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÕES E DESAFIOS DOCENTES NA EDUCAÇÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR FLAVIA TORRES FREIRE flavia_t_freire@hotmail.com A presente pesquisa tem como foco compreender as concepções e desafios de docentes de algumas escolas municipais da cidade de Caruaru-Pe, quanto à inclusão de estudantes com deficiência no ensino regular. A partir dessa discussão, no campo teórico, levantamos dados históricos sobre as concepções sociais da educação de pessoas com deficiência, até a atual concepção inclusiva.Para além, buscamos investigar o desenvolvimento de competências legais inclusivas nos processos de formação inicial e/ou continuada dos docentes pesquisados, e avançamos buscando investigar o desenvolvimento de competências legais inclusivas nos processos de formação inicial e/ou continuada dos docentes entrevistados, bem como, a postura desses profissionais diante dessas exigências, as possibilidades de concretização dessas competências legais, e os principais desafios ressaltados quanto à efetivação destas.O trabalho em questão se justifica pela necessidade de uma maior produção de pesquisas acadêmicas nessa área, que contribuam para a qualificação dos profissionais docentes. Tomamos como base teórica Mazzotta (1966), Sassaki (1997), Carvalho (2010), História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil (2010), entre outros, que atentam para essa temática, nos ajudando a pensar sobre a educação inclusiva, considerando suas possibilidades e desafios. Dentre os textos legais, trabalhamos com a Declaração de Salamanca (1994), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial na educação básica (2001), Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), entre outros.Assim, a partir dessa perspectiva, intentamos contribuir para o debate e reflexão das práticas que direcionem esforços ao avanço da educação inclusiva. Da metodologia utilizada destacamos pesquisa qualitativa e análise de conteúdo, com as referências de André (1995) e Bardin (2004), além de observações dos contextos pesquisados. Os dados foram coletados, através da aplicação de questionários, que de acordo com Rampazzo (2009), contribui para mapear mais elementos da realidade e na obtenção de um maior número de informações, permitindo assim uma melhor compreensão da dinâmica da investigação.

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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS LUIZ ELIZEU DA SILVA FILHO luiz12@hotmail.com O artigo consiste em refletir e compreender a importância da literatura infantil, como atividade de ensino, aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e professores. Além de estimular as crianças para a prática da leitura com prazer, nos anos iniciais da escolarização, as atividades da literatura infantil possibilitam a formação de crianças com mais criatividade, imaginação fértil e um trabalho consistente com os sentimentos e emoções. A discussão configura-se como um estudo bibliográfico com abordagem qualitativa, a partir das contribuições de OLIVEIRA (2008). No que se refere à reflexão e análise específica desta problemática, as teóricas Lajolo e Zilberman (2010) falam o quanto é importante à ilustração nos livros de literatura infantil; pois é através dos desenhos que as crianças fazem sua própria leitura visual. Então, se as ilustrações não forem apropriadas ao público infantil, as crianças poderão ter dificuldades de trabalhar com os contos infantis. Lajolo e Zilberman destacam a importância destas ilustrações nos livros de histórias para que sejam figuras coloridas e de tamanhos bastante atraentes para instigar e alimentar o mundo imaginário das crianças. As teóricas também trazem a contribuição sobre a importância da escolha correta dos livros literários a serem trabalhados com as crianças e enfatizam a relevância da escolha do material didático feito pelos professores. É importante que os livros escolhidos tenham um significado para o aluno e que sejam distribuídos de acordo com a idade de cada um, pois só assim os mesmos desenvolverão o interesse em ler textos e livros diferenciados no seu cotidiano. É necessária uma sala de aula prazerosa para a prática de leitura com um ambiente propício à interpretação dos textos e onde haja diversidade de livros, deixando o aluno à vontade para fazer sua própria escolha, e para adquirir mais gosto pela leitura.

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A CONSTRUÇÃO DOS SABERES E SEUS DESAFIOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NO TÉRMINO DOS ANOS INICIAIS AO ENSINO FUNDAMENTAL UM DESAFIO A ENFRENTAR NA ESCOLA DO CAMPO MARIA RAQUEL DA SILVA raquels744@gmail.com O presente estudo tem como objeto, os saberes matemáticos, construído pelos estudantes ao término dos anos iniciais do ensino fundamental. Justifica-se pela necessidade que há de se conhecer os conteúdos essenciais para o desenvolvimento das competências matemáticas, que os estudantes precisam dominar na transição do 5º ao 6º ano do ensino Fundamental. Tomamos como questão central do estudo: Que conteúdos matemáticos são essenciais aos estudantes na transição do 5º para o 6º ano do ensino fundamental? E se os estudantes têm chegado com este repertório mínimo de conhecimentos no término destes anos. Objetivo geral: Analisar com que repertório matemático tem chegado os estudantes na transição do 5º para o 6º ano, a partir dos professores. Temos como objetivos específicos: i) Identificar os conteúdos matemáticos essenciais aos estudantes na passagem do 5º para o 6º ano; e ii) Verificar se os saberes ou conhecimentos necessários aos estudantes veem sendo trabalhados. Como campo de estudo, se tem uma escola do Campo. Considera-se, então, que tanto os estudantes, quanto os professores passam por diversos desafios no preparo das atividades para a ampliação de conhecimentos e habilidades, assim como na construção de conceitos e conteúdos matemáticos tratados no decorrer das atividades didáticas. O recorte teórico está baseado em Arroyo (2004) e Fiorentini (2003), Tardif (2009), Oliveira (2007), Franco (2008). Para tanto, a metodologia está pautada na observação participante, entrevista semi- estruturada e na análise documental. O tratamento dos dados é realizado a partir da análise de conteúdos. Os sujeitos participantes são: dois professores (as) do 5º e 6º anos, que serão tratados como P5 e P6. As categorias de análise são: A educação matemática e o cotidiano do estudante, trabalhando os conteúdos para formação da autonomia; e a dimensão educativa dos conteúdos matemáticos com base nos PCN, BCC e OTM. Os resultados apontam para a importância de uma educação matemática que valorize e afirme os conhecimentos dos estudantes, e que os conteúdos matemáticos sejam válidos dentro e fora da escola.

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AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO RELACIONADAS A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES: REFLEXÕES A SEREM CONSTRUÍDAS EM NOSSA CULTURA PROFISSIONAL MARIA IVALDETE DOS PASSOS SILVA ivaldete_passos@hotmail.com O presente estudo tem como objeto as ações do coordenador pedagógico (CP) relacionadas à aprendizagem dos estudantes. O interesse pelo mesmo partiu das experiências vividas como docente, despertando reflexões sobre as ações que colaborariam para a aprendizagem dos estudantes. A questão central do estudo é: como as ações cotidianas do CP contribuem para a ampliação da aprendizagem dos estudantes? Por isso, temos como objetivo geral: compreender como o papel do CP contribui para a ampliação da aprendizagem dos estudantes. Os específicos: i) classificar as ações do CP, tendo por base a fundamentação teórica escolhida; ii) distinguir nas atribuições do CP ações que envolvam a ampliação da aprendizagem dos estudantes; e iii) confrontar os elementos legais com as ações reais do CP no seu cotidiano. Tomamos como pressuposto que se as ações atribuídas ao CP fossem em quantidades coerentes, haveria probabilidade das mesmas apresentarem reflexos visíveis na aprendizagem dos estudantes. Nosso aporte teórico toma por base Saviani (2007); Aranha, (2006); Vasconcelos (2009; 2010); Alarcão (2010); Christov (2009); Souza (2010); Orsolon (2010); Clementi (2010); Medina (1995); Placco (2010); Libâneo (2007); Bruno (2009); Imbernón (2010); Duarte (2001); Zaballa (1998); Coll (2009); Macedo (1995); Ausubel/Novak/Hanesian (1980); Moreira (2010); Silva (2010); Pelizzari et al, (2002); Oliveira (2009); Andrade (2010); Oliveira (2010); Santos (2011); Gonçalves (2012); Silva (2012); Creswell (2007); Minayo (2008); Gil (2008). Os procedimentos de coleta de dados adotados: observação simples, análise documental e entrevista. Os dados são tratados a partir da análise de conteúdo de Franco (2008). As categorias analíticas trabalhadas são: 1) formação de professores – as perspectivas reais e as necessárias; 2)objeto de trabalho do CP: uma relação de aprendizagem; 3) a herança tradicionalista, fiscalizadora, controladora e as ações pedagógicas. Os resultados apresentaram uma realidade ainda distante das necessárias reflexões da prática docente, em que o CP compreenda a essência de sua função como formador na ampliação da relação ensino e aprendizagem juntamente com professor e estudante. Além disso, as práticas de um ensino tradicional permeadas por ações fiscalizadoras e controladoras ainda estão presentes no espaço escolar, não explicitando claramente ações diretamente relacionadas com a aprendizagem. Diante do exposto, nossos pressupostos foram refutados.

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AS RELAÇÕES DE PODER NO COTIDIANO DA SALA DE AULA DE EDUCAÇÃO INFANTIL MARIA LUCELIA DE ALMEIDA lucelia-almeida10@hotmail.com O presente artigo trata das relações de poder exercidas entre educandos e educadores no cotidiano das salas de aula da Educação Infantil, mostrando que alguns educadores assumem posturas demasiadamente autoritárias, estabelecendo uma relação de poder sobre os discentes, sobretudo as crianças, impondo-lhes regras que precisam ser cumpridas. As condutas autoritárias dos professores, neste nível de ensino, podem provocar sentimentos de medo e insegurança nestas crianças. Sabemos que a interação entre professor e aluno é uma relação que deixa marcas, desde os anos iniciais da escolarização. Por isso, salientamos a grande importância de estabelecer uma relação dialógica, um respeito mútuo entre educadores e educandos, fazendo com que estes educandos, estas crianças sintam-se parceiras e colaboradoras no processo de ensino e aprendizagem. Os professores precisam fazer uma auto–avaliação, questionando sua maneira de trabalhar com o grupo de crianças na sala de aula. Temos observado que, ao entrarem na escola, muitos alunos ficam tímidos e ansiosos; e o primeiro contato que irão ter é com os educadores. Neste momento, eles precisam ser carinhosos, acolhedores, dinâmicos, para que as crianças sintam prazer em permanecer na aula e precisam estabelecer um elo de confiança e carinho muito grande com os docentes. Ser professor não é tarefa fácil, que pode ser exercida por quaisquer pessoa, ao contrário, requer amor e habilidade, os educadores exercem uma relação de poder maior com as crianças dentro das salas de aula de educação infantil, pois as mesmas são mais vulneráveis do que os adolescentes, e o educador age da forma que quer, com a imposição de regras. A autoridade é necessária, assim como a liberdade, porém cabe ao educador saber administrar sua autoridade, sem assumir uma postura autoritária. Na sala de aula a criança precisa ter o direito de expressar seu pensamento livremente, dar opinião e ser respeitada. O docente é uma bússola que orienta o educando, deixando-o livre para questionar e ajudando-o a enfrentar os desafios, fazendo-o sentir-se parte importante do processo de ensino e aprendizagem. Abordaremos alguns teóricos que discutem essa temática: Júlio Groppa Aquino (1999) e Lúcia Maria Gonçalves de Resende, (1995). Refletimos sobre as práticas e transformações no contexto educacional da Educação Infantil, discutindo sobre a importância dos educadores fazerem uma avaliação crítica sobre suas práticas pedagógicas. O artigo está caracterizado como um estudo bibliográfico, dentro de uma abordagem qualitativa de pesquisa (CHIZZOTTI, 2011).

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LETRAMENTO: UM ELEMENTO DE EXCLUSÃO SOCIAL EDIFICADO EM ALGUMAS PRÁTICAS PEDAGÓGICASRESUMO THIAGO GONÇALVES SILVA thiagogoncalves1904@hotmail.com O presente artigo tem por objetivo discutir algumas práticas de alfabetização que proporcionam ao alfabetizando a problematização e interpretação da palavra e a contextualização com o universo social e cultural do educando. Todavia, existem outras práticas que anulam a formação crítica do sujeito, que não contemplam a conquista da autonomia para participação social. Faremos um percurso na história Brasil colonial para explanar o domínio lingüístico do povo brasileiro, que ultrapassou a força do tempo e chega ao século XXI com toda vitalidade. Por meio do estudo de alguns teóricos como, FREIRE (1975;2011), FERREIRO(2011), MACEDO(2000) e SOARES(2010), Trabalhamos com a abordagem qualitativa de pesquisa (CHIZZOTTI, 1995) através de um estudo bibliográfico que nos permitiu o confronto entre as ideias destes teóricos, no que se refere às ações de alfabetização. O estudo ratificou que, hoje, o termo alfabetização está preso à teia do capitalismo, acarretando numa desigualdade social que impede os estudantes a ler e interpretar um texto criticamente. A prática de alfabetização em algumas situações e experiências está alicerçada em atividades ultrapassadas, que tornam a palavra sem significado e sem valor cultural e social, de forma inautêntica. Entendemos que é urgente e necessário que os alfabetizadores repensem sua práxis contextualizando a alfabetização e o letramento em um único processo e revejam suas metodologias. É interessante reinventar as atividades pedagógicas tornando os processos de alfabetização e letramento significativos, na tentativa de superar as ideologias capitalistas e ajudar o leitor ler diversos gêneros textuais, contribuindo a formação da cidadania.

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VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: PROFESSOR X ALUNO IRAGILDO BARBOSA DE SOUZA iragildo1@hotmail.com Este artigo trata da abordagem sobre a relação professor x aluno e a violência em sala de aula realizado na escola-campo em Caruaru-PE, e tem como objeto uma discussão sobre os problemas, colocando não apenas fatos isolados, mas todo um conjunto para entender o tema abordado e fazer inferências sobre causas, para se chegar ao motivo da violência entre alunos e professores em sala de aula. Partindo disso o artigo tem como objetivo: Conhecer as várias formas de relacionamento entre professor e alunos dentro e fora da sala de aula,Caracterizar problemas entre os mesmos, abordar o relacionamento recíproco e identificar as influências que provocam tais acontecimentos. Como metodologia para realizar este trabalho, busquei referências nos livros de Faleiros(2008) onde os autores falam da violência conta crianças e adolescentes, abromovay(2002) e Schilling(2004) onde abordam a violência nas escolas, principalmente as públicas, além de artigos e pesquisas que falam sobre o tema abordado.

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORAS NO CAMPO EM CARUARUPE: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS DOS PRINCÍPIOS, DA CULTURA LOCAL E DO MARCO LEGAL ANA PAULA PINHEIRO GUALBERTO aninhapinheiro86@hotmail.com Numa aproximação com a escola campesina levantamos o seguinte problema: Qual o nível de formação das professoras, que elementos da cultura e que princípios da educação do campo estão presentes nas práticas pedagógicas? Temos como objetivo geral: Compreender as exigências quanto ao nível de formação das professoras atuantes na educação do campo, os elementos da cultura e os princípios da educação do campo, presentes nas práticas pedagógicas. Os específicos: 1) Identificar o nível de formação exigido das professoras; 2) Analisar se na prática pedagógica há indícios de elementos da cultura, oriundos da comunidade local e dos princípios que regem a educação do campo. O aporte teórico está referenciado em Caldart (2012), Arroyo (2012), Ribeiro (2012), Martins (2008), Santigo e Batista Neto (2006), Gonçalves (2003), Lüdke e André (1986). Os procedimentos metodológicos adotados: a entrevista e a observação. O lócus do estudo é uma escola do campo no município de Caruaru-PE, tendo como sujeitos da pesquisa as professoras do ensino fundamental. Os resultados mostram que as professoras têm formação no Normal Médio, o que se contrapõe a legislação (PCC, 2013) e são contratadas, potencializando assim, o clientelismo político. No que diz respeito à existência nas práticas pedagógicas de indícios de elementos da cultura, oriundos da comunidade local e dos princípios que regem a educação do campo até então, não se observa relação entre o que as crianças estudam e o que é produzido na cultura local, além de não identificarmos elementos que demarcam os princípios que regulam a educação do campo. Diante do exposto, identificamos distanciamento nas práticas pedagógicas tanto do ponto de vista da legislação, quanto dos elementos da cultura, além dos princípios que regem a educação do campo, o que distancia a prática da luta emanada pelos seus sujeitos, na busca por uma educação de qualidade social, que dignifique o povo campesino.

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VIGIAR E PUNIR OU EDUCAR? JOSIVAN NUNES DE ANDRADE andrade.josivan@bol.com.br O presente trabalho é fruto de um seminário apresentado na disciplina de Prática de Ensino do Curso de Licenciatura em Filosofia e tem como base teórica o texto Vigiar e punir ou educar? De Inês Araújo Lacerda, que comenta partes do livro Vigiar e Punir de Michael de Foucalt. Neste trabalho faremos uma abordagem sobre as relações entre discurso, verdade, saber e poder no âmbito educacional e quais as implicações desses conceitos em sala de aula e de maneira mais ampla no sistema educacional.

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AS RELAÇÕES DE PODER NO COTIDIANO DA SALA DE AULA DE EDUCAÇÃO INFANTIL MARIA LUCELIA DE ALMEIDA lucelia-almeida10@hotmail.com O presente artigo trata das relações de poder exercidas entre educandos e educadores no cotidiano das salas de aula da Educação Infantil, mostrando que alguns educadores assumem posturas demasiadamente autoritárias, estabelecendo uma relação de poder sobre os discentes, sobretudo as crianças, impondo-lhes regras que precisam ser cumpridas. As condutas autoritárias dos professores, neste nível de ensino, podem provocar sentimentos de medo e insegurança nestas crianças. Sabemos que a interação entre professor e aluno é uma relação que deixa marcas, desde os anos iniciais da escolarização. Por isso, salientamos a grande importância de estabelecer uma relação dialógica, um respeito mútuo entre educadores e educandos, fazendo com que estes educandos, estas crianças sintam-se parceiras e colaboradoras no processo de ensino e aprendizagem. Os professores precisam fazer uma auto–avaliação, questionando sua maneira de trabalhar com o grupo de crianças na sala de aula. Temos observado que, ao entrarem na escola, muitos alunos ficam tímidos e ansiosos; e o primeiro contato que irão ter é com os educadores. Neste momento, eles precisam ser carinhosos, acolhedores, dinâmicos, para que as crianças sintam prazer em permanecer na aula e precisam estabelecer um elo de confiança e carinho muito grande com os docentes. Ser professor não é tarefa fácil, que pode ser exercida por quaisquer pessoa, ao contrário, requer amor e habilidade, os educadores exercem uma relação de poder maior com as crianças dentro das salas de aula de educação infantil, pois as mesmas são mais vulneráveis do que os adolescentes, e o educador age da forma que quer, com a imposição de regras. A autoridade é necessária, assim como a liberdade, porém cabe ao educador saber administrar sua autoridade, sem assumir uma postura autoritária. Na sala de aula a criança precisa ter o direito de expressar seu pensamento livremente, dar opinião e ser respeitada. O docente é uma bússola que orienta o educando, deixando-o livre para questionar e ajudando-o a enfrentar os desafios, fazendo-o sentir-se parte importante do processo de ensino e aprendizagem. Abordaremos alguns teóricos que discutem essa temática: Júlio Groppa Aquino (1999) e Lúcia Maria Gonçalves de Resende, (1995). Refletimos sobre as práticas e transformações no contexto educacional da Educação Infantil, discutindo sobre a importância dos educadores fazerem uma avaliação crítica sobre suas práticas pedagógicas. O artigo está caracterizado como um estudo bibliográfico, dentro de uma abordagem qualitativa de pesquisa (CHIZZOTTI, 2011).

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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NOS ANOS INICIAIS RITA DE CASSIA GOMES DE LUCENA ritadecassia010@hotmail.com O artigo consiste em refletir e compreender a importância da literatura infantil, como atividade de ensino, aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e professores. Além de estimular as crianças para a prática da leitura com prazer, nos anos iniciais da escolarização, as atividades da literatura infantil possibilitam a formação de crianças com mais criatividade, imaginação fértil e um trabalho consistente com os sentimentos e emoções. A discussão configura-se como um estudo bibliográfico com abordagem qualitativa, a partir das contribuições de OLIVEIRA (2008). No que se refere à reflexão e análise específica desta problemática, as teóricas Lajolo e Zilberman (2010) falam o quanto é importante à ilustração nos livros de literatura infantil; pois é através dos desenhos que as crianças fazem sua própria leitura visual. Então, se as ilustrações não forem apropriadas ao público infantil, as crianças poderão ter dificuldades de trabalhar com os contos infantis. Lajolo e Zilberman destacam a importância destas ilustrações nos livros de histórias para que sejam figuras coloridas e de tamanhos bastante atraentes para instigar e alimentar o mundo imaginário das crianças. As teóricas também trazem a contribuição sobre a importância da escolha correta dos livros literários a serem trabalhados com as crianças e enfatizam a relevância da escolha do material didático feito pelos professores. É importante que os livros escolhidos tenham um significado para o aluno e que sejam distribuídos de acordo com a idade de cada um, pois só assim os mesmos desenvolverão o interesse em ler textos e livros diferenciados no seu cotidiano. É necessária uma sala de aula prazerosa para a prática de leitura com um ambiente propício à interpretação dos textos e onde haja diversidade de livros, deixando o aluno à vontade para fazer sua própria escolha, e para adquirir mais gosto pela leitura.

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GESTÃO DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO: VOZES E ATITUDES NA ESCOLA MARIA LUANA DE ARAUJO SEVERO luaaraujo2@hotmail.com Este artigo vai tratar sobre o processo de aprendizagem e de ensino dentro da sala de aula, e neste contexto trabalhar a relação entre o professor e o aluno. Ao abordar este tema, utilizei como suporte para as minhas pesquisas a escola Campo de Estágio, onde pude observar que o uso coerente e sistemático da metodologia do professor é capaz de ampliar o horizonte de cada aluno, proporcionando a eles uma assimilação eficaz dos conhecimentos. Até porque a educação deve ser um processo contínuo de formação plena nas dimensões do ser, do conhecer, do conviver e principalmente do fazer, alcançando o desenvolvimento de múltiplas competências como, a autonomia e a consciência crítica que fazem parte do processo de gestão de aprendizagem e do ensino. E também contribuirá para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.

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OS PROFESSORES E O SABER MATEMÁTICO NA TRANSIÇÃO DO QUINTO PARA O SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DESENVOLVIDO EM SÃO CAETANO-PE ANTÔNIO ANDRADE DE MORAIS FILHO MARIA MADALENA DA SILVA madalenaceru@gmail.com Esse estudo foi iniciado com professores do quinto e sexto ano do Ensino Fundamental, em uma escola do campo em São Caetano –PE. Nele levantamos a seguinte questão: quais os desafios que os professores de Matemática apresentam, diante do repertório de conhecimento dos estudantes, na passagem do quinto para o sexto ano do Ensino Fundamental? Nosso objetivo geral é: Identificar os desafios encontrados pelos professores de Matemática, diante do repertório de conhecimento matemático dos estudantes, na passagem do quinto para o sexto ano. Os nossos objetivos específicos são: Identificar os conhecimentos matemáticos a serem apreendidos pelos estudantes do quinto e sexto anos; Analisar a existência ou não da discrepância do conjunto de conhecimentos indicados pelas orientações oficiais e o programa de ensino dos professores; Comparar se há coerência dos conteúdos propostos pelas orientações oficiais, com o programa de ensino dos professores. Dialogamos com Kolling (2002), Ambrósio (2009), Weisz (2009), Coll (1994) e o PCN de Matemática. Para coleta de dados utilizamos: observação participante, conversas informais e análises de documentos. Numa breve análise dos primeiros dados coletados, identificamos a necessidade de reflexão e ação sobre: I) o processo dinâmico da aprendizagem em matemática; II) o caminho metodológico para o ensino da matemática, que precisa se revelar na condição de aprendizagem; e III) as possíveis ações de articulação do currículo escolar, objetivando fazer com que os conteúdos trabalhados, favoreçam o desenvolvimento da aprendizagem, articulada as demandas dos povos do campo.

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A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UM ESTUDO A PARTIR DA ARTICULAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE MARIA JOSELMA DO NASCIMENTO FRANCO VANESSA DE MELO SOUZA vanessa-melo-@hotmail.com O presente estudo iniciado em 2013, tem como objeto a iniciação científica com estudantes universitários, sem a cultura de sistematização da escrita numa perspectiva acadêmica, além dos professores da educação básica terem sua formação marcada pela atuação apenas no âmbito do ensino. Com base nestas fragilidades formativas, justificamos o estudo a partir do projeto desenvolvido na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE – Centro Acadêmico do Agreste – CAA, que busca contribuir para a formação acadêmica e profissional dos sujeitos. Diante disso, tomamos como problema: que contribuições a iniciação científica pode trazer à atuação dos sujeitos participantes, na condição de estudantes universitários e na condição de professores da educação básica? Nosso objetivo geral: Analisar que contribuições a iniciação científica pode trazer para a atuação dos sujeitos participantes, tanto na condição de estudantes universitários, quanto na condição de professores da educação básica. E como objetivos específicos: i) Identificar aprendizagens construídas durante o projeto; ii) Descrever avanços identificados da participação dos sujeitos; iii) Apontar dificuldades encontradas no processo de elaboração de seus estudos; iv) Analisar se há produções e os elementos constitutivos do método científico. Para tanto, nos fundamentamos em Bagno (1998), Moreira e Caleffe (2008), Pimenta (2006) Severino & Severino (2012) e Ludke e André(1986). Os procedimentos metodológico são a observação participante, entrevista e análise documental. Para tratamento dos dados utilizamos a análise de conteúdo, segundo Franco (2008). São 8 (oito) sujeitos participantes, dentre eles estudantes da UFPE- CAA, das licenciaturas em Pedagogia, Matemática e Física, e professores da educação básica da rede pública e privada dos municípios de Caruaru e São Caetano, região do agreste pernambucano. Os primeiros dados coletados e tratados apresentam indícios de que i) há uma melhor desenvoltura na leitura e escrita dos sujeitos. ii) existe interesse pela área pedagógica nas licenciaturas. Os estudantes da física e da matemática tinham no horizonte apenas os cálculos. A partir de então, compreendem melhor o papel dessa área na formação; iii) as aprendizagens construídas a partir da estruturação dos trabalhos, que se apresentam com: um título elaborado, questões levantadas e a apresentação de como os teóricos abordam os objetos de estudo.

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NAS ESCOLAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE MUDANÇA ALLAN WILLIAM DE FRANÇA allanwilliam_91@hotmail.com Este trabalho procura demonstrar através de um estudo teórico juntamente com as observações recolhidas na Escola Campo de Estágio as dificuldades e as formas de enfrentar este fenômeno que está presente nas escolas, e que deve ser analisado com a intenção de construir meios de combater e ajudar os indivíduos a superar suas dificuldades. O presente material não tem o objetivo de demonstrar soluções, pois a temática é muito ampla. Foram delimitados alguns pontos objetivando trazer um panorama sobre o bullying, suas causas e consequências, e também as possibilidades de mudar paulatinamente as ações de educadores, fornecendo aos alunos um olhar mais atencioso e compreensivo sobre formas de ajudar o individuo no processo diário do aprendizado. Com a elaboração de questionários apoiados em estudos de Josevaldo Araújo de Melo e Cleo Fante sobre o bullying busca-se compreender e reconstruir alguns posicionamentos que dificultam o educador a identificar e colaborar para a diminuição progressiva desta forma de violência. Dentro desta perspectiva de aproximação e reconhecimento do bullying nas escolas, será ressaltada a cooperação entre escola e a comunidade que de forma harmoniosa poderá desenvolver ferramentas importantes para enfrentamento do bullying. Ao fim do trabalho o leitor poderá construir uma visão mais atenta as dificuldades e desafios que devem ser trabalhados objetivando práticas que respondam aos anseios de alunos que convivem e são prejudicados pelo fenômeno bullying.

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MADALENA, A APRESENTAÇÃO DA MULHER POR GRACILIANO RAMOS MONICA PEREIRA monica_pe25@hotmail.com O presente trabalho faz, através de pesquisa bibliográfica, uma reflexão sobre a abordagem da mulher em São Bernardo, de Graciliano Ramos, buscando identificar na personagem Madalena diferenças fundamentais em relação a outras personagens femininas da literatura brasileira e apontar sua capacidade intelectual e linguística como determinantes para a relação sujeito-mundo. Embora a presença de personagens femininas seja constante na literatura, a mulher é representada geralmente de forma incompleta, estigmatizada e, por vezes, distante da realidade. Segundo Gerhild Reisner: A ausência da mulher como sujeito na história corresponde à presença exuberante dela como imagem mítica. O estudo dessa obra mostra uma forma inédita de construção do feminino, fugindo a protótipos e idealizações, pois para Abdala Júnior Graciliano considera necessária a imersão das personagens no mundo convencional. A perspectiva é apreendê-lo, para transformá-lo. Dessa forma Graciliano não se submete às expectativas sociais dominantes. A apreensão de padrões culturais é necessária, como base contextual para rupturas. A construção dessa personagem possibilita um novo olhar para o feminino, vislumbrando um ser completo que transita entre os mais diferentes aspectos: o humano, o social, o político e o intelectual. Graciliano, assim, se mostraria como um observador atento das mudanças histórico-sociais que ocorriam em seu tempo. Haja vista que as décadas de 20 e 30 de 1900, no Brasil, são marcadas por profundas lutas e significativas conquistas da mulher. Bem mais que apresentar uma personagem feminina, São Bernardo traria, através de Madalena, um novo recorte históricoliterário, apontando para um outro perfil do feminino.

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IDENTIDADE DE GÊNERO E IDENTIDADE SEXUAL NA ESCOLA DO CAMPO: O QUE DIZEM OS DOCENTES FILIPE ANTONIO FERREIRA DA SILVA ALLENE DE CARVALHO LAGE EMÍLIA RAYANNE MARTINS filipe.antonio20@hotmail.com emiliarayanne@hotmail.com allenelage@yahoo.com.br O presente artigo toma por eixo os embates atribuídos às questões de gênero e sexualidade na escola, e tem por objetivo, analisar como são discutidas essas temáticas, afim de que possa ser feito uma melhor apreciação do tema e de como os/as docentes posicionam-se diante desses eixos tão polemizados. Com vistas ao desenvolvimento deste trabalho embasamos nossa análise a partir de uma perspectiva de uma pesquisa qualitativa, entrevistas semi-estruturada e a realização de atividades com os/as pequenos/as que nos possibilitou descrever e avaliar o modo como à questão do gênero e da sexualidade é considerada pelos/as mesmos/as. Tais metodologias contam com a participação de crianças da educação infantil, docentes e coordenadora pedagógica, que foi realizada em uma escola pública municipal situada na zona rural de Caruaru, localizada no Agreste pernambucano. O artigo traz em suas entrelinhas os conceitos que são atribuídos ao gênero, à sexualidade, e assim, os articula com o discurso ainda corrente em sociedade e sala de aula. Neste trabalho é colocada em pauta a necessidade de uma forma reflexiva de ensinar às crianças da educação infantil, sem necessariamente dizer-lhes o que cabe ou não como comportamento de menino ou de menina, bem como, propor uma reflexão acerca de como tratar e desarraigar preconceitos já observados em sala de aula, estes muitas vezes, já trazidos de suas casas e perpetuados na escola. INTRODUÇÃO Quando se adentra para o campo dos estudos que suscitam temáticas relativas a gênero e sexualidade, torna-se perceptível os embates entre as diferentes epistemologias relacionadas a questão. Outro viés calcado por conflitos ainda referente ao âmbito das discussões acerca de gênero e sexualidade é a abordagem dessas discussões no espaço escolar envolvendo crianças nas series iniciais pertencentes a esse contexto.É percuciente também, o papel que a escola assume ao pontuar esses debates, pois esta tem aos olhos da sociedade uma função social que oportuniza discussões sobre questões sociais e políticas, contribuindo para a formação de sujeitos críticos. A partir dos anos 1960 período marcado pelas lutas e reivindicações dos Movimentos Sociais urbanos e rurais intensificou-se a demanda pela inclusão da temática sexualidade nos currículos. Em 1997 os chamados PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), criado pelo Ministério da Educação, trazem em seu conjunto de documentos os chamados "temas transversais", onde são postas ressalvas que indicam que "a educação para cidadania requer que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos" (BRASIL, SEF, 1998. p. 26). Sendo desse modo, trabalhadas de forma continua e sistemática conjuntamente com as áreas já existentes no processo educativo da escola.Nesse recorte o educador emerge com o intuito de otimizar essas discussões e referente as relações de identidade de gênero e identidade sexual as contribuições da prática docente propicia a (des)construção e a desmistificação de diferenças e preconceitos relacionadas ao sexo e sexismo em sala de aula. Contudo, mostra-se necessário que:O educador tenha acesso à formação específica para tratar de sexualidade com crianças e jovens na escola, possibilitando a construção de uma postura profissional e 190


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE consciente no trato desse tema. Os professores necessitam entrar em contato com suas próprias dificuldades diante do tema, com questões teóricas, leituras e discussões referentes à sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para a intervenção prática junto aos alunos e ter acesso a um espaço grupal de produção de conhecimento a partir dessa prática, se possível contando com assessoria especializada. (BRASIL, SEF, 1998, p. 303). No que tange às relações de gênero e sexualidade, torna-se necessário enxergar os diversos discursos, motivos, concepções, intenções e significados que permeiam essas discussões. O gênero não é apenas como coloca WEEKS (2001) "uma simples categoria analítica", fator constituinte das relações sociais, mas que assim como seus conceitos, este permeia "uma relação de poder", e o poder produz coisas, [...] forma saber e produz discurso (FOUCAULT, 2006). Desse modo, tais relações são resultado de uma construção social e que para compreendê-las torna-se necessário entender como as relações de gênero articulam-se com as relações de poder (SCOTT, 1995).No que se refere à sexualidade, Foucault (2005) em sua obra "História da sexualidade" aponta para o fato de que a sexualidade não é apenas uma questão pessoal, pelo contrário, essa se constitui enquanto fator social e político, intrinsecamente pautada ao modo como a sociedade se organiza culturalmente, criticando desse modo, a concepção que naturaliza a sexualidade baseada em fatores biológicos. De fato, os discursos sobre gênero e sexualidade regularam e regulam o modo como lidamos com tais questões, exercendo o poder, por várias vezes opressor, sobre o contado que temos com o nosso próprio corpo, ditando qual a forma que devemos apresentá-lo perante uma sociedade binarista e regulatória. Por entendermos que a escola é um dos principais lugares onde os indivíduos manifestam relações diversas e um dos primeiros locais em que as crianças se deparam com a diferença inclusive de gênero interessa-nos conhecer como os professores e professoras demonstram em sala de aula as representações de gênero e sexualidade?Tendo como objetivo geral: Conhecer como os/as professores/as tratam as questões de identidade de gênero e identidade sexual no âmbito escolar. E como objetivos específicos serão adotados: Identificar as práticas que o/a docente usa para suscitar em sala de aula essa temática. Verificar se os docentes possuem ou não algum tipo de formação específica em identidade sexual e gênero. Aferir como o conceito de gênero é vivenciado pelos meninos e meninas em sala de aula. PERCUSSO METODOLÓGICO Nosso exercício de pesquisa é fundamentado sob uma perspectiva metodológica baseada nos critérios que definem um estudo qualitativo. Nessa direção Minayo (1994, p. 21, 22) nos aponta que:A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis... É o lugar da "intuição", da "exploração"... Aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas.Recorremos ao método do Caso Alargado, por este ir além dos limites de um estudo de caso gerando uma vasta exposição dos dados obtidos, que se intensificam permitindo assim, que o pesquisador obtenha recursos suficientes para alcançar os objetivos da pesquisa. Proporcionando, pois "aprender com a experiência e enriquecer o aprendizado a partir do encontro da teoria com a realidade, da ação e da criatividade" (LAGE, 2009, p.7). Segundo Pádua (2008) "deve-se procurar obter informações tão relevantes e espontâneas quanto possível", desse modo recorremos também às conversas formais e informais, pois estas mostram uma importante relevância, contribuindo para aproximar os sujeitos, sujeito e objeto, envolvidos na pesquisa. Oferecendo dessa forma, uma maior liação, auxiliando para a construção de um conhecimento detalhado e expressivo sobre as discussões em questão. Configurando assim, indispensáveis para caracterizar as peculiaridades do grupo observado. Concordando que o pesquisador deva utilizar de ferramentas que contribuam para sua coleta de dados e que estas estejam de acordo com a sua pesquisa, atrelamos a essa metodologia a observação participante, onde Oliveira (2007) contribui argumentando que:Na observação participante, o pesquisador (a) 191


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE deve interagir com o contexto pesquisado, ou seja, deve estabelecer uma relação direta com grupos ou pessoas, acompanhando-os em situações informais e formais e interrogando-os sobre os atos e seus significados por meio de um constante dialogo. (OLIVEIRA: 2007, p.81)Ainda indo à direção do nosso percurso metodológico, adotamos a consulta bibliográfica, artigos e entrevistas estruturadas e semi-estruturadas. Esta última permite segundo Marcani (2006), "que o entrevistador tenha liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada". E se apresenta "como uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão". Permitindo assim perceber os pequenos gestos, sutilezas e as entre linhas do entrevistado e o que está além do dito.Fizemos uso do procedimento focal o qual proporciona um estudo mais percuciente e subjetivo acerca do grupo em observação. Morgan IN Godim (2002)Define grupos focais como uma matéria técnica de pesquisa que coleta dados por meio das interações grupais ao se discutir um tópico especial sugerido pelo pesquisador. Como técnica, ocupa uma posição intermediária entre a observação participante e as entrevistas em profundidade (. p. 65).Por fim, utilizamos a análise de conteúdo como uma primeira técnica de aproximação. Para Vala (1986) a análise de conteúdo não é um método, mais sim uma técnica de tratamento da informação, permitindo fazer inferências sobre a fonte de investigação.O material sujeito à análise de conteúdo é concebido como o resultado de uma rede complexa de condições de produção, cabendo ao analista construir um modelo capaz de permitir inferências sobre uma ou várias dessas condições de produção. (VALA, p. 104).Para fins dessa técnica utilizaremos as categorias: Gênero e Sexualidade em sala de aula. Formação docente em Gênero e Sexualidade. Refletindo a questão de Gênero. Pois "a categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, [...] baseado de analogias, a partir de critérios definidos" (FRANCO 2008. pág. 59). Isto vem ao encontro de Oliveira (2007) que corrobora que "categoria esta relacionada a classificação ou, mais precisamente, a um agrupamento de elementos que são sistematizados pelo pesquisador(a) após a pesquisa de campo, ou durante a analise de conceitos em livros didáticos, textos ou documentos". Sendo um ponto norteador para a análise de conteúdos, colocando o pesquisador numa vertente aberta e flexível, direcionando-o à construção de novos conhecimentos. DIALOGANDO COM OS AUTORES Gênero e Sexualidade em sala de aulaAs problemáticas que envolvem os discursos de gênero e sexualidade nem sempre foram ou são encontradas em sala de aula. Espaço esse, que pressupõe que os indivíduos, agentes desse âmbito, estejam sujeitos a oportunidades de aprendizagem e troca de saberes, oportunizando discursões e problemáticas postas na sociedade. LOURO (1997) discute que "as diferentes instituições e práticas sociais são constituídas pelos gêneros", logo, mesmo que a discursão de gênero e sexualidade não estejam presentes em sala de aula, estas são inerentes ao espaço escolar, significando, pois, "que essas instituições e práticas não somente fabricam os sujeitos como também são, elas próprias, produzidas por representações de gênero, étnicas, sexuais e classe" (Ibid).Dessa forma, as práticas e experiências vivenciadas em sala de aula imprimem marcas nos meninos e meninas, causando intencionalidades, por muitas vezes despercebidas pelos/as docentes.Gestos, movimentos, sentidos, são produzidos no espaço escolar e incorporados por meninos e meninas, tornando-se parte de seus corpos. Ali se aprende a olhar e a se olhar, se aprende a ouvir, a falar e a calar; se aprende a <em>preferir</em>. Todos os sentidos são treinados, fazendo com que cada um e cada uma conheça os sons, os cheiros e os sabores "bons" e decentes e rejeite os indecentes; aprenda o que, a quem e como tocar, ou na maior parte das vezes, não tocar. (LOURO, 1997,p. 61). Dessa forma o gênero e sexualidade atravessam não só a rotina da sala de aula, mas também os corpos, as brincadeiras, as escolhas, e até mesmo uma simples ação entre escolher o lápis de cor rosa e o lápis de cor azul. Wentz (2012) aponta de tais práticas pedagogizadas entre as quatro paredes da sala tornam-se relevantes na construção de meninos e meninas como possuidores de diferentes características. Contudo o que se atenta, em discursões como esta, é o fato de que tais 192


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE práticas não podem e nem devem passar de forma despercebida, devendo se dar certa atenção a tais sistemas e signos, isto é, "às maneiras como as sociedades representam o gênero, o utilizam para articular regras de relações sociais ou para construir o sentido da experiência. Sem o sentido, não tem experiência; e sem processo de significação, não tem sentido" (SCOTT, 1995).2. Formação docente em Gênero e SexualidadeAo direcionar-se para o plano da educação, torna-se indispensável discutir neste tópico, o quanto de experiência os/as professores/as da educação infantil têm para trabalharem com a questão do gênero e da sexualidade em sala de aula. Uma vez, que este trata-se de um assunto um tanto quando subversivo de se trabalhar na escola devido a alguns tabus que cercam nossos/as docentes, e até mesmo o que tratando Hipólito (2009), ao dizer que é precário o embasamento teórico que os/as docentes têm, o que a mesma acredita que este deve-se por causa de sua formação inicial. Dessa forma "cabe ao Estado complementar urgentemente a formação desses professores, oferecendo capacitação docente contínua e adequada" (HIPÓLITO, p. 92, 2009). Pois, é sabido que uma das propostas dos temas transversais enfatiza que:A prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como as que acontecem na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de convívio social, por constituir-se uma ação intencional, sistemática, planejada e continuada para crianças e jovens durante um período contínuo e extenso de tempo. (BRASIL, SEF, 1997, p. 33 e 34).Acreditando ainda que a escolaao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. (BRASIL, SEF, 1997, p. 33 e 34).É preciso quebrar esse entrave que muitos docentes sentem quando vão lidar com a questão de gênero e da sexualidade em sua sala de aula, pois, é responsabilidade desses profissionais formarem, não apenas a criança, mas todos os sujeitos que passam por seu exercício formador, e esse exercício é constituído inclusive por repensar suas formas educativas já que, "a formação de professores na perspectiva reflexiva mais do que um espaço, é uma necessidade". (LIMA, p. 95, 2007). No entanto, é necessário compreender que tratar desse tema é mais do que uma tarefa árdua, já que, envolve as famílias das crianças, que por vezes são de origens religiosas e não vislumbram o assunto como algo que deva ser exposto pela escola. O que explana Souza apud Hipólito (2009), referindo-se que "é importante entender, o que já é consenso, que o magistério e a profissão de professor caracterizam-se como uma profissão com níveis de complexidade, exigindo revisão e construção constante de saberes, centrando seu saber ser e fazer numa prática reflexiva e investigativa do trabalho educativo e escolar", desse modo é imprescindível repensar tais práticas pedagógicas abarcando tal enredo. 3. Refletindo a questão do gênero a partir das perspectivas dos/as alunos/asÉ recorrente escutarmos expressões do tipo "isso é coisa de menino" ou "isso é coisa de menina". Esse exemplo é muito simples, mas, aponta para as tendências que são perceptíveis em nosso dia-a-dia, naturalizando as diferenças entre masculino e feminino, como se estas fossem de ordem biológica. Algumas décadas atrás os movimentos sociais, como por exemplo, o feminismo e o movimento de gays e lésbicas, contribuíram de forma incisiva problematizando as visões essencialistas que atribuíam algumas características tidas como biológicas, explicando as diferenças entre os sexos. Desse modo, o conceito de gênero vai ser reivindicado como uma forma apropriada de entender essas relações ao propor uma superação das explicações naturalizadas de sexo. A ênfase no conceito de gênero em lugar de sexo, além de demonstrar que as diferenciações referentes ao mesmo são de cunhos históricos e culturalmente construídos, tornou essa conceituação fundamental. Sobre essas definições a educadora Guacira Lopes Louro comenta:Com relação aos gêneros, sabemos que inúmeras teorias e explicações têm sido elaboradas para "provar" distinções entre homens e mulheres. O espectro dessas distinções atravessa as mais variadas dimensões: características físicas, psicológicas, comportamentais, habilidades e aptidões, talentos e capacidades são acionadas e nomeadas para justificar os lugares sociais, os destinos e as 193


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE possibilidades "propostas" de cada gênero. (LOURO, 1997, p.11).A escola é um dos aparelhos mais eficientes no controle da sexualidade e dos corpos na medida em que a instituição escolar e os currículos são percebidos como legitimadores das "posições de sujeito" em uma determinada cultura. Nos dias atuais, mesmo que venha sendo discutido seguidamente sobre a existência das mais variadas formas de se experimentar o gênero e a sexualidade, os educadores e as educadoras ainda baseiam suas concepções em uma perspectiva segundo a qual haveria apenas uma forma considerada "normal" de "masculinidade e feminilidade" bem como apenas uma forma "sadia" de desejo sexual, no caso, o desejo heterossexual. Louro (1997) considera que, para fugir dessa forma de abordagem, é necessária transgredir, desconectar e desestabilizar os pares, estratégica necessária para consolidação de uma política desconstrucionista para a educação. Haveria dois pontos a serem considerados para a compressão das transformações das formas de encarar a sexualidade, segundo Louro (Ibid) o primeiro dele remete a compressão de que a sexualidade não é apenas uma questão pessoal, mas é social e política; o segundo, ao fato de que a sexualidade é "aprendida, ou melhor, é construída, ao longo de toda vida, de muitos modos, por todos os sujeitos" (Louro, 1997).No que se alude a discussão de gênero na educação infantil percebe-se pois, uma lacuna acerca dessa abordagem, em contra partida Finco (2004) aponta que "meninos e meninas demonstram comportamentos, preferências, competências, atributos de personalidade mais apropriadas para o seu sexo, seguindo, desde bem pequenas, as normas e padrões estabelecidos", ou seja, não se estabelece um diálogo ou experiências que proporcionem uma reflexão sobre questões de gênero e sexualidade com essas crianças. Dessa forma, as diferenciadas formas de expressão da sexualidade e os seus múltiplos cruzamentos como relação à idade e gênero precisam ser levados em conta, debatidos, e os direitos dos sujeitos envolvidos precisam ser garantidos no espaço escolar.Análise dos dadosCom base na problemática proposta inicialmente e com o intuito de elucidar às questões que nortearam este exercício de pesquisa, pretendemos fazer uma aproximação técnica do trabalho de campo, enriquecendo desse modo, nossos relatos de experiências, para por fim analisar os dados coletados em lócus, tratando as questões de identidade de gênero e identidade sexual no âmbito de uma escola do campo da cidade de Caruaru, PE, numa sala de 1 ano com aproximadamente 30 alunos dos quais escolhemos seis, três meninos e três meninas para realizarmos a técnica do procedimento focal. I. Categoria: Gênero e Sexualidade em sala de aulaTorna-se visível as dificuldades encontras pelos professores e professoras ao colocar em pauta a discussão de gênero e sexualidade, pois problematizar as aprendizagens a cerca destas discussões no espaço escolar e principalmente em sala de aula sempre se mostrou sinônimo de resistência. Contudo é justamente nesses espaços tidos como formadores, que meninos e meninas vivenciam as suas primeiras relações de gênero, e a externalizam a partir de falas, brincadeiras e das relações sociais estabelecidas neste âmbito. Concordamos nesse sentido com Louro (1997) quando esta afirma que:Gestos, movimentos, sentidos, são produzidos no espaço escolar e incorporados por meninos e meninas, tornando-se parte de seus corpos. Ali se aprende a olhar e a se olhar, se aprende a ouvir, a falar e a calar; se aprende a preferir (p. 61).Neste sentido torna-se percuciente a tomada dessas discussões, principalmente com meninos e meninas da educação infantil, uma vez que, é justamente nestes espaços onde as crianças incorporam esses gestos e preferências, aprendendo a distinguir o que é inapropriado ou não para o seu sexo, estabelecendo, pois suas próprias conclusões sobre as diferenças corporais e sexuais.Em contra partida, em entrevista com a docente da sala em estudo, a mesma afirma que até então não foi problematizado com as crianças questões ligadas a gênero e sexualidade, estas serão apenas abordadas na 4ª Unidade do 2º semestre e quando suscitadas, estas são tratadas na disciplina de ciências relacionadas as diferenças do corpo humano. Percebemos dessa forma o quanto essas discussões mesmo estando previstas nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) são postas às margens dos conteúdos curriculares. Ignorando dessa forma todas as problemáticas explicitas e implícitas nessas discussões.Os questionamentos em torno desses campos, no entanto, precisam ir além das 194


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE perguntas ingênuas e dicotomizadas. Dispostas/os a implodir a ideia de um binarismo rígido nas relações de gênero teremos de ser capazes de um olhar mais aberto, de uma problematização mais ampla, uma problematização que terá de lidar, necessariamente, com as múltiplas e complicadas combinações de gênero, sexualidade, classe, raça, etnia (LOURO, 1997. p. 64, 65).Corrobora-se dessa forma, a necessidade de evidenciar a ausência de tais discussões nas escolas e nas salas de aula, uma vez que, só a partir dos questionamentos que se pode ir em direção à uma desmistificação das problemáticas que envolvem as relações de gênero e sexualidade. II. Categoria: Formação docente em gênero e sexualidadeNa tentativa de realizar a análise desta categoria, faremos uma articulação entre as experiências vivenciadas na escola com os autores abordados inicialmente neste artigo. Assim, trataremos aqui a questão da formação docente em gênero e sexualidade, bem como as mesmas são propiciadas através dos órgãos Estatais e trabalhadas em sala de aula. De acordo com o que pudemos constatar, a partir da entrevista realizada com a docente, são poucas as oportunidades disponíveis de especialização que os profissionais da área de educação têm de participarem. Segundo a docente, ela nunca participou de nenhuma formação em gênero e sexualidade para a educação infantil, mas, afirma que participou de uma capacitação em sexualidade para as turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos), o que se contrapõe com a fala de Lima e tal (2007), ao dizer que O perfil do professor para o século XXI solicita a construção de uma identidade profissional que não seja imutável, mas capaz de leituras aprofundadas sobre o fenômeno educacional. Tal perfil se caracteriza por um processo de construção do sujeito historicamente situado e tem haver com o que emerge da necessidade da sociedade em dado contexto e momento histórico, tomando as finalidades educacionais da sociedade em seu conjunto para compreender o sujeito que se pretende formar. (LIMA e tal, p. 94, 2007). Neste sentido, é importante salientar o déficit que está se formando devido a falta de (in)formação dos educadores, pois, não há como combater as formas sexista de gênero e sexualidade sem as devidas as armas de combate, que neste caso define-se pela formação dos/as professores/as, uma vez que segundo os PCNs (1997), "Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos". Desse modo, torna-se imprescindível dar (in)formação adequada para os/as futuros/as docentes já queInfelizmente, alguns cursos de formação de professores estão desempenhando um triste papel de meros fornecedores de diplomas que habilitam para o cargo, mas não para seu desempenho. O professor repete o mesmo currículo de seus antecessores, e, assim, a escola continua parada no tempo. (HIPÓLITO, p. 93, 2009).É necessário que haja um melhor aperfeiçoamento profissional para que os/as mesmos/as possam atuar de modo conveniente a formar e educar seus/as alunos/as. III. Categoria: Refletindo a questão do gênero a partir das perspectivas dos/as alunos/asO procedimento focal na abordagem fenomenológica tem o intuito de apreender como os participantes de 6 a 7 anos, entendem as relações de gênero e sexualidade. Na realização do procedimento focal, trabalhamos com uma turma do 1º ano numa escola do campo do Município de Caruaru, com seis crianças, sendo três meninas e três meninos, tendo como principal intuito relacionar seus conhecimentos e experiências as identidades de gênero e identidade sexual.Pressupondo as divergências encontradas com a professora e sua turma encontramos um modelo de escola do campo arraigado ao um modelo heteronormativo contendo critérios preestabelecidos socialmente em relação a forma como as crianças vivenciam as concepções de gênero e sexualidade, e, portanto, o "natural" esperado. Nisso a escola tem uma missão bastante complicada e importante, precisa-se equilibrar um fio tênue: incentivando a sexualidade normal e ao mesmo tempo contê-la. A professora Guacira Lopes Louro, em sua obra "o corpo educado: pedagogias da sexualidade" (LOURO, 2004) chama a atenção para de que a escola é mais um dos aparelhos eficientes no controle da sexualidade e dos corpos na medida em que a instituição escola e os currículos são percebidos como legitimadores das "posições dos sujeitos" em uma determinada cultura. Ao confrontarmos as crianças a respeito da significação do ato de brincar nos deparamos com situações onde os sujeitos vivem a perspectiva heteronormativa no ato lúdico. 195


XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Disponibilizamos às crianças duas caixas, uma azul intitulada como "caixa das meninas" e outra rosa intitulada como "caixa dos meninos", propositalmente cobrimos os nomes "meninas e meninos" da caixa e perguntamos qual seria a caixa das meninas e a caixa dos meninos? Todos os meninos apontaram para caixa azul e todas as meninas para a caixa rosa, quando revelamos qual seria a verdadeira caixa para as meninas e para os meninos, todos e entreolharam e começaram a rir, a partir disso, perguntamos por que os meninos escolheram a caixa azul e as meninas a caixa rosas, as reposta foram iguais e unânimes ao associarem a cor ao sexo, pois rosa é cor de menina e azul é cor de menino.Posteriormente foram disponibilizadas figuras que representavam brinquedos e brincadeiras diversas e foi pedido para que cada um escolhesse uma figura e dissesse quais eram os brinquedos e brincadeiras de meninos e de meninas. Uma das meninas escolheu a figura do pião e logo foi repreendida pelos meninos e pelas meninas que a brincadeira não era para ser colocada na caixa azul, a caixa das meninas, mas sim na caixa rosa, a caixa dos meninos. Percebemos, pois, que tal experiência vai de encontro as afirmações de Finco (2004) onde a mesma coloca que: As normas sociais prescrevem posturas, comportamentos, atitudes diferenciadas para homem e mulheres. Desde a infância, tais atitudes são enraizadas através dos relacionamentos na família, na escola, construindo assim valores, nem sempre explícitos, mas que sutilmente determinam nossos comportamentos (p.1).Sendo dessa forma, resultado de uma elaboração cultural engenhosa que investe de significados e corpos biológicos diferenciados, inclusive reivindicando a dimensão biológica para configurar essa diferenciação. Conclusões PreliminaresO nosso exercício de pesquisa aqui apresentado, procura problematizar as representações de identidade de gênero e identidade sexual no espaço da sala de aula da educação infantil, questionando as concepções que atribuem características ditas como "naturais" para meninos e meninas. A partir de tais perspectivas, procuramos compreender como os professores e professoras demonstram em sala de aula as representações de gênero e sexualidade? No tocante da I categoria, percebemos que as discussões que envolvem as temáticas gênero e sexualidade pouco são problematizadas em sala, reforçando as dificuldades em se inserir tais questionamentos no âmbito escolar, sendo colocadas, pois, a margem dos conteúdos curriculares e tratadas superficialmente, seguidamente a segunda categoria nos aponta para uma formação de professores deficiente, o que acarreta na impossibilidade de uma problematização contextualizada das relações de gênero e sexualidade, não tendo um aspecto interdisciplinar com os demais assuntos abordados em sala. Por fim a última categoria acaba reforçando que a reprodução heteronormativa se sobressai nas relações entre o masculino e o feminino, onde estes já demonstram conceitos arraigados do que venham a serem brinquedos, brincadeiras e comportamento de menino e de menina.Assim, reforçamos a necessidade de uma escola e de práticas educativas que não estabeleçam diferenciações ou níveis de superioridade e inferioridade entre as relações de gênero e sexualidade. Dessa forma, ressaltamos que diante de todo esse processo de estudo e análise torna-se imprescindível entender que este exercício não é um aspecto pronto e acabado.

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INTIMIDADE ESCANCARADA: UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE ALUNOS DO 9º ANO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIOGENES SOUZA FREITAS somente_diogenes@hotmail.com Diferentemente do período moderno, no qual se buscava proteger a intimidade e aquilo que dizia respeito ao privado, na contemporaneidade, o "eu" sente a necessidade de aparecer, mostrar-se. A intimidade alheia tem despertado o interesse geral e se transformado em espetáculo. Como diz Sibilia (2008, p.23): "Em meio aos vertiginosos processos de globalização dos mercados em uma sociedade altamente midiatizada, fascinada pela incitação à visibilidade e pelo império das celebridades, percebe-se um deslocamento daquela subjetividade interiorizada em direção a novas formas de autoconstrução". Essas novas subjetividades têm sido expostas através de vários meios como reality shows, revistas de celebridades, talk shows, mídias sociais, etc, e contaminado a maioria dos segmentos sociais, classes e faixas etárias. A exposição excessiva da intimidade pode gerar problemas de segurança, identitários e de integridade moral. Tem sido crescente o número de casos de constrangimento e insegurança gerados pela superexposição da vida privada nas mídias sociais como Facebook, Orkut, Twitter, Instagram, etc. A partir da observação dessa problemática é que estamos desenvolvendo este trabalho de análise do comportamento de adolescentes do 9º ano de um colégio da rede privada de Caruaru-PE nas redes sociais. A escolha desse público foi feita em virtude de serem os adolescentes os usuários mais assíduos no uso de mídias sociais no grupo de indivíduos que estão sobre proteção da família, do Estado e da sociedade. Para tal estudo estamos nos valendo de referenciais teóricos como Paula Sibilia, Pierre Lévy, Manuel Castells, que têm trabalhos publicados sobre a temática da espetacularização da intimidade e sobre a cibercultura. Também estamos promovendo um diálogo entre esses teóricos citados e Platão, Paulo Freire e Juvenal Arduini, por exemplo. Este trabalho está sendo desenvolvido através da associação da revisão bibliográfica com a pesquisa quantitativa através da aplicação de questionário e da análise empírica dos perfis em redes sociais dos entrevistados. Pretendemos, com este estudo, observar como tem sido o comportamento dos adolescentes entrevistados e analisar possíveis usos excessivos e arriscados de algumas plataformas de redes sociais.

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O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA GREGORY AUGUSTO DE LIMA LABORDE labordinhogreg@gmail.com Considerando a sintomática resistência de grande parte dos jovens pela leitura de textos literários canônicos, o presente artigo busca apresentar o gênero textual quadrinhos (HQs), que apresenta traduções intersemióticas de muitas dessas obras, como uma alternativa para despertar o gosto por esse tipo de leitura e gerar o estímulo para o contato com as obras literárias originais. Tomando como base os estudos de Napomuceno (2005), Gomes (2012) e Pina (2011), os quadrinhos mostram-se como uma alternativa funcional para a criação de um novo leitor por sua estilística linear e de fácil linguagem, atraindo a atenção do leitor por facilitar o processo de interpretação, tendo em vista que são utilizados dois recursos (imagem e texto) para transmissão da mensagem, o que aproxima este gênero à realidade do estudante e desdobra os significados de forma mais lúdica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2012) versam que é imprescindível gerar a democratização social e cultural, a fim de garantir acesso aos saberes sociolinguísticos necessários para o exercício da cidadania. Castro (2012) elucida que neste ponto as histórias em quadrinhos aparecem como alternativa excelente. O método do trabalho consiste na apresentação de algumas obras "clássicas" da literatura nacional em versão quadrinhos, sugerindo-as como corpus de discussão em sala de aula para, em seguida, recorrer à obra em sua versão original.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Gestação democratica da escola: realidade e perspectivas

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA MARIA CILENE DE SOUZA mariacilenedesouza30@hotmail.com O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola municipal em Caruaru e tem como objeto analisado, a gestão democrática da escola pública. Para tratar tal tema utilizaremos as contribuições teóricas de Dalila Andrade Oliveira (1997), José Carlos Libanêo (1991), Vitor Henrique Paro (2000), Moacir Gadotti (1992). Diante da qualidade de ensino oferecido atualmente pelas escolas públicas, viu-se a curiosidade de saber se as escolas estão cumprindo o príncipio da gestão democrática instituída na legislação vigente. Na busca por conhecer um sistema de ensino que atenda as necessidades de uma formação para a humanização tornando os alunos sujeitos críticos. Neste artigo entrevistamos gestores, profesores, pais , alunos e funcionários para mostrar de que forma esse paradigma de gestão pode influenciar na qualidade de ensino. Notamos que falta muito para se chegar a uma ruptura com autoritarismo que ainda não se deu por completo, para que então se consiga chegar ao ponto da gestão democrática. Esse é um trabalho de caráter qualitativo.

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ESTRANHAS NO PARAÍSO: IDENTIDADES, ESTIGMATIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE IMPRESSÕES EM PEQUENOS GRUPOS JAQUIELSON FERREIRA DA SILVA SANTOS jaquielson@oi.com.br A presente dissertação, que está em andamento, faz uma discussão acerca da condição de inserção de mulheres dependentes de drogas na terapia religiosa do projeto Rosa de Saron da cidade de Caruaru – Pernambuco, sendo elas oriundas das religiões consideradas populares (HIEBERT, 2009) – essencialmente aquelas advindas do catolicismo. Na condição de recém chegadas, e portadoras de um conjunto simbólico e crenças distintas em relação à maioria dos membros pertencentes à instituição – esses que sustentam a concepção de que "uma das vias mais favoráveis para a cura da dependência química e transformação do indivíduo passa pela via espiritual" (SANTOS, 2006), ou seja, a conversão às religiões consideradas evangélicas –, sustentar suas antigas identidades e práticas religiosas pode significar uma opção que gere, ao longo do processo de reabilitação, possíveis tensões, estigmas (GOFFMAN, 1988) e conflitos (SIMMEL, 2006) entre essas mulheres e os pequenos grupos inseridos no entorno do tratamento, estes que demandam o abandono da antiga fé e práticas religiosas como meio de adquirir uma nova identidade e, consequentemente, uma nova trajetória de vida. Desse modo, a partir de uma abordagem sociológica – através de um estudo de caso, observações participantes, entrevistas semidiretivas, – torna-se relevante evidenciar como se constitui a dinâmica das relações e interações desde o momento que a interna chega a um novo campo (BOURDIEU, 2007) na condição de "Estranha" ao grupo – não professando a fé evangélica nem os valores institucionais. Observar como resistem às pressões para a mudança das práticas religiosas internalizadas ao longo de suas trajetórias, ou como manipulam suas identidades e impressões enquanto se aproximam ou se distanciam de grupos estabelecidos bem como das regras institucionais, a de evidenciar suas experiências de aprendizados, negociações e resistências com as demais internas, os valores e as relações hierárquicas em dinâmicas características das chamadas instituições totais e fechadas (GOFFMAN, 1973).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Gestação democratica da escola: realidade e perspectivas

EXPANSÃO DO ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO JOHN MATEUS BARBOSA johnmateusbar@gmail.com Este artigo resulta de uma primeira exploração dos dados referentes a expansão do ensino médio em Pernambuco como parte de uma pesquisa em andamento no âmbito da pós-graduação. Tem como objetivo central: os sentidos presentes na dinâmica de expansão do Médio no Estado de Pernambuco, a partir da estratégia do Programa de Educação Integral - PEI (2008) e das Escolas de Referência em Ensino Médio no período de (2007-2014). As categorias teórico-analíticas do estudo são: Expansão (ALGEBAILE, 2004); Ensino Médio (FRIGOTTO, 2003; NOSELLA, 2011; RAMOS, 2011) e Educação Integral (SCHELESENER, 2009). Metodologicamente falando essa investigação traz elementos quantitativos para a análise, mas se caracteriza como essencialmente qualitativa. Utilizamos o Materialismo Histórico e Dialético como abordagem teórico-metodológica enfatizando as categorias: Totalidade, mediação, contradição e práxis. A técnica de análise é a Análise de Conteúdo na perspectiva da Dialética Hermenêutica (MINAYO, 2004). Para a produção dos dados nossas fontes foram: INEP, SIMEC/MEC, Censo Demográfico/IBGE, PNAD (2009).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Historia e Cultura Popular

A ARTE DO BARRO NO ALTO DO MOURA E SUA RESISTÊNCIA COSME DOS SANTOS prcosme1@hotmail.com No presente trabalho de pesquisa analisamos de que maneira a arte do barro no Alto da Moura, tem resistido ao longo dos tempos, apesar das constantes mudanças ocorridas na sociedade principalmente no que se refere a Arte. O Alto do Moura é uma comunidade que representa a nossa cidade no que diz respeito às artes figurativas a partir de Mestre Vitalino, e de outros protagonistas. Procuramos mostrar como esses protagonistas desempenharam seus trabalhos a partir da argila bruta até chegar a arte final, qual a importância do barro em suas vidas e quais os aspectos que contribuíram para a resistência e perseverança da arte do barro na comunidade do Alto do Moura. Disponibilizamo-nos da experiência de três artesãos, que representam três fases da arte do barro na comunidade, e assim os descrevemos de: o Pai do barro, a Filha do barro e o Neto do barro, sem descartar o embasamento teórico que fundamenta o presente trabalho.Utilizamos em nosso trabalho a metodologia qualitativa, mediante as técnicas de coleta de dados, fundamentadas nas entrevistas semiestruturadas com os nossos sujeitos de pesquisa, bem como nos utilizamos da observação participante e da pesquisa bibliográfica que compõem o marco teórico do nosso trabalho de pesquisa fundamentados nos seguintes autores: COLI, JORGE. 1984; GEERTZ, Clifford. 1973; VANNUCCHI, Aldo. 2006; RICHARDSON, Jerry Roberto. 1999; MINAYO, Maria Cecilia de Souza. 2010; FERREIRA, Josué Euzébio; SILVA FREITAS, Paulo Roberto. 2009; RODRIGUES, Kleber Fernando. 1995; SILVA. Everaldo Fernandes da. 2011; MASCELANI, Ângela. 2002. A partir dos nossos estudos consideramos que: a partir dos aspectos econômico, político e religioso, a arte do barro continua a resistir na comunidade artesã do Alto do Moura em razão da perseverança de um povo que ainda ver na arte do barro um meio de subsistência e de manter viva a memória dos seus antepassados.

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MÍDIA E GLOBALIZAÇÃO: E COMO FICAM AS CULTURAS LOCAIS? YNGRIDY KAROL GRACE PONTES PIRES yngridykarol@hotmail.com Atualmente, muito se ouve falar a respeito da mídia e sua influência sobre as populações ao redor do mundo. Defendida arduamente por uns e vista como vilã por outros, ela tem sido tema de diversas discussões, e, em meio a tantos argumentos contra ou a favor da mesma, todos parecem concordar em um ponto: a chamada mídia, através dos seus meios de comunicação de massa, já se agregou à vida das pessoas de um modo inerente. Uma das características que se tem observado em relação à mesma é o fato dela apresentar aspectos cada vez mais globais, visando tratar o seu público como uma massa homogênea. Este fato faz parte da chamada "globalização", que é um processo de integração mundial de informações, culturas e mercados. A globalização tem como uma de suas principais características a disseminação de produtos e informações em rápidos fluxos para diversos países. Apesar de facilitar a vida diária das pessoas através das novas tecnologias, este fenômeno tem gerado uma série de estudos sobre as suas consequências nas culturas locais e nacionais, uma vez que há uma ideia de uma "comunidade global", regida pelas culturas exportadas pelos países desenvolvidos, em especial os da Europa, além dos Estados Unidos. Este trabalho visa explanar sobre como as culturas locais são afetadas pelo processo de globalização, uma vez que é cada vez mais notável a presença de caracteres de culturas estrangeiras no nosso dia a dia. Os costumes ditos como populares estão cada vez mais escassos, então qual será a consequência disso a longo prazo? Irão as culturas regionais entrar em extinção? Esses serão alguns pontos a serem abordados através de revisão de literatura sobre o tema, sob a visão de autores como Raymond Williams, Stuart Hall e Maria Salett Tauk Santos.

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A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES-COMUNICACIONAIS PARA A MANUTENÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, COM BASE NA ANÁLISE DA OBRA "OS SERTÕES" DE EUCLIDES DA CUNHA FERNANDA MARUSIA SILVA CARVALHO fernanda.fernandacrvlh@gmail.com A pesquisa almeja interpretar a figura dos chamados líderes-comunicionais, bem como, compreender o significado desses personagens para o contexto dos grupos sociais e para a Comunicação de maneira ampla como ciência humana. Como viés abordado para a realização da mesma, tem-se a Folkcomunicação conceituada pelo comunicólogo e pioneiro no estudo científico da área, Luiz Beltrão como o "estudo dos agentes e dos meios populares de informação de fatos e expressão de ideias" (1980). Para o êxito do projeto, é necessária também a utilização das considerações do teórico, discípulo de Beltrão, José Marques de Melo que analisa que a "folkcomunicação faz-se presente nos canais preservados pelos grupos socialmente marginalizados para expressar sua resistência à cultura das classes dominantes" (2006). Através da experiência adquirida com a análise didática das concepções acerca do tema, constitui-se um aparato sobre a dinâmica folkcomunicional e as particularidades dos grupos e dos indivíduos que a compõe, enfatizando a influência do agente folk na tomada de decisões coletivas. Este processo será desenvolvido mediante a associação da teoria da Folkcomunicação a experiência do Arraial de Canudos relatada na obra "Os Sertões", do jornalista Euclides da Cunha, que demonstra a relação do guia carismático Antônio Conselheiro e os demais componentes do povoado.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Historia e Cultura Popular

A CARNAVALIZAÇÃO EM "AVE-MARIA DA ELEIÇÃO" DE LEANDRO GOMES DE BARROS JOSÉ NOGUEIRA DA SILVA nogueiraviola@hotmail.com A pesquisa em andamento realiza uma análise do poema "Ave-Maria da eleição" do poeta cordelista Leando Gomes de Barros sob a luz da carnavalização bakhtiniana, buscado evidenciar o mundo ás avessas, típico da carnavalização, ironizando personagens da esfera política no contexto da Primeira República. Entre os aporte teóricos, destacamos a obra. "A cultura popular na Idade Média: o contexto de François Rabelais". Entre as características do poema, destacamos a sátira, uma escrita que violou os conceitos religiosos da época, mostrando que, mesmo alheias às novidades literárias daquele momento, as massas populares não tiveram suas manifestações cristalizadas no tempo, porque continuaram absorvendo as transformações artísticas ditadas pelo tempo, pois as mesmas práticas feitas por gerações diferentes acarretam inovações e resistências.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Historia e Ensino de Historia: Novas abordagens, novos desafios

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA DISCIPLINA HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL JONNY KEFFERSON RODRIGUES GALDINO DA SILVA kefferson1989@hotmail.com Este projeto de pesquisa, desenvolvido na disciplina Introdução à Pesquisa II, do curso de História, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru – FAFICA. Tem como objetivo caracterizar a importância do Ensino da disciplina História no Ensino Fundamental. A nossa preocupação primeira em realizar este projeto de pesquisa se deu pelo fato de perceber a importância da disciplina História na formação de pessoas críticas e conscientes do seu papel social. Para ancorar nossa discussão, tomaremos como referencial teórico as elaborações de Terra e Freitas (2004) e Fonseca (2003) para evidenciar a importância da contextualização do ensino e História. Os documentos normativos que utilizaremos serão: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. 9394/96; O Plano Nacional de Educação – PNE 2011 – 2020 e os Parâmetros Curriculares Nacionais. A abordagem é qualitativa (MINAYO, 2010), as fontes são documentais (MARCONI e LAKATOS, 2004) e a análise dos dados será norteada pela Análise de Conteúdo, através da técnica da Análise Temática (BARDIN, 2004; VALA, 1986).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Historia e Ensino de Historia: Novas abordagens, novos desafios

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA DISCIPLINA HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL FABIO CESAR DA SILVA fabiocesar14@gmail.com Este trabalho é um projeto de pesquisa desenvolvido na disciplina Introdução à Pesquisa Educacional II, do curso de Licenciatura em História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru. A nossa pretensão de pesquisa justifica-se pelo fato de compreendermos a importância social da disciplina História para a construção de uma consciência crítica dos alunos sobre si mesmos, sobre a comunidade em que vivem e sobre a sociedade da qual fazem parte. Portanto, entendemos que é necessário olhar criticamente para os currículos, no caso desse trabalho, dos anos finais do Ensino Fundamental na tentativa de perceber qual o lugar que a disciplina História assume nos mesmos e a qual perspectiva de sociedade o ensino dessa disciplina corresponde e reforça. Assim perguntamos: qual o lugar da disciplina História nos anos finais do Ensino Fundamental? Traçamos como objetivo geral dessa investigação compreender o lugar da disciplina História nos anos finais do Ensino Fundamental e, como objetivos específicos: i) caracterizar a disciplina História no currículo prescrito e ii) caracterizar a disciplina História nos anos finais do Ensino Fundamental. A nossa discussão teórica baseia-se nas elaborações de SILVA (2005) sobre Currículo; ROIZ (2008) e STEPHANOU (1998) sobre a disciplina História no Ensino Fundamental, além de tomarmos como referência os seguintes documentos: Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9494/96, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs e o Plano Nacional de Educação (PNE). O nosso percurso metodológico baseia-se em uma Abordagem Qualitativa (MINAYO, 2008), as nossas fontes são documentais (LAKATOS e MARCONI, 2003). Para análise dos dados, utilizaremos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2004) utilizando como técnica a Análise Temática (BARDIN, 2004; VALA, 1998).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Historia e Ensino de Historia: Novas abordagens, novos desafios

ESTRATÉGIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE NOVAS FONTES E DIDÁTICASO ANTONIO MANUEL DA SILVA JUNIOR profantoniojr@live.com O ensino de História vem desde século XIX sendo uma das principais disciplinas escolares apesar de uma porcentagem dos alunos estarem mais interessados em Português, Matemática, Física e Biologia, disciplinas mais "pesadas" nos vestibulares.A história como disciplina de ensino sofreu grandes influências da Ciência História e sua forma de ensino também. A principio a história como "matéria" era edificada no tripé do Herói, documento oficial e a memorização.Com o surgimento de outras teorias além do positivismo, como o marxismo a escola dos Analles e a nova história, o ensino vai sofre também uma mudança.O marxismo faz com que as classes desfavorecidas possam agora, participar da história, a escola dos analles irá contribuir com a variação dos assuntos tratados, agora a história do negro, que não era o herói será apresentada, o índio também será lembrando não como apenas os antigos habitantes do Brasil.Com o advento da nova História, que será influência pela escola dos Analles, outros recursos serão valorizados na ciência História e como sempre repassados para a disciplina história.No Brasil nos anos 80 várias estratégias de ensino serão experimentadas gerando estudos e aplicações com alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Filmes, revistas, jornais, documentos históricos, músicas, textos variados serão ferramentas para o ensino de História no século XX. Todas essas ferramentas serão um pouco mais detalhadas no desenvolvimento do nosso trabalho.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Historia, Genero e Religiosidade Popular

ESTRANHAS NO PARAÍSO: IDENTIDADES, ESTIGMATIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE IMPRESSÕES EM PEQUENOS GRUPOS - UM ESTUDO DOS CONFLITOS ENTRE ATORES PARTICIPANTES DO PROJETO DESAFIO JOVEM ROSA DE SARON DA CIDADE DE CARUARU- PERNAMBUCO JAQUIELSON FERREIRA DA SILVA SANTOS jaquielson@oi.com.br A presente dissertação, que está em andamento, faz uma discussão acerca da condição de inserção de mulheres dependentes de drogas na terapia religiosa do projeto Rosa de Saron da cidade de Caruaru – Pernambuco, sendo elas oriundas das religiões consideradas populares (HIEBERT, 2009) – essencialmente aquelas advindas do catolicismo. Na condição de recém chegadas, e portadoras de um conjunto simbólico e crenças distintas em relação à maioria dos membros pertencentes à instituição – esses que sustentam a concepção de que "uma das vias mais favoráveis para a cura da dependência química e transformação do indivíduo passa pela via espiritual" (SANTOS, 2006), ou seja, a conversão às religiões consideradas evangélicas –, sustentar suas antigas identidades e práticas religiosas pode significar uma opção que gere, ao longo do processo de reabilitação, possíveis tensões, estigmas (GOFFMAN, 1988) e conflitos (SIMMEL, 2006) entre essas mulheres e os pequenos grupos inseridos no entorno do tratamento, estes que demandam o abandono da antiga fé e práticas religiosas como meio de adquirir uma nova identidade e, consequentemente, uma nova trajetória de vida. Desse modo, a partir de uma abordagem sociológica – através de um estudo de caso, observações participantes, entrevistas semidiretivas, – torna-se relevante evidenciar como se constitui a dinâmica das relações e interações desde o momento que a interna chega a um novo campo (BOURDIEU, 2007) na condição de "Estranha" ao grupo – não professando a fé evangélica nem os valores institucionais. Observar como resistem às pressões para a mudança das práticas religiosas internalizadas ao longo de suas trajetórias, ou como manipulam suas identidades e impressões enquanto se aproximam ou se distanciam de grupos estabelecidos bem como das regras institucionais, a de evidenciar suas experiências de aprendizados, negociações e resistências com as demais internas, os valores e as relações hierárquicas em dinâmicas características das chamadas instituições totais e fechadas (GOFFMAN, 1973).

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Literatura e Cidade: Imagens e representações literarias sobre a vida urbana

O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA CIDADE DE CARUARU NA DÉCADA DE 1960 ALAN MARCIONILO DO NASCIMENTO alan_scz@hotmail.com O seguinte trabalho foi orientado na iniciação científica pelo professor Dr. José Adilson Filho, e procura compreender o processo de modernização da cidade de Caruaru, tendo como recorte temporal a década de 1960. Procuramos identificar os meios pelos quais a elite local empreendeu projetos com o objetivo de construir uma nova cidade, que estivesse de acordo com os seus anseios. Trabalhamos com referêncial teórico de Zigmunt Bauman e Marshall Berman. Como fontes para elaboração do trabalho nos utilizamos de reportagens do jornal “A Defesa” e do Jornal Vanguarda, além de crônicas e artigos de Escritores Caruaruenses, como Humberto França.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Educação Literatura e Cidade: Imagens e representações literárias sobre a vida urbana

"A SMALL PLACE": REFLEXÕES SOBRE CIDADE E TURISMO NA PERSPECTIVA PÓS-COLONIAL MARCIA MARIA OLIVEIRA SILVA marcia_mmos@hotmail.com A vivência pós-colonial apresenta características que dizem respeito principalmente aos efeitos da colonização e suas consequências para a vida dos povos colonizados (em especial a pobreza e a subalternidade). Este trabalho é parte do resultado de uma série de pesquisas desenvolvidas durante o mestrado em Teoria da Literatura pela UFPE (2012) sobre a obra da escritora caribenha erradicada nos Estados Unidos Jamaica Kincaid, tendo como objetivo principal relacionar e compreender os principais pressupostos da vida urbana levantadas na narrativa de A Small Place (1988). A escrita kincaidiana parte do entre-lugar do sujeito pós-colonial propondo uma descolonização/desconstrução da experiência de colonização e dominação a partir do olhar para a cidade como uma extensão de si próprio. Nesse contexto a análise de A Small Place torna possível a reflexão sobre os efeitos da colonização partindo da vivência de cidades que tem como característica o uso do turismo como principal fonte de renda da população. Através de autores como Homi Bhabha, Albert Memmi, Roland Walter, Gayatri Spivak, Trinh Minh-Há, entre outros buscamos entender o texto kincaidiano em questão como um movimento de repensar a sociedade pós-colonial levando em conta as imagens criadas através da vida urbana como sendo um resultado da relação cidade-turismo-indivíduo; vale lembrar que questões como identidade, memória e agenciamento também revelam sua importância para a compreensão dessa relação.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Cultura Organizacional, Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho

MOTIVAÇÂO PROFISSONAL: UM DESAFIO PARA O LÍDER! LIZANDRY FRANCIELLE DA SIVA BARROS MIKAELLY KARINE DA SILVA franci_922@hotmail.com Pode-se dizer que motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de cada particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Ou seja não somos capazes de motivar ninguém e muito menos de desmotivar , mas somos capazes de motivarmos a nós mesmos de maneira que possamos com isso estimular as outras pessoas e fazer com que elas também se sintam motivadas. O nível de motivação é influenciado por diversos fatores como a personalidade, percepções individuais do meio ambiente, interações humanas e emoções. Estes níveis são constituídos a partir do momento em que a uma razão, um objetivo,um fim a ser atingido e perpassa por relações intra e interpessoais nas organizações.A medida em que passa a si trabalhar com equipe surge a necessidade de obter uma equipe que esteja disposta a trabalhar de maneira harmônica,pois se algum membro não estiver na mesma sintonia, todos correm o risco de se prejudicar e por os projetos desenvolvidos a perder. Eis ai que surge a dificuldade da motivação profissional.Estamos trabalhando em cima desta hipótese de motivar profissionais buscando descobrir por meio de entrevistas tanto dos profissionais acadêmicos como de vários outros profissionais de áreas diferentes como será a visão de lideres ao lidar com essas supostas hipóteses? E de profissionais que são liderados a todo instante e ate mesmo de pessoas que são suas próprias lideres. Motivar não é uma tarefa fácil mais se descobrirmos o segredo da auto motivação iremos conseguir ajudar motivar muitas pessoas.Contamos com assuntos abordados da internet e de livros que falam sobre o assunto de motivação profissional no ambiente de trabalho e também contamos com depoimentos de pessoas de diversas áreas atuantes no mercado de trabalho, e com opiniões das pessoas presente em sala.Iremos abordar temas como o que vem a ser motivação, Dicas de como se auto motivar ,erros na hora de motivar, como se tornar um bom profissional na área de motivar, dinâmicas que estimule a motivação e reservaremos espaço para opiniões dos participantes.Enfim uma serie de informações que ira ajudar a todos presentes em sala.Contaremos com apresentação de slides, divulgação de vídeos e matérias para efetuar as dinâmicas em grupo.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Cultura Organizacional, Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho

IMPACTO DO TREINAMENTO NO TRABALHO: VARIÁVEIS QUE ATUAM NA TRANSFERÊNCIA DA APRENDIZAGEM PARA AÇÃO JACKELINE DE SOUSA GOMES DE OLIVEIRA jackelinegomes@oi.com.br Este estudo investigou as variáveis que atuam na transferência do aprendizado adquirido em treinamentos para a ação, no cotidiano profissional, revelando o impacto do treinamento no trabalho, na perspectiva do alcance dos objetivos organizacionais. Nesta pesquisa foram identificadas sete variáveis preditoras de impacto no trabalho: percepção de suporte organizacional, características de treinamento, características da clientela, reação, aprendizagem, suporte à transferência e impacto do treinamento no trabalho. Estas variáveis compõem o Modelo Integrado de Avaliação do Impacto do Treinamento no Trabalho IMPACT, desenvolvido por Abbad (1999). Este modelo teve como base o Modelo de Avaliação Integrado e Somativo - MAIS, elaborado por Borges-Andrade (1982). Quanto à metodologia, esta pesquisa teve cunho explicativo e aplicado e os procedimentos utilizados foram as pesquisas bibliográfica e de campo. Ocorreu em uma empresa de médio porte, rede de supermercados, com fonte de pesquisa formada por 97 pessoas, sendo classificadas de forma não-probabilística, com seleção por julgamento. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário formado por 58 questões, todas fechadas, sendo 03 para levantamento de dados demográficos e funcionais e 55, que investigavam variáveis apresentadas neste estudo. A análise dos dados se deu de forma quantitativa e os resultados foram compilados em planilhas, com os gráficos que ilustram e exemplificam as variáveis investigadas na pesquisa, facilitando, dessa maneira, uma análise para conclusão do estudo. Os resultados aferidos indicaram a variável "Suporte à Transferência" como a mais forte preditora de impacto no trabalho, corroborando os resultados encontrados na literatura sobre o assunto (ABBAD e TAMAYO, 2006; SILVA, 2006). Contudo, a literatura também aponta que os estudos quanto aos obstáculos e estratégias para transferência do aprendizado para a ação ainda são escassos e precisam ser realizados de forma mais abrangente e profunda.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Empreendedorismo, e Processos Organizacionais e Sustentabilidade

A PRÁTICA DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL MICHAEL DOUGLAS PINHEIRO DE MOURA FREITAS adm.michael.douglas@hotmail.com A prática do empreendedorismo mostra-se cada vez mais freqüente no Brasil como opção de carreira, frente às dificuldades socioeconômicas que assolam o país e reduzem as oportunidades para aqueles que querem ingressar no mercado de trabalho. No entanto, a prática do empreendedorismo convive com a falência de muitas organizações, em decorrência dos baixos níveis de educação e da desmotivação dos empresários para utilizarem ferramentas gerenciais capazes de profissionalizar suas atividades. Este artigo tem por objetivo identificar o grau de importância que os micro e pequenos empresários dão a essas ferramentas gerenciais, especificamente os processos organizacionais, para a abertura e gestão de uma empresa que vise a sustentabilidade. Considera-se que os conhecimentos relacionados com essas ferramentas gerenciais estão atrelados à formação acadêmica do empresário. Constata-se, ao final, a importância das instituições de ensino, principalmente dos cursos de administração, na capacitação dos estudantes para a atividade empreendedora. Além disso, verificou-se que, apesar de considerarem os processos de oraganização uma ferramenta essencial para a gestão do empreendimento, ainda é grande a negligência dos empreendedores quanto à prática do planejamento e da inclusão da sustentabilidade.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Operações, Marketing e Qualidade

QUALIDADE NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS: UMA APLICAÇÃO DA ESCALA SERVQUAL EM CARUARU-PE GENILSON RUFINO DA SILVA JAVÃ GOMES DOS SANTOS genilson.85@hotmail.com Os serviços constituem uma série de processos cuja produção e consumo não podem ser separados, pois, muitas vezes, o cliente participa do processo de produção em virtude de suas distintas características (intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade) (GRÖNROOS, 2009). Em se tratando de serviços de transporte público, entende-se que este setor apresenta uma necessidade de estudos e investimentos. A falta de qualidade acaba trazendo um custo muito grande à sociedade (IPEA, 2013). Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2012) divulgou resultados provenientes da pesquisa sobre os municipais do Brasil e constatou que apenas 3,8% deles possuem Plano Municipal de Transportes. Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo avaliar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de ônibus situadas na cidade de CaruaruPE, na visão dos usuários. A investigação assume abordagem quantitativa de caráter descritivo (MARTINS; THEÓPHILO, 2009), na qual procurou levantar e descrever indicadores numéricos referentes às avaliações dos usuários de ônibus. Os dados foram coletados por meio de uma survey, utilizando como instrumento a escala servqual (PARASURAMAN; BERRY; ZEITHAML, 1991), que caracteriza a qualidade em serviços a partir de cinco dimensões (aspectos tangíveis, confiabilidade, presteza, segurança e empatia). Foram entrevistados 448 usuários de ônibus em nove terminais de passageiros considerados pela Destra® (organização responsável pela fiscalização das empresas) com os maiores fluxos de passageiros. As análises dos dados envolveram estatísticas descritivas e inferenciais (COOPER; SCHINDLER, 2003). Em linhas gerais os usuários não percebem efetiva qualidade nos serviços oferecidos pelas cinco empresas que prestam o serviço na cidade. Os resultados obtidos demonstram um alto nível de insatisfação por parte dos usuários em cada uma das dimensões da qualidade, exceto na dimensão segurança. As dimensões confiança e empatia estão como os maiores índices de insatisfação. Presteza e tangibilidade também se mostram insatisfatórias, mas em um nível menor. Entende-se que o trabalho traz uma contribuição pertinente, pois os resultados sugerem que tanto empresas como órgãos competentes devem atentar mais para a qualidade da prestação dos serviços na cidade. Como sugestão para pesquisas futuras, um estudo relacionado às condições de trabalho de motoristas, fiscais e cobradores mostra-se relevante. A qualidade é comprometida em função da maneira como provedores de serviços executam suas funções, e aspectos como motivação, remuneração, carga horária e qualidade de vida no trabalho, por exemplo, podem impactar diretamente na prestação e, por conseguinte, na qualidade dos serviços.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Operações, Marketing e Qualidade

CLIMA ORGANIZACIONAL NA SECRETARIA DA FAZENDA DE CARUARU LARISSA RAVANNY ARAUJO SANTOS ravanny.rw@gmail.com O clima organizacional surge como assunto importante quando se questiona sobre mudança organizacional. Logo, fez necessário um estudo do mesmo, que foi verificado um processo burocrático na Secretaria da Fazenda Municipal (SEFAZ) na cidade de Caruaru, em que pouca atenção era dada a realização dos indivíduos dentro da organização que, só servia de desmotivação dos colaboradores, os quais acreditavam que os processos eram injustos e tendenciosos. Na instituição em estudo, os resultados não eram informados e as causas não eram elucidadas. Todavia, fez surgir à necessidade de propor uma pesquisa de clima organizacional, em que os colaboradores precisariam criar uma comunicação permanente e direta com a instituição, aumentando o nível de satisfação e motivação dos membros e, de um modo geral, melhorando a qualidade dos serviços da instituição. Em virtude disso, foi aplicado o Diagrama de Pareto procurando identificar quais fatores eram responsáveis pela maior parcela dos problemas seguindo uma escala de priorização: mudanças nas rotinas de trabalho, ocasionando resistência a mudanças, provando assim um clima organizacional desfavorável (máximo impacto), falta de motivação (significante impacto), objetivos organizacionais com baixa difusão entre os colaboradores (médio impacto), sobrecarga de trabalho (pouco impacto) e estrutura física inapropriada (menor impacto), como foi observado, o problema que foi priorizado pela Secretaria foram às mudanças nas rotinas de trabalho por uma mais eficiente, ocasionando resistência a mudanças provocando assim, um clima organizacional desfavorável. Através desse diagnóstico, foi observado que o mesmo afetava a motivação, causando estresse entre os colaboradores. Salientando que, a solução do mencionado problema só seria obtida pelo processo do diagnóstico do Clima Organizacional, sendo este o desafio de melhoria deste estudo. A estratégia metodológica utilizada foi propor um questionário a partir de uma pesquisa bibliográfica, possuindo um escala ordinal, de caráter qualitativo e nominal em que se tomou como modelo o de Pitteri (2012), por este incluir fatores de diversas análises. Por consequência, permitiria ao gestor do atendimento ter um conhecimento dos fatores que mais impactavam no clima organizacional e com isso, podendo focar nos pontos de melhoria e assim obter melhores resultados a partir de um novo plano de ação. Conclui-se que, foi de ampla relevância o estudo, a fim de, poder melhorar a qualidade dos processos organizacionais da empresa. Dessa maneira, pode se perceber que o clima organizacional não é algo simples de ser analisado, o mesmo apresenta variedades distintas, acarretando diferenças e complexidades na qualificação do desempenho das empresas.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Operações, Marketing e Qualidade

A MODERNA GESTÃO DA QUALIDADE E OS PARADIGMAS DA CERTIFICAÇÃO CÍNTHIA LADJANE DE SOUZA HOLANDA JULIANO ACIOLE SILVA cinthia_holanda@hotmail.com A economia mundial, que vivencia uma forte crise, tem modificado o cenário macroeconômico gerando um mercado instável forçando as organizações a buscarem por uma maior qualidade e um menor custo de seus processos e produtos. E, com isso, faz com que as empresas procurem adotar medidas que possam ser eficazes para gerar uma vantagem competitiva sustentável. Esse conceito de qualidade vem evoluindo bastante ao longo das décadas, sobretudo após a divulgação do trabalho de Juran (1990), Deming (1990) e Feigenbaum (1991), nos quais ficou clarificada a ideia de que qualidade não deveria estar associada apenas ao grau de perfeição técnica, mas também a adequação a exigibilidade dos requisitos do cliente. Nesse cenário, qualidade passou a ser condição sine qua non para sobrevivência no mercado atual de alta competitividade e um símbolo de compromisso com as expectativas impostas pelos clientes. Assim, surgem os mais diversos sistemas de gestão da qualidade e a série de certificação ISO (International Organization for Standardization) como resultado dessa evolução e ao mesmo tempo como estratégia utilizada por diversas organizações nacionais e internacionais para conseguir e/ou manter vantagem competitiva. A série ISO de certificação nada mais é do que um conjunto de normas genéricas de aplicação internacional, completadas por normas específicas para ramos de atividade e/ou sistemas de gestão e que tem por objetivos uniformizar os procedimentos e aumentar a eficiência para as diversas partes interessadas. Por se tratar de um conjunto padrão de normas e de aspecto mandatório de conformidades específicas e previamente definidas, a certificação ISO ainda é um grande paradigma para muitas empresas que conhecem a necessidade obtê-la mas que desconhecem sua aplicação prática. O presente artigo visa discutir as práticas atuais na gestão da qualidade sobretudo os tabus encontrados no Mercado sobre a certificação da série ISO.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Gestão Operações, Marketing e Qualidade

UMA ANÁLISE DA APLICABILIDADE DO TRANSPORTATION MANAGEMENT SYSTEM NA MELHORIA DA GESTÃO DE TRANSPORTE DO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DO BONANZA SUPERMERCADOS INEZ MANUELE DOS SANTOS inezmanu@ig.com.br Diante de um novo cenário organizacional, em que flexibilidade e entregas confiantes e rápidas são requisitos primordiais para um bom atendimento ao cliente final, o gerenciamento de transportes tornou-se um diferencial para as empresas de distribuição de produtos finais, em que a concorrência está mais competitiva, exigindo que as empresas se atualizem para não perder clientes, oferecendo um serviço com alto nível de serviço, com menor custo e tempo. O Transporte é uma atividade de alta complexidade e que representa a maior conta individual dos custos logísticos, fazendo com que as empresas invistam em tecnologias da informação, com o objetivo de reduzir seus custos de transportes, melhorar os processos operacionais e aumentar a produtividade. Dentre as tecnologias disponíveis para gerenciamento de transportes, tem-se o Transportation Management System (TMS), o qual foi abordado nesse estudo com o objetivo de analisar o melhoramento na gestão de frotas e rotas do Bonanza Supermercados após a implantação desse, além de poder entender as funcionalidades e os benefícios que a empresa pode obter com essa implantação. Para a realização deste estudo foi realizado um levantamento bibliográfico, abordando assuntos como Gestão de Transporte, Tecnologia de Informações Logísticas e seu planejamento e a funcionalidade e benefícios do TMS, utilizando-se treze literaturas específicas sobre esses assuntos, incluindo livros, revistas e artigos científicos. Como estratégica de pesquisa, utilizou-se o estudo de caso, com objetivo descritivo e exploratório, realizado em um centro de distribuição do Bonanza Supermercados, cujos dados possui caráter qualitativo, sendo obtidos através de um questionário. O questionário foi dividido em quatro grupos de questões que trataram sobre Frota, Gestão de Grota, Gestão de Frete e Roteirização, em que ao todo tiveram 22 questões, em que este foi embasado nos estudos de Banzato (2005) e Marques (2002), aplicado com o Gestor de Depósito da empresa, em maio deste ano. O resultado mostrou a importância da implantação do <em style="line-height:1.6em">software para a melhoria da gestão de transporte da empresa, oportunizando uma melhoria nos processos de planejamento, condução e controle operacionais e táticos de transporte, redução dos custos operacionais e administrativos destes, aceleração na consolidação de cargas e, consequentemente, nos tempos de entrega, além do aumento na precisão nas informações.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tecnologia Mobilidade e Novas Tecnologias

CLOUD COMPUTING: ARMAZENAMENTO NA NUVEM JUCYELLE CAVALCANTE DA SILVA, ROBSON DAVID DE LIMA AMORIM cyelleh-ta@hotmail.com, robson_david@hotmail.com Este resumo baseia-se em Estudos de Cloud Computing,em português armazenamento em nuvens. O acesso aos dados e arquivos armazenados em nuvem pode ser feito de qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de está próximo ao servidor que armazena os dados, através da internet, constituindo a ideia de nuvem. Apresentaremos ou aprofundaremos a pesquisa nessa tecnologia inovadora, considerada por grandes empresas do mercado, que atuam na área de tecnologia, como uma fonte para a nova era da Informação. Veremos que a principio só quem se utilizava do armazenamento em nuvens eram os laboratórios e as grandes empresas, mas é evidente que com pouco tempo de sua disseminação no mercado já está atingindo uma boa parte da população de usuários comuns para simples tarefas do seu dia-a-dia, como o armazenamento de músicas, fotos, e diversos arquivos, que antes teriam que ser armazenados nos computadores pessoais dos usuários, correndo vários riscos de serem danificados por vírus, malwares, problemas no próprio hardware, que armazena os arquivos,ou simplesmente por um roubo do equipamento,todos esses problemas, e outros inúmeros, podem ocasionar a perda dos arquivos dos usuários, sendo eles de fins comuns ou não, e as pesquisas revelam que com a utilização do armazenamento em nuvem, várias dificuldades com a segurança dos arquivos podem ser evitadas futuramente.Nós estudantes do 4º período do Curso de Redes de Computadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, FAFICA, visamos apresentar e esclarecer esta nova forma de tecnologia de acesso e armazenamento de dados por meio de pesquisas que foram realizadas utilizando sites de busca, como o Google e vídeos de profissionais renomados e com experiência na área do tema proposto.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tecnologia Programação e Linguagens Computacionais

O USO DE PADRÕES DE PROJETOS: ELES PODEM FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE? HILDEBRANDO FERREIRA DO NASCIMENTO hildebrandoweb@gmail.com O desenvolvimento de sistemas a cada dia que se passa, tem sido motivo de estudos da engenharia de software mesmo sendo uma ciência nova vem contribuindo muito com a formação de novas ideias e formas de desenvolvimentos que aprimoram o uso de técnicas que deixem mais eficientes o desenvolvimento, "o uso de patterns permite o reuso de software que em geral tem sido um objetivo primordial em engenharia de software" (DRUZIANI, et al,2004, p.2 )O padrão de projeto, permite a boa prática de programação, a criação de sistemas mais robustos e com baixa dependência entre os módulos e suas funções, tornando assim possível, que os sistemas progridam em tamanho e complexidade, sem a necessidade de se voltar a alterar o que já esta funcionando.Porém nem sempre o uso de Design Patterns (Padrões de Projetos) favorece o desenvolvimento, é importante deixar claro que o uso do padrão errado ou a forma de aplicá-lo, caso não seja feito adequadamente, pode prejudicar o desenvolvimento do mesmo.Assim, nosso objetivo é: (i) mostrar na visão dos autores o que são Padrões de Projetos; (ii) definir, de acordo com a visão dos autores em que situação devemos usar cada padrão; e, (iii) mostrar, a partir de nossas experiências no decorrer do curso de ADS, com exemplo simples, o uso dos padrões de projetos.A partir dos textos analisados, realizamos um fichamento acerca de seus conceitos, pontos positivos e negativos, como usar os padrões de projetos. Estes serviram como fontes para nosso embasamento teórico.Essa pesquisa foi relevante, pois contribuiu para esclarecer como usar de forma eficiente os padrões de projetos, assim como identificar quais os padrões podem ser usados conjuntamente para melhorar o desenvolvimento do sistema, possibilitando um melhor entendimento de como usar os padrões de projetos existentes.Observamos as dificuldade dos estudantes de ADS, durante o processo de aprendizado nos períodos anteriores é no decorrente ao estudo. Notamos que a falta de adoção de padrões, ou ate mesmo a escolha do padrão errado, pode comprometer o desenvolvimento do software. A escolha dos padrões de projetos que serão integrados em um sistema pode ter grande relevância, garantindo ainda que o mesmo tenha facilidade de entendimento, fácil integração com novos módulos, e possibilidade de suporte a correções mais eficientes.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tecnologia Segurança de Informações

CONTROLE DE PERMISSÕES DE ARQUIVOS VALDENILSON DE SOUZA SILVA valdenilsoniori@hotmail.com Iremos abordar conteúdos relacionados a permissões de arquivo para usuários, grupos e outros usuários, mostrando a importância de proteger os arquivos para determinado usuário com permissões de leitura, escrita e execução pasta pertencente aquele grupo e domínio. Protege um conjunto de informações, a fim de preservar o valor que eles têm para um indivíduo ou uma organização. São características básicas dos atributos de confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade de segurança da informação, não se restringindo apenas a esta segurança de sistemas informáticos, ou sistemas de armazenamento de informações eletrônicas.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tecnologia Tecnologias educacionais e inclusao digital

EDUCOMUNICAÇÃO, MÍDIA E CONSUMO NA JUVENTUDE NO ÂMBITO DA ESCOLA PADRE ZACARIAS TAVARES CÍNTIA SANTOS BARROS cintia_barrosjornalismo@hotmail.com Este artigo objetiva refletir os conceitos de educomunicação, mídia e consumo na juventude no âmbito da Escola Padre Zacarias Tavares. O texto está embasado nas teorias de PERUZZO e COSTA (2009) contando com a metodologia participativa, onde a pesquisa empírica conta com trabalho de campo. Seguindo a investigação se desenvolverá questionários fechados, permitindo um melhor entendimento do objeto pesquisado.

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XI Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAFICA Caruaru - PE Tecnologia Tecnologias educacionais e inclusao digital

O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS: DESPERTANDO O GOSTO PELA LEITURA GREGORY AUGUSTO DE LIMA LABORDE LABORDINHOGREG@GMAIL.COM Considerando a sintomática resistência de grande parte dos jovens pela leitura de textos literários canônicos, o presente artigo busca apresentar o gênero textual quadrinhos (HQs), que apresenta traduções intersemióticas de muitas dessas obras, como uma alternativa para despertar o gosto por esse tipo de leitura e gerar o estímulo para o contato com as obras literárias originais. Tomando como base os estudos de Napomuceno (2005), Gomes (2012) e Pina (2011), os quadrinhos mostram-se como uma alternativa funcional para a criação de um novo leitor por sua estilística linear e de fácil linguagem, atraindo a atenção do leitor por facilitar o processo de interpretação, tendo em vista que são utilizados dois recursos (imagem e texto) para transmissão da mensagem, o que aproxima este gênero à realidade do estudante e desdobra os significados de forma mais lúdica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2012) versam que é imprescindível gerar a democratização social e cultural, a fim de garantir acesso aos saberes sociolinguísticos necessários para o exercício da cidadania. Castro (2012) elucida que neste ponto as histórias em quadrinhos aparecem como alternativa excelente. O método do trabalho consiste na apresentação de algumas obras "clássicas" da literatura nacional em versão quadrinhos, sugerindo-as como corpus de discussão em sala de aula para, em seguida, recorrer à obra em sua versão original.

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