A leitura do Brasil através da cana-de-açúcar

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A “leitura” do Brasil através da cultura da cana-de-açúcar Ela foi introduzida no país logo depois de seu descobrimento, em 1533, por Martin Afonso de Souza. Ditou a forma de sua ocupação, influenciando a hierarquia de poder social e política. Ainda hoje, rege os destinos da nação, configurando-se como uma das principais commodities e instrumentos de ação política/econômica no mundo por apoderar-se do discurso da bioenergia renovável e preocupação ambiental. A cana-de-açúcar, mais do que nunca, continua na pauta das discussões e a razão é “doce”, ela observou e ainda observa a história e o desenho da formação do País. Ciente desse protagonismo da Saccharum L., como é conhecida cientificamente, o Colégio Equipe, em São Paulo, desenvolve projeto há 21 anos com os alunos da 1ª série do ensino médio, que os ensina a “ler” técnica e subjetivamente o Brasil, através da cultura da cana-de-açúcar, incentivando debate sobre o bem comum, a ética e a ciência. Pensado originalmente para ser um estudo do meio da região de Ribeirão Preto, durante os anos, professores de outras matérias foram se envolvendo com o tema e trabalhando questões interdisciplinares. A matéria de história analisa os resquícios do passado colonial na estrutura produtiva da cana-de-açúcar, a de geografia se lança sobre a terra, física se debruça sobre a tecnologia empregada no decorrer dos tempos na moagem da cana, biologia se envolve com as implicações ambientais, a disciplina de química observa as transformações da matéria e a disciplina de filosofia pensa a relação dos avanços tecnológicos com o bem estar social. Ao final uma "câmara legislativa" trata de debater a validade ou não da instalação de uma usina de açúcar e álcool em uma pequena cidade imaginária. Da rapadura ao biocombustível - onde fica o homem nesse canavial? Em cima desse debate, os pais fazem o papel de vereadores e alunos, dos advogados favoráveis e contrários à instalação da usina. "Na viagem de campo, eles entram em contato com paisagens diversas, discursos, entrevistam cortadores de cana, sempre se deparando com a seguinte questão: crescimento econômico é desenvolvimento social?", explica Rodrigo de Oliveira, professor de biologia do Colégio Equipe, que apresentou o projeto em colóquio na Universidade de Lisboa. Segundo a orientadora pedagógica, Graça Totaro, o projeto propicia que os alunos entendam o país em que vivem ao entrarem em contato com diferentes realidades, "Eles saem de um ambiente urbano como São Paulo e se deparam com um mar de cana, um deserto verde pela frente, onde tudo é diferente, das relações de trabalho à realidade social", finaliza Graça, consciente da energia educativa do tema para a construção de novos “leitores” do Brasil. Para ampliar o repertório dos alunos, o colégio levou-os a conhecer a principal região produtora do país, Ribeirão Preto, no inicio do mês de agosto.

Informações para a imprensa CGC EDUCAÇÃO Cecilia Galvão (11) 11 3722.1164/ 3722.3624/ 97654.2027 www.cgceducacao.com.br


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