Chamada da Meia-Noite - Amostra

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AGOSTO DE 2016 ANO 47 | Nº 08 | RS 4,90

POR QUE OS CRISTÃOS MUITAS VEZES ESTÃO

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Avaliando o Sucesso

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Israel - um povo muito especial


A Ciência... ...está atrasada Inúmeras descobertas da pesquisa moderna não eram, de fato, novas. Elas já podiam ser encontradas na Bíblia, há séculos. Quando comparamos a Bíblia com a Ciência, constatamos que, em várias afirmações, a Bíblia está muito adiantada. Foram necessários muitos séculos para que a Ciência pudesse comprovar o que a Bíblia afirma, como, por exemplo: • A Terra está suspensa sobre o nada; • É impossível contar todas as estrelas; • As águas, o vento e as marés possuem ciclos; • Em seu estágio inicial, o embrião não possui forma definida; • O ar tem peso. Esse livro apresenta 30 exemplos nos quais a Ciência se atrasou em relação à Bíblia.

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DO E ILUST RA O ID R O L O •C SPECIAL • PAPEL E Dr. Roger Liebi é casado com Myriam, pai de seis filhos, é formado em Música (Conservatório e Faculdade de Música em Zurique - Violino e Piano), Línguas do mundo da Bíblia (Grego, Hebraico clássico e moderno, Aramaico, Acádio), bem como em Teologia (Bacharelado, Mestrado e Doutorado). Completou o Doutorado junto ao Whitefield Theological Seminary, na Flórida (EUA) onde apresentou uma dissertação na área de Estudos Judaicos e Arqueologia sobre “O Segundo Templo em Jerusalém”. Entre 2004 e 2011, foi Docente universitário para a área de Arqueologia de Israel e Oriente Médio. Atua como professor de Ensino Bíblico e como palestrante em diversos países. Seu envolvimento com as Escrituras Sagradas e áreas afins gerou uma série de publicações. pedidos:  0300 789.5152 | www.chamada.com.br


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CARTA AO LEITOR PREZADOS AMIGOS

ÍNDICE

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CAPA

Por que os cristãos muitas vezes estão divididos?

BRASIL EM FOCO CAMPO VISUAL • Grã-Bretanha permite a manipulação genética dos embriões

Como o Homem e Deus Cooperam na Santificação

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A Carta aos Filipenses (Parte I)

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ARTIGO 2

ARTIGO 3 OLÁ DE JERUSALÉM NOTÍCIAS DE ISRAEL • Amigos do Extremo Oriente

Avaliando o Sucesso A Importância dos Mistérios do Novo Testamento (Parte III)

37 37 38 38 39

SÉRIE

O QUE A BÍBLIA QUERIA DIZER? ENTREVISTA PROFECIA BÍBLICA ACONSELHAMENTO CHAMADA INTERNACIONAL

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ARTIGO 4

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ISRAEL

A Indignação Encenada

ISRAEL

Sua Luz Chegou SÉRIE

Israel - um povo muito especial (Parte I)

Confira em chamada.com.br 14 Falsos Ensinos E Como a Bíblia os Refuta Thomas C. Simcox A simples leitura de alguns versículos bíblicos desfaz diversos ensinamentos errados que são propagados por muita gente.

E também:

• Mensagens • Meditações Diárias • Bíblia Online • Livraria • Vídeos • Downloads... CHAMADA DA MEIA-NOITE | AGOSTO DE 2016 |

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C A R TA A O L E I T O R Caros leitores e leitoras, Obra Missionária Chamada da Meia-Noite

damos as boas vindas à nova revista Chamada da Meia-Noite, a unificação das conhecidas Chamada da Meia-Noite e Notícias de Israel.

A Obra Missionária Chamada da Meia-Noite é uma organização independente de igrejas ou denominações religiosas com o objetivo de levar pessoas a Jesus Cristo, à Sua Palavra e alertar sobre o Seu retorno a esta Terra. Fundador (Internacional) Wim Malgo (1922-1992) Fundador (Brasil) Dieter Steiger Diretoria Dieter Steiger, Ellen Steiger, Ingo Haake e Markus Steiger Editores Ellen Steiger e Sebastian Steiger Layout Roberto Reinke INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial

Buscamos oferecer um conteúdo mais amplo para vocês que nos acompanham, através de um novo layout e conteúdo. Com novas seções explorando assuntos diversos, como Ciência e História, além de informativos sobre o Brasil, o mundo e Israel. Assim, queremos deixá-los ainda mais informados e esperamos continuar trabalhando para que vocês sejam abençoados, fortalecidos e edificados na firme esperança da Volta de Jesus Cristo. Nesta edição inaugural, trazemos artigos voltados para assuntos de grande importância na igreja brasileira, como as divisões que estão causando diversas brigas entre os irmãos em Cristo, um estudo sobre a santificação envolvendo Deus e o homem, bem como uma reflexão sobre a vida e o reinado de Salomão. Em relação a Israel, você lerá um informativo mensal do querido irmão Meno Kalisher, onde ele nos noticia sobre o seu ministério em Jerusalém e pede nossas orações. Também é revelado um texto sobre a interminável guerra de poder e controle sobre a cidade de Jerusalém, que na verdade é uma guerra espiritual, onde Deus, e somente Ele, terá a palavra final! Como está escrito na Bíblia:

Administração e Impressão Rua Erechim, 978 | Bairro Nonoai | 90830-000 Porto Alegre/RS | Brasil Fone: (51) 3241-5050 www.chamada.com.br | mail@chamada.com.br

“...Jerusalém, cidade que o Senhor havia escolhido dentre todas as tribos de Israel para nela pôr o seu nome” (1Rs 14.21).

Informações Bancárias Banco do Brasil – Ag. 2821-5 – Cc. 4988-3 Bradesco – Ag. 0324-7 – Cc. 38.686-3 CNPJ 92.898.188/0001-55

“Mas, agora, escolhi Jerusalém para o meu nome ali estar...” (2Cr 6.6).

Preços (em R$) Assinatura anual ...............................................................54,00 Exemplar avulso ................................................................4,90 Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em alemão, espanhol, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, romeno e tcheco.

Além disso, mostraremos mais sobre o ministério da Chamada da Meia-Noite internacionalmente, e seus pedidos de oração; serão explicados versículos bíblicos que podem gerar dúvidas ou controvérsias, assim como acontecimentos proféticos de importante conhecimento. O conhecido aconselhamento bíblico continuará presente. Começarão também duas séries de estudos: a primeira sobre a Carta aos Filipenses, desenvolvida pelos missionários da Chamada da Meia-Noite, que mostra a atualidade da Bíblia para nós, cristãos que vivemos no Século XXI, mesmo ela sendo escrita há quase dois mil anos atrás. A segunda série tratará do povo de Israel, que é – como Jerusalém –, pessoalmente escolhida por Deus. Com isso e mais, desejamos uma ótima leitura, Maranata!

“À meia-noite, ouviu-se um grito: O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!” (Mt 25.6)

Ellen & Sebastian Steiger

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www.chamada.com.br Revista cristã online, com artigos, mensagens e vídeos sobre profecia bíblica, defesa da fé, vida cristã, Israel e o Oriente Médio.

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www.beth-shalom.com.br Israel, profecias bíblicas, e notícias internacionais comentadas. Entenda como o que ocorre no Oriente Médio afeta sua vida e o futuro de todos nós.

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www.ajesus.com.br Donde venho? Para onde vou? Minha vida tem algum sentido? Você só encontrará respostas verdadeiras e definitivas conhecendo Jesus!

www.apaz.com.br Jesus é a esperança para a vida de todos, para Ele não há casos perdidos. Leia mensagens de paz e conforto para corações aflitos e para quem busca mais do que este mundo tem a oferecer.


DIETER STEIGER

PREZADOS AMIGOS

tou o que Caim lhe trouxe. Deus não fez isso porque o sacrifíJá no Livro dos Começos, o Gênesis da Bíblia, encontramos o primeiro assassinato. O pecado que entrara na humacio de Caim era sem sangue, mas por causa da postura de seu nidade através de Adão e Eva já estava fazendo estragos na coração. Como primogênito, Caim sentia-se obrigado a trazer primeira geração de sua descendência, e um de seus filhos um sacrifício. Certamente Adão, seu pai, havia ensinado seu cometeu o primeiro crime de morte. Essa tragédia familiar é filho que isso era o certo. Mas, pelo visto, Caim trouxe sua bem conhecida de todos nós. Mesmo assim, vale a pena anaoferta sem fé em seu coração, ao contrário de seu irmão Abel, lisá-la mais minuciosamente para tirarmos conclusões correde quem a Bíblia diz com todas as letras: “Pela fé, Abel oferetas e úteis. A Carta de Judas nos apresenta pessoas de quem ceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obestá escrito: “Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de teve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto Caim...” (Jd 11). Portanto, a Bíblia adverte expressamente a não às suas ofertas...” (Hb 11.4). seguir o caminho de Caim. Havia, porém, uma diferença considerável entre os dois Quando nos ocupamos um pouco mais com Caim e com irmãos: cada vez que trazia sua oferta a Deus, Abel se idenseu caminho, temos de prestar atenção ao nome que ele retificava com o objeto do sacrifício ou com o animal sobre o cebeu: “Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu altar. Com isso, ele dizia; “Na verdade, eu é que teria que e deu à luz Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio morrer pelos meus pecados, mas você está morrendo em do Senhor” (Gn 4.1). Com certeza Eva tinha muitas expectatimeu lugar”. No Antigo Testamento, cada animal sacrificado vas em relação ao seu primogênito, pois já apontava para o Cordeiro de Deus enfatizou explicitamente: “Adquiri um vaviria para tirar os pecados de toPrestemos muita atenção que rão com o auxílio do Senhor”. Em outras dos os homens. Caim, por sua vez, não ao começo de qualquer palavras, ela disse: o Senhor me deu um deu ouvidos ao alerta divino de Gêmaldade, ao surgimento de nesis 4.6. João acerta o âmago da presente e certamente tem um propósito com ele. questão quando escreve: “Porque a sentimentos de inveja ou Como comenta a Bíblia Anotada Exque ouvistes desde o princíciúme: “O Senhor disse a Caim: mensagem pandida (Gn 4.2): “Ela chamou seu sepio é esta: que nos amemos uns aos ouPor que você está furioso? Por tros; não segundo Caim, que era do Magundo filho de Abel, que significa ‘sopro’ ou ‘vaidade’, refletindo, talvez, a compre- que se transtornou o seu rosto? ligno e assassinou a seu irmão; e por ensão que Eva tinha do significado da Se você fizer o bem, não será que o assassinou? Porque as suas obras maldição (Rm 8.20)”. Maldição que Deus eram más, e as de seu irmão, justas” aceito? Mas se não o fizer, lançara sobre toda a criação. Eva ainda (1Jo 3.11-12). mantinha a nítida memória do relacio- saiba que o pecado o ameaça à Portanto, prestemos muita atenção porta; ele deseja conquistá-lo, ao começo de qualquer maldade, ao namento bem próximo que tivera com seu Criador no jardim do Éden. Também surgimento de sentimentos de inveja mas você deve dominá-lo” lembrava as terríveis consequências de ou ciúme: “O Senhor disse a Caim: Por (Gn 4.6-7 – NVI). ter caído na sedução da serpente, por ter que você está furioso? Por que se transescutado o que ela dizia e de ter comido tornou o seu rosto? Se você fizer o bem, o único fruto proibido de todo o jardim. Também deu do frunão será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameato a seu marido, e então ambos foram expulsos do maraviça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” lhoso jardim: “E, expulso o homem, colocou [Deus] querubins (Gn 4.6-7 – NVI). No final, a verdadeira motivação de Caim ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se acabou ficando exposta. A Bíblia também fala qual deve ser a revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3.24). nossa motivação: “...esperem até que o Senhor venha. Ele trará Merece reflexão o comentário da Bíblia Anotada a esta pasà luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções sagem: “A expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden foi ao dos nossos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a mesmo tempo um castigo e um ato de misericórdia, evitando sua aprovação” (1Co 4.5 – NVI). que comessem da árvore da vida e vivessem eternamente Contando com a ajuda do Senhor para não seguirmos janum estado de morte e de alienação de Deus”. De qualquer mais pelo caminho de Caim, saúdo de coração! forma, Eva havia perdido seus dois filhos. Enquanto sepultavam Abel, Caim fugia da presença de Deus e de seus pais: “Retirou-se Caim...’’ (Gn 4.16). Ele foi embora. A fuga de Caim havia sido precedida por uma decisão trágica. O Deus onisciente não havia aceitado sua oferta. Rejei-

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Por que os cristãos muitas vezes estão

Quatro possíveis razões e uma palavra-chave. René Malgo Já se perdeu a conta da fragmentação do cristianismo em inúmeras denominações, igrejas e seitas. Ao que parece, as cisões estão na ordem do dia. Mesmo a Chamada da Meia-Noite não ficou isenta de múltiplas controvérsias e de amargas discussões ao longo dos seus 60 anos de história (N. da R.: houve algumas discussões e controvérsias na Europa, com a Chamada da Meia-Noite em sua sede na Suíça) - e é provável que assim continue também no futuro. Qual seria a razão disso? Quero apontar aqui quatro razões ou respostas. A primeira é simples, mas provavelmente é a mais difícil de suportar. A divisão dos cristãos baseia-se na natureza humana. “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa”, diz o profeta Jeremias, “e sua doença é incurável; quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9). Os crentes poderão argumentar que ganharam um novo coração por meio de Jesus (Rm 6). É verdade! Todavia, ainda assim os cristãos lutam com o pecado em seu velho corpo (Rm 7). Enquanto ainda habitarmos este corpo atacado pelo pecado, será para todos nós impossível enxergar tudo corretamente. “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas então veremos face a face” (1Co 13.12). Somente quando ressuscitarmos ou formos transformados e virmos o nosso Senhor face a face é que entenderemos tudo (cf. 1Jo 3.2). Os cristãos são personalidades divergentes, têm aspectos fortes e fracos diferentes, diversas preferências e pecados variados com que precisam lutar. Sua formação, maturidade, capacidade espiritual, relacionamento com o Senhor, seu intelecto, sua capacidade intelectual diferem... não admira que tantas vezes discordemos! Os seres humanos são complexos, emotivos e inquiridores, e os cristãos não são exceção. A conversão não nos transformou em robôs padronizados. “Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona” (Pv 20.5). A Palavra de Deus é verdade objetiva, mas as pessoas a interpretam subjetivamente. Tiago, líder da igreja primitiva em Jerusalém, diz a respeito das questões doutrinárias: “Todos tropeçamos de muitas maneiras” (Tg 3.2). Por isso os crentes não deveriam ter muita pressa em ser mestres da Palavra, “pois vocês sabem que nós ... seremos julgados com maior rigor” (Tg 3.1). CHAMADA DA MEIA-NOITE | AGOSTO DE 2016 |

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Tiago 3.2 é um “versículo régio” em relação à nossa questão. Se um meio-irmão de Jesus e uma “coluna” da igreja primitiva (Gl 1.9) diz que “todos [nós]” tropeçamos frequentemente, incluindo assim a si mesmo nisso, quanto mais essa declaração se aplicará a nós hoje, 2.000 anos depois e culturalmente a anos-luz de distância dos apóstolos! Hoje há uma variedade de premissas e sistemas teológicos concorrentes influindo o modo como lemos a nossa Bíblia. Podemos não nos dar conta disso conscientemente, mas por meio das igrejas que frequentamos, os institutos bíblicos nos quais nos formamos ou a literatura cristã que lemos, cada um de nós tem marcas teológicas diferentes. Entre os protestantes há, por exemplo, teólogos da aliança, teólogos da substituição, dispensacionalistas, ultradispensacionalistas, dispensacionalistas progressivos, batistas, calvinistas, luteranos, menonitas, irmãos abertos, irmãos restritos, universalistas, arminianos, amilenistas, pós-milenistas, pré-milenistas, pré-tribulacionistas, mesotribulacionistas, pós-tribulacionistas, presbiterianos, congregacionalistas, anglicanos, pentecostais, etc. etc. ... E ainda que todos eles tenham boas razões para afirmar sua fidelidade exclusiva à Bíblia, todos acabam determinados por diferentes sistemas interpretativos e teologias

sistemáticas. A cultura cristã na qual nos movemos inevitavelmente tinge os óculos através dos quais lemos a Bíblia. Não me entendam mal: todos temos óculos como esses, e isso é normal. A arte está em obter as lentes certas. Paulo espera que interpretemos a Palavra de Deus “segundo a sã doutrina” (Tt 1.9). A sã doutrina apostólica terá de ser o nosso filtro. Quem afirma ler a Bíblia sem óculos e sem filtro engana a si mesmo. Assim, por exemplo, é razoável que nenhum cristão normal aplique à sua vida diária a exigência de apedrejar filhos rebeldes fora da cidade, conforme exige a aliança do Sinai (Dt 21.18-21). Temos de reconhecer que todos nós mesmo os mais sábios e “piedosos” entre os professores de Bíblia - somos criaturas falíveis. Nenhum de nós seria superior a Tiago neste quesito. Somos pessoas que conseguem enganar até a si mesmas. A Bíblia sabe disso há muito tempo (Jr 17.9). A esta altura, os psicólogos seculares também já descobriram esse fato. Por natureza, tendemos a registrar a realidade de uma forma que se encaixe em nosso esquema e que corresponda à imagem subjetiva que temos do mundo. Por isso o diálogo de surdos entre os cristãos é tão comum e não conseguimos progredir. Constantemente corremos o risco de interpretar palavras e frases da Bíblia segundo as nossas tendências pessoais.

Um exemplo: imagine alguém que em geral raciocine de forma muito organizada e sistemática. Tudo em sua vida precisa ter uma estrutura definida e uma clara explicação. É uma pessoa racional e lógica, que não suporta obscuridades. Qual será sua tendência ao interpretar a Bíblia? É provável que seja simpático a sistemas interpretativos que organizem a doutrina bíblica sem lacunas e que a dividam em várias unidades fechadas e em épocas claramente definidas. Para essa pessoa seria importante ter uma explicação exata de cada detalhe bíblico, e ela cuidaria para que nenhuma incoerência penetrasse ali. Mas temos então uma outra pessoa, o tal tipo artístico. Seu lema é: só os tolos precisam de ordem; o gênio abarca o caos. E trata-se realmente de um gênio. O que para outros parecem contradições, para ele é apenas o tempero que dá sabor à vida. Ele sempre está em busca de um plano espiritual mais elevado. Nunca se cansa de aprender. Para onde será que ele tenderá ao interpretar a Bíblia? Provavelmente sentirá rejeição por sistemas interpretativos sistematizados e afirmará que se trata de tentativas de enquadrar Deus. Mais atraentes seriam para ele abordagens mais místicas e “holísticas” da Bíblia, que mantenham uma visão do todo. Tais pessoas gostam de paradoxos e reservam espaço para incertezas. Ambos creem a mesma coisa. Neste exemplo não temos um bom e um mau. Ambos amam Jesus Cristo, afirmam a trindade divina, valorizam a Palavra de Deus e creem no Evangelho. Mesmo assim, porém, em certos aspectos as teologias que ambos moldaram em torno do núcleo da sua fé podem ser totalmente diferentes. De certo modo, todos buscamos um lar teológico no qual possamos nos sentir bem. E por sermos personalidades dife-

"... Pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor. Todos tropeçamos de muitas maneiras..." Tiago 3.1b,2a

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rentes, nossos lares teológicos também podem ter aparências diferentes. Mas, como um professor de Bíblia explicou certa vez, toda casa teológica tem também seus defuntos no porão. Por nos equivocarmos, por sermos pecadores, por termos nossas preferências e limitações, sempre haverá pontos em nossas convicções que outros não poderão assumir e que - segure-se! - estão errados. E com isso chegamos ao segundo ponto. Nós cristãos vivemos tantas vezes desunidos porque nos baseamos neste mundo e não na eternidade. Será que sempre temos consciência do que, afinal, falamos e sobre o que discutimos? Em última análise, falamos de Deus, do Onipotente, daquele que “mesmo os mais altos céus” não podem conter (1Rs 8.27) e cujos pensamentos são tão mais altos que os nossos como “os céus são mais altos do que a terra” (Is 55.9). É verdade que este Deus se comunica conosco de forma compreensível e comprometida por meio de Sua Palavra e se tornou acessível em Jesus Cristo. Ainda assim, porém, Ele continua sendo o Eterno “que habita em luz inacessível” (1Tm 6.16). O que tem isso a ver com os defuntos no porão? Muito simples: com os nossos sistemas e os nossos pensamentos humanos, jamais poderemos captar Deus plenamente. Sempre haverá áreas na Palavra de Deus e na Teologia que não poderemos explicar ou que não conseguiremos compreender. Estamos lidando com o Onipotente e a inesgotável riqueza da sua incomensurável e múltipla sabedoria. Lidamos com um plano de redenção que supera todo conhecimento, que mesmo “os anjos anseiam observar” (1Pe 1.12). Nós, os cristãos, muitas vezes discutimos e brigamos justamente em torno daquilo que não conseguimos entender plenamente: a soberania e a natureza do Deus triúno e Seu plano para o futuro e a eternidade. É plenamente normal que, limitados como somos, esbarremos em nossas conjecturas sobre o Eterno em nossos limites e cheguemos a resultados divergentes. “Nosso Deus é fogo consumidor“ (Hb 12.29). Qualquer encontro com Ele, o Infinito, abalará as criaturas finitas que somos e nos marcará de diferentes maneiras de acordo com a nossa respectiva

configuração. “Provem e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!” (Sl 34.9). Todos podem experimentar a bondade de Deus, mas por Ele ser em sua natureza tão diferente, tão ilimitado, cada pessoa provará e enxergará essa bondade de modo um pouco diferente. Atenção: isto não é desculpa para a maior de todas as heresias, segundo a qual de algum modo todas as religiões conduziriam a Deus. A Bíblia é clara e inequívoca em dizer: “Não há salvação em nenhum outro, pois debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Salvos serão apenas aqueles que creem tão-somente em Jesus Cristo e O reconhecem como Senhor da sua vida (At 16.31), e ninguém mais. Todavia, esses cristãos, por serem diferentes e limitados, tentarão explicar de formas diferentes a inesgotável plenitude do seu Deus. Se todos os cristãos de todas as eras concordassem em todos os detalhes a respeito do conteúdo da Bíblia, seria razoável dizer que teríamos em mãos um livro muito superficial. Como, porém, o que ocorre é justamente o oposto e porque se discute tão acaloradamente sobre a Bíblia porque sua Palavra atinge tanto os corações, dividindo famílias, comunidades e até países, e porque jamais encerraremos os debates sobre ela, sabemos e reconhecemos que Deus é Deus e que Sua Palavra é Sua Palavra. É claro que um muçulmano poderia dizer o mesmo sobre o Corão, polarizador como ele é. Contudo, isto nos leva ao terceiro ponto. Os demônios calam fundo. É verdade que isto não é bem politicamente correto, mas do ponto de vista dos apóstolos, as falsas religiões têm inspiração demoníaca (1Tm 4.1), e este é um ponto que nós, como cristãos, frequentemente esquecemos. Estamos interagindo com a realidade de principados, poderes, dominadores deste mundo tenebroso e de poderes espirituais da malignidade no mundo invisível (Ef 6.12). Um professor de Bíblia apontou certa vez para o fato de que os falsos deuses com que Israel se prostituía no Antigo Testamento eram reais. As estátuas de pedra e madeira destinadas a servir de local

Nós cristãos vivemos tantas vezes desunidos porque nos baseamos neste mundo e não na eternidade.

de veneração desses deuses não tinham vida nem conteúdo, mas os próprios deuses das nações eram reais porque por trás deles havia efetivos poderes demoníacos. Por sinal, não faria sentido dizer que Deus é maior que aqueles deuses se estes nem sequer existissem (cf. Dt 4.7; 10.17; Is 36.20). Seria mais ou menos como se o Senhor proclamasse: “Sou maior que o papai-noel!” Os deuses eram e são reais. São demônios que inspiram falsas doutrinas e religiões e que combatem o Deus vivo e unicamente verdadeiro, bem como Sua Igreja. Defrontamo-nos com as “ciladas do diabo” (Ef 6.11), um adversário capaz de disfarçar-se de anjo “da luz” (2Co 11.14) e que nos ronda “como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1Pe 5.8). Será que realmente não cremos que esse inimigo real, com milênios de experiência e uma rede de demônios “semelhantes a deuses”, já não terá conseguido fazer estrago na Igreja do Deus vivo? Sempre que não estivermos vigilantes e não portarmos toda a armadura de Deus, expomo-nos ao ataque de seres muito mais poderosos do que nós, que terão todo o prazer em aproveitar-se dessa vulnerabilidade. Infelizmente, muitas vezes nossa desunião também resulta de nos deixarmos atropelar por seduções demoníacas. Assim, por exemplo, presumimos o pior sobre o nosso próximo, não CHAMADA DA MEIA-NOITE | AGOSTO DE 2016 |

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nos orientamos pelas diretrizes do Evangelho e do amor, somos vítimas de boatos e difamações e pisamos em armadilhas magistralmente projetadas sob medida para nós, cedemos a bajulações, aceitamos conselhos falsos ou agimos movidos pela ira. É frequente os conflitos entre cristãos serem regidos por ódio, fúria e amargura - e tais sentimentos certamente não provêm de Deus, em que existe apenas luz e nenhuma sombra. Preciso julgar a mim mesmo: esquecemos com excessiva rapidez que somos criaturas facilmente influenciáveis, frágeis e dependentes, expostas a um combate cósmico que não poderemos vencer com nossas próprias forças. E isto, por sua vez, nos conduz ao quarto motivo da nossa divisão. À medida que o fim se aproxima, esse combate espiritual torna-se cada vez mais violento e perigoso. A prosperidade que gozamos no Ocidente e a sedução que nos cerca por todos os lados podem turvar nossa visão para esta realidade. Todavia, o Novo Testamento esclarece que os tempos entre a cruz e a volta de Jesus são tempos finais “maus”, que vão piorando continuamente (cf. Hb 1.2; Ef 5.16; Mt 24-25). A respeito da Igreja, Paulo enfatiza em uma de suas cartas que “nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis” (2Tm 3.1), nos quais “os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder” (2Tm 3.2-5). Note que, entre outras coisas, a falta de amor, a arrogância e a indisposição para reconciliação aumentarão nos últimos dias. Não sei até que ponto já penetramos nos tempos do fim, mas é inegável que hoje estamos mais perto do fim do que há 2.000 anos, e o aumento das características citadas acima em nossos dias deveria ao menos dar o que pensar.

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Não devemos espantar-nos pelo fato de hoje o cristianismo parecer mais separado do que no início. Os sinais dos últimos dias se infiltram na Igreja e, quanto mais o tempo avança, tanto pior será. É a profecia bíblica que o afirma. Por isso chega a beirar o milagre que os cristãos mantenham algum tipo de unidade até hoje! A pergunta formulada no título está errada. Considerando as limitações da natureza humana, a infinita diferença da natureza de Deus, o poder demoníaco no mundo invisível e o anúncio bíblico dos tempos finais, seria mais razoável perguntar: por que os cristãos muitas vezes estão unidos? A resposta é: graças ao Espírito Santo. O Espírito Santo é o Deus subestimado. Alguns Lhe atribuem suas próprias ideias absurdas, outros não esperam nada Dele. No entanto, nosso Deus não é biúno, mas triúno - e esta é a garantia da nossa segurança. Por meio do Espírito Santo, a plenitude de Deus habita em nós (Ef 1.13-14,17; 3.14-19). Ele é o Consolador e Apoio que acalma e sela o nosso coração indisposto, tempestuoso e frágil. É por isso que ainda conseguimos entender a Palavra de Deus (1Co 2.11). E por isso somos mais que os maiores profetas do Antigo Testamento e podemos realizar mais que os milagres de Jesus (Lc 7.28; Jo 14.12). Deus mesmo habita em nós, e já faz 2.000 anos que isto nos capacita a funcionar como povo sem rei visível, como “religião” sem santuário visível e como unidade orgânica sem parentesco de sangue. Pela fé em Jesus Cristo temos condições de ser um com pessoas das quais nos separam milhares de anos, milhares de quilômetros ou milhares de diferenças culturais. Esse milagre é muito

maior do que tudo o que aconteceu no Antigo Testamento! O que nos une não é nem a espada, nem o medo, nem uma nacionalidade, mas o Espírito Santo de Deus. O poder que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos está há 2.000 anos zelando para que os salvos adorem o Pai “em espírito e em verdade”, confessem o nome de Jesus e esperem por Sua volta. Este é o maior milagre que o mundo invisível jamais presenciou (Ef 3.9-10): a ilimitada plenitude de Deus em homens fracos, outrora caídos e ainda agora limitados. É claro que agora se poderá objetar que tudo isso é muito bonito, mas que, apesar do Espírito Santo, não deixa de ser fato que ainda assim os crentes muitas vezes não têm unidade no Espírito. O que podemos fazer contra isso? No meu entender, só há uma resposta, que, entretanto, se refere apenas a diferenças de opinião (especialmente as teológicas) entre os cristãos. Portanto, não se trata da questão do que fazer quando outros crentes pecam contra nós por seu comportamento, seus atos, suas palavras ou suas omissões. Também não se trata de cristãos que tentam apelar para o Evangelho com o fim de disfarçar ou justificar seus pecados, como por exemplo a imoralidade, a avareza ou similares. Antes de tudo precisamos reconhecer o seguinte: existe um bom motivo para os cristãos parecerem tão combativos. É sua missão. Paulo enfatiza que os bons líderes devem “silenciar“ falsos mestres e repreender “severamente“ crentes desviados (Tt 1.11,13). Tal como Paulo fez, eles não devem ceder nem “submeter-se nem por um instante” a “falsos irmãos infiltrados” (Gl 2.4-5). Os cristãos, e especialmente os


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A unidade no Espírito será possível se demonstrarmos a genuína sabedoria do alto, e essa sabedoria não se manifesta em combatividade, em prepotência ou arrogância, mas na disposição de deixar predominar a mansidão, de exercer misericórdia e de buscar a paz.

líderes de igreja e pastores, não podem comprometer-se (cf. Tt 2.7). Os crentes precisam lutar pela sã doutrina (2Tm 1.13; Tt 1.9; 2.1). A questão que se impõe aqui é: quem na selva das confissões e denominações cristãs seria o portador da sã doutrina e quem deverá ser combatido? - A Bíblia fornece indicações. Durante a sua prisão em Roma, Paulo soube que alguns cristãos (ou pseudocristãos) anunciavam o Evangelho com a intenção de prejudicá-lo. Ele se alegrou com isso porque para ele o principal era que Cristo fosse anunciado, “seja por motivos falsos ou verdadeiros” (Fp 1.15-18). Paulo não se importou em repreender aqueles criadores de conflitos. Para ele, esses homens não eram daqueles a quem se deveria “tapar a boca”. Portanto, para Paulo o sinal da sã doutrina não era que alguém pertencesse ao seu “grupo”, mas que a pessoa pregasse a Jesus Cristo. As cartas apostólicas esclarecem que pregar a Cristo é o mesmo que anunciar o Evangelho (cf. Rm 1.9,16; 10.15-16; 15.20; 16.25; 1Co 9.12; 2Co 11.4; Gl 1.6-11; 2.5,14, entre outros). Na última carta do apóstolo Paulo vemos que a pregação do Evangelho está estreitamente ligada à sã doutrina (2Tm 1.8; 2.8; 4.5). Quem reconheceu Jesus, reconheceu o Evangelho; quem reconheceu o Evangelho, reconheceu a sã doutrina - e vice-versa. Sã doutrina é o Evangelho! Portanto, se na Carta aos Efésios Paulo espera de nós, cristãos, “conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3), isto jamais será possível sem o Evangelho de Jesus Cristo. A seguir, Paulo demonstra por que os cristãos podem e devem ser unidos, porque somos 1) um só corpo, cremos 2) em um só Espírito, temos

3) uma mesma esperança, servimos 4) a um mesmo Senhor, compartilhamos 5) a mesma fé, praticamos 6) um só batismo e temos 7) um só “Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4.4-6). Pode-se considerar isso um resumo da sã doutrina do Evangelho. No entanto, o grande desafio está em oferecer um preenchimento concreto a esse envoltório. Uma questão crítica é, por exemplo, o único batismo. Será que com isso Paulo exclui o batismo de bebês ou não? Ou o que se entenderá por uma só esperança? Seria preciso que incluísse o Arrebatamento antes da Tribulação? O princípio que decidirá tudo é o exame pela pergunta: anuncia-se a Cristo? Vamos deter-nos na controvérsia do batismo infantil. Martinho Lutero defendeu com veemência o batismo infantil e protestou contra os anabatistas. Não teria ele com isso entrado em contradição com o batismo único? Esta questão crítica pode ser uma boa medida do grau em que no nosso relacionamento com outros crentes somos mais determinados por nossos sistemas dogmáticos ou pelo propósito do apóstolo Paulo: o principal é que Cristo seja anunciado! Em Marcos 16 vemos que o batismo se destina a crentes. Em Atos 16 vemos famílias inteiras sendo batizadas. Poderíamos, por um lado, afirmar com cem por cento de certeza que não havia criancinhas pequenas ali? Por outro lado, poderíamos afirmar com cem por cento de certeza que sequer havia crianças pequenas ali? Passados 2.000 anos, não temos como sabê-lo com certeza. O batismo único pode ser uma ênfase para o fato de que os cristãos devem batizar e ser batizados. Parece, todavia, que no mínimo se poderá

discutir se apenas o crente adulto deveria ser batizado ou também todas as crianças de toda a sua casa com ele. Poderíamos acaso afirmar que Martinho Lutero não tenha proclamado o Senhor Jesus Cristo? Um possível problema no nosso julgamento de outros crentes é que pretendemos uma unidade sobre um fundamento irrealista. Aceitamos apenas aqueles cristãos que concordarem conosco em praticamente todos os detalhes, e com isso transformamos criaturas falíveis no padrão de todas as coisas. O padrão da unidade, porém, é muito mais simples: trata-se do Evangelho de Jesus Cristo. Isto não significa que não devamos questionar equívocos na medida em que possamos avaliá-los, e muito menos tolerarmos pecado. Se simplesmente deixarmos valer todos porque citam o nome “Jesus”, não chegaremos a lugar nenhum. Mas convém examinar muito criteriosamente se realmente será necessário lutar e, se for, tratar de aplicar amor, tolerância e paz. E assim finalmente chegamos à resposta para o modo como podemos preservar a unidade. A resposta ou palavra-chave chamase humildade. Às vezes precisamos simplesmente nos retrair e considerar morto o nosso orgulho (Rm 6.11). Não é fácil, mas necessário. Se lermos atentamente a Carta de Tiago, perceberemos que seus destinatários tinham seus problemas com orgulho e arrogância. Todos queriam ensinar os outros e ser mestres da igreja. Então, porém, Tiago pergunta àqueles que tanto queriam ser a medida de todas as coisas: “Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre CHAMADA DA MEIA-NOITE | AGOSTO DE 2016 |

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por seu bom procedimento, mediante obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria” (Tg 3.13). Isto representa um ataque ao nosso orgulho: nossa sabedoria e nosso entendimento em questões de doutrina não se depreende da nossa bem detalhada dogmática, mas do nosso trato manso com os outros. Esta é a verdadeira sabedoria. “Se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. Esse tipo de ‘sabedoria’ não vem dos céus, mas é terreno; não é espiritual, mas é demoníaco. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males. Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores” (Tg 3.14-18).

Bem entendido: estas palavras constam do capítulo no qual Tiago diz que não convém muitos serem mestres, já que todos nós “muitas vezes” tropeçamos no uso da língua. A unidade no Espírito será possível se demonstrarmos a genuína sabedoria do alto, e essa sabedoria não se manifesta em combatividade, em prepotência ou arrogância, mas na disposição de deixar predominar a mansidão, de exercer misericórdia e de buscar a paz. Com isso, a unidade não começa primariamente com o cristão que na nossa opinião defende uma teologia equivocada e que será indispensável corrigir, mas em nós mesmos - em cada um muito pessoalmente. Bons cristãos e mestres da Bíblia são pacificadores que se alegram quando Jesus Cristo é proclamado. Por isso Paulo diz: “Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação

que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.1-3). O desafio para cada um de nós é não ser orgulhoso, mas humilde; não combativo, mas manso; não teimoso, mas misericordioso. É muito fácil denegrir outros crentes do púlpito, em e-mails, em circulares, em conversas “confidenciais” ou em revistas. A verdadeira grandeza e sabedoria segundo Tiago é algo bem diferente. Nossa atitude em relação àqueles seguidores de Cristo que talvez não pensam exatamente como nós pode ser similar àquela revelada por Paulo: “Mas que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me” (Fp 1.18).

Agradecimento “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundante na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1Co 15.57-58). Esta é a primeira edição, após muitos anos, da revista “Chamada da Meia-Noite” que não terá Ingo Haake à sua frente. O irmão Ingo tem uma história muito interessante, de como ele conheceu e passou a trabalhar na obra do Senhor, através da Chamada. Após a sua conversão em Florianópolis, onde ele morava, começou a ler a revista “Chamada” – que ainda era produzida em alemão – e percebeu que o seu conteúdo profético deveria ser traduzido e lançado em português, por ser um assunto importante, mas pouco abordado nas igrejas brasileiras. Então, em 1974, entrou em contato, via carta, com o Sr. Dieter Steiger. O assunto era exatamente se ele poderia ajudar a missão na questão das traduções para o português. A resposta foi que, se em algum momento ele aparecesse em Porto Alegre, que visitasse a Chamada.

Ingo Haake e sua esposa, Ione, na época em que chegaram para trabalhar na Chamada.

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Como o Ingo fazia muitos cursos de informática (mas geralmente em São Paulo), marcou dois deles em Porto Alegre no mesmo dia. Ao chegar à cidade, foi informado que os dois cursos haviam sido cancelados, então pegou um táxi diretamente para a rua Erechim, onde fica localizada a Chamada. Chegando lá, o irmão Dieter o informou que já havia um tradutor encarregado, mas que ele poderia levar um livrete para fazer um teste. Após isso, no mesmo dia, pegou um ônibus de volta para Florianópolis, pensando que a viagem tinha sido em vão. Alguns dias depois, o irmão Dieter ligou para ele e perguntou se era possível começar a traduzir para a Chamada, porque a pessoa que fazia traduções tinha ido embora na tarde do mesmo dia em que ele visitou Porto Alegre pela manhã. Assim, podemos ver claramente que Deus usou o cancelamento dos cursos e a sua viagem a Porto Alegre para fazer o contato com a Chamada. Após quatro anos de traduções à distância, ainda com um emprego secular, ele e a sua família se mudaram para Porto Alegre, para se dedicar integralmente ao ministério. Aqui, queremos destacar o testemunho de uma irmã: "Passei a entender melhor o que é o Arrebatamento após ler vários livros editados pela Chamada, bem como assinar suas revistas e participar dos congressos. Sou grata à Chamada por esse apoio através da literatura e dos eventos que ela programa. Que Deus continue abençoando vocês". Da mesma maneira, há inúmeros outros testemunhos em todo o Brasil, de pessoas que foram abençoadas e esclarecidas através do ministério da Chamada – muito mais do que sabemos ou imaginamos, e o irmão Ingo tem parte importante nisso. Agradecemos pelo seu serviço e queremos notificar que ele continuará servindo no ministério, mas agora mais reservado. Como de costume, em outubro ele estará no nosso congresso em São Paulo, onde ele será tradutor.



CA M PO V I S U A L

Estado Islâmico causa muitas conversões a Cristo O EI provoca no Oriente Médio, com seu terror, o oposto do que ele pretendia. Mais e mais pessoas no Iraque estão se voltando para Jesus Cristo, e é por isso que alguns missionários cristãos e líderes de igrejas permanecem lá, apesar do perigo na região. Um oficial curdo disse aos cristãos que estavam fornecendo suprimentos aos refugiados: “Vocês sabem, os árabes dos países vizinhos do Golfo, que afirmam ser religiosos muçulmanos, não nos enviaram nada a não ser terrorismo, mas os que seguem o seu Cristo, dão às pessoas todos os dias amor e bondade.” Isto foi relatado por Reinhold Scharnowski para o www.livenet.de. Chamada

Armas: o negócio bilionário Em novembro passado, a indústria armamentícia dos Estados Unidos anunciou um fornecimento de munições ar-terra no valor de 1.29 bilhões de dólares ao longo do ano para a Arábia Saudita. Sabe-se que enormes quantidades anuais de armas e munições dos Estados Unidos vão para o Oriente Médio. Até mesmo a Alemanha e a Europa estão juntas nisso, apesar de manterem as suas transações em mais segredo que os americanos. Mas o fato é: ano após ano, justamente nos lugares onde há as maiores crises, são mandadas armas mais precisas, caras e letais. Chamada

Confirmação científica de Provérbios 24.13 “Coma mel, meu filho. É bom. O favo é doce ao paladar.”

Para o The Epoch Times, Jacqueline Roussety escreve sobre os efeitos positivos do mel: “Das enzimas até as vitaminas, tudo que está presente serve como suporte de vida para a abelha, que também serve à nossa saúde.” O mel puro é considerado “uma das alternativas mais eficazes aos antibióticos.” Já que é “comprovado” que o mel atua na luta contra as bactérias, devia-se, como diz Roussety, que “cada médico precisaria primeiro prescrever o mel no caso de uma infecção”. Sua conclusão: “O mel, além de ser anti-inflamatório, também é capaz de parar fungos. As substâncias antibacterianas contidas no mel podem rastrear os esporos dos fungos e destruí-los diretamente. Isso faz com que o mel seja muito mais eficaz e mais forte do que muitos antibióticos convencionais.” Chamada

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NOTÍCIAS DE ISRAEL

COMO SERIA SE?

AMIGOS DO EXTREMO ORIENTE

Um famoso jornalista libanês recentemente se “queimou” quando divulgou o segredo aberto de que a vida sob a “ocupação israelense” é muito melhor do que seria sob um regime árabe! Nadim Koteich apresenta um programa humorístico, no mesmo estilo do The Noite. Poucos dias depois que Benjamin Netanyahu reiterou que Israel não irá entregar as Colinas de Golã novamente, Koteich escreveu no Twitter o seguinte: “Se Israel tivesse anexado Aleppo, lá seria tão seguro quanto é hoje em Golã. Os cidadãos de Aleppo estariam em uma situação melhor. Mas hoje eles vivem em ruínas”. O tweet provocou fortes protestos. Muito sírios e libaneses foram twittar que Koteich era um agente israelense. (israeltoday.co.il)

Israel agora pode contar no Extremo Oriente com um outro amigo, que promete ter uma política benevolente com Israel: ela é a presidente recém-eleita de Taiwan, Tsai Ing-wen. Em 2013 ela visitou Israel e gostou de muitos aspectos do país, que ela tornou conhecidos em um artigo muito divulgado. Desde então, ela se descreve como “fã de Israel”. Assim, Taiwan poderia, além da Índia liderada pelo premier Narendra Modi, se tornar um outro importante amigo de Israel na Ásia. Chamada

ISRAEL TORNA-SE MEMBRO DO COMITÊ DA ONU PARA ASSUNTOS DO EXPAÇO EXTERIOR Israel tornou-se membro do Comitê das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior. A Agência Espacial de Israel foi, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Espaço anunciou, oficialmente convidada a participar neste corpo em assuntos espaciais civis. Assim, Israel tem no futuro a oportunidade de trazer nas reuniões relevantes projetos inovadores, que serão de influência global. Chamada

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A DIVISÃO DE JERUSALÉM É ARQUITETADA? O presidente dos EUA, Barack Obama, quer reviver em seu último ano de mandato os planos de paz para o Oriente Médio mais uma vez, relata o The Wall Street Journal. O objetivo é especificamente para trabalhar na solução dos dois Estados. Há vários cenários possíveis; um deles é a exigência de que Israel reconheceria Jerusalém Oriental como capital de um Estado Palestino. Chamada


C H A M A D A D A M E I A- N O I T E I N T E R N A C I O N A L Suíça Agradecemos pelas novidades em nossa livraria, como o Die Herrlichkeit des Himmels [A Glória do Céu], e oramos que elas possam continuar sendo uma bênção do Senhor para a igreja.

Alemanha Agradecemos aos nossos amigos e mantenedores, e oramos para que o Senhor use nossa obra – através das viagens, conferências e divulgação da literatura – como bênção.

Hungria Agradecemos pelas possibilidades no país, e oramos que nosso Senhor dê muita misericórdia e sabedoria para a nossa pequena equipe fazer suas tarefas.

Estados Unidos Agradecemos pelo abençoado trabalho de literatura mesmo com tantas outras editoras cristãs americanas, e oramos por mais jovens na equipe e pelo crescimento do trabalho em espanhol. Bolívia Agradecemos pela proteção e pela manutenção da escola e internato até agora, e oramos por conversões e renovações espirituais entre os alunos e crianças em nosso terreno.

Holanda Agradecemos pela estabilidade financeira que o Senhor nos proporcionou, e oramos que pelas nossas reuniões e revistas muitos sejam alcançados pela mensagem da Volta de Jesus.

Israel Agradecemos pelo nosso Hotel Beth-Shalom e pelas viagens a Israel deste ano, e oramos que o Senhor nos dê mais hóspedes e que use nosso trabalho para ser uma bênção espiritual na terra santa.

Romênia Agradecemos pelo diversificado trabalho literário e musical, e oramos pela construção e financiamento dos novos escritórios ainda em 2016.

Brasil Agradecemos pelas portas abertas e possibilidades mesmo com a crise econômica, e oramos que nosso trabalho missionário traga os frutos que agradam o Senhor. Uruguai Agradecemos pelos dois novos trabalhadores do estúdio em Montevidéu, e pela continuação do trabalho com a rádio Neue Hoffnung [Nova Esperança]. Oramos pelos muitos ouvintes na América Latina, América do Norte e Europa.

Itália Agradecemos pelos nossos trabalhadores voluntários que em meio período ajudam na obra, e oramos por reforços na equipe e por ajuda financeira para o trabalho missionário.

Guatemala Agradecemos pela proteção até agora apesar do assalto e da crise econômica, e oramos pelo novo governo e pela força necessária dos nossos colaboradores.

Argentina Agradecemos pelas portas abertas para outras igrejas e seminários, e oramos pelas diversas viagens missionárias em todo o país com o Maranatha-Latino-Mobil (MLM).

Camarões Agradecemos pelo incansável trabalho de nossos colaboradores na região, e oramos que o Senhor os carregue, provenha e dê suporte financeiro em seus desafios.

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