da Meia-Noite
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Mateus 25.6
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JANEIRO DE 2007 • Ano 38 • Nº 1 • R$ 3,50
Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Índice Prezados Amigos
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Coagidos Pela Babilônia
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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00 Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf
Mãe Raquel
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Do Nosso Campo Visual
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Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês.
• Os inimigos de Israel querem muito mais - 17
As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas
Aconselhamento Bíblico Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.
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• Tribunal de Cristo ou grande trono branco?
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Um novo ano começou. Novos desafios estão diante de nós. Talvez devêssemos fazer uma parada e pensar conscientemente na singular oferta que Deus nos faz: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (Jo 15.4). Como cristãos, costumamos testemunhar que Deus é amor, e sabemos que por essa razão Ele tem o desejo de manter comunhão conosco, com os homens que Ele criou. Espero que todos os que lêem estas linhas já tenham aceito o convite de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Ouvimos o chamado e chegamos até Jesus. Assim começou nosso cristianismo, a nova vida com o Senhor, junto de Seus filhos na igreja. Imediatamente antes de sofrer e morrer, o Senhor Jesus dirigiu o convite muito especial aos Seus discípulos: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (Jo 15.4). No meio do assim chamado “discurso de despedida”, num momento em que os corações dos discípulos estavam muito pesados, Jesus revelou-lhes essa possibilidade completamente nova. Ele estava falando de uma forma totalmente diferente de ser, não apenas junto dEle, mas nEle. Durante três anos o Mestre havia estado com eles, e eles O haviam seguido. Mas agora, muito brevemente, começaria uma nova fase no seu relacionamento mútuo, que era esse “permanecer nEle”, assim como vemos na ilustração do ramo que permanece na videira. Jesus nos discípulos, e eles nEle. Certamente esse “permanecer” em Jesus tem o maior significado e a maior importância no que diz respeito ao nosso discipulado. Neste ano de 2007, Ele não apenas estará conosco, mas nós estaremos e ficaremos com Ele e nEle, a cada hora, dia após dia, durante todo o ano que está à nossa frente. Somente assim poderemos produzir frutos para a eternidade, o que precisa ser salientado, uma vez que cada ano que passa nos aproxima mais e mais do Tribunal de Cristo. Através de dolorosas experiências pessoais todos nós sabemos como é difícil, quase impossível “permanecer em Cristo”. Parece que existe uma verdadeira conspiração nos impedindo de permanecer nEle. Nossas emoções nos dizem que esse é um belo ideal a ser alcançado, mas a realidade prova que não é fácil. Quantas vezes já tentamos, e chegamos à conclusão que é impossível, que simplesmente não conseguimos permanecer sempre em Jesus. Porém, se o Senhor Jesus não apenas espera isso de nós mas nos exorta a “permanecermos nEle”, então esse permanecer deve ser possível.
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Basicamente olhamos demais para nós mesmos, para nossas experiências passadas e para nossos sentimentos. Ao invés de ficarmos centrados naquilo que vem de nós mesmos, nossas atenções deveriam se dirigir mais e mais para o Espírito Santo, nosso Consolador e Advogado, contando com Sua obra, pois “aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (2 Co 1.21-22). Entendemos bem? Deus é Aquele que nos firma no Filho (a Videira), através do Espírito Santo. Por quê? Porque somente como ramos ligados à videira produziremos frutos que honram a Deus, frutos que O glorificam e O exaltam. A ilustração da videira com seus ramos produzindo frutos demonstra a necessidade da fé em um Deus que se revelou em três Pessoas em uma unidade: Deus o Pai (o Viticultor) nos firma (a nós, os ramos) no Filho (a Videira Verdadeira) por meio do Espírito Santo! Será que uma criança pequena acha difícil agarrar firmemente a mão do pai no meio de trânsito perigoso? Os ramos precisam se esforçar para permanecer na videira? Quando tivermos entendido e captado essa profunda realidade espiritual de que é possível permanecer “em Cristo”, então ela se tornará concreta e prática na nossa vida cotidiana, pois saberemos que podemos contar sempre com Ele. Quanto mais profundamente estivermos convencidos de que falhamos miseravelmente, quanto mais convictos estivermos de que nossos esforços são inúteis, mais facilidade teremos em confiar apenas e unicamente na obra do Espírito Santo em nós! Com o sinceros votos de que o Senhor os abençoe, desejo a todos um Feliz Ano Novo!
Dieter Steiger
Bíblia de Estudo Profética Bíblia com comentários e artigos de aproximadamente 50 peritos em profecia bíblica. Juntamente com Tim LaHaye, Ed Hinson, Thomas Ice e Jim Combs fazem desta obra uma verdadeira biblioteca de sabedoria e discernimento. Com ela fica Páginas: 1408 págs Formato: 16 x 23 cm mais fácil compreender a profecia bíblica.
Norbert Lieth
Há algum tempo Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, disse em uma entrevista: “Neste momento o mundo está enfrentando as maiores transformações já vistas pela História, e todas de uma vez só”.1
O presidente norte-americano George W. Bush reconheceu, recentemente, que os EUA invadiram o Iraque com base em informações falsas, mas afirmou que ainda assim a invasão foi uma ação correta. É claro que as pessoas se perguntam por que a invasão ocorreu se não havia um motivo forte para isso. Será que se trata de um poder misterioso que arrasta os povos para o Iraque (a antiga Babilônia)? Será que as transformações atuais, especialmente no que se refere ao Oriente Médio, têm um pano de fundo espiritual mais forte do que parece? Nesse contexto também é interessante ler uma notícia publicada em novembro de 2005: Arqueólogos alemães restauram a Babilônia. (...) Os históricos muros de Babel devem ser agora restaurados sob a supervisão do Instituto de Arqueologia alemão. (...) Essa reconstru-
ção começou em 1978, conduzida por Saddam Hussein. (...) Hussein conseguiu conferir novo brilho à antiga cidade da Babilônia. Assim, o magnífico palácio sul de Nabucodonosor foi reerguido, bem como algumas instalações de templos. Por baixo da Babilônia antiga Hussein mandou construir garagens subterrâneas e restaurantes, a fim de que a cidade se tornasse acessível ao turismo em massa.2
Até parece que a Babilônia (Iraque) é um tipo de imã, atraindo o mundo. Parece também que num futuro próximo emanará dela uma atração cada vez mais forte, cativando os povos. A Bíblia fala de uma Babilônia escatológica que se divide em duas partes: um sistema religioso (Ap 17) e um sistema econômico e político anticristão (Ap 18). A seguir nos concentraremos no sistema econômico-político anticristão:
A Porta de Ishtar.
Babilônia – literalmente uma cidade? Seria a “Babilônia” mencionada em Apocalipse 18 uma alusão simbólica a um sistema político e econômico mundial, ou a uma Babilônia no sentido geográfico, que voltará a existir em um futuro próximo, a fim de se tornar a sede do governo do último líder anticristão? É preciso observar o seguinte princípio hermenêutico: Se o significado direto de um texto faz sentido, então não se deve procurar outro sentido. Cada palavra deve ser interpretada em seu significado original, literal, desde que o contexto imediato não leve a outra interpretação.3 Outro princípio que deve ser observado é: “Não se deve distorcer o significado de um texto apenas para que ele concorde com uma opinião
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• A Babilônia é julgada em um dia, de forma inesperada e repentina. A cidade é queimada com fogo (v.8); os campos petrolíferos do Kuwait em chamas no ano de 1991 foram, de forma simbólica, uma amostra desse dia que virá. • A “fumaceira do seu incêndio” pode ser vista à O presidente norte-americano George W. Bush distância (v.9), mais um reconheceu, recentemente, que os EUA invadiram o Iraque com base em informações falsas, indício de que se trata mas afirmou que ainda assim a invasão de um ponto geográfico foi uma ação correta. específico. • Os líderes da terra lamentarão e chorarão a pré-concebida. Qualquer texto deve queda da Babilônia (v.9). inicialmente falar por si mesmo, • Políticos, comerciantes e venainda que surjam problemas de har- dedores ou forças econômicas monização temporariamente insolú- (multinacionais?), “conservando-se veis”. Vamos aplicar esse princípio de longe”, vão chorar sobre ela. O a Apocalipse 18. “conservar-se de longe” parece novaPortanto, tentemos não enxergar mente apontar para um ponto geopor trás de Apocalipse 18 algo que gráfico distante (vv. 10-11, 15). não esteja escrito ali, mas analisemos • Ela (a “grande Babilônia”) será o que está expresso de forma literal: aniquilada repentinamente “em • Trata-se da “...grande Babilô- uma só hora” (vv. 10,17,19). nia” (v.2). • Em Apocalipse 18.17-19 le• O nome exato “Babilônia” (vv. mos: “Porque, em uma só hora, ficou 2,10,21) é usado sem qualquer sen- devastada tamanha riqueza! E todo sacionalismo. piloto, e todo aquele que navega livre• Fala-se literalmente da “cidade mente, e marinheiros, e quantos labuda Babilônia”, ou então da “grande tam no mar conservaram-se de longe. cidade” (vv. 10,16,18-19,21). Então, vendo a fumaceira do seu in• Fala-se de povos que bebem cêndio, gritada Babilônia, isto é, tiram proveito vam: Que cidessa região; de líderes nacionais dade se comque se ocupam da vida política na para à grande Babilônia, e de comerciantes que cidade? Lanvêem ali boas chances de negócio e çaram pó sobre obtêm lucro material (vv. 3,9). a cabeça e, Aparentemente trata-se de uma chorando e região à qual os povos se sentem p r a n t e a n d o , atraídos e que serve à globalização. gritavam: Ai! • Fala-se do povo de Deus, que Ai da grande é instado a fugir da Babilônia (v.4); cidade, na isso aponta para um local geográfi- qual se enrico específico. queceram todos
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os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora, foi devastada!” Quando lemos nesse texto a respeito de pilotos, marinheiros e todos aqueles que trabalham no mar e ficaram ricos “à custa de sua opulência”, o primeiro pensamento se dirige naturalmente para a indústria petrolífera, com suas multinacionais, petroleiros, plataformas, companhias de navegação e todo o imenso capital ligado a ela. Em relação a isso, é interessante notar que o Iraque dispõe da segunda maior reserva de petróleo do mundo. Além disso, esses recursos são de enorme importância para o mundo ocidental (combustíveis, geração de energia), especialmente em vista da crescente força econômica da China. O Dr. Arnold Fruchtenbaum escreve, referindo-se à literalidade do capítulo 18 do último livro da Bíblia: “Apocalipse 18 fala da cidade da Babilônia e deve ser entendido de forma literal. Ela se tornará a capital do mundo sob a direção do Anticristo...”4 O mesmo assunto é comentado pelo professor de Bíblia James Allen: O capítulo não traz nenhuma indicação de que o termo “Babilônia” esteja se referindo a algo que não seja a cidade do mesmo nome (...) e se Deus
A antiga Babilônia no Iraque ressurgirá?
chama essa cidade de Babilônia, precisamos de motivos bíblicos muito fortes para substituí-lo por algum outro. (...) Não há dúvida de que essa cidade será construída de forma muito rápida. A ascensão meteórica da besta ao governo mundial será acompanhada pelo súbito reaparecimento dessa antiga cidade às margens do Eufrates.5
Tudo parece indicar que a “Babilônia” mencionada em Apocalipse 18 seja uma cidade real, que voltará a existir nos tempos do fim. Se isso for realmente assim, os acontecimentos dos últimos anos no Iraque têm um significado extraordinário. Então esses fatos não mostram apenas o procedimento profano de políticos mundanos e seus exércitos, mas nos colocam frente a frente com a força tremendamente atual das profecias bíblicas, seu iminente cumprimento e revelam como tudo neste nosso mundo avança em direção aos acontecimentos descritos no livro do Apocalipse. Será que compreendemos que os eventos no Iraque podem ser muito mais significativos [do que imaginamos], e que podemos estar sendo coagidos à ação pela Babilônia? Será que já nos encontramos em meio aos preparativos para o surgimento da última Babilônia, que unirá o mundo e que poderá vir a ser, até mesmo, a central do governo do último ditador mundial anticristão? Alguns podem pensar agora: “Mas, conforme essas circunstâncias, isso ainda poderia levar muito tempo”. Nesse caso, porém, estaríamos ignorando que as dificuldades ainda enfrentadas pelos governos mundiais no Iraque serão resolvidas em pouquíssimo tempo pelo último líder mundial anticristão deste mundo, que será a encarnação de Satanás. Lembremos que a Bíblia chama Satanás de “deus deste mundo”, e que ele conseguirá
levar as nações rapidamente para onde quiser (cf 2 Co 4.4; Jo 12.31; Ef 2.2; 6.12). Durante a tentação de Jesus, por exemplo, Satanás mostrou a Jesus “todos os reinos do munPlataforma petrolífera – a riqueza petrolífera é insinuada em do” (Lc 4.5). Apocalipse 18 com as palavras “...quantos labutam no mar...” Em relação ao último líder anticristão lemos: “A besta que vi era semelhante a 1. A estátua dos tempos fileopardo, com pés como de urso e boca nais em Daniel 2 e a imagem como de leão (o primeiro reino da anticristã de Nabucodonosor. Babilônia: leão com asas de águia, Quando analisamos a estátua no liDn 7.4). E deu-lhe o dragão o seu po- vro de Daniel, normalmente pensader, o seu trono e grande autoridade” mos nos quatro reinos mundiais (Ap 13.2). E em 2 Tessalonicenses que ela simboliza: cabeça = Babilô2.9 lemos a respeito do último líder nia, peito e braços = Pérsia, ventre mundial: “Ora, o aparecimento do e quadris = Grécia, pernas = Roma iníquo é segundo a eficácia de Sata- e pés = última mescla de reinos. nás, com todo poder, e sinais, e prodí- Entretanto, também devemos obgios da mentira”. servar o local em que se encontrava Assim como Jerusalém literal- a imagem, isto é, o chão no qual mente ressurgiu das ruínas, a Babi- seus pés se apoiavam e sobre o qual lônia também poderia ser recons- todos os povos deviam se prostrar. truída, e então essas duas cidades O local é claramente indicado em desempenhariam o papel principal Daniel 3.1: “...no campo de Dura, no tempo final. na província da Babilônia...” (Dn Em Apocalipse 18.2 está escrito 3.1). Será essa uma indicação de que a Babilônia “se tornou morada que o poder mundial dos tempos fide demônios, covil de toda espécie de nais, a unificação de todos os reiespírito imundo e esconderijo de todo nos, se concentrará novamente no gênero de ave imunda e detestável”. solo da Babilônia? Nos últimos dias, todas as forças 2. O próprio Nabucodonosor. satânicas se concentrarão na Babi- Onde Nabucodonosor, depois de se lônia; e então, de repente, numa ve- levantar (Dn 4.27), foi rejeitado pelocidade impressionante, coisas ho- los homens e se tornou igual a um je impensáveis serão possíveis. animal? Na Babilônia ou em suas A seguir mencionamos mais no- cercanias imediatas (vv. 30ss.). ve sinais que favorecem uma inter3. A queda e a ascensão de pretação literal da Babilônia: Nabucodonosor. Onde ele perdeu
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A Babilônia será uma oportunidade de investimento de primeira linha por causa de sua riqueza em petróleo?
seu poder e o recuperou novamente? Na Babilônia! 4. Profecias iminentes e futuras. A maioria dos intérpretes defende a opinião de que o cumprimento principal das declarações proféticas a respeito da Babilônia (por exemplo, Is 13 e 14; Jr 51 e 52) ainda está por vir. Se for assim, então nos tempos finais a Babilônia desempenhará novamente um papel de maior destaque. 5. O último império mundial anticristão. Em Apocalipse 13 é apresentado um reino quádruplo, incorporado por um último reino: “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Ap 13.1-2).
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Onde será a sede geográfica principal desse último e terrível reino bestial? Talvez na Babilônia? A caracterização da última besta anticristã apresenta os animais na ordem inversa à qual eles surgiram ao longo da História. Estranhamente, o último a ser mencionado é o leão, que de acordo com Daniel 7 representa o Império Babilônico. Tanto no relato de Daniel como na História surgiu primeiro o reino mundial da Babilônia (leão com asas, Dn 7.4), seguido pelo reino medo-persa (urso, libertação por meio de Ciro) e grego (leopardo = as rápidas conquistas de Alexandre o Grande). Será que no final tudo será encerrado no território da Babilônia (leão = Babilônia)? Apenas para pensar (não é uma interpretação!): Os EUA atropelaram o Iraque com uma velocidade semelhante à do leopardo (Grécia). Então, com uma força de urso (Pérsia), eles levaram aos iraquianos as bases para a liberdade e a democracia. Será que agora a Babilônia será reerguida, num processo apoiado, entre outros, pelos alemães? 6. A besta que era – não é – e será novamente. Em Apocalipse 17.8-11 lemos: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá. Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição”. Aqui João descreve uma besta que “era”, “não é” (na época de
João) e “está para emergir”. Se ele estivesse se referindo a Roma, com certeza João não teria escrito que “era e não é”, já que Roma existia na sua época, mas não tinha existido e deixado de existir antes. Isso se torna ainda mais nítido nos versículos seguintes, que descrevem melhor a besta: • A besta tem sete cabeças, ou sete montes, que também são sete reis. Essas sete cabeças, montes e reis simbolizam reinos mundiais passados e seus maiores líderes, que se levantaram acima do restante do mundo. • Dos sete reis “caíram cinco”, portanto já pertencem ao passado. Eram eles Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e Grécia. • “...um existe...” (o sexto rei) = isto se refere a Roma, que era o poder mundial na época de João. • “...outro ainda não chegou...” = este é o sétimo rei, que permanecerá por um curto espaço de tempo, provavelmente na pessoa do Anticristo. O líder mundial e seu reino (“...o oitavo...”) era e agora “não é” (na época de João), mas reaparecerá novamente. Repito: se fosse Roma, João teria dito “é agora”. Ao invés disso ele diz: “...era e não é, mas aparecerá...” • A última besta descrita por João é “um dos sete”, mas qual deles? Isso também poderia se referir à Babilônia?! Babilônia “era” no passado, agora “não é” (no presente de João) e “está para emergir” (no futuro). 7. A convocação para fugir da Babilônia. “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18.4). O mesmo foi dito antes sobre a primeira Babilônia: “Fugi do meio da Babilônia e saí da terra dos caldeus...” (Jr 50.8). Se naquela época a referência era relacionada à Babilônia real, porque não seria em Apocalipse 18?
8. Da mesma forma o juízo anunciado para a Babilônia. Apocalipse 18.6 diz: “Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagailhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela!” A convocação para o cumprimento anterior é encontrada em Jeremias 50.29: “Retribuí-lhe segundo a sua obra; conforme tudo o que fez, assim fazei a ela; porque se houve arrogantemente contra o SENHOR, contra o Santo de Israel”. Compare também Isaías 47.8-10 com Apocalipse 18.7-8! 9. Ninrode. É bem possível que no fim dos tempos o ciclo se feche no ponto em que começou. O primeiro ditador mundial foi Ninrode. Seu nome significa: indignar-se. Ninrode é descrito como “valente caçador”. Ele foi o fundador de Babel (cf. Gn 10.8-11). O mais provável é que Ninrode tenha sido a força motriz por trás da construção da torre de Babel; o plano era construir uma torre “cujo tope chegue até aos céus” (Gn 11.4). Além disso, também o Paraíso, em que Satanás tinha levado Adão e Eva à queda, ficava na região de Babel. E agora Apocalipse 18.5 diz algo parecido: “porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou”. A rebelião das nações contra Deus começou em Babel, sob o governo de Ninrode. Será que a rebelião das nações, debaixo do governo mundial do Anticristo, também terminará em Babel? O espírito babilônico anticristão permeou toda a História e poderia encontrar seu fim em uma Babilônia reconstruída.
O mundo posto em xeque pela Babilônia
O poder de atração econômico da Babilônia. Sob a liderança
do governo mundial do Anticristo, guém vai querer ficar de fora, ninas nações estabelecerão um gigan- guém desejará ficar para trás. tesco império econômico, no qual o • Os investidores canalizarão mundo inteiro se sentirá à vontade. seus recursos financeiros para a BaBabilônia será um centro do comér- bilônia, por causa das excelentes cio mundial e um centro de primei- oportunidades que serão oferecidas ra classe no campo político. ali. A Babilônia será uma oportuniTodo o poder satânico será esta- dade de investimento de primeira belecido na Babilônia: demônios, linha. espíritos imundos e aves impuras e • As empresas petrolíferas farejadetestáveis. O Senhor Jesus men- rão suas chances. Quando a Babilôcionou esse tipo de ave na parábola nia, a base dessa riqueza imensurádo semeador: “E, ao semear, uma vel, desmoronar “em uma só hora”, parte caiu à beira do caminho, e, vin- ninguém deverá se espantar com o do as aves, a comeram” (Mt 13.4). fato dos capitães dos navios derraAs aves comeram a Palavra de Deus marem rios de lágrimas por causa que fora semeada: “...vem o maligno dela (Ap 18.9ss.). e arrebata o que lhes foi semeado no Apocalipse 18 (vv. 11-13, 17coração” (v.19). No último reino 19) apresenta o abrangente poder anticristão não haverá mais espaço econômico da Babilônia. Precisapara o verdadeiro Deus e Sua Pala- mos levar em conta que João usa vra (cf. Dn 4.8-9). John Adams, o expressões usuais naquela época: segundo presidente dos EUA, disse: • Mercado de investimentos: “O melhor dos mundos possíveis “mercadoria de ouro, de prata, de peseria aquele em que não houvesse dras preciosas, de pérolas” (v.12). religião”.6 • Mercado têxtil: “mercadoria de Todos os povos querem desfru- (...) linho finíssimo, de púrpura, de tar da Babilônia, o que contribuirá seda, de escarlata” (v.12). em muito para o grande prestígio • Mercado da construção civil e da besta: “Pois todas as nações têm da matéria-prima: “mercadoria de bebido do vinho do furor da sua prosti- (...) toda espécie de madeira odorífera, tuição...” (Ap 18.3). De uma hora todo gênero de objeto de marfim, toda para outra, todo o mundo, tanto o islâmico quanto o A Babilônia será julgada em um dia, de forma inesperada e ocidental, será repentina. A cidade será queimada com fogo (v.8); os camatraído pelo respos petrolíferos do Kuwait em chamas no ano de 1991 foplendor da Babiram, de forma simbólica, uma amostra desse dia que virá. lônia e seu líder: • Os políticos ficarão fascinados pelo poder político que emana da Babilônia. • As empresas multinacionais serão atraídas pelas possibilidades econômicas que surgirão repentinamente. Nin-
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qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore” (v.12). Quando penso em “mercadoria (...) de madeira preciosíssima e de ferro” e relaciono isso com os tempos atuais, lembro também do extenso mercado da mídia e da indústria eletrônica. • Bens de luxo: “...canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo...” (v.13). • Mercado de alimentos: “...vinho, azeite, flor de farinha, trigo...” (v.13). • Carne: “...gado e ovelhas...” (v.13). • Transportes: “...de cavalos, de carros...” (v.13). • Mercado de trabalho: “...escravos e até almas humanas...” (v.13). • Petróleo. A riqueza de petróleo (plataformas petrolíferas, navios-
O Palácio Sul de Nabucodonosor foi reconstruído por Saddam Hussein.
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tanques) é insinuada pelas palavras: “...quantos labutam no mar...” (cf vv. 17-19). O poder de atração política da Babilônia. São mencionados dez reis, que chegam ao poder com a besta e por meio dela: “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora. Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem” (Ap 17.12-13; cf. cap. 13.1). Muitas reflexões são feitas em torno da questão de quem seriam esses dez reis. Atualmente fala-se de um núcleo europeu, mas esse deverá ter doze (e não dez) países. Porém, seria possível que aqui também se tratasse do mundo islâmico? O Salmo 83.6-8 menciona dez nomes de povos ou tribos que representam a liga islâmica, da qual se diz, entre outras coisas: “... e firmam aliança contra ti” (v.5). Portanto, eles odeiam o Deus verdadeiro e querem aniquilar o Seu povo Israel (v.4): “...as tendas de Edom (= Sul da Jordânia) e os ismaelitas (= uma grande parte do mundo árabe), Moabe (= região central da Jordânia) e os hagarenos (= Egito, Hagar, cf. Gn 16.1), Gebal (= Norte do Líbano), Amom (= Norte da Jordâ-
nia) e Amaleque (= península do Sinai), a Filístia (= Faixa de Gaza) como os habitantes de Tiro (= Líbano); também a Assíria (= Iraque/Síria) se alia com eles, e se constituem braço forte aos filhos de Ló (Moabe e Amom)”. O governo do líder mundial dos tempos finais levará primeiro a uma aliança com Israel, e é bem possível que ele consiga incluir o mundo islâmico nessa aliança. Mas depois essa aliança será rompida, e a totalidade do reino anticristão se voltará contra Israel (Dn 9.27). Se a Babilônia for reerguida de forma literal, e tornar-se o centro do governo mundial do Anticristo, realmente poderia surgir uma paz aparente nessa região (“...paz e segurança...”). Então o reino babilônico anticristão passaria a abranger também todo o mundo islâmico e os dez reis islâmicos entregariam seu poder ao líder mundial: “Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem” (Ap 17.13). Imagine que imensa influência isso teria sobre todo o mundo: basta pensar nas reservas de petróleo na região islâmica, que então estariam todas debaixo do poderoso governo da Babilônia e de seu líder mundial! Também todos os produtos citados em Apocalipse 18.1ss poderiam ser rapidamente deslocados para lá (por exemplo, para concorrer com a China). Debaixo do governo do Diabo encarnado no líder mundial, essa região poderá se tornar da noite para o dia a metrópole mundial do comércio e das finanças. Todo o mundo ocidental (EUA, UE, etc.) investirá nela e tirará proveito dela. O vindouro ditador mundial, “a besta que emerge do mar” (veja Ap 13.1), poderá ser procedente do Ocidente (EUA, UE: Roma) e ter sua sede de governo principal em Babilônia. Por exemplo, já o impe-
rador grego Alexandre Magno fez da Grande Babilônia (e não de Atenas) a sede principal de seu reino. E no que se refere ao Anticristo, o falso profeta (“a besta que emerge da terra”, Ap 13.11): é bem possível que ele seja judeu e tenha sua sede em Israel. Seja como for, ambos trabalharão de mãos dadas e conseguirão o que as nações até hoje tentaram em vão: uma aliança de paz entre os mundos islâmico e judeu. A Babilônia pode ser o centro do reino anticristão, em oposição a Jerusalém, a capital de Jesus, o rei de Israel (cf Mt 5.35). Alguns indícios já são visíveis: • A Babilônia foi conquistada. • Um parlamento democrático foi criado. • A grande maioria dos iraquianos é favorável à democracia. • Desde o fim do regime de Saddam Hussein, a quantidade de casamentos aumentou em 60%. A taxa de divórcios caiu em 30%. – Os salários dos funcionários públicos, professores e agentes estão três a quatro vezes mais altos.7 • O presidente iraquiano Jalal Talabani disse: “Os europeus não podem mais olhar para o Iraque com uma visão anti-americana. Eles precisam finalmente reconhecer que depois dessa guerra 27 milhões de iraquianos foram libertados e agora desfrutam de liberdade, democracia e direitos humanos”. Ele afirmou que hoje a estrutura do Iraque é democrática e federativa.8 A disposição para fazer concessões entre o mundo islâmico e Israel cresce cada vez mais : • O Paquistão e Israel estão trabalhando para melhorar suas relações. • Já faz algum tempo que a Indonésia mantém contatos secretos com o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
• As relações comerciais entre Israel e o Marrocos melhoraram sensivelmente. • O relacionamento de Israel com a Tunísia está caminhando bem. • Atualmente Israel está tentando desenvolver negociações com a Líbia. • O contato com Omã foi restabelecido. • Os contatos com o Bahrein também parecem oferecer perspectivas otimistas. • Israel abriu uma representação comercial diplomática em Dubai.9 • A aproximação entre Israel e o Afeganistão está avançando cada vez mais . • Há algum tempo saiu a seguinte notícia sobre a Arábia Saudita: A Arábia Saudita revogou o embargo comercial a Israel, e agora pode participar da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Ministério da Indústria e Comércio de Israel fez esse anúncio no dia 15 de novembro de 2005, de acordo com o relato do jornal Ha’aretz. A decisão da Arábia Saudita pode servir de exemplo para outros países árabes, disse Jair Schiran, funcionário do Ministério. Vários outros países árabes que desejam entrar para a OMC podem tentar um passo semelhante e suspender o seu embargo. (...) Outros países árabes, como Omã, Catar ou os Emirados Árabes já mantêm relações comerciais com Israel. O Egito, a Jordânia e a Mauritânia mantêm contatos diplomáticos.10 • Cooperação científica entre Israel e o Irã. A respeito, lemos: Não, o título não está errado. Enquanto o presidente iraniano defende a destruição de Israel, cientistas iranianos cultivam um contato cada vez mais próximo com seus colegas israelenses. Durante os últimos meses, encontros científicos internacionais na Jordânia, país vizinho a Israel, deram
ocasião a encontros entre delegações enviadas por Israel e pelo Irã. (...) O assunto principal dos debates, dos quais participaram também delegações do Egito, do Paquistão, do Bahrein, da Turquia, da Palestina e naturalmente da anfitriã Jordânia, foi o desenvolvimento de um acelerador molecular. (...) O professor Eliezer Rabinowicz, do Instituto Racah de Física, da Universidade Hebraica, que dirigiu a delegação israelense, disse: “Lá na Jordânia nós israelenses nos sentamos à mesma mesa com os iranianos, incluindo um vice-ministro que representava o governo iraniano, e representantes palestinos. Todas as conversas transcorreram de forma consensual, e nós concordamos no plano científico. Deixamos as disputas políticas para as noites” (...) Recentemente o governo iraquiano também solicitou permissão para participar da parceria internacional relativa a esse projeto científico.11
Naturalmente esses países continuarão a se opor a Israel, mas há disposição para fazer grandes concessões por causa do comércio mundial. Esses exemplos mostram bem o poder e a influência que a OMC possui. Podemos imaginar o que será possível fazer pouco tempo depois que as duas bestas de Apocalipse 13 surgirem e obtiverem o poder absoluto sobre a política, a economia e o comércio. Os pés da estátua de Nabucodonosor e os dez dedos (Dn 2.33,41-43) que estavam sobre solo babilônico apontam para o seu fim, pouco antes da volta de Jesus, uma mistura de ferro e barro. O ferro simboliza o último reino mundial anticristão (Dn 7.7), e o barro representa Israel (Jr 18.2-6; Is 29.16; Is 45.9; Is 64.7), que procurará se sustentar nesse meio. Mas como o ferro e o barro não aderem um ao outro, a aliança entre Israel e as nações será quebrada.
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Henry Kissinger: “Neste momento o mundo está enfrentando as maiores transformações já vistas pela História, e todas de uma vez só...”
O poder de atração demoníaco da Babilônia Precisamos partir do princípio de que o líder mundial vindouro é a encarnação de Satanás, que a Bíblia, como já dissemos, chama de “deus deste século” (2 Co 4.4). Com a permissão de Deus, ele poderá levar o nosso mundo em uma velocidade vertiginosa àquele ponto que as pessoas sempre almejaram, mas nunca conseguiram alcançar. A Bíblia diz a respeito do futuro líder mundial: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira” (2 Ts 2.9). Um exemplo: o coração da antiga Babilônia era a Porta de Ishtar, que os alemães levaram para Berlim e que está exposta à visitação pública (no Museu do Oriente Médio, uma ala do Museu de Pérgamo). Na Babilônia, os vigias postados ao lado da Porta de Ishtar guardavam o acesso ao templo de Marduque, o principal deus babilônico, que apa-
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rentemente poderia conceder “vida eterna”. Marduque era representado como um dragão com aparência de serpente e levava o título de “senhor dos quatro cantos do mundo”. A mitologia conta que os deuses se voltavam para Marduque quando estavam em apuros, e este os salvava, com a condição de que depois seria senhor de tudo. Marduque erigiu seu trono na Babilônia, que então se tornou o centro do mundo. Ele reaparece em 2 Coríntios 6.15 com o nome de “Belial” (Ed. Revista e Corrigida), que é considerado um dos nomes de Satanás.12 O próprio Satanás está por trás da mitologia e da idolatria; reconhecemos assim as suas intenções e o objetivo que ele persegue. De acordo com a lenda, Marduque, o principal deus da Babilônia, podia conceder “vida eterna”. Assim Satanás também se empenhará em ser semelhante ao Deus TodoPoderoso, e curará uma ferida que na verdade era mortal (Ap 13.3). Marduque era um dragão com aparência de serpente. Também Satanás é descrito dessa forma em Apocalipse 12.9: “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos”. Marduque era chamado de “Senhor dos quatro cantos do mundo”. Satanás também está interessado no domínio sobre toda a terra (cf. Ap 13.3-4). Aonde Satanás será lançado? Muito provavelmente para a Babilônia, como diz Apocalipse 18.2: “...a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável”. Primeiro a Babilônia será uma morada, depois um esconderijo dos espíritos demoníacos. Faremos bem em observar a evolução dos acontecimentos no
mundo e em prestar atenção à palavra profética (2 Pe 1.19). O fato dos acontecimentos finais, mais rápidos e intensos da Babilônia ocorrerem depois da era da Igreja é indicado por Apocalipse 18.6: “Dailhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela”. Aqui se exige uma justiça que conhecemos do Antigo Testamento: “Olho por olho, dente por dente” (cf. Lv 24.17-22), porque a época de graça da Igreja terá passado.
Três advertências chamam para o arrependimento e a conversão Chamada para abandonar a cidade. Durante o tempo do governo anticristão, o povo de Deus é conclamado a abandonar a cidade: “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18.4). Mesmo depois do Arrebatamento haverá crentes, que forçosamente já estarão ligados ao comércio e à economia do último reino mundial desde antes do Arrebatamento e até mesmo morarão na grande Babilônia. Mas, pouco antes da execução do juízo eles serão conclamados a abandonar a cidade e o seu sistema. Isso nos lembra de Ló, que foi chamado a sair de Sodoma antes que o Senhor aniquilasse essa cidade. “...o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (cf 1 Jo 2.15-17). O anjo de Apocalipse 18.1, que anuncia a queda da Babilônia, representa a glória de Jesus. Sua glória ultrapassa tudo que já existiu e permanecerá por to-
pelo qual vem o es- tumando com ele até ser totalmente cândalo!” (Mt 18.6- aprisionado e finalmente morto por 7). ele. Chamada para O pecado é diametralmente a conversão a Je- oposto a Deus. Por isso devemos sus. Sem dúvida es- nos separar dele de forma radical. tamos no meio de O perdão dos pecados só pode ser uma corrente de encontrado em Jesus Cristo, o úniacontecimentos es- co sem pecado, que morreu na cruz catológicos que pre- de forma vicária para pagar os noscisam ser levados sos pecados e se fazer pecado por muito a sério. Por nós, “...para que, nele, fôssemos feitos isso devemos consi- justiça de Deus” (2 Co 5.21). VerdaOs países árabes continuarão a se opor a Israel, mas há disposição para fazer grandes concessões por causa do derar com muita deiro refúgio só existe no Filho de comércio mundial. atenção e de forma Deus, que morreu por nós, mas figurada a chamada também ressuscitou, agora está à de Deus: “Ouvi ou- direita de Deus e logo arrebatará a da a eternidade; ela vai sobressair tra voz do céu, dizendo: Retirai-vos Sua Igreja para junto de Si! em meio à pior época enfrentada dela, povo meu, para não serdes cúmPor isso, é urgente que obedeçapela humanidade. Jesus Cristo, que plices em seus pecados e para não par- mos à palavra de Tiago 4.7-8: “Sujeirecebeu todo o poder no céu e na ticipardes dos seus flagelos” (Ap 18.4). tai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao terra (Mt 28.18), reina soberano soOnde está a sua “Babilônia?” diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a bre os acontecimentos da História Sua vida está plantada no solo do Deus, e ele se chegará a vós outros. Pumundial, enquanto a Palavra diz o pecado ou da sedução? Você está rificai as mãos, pecadores; e vós que sois seguinte sobre as coisas temporais: construindo sua vida sobre a “Babi- de ânimo dobre, limpai o coração”. “O fruto sazonado, que a tua alma lônia” ou sobre o Reino de Deus? tanto apeteceu, se apartou de ti, e para Em Provérbios 14.34 lemos pa- Notas: 1. Focus, nº 45/2005. ti se extinguiu tudo o que é delicado e lavras muito sérias: “...o pecado é o 2. Topic, dezembro/2005. esplêndido, e nunca jamais serão acha- opróbrio dos povos”. Certa vez ouvi 3. Dr. Tim LaHaye. dos” (Ap 18.14). uma explicação tirada do reino ani4. Circular para amigos do ministério ARIEL, nº 1/2005. Chamada para abandonar a mal que se aplica a isso (e certa5. “Was die Bibel lehrt”, comentário 17. sedução. O juízo que levará à der- mente é desagradável para quem 6. “pro”, revista cristã sobre mídia, nº 5/2005. 7. Jornal “Frankfurter Allgemeine”, rota da Babilônia determina: “En- gosta de bichos): quando cientistas 15.07.2005. tão, um anjo forte levantou uma pedra colocaram uma rã em um vasilha8. “Die Presse”, 17.11.2005. 9. “Nachrichten aus Israel”, outubro/2005. como grande pedra de moinho e arro- me com água fervente, a rã imedia10. “Zwi Lidar”, Jerusalém. jou-a para dentro do mar, dizendo: tamente saltou para fora. Em segui- 11. http://www.most.gov.il/index.php/en. Assim, com ímpeto, será arrojada Ba- da a rã foi colocada em um vasilha- 12. Enciclopédia Wikipedia. bilônia, a grande cidade, e nunca ja- me com mais será achada” (Ap 18.21). Leve- água fria, mos em conta que a Babilônia será que então Recomendamos os livros: a maior sedutora dos últimos tem- foi lentapos, em todos os sentidos. Jesus m e n t e também falou a respeito: “Qual- aquecida. A quer, porém, que fizer tropeçar a um rã permanedestes pequeninos que crêem em mim, ceu na água melhor lhe fora que se lhe pendurasse até morrer ao pescoço uma grande pedra de moi- c o z i d a . nho, e fosse afogado na profundeza do Conclusão: mar. Ai do mundo, por causa dos es- quem vive cândalos; porque é inevitável que ve- no pecado, Pedidos: 0300 789.5152 • www.Chamada.com.br nham escândalos, mas ai do homem vai se acos-
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Elas vêm às milhares carregando seus livros de oração, seus lenços, suas tristezas e lágrimas. Algumas choram baixinho, outras gritam descontroladamente. Mas quase todas elas choram. São as mulheres judias que vêm às cercanias de Belém para orar no Kever Rachel (Túmulo de Raquel), o terceiro local mais sagrado do mundo para o povo judeu. Freqüentemente elas vêm em ônibus lotados. Às vezes são mulheres estéreis, que não podem ter filhos. Elas oram no Kever Rachel inclinando-se para a frente e para trás no tradicional costume judeu, enquanto recitam os Salmos, convictas de que Deus ouve suas orações e que elas terão filhos. Milagrosamente, algumas delas têm. Para os descendentes de Jacó não restam muitos lugares sagrados hoje em dia. O segundo local mais venerado, o Túmulo dos Patriarcas em Hebrom, na Margem Ocidental, onde supõe-se que Abraão, Isaque, Jacó e suas esposas (com exceção de Raquel) estejam sepultados, está em mãos árabes, e ali foi construída uma mesquita. O túmulo de José em Nablus, também em mãos palestinas, foi abandonado pelas tropas israelenses depois que os palestinos o invadi-
ram e içaram nele a bandeira palestina. Agora esse sepulcro está igualmente coberto por uma mesquita. O local mais sagrado de todo o judaísmo, o Monte do Templo, que inclui o Muro Ocidental (das Lamentações), é disputado e, se fosse possível, seria arrancado de Israel e entregue aos palestinos por um mundo que não poderia importar-se menos com os sentimentos do povo judeu. Será que ali é diferente? Não, pois lá também existe uma mesquita há muitos anos. Mas o Kever Rachel é diferente. O povo judeu – em particular as mulheres religiosas – tem venerado esse local por três mil anos. Em 1995 o governo israelense atendeu ao imenso clamor de seu povo e estabeleceu ali uma yeshivá (escola judaica) pouco antes de entregar Belém aos árabes. Pela primeira vez em 150 anos, um prédio judeu foi erigido no local. É chamado de Yeshivá do Túmulo de Raquel e mantém uma contínua presença judaica nesse lugar tão sagrado.
Kever Rachel (Túmulo de Raquel), o terceiro local mais sagrado do mundo para o povo judeu.
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Mais aborrecimentos vieram em 1996, quando os palestinos provocaram desordens, violaram o túmulo de Raquel e tentaram se apossar dele. O governo israelense fechou o local familiar de cúpula branca, gastou 2 milhões de dólares para construir ao redor um muro alto de concreto equipado com torres de vigia, ampliou a área de orações e o reabriu em 1997, no dia 11 de heshvan (novembro), tradicional aniversário da morte de Raquel e uma espécie de Dia das Mães em Israel. O que as mulheres judias prezam tanto em Raquel? E quanto a Lia? Ambas construíram a casa de Israel através de seus filhos (Rt 4.11). Mas ninguém se refere a Lia como Mãe Lia. Fala-se somente da “Mãe Raquel”. Lia e Raquel eram filhas de Labão, homem intrigante, ganancioso e enganador que, aparentemente, valorizava mais as ovelhas e cabras do que suas filhas. A história delas é provavelmente uma das mais conhecidas nas Escrituras – e também uma das mais tristes. Tudo começou em um poço em Padã-Arã, na Síria, ao sul da Turquia. Jacó havia chegado ali após uma longa jornada desde sua casa, em Canaã, que ele abandonou depois de ter fingido ser Esaú e enganado seu pai Isaque, levando-o a conceder-lhe a bênção que por direito era do primogênito. Em PadãArã, Jacó encontrou a família de sua mãe pela primeira vez. Quando ele parou perto do poço, sua prima Raquel aproximou-se conduzindo as ovelhas de seu pai. A Bíblia diz: “Tendo visto Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, ...Jacó beijou a Raquel e, erguendo a voz, chorou” (Gn 29.10-11). Jacó tinha 77 anos na época (sua idade pode ser determinada a partir de Gênesis 31.41; 41.46,53-54; 45.11; 47.9). Raquel, sem dúvida, era considera-
velmente mais jovem. Se ela estava na idade casadoura da maioria das moças da época, deveria ter somente uns quatorze anos quando eles se conheceram. Labão acolheu seu sobrinho, e logo Jacó apaixonou-se profundamente pela bela Raquel. Trabalhou para Labão por sete anos para obtêla como esposa. Porém, quando chegou a época de receber Raquel, seu pai a substituiu por Lia, sua irmã mais velha. Então Jacó casou-se com Lia pensando que era Raquel e, na manhã seguinte, descobriu que tinha sido enganado. Estava colhendo o que havia semeado. Da parte de Labão, essa foi uma jogada esperta. Retendo Raquel, ele arrancou mais sete anos de trabalho de Jacó. “Decorrida a semana desta [de Lia], disse Labão: “dar-te-emos também a outra [Raquel] pelo trabalho de mais sete anos que ainda me servirás” (Gn 29.27). Assim, Jacó ficou sete dias com Lia e depois recebeu também Raquel (Gn 29.28) e trabalhou mais sete anos por ela. Dessa maneira, Labão entregou Lia a um homem que não a queria nem a amava (Gn 29.30-31), e colocou duas irmãs uma contra a outra, tornando-as rivais pelo afeto de um mesmo homem. Durante treze anos elas competiram entre si. Lia deu à luz Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom. Com cada bebê que nascia ela tentava despertar o amor de seu marido. Raquel tinha o amor de Jacó mas não podia lhe dar filhos. As Escrituras dizem: “Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei” (Gn 30.1). A esterilidade era fonte extrema de vergonha e desgraça no Israel antigo, e a infertilidade de Raquel só fazia piorar seu relacionamento com sua irmã Lia. Já era ruim o bastante terem de dividir o marido.
Mas a competição entre elas se intensificou quando Lia teve filhos de Jacó, e Raquel não conseguia engravidar. A literatura rabínica reverencia Raquel, descrevendo-a como alguém quase sem pecado. Mas a Bíblia torna-a bem humana – uma mulher tão ansiosa por filhos que implorou a seu marido: “Dá-me filhos, senão morrerei” (Gn 30.1). Infelizmente as Escrituras não dizem que ela clamou ao Senhor, assim como fez Ana em circunstâncias semelhantes anos depois (1 Sm 1.916). Jacó, porém, reconheceu a mão de Deus, e irado disse a Raquel: “Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar?” (Gn 30.2). Desesperada, Raquel deu para Jacó sua serva Bila. Legalmente os filhos de Bila pertenceriam a Raquel. Bila deu à luz Dã e Naftali. Então, Lia fez a mesma coisa. Deu a Jacó sua serva Zilpa, que gerou Gade e Aser. Finalmente, no sétimo ano do casamento de Raquel (décimo quarto ano de Jacó com Labão), ela deu à luz José (Gn 30.25). Jacó estava com 91 anos de idade (Gn 47.9; 41.46,53; 45.6). Nesse meio tempo Jacó quis voltar para casa, mas Labão o persuadiu a ficar: “Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti” (Gn 30.27). Assim, Jacó ficou por mais seis anos e acumulou uma fortuna em gado. Quando se deu conta que Labão e seus filhos perceberam que ele havia ficado rico às suas custas, Jacó tomou suas esposas e seus bens e deixou Padã-Arã para voltar a seu pai Isaque. Foi uma longa e difícil jornada de retorno. Raquel morreu durante o trajeto, ao dar à luz a Benjamim. Jacó, agora com 97 anos, sepultoua fora de Efrata (Belém). Ela foi sepultada sozinha, no exílio, separada
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de sua família. Certamente morreu jovem e não chegou a viver para ver seus filhos crescerem, ao passo que Jacó viveu para ver seus netos e provavelmente seus bisnetos, antes de morrer com a idade de 147 anos (Gn 47.28). Lia, sem dúvida, criou José e Benjamim. A Bíblia não menciona em parte alguma se Jacó chegou a amá-la de fato, mas Lia finalmente o tinha todo para si. Quando José estava com dezessete anos de idade e disse a seu pai que havia sonhado que “o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim” (Gn 37.9), Jacó perguntou: “Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe... a inclinar-nos perante ti em terra?” (Gn 37.10). Com certeza ele estava se referindo a Lia. E é Lia quem repousa com Jacó na caverna do campo de Macpela, que Abraão comprou de Efrom, o heteu (Gn 49.30-31). Supõe-se que o Túmulo dos Patriarcas esteja nesse local. Jacó viveu nessa terra cerca de 33 anos antes de mudar-se para o Egito, com a idade de 130 anos, para estar com José (Gn 47.9). Lia morreu pouco antes dele partir, e não está registrada entre as 66 pessoas que foram para o Egito (Gn 46.8-26). José a enterrou na sepultura da família e, antes de morrer, pediu para ser enterrado ali também (Gn 49.29-31). Até hoje, onde quer que o corpo de Raquel verdadeiramente esteja, ele repousa sozinho. Ela passou os treze anos da sua vida de casada tentando ter filhos, morreu no parto e foi enterrada no exílio. Talvez seja por isso que o profeta Jeremias a tenha usado para simbolizar as mães de Israel, que choram por seus filhos levados para o cativeiro: “Assim diz o SENHOR: Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus
filhos e inconsolável por causa deles, a um sepulcro em Belém. Como porque já não existem” (Jr 31.15). disse o rei Salomão quando dediRamá, cinco milhas ao norte de cou ao Senhor o primeiro Templo Jerusalém, foi onde Nabucodonosor no alto do Monte Moriá, em Jerujuntou os israelitas para deportá-los salém: “Eis que os céus e até o céu para a Babilônia a partir de 605 dos céus não te podem conter, quanto a.C. Mais tarde, Mateus fez alusão menos esta casa que eu edifiquei” (1 a Jeremias 31.15 em relação ao me- Rs 8.27). O povo judeu pode pernino Jesus sendo levado para o Egi- der Kever Rachel, mas nunca perdeto para poupá-lO de ser assassinado rá o Santo de Israel, que está vivo quando Herodes massacrou os me- e o ama muito mais do que uma ninos de Belém, em sua tentativa mãe poderia amar seu filho: “Acade matar toda criança que pudesse so, pode uma mulher esquecer-se do fiser o Messias (Mt 2.16-18). lho que ainda mama, de sorte que não Através dos séculos, Raquel tor- se compadeça do filho do seu ventre? nou-se símbolo de maternidade, Mas ainda que esta viesse a se esqueexílio e sofrimento para os judeus cer dele, eu, todavia, não me esqueceem todo o mundo. Mas ela tornou- rei de ti. Eis que nas palmas das mise também um símbolo de esperan- nhas mãos te gravei; os teus muros esça desde o retorno dos exilados ju- tão continuamente perante mim” (Is deus para a sua terra. “O Túmulo 49.15-16). de Raquel [Kever Rachel] sempre Deus ama o povo de Israel com ocupou um lugar especial, princi- amor eterno (Jr 31.3) e lhe diz: “Inpalmente do ponto de vista emocio- voca-me; e te responderei; anunciar-tenal, na afeição coletiva dos judeus”, ei coisas grandes e ocultas, que não saescreveu Israel Harel na revista is- bes” (Jr 33.3). (Israel My Glory) raelense Ha’aretz. “As mulheres judias recitam o versículo bíblico chorando amargamente, “porque há recompensa para as tuas obras, diz o SENHOR, pois os teus filhos voltarão Lorna Simcox é redatora-sênior de The da terra do inimigo” (Jr 31.16). Friends of Israel. As coisas estão calmas em Kever Rachel Ônibus blindado israelense diante do Túmulo de Raquel (não é permitido o acesso para veículos sem proteção). nos dias de hoje. A violência naquela região tornou quase impossível a ida dos judeus até lá. E, à medida que a situação política no Oriente Médio deteriora, é provável que algum dia Israel perca Kever Rachel. Mas Deus não está restrito
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Os inimigos de Israel querem muito mais! Há tempos já se percebe que o alvo dos inimigos de Israel não é a libertação de “territórios ocupados”. Eles usam o conflito israelense-palestino para seus próprios propósitos, para saciar sua sede de poder, e lançam a culpa sobre Israel. Lamentável é a postura dos líderes políticos mundiais, especialmente dos europeus, que parecem não enxergar essa realidade.
A seguir reproduzimos parte de um artigo do renomado jornal suíço Die Weltwoche, cujo conteúdo é muito esclarecedor a respeito do assunto. O texto é uma exceção em meio à tendenciosidade antiisraelense da mídia em geral. O movimento nacionalista palestino está arruinado: agora é a guerra santa globalizada que preenche o vácuo produzido por culpa da liderança política. Nem o presidente [da Autoridade Palestina] Mahmoud Abbas ou o premiê Ismail Haniya, do movimento islâmico radical Hamas, controlam o rumo político ou os acontecimentos nas ruas de Gaza e Ramallah. Eles nem sequer conseguiram estabelecer contato com os seqüestradores do soldado israelense Gilad Shalit, quanto mais providenciar sua libertação. Abbas e Haniya são responsáveis apenas formalmente pela política palestina. Pequenos grupos militantes determinam a agenda na região. Negociações com Israel ou compromissos com o “inimigo sionista” são assuntos que nem sequer merecem sua consideração. Para alguns deles, o alvo é estabelecer seu poder pessoal ou seus interesses financeiros. Eles usam a falta de
lei e ordem para enriquecer com métodos mafiosos. Outros são arregimentados por movimentos pan-islâmicos para a promoção da jihad (guerra santa) global. A pulverização da política palestina abre-lhes as portas da Palestina. A “al-qaedaização” da Palestina começou. Como Abbas confirmou ainda em abril do ano passado, uma guarda avançada desses “guerreiros santos” já se aninhou em Gaza. Anteriormente, prospectos da al-Qaeda distribuídos em uma mesquita já haviam provado a presença dessa rede terrorista mundial na região. Células de combatentes da al-Qaeda penetraram na Faixa de Gaza vindas do Sudão, do Egito e do Iêmen. Aproveitaram-se da ausência de um poder palestino central e se estabeleceram ali. Mais uma vez os políticos palestinos perderam uma chance. Depois que Israel retirou-se da Faixa de Gaza, os líderes palestinos falharam em tomar as rédeas e temeram o desafio de instituir um Estado com caráter próprio. Ninguém impõe a lei e a ordem nos territórios palestinos. Os inúmeros bandos armados fazem o que bem entendem ou o que lhes ditam os líderes da jihad a partir do exterior. Não é por acaso que o “ Exército Islâmico”, uma das três milícias que seqüestraram o soldado israelense, apresenta em seu brasão não só as figuras do Corão e de uma espada mas também um globo terrestre. Certamente também é intencional a semelhança do nome com o “Exército Islâmico no Iraque”, que se auto-denomina co-irmão da al-Qaeda. A entrada da guerra santa globalizada nessa região não é detectável
apenas por meio dos seus símbolos ou pelo conteúdo dos panfletos distribuídos entre a população. Numerosos palestinos já freqüentaram cursos em campos de treinamento da al-Qaeda e foram integrados em seu sistema. Além disso, a rede de relacionamentos da al-Qaeda também já chegou a Gaza. Mohammed Deif, líder das brigadas do Hamas, mantém contato com membros da al-Qaeda na Jordânia. Deif distanciou-se da liderança política do Hamas. Ele não acata suas ordens por considerá-la “moderada demais” desde que participou das eleições para o Parlamento palestino.
A chave está nas mesquitas O conflito israelense-palestino, no qual se opunham dois movimentos nacionais, está adquirindo uma nova dimensão. A luta pela Terra Santa torna-se secundária. Doravante Israel não se defrontará “apenas” com movi-
Nem o presidente [da Autoridade Palestina] Mahmoud Abbas ou o premiê Ismail Haniya, do movimento islâmico radical Hamas, controlam o rumo político ou os acontecimentos nas ruas de Gaza e Ramallah. Na foto: Ismail Haniya.
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Israel quer a paz, mas seus inimigos são pela guerra. No Salmo 120.7 lemos: “Sou pela paz; quando, porém, eu falo, eles teimam pela guerra”. No Ocidente, ao invés de se apoiar Israel na luta contra os terroristas assassinos, tudo é feito para impedi-lo. Constantemente vemos reportagens antiisraelenses, onde os antagonistas de Israel são protegidos e Israel é apresentado como o agressor. “Analistas” do Oriente Médio apresentam relatos distorcidos e difamam Israel. Passa despercebiA chave do problema da guerra santa globalizada está do o fato de que os nas mesquitas. esforços pela paz sempre partiram do lado israelense. Israel não apenas tomou as mentos de libertação nacional, mas iniciativas como as pôs em práticom a guerra santa globalizada. A ca. Um exemplo é a evacuação chave para a solução do problema a das colônias judaicas. Israel foi e partir de agora não estará mais em continua disposto às maiores e Gaza, Tel Aviv ou Washington, mas mais perigosas concessões, porém, cada vez mais em Amã, Bagdá, Beiru- ao invés de reconhecer sua boa te, Cairo, Kabul, Khartum, Riad – e, vontade, o que se faz é colocar peprincipalmente, nas mesquitas. Jiha- dras no caminho desse povo. Os distas estrangeiros, que substituem os políticos recomendam a Israel que nacionalistas palestinos destituídos de se contenha, a mídia difama o Esseu poder, seguem uma ideologia reli- tado judeu. O mundo se alvorogiosa que contradiz a fundação de um çou quando um jogador de futeEstado palestino. Mais que isso: o mo- bol africano levantou a bandeira vimento pan-islâmico não tem interes- de Israel no final de um jogo da se em solucionar o conflito no Oriente Copa do Mundo; o capitão do tiMédio. Ele gostaria de incorporar a me teve de se desculpar por esse luta nacionalista palestina em sua uto- comportamento. Produtos israepia islâmica e de utilizá-la como ins- lenses são freqüentemente boicotados, e as piores declarações antrumento de propaganda”.1
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ti-semitas vêm a público. O povo judeu praticamente não tem oportunidade de se defender; mas todos se inclinam diante de seus inimigos. O mundo parece não perceber que aquilo que faz a Israel se transforma em maldição para ele mesmo. A observação de que as milícias islâmicas que seqüestraram os soldados israelenses estamparam o globo terrestre em seu emblema, ao lado do Corão e da espada, deveria despertar a atenção. Esse terrorismo perigoso se expande muito além das fronteiras israelenses e se espalha mundialmente, transformando-se em um poder amedrontador, que não deve ser subestimado. Quando Balaão foi incitado pelo rei pagão Balaque a amaldiçoar o povo judeu, ele disse em relação a Israel: “Este abaixou-se, deitou-se como leão e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem” (Nm 24.9). Dessa mesma forma os povos são hoje incitados a prejudicar Israel, mas isso será sua própria ruína. O Senhor não permitirá que Seu povo pereça (Is 66.22). Israel está em posição tão indefesa por buscar ajuda em seu poderio militar, em parceiros de alianças e nas concessões que faz, ao invés de buscá-la em seu Messias. Mas isso mudará quando o Senhor voltar. Michael Freund escreveu no Jerusalem Post de 24 de maio de 2006: Humanamente sem solução. Estamos orgulhosos de nossas realizações na Ciência, de nosso progresso e de nossa valentia nos campos de batalha, e com muita razão. Mas com todo o respeito, algo disso conseguiu evitar a crise em que nos encontramos? O mesmo podemos dizer de nos-
Israel está em posição tão indefesa por buscar ajuda em seu poderio militar, em parceiros de alianças e nas concessões que faz, ao invés de buscá-la em seu Messias.
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A situação em Israel e ao seu redor é de desesperar; a injustiça com que Israel é tratado é clamorosa; as medidas díspares com que se mede Israel são discriminatórias. Se não existisse um Deus fiel e justo, que cumpre cabalmente Sua Palavra, restar-nos-ia
apenas uma visão muito pessimista da situação. Mas não há razão para pessimismo, uma vez que sobre Israel paira a Palavra que diz: “Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo” (Sl 73.1). E mais: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. E, no seu nome, esperarão os gentios” (Mt 12.20-21). Notas: O ódio contra o povo de Deus 1. Die Weltwoche. é apenas mais uma indicação de 2. ICEJ-Nachrichten, 25/05/2006. que as profecias se cumprem e Recomendamos: que estamos diante da volta de Jesus, que disse acerca dos últimos dias: “Então, sereis atribulados, e vos Pedidos: 0300 789.5152 • www.Chamada.com.br matarão. DVD
sa política. Os de direita nos enganaram, os de esquerda nos desanimaram, e nossos inimigos não dão sinais de retirada. Para um país que está contra a parede, rodeado de perigos e acossado por animosidade, nunca foi tão necessário como agora buscar ajuda do alto e de fora. É tempo de se voltar para Deus. Isso pode soar como bobagem ou infantilidade, mas é chegado o tempo de se voltar para Deus. Durante sua história o povo judeu sempre buscou a ajuda dos céus em tempos de perigo e sacou a mais poderosa arma de que dispomos em nosso arsenal: o poder da oração. Agora é tempo de fazê-lo mais uma vez. Se nossos inimigos juraram fazer uma guerra santa contra nós, não deveríamos também nós fazer uso de nosso arsenal espiritual?”2
Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome” (Mt 24.9). Através da Tribulação vindoura, o remanescente de Israel será levado ao arrependimento, que culminará na chegada de Jesus: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antigüidade” (At 3.19-21). Como Igreja de Jesus, enxertada na oliveira verdadeira, façamos aquilo que o Senhor ordena através do profeta Isaías: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados” (Is 40.1-2). (Norbert Lieth)
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Tribunal de Cristo ou grande trono branco? Resposta:
Como
filhos
de
Pergunta: “Se um dia tivermos de prestar contas de cada palavra que falamos e se tudo de mal que praticamos em vida um dia vai passar como um filme diante de nossos olhos, onde fica o perdão? Eu pensava que os pecados “sumissem”, pois Cristo morreu por eles. Mas se tudo o que falei, fiz ou deixei de fazer vier à luz um dia, então voltarei a ser confrontado com minha vida pecaminosa?”
Deus, devemos diferenciar o juízo diante do grande trono branco do juízo do Tribunal de Cristo. Ao Juízo Final, diante do trono branco (Ap 20.12), terão de comparecer todos aqueles que não aceitaram o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário em seu lugar, que teria lhes proporcionado o perdão de seus pecados. Para todas essas pessoas não haverá escapatória, como lemos de forma impressionante em Apocalipse 20.11-15. No Tribunal de Cristo, por outro lado, se decidirá a recompensa que os filhos de Deus receberão. Todos os pecados que confessamos ao Senhor Jesus e para os quais recebemos perdão são apagados de uma vez por todas. Devemos observar, entretanto, que infelizmente esquecemos muitas vezes que também existem pecados de omissão e atitudes que não reconhecemos como sendo pecados. Por exemplo, Davi estava consciente de que, como pessoa, jamais conseguiria satisfazer o Deus santíssimo,
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pois questionou: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?” O reconhecimento de que estamos sempre em dívida para com Deus levou-o a pedir ao Senhor: “Absolve-me das [faltas] que me são ocultas” (Sl 19.12). Como filhos de Deus faríamos bem em adotar essa oração! No Tribunal de Cristo será avaliado o que fizemos com a nova vida que Deus nos concedeu. Somos predestinados a produzir fruto: “...eu vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça...” (Jo 15.16). O fruto espiritual é uma prova de que somos filhos de Deus: “Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas” (Lc 6.43-44). Produzimos esses frutos quando praticamos o que se lê em Romanos 6.11: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”. Na prática, isso funciona quando levamos a sério o que está escrito em João 15.4-5: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. E como é esse fruto do Espírito? Ele
é descrito em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Essa realidade precisa transparecer no nosso dia-a-dia. Vivemos em uma época em que parece dominar uma mentalidade do tipo “o-que-importa-é-que-euseja-salvo”. No fundo, isso significa que o sacrifício de Cristo não é levado a sério ou é menosprezado. Por outro lado, também é negada a honra que é devida a Deus: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). Voltando ao Tribunal de Cristo: lá será julgada a forma com que lidamos com a salvação. Sobre a base (estabelecida pela morte de Cristo em nosso lugar) edificamos com madeira, feno e palha? Ou com ouro, prata e pedras preciosas? Nossa recompensa será proporcional a isso. Animemo-nos uns aos outros, como filhos de Deus, nesse caminho seguindo a Jesus, a praticarmos um estilo de vida condizente com nossa missão e nosso alvo de vida: “a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.10). (Elsbeth Vetsch)