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O desenho anatómico e escolar na medicina contemporânea
O desenho anatómico e escolar na medicina contemporânea (I)
Anatomical and school design in contemporary medicine (I)
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Joana Duarte Teixeira1,3, Juan Rachadell2,3, Gabriela Valadas2,3
1. Aluno do Mestrado Integrado Medicina da Univrsidade do Algarve 2. Serviço Cirurgia II - Centro Hospitalar e Universitário do Algarve 3. ABC - Algarve Biomedical Center
mgvaladas@gmail.com A utilização do desenho no contexto da medicina tem raízes antigas. No ocidente temos vários exemplos na Idade Média, onde o desenho está presente como ilustração do texto tanto no contexto artístico como naquele que constitui as primeiras aproximações ao científico. Chegados à Renascença, Leonardo da Vinci (1452-1519) um dos mais notáveis autores do desenho em medicina, não fazia diferença nesta utilização do desenho na arte ou ciência1,2 .
Na sequência da criação do livro impresso, a publicação de Andreas Vesálius «De Humani Corporis Fabrica» em 1543, ricamente ilustrada com as famosas “tábuas de Vesaluis”, estabelece um marco The use of drawing in the medical context has ancient roots. In the West we have several examples in the Middle Ages, where drawing is present as an illustration of the text both in the artistic context and in that which constitutes the first approximations to the scientific. Arrived at the Renaissance, Leonardo da Vinci (14521519) one of the most notable authors of drawing in medicine, saw no difference in its use in art or science1,2 .
significativo, um antes e um depois, no estudo da anatomia humana.
Tínhamos entrado numa visão científica onde se reproduzia o observado com uma riqueza de pormenor não existente previamente.
Este entendimento da necessidade da ilustração nos textos de medicina leva mesmo John Bell (1763-1820), cirurgião e anatomista, no seu livro «Engravings of Bones, Muscles, and Joints»3,4 a relatar que “à medida que continuava escrevendo um livro de anatomia, sentia cada vez mais, a cada passo, a necessidade de dar-lhe figuras, pois um livro de anatomia sem elas não me parecia melhor do que um livro de geografia sem seus mapas”.
Mais recentemente existirão muito poucos, entre nós médicos, que, na sua formação não tenham ficado mais ricos neste saber específico com as ilustrações impressionantes e altamente pedagógicas de F. Netter. Estamos hoje numa realidade onde a existência de múltiplos meios que aportam outros recursos disponíveis para esta função pedagógica da imagem em medicina, desde a fotografia à realidade aumentada, que poderiam fazer antever que esta nova realidade atual levaria à extinção da utilização do desenho neste contexto.
No entanto não é a isso que assistimos. A medicina de hoje, que dispõe de muitos recursos neste entendimento “dos mapas” para navegar nestas matérias, mantem a sua natureza e aqueles de nós que têm a competência do desenho permitem-se manter esse recurso maioritariamente como elemento para a sua aprendizagem. Uma viagem, como qualquer viagem, (a progressão na senda da medicina pode ser entendida como tal) tem aqueles elementos que são nossos, With the creation of the printed book, whose milestone with the publication by Andeas Vesálius of the richly illustrated book with the famous “tables of Vesaluis”, «De Humani Corporis Fabrica» in 1543, establishes a before and an after in the study of human anatomy. We had entered a scientific vision where what was observed was reproduced with a wealth of detail not previously existent.
This understanding of the need for illustration in medical texts even leads John Bell (1763-1820), surgeon and anatomist, in his book «Engravings of Bones, Muscles, and Joints»3,4 to report that “as he continued to write a anatomy book, I felt more and more, with each step, the need to give him figures, because an anatomy book without them didn't seem better to me than a geography book without its maps”.
More recently, there are very few, among us physicians, who in their training were not enriched with the impressive and highly pedagogical illustrations of F. Netter. Today we are in another reality, where the existence of multiple means provide many available resources for this pedagogical function of the image in medicine. From photography to augmented reality, could we foresee that this new reality would lead to the extinction of the use of medical drawings?
However, this is not what we are seeing. The medicine of today, with its many resources within this understanding “of maps” to navigate knowledge, retains its nature and amongst those of us who are capable of drawing, allows this resource to go on as mainly an element for their own use. A trip, like any trip (the progression along the path of medicine can be understood as such) has elements that are ours, where our personal nature is projected.
- caneta sobre papel. 2017 tulo í Juan Rachadell , sem t
onde se projeta a nossa natureza. É naqueles momentos de solidão ou de pedagogia para com o outro que o recurso ao desenho é uma dessas artes possíveis. A utilização do desenho em medicina não só se mantem como inclusivamente vem ganhando expressão também em suporte eletrónico.
Neste trabalho o editor da revista, coleta exemplos do que a hoje se assiste dentro desta utilização do desenho em medicina, reunindo três exemplos contemporâneos da utilização do desenho em medicina. Neste contexto a expressão do detalhe anatómico ou da apresentação de uma explicação de anátomo-fisiológica com o recurso a uma imagem, um desenho, que ilustra um determinado conhecimento, cria esse elemento de perceção que permite ser melhor assimilado. Essa passagem ao desenho nesse intento de materializar uma forma de visualização como chave para um melhor entendimento. Estes esboços, desenhos, esquiços, constituem assim uma enorme arma para a apreensão de um detalhe anatómico, de fisiologia ou de fisiopatologia. E nestes exemplos aqui reunidos, desde o cirurgião pleno que utiliza o desenho para o assimilar do pormenor anatómico pelo seu interno, ao estudante de medicina que para entendimento da matéria a desenha ou ao cirurgião no topo da carreira, que com meio para revisão e refreshment das matérias desenha com recurso ao I-Pad. Em comum, todos neste tempo presente e sempre com a mesma procura da expressão de um entendimento que se torna melhor se for visualizado. It is in these moments of solitude or of pedagogy for others, that resorting to drawings makes it a possible art. Drawings in medicine not only survive but are also gaining expression in electronic form.
In this work, the editor of the journal collects examples of what is currently seen within this use of drawing in medicine, bringing together three contemporary examples of the use of drawings in medicine. In this context, the expression of anatomical detail or the presentation of an anatomical-physiological explanation using an image, a drawing, which illustrates a certain knowledge, creates that element of perception that allows it to be better assimilated. Resorting to drawn images in order to materialize a form of visualization can be a key to better understanding.
These sketches, drawings, sketches, constitute an enormous weapon for the apprehension of anatomical detail, of physiology or pathophysiology. And in the examples gathered here, from the full-fledged surgeon who uses the drawing to assimilate the anatomical detail for his intern, to the medical student who draws it to understand the subject, or to the surgeon at the top of his career, who as a means of revision and refreshment of knowledge, draws using an I-Pad, but all search for the expression of an understanding that becomes better if visualized.
J oana Duarte Teixeira , Hipertens ã o Portal - caneta, lápis e marcador sobre papel. 2020
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gado - Hepatócito Joana Duarte Teixeira , Unidade Funcional do F í - caneta, lápis e marcador sobre papel. 2020
Joana Duarte Teixeira , Reflexo Miccional - caneta, lápis e marcador sobre papel. 2020
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tulo - pen em Ipad.2016 í , sem t Gabriela Valadas - pen em Ipad.2016 , Pre op optimization Gabriela Valadas
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, Mammoplasty - pen em Ipad.2018 Gabriela Valadas
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Referências:
1. Isaacson W. Leonardo da Vinci. Porto Editora, 2019 2. Cartucho D. Of the ileocecal appendix thought the vision of Leonardo da Vinci. Algarve Médico 2019; 9(4):22-22. [cited 2020 Oct 24]. Available from: http://www. chualgarve.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/2/2021/03/ALGARVE-MEDICO-9.pdf 3. Bell J. Engraving, explaining the anatomy of bones, muscles and joints. Edinburgh,1794 in Human Anatomy – Depicting the Body from the Renaissance to Today. Benjamin A. Rifkin, Michael J. Ackerman, Judith Folkenberg. United Kingdom, Thames & Hudson 2006: p 230 4. Cartucho D. De cadáver a anjo – Da perspetiva artística na prática anatómica [From corps to angel - the artistic perspective in anatomical practice]. Algarve Médico 2021; 13 (4):36-47