da Meia-Noite
Mateus 25.6
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MAIO DE 2007 • Ano 38 • Nº 5 • R$ 3,50
Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Índice Prezados Amigos
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A Babilônia Anticristã
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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00
Dispensações
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A Psicologia e a Igreja Evangélica
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Do Nosso Campo Visual
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Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:
• O empenho dos perversos: negar o Criador
1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.
Aconselhamento Bíblico • Quem é a mulher de Apocalipse 12?
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“Quero ouvir a voz de Deus em minha vida, estou triste, sem esperança...”, dizia um e-mail que recebi. Podemos conduzir essa pessoa desorientada à maravilhosa realidade de que Deus já falou, através de Sua Palavra, a Bíblia, e que Ele quer falar sempre conosco. Em Hebreus 1.1-2 está escrito: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” Mais uma vez vemos aqui o grande privilégio dos hebreus, dos judeus, de Israel, vemos sua posição especial na história da Salvação, pois Deus lhes falou através dos profetas e finalmente pelo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo! O apóstolo Paulo falou aos cristãos de Roma acerca da vantagem de ser judeu: “Muita, em todos os sentidos! Principalmente porque aos judeus foram confiadas as palavras de Deus” (Rm 3.1,2, NVI). O que o Senhor Jesus disse acerca da reação dos judeus às Suas parábolas? “Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade...”’ (Mt 13.13-15, NVI). Muitos cristãos pensam que, por essa razão, Deus rejeitou Israel para sempre e que a Igreja passou a ocupar seu lugar. Mas faz parte do eterno desígnio de Deus que Israel tenha ficado cego temporariamente por nossa causa, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. O apóstolo Paulo encerra o capítulo sobre a futura restauração de Israel com um hino de adoração pela maneira maravilhosa de Deus dirigir nossos caminhos (veja Rm 11.33-36). “Quero ouvir a voz de Deus em minha vida...” Será que nós todos não temos nossas idéias préconcebidas e nossas convicções próprias acerca da maneira com que Deus deve falar conosco ou sobre o modo como Ele deve nos ajudar? Quando “Naamã, comandante do exército do rei da Síria, ...porém leproso” (2 Rs 5.1) parou com todos os seus méritos pessoais e com suas vitórias militares diante da casa do profeta Elias, ele tinha uma idéia bastante clara de como o profeta deveria curá-lo: “Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso” (v.11). Porém,
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o profeta nem sequer veio ao seu encontro. Apenas enviou um mensageiro com uma breve instrução, para que Naamã atribuísse a cura maravilhosa não a ele, mas ao Deus de Israel! Como somos rápidos em olhar para homens de Deus ao invés de olhar para o Deus desses homens! Pensemos nos dois discípulos que estavam no caminho de Jerusalém para Emaús. Conhecemos as idéias que eles tinham acerca do Messias de Israel, que deveria libertar os judeus da ocupação romana: “nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel” (Lc 24.21, NVI). O Senhor Jesus, o Messias de Israel, não trouxe uma redenção infinitamente maior e mais plena? Ele trouxe não uma salvação política, mas espiritual – não do jugo romano, mas do jugo do pecado – não do domínio romano, mas do domínio do Diabo, do pecado e da morte – não uma salvação temporária, terrena, mas uma redenção eterna! Talvez nós também pensemos saber o que o Senhor deveria fazer em nossa vida ou na vida de outros. Se for assim, é bom nos lembramos de Romanos 11.33: “Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos!” (NVI). Portanto, querido irmão atribulado, querida irmã entristecida, abra sua Bíblia e ouça o que Deus quer lhe falar! Saúdo de coração, Dieter Steiger
“Os profetas previram que nos últimos tempos os acontecimentos mundiais se concentrariam no Oriente Médio, na Babilônia, nas nações árabes, em Israel e na Rússia – exatamente as nações que ocupam as manchetes das primeiras páginas dos jornais atuais” (Tim LaHaye)
Em abril de 2006 o site www.kultur.ard.de trazia o seguinte comentário sobre a Bíblia: “Da Torre de Babel ao Juízo Final: o Livro dos livros está entre os principais registros culturais da humanidade, e é um bestseller mundial”. Acho notável como a frase “Da Torre de Babel ao Juízo Final” estabelece uma ponte.
O primeiro tipo do Anticristo e seu reino
“Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. Foi
valente caçador diante do SENHOR; daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR. O princípio do seu reino foi Babel...” (Gn 10.8-10). O nome Ninrode significa “indignar-se”, “rebelar-se”, “rebelde”. Ele simboliza a indignação contra Deus, como a que o Anticristo vindouro manifestará. Satanás, que sempre se aproveitou do ser humano, também ficou indignado com Deus e se rebelou contra Ele desde o começo. Essa ousadia está expressa, por exemplo, no Iluminismo, na evolução, na queda da moralidade, na teologia moderna, etc. A rebe-
lião jamais se manifestou de forma tão atrevida e aberta quanto hoje em dia. Na minha opinião, as crescentes revoltas, demonstrações de violência e indignações dos nossos dias são nada menos que um sinal anticristão em nossa sociedade. Por exemplo, o grupo de rock “Lordi”, que venceu o “Eurovision Song Contest 2006”, reflete o caráter anticristão da Europa contemporânea. As pessoas se rebelam contra Deus e Seu Cristo, contra a Palavra de Deus, contra qualquer ordem e moral. O caminho está sendo preparado para o anarquismo, cujo espírito é anticristão (2 Tm 3.1-5), e essa
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Ninrode foi lher. Igualmente espantosa é a descoo fundador de berta de que os primeiros homens teBabel. A Babi- riam vivido na região onde hoje está o lônia é a sede, Iraque. Os teólogos localizam o Jarou cidade natal, dim do Éden nessa região. “A probadas nações. A bilidade de termos de levar o relato bíhistória da hu- blico da criação ao pé da letra e de manidade co- que Adão e Eva são pessoas históricas meça a se de- é hoje maior do que em séculos passasenrolar a partir dos”, diz Rana. A teoria da evolução não tem como prevalecer à luz da de Babel. O Iraque ciência moderna.1 Será possível que o anticristia(Babilônia) é nismo terminará na mesma região chamado de O grupo de rock “Lordi”, que venceu o “Eurovision Song Contest 2006”, reflete o caráter anticristão da Europa berço da civili- da terra em que começou? A Babicontemporânea. zação. Será que lônia é um retrato espiritual da reo ataúde da civi- belião do homem contra Deus. lização anticristã Desde o Gênesis, esse é o fio verfinal também melho que percorre toda a Bíblia e rebelião será coroada pela vinda do estará nessa mesma Anticristo (2 Ts 2.3-12). área? Aqui segue um Ninrode foi o primeiro podero- relato interessante: Por que as pessoas correm tanto e estão tão estressa“Novas descobertas so (déspota, ditador) e caçador desdas? Por que não conseguem descansar? Elas estão te mundo. Ele se vangloriava de genéticas contradizem sendo caçadas pelo Diabo, pelo pecado e pelo mundo. seu poder e enfrentava a Deus de a tese de que o homem Mas só poucas percebem isso. forma atrevida. Sim, ele se rebela- descende do macaco”. va contra Deus. Cristo, entretanto, É o que escreve o fafoi o primeiro homem realmente moso bioquímico Fazahumilde e sem violência. Como le Rana, do instituto Bom Pastor, ele convida a huma- “Reasons to Believe” nidade: “Vinde a mim, todos os que [Razões para Crer], em estais cansados e sobrecarregados, e eu Glendora (Califórnia). vos aliviarei... porque sou manso e Em seu livro “Quem foi humilde de coração...” (Mt 11.28- Adão”, ele remete a 29). Um pastor atrai. O rebanho estudos sérios de mateo segue confiantemente. Um caça- rial genético de humador, porém, só sabe acuar e acos- nos e fósseis. Os pessar o rebanho. Essa é a diferença quisadores de DNA techegado à entre Cristo e o Anticristo. Da mes- riam ma forma, Esaú também foi um conclusão de que não caçador, enquanto Jacó foi um pas- há ligações biológicas tor. Do mesmo modo, Saul caçou entre o homem e antepassados humanóides. o pastor Davi. Atualmente, por que as pessoas Ao invés disso, acumucorrem tanto e estão tão estressa- lam-se as indicações das? Por que não conseguem des- de que a humanidade cansar? Elas estão sendo caçadas só existe há menos de pelo Diabo, pelo pecado e pelo 100.000 anos. Ela temundo. Mas só poucas percebem ria se desenvolvido a isso. Somente em Jesus há des- partir de um único homem e uma única mucanso.
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toda a história da humanidade, até os capítulos 17 e 18 do Apocalipse. A Babilônia é a sede de tudo que é satânico e é o berço do politeísmo. É a oposição do inferior contra tudo aquilo que vem de cima. A torre de Babel simboliza o punho erguido da humanidade contra Deus. É possível que Ninrode fosse a força propulsora por trás da união dos povos (a globalização daquela época) que construiu a torre de Babel. O mundo inteiro – sociedade, política e cultura – deveria concentrar-se em Babel: “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra” (Gn 11.4). O mundo daquela época era marcado pela busca por unificação, sede de poder, auto-exaltação e organizações de massa (globalização), mas excluía Deus. A Babilônia é a “primeira grande tentativa de construir uma monarquia mundial sem Deus”, comenta o teólogo alemão Hans Bruns.2 E Ludwig Schneider escreve: “Ninrode queria construir uma torre imponente, a torre de Babel (Gn 11), a fim de, a partir de Babel e por meio de um único idioma, (...) controlar o mundo inteiro. Naquela época Ninrode já sabia que sem a globalização seria impossível conseguir que a humanidade como um todo o adorasse como um deus. (...) Mas tudo que está relacionado a Babel possui um significado escatológico, pois de Babel não sai apenas confusão, mas da Babilônia um dia também sairão o Anticristo e o falso profeta que seduzirão o mundo inteiro por meio de um governo mundial único. A nova ordem mundial, a última torre de Babel, não admitirá mais nenhuma fronteira entre países, nem particularidades nacionais ou convicções religiosas”.3
O texto bíblico a respeito da construção da torre de Babel menciona de passagem um detalhe que, observado à luz da atualidade, pode adquirir uma importância especial: betume. “E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. Os tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa” (Gn 11.3). Aquilo que é “bem queimado” representa algo eterno, indestrutível, que desafia o juízo de Deus. Tecnologia moderna, criatividade e novos procedimentos foram combinados. Esse espírito da antiga Babilônia também caracteriza o moderno espírito babilônico dos tempos finais. Outra tradução de “betume” é “piche”. Hoje talvez se falaria em “petróleo” ou “asfalto”. Os materiais mencionados têm o petróleo como matéria-prima. Também em nossos dias o petróleo desempenha o papel político mais importante do mundo. Não é à toa que a globalização e os jogos de poder das nações giram principalmente em torno do petróleo. Dele emana um poder intenso. Ele é a força propulsora da política e da economia mundial. Quem possui petróleo tem poder mundial. Sem petróleo nada funciona. A revista “Der Spiegel” afirmou na matéria “Luta pelas matérias-primas – a nova guerra fria”: [Vivemos] na era das dramáticas lutas pela distribuição de recursos cada vez mais raros e, ao mesmo tempo, necessários em quantidades sempre maiores. A era em que a política internacional é cada vez mais determinada pelas questões da segurança energética, à medida que as
cartas dos potenciais vencedores e perdedores estão sendo redistribuídas. (...) Só uma coisa é mais perigosa para a economia (do que a ameaça terrorista internacional): a falta de matéria-prima e o conseqüente alto preço do petróleo. (...) O Iraque tem enormes reservas de matéria-prima. Quem dominar o país às margens do Eufrates e do Tigre poderá exercer uma influência decisiva sobre a evolução dos acontecimentos nessa região sensível, que, devido às suas enormes reservas, é considerada como o ‘posto de abastecimento do mundo’. (...) As principais potências – os EUA, a Europa, a Rússia e as emergentes China e Índia – já consideram a segurança de seus recursos como a prioridade política número um. (...) Grandes esforços são empregados para instalar redes de oleodutos atravessando desertos, estepes e também o fundo do mar. Os guardiões e os proprietários dos recursos são cortejados. Usa-se truques, suborno, tráfico. (...) O subsolo do Oriente Médio contém mais reservas de petróleo do que todas as outras reservas do mundo inteiro reunidas.4
Justamente a Arábia Saudita, o Irã e o Iraque possuem as maiores reservas de petróleo do mundo. Quem conseguir dominar essa re-
Quem possui petróleo, tem poder mundial. Sem petróleo nada funciona.
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Nos últimos cinco anos, a extração de petróleo no Mar do Norte diminuiu em mais de 20%.
gião terá poder sobre todo o mundo. O petróleo é uma matéria-prima fóssil (fósseis = restos de animais ou plantas de eras passadas). A maior parte está concentrada no Oriente Médio porque a primeira civilização antes do dilúvio estava localizada nessa região. Só depois do dilúvio a humanidade foi espalhada por todo o globo terrestre. E, assim como a primeira organização em massa, também a globalização final se concentrará no Oriente Médio. Não é isso de grande significado para o futuro, inclusive do ponto de vista salvífico e profético? O Oriente Médio ganha importância e provavelmente se transformará no ponto de atração dos povos nos últimos dias antes da volta de Jesus. O texto da revista continua, de forma apropriada: “Se a Europa se le-
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vantasse com uma só voz, ela poderia exercer toda a influência desejada...” Na edição seguinte de “Der Spiegel” o tema foi abordado novamente. Entre outras coisas, foi mencionado “o fim dos fósseis”. E, continuando: “Em todo mundo estamos diante de uma era histórica de crescimento negativo, cheia de intranqüilidade e lutas (...) Trinta e três dos principais 48 extratores já alcançaram ou até mesmo ultrapassaram seu ápice”. Segundo o artigo, nos últimos cinco anos a extração de petróleo no Mar do Norte diminuiu em mais de 20%.5
O último reino anticristão
O último reino anticristão é descrito nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse. Esses capítulos falam da Babilônia, isto é, da “cidade de Babilônia” (só no capítulo 18 ela é citada seis vezes) e da sua derrocada definitiva. Apocalipse 18.10-13 fala da tremenda riqueza da Babilônia e de sua influência sobre a economia mundial: “E, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo. E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto
de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas”. No futuro esta região desempenhará um importante papel para o capital e o mercado de trabalho. E, de fato, a região da Babilônia (o Oriente Médio) está ganhando cada vez mais importância em nossos dias. Sobre isso fala um artigo de Pierre Heumann: Todos os olhares estão dirigidos para o que é mega – os xeques do Golfo querem continuar nadando em dinheiro mesmo quando o petróleo tiver acabado. (...) Só o céu é o limite, mas até este pode ser levantado com alguma ajuda. No Golfo Pérsico está surgindo uma nova Arábia. Uma nova geração de governantes está se libertando dos padrões de pensamento tradicionalmente nacionalistas ou religiosos. (...) Do Bahrein a Dubai os xeques constroem centros urbanos como símbolo do mesmo progresso que no século passado era representado por Nova Iorque e pela Califórnia. (...) “Somos nós que fazemos a história e que vamos ao encontro do futuro”, diz o xeque Mohammed Bin Raschid al-Maktoum. (...) A sede de ação dos dirigentes está perfeitamente garantida do ponto de vista financeiro. Hoje uma boa parte dos petrodólares permanece no Oriente Médio. Isso permite um enorme volume de investimentos: o banco britânico HSBC estima que sejam por volta de 300 bilhões de dólares. (...) Eles financiam projetos que (...) criam centros de poder globalizados no Golfo. O Qatar, o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos ou o Bahrein querem fazer concorrência à altura para as metrópoles da América, da Ásia ou da Europa. (...)
Enorme atividade na construção civil em Dubai (à esquerda), provavelmente a cidade que cresce mais rapidamente no mundo. O Hotel Burj Al Arab (no centro) e a Dubai Palm Island (à direita), uma ilha artificial em forma de palmeira.
Com seus 200.000 habitantes, o Qatar, que possui a terceira reserva mundial de gás natural, quer se tornar a capital mundial do gás liquefeito. O Bahrein espera poder manter o primeiro lugar entre os centros financeiros da região. Em Dubai também só se pensa em termos superlativos, erigindo ícones do progresso: são construídos os arranha-céus mais altos, as maiores ilhas artificiais ou aeroportos com capacidade para 190 milhões de passageiros por ano, um recorde mundial. (...) A soma para os novos projetos é inimaginável: são mais de um quatrilhão de dólares. Sem hesitação, empresários falam em dobrar o faturamento em um ano, sem que seus pares se espantem com isso. Essa velocidade já é praticamente normal. A maior agitação da construção civil está em Dubai, provavelmente a cidade com o crescimento mais rápido do mundo. (...) Por exemplo, as três ilhas artificiais que foram construídas ao longo da costa são tão grandes (...) que o povo de Dubai as chama de “8ª maravilha do mundo”; o novo aeroporto com seis pistas, que permite pousos e aterrissagens paralelas 24 horas por dia, sete dias por semana; o maior centro de compras do Oriente Médio; um gigantesco parque de diversões (maior que Washington D.C.); uma pista de corrida para a Fórmula
1; um projeto com 100 arranha-céus, Dubai: os logotipos da Microsoft, da que se concentrarão em torno de um Hewlett-Packard e da Cisco Systems porto para iates. O Burj (Torre) Dubai são ostentados nas fachadas cintilandeverá se tornar a construção mais al- tes dos prédios. (...) ta do mundo. (...) Para o caso de mais A fim de preparar a população natarde surgirem ainda prédios mais al- tiva, em sua maioria conservadora, tos em outro lugar, está prevista a pos- para a nova era, os líderes da região sibilidade de assentamento de andares ao sul do Golfo estão introduzindo adicionais. “The sky is the limit”, diz uma revolução na educação. O Qatar O’Sullivan, (“o céu é o limite”). (...) está à frente de todos. (...) Esse minúsDubai ainda vai além: até o final culo Estado forma seus jovens de acordo ano (...) a primeira bolsa de ações do com os melhores padrões ocidene futuros do Oriente Médio abrigará tais. de trinta a quarenta corretoras interO sucesso atrai as melhores cabenacionais. A força de distribuição des- ças da Europa, dos Estados Unidos e sa bolsa será maior que a de Londres dos países árabes. (...) Montasser vê ou Nova Iorque. (...) Os xeques não Dubai como o precursor de uma Aráconhecem a palavra “impossível”. A bia aberta, que finalmente realiza sua sensacional megalomania é parte aquilo que os políticos nacionalistas de sua campanha de relações públi- prometem há cinqüenta anos. (...) cas. (...) Há alguns anos as pessoas se limiOs xeques não conhecem a palavra “impossível”. tavam a sorrir A sua sensacional megalomania é parte de sua campanha de relações públicas. quando Dubai apresentava seus projetos de futuro: (...) agora os planos são levados a sério. O crème de la crème das firmas de tecnologia está representado em
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Só que o boom econômico também tem seu preço. Mira menciona os exércitos de trabalhadores asiáticos que se extenuam o dia inteiro, em três turnos, por um baixo salário... Dubai e Bahrein ainda vão mais longe na repressão à religiosidade islâmica. Bares com grande variedade de bebidas alcoólicas, uma vida noturna pulsante e até a prostituição estão presentes de forma tão escancarada que dá para imaginar que todos os vícios condenados pelo islamismo recebem a bênção dos governantes. A receptividade em relação aos estrangeiros origina-se, como tudo no Golfo, de um cálculo econômico: o crescimento só acontece se os estrangeiros trabalharem. No Qatar e em Dubai, por exemplo, 80% dos habitantes são estrangeiros. (...) “Ninguém vem para cá por uma predileção especial pelo lugar”, diz um empresário suíço, “estamos aqui só por causa do dinheiro”. A esperteza dos xeques também se revela na política interna. Os governantes, que fazem parte das famílias mais ricas do mundo, (...) deixam o povo participar do progresso ou, pelo menos, partilham uma pequena parte de seu poder. (...) A democracia não é um objetivo em si, mas apenas um meio para ajudar o povo a melhorar de vida – e é exatamente isso que os governantes fazem. (...) Os cidadãos têm acesso a formação de ponta, um
sistema de saúde excelente e quem quiser trabalhar encontra emprego (...).6
Seja como for, um dia a Babilônia sucumbirá sob lamentos: “E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe. E, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? E lançaram pó sobre a cabeça e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! Porque numa hora foi assolada” (Ap 18.17-19, RC). Os termos “piloto”, “naus”, “marinheiros” e “todos os que negociam no mar” podem muito bem estar relacionados ao petróleo. Podem indicar extração e transporte de petróleo, plataformas, tanques e dutos. Afinal, tudo isso acontece principalmente sobre ou debaixo do mar. Não podemos excluir a possibilidade de que o último governo mundial anticristão, descrito pela Bíblia, tenha a sua “sede” na região da antiga Babilônia. Pelo menos essa região poderia desempenhar um papel importante durante a sua atuação. Mas quando Deus julgar a Babilônia no fim da Grande Tribulação, os lamentos serão intensos em todo mundo.
Visto dessa maneira, parece haver um significado mais profundo por trás do fato de que o Iraque foi ocupado e libertado pelo Ocidente, e agora está sendo democratizado. Talvez as conseqüências das duas guerras no Golfo sejam os simples primórdios do fim dos tempos, que serão completados rapidamente sob o governo mundial do Anticristo e então levados ao seu objetivo maior. O berço da humanidade também pode abrigar o seu fim. O lugar em que apareceu o primeiro governador mundial anticristão (Ninrode) também pode ser o local da atuação do último. O círculo sempre se fecha no mesmo local em que começou.
O petróleo do fim dos tempos junto ao Eufrates
O Iraque faz fronteira com o Kuwait, a Arábia Saudita, a Jordânia, a Síria, a Turquia, o Irã e o Golfo Pérsico, abrangendo, assim, a maior parte da Mesopotâmia, terra que ficava entre os rios Eufrates e Tigre.7
E justamente o Eufrates tem um papel central no Apocalipse bíblico. Wim Malgo, fundador da “Chamada da Meia-Noite”, falava muito a respeito da luta final entre o “óleo de baixo” e o “óleo de cima”. Óleo
Os termos “piloto”, “naus”, “marinheiros” e “todos os que negociam no mar” podem muito bem estar relacionados ao petróleo.
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O berço da humanidade também pode abrigar o seu fim. O lugar em que apareceu o primeiro governador mundial anticristão (Ninrode) também pode ser o local da atuação do último. O círculo sempre se fecha no mesmo local em que começou.
– azeite de oliva – é um símbolo da atuação do Espírito Santo (de cima para baixo). Já o petróleo (que sobe das profundezas) simboliza o espírito do submundo. Assim que o Espírito Santo tirar a Igreja de Jesus – o elemento que detém o pecado – o espírito que vem de baixo poderá se desenvolver completamente: “E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém” (2 Ts 2.67). A expressão “o que” refere-se à Igreja. “Aquele”, representa o Espírito Santo, que fez morada na Igreja e a levará ao céu no Arrebatamento
(cf At 8.39; 2 Co 5.4-5; Ef 1.13-14; 1 Rs 18.12; 2 Rs 2.16; Ap 4.1-2). A abertura do primeiro selo e o aparecimento do cavaleiro sobre o cavalo branco (Ap 6.1-2) provavelmente se referem ao Anticristo. Portanto, o Arrebatamento aconteceria antes da abertura do primeiro selo. Depois do Arrebatamento, os espíritos das profundezas vão passar a agir. Começará a última fase antes do retorno de Jesus em glória. Quando o “óleo de cima” sumir, o “óleo de baixo” vai se espalhar.
O azeite de oliva é um símbolo da atuação do Espírito Santo.
“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.) Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.12-16). Portanto, a região do Eufrates está ligada à batalha dos reis em Armagedom. Talvez os reis do Ocidente se dirigirão ao Oriente Médio por causa dos recursos naturais, impulsionados por demônios de Satanás (é óbvio que também haverá outras razões, como, por exemplo, Israel). Mas tudo terminará bem. Logo depois da época de Ninrode e de Babel (Gn 10 e 11) o Altíssimo escolheu Abraão para, por meio dele, cumprir o Seu plano: “Ora, disse o Senhor a Abrão...” (Gn 12.1). Da mesma forma, depois da destruição da Babilônia anticristã final (Ap 18) o Senhor se voltará novamente para Seu povo. Ele escolherá novamente a Israel e levará Seu plano até o fim.
Notas: 1. “P.-D.”, nº 13; 29.3.06. 2. Bíblia, tradução alemã de Bruns, comentário sobre Gn 11.1-4. 3. “Israel Heute”, julho de 2005. 4. “Der Spiegel”, nº 13, 27.3.06. 5. “Der Spiegel”, nº 14, 3.4.06. 6. “Die Weltwoche”, edição 24/06. 7. www.wikipedia.org.
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O dispensacionalismo é a chave interpretativa que descerra as páginas das Escrituras, abre a porta ao nosso entendimento da profecia e orienta nosso pensamento sobre o projeto de Deus para a história humana. Três princípios complementares formam o alicerce da teologia dispensacional. O primeiro princípio afirma que a Bíblia deve ser consistentemente entendida em termos do sentido normal ou literal das palavras, inclusive quando se usam figuras de linguagem, onde o contexto assim indicar. Um segundo princípio se acha na premissa de que Deus tem um plano para Israel como etnia e nação, plano esse que é distinto do Seu plano para a Igreja do Novo Testamento. O terceiro princípio do dispensacionalismo é que a história humana é o desenrolar do plano eterno de Deus que culmina na obtenção da máxima glória possível para o Seu nome. A palavra grega para “dispensação”, oikonomia, significa administração, ou mordomia. Uma dispensação é, portanto, uma administração distinta e identificável no desenrolar do projeto divino para a história humana (Ef 3.2; Cl 1.2526). Deus administra a totalidade da história humana como se fosse Sua casa, conduzindo a humanidade ao longo dos estágios seqüenciais de Sua administração. Cada estágio, ou dispensação, é determinado pelo nível de revelação que Deus ofereceu até aquela ocasião na história. Essa revelação especifica as respon-
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sabilidades do homem, testes ou provas concernentes a essas responsabilidades e a graciosa provisão de Deus de uma solução para quando ocorre o fracasso humano. Embora cada dispensação tenha características distintas e identificáveis, as verdades e os princípios da revelação divina e do plano de redenção permanecem constantes. A salvação é pela graça, por meio da fé exclusivamente em Cristo. Antes da cruz, a fé aguardava o cumprimento da promessa divina de salvação pela obra do Messias. A partir da crucificação de Jesus Cristo, a fé olha para trás, contemplando Sua obra substitutiva e expiatória completa na cruz. Outras características são modificadas à medida que a revelação divina progride, tal como aconteceu, por exemplo, com o sacrifício de animais. Os dispensacionalistas às vezes divergem quanto ao número exato de dispensações reveladas nas Escrituras, mas geralmente alistam estas sete: 1. Inocência: da Criação até a Queda 2. Consciência: da Queda ao Dilúvio 3. Governo Humano: do Dilúvio a Abraão 4. Promessa: de Abraão a Moisés 5. Lei Mosaica: de Moisés até a Cruz 6. Era da Igreja: do Pentecostes ao Arrebatamento 7. Reino Milenar: O reino literal de mil anos de Jesus Cristo depois de Sua Segunda Vinda.
A teologia dispensacional nos permite entender corretamente o calendário profético de Deus para a humanidade. A presente era focaliza a Igreja como o povo de Deus, em lugar de Israel. No entanto, para que a profecia de Daniel (Dn 9.27) se cumpra literalmente do mesmo modo que as primeiras 69 semanas se cumpriram (Dn 9.2526), a Igreja precisa ser removida da terra. Somente então, Deus começará a cumprir tudo que prometeu a Israel no Antigo Testamento. A remoção da Igreja é chamada de Arrebatamento (1 Ts 4.16-17), e muitos dispensacionalistas acreditam que esse evento precederá os últimos sete anos do decreto divino para Israel, conhecido como Tribulação. Esses sete anos, que são tecnicamente um complemento da era da Lei Mosaica, começam depois do Arrebatamento da Igreja e terminam com a Segunda Vinda. Assim, a doutrina do arrebatamento pré-tribulacional da Igreja é intimamente identificada com a teologia dispensacional.
Robert Dean Jr. é Ph.D. em estudos teológicos pelo Seminário Teológico de Dalas (EUA). Ele é pastor da West Houston Bible Church e tem sido um palestrante muito requisitado tanto nos EUA como em outros países. Seu livro Triunfando na Batalha (escrito em co-autoria com Thomas Ice) é uma das obras mais esclarecedoras sobre as questões da batalha espiritual.
O artigo da página anterior foi extraído da Bíblia de Estudo Profética. Além de mapas, quadros, tabelas e gráficos, ela contém muitos textos e anotações para facilitar o entendimento das profecias bíblicas.
A Bíblia de Estudo Profética foi preparada com a colaboração de grande número dos mais conceituados eruditos e estudiosos das Escrituras. Ela é um instrumento imprescindível para o aprofundamento na Palavra de Deus.
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Na história da igreja atual não houve nada que mais induzisse os crentes a abandonarem sua fé na suficiência da Palavra de Deus do que a pseudociência do aconselhamento psicológico. Considere o seguinte: nos EUA, a igreja evangélica é um dos principais serviços que indicam e encaminham casos para psicólogos e psiquiatras. Muitas igrejas grandes têm profissionais formados em psicoterapia na sua equipe ministerial. Agências missionárias exigem que os candidatos ao campo missionário sejam avaliados e aprovados por psicólogos profissionais antes de serem considerados
aptos para o serviço. Psicólogos e conselheiros cristãos geralmente são mais conhecidos e respeitados pelos evangélicos do que expositores e mestres da Bíblia. Quem nunca ouviu falar do famoso psicólogo Dr. James Dobson? A maioria dos evangélicos está convencida de que a psicoterapia é científica e necessária para suprir aquilo que falta na Bíblia quanto às necessidades mentais, emocionais e comportamentais do ser humano. Quando uso o termo “psicoterapia”, refiro-me ao aconselhamento psicológico, à psicologia clínica e à psiquiatria (filosófica, ou seja, não-
biológica). Também posso usar o termo geral “psicologia”. Reconheço que existem algumas áreas da psicologia que são claramente diferentes da psicoterapia e podem ter mérito e valor científico, a exemplo daqueles campos de pesquisa que estudam a percepção, a interface homem-máquina, a ergonomia, determinadas psicologias educacionais, entre outros. Entretanto, tais campos de pesquisa equivalem a uma percentagem muito pequena dentro de toda a indústria da psicologia que alega ter uma compreensão científica do que se passa no interior da mente humana.
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Mas, então, qual é o problema da psicoterapia? De acordo com muitos trabalhos científicos, a psicoterapia raramente funciona (quando funciona, seu efeito é apenas superficial) e é considerada prejudicial. Da perspectiva bíblica, trata-se de uma fraude religiosa anticristã. Ambas as conclusões ficarão muito evidentes à medida que prosseguirmos. Diante da influência significativa que tem exercido sobre a Igreja, o método psicológico, comparado com o método bíblico, devia ser uma questão de profunda preocupação para todos aqueles que crêem que a Palavra de Deus é a autoridade sobre sua vida e que a Bíblia é suficiente para “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2 Pedro 1.3). Qual seria a diferença entre esses dois métodos? Os dois métodos não poderiam ser mais antagônicos um ao outro. As teorias fundamentais do aconselhamento psicológico se opõem àquilo que a Bíblia ensina sobre a
natureza do ser humano e a solução de Deus para os problemas mentais, emocionais e comportamentais do homem. As concepções psicoterapêuticas partem de um pressuposto de que a natureza humana é intrinsecamente boa. A Bíblia declara que, à exceção de Jesus Cristo, o homem não é bom, pelo contrário, já nasce com uma natureza pecaminosa, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). O aconselhamento psicológico promove a crença de que os problemas que afetam negativamente o bem-estar mental e emocional de uma pessoa são determinados por circunstâncias externas à pessoa, tais como as atitudes abusivas dos pais ou o ambiente no qual se encontre. Já a Bíblia nos diz que o coração maligno do ser humano e suas escolhas pecaminosas causam os problemas mentais, emocionais e comportamentais do indivíduo, conforme se lê: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Mateus 7.21-23). A psicoterapia procura melhorar o ego da pessoa
A psicoterapia procura melhorar o ego da pessoa por meio de certos conceitos, tais como: amor-próprio, auto-estima, autovalorização, auto-imagem, auto-realização. Porém, a Bíblia ensina que o ego é o principal problema da natureza humana.
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por meio de certos conceitos, tais como: amor-próprio, auto-estima, autovalorização, auto-imagem, auto-realização. Porém, a Bíblia ensina que o ego é o principal problema da natureza humana, não a solução para os males que afligem o ser humano. Além disso, as Escrituras, profeticamente, consideram a solução central proposta pelo aconselhamento psicológico, ou seja, o amor-próprio, como o catalisador que acelera o processo para uma vida de depravação. “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas...” (2 Timóteo 3.1-2). A Edição Revista e Corrigida diz: “...haverá homens amantes de si mesmos...”. A Bíblia mostra que a reconciliação com Deus por intermédio de Jesus Cristo é o único caminho para que o ser humano seja verdadeiramente curado de suas desordens mentais, emocionais e comportamentais relacionadas com o pecado: “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, [Jesus Cristo] vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentarvos perante ele [Deus] santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Colossenses 1.21-22). A psicoterapia causou o naufrágio da fé de muitas pessoas no que concerne à suficiência da Bíblia. Devido ao fato dos psicólogos alegarem ter uma compreensão profunda da natureza humana, bem como métodos de transformação que não se verificam na Bíblia, a conclusão a que se chega é a de que a Bíblia não pode ser suficiente para aconselhar nem tratar das necessidades mentais, emocionais e comportamentais dos crentes em Cristo. A psicoterapia vendeu para a Igreja a mentira de que a psicolo-
gia pode ser utilizada numa integração com a Bíblia. Isso devia ser uma vergonha para qualquer crente prevenido. Uma vez que a psicologia e a Bíblia são fundamentalmente antagônicas, deveria ser óbvio que não pode haver uma integração legítima entre os ensinamentos de ambas. Além disso, se a Bíblia, que é o “Manual do Fabricante”, não é suficiente para tratar de “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade”, os seres criados por Deus devem buscar o bem-estar mental, físico e comportamental em outra fonte. Mas, se o precisam buscar em outra fonte, então a alegação de que a Bíblia é autorizada, inerrante e suficiente também é falsa. De que maneira a psicoterapia exerce influência na Igreja? Na realidade, seria raro encontrar um sermão tópico [N. do T., um sermão tópico é elaborado a partir do tema e não do texto das Escrituras, como se verifica em sermões textuais e, principalmente, expositivos] que não apresente certos pressupostos oriundos da psicologia. Um exemplo típico seria o da igreja americana de Willow Creek, nas proximidades de Chicago, cuja influência se estende nacional e internacionalmente, através de sua associação de igrejas que conta com cerca de dez mil afiliadas. Um pesquisador de métodos de crescimento de igrejas, que passou um ano envolvido na realidade de Willow Creek, fez a seguinte observação: [O pastor Bill] Hybels não apenas ensina princípios psicológicos, mas também utiliza princípios psicológicos como parâmetros de interpretação na sua exegese das Escrituras [...] o rei Davi teve uma crise de identidade, o apóstolo Paulo encorajou Timóteo a fazer uma auto-análise e Pedro tinha um problema com discernimento de limites. A questão é que os princípios
psicológicos normalmente estão embutidos nos ensinamentos de Hybels.
O livro de Rick Warren, recordista de vendas, The Purpose-Driven Life [publicado em português com o título Uma Vida Com Propósito] promove a aceitação da psicologia na Igreja ao incluir expressões psicologizadas, tais como: “Sansão era um co-dependente” e “o ponto fraco de Gideão estava em sua baixa auto-estima e em suas profundas inseguranças”. Por que razão tem ocorrido toda essa psicologização do cristianismo? Bem, em primeiro lugar, porque a Igreja comprou estas três concepções enganosas: 1) A psicoterapia é um esforço científico; 2) O aconselhamento deve ser praticado apenas por profissionais; 3) A psicologia cristã concilia a ciência e a fé. Analisemos cada uma dessas concepções. Primeiramente, a psicoterapia não é um esforço científico. Martin e Deidre Bobgan, em seu livro intitulado The End of “Christian Psychology” [i.e., O Fim da “Psicologia Cristã”], mencionam o seguinte: No intuito de avaliar o prestígio da psicologia, a American Psychological Association [Associação Americana de Psicologia] designou o Dr. Sigmund Koch para planejar
e dirigir uma pesquisa que foi subsidiada pela National Science Foundation [Fundação Nacional de Ciência]. Essa pesquisa envolveu oitenta eminentes eruditos que avaliaram os fatos, teorias e métodos da psicologia. Os resultados desse amplo esforço foram publicados numa série em sete volumes intitulada Psychology: A Study of a Science [Psicologia: O Exame de Uma Ciência]. O Dr. Koch faz um resumo das descobertas desse grupo de estudo nos seguintes termos: “A essa altura, penso que esteja absoluta e conclusivamente claro que a psicologia não pode ser uma ciência coerente”.
O Dr. Karl Popper, considerado um dos maiores filósofos da ciência, após fazer uma análise completa da psicoterapia, declarou: “embora se apresente como uma das ciências, na realidade [a psicoterapia] tem muito mais em comum com os mitos primitivos do que com a ciência [e] assemelha-se à astrologia, que é diferente de astronomia”. Em segundo lugar, o aconselhamento não é apenas para profissionais. Graças a Freud e a outros que tinham formação médica, a psicoterapia utiliza termos e conceito que dão a falsa impressão de que estão relacionados com a ciência médica
O Dr. Karl Popper, considerado um dos maiores filósofos da ciência, após fazer uma análise completa da psicoterapia, declarou: “embora se apresente como uma das ciências, na realidade [a psicoterapia] tem muito mais em comum com os mitos primitivos do que com a ciência [e] assemelha-se à astrologia, que é diferente de astronomia”.
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“Falando francamente, o que o paciente e o psicoterapeuta realmente fazem? Eles falam e ouvem um ao outro. E sobre o que conversam? Expressando-me em termos concisos, o paciente fala sobre si mesmo e o terapeuta fala sobre o paciente [...] cada um tenta levar o outro a ver ou fazer as coisas de determinada maneira”.
ou medicina. Para ver além dessa miragem ilusória, é fundamental que se compreenda o significado do termo “doença”. Será que o processo mental de uma pessoa – ou seja, seu pensamento ou comportamento – pode literalmente ficar doente? Nossos cérebros, pelo fato de serem físicos, podem ficar doentes. Contudo, nossas mentes, que não são físicas, não podem adoecer. Desse modo, o termo “doença mental” é uma designação incorreta – um mito. Além disso, à exceção da área de psiquiatria, os psicoterapeutas não tratam dos problemas orgânicos ou físicos de seus pacientes. Mas, então, o que os psicoterapeutas fazem? Bem, na maior parte do tempo eles falam e ouvem. O Dr. Thomas Szasz, um psiquiatra pesquisador, apresenta-nos esta explicação mais detalhada: “falando francamente, o que o paciente e o psicoterapeuta realmente fazem? Eles falam e ouvem um ao outro. E sobre o que conversam? Expressando-me em termos concisos, o paciente fala sobre si mesmo e o terapeuta fala sobre o paciente [...] ca-
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da um tenta levar o outro a ver ou fazer as coisas de determinada maneira”. Suponho que a maioria dos evangélicos, seja no púlpito seja no banco da igreja, certamente pode lidar com o instrumento do aconselhamento – que simplesmente se constitui em falar e ouvir! Mas poucos de nós temos formação profissional. Não possuímos um diploma de nível superior em falar e ouvir, nem estudamos teorias acerca do comportamento humano, as quais nada mais são do que opiniões e especulações de homens que não crêem em Deus. Além disso, existem mais de 500 sistemas psicoterapêuticos diferentes (geralmente contraditórios e, às vezes, totalmente grotescos), além de milhares de métodos e técnicas. Dessa forma, como não-profissionais ou “amadores”, não incluímos em nossa prática do aconselhamento todo esse assim chamado conhecimento. Entretanto, será que os profissionais do aconselhamento têm sido mais eficazes do que os não-profissionais em ajudar pessoas na solução de seus problemas? Não!
Após revisar a pesquisa que comparava conselheiros profissionais com conselheiros sem formação em psicologia, os pesquisadores Truax e Mitchell relatam o seguinte: “Não há prova nenhuma de que o programa convencional de formação e graduação tenha algum valor superior na produção de terapeutas que são mais úteis do que os nãoprofissionais”. Considerem a conclusão de um longo projeto de pesquisa conduzido pelo Dr. Joseph Durlak: Durante toda a pesquisa, os resultados obtidos em análises comparativas favoreceram os não-profissionais [...] Não houve diferenças significativas entre os colaboradores em 28 investigações, porém, os não-profissionais foram expressivamente mais eficazes do que os profissionais em doze pesquisas. A instigante conclusão dessas pesquisas comparativas é a de que os profissionais, comprovadamente, não possuem habilidades terapêuticas superiores às habilidades daqueles que não são profissionais. Além disso, formação acadêmica, treinamento e experiência profissional em saúde mental não são pré-requisitos para prestar auxílio eficaz a uma pessoa. O Dr. Bernie Zilbergeld, psicólogo e autor de best-seller, em seu livro intitulado The Shrinking of America: Myths of Psychological Change [A Psicologização dos Estados Unidos da América: Mitos da Mudança Psicológica], escreve o seguinte: A melhor solução para a maioria dos problemas enfrentados pelas pessoas seria a conversa com amigos, cônjuges, parentes ou qualquer outra pessoa que pareça se sair bem naquela que você considera ser sua área de deficiência [...] Se, pessoalmente, eu tivesse um problema de relacionamento e não tivesse condição de resolvê-lo com meu sócio, não procuraria um psicanalista; procuraria, ao meu re-
o envia para reconstruir e fortificar Jerusalém. Sob o pretexto de auxiliar Neemias, os inimigos de Israel tentaram subverter aquela restauração. Por incrível que pareça, o sacerdote constrói e oferece a Tobias, um dos tais adversários de Israel, uma câmara ou aposento dentro do templo. O mesmo acontece hoje em dia com a assim chamada psicologia cristã. Até que ponto essa psicologização da Igreja é perigosa? Embora já seja devastadora no atual momento, as Escrituras afirmam que tal psicologização irá muito além do que possamos imaginar. O apóstolo Paulo é enfático na sua advertência (2 Timóteo 3.1-5) de que “nos últimos dias” as condições do ser humano serão “difíceis”. Tal advertência começa com uma característica que é a pedra fundamental da psicologia humanista e que Paulo, nos versículos 2 a 5, demonstra ser a fonte uma série de males, a saber: o amor-próprio. Na próxima edição consideraremos os aspectos proféticos da psicologia e da psicologia cristã, na medida em que contribuem para a formação da igreja apóstata e da religião do Anticristo. (TBC)
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Mas, então, como atuam os psicoterapeutas profissionais que são cristãos? Eles extraem seletivamente os conceitos que aprenderam durante o período de sua formação educacional secular e tentam integrá-los ao seu sistema cristão de crenças. Entretanto, todos esses conceitos são antagônicos ao modo bíblico de se tratar os problemas de um crente em Cristo na sua luta para vencer o pecado e viver uma vida frutífera, produtiva e agradável ao Senhor. É necessário que se procure saber a razão pela qual um crente em Cristo recorreria a qualquer uma dessas abordagens da sabedoria humana, concebidas por pessoas que, muito obviamente, eram anticristãs. Freud considerava a religião uma ilusão e ficou conhecido pelo seu ódio ao cristianismo em virtude dos ensinamentos cristãos que ele acreditava serem anti-semitas. Outros, tais como Abraham Maslow e Carl Rogers, foram ocultistas e defensores ferrenhos da Nova Era. Reflita nesta citação extraída dos escritos de um proeminente psicólogo cristão: “Pela influência de psicólogos humanistas, como Abraham Maslow e Carl Rogers, muitos de nós crentes em Cristo começamos a enxergar nossa necessidade de amor- T.A. McMahon é diretor-executivo do ministério The Berean Call. Ele é co-autor (com Dave próprio e auto-estima. Esse é um Hunt) do bestseller A Sedução do Cristianisenfoque saudável e necessário”. mo. Não segundo as Escrituras! Recomendamos: O livro de Neemias nos oferece um retrato do que acontece atualmente na Igreja. Neemias (cujo nome significa: “Javé é nosso consolador”) é Pedidos: 0300 789.5152 um tipo do Espíwww.Chamada.com.br rito Santo. Deus Livro
Ora, esse é apenas um ótimo conselho do bom senso de um homem que conhece o campo da psicoterapia. No entanto, nestes “tempos difíceis” para a Igreja, muitas pessoas (e o número delas continua a aumentar) não apenas renunciaram ao “bom senso”, mas procederam pior ainda: descartaram a ordem bíblica que receberam de servir uns aos outros com o recurso da Palavra de Deus no poder do Espírito Santo. Tais pessoas ficaram intimidadas pelos mitos e se apartaram da verdade. Por fim, a psicologia cristã não tem a capacidade de conciliar a ciência e a fé. Por quê não? Porque a psicologia não é uma ciência, nem pode ser cristianizada. Por certo há cristãos que são psicoterapeutas credenciados profissionalmente, todavia não existe nenhuma ramificação ou corrente da psicologia que possa ser identificada pela designação “cristã”. Considere a seguinte declaração que retrata o ponto de vista da Christian Association for Psychological Studies [Associação Cristã de Pesquisas Psicológicas]: Sempre nos perguntam se somos “psicólogos cristãos” [...] Nós somos cristãos que são psicólogos, porém, até o presente momento, não existe o reconhecimento de nenhuma psicologia cristã que seja notadamente diferente da psicologia não-cristã. É difícil deduzir que atuemos de uma maneira fundamentalmente distinta da maneira pela qual nossos colegas não-cristãos atuam [...] até agora não há homologação de nenhuma teoria, método de pesquisa, nem metodolo-
gia de tratamento que seja distintamente cristã.
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dor, aquele tipo de relacionamento entre sócios que eu admiro [...] Buscaria essas pessoas para aconselhar-me. Eu quero alguém que demonstre em sua vida a capacidade de ser bem sucedido naquilo que em minha vida é deficiente.
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O empenho dos perversos: negar o Criador O físico inglês Stephen Hawking nasceu exatamente 300 anos após a morte de Galileu. Ele é professor de Matemática em Cambridge, venerado como “pensador genial”, elogiado como “popstar” da Física e considerado o “herói espiritual” dos intelectuais. Hawking é autor do bestseller “Uma Breve História do Tempo”. Uma revista alemã escreveu a seu respeito: Stephen Hawking sofre de paralisia gravíssima. Ele está preso a uma cadeira de rodas. Há muito tempo não consegue falar, pois sua enfermidade é progressiva, mas seu pensamento praticamente não tem fronteiras. Segundo suas próprias palavras, o objetivo de sua vida é: “Eu gostaria de descobrir a origem do Universo. Como e quando ele começou. Como ele acabará e, se acabar, como será esse fim”. Sua maior ambição, desde o início da juventude, consiste em provar que o Cosmo pode ter surgido sem um deus. “O mais elegante seria eliminar o criador do mundo”, declarou Hawking, “se vivemos num Universo perfeitamente fechado em si mesmo, sem início e sem fim”. A respeito, um co-
O físico inglês Stephen Hawking.
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mentarista disse: “...infelizmente, o Universo imaginado por ele, no qual até mesmo o tempo perde o sentido, continua sendo apenas uma teoria. Ao contrário, as mais recentes observações dos astrônomos praticamente não confirmam as previsões de Hawking”. (FOCUS, 48/2006)
A mais breve história do tempo não é encontrada na obra de Hawking, mas exatamente no livro a que ele não dá crédito. Há os que dizem zombeteiramente que o livro de Hawking é o mais vendido e menos lido desde a Bíblia. Isso, naturalmente, não é verdade, pois a Bíblia é lida atualmente por milhões de pessoas. A Palavra de Deus adverte: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2.8). O empenho do professor é em vão, pois seu desejo jamais se concretizará. Todos que querem destroçar a rocha da Palavra de Deus acabarão, eles mesmos, destruídos. A Bíblia anuncia, sem sombra de dúvida, que Jesus Cristo é o Criador de todas as coisas. As tentativas vãs, realizadas há séculos, de demonstrar que não é assim, são justamente uma prova de que as afirmações bíblicas são verdadeiras. Combatê-las equivale a querer destruir uma bigorna com golpes de pena. O Eterno o diz da seguinte maneira no Salmo 112.10: “O perverso vê isso e se enraivece;
range os dentes e se consome; o desejo dos perversos perecerá”. A Escritura afirma claramente que Deus é o Criador do Universo: “E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gênesis 1.6-8, veja também os versículos 14-19). Como Criador, Deus, o Senhor, é infinitamente grande, e Ele mesmo habita acima do céu, de modo a olhá-lo desde o alto: “Excelso é o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, acima dos céus. Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?” (Salmo 113.4-6). O Salmo 104.1-2 explica que o Universo não é fechado em si mesmo, mas que teve início e terá fim: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, como tu és magnificente: sobrevestido de glória e majestade, coberto de luz como de um manto. Tu estendes o céu como uma cortina”. Da mesma forma como uma cortina tem início e fim, também foi e será com o Universo – mesmo que para nós ele seja incomensurável. E o Senhor, em Sua grandeza infinita, está muito acima dele. Em Colossenses 1.16 é respondida a pergunta de Stephen Hawking, com relação a Jesus Cristo: “pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visí-
Do Nosso Campo Visual discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol” (Salmo 19.14). O fato de um surdo não conseguir ouvir não é uma confirmação de que não existem melodias. Se um cego não consegue ver, isso não prova que não há cores. Entretanto, apenas porque o ser humano é cego e surdo, e até mesmo morto espiritualmente, não haveria um Deus? Realmente, é muito estranho que certas pessoas estejam continuamente tentado demonstrar que não existe um Criador. Elas O negam de antemão, porque não querem saber nada dEle. Por isso, em sua opinião, Ele não pode existir. Elas lutam contra Sua existência real. Se não houvesse Deus, não seria preciso lutar contra Ele. Até mesmo “os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Salmo 2.2-3). Deus, porém, fez ainda mais do que revelar-se apenas na criação. Ele comprovou Seu amor por nós,
pois Jesus Cristo deixou o céu e veio à terra para nos salvar: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Não são as tentativas de achar explicações e os raciocínios desesperados que nos revelam como o Universo começou e como será seu fim. Quem o faz é a Bíblia, que diz: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhaivos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis” (2 Pedro 3.10-14). (Norbert Lieth)
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veis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. O ser humano gostaria tanto de ter um Universo sem Deus, de pura matéria, ao qual não seria necessário prestar contas e diante do qual o pecado não teria significado. O homem está fugindo desesperadamente de um Deus que nos segue a cada passo com Seu amor e nos confronta com incontáveis provas de Sua existência em todos os lugares. Muitas pessoas se comportam como embriões no útero, que – supostamente – não têm noção de nada além do mundo em que se encontram. Elas fazem cálculos e procuram provas para negar uma existência fora do que conhecem. Mas, do mesmo modo como os embriões não podem provar que não existe uma mãe que os sustenta, o ser humano não pode provar que existe um Universo sem Deus. O contrário é que é verdadeiro: a capacidade de viver dos pequenos seres é a evidência de que há um ser maior que os envolve, uma vida que os mantém vivos. Nossa existência e capacidade de viver é a prova evidente de que há um Deus Criador, que nos envolve e mantém com vida. Por isso, o Salmo 100.3 nos conclama: “Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio”. O Universo, cujo Criador se pretende ignorar, é ele mesmo uma confirmação clara da Sua existência, pois ele fala, proclama e manifesta, dia após dia, com palavras cuja mensagem não pode deixar de ser ouvida mesmo sem acústica: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia
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Quem é a mulher de Apocalipse 12? Pergunta: “Lemos em Apocalipse 12.1: “Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Apocalipse 12.1). Quem é essa mulher?”
Resposta: Em busca de uma resposta, devemos considerar o seguinte: • João viu um “sinal”, o que significa que a mulher é um símbolo. Portanto, ele não se refere a uma mulher real, de modo que não se trata da virgem Maria. Pelo contrário, trata-se de um símbolo de Israel. Na Antiga Aliança, Israel é algumas vezes chamado de mulher de Yahweh (Is 54.6). Na interpretação da Palavra de Deus é importante observar: a melhor maneira de explicar símbolos é compará-los com outros relacionados ao mesmo assunto, ao invés de simplesmente tentar atribuir-lhes qualquer significado. Desse modo, também podemos concluir que não se trata da Igreja, pois a Igreja não é descrita por tais símbolos. • O sinal foi visto no céu. A vocação de Israel procede de Deus e, por isso, é imutável. Além disso, Israel foi colocado acima de todas as nações (veja Dt 26.19). • A mulher está “vestida do sol”. Jesus é o Sol da Justiça (Ap 1.16; Ml 4.2). Lemos no Salmo 84.11: “Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente”. Israel está revestido – e
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Chamada da Meia-Noite, maio de 2007
disso consiste sua vocação – daqui- de Jacó são os patriarcas das doze lo que Jesus é. Finalmente, Israel tribos. será conduzido através da Tribula• Nesse sinal e no subseqüente ção sob a proteção de Jesus e alcan- nascimento do filho da mulher (Ap çará o objetivo da vocação. 12.2-6) nos é apresentado todo o • “...a lua debaixo dos pés”. Co- Plano de Salvação, desde o nascimo se sabe, a Lua não tem luz pró- mento de Jesus, Sua ressurreição, a pria; ela a recebe do Sol e a reflete Tribulação de Israel e a volta de Jesobre a Terra. Israel está vestido do sus. (Norbert Lieth) sol e tem a vocação de refletir essa luz (a luz do seu Messias) neste mundo. No Antigo Testamento, Israel era A mulher está “vestida do sol”. Jesus é o Sol da o povo pelo qual Deus Justiça (Ap 1.16; Ml 4.2). Lemos no Salmo 84.11: “Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e se dava a conhecer. glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente”. Isso também aconteceu com a vinda de Jesus ao mundo através de Israel. Nesse meio tempo, Israel falhou, mas no reino messiânico voltará a assumir inteiramente essa vocação. • As “doze estrelas” indicam claramente as doze tribos de Israel. Na Bíblia, doze é sempre o número de Israel. Mesmo os doze apóstolos, que fundaram a Igreja, eram todos judeus e levaram a Luz do Mundo – Jesus – aos gentios. Além disso, essa visão de João aponta para o sonho de José em Gênesis 37.9-10, onde os irmãos de José são representados como estrelas. Os doze filhos