Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 4

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da Meia-Noite

Mateus 25.6

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ABRIL DE 2006 • Ano 37 • Nº 4 • R$ 3,50



Chamada da Meia-Noite

Índice

Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Prezados Amigos

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Certeza Que Consola

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Um Milênio Literal - Como Ensinam as Escrituras (Parte 3)

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Vencendo a Paralisia Espiritual

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Do Nosso Campo Visual

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Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

• O falar de Deus em nosso tempo - 15 • O filme “Nárnia” - 17 • Sacrifício de crianças - 19

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.

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Aconselhamento Bíblico • Morte na eternidade?

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Será que hoje conseguimos imaginar a cena e avaliar o que significou para o povo de Israel, diante do Sinai, quando o sumo sacerdote Arão no Dia da Expiação entrou, pela primeira vez, no lugar mais santo do Tabernáculo levando o sangue de um bode para reconciliar com Deus o povo pecador, que esperava no átrio? Mil e quinhentos anos depois a cena se repetiu pela última vez, em 70 d.C., antes que os romanos destruíssem o magnífico Templo em Jerusalém. Porém 40 anos antes havia sucedido algo completamente novo, que modificava completamente o modo de se aproximar a Deus: “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo...” (Mt 27.51). Como foi que rasgou a cortina, o véu do santuário, que separava o Santo dos Santos do resto do Templo? Ela rasgou de cima para baixo, demonstrando claramente que Deus o fizera, não o homem, significando que se abria um novo e vivo caminho para a presença de Deus. Por mil e quinhentos anos o sumo sacerdote, segundo a ordem do seu turno, uma vez por ano, no Dia da Expiação, passava pela cortina e entrava no Santo dos Santos para aspergir sobre os chifres do altar o sangue do animal sacrificado: “mas, no segundo [tabernáculo], o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo” (Hb 9.7). O Senhor Jesus, da casa de Davi, da tribo de Judá, não podia fazer essa ministração, uma vez que não era da linhagem sacerdotal pois não descendia da tribo de Levi. É por isso que a Escritura explica que Ele era “da ordem de Melquisedeque” e, como reisacerdote, entrou em um santuário, não feito por mãos humanas, para reconciliar com Deus a humanidade toda! “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hb 9.24). Neste mês toda a cristandade comemora esse grandioso e revolucionário acontecimento lá na cruz, quando o Senhor Jesus entregou voluntariamente Sua vida. Ao morrer, Ele pagou o preço integral do pecado e a cabeça da serpente foi pisada (foi executado o juízo sobre o príncipe deste mundo); a ressurreição de Jesus provou que a morte estava derrotada. Assim, de uma vez por todas, foi consumada plenamente a reconciliação entre Deus e os homens pecadores! “Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais per-

feito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio do sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção” (Hb 9.11-12, NVI). Atentemos para a dupla negação: a eterna salvação não ocorreu em um templo feito por mãos humanas (no Templo em Jerusalém), pois o santuário celestial não faz parte desta criação, e a reconciliação não foi através do sangue de animais sacrificados. O Cordeiro de Deus derramou Seu próprio sangue! Quem experimenta a Páscoa em seu coração, ou seja, quem se reconcilia com Deus, pode e deve se alegrar com sua eterna salvação. Não é como um seguro por tempo limitado, como o que fazemos para proteger nossa casa, nosso carro ou nossa saúde, que expira depois de um ano ou quando morremos. A salvação é eterna, pois é eficaz já nesta vida e se estende além de nossa morte! Que uma alegria renovada pelo grande presente da Páscoa encha nosso coração, juntamente com uma profunda gratidão pelo presente da segurança e da certeza de salvação: “nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós...” (Hb 6.18-20). Nesta época de festa deveríamos falar dessa maravilhosa realidade sem nos calar! Uma abençoada Páscoa junto do Senhor ressurreto e glorificado que está voltando!

Dieter Steiger

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Esta mensagem lembra muito as palavras do salmista: “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl 73.26). Quando João Batista recebeu no cárcere a confirmação de que Jesus Cristo era realmente o Messias aguardado, teve condições de esperar sua execução sem se desesperar, com o coração consolado.

Em Mateus 11.2-3 lemos: “Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” João Batista, cuja vida apontava para a vinda do Salvador, e, como mensageiro do Messias, tinha a incumbência de preparar o povo de Israel para receber o Ungido, esta-

va preso num cárcere. Nessa aflição, enviou dois de seus discípulos a Jesus com a pergunta: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” De repente, o coração de João começou a ser assaltado por dúvidas: esse Jesus era de fato o Messias ou eles deveriam esperar outro? Por que ele começou a duvidar? Quando ainda batizava no Jordão e Jesus veio ter com ele, João testemunhou com toda a clareza e com certeza inabalável: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29b). “...eu, de fato, vi e tenho testificado que ele (Jesus) é o filho de Deus” (v.34). Dois versículos adiante está escrito: “e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!” (v.36). João não apenas cria em Jesus mas estava plenamente

convicto de que esse Jesus era o Messias, o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus – sem duvidar e sem vacilar!

ESPERANÇAS NÃOCUMPRIDAS... ...vêm acompanhadas de dúvidas. O que João Batista esperava de Jesus? Ele, os discípulos e todo o povo de Israel esperavam o Messias chegando com poder e glória, libertando Israel do jugo dos romanos e estabelecendo o prometido reino messiânico. Mas essa expectativa não estava se concretizando naqueles dias. Ao invés de experimentar triunfo, alegria e regozijo, João Batista foi preso, jogado no cárcere, subjugado e humilhado. Por isso, em sua aflição e em suas dúvidas

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cruéis, João enviou dois de seus discípulos a Jesus para perguntar se Ele era o Messias prometido. Seja como for, João dirigiu suas perguntas à pessoa certa. Ele sabia que somente Jesus poderia fornecer uma resposta confiável às dúvidas que assaltavam seu coração, dando nova perspectiva à sua situação nada satisfatória.

UMA RESPOSTA MARAVILHOSA E MIRACULOSA Quando os dois discípulos, por ordem de João Batista, perguntaram se Jesus era o Messias prometido ou se deveriam esperar outro, Ele lhes respondeu: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11.4-6). Essa era uma resposta que esclarecia e elucidava o assunto. Mas por que ela foi tão minuciosa e tão bem explicada? Será que Jesus não poderia ter respondido com palavras mais breves e mais simples? Por que Ele não disse simplesmente aos enviados: “Digam a João: sim, eu sou o Messias!” Se Jesus tivesse respondido dessa forma, certamente João teria ficado satisfeito naquele momento. Mas depois de alguns dias, com a continuidade de sua aflição pessoal, as mesmas dúvidas voltariam a assaltar sua mente: “Será que Jesus mentiu para mim? Por que continuo na prisão? O que está acontecendo? Precisamos esperar por alguém ainda maior que Jesus?” Dúvidas, perguntas, questionamentos e mais dúvidas, assim como as encontramos com fre-

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qüência em muitos casos tratados no aconselhamento bíblico. E, muitas vezes, o resultado dessas dúvidas e questionamentos é a revolta contra Jesus! Não foi por acaso que Ele acrescentou à Sua resposta: “E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço”. Jesus respondeu de maneira bem diferente do que nós responderíamos e do que esperaríamos dEle. Sua resposta consistiu menos de palavras do que de obras. Ele mandou os discípulos olhar e ver o que estava acontecendo. Jesus também relacionou o que disse às declarações do profeta Isaías. Este havia profetizado que o Servo do Senhor, o Messias, iria pregar boas-novas e curar os quebrantados, sarar os cegos e os surdos e proclamar libertação aos cativos (Is 42.6-7,18; Is 61.1-2). Os dois discípulos de João viram todas essas coisas acontecendo diante de seus olhos. Mencionando tudo isso, Jesus deixou claro para João que Ele representava tudo o que havia sido profetizado acerca do Messias.

CERTEZA E CONFIANÇA ATRAVÉS DO CUMPRIMENTO DA PROFECIA BÍBLICA A resposta de Jesus não foi uma declaração apenas de lábios, não foi um simples sim ou não. Sua resposta estava embasada em fatos incontestáveis, fatos que permitiam a verificação de Sua reivindicação de ser o Messias. Essa resposta representava mais do que milhares de respostas afirmativas:“Sim! Eu sou o Messias!” Agora João tinha certeza absoluta de que esse Jesus era realmente o Filho do Deus vivo e que ele não precisava esperar por mais ninguém!

Antes de ser preso, ele tinha clareza sobre o fato de Jesus ser o Cordeiro de Deus que levaria o pecado do mundo. Mas quando viu que Jesus não libertava os judeus do jugo romano, e quando ele mesmo foi lançado no cárcere e esperava por sua execução, começou a duvidar da identidade de Jesus. Através da resposta dEle, trazida por seus discípulos, foi reconduzido à sua certeza inicial de que Jesus, e nenhum outro, era o Messias. Mesmo que suas expectativas não tivessem se concretizado, mesmo que sua situação pessoal não tivesse mudado e até piorado, João não se irou contra Deus nem se revoltou contra o Senhor. Ele estava na prisão e não sabia o que lhe traria o dia de amanhã. Sua incerteza em relação ao futuro contiQuando viu que Jesus não libertava os judeus do jugo romano, e quando foi lançado no cárcere e esperava por sua execução, João Batista começou a duvidar da identidade de Jesus.


mente nós tam- está o Senhor. Não andeis ansiosos bém temos mui- de coisa alguma; em tudo, porém, setas razões para jam conhecidas, diante de Deus, as estarmos satis- vossas petições, pela oração e pela súfeitos, tranqüi- plica, com ações de graças. E a paz los e consola- de Deus, que excede todo o entendidos, para ser- mento, guardará o vosso coração e a mos gratos. vossa mente em Cristo Jesus” (Fp Paulo escreveu 4.4-7). palavras cheias Deveríamos confortar e estimude consolo aos lar uns aos outros continuamente cristãos em Fili- com essas afirmações, assim como pos enquanto João se alegrou sobremaneira com estava na pri- as palavras que Jesus mandou dizersão, não a partir lhe! Jesus é o Filho de Deus, Ele de um palácio cuida de nós, a Palavra se cumpre e O que pesa em seu coração? Quais os seus questionamentos? Quais as suas dúviem Roma. Essas Cristo voltará como prometeu (Jo das? O que deixa você insatisfeito? palavras até ho- 14.2-3; veja 1 Ts 4.16-18). Até que je trazem con- estejamos para sempre na glória nuava a mesma, mas apesar disso forto e alento renovado também a com Ele, pratiquemos o que está ele tinha condições de continuar nós, que seguimos o Cordeiro – a escrito em Filipenses 4.6: “Não calmo e tranqüilo. Como isso foi cada um de nós pessoalmente, in- andeis ansiosos de coisa algupossível? Mesmo que a aflição fos- dependentemente das condições ma; em tudo, porém, sejam conhecise a mesma, a legítima Palavra de em que vivemos e do que esteja- das, diante de Deus, as vossas petiDeus vinda da boca de Jesus lhe mos passando: “Alegrai-vos sem- ções...” Então “a paz de Deus, que concedeu força e consolo, espe- pre no Senhor; outra vez digo: ale- excede todo o entendimento” guardará rança e certeza! Agora ele podia grai-vos. Seja a vossa moderação co- nossos corações e nossas mentes viver na convicção de que Jesus nhecida de todos os homens. Perto “em Cristo Jesus” (v. 7). era o Messias e que a Palavra de Deus se cumpre – sempre! Diante “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições”. dessa convicção nascida na fé, todos os outros assuntos perderam sua importância, e João conseguiu colocar todas as questões pessoais em segundo plano. Prisão ou palácio, riqueza ou pobreza, agora apenas uma coisa contava: somente Jesus! Quais são as nossas expectativas? Qual a nossa esperança? O que nós aguardamos? Talvez você esteja decepcionado porque o Arrebatamento ainda não aconteceu. Você fica irado com Jesus porque continua desempregado? O que pesa em seu coração? Quais os seus questionamentos? Quais as suas dúvidas? O que deixa você insatisfeito? Jesus diz que “bemaventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço”. Certa-

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Em duas edições anteriores já escrevemos sobre a importância e as características da interpretação literal do Milênio. A esta altura, você já sabe que existem três pontos de vista principais acerca do reino milenar de Cristo e, particularmente, em relação à Sua Segunda Vinda: (1) Nós, pré-milenistas, obviamente acreditamos que a profecia afirma que Cristo voltará visivelmente, em poder e grande glória, e estabelecerá Seu reino. (2) Os amilenistas estão divididos quanto à vinda de Cristo. Alguns dizem que Ele já veio e que já estamos vivendo no reino milenar (que, na melhor das hipóteses, é um grande desapontamento e, na pior, uma grande fraude). Muitos preteristas defendem essa posição. (3) A posição pós-milenista praticamente morreu depois que duas guerras mundiais provaram que o mundo não está ficando melhor. Porém, curiosamente, esse ensino está sendo retomado

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por razões que nenhum intérprete literal da Bíblia consegue entender. Os defensores do pós-milenismo querem nos convencer de que o mundo está se convertendo e que a Igreja inaugurará o reino pouco antes da volta de Cristo. Ora, com os humanistas seculares controlando o sistema educacional, os meios de comunicação, o Judiciário e o Executivo, e os pervertidos morais controlando a indústria do entretenimento (com base na afirmação de Jesus: “Pelos seus frutos os conhecereis”), é óbvio que o mundo não está ficando “cada vez melhor”; muito pelo contrário. Não, o mundo de hoje não é um lugar melhor do que era há cinqüenta anos atrás, o Cristo Rei ainda não veio, e este mundo não é Seu reino milenar. O Milênio será um período abençoado que, assim cremos, virá no futuro e, para muitos de nós, esse futuro não está longe. Portanto, neste artigo eu gosta-

ria de familiarizar o leitor com mais duas características literais desse período de mil anos que, assim esperamos, logo estará batendo às portas. No mínimo, a interpretação literal do futuro reino de Cristo torna impossível ver o mundo de hoje como o tempo do cumprimento da volta de Jesus à terra.

1. A sede do governo e as transformações geológicas A sede do governo será em Jerusalém. Essa cidade será pisada pelos gentios “até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). Depois será reconstruída. Uma descrição detalhada da região e da cidade restaurada encontra-se em Ezequiel 48.1-35. A “doação real” de terras feita por Deus a Abraão e seus descendentes estendia-se desde o rio do Egito até o grande rio, o rio Eu-


do. A cidade terá quilômetros de extensão, ladeada uma muralha à por árvores frondosas. volta, com três O “novo templo” ou “santuário” portas de cada la- ocupará uma área com quinhentas do, assim como a canas de lado, ou cerca de duzentos nova Jerusalém e cinqüenta metros (Ez 42.15-20). (Ez 48.15-18,30- O antigo templo não chegava a dois 35), totalizando quilômetros de perímetro. O profedoze portas que ta Zacarias revela que “naquele dia, receberão os no- também sucederá que correrão de Jerumes dos doze fi- salém águas vivas, metade delas para lhos de Jacó. o mar oriental [mar Morto], e a outra O “templo” ou metade, até ao mar ocidental [Medi“santuário” não terrâneo]; no verão e no inverno, suserá reconstruído cederá isto” (Zc 14.8). A posição pós-milenista praticamente morreu depois que duas guerras munna “nova cidade”, Mas essas águas vivas não brotadiais provaram que o mundo não está ficando melhor. mas no “meio” da rão de Jerusalém. A fonte de água vi“região sagrada” va da qual elas fluirão estará localizafrates (Gn 15.18). Ezequiel fixa a (Ez 48.10,20-21). Isso leva sua lo- da debaixo do santuário. Ezequiel fronteira setentrional em Hamate, calização para Siló ou suas proximi- nos conta a visão que teve do novo situada cerca de 160 quilômetros ao dades, onde o Tabernáculo ficou templo ou santuário. Ele viu que as norte de Damasco (Ez 48.1), e a instalado depois que os filhos de Is- águas saíam de debaixo do limiar da fronteira meridional em Cades, si- rael conquistaram a terra, ali per- porta do templo, passavam pelo altar tuada cerca de 160 quilômetros ao manecendo até o término da cons- das ofertas queimadas e corriam pasul de Jerusalém (Ez 48.28). A pro- trução do Templo de Salomão. Um ra o Oriente, até se tornarem um rio messa de doação de terras por “caminho” ligará o “santuário” à profundo onde se podia nadar. Deus, feita na aliança abraâmica, “nova cidade” (Is 35.8). Será uma “Então, me disse: Estas águas saem não era condicional e jamais foi re- magnífica avenida com quase vinte para a região oriental, e descem à camvogada. Sua extensão é oito vezes maior que a área originalmente A promessa de doação de terras por Deus, feita na aliança abraâmica, não era condicional e jamais foi revogaocupada pelas doze tribos de Israel. da. Sua extensão é oito vezes maior que a área originalmente ocupada pelas doze tribos de Israel. Ela deve ser dividida em doze faixas horizontais paralelas, começando em Hamate, ao norte. Cada faixa será ocupada por uma das doze tribos restauradas, sendo a primeira faixa para Dã, depois Aser, depois Naftali, Manassés, Efraim, Rúben e Judá. No centro dessa última está localizada a cidade de Jerusalém. Isso nos ajuda a mapear toda a “região sagrada”, ou “santa oferta”, com a “nova cidade” situada no mesmo local da antiga, porém ocupando uma área muito maior. Ela será um quadrado com cerca de 12.000 metros de lado, além dos subúrbios – 700 metros de cada lado – que, se forem contados como área urbana, perfazem um quadraFonte: “O Glorioso Retorno” do de quase 13.500 metros de la-

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pina [passando por Jerusalém], e en- ra o oriente; o monte das Oliveiras se- diterrâneo. Ezequiel nos diz que o tram no mar Morto, cujas águas fica- rá fendido pelo meio, para o oriente e nome de Jerusalém, a partir daquerão saudáveis [perderão o excesso de para o ocidente, e haverá um vale le dia, será Yahweh Shammah, o SEsal]. Toda criatura vivente que vive em muito grande; metade do monte se NHOR Está Ali (Ez 48.35).1 enxames viverá por onde quer que passe apartará para o norte, e a outra metaeste rio, e haverá muitíssimo peixe, e, de, para o sul. Toda a terra se tornará 2. O Templo Messiânico aonde chegarem estas águas, tornarão como a planície de Geba a Rimom, ao restaurado no Milênio saudáveis as do mar [mar Morto], e sul de Jerusalém; esta será exaltaComo vimos, o santuário, ou tudo viverá por onde quer que passe este da e habitada no seu lugar [...]. rio. Junto a ele se acharão pescadores; Habitarão nela, e já não haverá mal- templo, estará localizado no centro desde En-Gedi até En-Eglaim [no lito- dição, e Jerusalém habitará segura” da “santa oferta”. Ezequiel 4044.31 fornece uma descrição comral oriental] haverá lugar para se es- (Zc 14.4,10-11). tenderem redes; o seu peixe, segundo as Essas grandes transformações pleta do templo e seus átrios. Nesuas espécies, será como o peixe do mar geológicas provavelmente serão nhum edifício como o que Ezequiel Grande [Mediterrâneo], em multidão provocadas por terremotos ou al- descreve tão detalhadamente foi jamais construído, portanto, a profeexcessiva. Mas os seus charcos e os seus gum tipo de atividade vulcânica. pântanos não serão feitos saudáveis; se“Porque eis que o Senhor sai do cia não pode estar se referindo nem rão deixados para o sal. Junto ao rio, seu lugar, e desce, e anda sobre os al- ao templo de Zorobabel nem ao de Herodes. Visto que não às ribanceiras, de um e de haverá nenhum templo outro lado, nascerá toda sorna Nova Jerusalém, essa te de árvore que dá fruto papassagem bíblica deve ra se comer; não fenecerá a ser uma descrição do sua folha, nem faltará o seu templo que existirá na fruto; nos seus meses, produterra durante o Milênio. zirá novos frutos, porque as Também está claro que suas águas saem do santuáela não se refere à nova rio; o seu fruto servirá de aliterra, pois o local onde o mento, e a sua folha, de resantuário está situado é médio” (Ez 47.8-12). limitado pelo mar, e as Compare com Apocalipse águas que fluem dele 22.1-2. correm para o mar – O tamanho da nova cimas na nova terra o mar dade, a localização do nojá não existe (Ap 21.1). vo santuário e a depresEssa conclusão é reforsão do mar Morto, que “Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar çada pelo fato do profeta atualmente se encontra Morto, cujas águas ficarão saudáveis”. Foto: Mar Morto. mencionar o deserto, o 395 metros abaixo do nírio Jordão, o mar Medivel do mar Mediterrâneo, terrâneo e outras localiexigem grandes transformações da geografia física do terri- tos da terra. Os montes debaixo dele dades que não existirão na nova tertório de Israel. Mas como irão se derretem, e os vales se fendem; são ra, após sua renovação pelo fogo. O sacerdócio araônico será resocorrer essas transformações? como a cera diante do fogo, como as Quando Cristo voltar, Ele desce- águas que se precipitam num abismo” tabelecido e os filhos de Zadoque oficiarão e oferecerão sacrifícios (Ez rá sobre o Monte das Oliveiras, no (Mq 1.3-4). mesmo lugar onde ocorreu Sua asAs grandes alterações físicas nar- 44.15-31). Entretanto, muitos mócensão aos céus (At 1.9-12). O pro- radas na profecia nivelarão a super- veis e utensílios característicos do feta Zacarias descreve o que aconte- fície na região e prepararão o terre- antigo templo não se encontrarão cerá então: no para a construção da nova cida- no novo: a Arca da Aliança, o pote “Naquele dia, estarão os seus pés de. O mar Morto será levantado, de de maná, a vara de Arão, as Tábuas [de Cristo] sobre o monte das Olivei- modo que suas águas poderão es- da Lei, os querubins, o propiciatóras, que está defronte de Jerusalém pa- coar para o mar Vermelho e o Me- rio, o candelabro de ouro, os pães

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da proposição, o altar do incenso, o véu, o Santo dos Santos (onde só o sumo sacerdote podia entrar) e nem mesmo um sumo sacerdote para oferecer expiação pelo pecado ou fazer intercessão pelo povo, a menos que uma obscura passagem em Zacarias 6.12-13 signifique que Cristo (o RENOVO, Jeremias 23.5-6) será um “Rei-Sacerdote” que desempenhará as funções de Sumo Sacerdote juntamente com Seus deveres reais. A classe dos levitas, embora ainda preste serviço no templo, será afastada dos deveres sacerdotais por causa de seus pecados do passado (Ez 44.10-14). Será realizado um sacrifício matutino diário, mas não haverá sacrifício ao anoitecer (Ez 46.13-15). As ofertas serão: os Holocaustos, os Manjares, as Libações, a Oferta pelo Pecado, os Sacrifícios Pacíficos (Ez 45.17) e as Ofertas pela Culpa (Ez 42.13). Duas festas deverão ser celebradas: a Páscoa, mas sem a oferta do cordeiro pascal, pois Jesus já cumpriu cabalmente essa função (Ez 45.2124), e a Festa dos Tabernáculos (Zc 14.16-19). Essa última festa deverá ser celebrada por todas as nações, sob pena de sofrerem o castigo da seca ou de alguma praga. A Festa de Pentecostes será extinta, porque já terá se cumprido todo o seu propósito. O Dia de Pentecostes registrado em Atos 2.14 foi apenas um cumprimento parcial da profecia de Joel 2.28-32, pois, naquele dia, não se viram prodígios no céu e na terra como sangue, fogo e colunas de fumaça, o sol tornando-se em trevas e a lua em sangue. Mas todas essas coisas acontecerão “antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor” (Jl 2.31). A conversão da nação judaica será selada com um grande derramamento do Espírito Santo. Não

está claro se esse evento será uni- mesmo àqueles que, como Caim, versal ou ocorrerá apenas sobre Is- rejeitaram a salvação de Deus. Durante o Milênio, o sacrifício no rael. A profecia de Joel foi dada originalmente a Israel, e seu cumpri- templo terá a mesma função que a mento parcial no Dia de Ceia do Senhor tem para a Igreja hoPentecostes parece ter se limitado je. Nós não participamos do pão e do aos judeus. O Senhor, entretanto, cálice para sermos salvos, mas o fazeserá conhecido universalmente, e mos “em memória” de Jesus e do “naquele dia, sucederá que pegarão que Ele fez por nós. A Ceia é um dez homens, de todas as línguas das memorial clássico. Somos salvos e nações, pegarão, sim, na orla da veste batizados apenas uma vez, mas devede um judeu e lhe dirão: Iremos con- mos participar da Ceia regularmente vosco, porque temos ouvido que Deus para nos lembrar de nossa tão grande está convosco” (Zc 8.23). Durante o salvação e dAquele que a tornou posMilênio haverá uma religião univer- sível. O templo representará o messal (Ml 1.11). A Shekinah, a nuvem mo para os judeus na era do reino. da glória de Deus que se retirou do (Pre-Trib Perspectives) [continua] templo na época do cativeiro babilônico (Ez 10.18-20; Ez 11.22-23), Notas: voltará a encher o novo templo (Ez 1. Clarence Larkin, Dispensational Truth (Philadelphia: Clarence Larkin Publishing, 43.1-5).2 1919), pp. 93-94. Uma das perguntas que os críticos da visão pré-milenista fazem 2. Larkin, p.94. freqüentemente é: se o sacrifício de Jesus foi defiDuas festas deverão ser celebradas: a Páscoa, mas sem a oferta do cordeiro pascal, pois Jesus já cumpriu cabalmente essa função nitivo, qual é a razão da (Ez 45.21-24), e a Festa dos Tabernáculos (Zc 14.16-19). Foto: existência do templo? A mesa preparada para Páscoa Judaica. resposta a essa pergunta é que, embora não seja mais necessário oferecer sacrifício pelo pecado, pois Jesus triunfou sobre ele na cruz, o sistema sacrificial no templo funcionará como um memorial da obra redentora de Cristo. Lembre-se de que o sacrifício sempre foi a forma de Deus cobrir o pecado do homem, desde Adão até o Milênio. Durante esse período utópico, os cristãos e as pessoas que estiverem vivendo em seus corpos naturais precisarão ser lembrados do sacrifício de nosso Senhor em seu favor e do misericordioso plano de Deus, que sempre esteve acessível – até

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odo mundo enfrenta algum tipo de luta na vida. Mesmo quando procuramos seguir o Senhor, surgem problemas e dores de cabeça. Grandes e profundos vales de tristeza e dor nos trazem desânimo e medo. Oramos e buscamos a orientação e a ajuda do Senhor, sem percebermos que, na maioria das vezes, não conseguimos enxergar todo o quadro que está adiante de nós. Nós vemos a vida a partir de uma perspectiva humana limitada – e, portanto, distorcida – enquanto o Senhor vê as coisas de um ponto de vista totalmente diferente. Conseqüentemente, nossa visão é deturpada. Essa situação leva, muitas vezes, a uma espécie de mal-estar espiritual – uma paralisia espiritual – que pode nos impedir de servir nosso Deus de modo eficaz.

Procure ver além das aparências Em Juízes 6.11, Gideão, o homem que Deus escolheu para livrar Israel de seus problemas, “estava malhando o trigo no lagar, para o pôr a salvo dos midianitas”. Israel estava novamente debaixo de opressão,

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desta vez por parte da terra de Midiã, localizada a leste da Península do Sinai. Os midianitas eram descendentes de Midiã, o quarto filho de Abraão. Sua mãe era Quetura (Gn 25.1-5). De acordo com o Dr. Henry M. Morris, “dos seis filhos de Quetura (todos eles nascidos, provavelmente, no início do período de trinta e cinco anos em que Abraão viveu com ela), Midiã é o único cujos descendentes, os midianitas, são bem identificados. Os outros provavelmente se misturaram com os vários descendentes de Ismael, Ló e Esaú, formando os atuais povos árabes. Abraão enviouos ‘para a terra oriental’ (Gn 25.6) com presentes para iniciarem suas próprias tribos, e isso corresponderia à Arábia”.1 Midiã também é a região geográfica onde Moisés morou quando fugiu do Egito, em Êxodo 2.15-22. Foi lá que ele se casou com Zípora e cuidou dos rebanhos de seu sogro, Jetro. Os israelitas encontraram-se com os midianitas quando vagavam pelo deserto. Eles se enfrentaram e Israel quase os destruiu completamente (Nm 31.1-20). Existia inimi-

zade entre essas nações. Agora a maré tinha mudado, e Israel estava debaixo da opressão de Midiã. “Então, veio o Anjo do SENHOR, e assentou-se debaixo do carvalho [...] e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valente” (Jz 6.11-12). A resposta de Gideão foi rápida e afiada: “Ai, senhor meu! Se o SENHOR é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram [...]? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas” (v. 13). Do ponto de vista de Gideão, o Senhor tinha falhado com Seu povo. Que outra razão poderia haver para [os israelitas] estarem debaixo da opressão de Midiã? Que outra explicação poderia haver para o fato de Gideão ter que malhar o trigo naquele lugar tão vergonhoso e precisar esconder o cereal de seus opressores? Obviamente, pensava ele, o Senhor nos abandonou. Para Gideão, o Senhor estava em falta para com Seu povo. Nesse aspecto, ele era bem parecido conosco. Quando enfrentamos águas profundas e situações horríveis, muitas vezes culpamos a Deus, achando que, de alguma forma, Ele


nos deixou na mão ou não cumpriu Sua promessa de jamais nos abandonar. Ficaríamos surpresos com a rapidez com que mudaríamos de idéia se pudéssemos ver as circunstâncias em que nos encontramos, sob o ponto de vista de Deus. Um pouco antes, ainda em Juízes 6, o Senhor revelou por que Israel sofria tanto e por que os midianitas pilhavam suas colheitas: “Fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR; por isso, o SENHOR os entregou nas mãos dos midianitas por sete anos” (v. 1). Deus não tinha falhado com Seu povo; este é que tinha pecado e se afastado dEle, e estava sofrendo as conseqüências. Gideão tinha interpretado mal a sua situação. Embora às vezes possa parecer que o Senhor nos abandonou, a realidade é muito diferente. Às vezes, sofremos por causa do pecado. Outras vezes, Deus usa as circunstâncias para nos proteger ou nos dar um testemunho para que possamos glorificá-lo. Não importa qual seja a situação, precisamos olhar além das aparências e nos lembrar de que Deus nunca abandona os que são Seus; e Ele nunca é injusto.

inúteis que envolvem a semente propriamente dita. No alto de uma montanha, o vento sopra as cascas para longe, enquanto os grãos caem no chão. O platô elevado do Monte do Templo, por exemplo, era originalmente a eira de Ornã, o jebuseu – o local onde ele cirandava o trigo (1 Cr 21.18). Gideão, esse “homem valente”, estava se escondendo porque ainda não tinha percebido com quem estava falando. “Então, se virou o SENHOR para ele e disse: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu?” (Jz 6.14).

tante como Gideão. Do mesmo modo que Moisés havia feito antes dele, Gideão tentou rejeitar a orientação de Deus para sua vida. Quantas vezes temos um comportamento semelhante! Por exemplo, sabemos que há alguma necessidade específica na nossa igreja local, mas nos sentimos inadequados para a tarefa. Precisamos reavaliar nossos recursos e nos lembrar de que Deus nos deu dons espirituais para o Seu serviço. A resposta de Gideão foi clara: “Ai, Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai” (v. 15). Ele estava dizendo: “Não sou digno dessa tarefa. Não sou famoso, e sou insignificante demais para fazer o que Tu estás pedindo”. É interessante observar que Gideão usou a palavra Adonai quando falou com o Anjo do Senhor. Adonai é um dos nomes de Deus encontrados nas Escrituras hebraicas. Pode ser traduzida como “amo”. Se o Senhor é o nosso “Amo”, então Ele tem todo o direito de exigir obediência absoluta a todas as Suas ordens. E Seus serO ato de malhar ou cirandar o cereal numa peneira serve para sepavos podem esperar que Ele rar o grão da palha, as cascas inúteis que envolvem a semente proReavalie seus forneça toda a assistência nepriamente dita. recursos cessária para que a tarefa seja O Anjo do Senhor, que é realizada. uma aparição pré-encarnada do SeO Senhor disse ao Seu servo esO apóstolo Paulo entendeu bem nhor Jesus, identificou Gideão co- colhido para ir e liderar Israel na lu- esse conceito, que exprimiu, sob a mo um “homem valente” (v. 12). ta contra o seu inimigo. Ele tam- inspiração do Espírito Santo, num Será que um homem destemido e bém lhe deu a chave para cumprir dos mais poderosos versículos do corajoso malharia sua colheita num essa tarefa: “Porventura, não te en- Novo Testamento: “Tudo posso navale, ao invés de no topo de uma viei eu?” O próprio Senhor tinha quele que me fortalece” (Fp 4.13). A montanha, como tradicionalmente comissionado Gideão. Se somos fi- obra de Deus é feita através do pose fazia? lhos de Deus pela fé, Ele também der de Deus. Nós não contamos O ato de malhar ou cirandar o nos comissionou e ordenou que fi- com nossos próprios recursos; concereal numa peneira serve para se- zéssemos certas coisas. O Senhor tamos com os recursos dEle. Esse parar o grão da palha, as cascas muitas vezes escolhe um servo relu- poder estava à disposição de Gi-

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deão. O visitante angelical assegurou-lhe: “Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas” (v. 16).

Confie em Deus Apesar dessas garantias, Gideão ainda estava inseguro. Parece que ele duvidou dAquele que estava de pé na sua frente, e não confiou inteiramente nEle. Talvez ele não estivesse percebendo que era o Deus dos céus e da terra que o estava comissionando e prometendo-lhe a vitória. Então, Gideão pediu um sinal ao Anjo do Senhor: “Se, agora, achei mercê diante dos teus olhos, dáme um sinal de que és tu, SENHOR, que me falas” (v. 17). Ele pediu a seu visitante que esperasse enquanto ele preparava um sacrifício e o colocava diante dEle (v. 18). Isso deve ter levado tempo, já que ele tinha que matar o cabrito, tirar-lhe o couro, cozinhá-lo e assar os pães asmos. Quando sua oferta estava pronta, “trouxe-lho até debaixo do carvalho e lho apresentou” (v. 19). “Estendeu o Anjo do SENHOR a ponta do cajado que trazia na mão e tocou a carne e os bolos asmos; então, subiu fogo da penha e consumiu a carne e os bolos; e o Anjo do SENHOR desapareceu de sua presença” (v. 21). Foi então que Gideão finalmente percebeu que tinha estado na santa presença do Senhor: “Ai de mim, SENHOR Deus! Pois vi o Anjo do SENHOR face a face” (v. 22). Ele deve ter achado que ia morrer, porque o Senhor lhe garantiu: “Paz seja contigo! Não temas! Não morrerás!” (v. 23). O servo respondeu a seu Amo construindo um altar, que chamou de “O SENHOR É Paz [Yahweh Shalom]” (v. 24). Assim como Gideão, nós muitas vezes não confiamos no chamado de Deus para nossa vida. Porém,

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Provérbios nos ensina: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3.5-6). O Novo Testamento também nos exorta a confiar no Senhor quando Ele nos chamar para o

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3.5,6).

Seu serviço: “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Ts 5.24). Se o Senhor tem uma missão para você, então pode confiar que Ele lhe dará tudo o que for necessário para possibilitar-lhe seguir Suas instruções. O Senhor foi fiel a Gideão, que, mais uma vez, questionou Seu Amo pedindo-lhe um outro sinal, dessa vez utilizando porções de lã. Gideão colocou um pedaço de lã no chão do lagar e disse a Deus: “Se hás de livrar a Israel por meu intermédio, como disseste”, faz com que, pela manhã, a lã esteja molha-

da e o chão seco. “E assim sucedeu” (vv. 36-38). Então, ele pediu o contrário: chão molhado e lã seca. “E Deus assim o fez naquela noite” (v. 40). Gideão finalmente estava pronto para atacar os midianitas. Porém, o Senhor queria deixar bem claro que a vitória pertencia somente a Ele. Então, reduziu o tamanho do exército de Israel de 32.000 para 300 homens. Primeiro, Ele mandou de volta para casa os medrosos (Jz 7.3); depois, dispensou mais homens, baseando-se no modo como bebiam água na margem. Assim, Gideão e seu inacreditável bando de 300 homens aniquilaram guerreiros que “cobriam o vale como gafanhotos em multidão; e eram os seus camelos em multidão inumerável como a areia que há na praia do mar” (v. 12). E Gideão libertou Israel, como Deus tinha prometido. O Senhor que auxiliou Gideão e seus homens há mais de 3.000 anos é o mesmo que hoje sustenta, protege, defende e capacita Seus servos. Ele não mudou, nem jamais mudará: “Porque eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3.6); “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8). Precisamos nos lembrar de que a perspectiva de Deus é a perspectiva certa. E a melhor maneira de vencer a paralisia espiritual é manter nossos olhos firmemente fixos nEle, e correr a carreira que está diante de nós, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2). (Israel My Glory) Thomas C. Simcox é diretor de The Friends of Israel para os Estados do Nordeste dos EUA. Nota: 1. Dr. Henry M. Morris, citado em: Paul S. Taylor, “Midian”. Disponível em: www.christiananswers.net/dictionary/midian.html.


O falar de Deus em nosso tempo Deus fala, em primeiro lugar, através da Sua Palavra. Conforme o Salmo 19, também o Universo é um falar de Deus. As estrelas e inúmeras galáxias proclamam a existência do Criador e revelam que não surgiram por acaso. Mas o Senhor se manifesta também através dos acontecimentos e de catástrofes e é interessante observar sua relação com Israel.

Uma conferência oficial sobre o tema geral “Um Mundo Sem Sionismo” foi a plataforma a partir da qual o presidente iraniano proclamou: “Israel deve ser apagado do mapa!” No mesmo dia – quarta-feira, 26 de outubro de 2005 – os judeus comemoravam “Simchat Torah” (“Alegria da Lei”, a festa da Torá). Na sextafeira seguinte, centenas de milhares de muçulmanos realizaram manifestações contra o Estado judeu e pela “libertação de Jerusalém”. E, exatamente no mesmo dia, Israel comemorou o “Dia de Jerusalém”. Esse confronto mostra claramente o ódio e a ânsia de atacar do inimigo contra a Palavra de Deus e contra Jerusalém. Mas justamente as duas festas – a “Alegria da Lei” e o “Dia de Jerusalém” – proclamam a vitória de Deus. A Palavra de Deus prevalecerá e se cumprirá: Jerusalém será o local da volta de Jesus, o Messias, e a sede do Seu governo futuro. Não é de admirar, portanto, que o inimigo tenha tanto ódio contra as Escrituras e contra Jerusalém. Será

que, inconscientemente, o presidente iraniano percebeu isso ao acentuar em seu discurso: “O reconhecimento do Estado judeu significa aceitar O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad: “Israel deve ser a derrota do apagado do mapa!” mundo islâmico e a desistência dele ”(Die Welt). província da Babilônia, com No final, qualquer inimizade fra- as ofertas voluntárias do povo cassará diante da Palavra de Deus. e dos sacerdotes, oferecidas, Houve uma vez na história um espontaneamente, para a casa rei da Pérsia que reagiu de modo de seu Deus, a qual está em completamente diferente que o Jerusalém” (Esdras 7.12-16). atual presidente persa (iraniano): Artaxerxes chamou as Escrituras o rei Artaxerxes. Ele mandou de “Lei do teu Deus” e Jerusalém dizer ao escriba Esdras: de “habitação do Deus de Israel”. “Artaxerxes, rei dos reis, ao Quanto a atual Pérsia (o Irã) afassacerdote Esdras, escriba da tou-se dessa afirmação de um de Lei do Deus do céu: Paz per- seus grandes reis! Tendo em vista a inimizade do feita! Por mim se decreta que, no meu reino, todo aquele do mundo árabe, o salmista já orou povo de Israel e dos seus em seu tempo: “Ó Deus, não te sacerdotes e levitas que quiser cales; não te emudeças, nem ir contigo a Jerusalém, vá. fiques inativo, ó Deus! Os teus Porquanto és mandado da inimigos se alvoroçam, e os parte do rei e dos seus sete que te odeiam levantam a conselheiros para fazeres cabeça. Tramam astutamente inquirição a respeito de Judá e contra o teu povo e conspiram de Jerusalém, segundo a Lei contra os teus protegidos. do teu Deus, a qual está na tua Dizem: Vinde, risquemo-los de mão; e para levares a prata e o entre as nações; e não haja ouro que o rei e os seus conse- mais memória do nome de lheiros, espontaneamente, ofe- Israel” (Salmo 83.1-4). Nos verreceram ao Deus de Israel, sículos seguintes são citadas dez cuja habitação está em nações unidas no ódio contra Deus Jerusalém, bem assim a prata e Seu povo. Trata-se de países que e o ouro que achares em toda a atualmente são todos islâmicos.

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Do Nosso Campo Visual Entretanto, mesmo que a comunidade internacional fique parcialmente calada diante desse ódio e que até mesmo o cristianismo esteja se distanciando de Israel – o Senhor não se cala. Ele diz através do profeta Isaías: “Por amor de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa. As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do SENHOR designará” (Isaías 62.1-2). Pelo contexto fica claro que se trata da volta do Messias. Deus não se calará por amor de Jerusalém até que o Messias retorne para lá, fazendo resplandecer a Sua justiça, trazendo a Israel Sua salvação e Sua glória, e todas as nações O reconhecerem. Isso significa que o Senhor não se calará por amor a Jerusalém mesmo durante a era da Igreja, até que o Messias tenha voltado. E então nos perguntamos: como o Senhor fala por Jerusalém em nossa época? Naturalmente, Ele nos fala em primeiro lugar pela Sua Palavra. Ao mesmo tempo, Ele se manifesta através da Criação, pois o Salmo 19 mostra que o Universo é um falar de Deus, que anuncia o Criador. Além disso, o Senhor fala também através de catástrofes naturais a um mundo que se fecha cada vez mais diante da Sua Palavra. Lemos, por exemplo: “Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante ele

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arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta” (Salmos 50.3). No livro do profeta Isaías, essa afirmação é complementada: “Eis o nome do SENHOR vem de longe, ardendo na sua ira, no

Israel comemora o “Dia de Jerusalém”.

meio de espessas nuvens; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como fogo devorador. A sua respiração é como a torrente que transborda e chega até ao pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição; um freio de fazer errar estará nos queixos dos povos... O SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o golpe do seu braço, que

desce com indignação de ira, no meio de chamas devoradoras, de chuvas torrenciais, de tempestades e de pedra de saraiva” (Isaías 30.27-28,30). Sem dúvida, essas palavras nos lembram as destruidoras inundações, tsunamis, furacões e incêndios que têm ocorrido em diversos lugares do mundo! Palavras semelhantes são usadas pelo profeta Sofonias ao escrever sobre o vindouro Dia do Senhor: “Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clama até o homem poderoso. Aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas, dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas. Trarei angústia sobre os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o sangue deles se derramará como pó, e a sua carne será atirada como esterco” (Sofonias 1.14-17). Tudo isso fica ainda mais excitante quando lembramos que as forças da natureza se levantam num tempo em que as nações se esforçam para tirar Jerusalém de Israel. Após a desocupação da Faixa de Gaza, a secretária de Estado americana deu a entender que Jerusalém seria a próxima etapa. A respeito, deveríamos considerar as afirmações do profe-


Do Nosso Campo Visual ta Zacarias, enviado por Deus às nações com uma mensagem especial: “Pois assim diz o SENHOR dos Exércitos: Para obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho” (Zacarias 2.8). Deus não se cala por amor de Jerusalém e nós cristãos também não deveríamos fazê-lo, pois Isaías diz: “Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR, não

descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra. Jurou o SENHOR pela sua mão direita e pelo seu braço poderoso: Nunca mais darei o teu cereal por sustento aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu vinho, fruto de tuas fadigas” (Isaías 62.6-8). Leia mensalmente nossa revista Notícias de Israel para acompanhar os acontecimentos no Oriente Médio e para compreender melhor seu significado bíblico. (Norbert Lieth)

O filme “Nárnia” O filme “Nárnia” e a série de livros de C.S. Lewis têm sido apresentados como possíveis “fortalecedores da fé” para os jovens.

Informa-se que um grande número de pessoas teria chegado à fé em Jesus através dos livros de Clive Staples Lewis (1893-1963), o autor da série “Crônicas de Nárnia”. Quando jovem, o erudito e intelectual Lewis era ateu convicto. Em 1929, porém, ele começou a mudar lentamente suas posições e passou a se interessar por Deus. Uma grande contribuição para isso foi dada pelo conhecido escritor J.R.R. Tolkien, autor do livro “O Senhor dos Anéis”. Este tentou convencer Lewis de que Deus, em Cristo, realmente morreu por nós. Conta-se que mais tarde, enquanto ia de ônibus para o zoológico, Lewis começou a crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus. O próprio Lewis teria se negado a apresentar suas obras

como alegoria cristã. Certa vez, ele escreveu: “É preciso obedecer a Deus em virtude do que Ele é em si mesmo”. Justamente isso, porém, não foi feito ao se filmar “Nárnia”. Ao público é apresentado um mundo de fábulas,

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extraídas da fantasia, e que nada têm a ver com a Bíblia. Da mesma forma, poderíamos montar uma estrutura cristã sobre certas lendas ou histórias infantis. Não que seja proibido usar exemplos e histórias apontando de forma clara, bíblica e cristocêntrica para o Evangelho, mas apresentar a obra de Lewis como “evangélica” não está correto.

No filme “Nárnia”, um leão chamado Aslan representa Jesus Cristo: ele morre em sacrifício, volta a viver e traz paz ao mundo como rei.

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Do Nosso Campo Visual viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.12-13). O apóstolo Pedro não se baseou em fábulas, mas na realidade espiritual, escrevendo aos seus leitores: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1.16). O filme “Nárnia” trata de um misterioso armário, através do qual os espectadores são levados a um outro mundo de feitiçaria, lendas e mitos da Idade Média. Nele, um leão chamado Aslan representa Jesus Cristo: ele morre em sacrifício, volta a viver e traz paz ao mundo como rei. Há personagens humaNo filme há personagens humanos, mas também uninos, mas também unicórnios, minotauros, ciclopes, monstros e outros seres córnios, minotauros, das trevas. ciclopes, monstros e outros seres das trevas. Ao invés de tentar transmitir a mensagem bíblica com tais recursos, a Bíblia nos exorta a fazer exatamente o contrário: “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Efésios 5.11).

A Palavra de Deus nos adverte claramente a não darmos lugar às fábulas. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreve com referência aos tempos finais: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4.3-4). Quando lembramos quanta publicidade da série “Nárnia” tem sido feita no mundo cristão, chegamos à conclusão de que poderíamos nos encontrar justamente na época de que a Bíblia já falou há muito tempo atrás. Por que o maravilhoso Evangelho de Jesus Cristo, que o Espírito Santo nos transmite através da Bíblia, não satisfaz mais a muitos? Por que alguns acham que é necessário adaptá-lo para oferecer fábulas inventadas pelo homem à nossa sociedade? Aqueles que crêem que tais livros ou filmes “fortalecem a fé” dos jovens, provavelmente perderam a fé no poder do Evangelho: “Porque a palavra de Deus é

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No site do jornal inglês The Daily Telegraph, o filme “Nárnia” foi comparado à “‘Paixão de Cristo’ para crianças”. O artigo também dizia que conhecidos líderes cristãos têm afirmado que “Nárnia” anuncia a Boa-Nova de Jesus Cristo e que se trata de um bom meio para levar o Evangelho às pessoas que não são receptivas para outras formas de pregação. O que será que tais crentes acham do versículo que diz: “Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais” (2 Coríntios 11.4)? A respeito, pensemos também nas sérias palavras dirigidas aos gálatas: “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.8-9). Através do filme “Nárnia” é anunciado, utilizando meios humanos e seguindo os princípios do mundo, um evangelho que não é verdadeiro. Não devemos deixar-nos prender por tais métodos, pois lemos: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2.8). À medida que a Disney oferece aos evangélicos o filme “Nárnia” como sendo cristão e ao restante


Do Nosso Campo Visual do público como uma película de fantasia clássica, ela consegue arrecadar muito dinheiro. Com tal estratégia, o “homicida desde o princípio” (João 8.44) conseguiu mais uma vez levar os cristãos verdadeiros, que têm fundamento bíblico e na realidade deveriam protestar contra o filme, a até fazer propaganda dele. Enquanto isso, mesmo pessoas do mundo perceberam o engôdo, pois uma conhecida revista alemã afirmou: “A fantasia do filme ‘Nárnia’: a Disney quer enganar os cristãos!” (Der Spiegel Online). Ainda que uma boa história contenha verdades da vida real, não se trata do próprio Evangelho. É claro que muitas

Sacrifício de crianças No estado indiano de Orissa continuam sendo praticados sacrifícios infantis: A polícia diz que na vila de Chotkei, no distrito de Angul, no estado de Orissa (Índia), são sacrificadas ao menos três crianças por ano à deusa Kalapat. “A população tribal da região acredita que a maior oferenda à deusa Durga é o sacrifício de crianças”, afirmou Arung Sarangi. Incidentes envolvendo o sacrifício de crianças foram revelados com a morte de Dandua Behera na vila de Chotkei. Ele morreu enquanto estava sob a custódia da polícia, depois de ter sido preso sob a acusação de ter matado o menino Raju, filho de Dhaneswar Sahu, da vila de Kutulusinga. Supostamente, o menino foi sacrificado à deusa, informaram as autori-

coisas da vida podem ter aplicação evangelística. Por exemplo, foi o que Paulo fez em Atenas quando anunciou Jesus Cristo referindo-se ao “altar ao deus desconhecido” (veja Atos 17.22ss.). O Senhor Jesus também pregou a verdade de Deus através de parábolas e ilustrações da natureza, etc. Do mesmo modo, os profetas e apóstolos falaram muitas vezes usando imagens para transmitir o ensino de Deus. Evangelistas abençoados usam acontecimentos, objetos e histórias do dia-adia para proclamar a mensagem da salvação. Certamente isso não é reprovável, mas não devemos esquecer que Jesus é o próprio Deus e a Palavra (o Verbo) de

Deus que se fez carne (veja João 1.14), Seus profetas e apóstolos foram inspirados pelo Espírito Santo e, assim, transmitiram diretamente a Palavra de Deus. Portanto, a evangelização deve basear-se nas Escrituras e ter Cristo como centro. Apresentar um mundo de fantasia misterioso como “evangelho” é mais do que equivocado, pois assim as pessoas são mais afastadas da verdade e não conduzidas a ela. A Palavra de Deus, por outro lado, fala por si mesma e nela reside o poder da salvação: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17). (Norbert Lieth)

dades policiais, acrescentando que ele sacrifício dos bebês que ainda não tinha desaparecido há vários dias. nasceram: milhões deles são abor“Durante o interrogatório, Dandua tados e “sacrificados” ao deus da confessou que pelo menos três crian- conveniência e do materialismo. As palavras de 1 Coríntios ças são sacrificadas a cada ano para apaziguar a deusa na vila de 10.20 aplicam-se aos dois casos: “Antes, digo que as coisas que Chotkei”, conforme Sarangi. Dandua contou que os habitantes eles sacrificam, é a demônios do povoado recolheram o sangue do que as sacrificam e não a menino para oferecê-lo à deusa. Ele Deus; e eu não quero que vos tinha prometido sacrificar um ser torneis associados aos demôhumano para que seu irmão se recu- nios”. (Arno Froese) perasse de uma enfermidade. Dandua teria dito à polícia: “A deusa pediuA deusa Durga. me que sacrificasse uma criança do sexo masculino”. (Times of India)

Notícias como essa são extremamente chocantes. Se algo assim acontecesse no mundo ocidental, seriam ouvidos muitos protestos. Ao mesmo tempo, porém, acostumamo-nos com o

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Morte na eternidade? Pergunta: “Em Isaías 65.20 está escrito: “Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado”. O que quer dizer isso? Sempre achei que depois da morte vinha a eternidade. Mas parece que a morte continuará existindo...”

Resposta: Isaías 65.20 fala da situação durante o Milênio, ou seja, do tempo em que Jesus Cristo vai governar este mundo. Quando Ele, o Filho de Deus, voltar à terra e estabelecer Seu reino em Israel, a situação das pessoas vivas na ocasião mudará completamente. O domínio do Anticristo será rompido e o reino de paz de Jesus Cristo será estabelecido. O irromper da era messiânica criará uma nova terra, onde não haverá mais mortalidade infantil, onde a expectativa de vida das pessoas será muito maior que a de hoje e onde o lobo e o cordeiro pastarão juntos. Acima de tudo, porém, o Senhor se alegrará com Jerusalém e com Seu povo Israel (veja Is 65.18). Exultação e regozijo dominarão sobre a terra.

Nosso Ponto de Vista Vemos os "Picos das Montanhas" e os "Vales" da encosta e podemos separar a primeira e a segunda profecias vindouras. Nascimento de Jesus (Belém) Calvário Nm 24.17; Is 7.14; Mq 5.2 Is 53.1-12

Entretanto, por mais belo que o Milênio venha a ser, ele terá, como diz seu nome, uma duração limitada, e de forma alguma representará a plena glória da eternidade. Isso é demonstrado com clareza pelo Salmo 2. Por essa razão, muitos comentaristas bíblicos salientam que as palavras introdutórias em Isaías 65.17 referem-se aos novos céus e à nova terra mencionados em Apocalipse 21 e 22, mas Isaías 65.20 trata do Milênio. Quando li sua pergunta, lembrei-me do que Wim Malgo, fundador da Chamada da Meia-Noite, dizia sobre o caráter da profecia: “Os profetas eram porta-vozes de Deus (veja Hb 1.1). Como Ele é o Deus Eterno, os profetas anunciavam verdades eternas. Ou seja, não podemos limitar suas profecias a um determinado espaço de tempo. Por isso, é importante dar a maior atenção àquilo que os profetas dizem sobre o futuro. Às vezes suas palavras, ou melhor, a Palavra de Deus, abrange espaços de tempo muito distantes um do outro. Não raramente os profetas descrevem dois eventos diferentes usando as mesmas definições ou a mesma imagem caracterizando a ambos. Ou então passam, quase desapercebidamente, de um

tema da profecia a outro. Outras vezes repetem e expandem profecias dadas por Deus em ocasiões anteriores, fornecem indicações de um cumprimento mais abrangente ou acrescentam detalhes a previsões feitas no passado”. Em outra ocasião, Wim Malgo comparou a visão de um profeta com a de um alpinista: ele consegue ver a silhueta de montes e cadeias de montanhas, mas os vales entre elas ficam encobertos. – Parece-me que essa imagem do alpinista se aplica com muita propriedade ao que Isaías fala sobre os novos céus e a nova terra. Pois somente quando o Milênio tiver chegado ao final e Satanás tiver sido lançado no lago de fogo, a glória eterna despontará, quando serão criados céus e terra completamente novos. E aí uma grande voz proclamará do trono de Deus: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram” (Ap 21 3-4). (Elsbeth Vetsch)

Sacerdote Hb 4.14 A Cidade Santa Ap 21. 2

Aparece Apareceu

Glória Hb 9.24

Anticristo Dn 7.19-27

Aparecerá

O Reino O Sol da Justiça Dn 7.13-14; Is 2.1-3; Mq 4. 1-2; Ag 2. 5-9 Ml 4.1-6

Destruição da Terra pelo Fogo 2 Pe 3. 7-13

O que os profetas viram

Os Novos Céus e a Nova Terra Is 65.17; 66.22; Ap 21.1

Vale do Antigo Testamento O ponto de vista dos profetas

20

Chamada da Meia-Noite, abril de 2006

Vale da "Igreja" Os profetas não viram isto.

O Vale da "Era Perfeita"

Fonte: Bíblia de Estudo Profética



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