da Meia-Noite
Mateus 25.6
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JANEIRO DE 2008 • Ano 39 • Nº 1 • R$ 3,50
Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Índice Prezados Amigos
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A Gloriosa Graça de Deus
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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 35.00 Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf
A Guerra de Satanás Contra Deus
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Do Nosso Campo Visual
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Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).
• Desmascarando a psico-heresia - 13
A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.
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Aconselhamento Bíblico • Pecado para morte?
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O que nos trará o recém-iniciado ano de 2008? A resposta depende muito de nossa posição interior. Podemos começar o ano da forma que Tiago descreve: “Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros” (Tg 4.13). A Bíblia não é moderna? Não é essa a exata maneira de agir que predomina nos dias de hoje? Fazer seus próprios planos, e ainda pedir a bênção de Deus sobre eles. Se agirmos assim, estaremos seguindo por um caminho perigoso. Ouçamos a séria advertência de Tiago: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã”. Desconhecemos o que nos trará o amanhã. Obviamente precisamos planejar nossos dias, pois vivemos em sociedade e temos responsabilidades. Porém, não sabemos se vivenciaremos o dia de amanhã. Por isso, “que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Estar conscientes do quanto a nossa vida é passageira nos faz humildes e prontos a colocar em prática o conselho de Tiago: “Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg 4.15). Janeiro e fevereiro são os meses das férias de verão. Deveríamos aproveitar o tempo livre para voltar a tomar nas mãos um bom livro. A variedade de títulos à nossa escolha é enorme, mas existem livros especiais, que nos marcam de forma perene. Jamais esquecerei o que assimilei dos dois volumes da biografia do missionário inglês Hudson Taylor (1832-1906), que exerceu seu ministério na China, os quais li há muitos anos passados, nos meus tempos de escola bíblica em Beatenberg, na Suíça. Na verdade, tínhamos um programa bem puxado e pouco tempo de sobra, mas as aulas foram suspensas por alguns dias devido a um surto de gripe. Quando ela me pegou também, fiquei alguns dias de cama, e li. Em certa ocasião Hudson Taylor escreveu sobre as diferentes maneiras de fazer a vontade de Deus. Segundo ele, a melhor é quando nos colocamos sinceramente à disposição do Senhor Jesus, para que através de nós Ele possa realizar aquilo que Ele se propôs! Naquela época, entendi essa verdade com meu intelecto, mas até colocála em prática no exercitar diário demorou bastante tempo, e continuo no processo de aprendizado. Deixar o Senhor dirigir nossas ações não é o melhor que podemos fazer com nossa vida, tão curta e passageira? Como filhos de Deus, podemos agir como Davi, que testifica no Salmo
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31.15: “Nas tuas mãos, estão os meus dias...”, ou seja: eu vivo de forma consciente como uma ovelha do Bom Pastor, e confiante, começo o novo ano que está à minha frente porque sei que estou abrigado na mão de meu Senhor. Oxalá o Senhor possa dizer de nós o que declarou acerca de Davi: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (At 13.22). O que fazia de Davi esse homem segundo o coração de Deus? Poderíamos listar algumas características, mas penso que ele é um grande exemplo para nós por ter sido um homem de oração e por ter se empenhado com todas as suas forças para preparar a edificação do Templo em Jerusalém, segundo o plano divino. Ele comprou o terreno, a eira de Ornã em Jerusalém, providenciou o material de construção (ouro, prata, bronze, ferro, pedras, madeira de cedro, toda sorte de pedras preciosas e mármore – 1 Cr 22.14; 29.2), recebeu do Senhor a planta exata até os mínimos detalhes (1 Cr 28.11,19), organizou a música e o canto do futuro ministério no Templo (1 Cr 25.1ss.), além de termos 73 salmos que levam seu nome como autor. Cada um de nós deve ser uma pessoa de oração, alguém que contribui com os dons e bens que possui para que a casa espiritual, edificada com pedras vivas, que é a Igreja de Jesus espalhada pelo mundo, esteja completa em breve! Nesse sentido, entremos confiada e descansadamente no novo ano dizendo: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20). Um abençoado Ano Novo, olhando para Jesus!
Dieter Steiger
Viagem a Israel >> 3 a 15 de maio de 2008 << Informações: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br
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Há aproximadamente cem anos, Julia H. Johnson compôs a letra de um hino intitulado Grace Greater Than Our Sin [“Graça Maior que o Nosso Pecado”; conhecido em português pelo título: Graça de Deus, Infinito Amor]. A quarta estrofe desse hino sintetiza com muita propriedade o conceito da graça de Deus: Maravilhosa, infinita, incomparável graça, concedida livremente a todo o que nEle crer; tu que anelas ver Sua face, queres neste instante Sua graça receber?
Nós que recebemos a graça de Deus por intermédio de Jesus Cristo, de fato, constatamos quão maravilhosa e incomparável é essa graça. Entretanto, qual é o significado da expressão Graça de Deus?
A Definição da Graça de Deus A definição encontrada em um dicionário para o termo graça é a se-
guinte: “O favor imerecido que Deus concede ao homem”. Embora tal definição seja verdadeira, é incompleta. Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor. Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A graça de
Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a humanidade desmerecedora.1
A Declaração da Graça de Deus Ao longo de toda a Bíblia, a graça de Deus se manifestou em três estágios. No primeiro, Deus revelou Sua bondade e graça ao demonstrar misericórdia, favor e amor para com todos os homens em geral, mas para com Israel em particular. No segundo estágio, Deus expressou ou apresentou Sua graça, de forma mais clara, através de Jesus
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Cristo, o qual veio ao mundo para pagar pelos pecados do homem mediante Sua morte sacrificial na cruz. No terceiro, a graça de Deus proporciona salvação e santificação a todos os que, pela fé, confiam em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas. Na Septuaginta, uma antiga tradução das Escrituras do Antigo Testamento para a língua grega, o termo grego traduzido por “graça” é charis que significa “graça ou favor imerecido”. As Escrituras Hebraicas não possuem nenhum termo hebraico equivalente. Os termos originais hebraicos traduzidos na Septuaginta por charis são chanan ou chen, que se traduzem por “graça”, “favor” ou “misericórdia”. Essas duas palavras hebraicas são usadas no Antigo Testamento para retratar o mesmo significado de charis: (1) mostrar misericórdia para com o pobre (Pv 14.31); (2) proporcionar misericórdia àqueles que invocam a Deus em tempo de angústia (Sl 4.1; 6.2; 31.9); (3) demonstrar favor a Israel no Egito (Êx 3.21; 11.3; 12.36); e (4) conceder (Deus) Sua graça a determinadas pessoas, tais como Noé (Gn 6.8), José (Gn 39.21), Moisés (Êx
33.12,17), e Gideão (Jz 6.17). Além disso, a graça de Deus será derramada sobre a nação de Israel no tempo da sua salvação (Zc 12.10). Outros termos hebraicos, tais como, racham ou rachamim (i.e., “misericórdia”) e chesed (“amor leal” ou “bondade”) muitas vezes ocorrem juntos no texto hebraico para expressar o conceito da graça de Deus (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 86.15; 145.8; Jl 2.13; Jn 4.2). Graça, amor e misericórdia estão explicitados na aliança de Deus com o rei Davi, a qual se estendeu a seu filho Salomão mesmo depois que este veio a pecar no decurso de sua vida (2 Sm 7.1-17). Deus não outorgou Seu amor e graça a Israel por qualquer mérito dessa nação. Deus escolheu Israel para que fosse o povo de Sua propriedade exclusiva através de um ato de pura graça (Dt 7.6-9). A graça e a misericórdia também foram manifestadas a nações inteiras. O Senhor, por Sua graça, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, supriu as necessidades da nação durante sua peregrinação no deserto e lhes concedeu a terra de Canaã. O amor do profeta Oséias
por sua esposa Gômer, uma prostituta, ilustrava a graça e misericórdia de Deus para com Israel. Embora Gômer fosse uma esposa infiel, Oséias demonstrou-lhe graça, misericórdia e amor, ao resgatá-la do mercado de escravos pelo pagamento de um preço. Ela tipificava a nação de Israel redimida da escravidão do pecado. Pela graça de Deus a ímpia cidade de Nínive foi poupada da destruição ao arrepender-se de seu pecado com a pregação de Jonas. No Novo Testamento, o conceito de graça encontra uma expressão mais precisa, rica e completa no termo grego charis, o qual ocorre, no mínimo, por 170 vezes. A graça de Deus assume uma dimensão pessoal totalmente nova e se torna evidente ao ser humano nas palavras e obras do ministério redentor de Jesus Cristo. Que prova maior da graça de Deus poderia ser dada do que essa da salvação? Foi o próprio Deus que, em Sua bondade e graça, tomou a iniciativa de providenciar a salvação para o homem após a queda de Adão no pecado. A graça de Deus se revela à humanidade de duas maneiras fundamentais:
A Graça Comum também misericórdia ções A graça e a na a as ad st foram manife nhor, por Sua inteiras. O Se u o povo de graça, liberto avidão cr Israel da es no Egito.
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A graça comum se refere ao imerecido favor, amor e cuidado providencial de Deus, estendidos a toda a raça humana em corrupção, pelos quais Deus derrama Suas bênçãos sobre todos em geral, tanto sobre os salvos quanto sobre os descrentes (Sl 145.8-9). Deus refreia Sua ira contra a humanidade pecadora, concedendo a uma nação ou a uma pessoa o tempo necessário para que se arrependa – o que vem a ser uma extensão da graça comum do Senhor. A graça comum também pode ser constatada na obra do Espírito San-
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para aquele que, pela fé, recebe a Cristo.
Graça Santificadora
to, quando este move o coração de uma pessoa ao persuadi-la(lo) e convencê-la(lo) da necessidade de buscar a salvação por intermédio de Jesus Cristo (Jo 16.8-11).
A Graça Especial A segunda maneira de Deus revelar Seu favor é através da graça especial, comumente denominada de graça eficaz, efetiva ou graça salvadora. A graça de Deus é eficaz na medida em que produz salvação na vida dos indivíduos eleitos que depositam sua fé na morte de Cristo e no sangue que Ele derramou na cruz para remissão de seus pecados. A graça eficaz é conhecida por experiência no momento em que Deus, pela instrumentalidade do Espírito Santo, opera de forma irresistível na mente e no coração de uma pessoa, de modo que o indivíduo escolha livremente crer em Jesus Cristo como seu Salvador. Os crentes em Cristo são chamados, não segundo suas obras de esforço próprio, mas conforme a “determinação e graça” de Deus (2 Tm 1.9). O apóstolo Paulo é um exemplo clássico da chamada eficaz de Deus. Ele foi chamado, não por sua vontade, mas “pela vontade de Deus” (1 Co 1.1). Na realidade, ele tentava destruir a Igreja até o momento em que se converteu a Cris-
to, conversão essa que ocorreu pela graça de Deus (At 9).
A Demonstração da Graça de Deus A graça de Deus se evidencia de diversas maneiras na vida de um crente em Cristo.
Graça Salvadora A palavra salvação é um termo abrangente. Refere-se ao ato redentor de Deus pelo qual Ele, no presente momento, redime o indivíduo da penalidade e do poder do pecado, e, no futuro, libertará o crente em Cristo da presença do pecado na ocasião da glorificação dos salvos. A salvação é um dom gratuito de Deus, concedido a uma pessoa em virtude da graça, por meio da fé, independente de qualquer obra ou mérito da parte da pessoa que o recebe. No momento da salvação, a graça imerecida e a fé do crente são dons que procedem diretamente do Senhor àqueles que põem sua fé em Cristo (Ef 2.8-9). A graça da salvação, oferecida na atual dispensação, inclui cada aspecto da obra redentora de Deus em favor dos crentes em Jesus e abrange a redenção, a propiciação, a justificação, o perdão, a santificação, a reconciliação e a glorificação
Naquele momento em que a pessoa, pela fé, recebe a Cristo, ele (ou ela) é santificado pela graça de Deus. A palavra santificação significa “tornar santo” ou “separar para Deus” com propósito ou uso sagrado. A Bíblia menciona pessoas, lugares, dias e objetos inanimados consagrados (i.e., separados) a Deus. No que se refere a um indivíduo, a santificação pode ser definida como a obra da livre graça de Deus através do Espírito Santo, na qual Ele separa o crente para ser amoldado ou conforme à imagem de Cristo. As Escrituras se referem a três estágios de santificação pela graça de Deus. O primeiro deles é o da santificação posicional que diz respeito à posição santa do crente perante Deus, fundamentada na redenção que Cristo efetuou a seu favor. O segundo estágio é o da santificação progressiva, na qual o crente em Cristo se encontra no processo de ser santificado através da Palavra de Deus (Jo 17.17). Os crentes são exortados a crescer “na graça” (2 Pe 3.18); na busca desse crescimento, tornam-se recipientes do favor imerecido que procede do Senhor. O crescimento na graça não é obtido por meios naturais, mas se dá através do estudo da Palavra de Deus (2 Pe 1.2-3,5-6,8). À medida que um crente em Jesus cresce na graça, o fruto do Espírito se torna manifesto através da vida dele ou dela (Gl 5.22-23), levando a pessoa a uma conformidade com a imagem e semelhança de Cristo (Rm 8.29). O terceiro estágio é o da santificação completa ou perfeita, que os crentes conhecerão por experiência quando receberem seus corpos glorificados e se completar a sua re-
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Graça Sofredora
o Santo, édio do Espírit Deus, por interm espirituais sobrenaturais ns providenciou do equipar e capacitar cada de com o objetivo inistério [i.e., o para o seu m crente em Crist local. ja serviço] na igre
Graça Servidora
LIVRO
A palavra dom (do termo grego charisma: “dádiva ou dom da graça”) se refere a um favor que alguém recebe gratuitamente, sem merecê-lo. Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério [i.e., serviço] na igreja local. Não existe apenas um dom, mas, sim, uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes
(Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-11; Ef 4.7,11-12; 1 Pe 4.11). Os crentes dispõem de “diferentes dons segundo a graça que [por Deus] nos foi dada” (Rm 12.6). Alguns crentes possuem uma abundância de dons, enquanto outros possuem apenas um ou dois. Esses dons, ou graças, não são dons, talentos ou habilidades naturais; pelo contrário, são dons proporcionados por Deus, os quais, através do crente, efetuam a edificação do Corpo de Cristo, rendendo, assim, a glória que pertence a Deus. No uso de seu dom, um crente David M. Levy é diretor dos ministérios interdeve se dirigir às outras pessoas com nacionais de The Friends of Israel. uma atitude de graça. O apóstolo Paulo declarou: “A vossa conversa seja sempre com graça” (Cl 4.6; conforme a Tradução Brasileira). No Notas: J. Dwight Pentecost, Things Which Become que dizia respeito ao serviço para o 1. Sound Doctrine, Westwood, NJ: Fleming H. Senhor, Paulo estava equipado, não Revell, 1965, p. 19. com sua própria força e poder, mas com a graça Recomendamos: de Deus que lhe fora outorgada. Ele disse: “...trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Pedidos: 0300 789.5152 Deus comigo” (1 www.Chamada.com.br Co. 15.10).
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denção (Rm 8.30; Ef 5.27). Esse acontecimento se concretizará na ocasião do Arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-52; 1 Ts 4.16-17).
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LIVRO
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O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus. Paulo tinha um “espinho na carne” (i.e., uma debilidade física) que ele, por três vezes, suplicara a Deus para que fosse removido. Cada uma de suas súplicas recebeu esta mesma resposta: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). Em outras palavras, a graça de Deus era suficiente para fortalecer Paulo em sua dificuldade física, de modo que ele a pudesse suportar. O mesmo acontece com os crentes nos dias atuais. Deus proporciona a graça suficiente para nos fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento. Paulo resumiu isso com muita propriedade, quando escreveu: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Isso diz tudo. Junto com a compositora daquele hino, cantamos: “Maravilhosa, infinita, incomparável...” é a surpreendente graça de Deus. (Israel My Glory)
Para que a profecia bíblica sobre o fim dos tempos faça sentido, é preciso entender primeiro o que aconteceu no princípio de tudo, a fim de saber para onde vamos e por que a história humana caminha nessa direção. Embora o ser humano esteja visceralmente envolvido no desdobramento da história, ninguém vai conseguir entender o propósito e o objetivo dela sem antes conhecer o que Deus revela acerca da esfera angelical. Tudo começou quando Satanás declarou a sua independência de Deus logo depois da criação.
Começa a Batalha Pelo Planeta Terra Os textos de Ezequiel 28 e Isaías 14 são as duas principais passagens bíblicas que mostram a entrada do pecado no universo por ocasião da queda de Satanás. O capítulo 28 de Ezequiel inicia com um pronunciamento de juízo
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contra o príncipe de Tiro, que demonstra ser uma referência a Lúcifer, ou seja, Satanás, aquele que realmente atua por detrás desse rei humano (Ez 28.11-19). Os versículos 14 e 15 de Ezequiel 28 dizem: “Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti”. Apesar de ter sido criado em beleza e perfeição, Satanás, o anjo de Deus mais elevado na hierarquia angelical, caiu em pecado e arrastou consigo um terço dos outros anjos (Ap 12.4,9). O texto de Isaías 14 é a outra passagem bíblica fundamental para nos esclarecer acerca da queda de Satanás. O profeta registra a famosa declaração de Satanás em sua rebelião contra Deus: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o
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meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (vv. 13-14). Deus respondeu a tal declaração da seguinte forma: “Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo
do abismo” (v. 15). Satanás se tornou o inimigo de Deus, um adversário que se levantou com o intuito de destronar Deus e impedir o plano divino para a história. Depois que caiu em pecado, Satanás partiu para expandir sua influência através da tenta-
“Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (Isaías 14.15).
ção de Adão e Eva, que tinham sido criados recentemente, para levá-los a se unirem a ele em sua rebelião contra Deus. Em conseqüência da participação de Satanás no engano de Eva a fim de que o ser humano se juntasse a ele na revolta contra Deus, o Senhor amaldiçoou a serpente e a mulher nos seguintes termos: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). O grande conflito entre a descendência da serpente e o descen-
dente da mulher começou a ser travado a partir daquele momento.
Satanás Difama a Deus O livro de Jó é o primeiro livro da Bíblia revelado por Deus ao ser humano e, portanto, é o mais antigo livro do cânon das Escrituras. Eu creio que o livro funciona como uma espécie de prolegômeno* da Bíblia.
Identificamos o tema geral da história na vida de Jó, um personagem bíblico que viveu antes de Abraão. Naquele contexto, percebe-se que Deus demonstrava alguma verdade ao conselho angelical** através dos acontecimentos na vida de Jó. Apesar das terríveis provações que Jó suportou, Deus abençoou esse homem no fim de sua vida muito mais do que o abençoara no começo, desbancando, desse modo, a falácia da acusação satânica fundamental de que Deus não sabe o que faz. O restante da Bíblia e a história comprovam essa tese com muito mais detalhes que envolvem não somente o povo de Israel, mas também a Igreja e outros grupos de pessoas redimidas. No começo do relato da história de Jó, quando os anjos (tanto os caídos quanto os santos anjos) compareceram perante Deus, perguntou o Senhor a Satanás: “Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela” (Jó 1.7). À medida que acompanhamos o desenrolar do diálogo entre Deus e Satanás, descobrimos que, apesar de o diabo ter poder para investir contra a vida de seres humanos, isso não quer dizer, necessariamente, que
ele possa fazê-lo quando bem entender. Satanás precisa da permissão de Deus para provocar calamidades na vida de um ser humano. O Senhor iniciou sua conversa com Satanás perguntando o seguinte: “Observaste o meu servo Jó?” (Jó 1.8). Em seguida, Satanás solicitou a permissão do Senhor para causar danos a Jó. Satanás obviamente não pediria consentimento numa questão como essa, se não fosse necessário. O diabo admitiu que Deus fizera uma cerca viva (i.e., uma cerca de proteção) ao redor da vida de Jó e de sua família, proteção essa que o impedia de atacar sorrateiramente a Jó sem a permissão de Deus. Após conceder permissão a Satanás, o Senhor estabeleceu os limites de sofrimento que ele poderia infligir a Jó (cf. Jó 1.12; Jó 2.6). Durante o diálogo entre Deus e Satanás, o diabo acusa o Senhor de não ser um Deus bom, de não saber o que faz e de ser Alguém que só obtém a lealdade do ser humano porque compra a pessoa com bens e benefícios. Percebe-se que o alvo de Satanás é obstruir o progresso do plano de Deus para que possa provar sua tese de que Deus não sabe governar o universo;
* Prolegômeno vem a ser uma introdução crítica ou analítica de um livro. ** O conselho angelical é uma referência àqueles anjos, tanto caídos quanto eleitos, que se apresentam diante do trono de Deus no céu conforme está descrito em Jó 1.6 e Jó 2.1.
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na realidade, Satanás acredita que é capaz de governar melhor do que Deus. Essa é a razão pela qual a luta entre a descendência da serpente e o descendente da mulher se trava na história e chegará ao seu clímax nos últimos dias, durante o período de sete anos da Tribulação.
Satanás Ataca Israel O conflito entre o descendente da mulher e a descendência da serpente concentrou seu foco sobre Israel porque o Messias viria da nação eleita de Deus. Portanto, se Satanás em alguma ocasião conseguisse frustrar o plano de Deus e impedir sua
concretização na história, teria atingido seu intento de obstruir o propósito de Deus e teria provado sua alegação inicial de que o Senhor não merece ser Deus, o Altíssimo. Todo o capítulo 12 do livro de Apocalipse mostra a razão pela qual Satanás atacará Israel no meio do período da Tribulação e tentará eliminá-lo, ou seja, porque Satanás sabe que, àquela altura, pouco tempo lhe restará para evitar o cumprimento final do plano de Deus. O objetivo essencial de Satanás é impedir a Segunda Vinda de Cristo. Como ele poderia alcançar esse objetivo? Ele acredita que pode atingi-lo pela destruição dos judeus. A Se-
gunda Vinda de Cristo acontecerá no momento em que a nação de Israel aceitar Jesus como seu Messias e invocar Seu nome para que Ele os salve no Armagedom. Se esse acontecimento milagroso não ocorresse, Israel seria aniquilado naquele momento da Grande Tribulação. Desse modo, o capítulo 12 de Apocalipse oferece uma compreensão clara desse conflito que vem sendo travado há milênios, desde o início deste mundo, e que perdura para se tornar uma questão de extrema importância no ponto culminante da história. O texto de Apocalipse 12 nos mostra que um terço dos anjos caiu em pecado e seguiu a Satanás por ocasião da sua revolta inicial. Entendemos esse fato ao constatarmos que as estrelas nessa passagem simbolizam os anjos (compare com Apocalipse 9.1; 12.7,9).“Essa foi uma guerra no céu que ocasionou a expulsão de Satanás e seus anjos para a terra antes do nascimento do filho da mulher, donde se conclui que tal acontecimento faz parte da história passada. Uma segunda guerra é mencionada em Apocalipse 12.7-9, que vem a ser a última
tentativa satânica de conquistar o céu e exterminar o menino após o seu nascimento”.1 A segunda parte do versículo 4 é uma clara referência a Satanás (i.e., “o dragão”) que pára em frente da mulher que está para dar à luz (i.e., Israel), numa tentativa de impedir o nascimento de Jesus, o Messias, o menino ao qual a mulher deu à luz no passado. Satanás não sabia o momento exato do nascimento do Messias, de forma que aguardou com muita expectativa pela vinda do descendente da mulher. A tentativa satânica de “devorar o filho [da mulher] quando nascesse” é vista no Novo Testamento naquela ocasião em que Satanás instigou o rei Herodes a tramar uma conspiração para achar o menino Jesus e matá-lo (Mt 2). Diante do fato de que os acontecimentos históricos envolvidos no nascimento de Jesus faziam parte do conflito angelical, o Senhor advertiu os magos do Oriente em sonho “para não voltarem à presença de Herodes”, pelo que eles, “regressaram por outro caminho a sua terra” (Mt 2.12). Satanás estava prestes a incitar Herodes para que este mandasse
Todo o capítulo 12 do livro de Apocalipse mostra a razão pela qual Satanás atacará Israel no meio do período da Tribulação e tentará eliminá-lo, ou seja, porque Satanás sabe que, àquela altura, pouco tempo lhe restará para evitar o cumprimento final do plano de Deus.
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matar todos os nenês do sexo masculino da faixa etária de Jesus, porém, “tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Mt 2.13). Deus sempre está um passo à frente de Satanás. Ao longo da história, fatos como os que acabamos de mencionar fazem parte do conflito angelical, da guerra entre a descendência da serpente e o descendente da mulher. Robert L. Thomas faz o seguinte resumo dos principais acontecimentos da história: As más intenções do dragão para com o filho que estava para nascer à mulher ficam evidentes em toda a história do Antigo Testamento. Indícios da sua hostilidade vêm à tona no assassinato de Abel pelas mãos de Caim
(Gn 4.8), na corrupção da linhagem de Sete (Gn 6.112), nas tentativas de violar sexualmente tanto Sara (Gn 12.10-20; 20.1-18) quanto Rebeca (Gn 26.1-18), no plano de Rebeca para tirar o direito de primogenitura de Esaú através de uma trapaça, ocasionando a inimizade de Esaú contra Jacó (Gn 27), no assassinato de todos os nenês hebreus do sexo masculino por ordem do Faraó no Egito (Êx 1.15-22), nas tentativas de assassinar Davi (por exemplo, 1 Sm 18.10-11), na tentativa da rainha Atalia de destruir toda a descendência real de Judá (2 Cr 22.10), na trama de Hamã para exterminar os judeus (Et 3-9), e nas constantes tentativas dos israelitas de matarem seus próprios filhos em atos de sacrifício com finalidade expiatória (cf. Lv 18.21; 2 Rs 16.3; 2 Cr 28.3; Sl 106.3738; Ez 16.20). A investida de Herodes para matar os nenês da re-
Desmascarando a psico-heresia Espadas de dois gumes Muitas pessoas nos pediram para escrever um texto que desmascarasse a psico-heresia e fosse simples de entender e fácil de memorizar, para que pudesse ser usado quando
gião de Belém (Mt 2.16) e muitos outros incidentes durante a vida de Jesus neste mundo, inclusive Sua tentação, tipificam o contínuo esforço de Satanás para “devorar” o filho da mulher a partir do momento que o menino nasceu. Naturalmente a tentativa mais direta foi a crucificação de Cristo.2
A profecia é necessária para que, no decorrer da história, Deus demonstre por evidências que Jesus Cristo tem o direito de governar o planeta Terra e que Satanás não passa de um mentiroso em tudo o que fala, principalmente
nas referências que ele faz a Deus. Essa é a razão pela qual Deus planejou acontecimentos proféticos que se cumprirão no futuro e que comprovarão que Jesus Cristo é o herói da história. Maranata! PreTrib Perspectives) Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.
Notas: 1. Robert L. Thomas, Revelation 8 22: An Exegetical Commentary, Chicago: Moody Press, 1995, p. 124. 2. Thomas, Revelation 8 22, p. 125.
Recomendamos:
tivessem que debater o assunto com alguém. Em outros textos, já listamos vários motivos para os cristãos rejeitarem completamente o tipo de psicologia relacionada com as teorias e terapias de aconselhamento psicológico. Quando esse tipo de psicologia é misturada ao Cristianismo e assimilado pela igreja, nós a chamamos de psico-heresia.
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Hoje em dia, existem no mercado cerca de 500 psicoterapias diferentes aplicando milhares de técnicas que muitas vezes contradizem umas às outras. A pesquisa revela que os métodos e técnicas da psicologia têm um papel apenas secundário quando se trata de ajudar os indivíduos a resolverem seus problemas, e que o principal fator que leva à mudança está na própria pessoa que procura ajuda, e não em quem
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Do Nosso Campo Visual a auxilia ou na psicologia empregada. As duas razões que apresentamos a seguir são os dois gumes de uma espada contra a psico-heresia; uma espada que corta dos dois lados com a mesma eficácia. Esses dois motivos devem ser mais do que suficientes para se rejeitar esses encantadores psicológicos da alma.
Primeira razão: ciência ou pseudociência? O dicionário Houaiss define pseudociência como um “conjunto de crenças ou afirmações sobre o mundo ou a realidade, que se considera equivocadamente como tendo base ou estatuto científico”. Como a psicoterapia se baseia em teorias psicológicas, seria razoável perguntar se podemos considerar essas teorias como ciência. A Associação Americana de Psicologia indicou o Dr. Sigmund Koch para planejar e dirigir uma pesquisa subsidiada pela Fundação Nacional da Ciência com o objetivo de avaliar o
status da psicologia. Nessa pesquisa, oitenta eminentes estudiosos avaliaram os fatos, teorias e métodos da psicologia. Os resultados desse trabalho monumental foram publicados numa série em sete volumes, intitulada Psychology: A Study of a Science.[1] Ao analisar os resultados, Koch explicou seu desconforto: “Eu não estou dizendo que não existem sub-áreas da psicologia que podem ser consideradas como partes da ciência”.[2] Entretanto, a psicoterapia seria um dos principais alvos de Koch, ao afirmar: “Penso que, a esta altura, está extrema e finalmente claro que a psicologia não pode ser considerada uma ciência coerente”.[3] (Itálico no original; negrito acrescentado). Koch sugere: “Como um primeiro passo para se chegar a uma humildade terapêutica, poderíamos rebatizar a psicologia, chamando-a de estudos psicológicos.”[4] (Itálico no original). Koch argumenta que grande parte da psicologia não constitui uma disciplina cumulativa ou progressiva, na qual um conhecimento vai sendo acrescentado a outro. Em vez disso, as descobertas feitas por uma geração “tipicamente desautorizam as ficções teóricas do passado”. Em vez de refinar e especificar generalizações do passado, os psicólogos estão ocupados em substituílas. Koch afirma: “Em
toda a história da psicologia como ‘ciência’, o conhecimento mais duradouro que ela tem acumulado é uniformemente negativo”.[5] (Itálico no original; negrito acrescentado). O Dr. E. Fuller Torrey, psiquiatra clínico e pesquisador, escreveu um livro intitulado Witchdoctors and Psychiatrists (Curandeiros e Psiquiatras). Nesse livro, Torrey discute “As Raízes Comuns da Psicoterapia e o Seu Futuro”, que é o subtítulo de seu livro. Torrey argumenta de maneira convincente que todas as formas de psicoterapia, sejam elas praticadas por curandeiros ou por psicoterapeutas de qualquer tipo, têm as mesmas raízes, e que as próprias práticas também têm muito em comum. Com referência à psicoterapia praticada por psiquiatras, Torrey diz: Com algumas poucas exceções, as técnicas usadas pelos psiquiatras ocidentais estão exatamente no mesmo plano científico que as empregadas pelos curandeiros. Se uma é mágica, a outra também é. Se uma é pré-científica, a outra também é.[6] Esses dois tipos de prática encontram-se tão entranhados no pensamento e na vida de suas culturas de origem que não há prova científica contrária que consiga fazer com que sejam abandonadas. Na nossa cultura, provavelmente ninguém iria procurar um curandeiro, do mesmo modo que numa cultura tribal provavelmente ninguém consultaria um psicoterapeuta. Mas os ingredientes do sucesso dos curandeiros e psicoterapeu-
Com algumas poucas exceções, as técnicas usadas pelos psiquiatras ocidentais estão exatamente no mesmo plano científico que as empregadas pelos curandeiros. Se uma é mágica, a outra também é. Se uma é pré-científica, a outra também é.[6]
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Do Nosso Campo Visual tas na cura da mente são praticamente os mesmos. A distinção entre teorias científicas e pseudocientíficas é um assunto que sempre intrigou Sir Karl Popper, considerado um dos maiores filósofos da ciência. Ao investigar as diferenças entre teorias da Física, como a teoria gravitacional de Newton e a teoria da relatividade de Einstein, e as teorias sobre o comportamento humano, Popper começou a suspeitar que as psicologias que serviam de base para as psicoterapias não podiam ser realmente consideradas científicas.[7] Embora essas teorias pareçam capazes de explicar ou interpretar o comportamento, elas dependem de interpretações subjetivas. Até mesmo os argumentos fundamentados em observações clínicas não podem ser considerados objetivos ou científicos, porque são apenas interpretações baseadas nas teorias conhecidas pelo observador.[8] A validação dessas teorias se baseia em confirmação, e não em sua capacidade de prever resultados experimentais. Popper diz: “Todo teste genuíno de uma teoria é uma tentativa de provar sua falsidade, ou refutá-la”[9] (itálico no original); e “evidência confirmatória não deveria ser levada em conta, exceto quando resultado de um teste genuíno da teoria”.[10] (Itálico no original). Além disso, Popper declara que teorias psicológicas formuladas por Freud, Adler e outros, “embora se passem por ciência, de fato têm muito mais em comum com mitos primitivos do que com a ciência; se parecem mais com a astrologia do que com a astronomia”.[11] (Negrito acrescentado). Ele também diz: “Essas teorias descrevem alguns fatos, mas na forma de mitos. Elas contêm propostas psicológicas muito interessantes, mas não
numa forma que possa ser testada experimentalmente”.[12] Os crentes são alertados várias vezes quanto ao contraste entre a “sabedoria dos homens” e “o poder de Deus” (1 Co 2.5). Psicoterapia é pseudociência, e é também a própria sabedoria dos homens contra a qual os crentes são insistentemente advertidos. A história do surgimento e da prática da psicoterapia revela que ela é a sabedoria dos homens que vem da árvore “que está no meio do jardim” (Gn 3.3). Em seu livro A Descoberta do Inconsciente, o historiador Henri F. Ellenberger diz: Historicamente, a psicoterapia dinâmica moderna deriva da medicina primitiva, e é possível demonstrar que existe uma continuidade ininterrupta entre o exorcismo e o magnetismo, o magnetismo e o hipnotismo, e o hipnotismo e as atuais escolas dinâmicas.[13] O apóstolo Paulo diz: “E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam” (1 Tm 6.20). As psicoterapias são “falatórios inúteis e profanos”, e não passam de pseudociência que se opõe ao que Deus nos prometeu, e as Escrituras nos proporcionam. Escondida sob uma falsa fachada de ciência, a psicologia psicoterapêutica tomou conta da maior parte da igreja. Os crentes precisam confrontar esse lobo (psicoterapia) em pele de cordeiro (disfarce científico). Assim que os defensores da psicoterapia usarem a palavra ciência, os crentes devem corrigí-los e usar a palavra pseudociência. Em discussões, devemos qualificar a psicoterapia da maneira certa – pseudociência – e apresentá-la como a sabedoria dos homens contra a qual os cristãos são advertidos.
Segunda razão: psicoterapia é religião Psicoterapia é religião.[14] Depois que a falsa capa de ciência é removida, pode-se ver a psicoterapia como ela realmente é: um sistema de fé e, portanto, segundo muitas definições, uma religião. A Wikipédia[em inglês] admite que “religião tem sido definida de várias maneiras” e dá uma definição de religião como “a visão de mundo fundamental de um indivíduo e o modo como ela determina seus pensamentos e ações”. Muitos autores usam definições similares para conceituar, explicar e criticar a psicoterapia. Um após outro, professores universitários e até psiquiatras e psicólogos vêem a psicoterapia como uma religião. Em seu livro O Mito da Psicoterapia, o psiquiatra Thomas Szasz afirma enfaticamente que “as relações humanas que hoje chamamos de ‘psicoterapia’ são, na verdade, assuntos pertinentes à religião, e nós as rotulamos erradamente como ‘terapêuticas’, pondo em grave risco nosso bem-estar espiritual”.[15] Em outro trecho, Szasz se refere à psicoterapia como religião: “Ela não é simplesmente uma religião que finge ser ciência; é, na verdade, uma religião falsa que procura destruir a verdadeira religião”.[16] Ele alerta sobre “a determinação implacável da psicoterapia em roubar o máximo que puder da religião, e destruir tudo aquilo que não puder roubar”.[17] Christopher Lasch, autor de A Cultura do Narcisismo, provavelmente concordaria com isso, pois ele diz: “A terapia constitui uma antireligião”.[18] Ela é uma religião falsa que é contra a verdadeira religião da Bíblia. Karl Kraus, um jornalista vienense, escreveu: “Apesar de sua terminologia enganadora, a psica-
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Do Nosso Campo Visual nálise [psicoterapia freudiana] não é uma ciência, mas uma religião – a fé de uma geração incapaz de ter qualquer outra”.[19] Muitos especialistas no assunto contam como a psicologia substituiu o Cristianismo. Martin Gross, em seu livro, A Sociedade Psicológica, diz: Tendo perdido a fé na religião formal, o homem culto precisava de uma crença substitutiva que fosse tão respeitável na segunda metade do século XX quanto o Cristianismo havia sido na primeira. A psicologia e a psiquiatria assumiram, então, esse papel.[20] Carl Rogers, um dos mais conhecidos psicoterapeutas, confessa: “Sim, é verdade, a psicoterapia é subversiva[...]. Terapia, teorias e técnicas promovem um novo modelo de homem contrário ao que tem sido tradicionalmente aceitável”.[21] Bernie Zilbergeld, em seu livro O Encolhimento da América: Mitos da Transformação Psicológica, diz: A psicologia tornou-se uma espécie de substituta dos antigos sistemas de crenças. Diferentes escolas de terapia oferecem sua visão do que seja uma
Szasz diz que “psicoterapia é um nome moderno, com um apelo científico, para o que antes se chamava de ‘cura das almas”’.
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vida boa e de como alcançá-la, e aqueles cujos antepassados encontravam conforto nas palavras de Deus e adoravam nos altares de Cristo e Javé, hoje obtêm consolo e prestam culto nos altares de Freud, Jung, Carl Rogers, Albert Ellis, Werner Erhard, e uma série de autoridades semelhantes. Enquanto, no passado, o ponto de referência comum era a Bíblia e seus comentários e comentaristas, hoje a referência é uma linguagem terapêutica e as histórias de sucesso de transformadores de pessoas, em sua maioria não-religiosos.[22]
Szasz diz que “psicoterapia é um nome moderno, com um apelo científico, para o que antes se chamava de ‘cura das almas”’.[23] Um de seus principais objetivos ao escrever O Mito da Psicoterapia foi: [...] mostrar como, com o declínio da religião e o crescimento da ciência no século XVIII, a cura das almas (pecaminosas), que fazia parte das religiões cristãs, foi transformada em cura das mentes (doentes), e passou a fazer parte da medicina.[24] As palavras “pecaminosas” e “doentes”, entre parênteses, são dele. Substituindo pecaminosas por doentes e almas por mentes, os praticantes da psicologia tomaram o lugar dos ministros espirituais em questões que têm mais a ver com religião e valores do que com ciência e medicina. É claro que o aspecto central da cura das almas era levar a pessoa a ter um relacionamento correto com Deus. Como a psicoterapia lida com o sentido da vida, com valores e com comportamento, ela é religião, na teoria e na prática. Todos os ramos da psicoterapia são religiosos. Portanto, combinar Cristianismo com psicoterapia é misturar dois ou mais sistemas religiosos. Não é possível realizar psicoterapia e transformar pessoas sem afetar suas crenças.
Como a psicoterapia envolve princípios morais e valores, ela é religião. O apóstolo Paulo alerta: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). Paulo está advertindo sobre ensinos religiosos inventados pela sabedoria humana, mas que não se baseiam na Escritura ou são contrários a ela. Portanto, os crentes devem se afastar das psicoterapias.
Uma espada de dois gumes ainda mais afiada A espada de dois gumes que rasga a fachada de ciência da psicoterapia e revela seu verdadeiro caráter de sistema de fé é suficiente para derrubar suas pretensões. Entretanto, o mais poderoso argumento contra a psicoterapia encontra-se na espada de dois gumes da Escritura. Hebreus 4.12 diz muito bem: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Só este versículo já revela o poder da Palavra e a impotência da psicoterapia. Pois que psicoterapia tem a velocidade e o poder da Palavra? Que psicoterapia pode penetrar “até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas”? NENHUMA. ABSOLUTAMENTE NENHUMA. Muita gente de entre o povo de Deus deixou “o manancial de águas vivas” para cavar “cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13). Muitos trocaram o Espírito da Palavra pelo espírito do mundo e, assim como a igreja de Laodicéia, em
Do Nosso Campo Visual Apocalipse 3, tornaram-se crentes te isso! (Martin e Deidre Bobgan, mornos que serão vomitados. PsychoHeresy Awareness Letter) Se você estiver argumentando Martin Bobgan é bacharel e mestre pela Unicom pessoas que estão completa- versidade de Minnesota e tem doutorado em Psicologia Educacional pela Universidade do mente dominadas pelas idéias dessa Colorado. Deidre Bobgan é bacharel pela mistura ímpia e a espada de dois Universidade de Minnesota e mestre pela Universidade da Califórnia. Eles têm falado sobre gumes da pseudociência e da reli- psicologia e fé cristã em numerosas conferêngião não conseguir convencê-las, cias, em igrejas, no rádio e na TV. O casal escreveu dezessete livros sobre o asuse a arma que Deus nos deu: a es- Bobgan sunto e edita a PsychoHeresy Awareness Letpada de dois gumes do Espírito, ter. que sempre corta de um modo que Notas: glorifica a Deus. Como declarou 1.Sigmund Koch, ed., Psychology: A Study of a Science (Nova York: McGraw-Hill, Paulo ao enfrentar oposição à sua 1959-1963). pregação e ensino: 2.Sigmund Koch, “Psychology Cannot Be a “Graças, porém, a Deus, que, em Coherent Science”, Psychology Today (Setembro 1969), p. 67. Cristo, sempre nos conduz em triunfo 3. Ib., p. 66. e, por meio de nós, manifesta em todo 4. Ib., p. 67. 5. Ib., p. 66. lugar a fragrância do seu conhecimen6.E. Fuller Torrey, Witchdoctors and to. Porque nós somos para com Deus o Psychiatrists (Nova York: Harper & Row bom perfume de Cristo, tanto nos que Publishers, 1986), p. 11. 7.Karl Popper, “Scientific Theory and Falsisão salvos como nos que se perdem. fiability”, in: Perspectives in Philosophy, Para com estes, cheiro de morte para Robert N. Beck, ed. (Nova York: Holt, Rinehart, Winston,1975), p. 342. morte; para com aqueles, aroma de vi8. Ib., p. 343. da para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas? Porque nós não estamos, Recomendamos: como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2 Co 2.14-17). Que possamos todos Pedidos: 0300 789.5152 ser fiéis à Palavra de www.Chamada.com.br Deus e fazer exatamen-
9. Ib., p. 344. 10.Ib., p. 345. 11.Ib., p. 343. 12.Ib., p. 346. 13.Henri F. Ellenberger, The Discovery of the Unconscious: The History and Evolution of Dynamic Psychiatry (Nova York: Basic Books/HarperCollins, 1970), p. 48. 14.Martin and Deidre Bobgan, PsychoHeresy: The Psychological Seduction of Christianity (Santa Barbara, CA: EastGate Publishers, 1987), pp. 11-25. 15.Ib., capa. 16.Thomas Szasz, The Myth of Psychotherapy (Garden City: Doubleday/Anchor Press, 1987), p. 28. 17.Ib., p. 188. 18.Christopher Lasch, The Culture of Narcissism (Nova York: W.W. Norton & Company, Inc., 1979), p. 13. 19.Karl Kraus apud Thomas Szasz, em “Psychoanalysis as ’Pastoral Work”’, artigo a ser publicado. 20.Martin Gross, The Psychological Society, (Nova York: Random House, 1978), p. 9. 21.Carl Rogers, apud Allen Bergin, “Psychotherapy and Religious Values”, Journal of Consulting and Clinical Psychology, Vol. 48, p. 101. 22.Bernie Zilbergeld, The Shrinking of America: Myths of Psychological Change, (Boston: Little, Brown and Company, 1983), p. 5. 23.Szasz, op. cit., p. 26. 24.Ib., p. xxiv.
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Pecado para morte? Pergunta: “O que o apóstolo quer dizer com: “Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. Toda injustiça é pecado, e há pecado não para morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5.16-18)?”
Resposta: Quero frisar de antemão que esta é apenas uma tentativa de responder sua pergunta, pois trata-se de uma passagem de difícil compreensão. O texto não deixa claro o que é, exatamente, o “pecado para morte”. É possível que justamente isso representa a advertência. Não se trata, porém, do pecado contra o Espírito Santo (cf.
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Aconselhamento Bíblico
Mt 12.24,31-32), porque os filhos de Deus não podem cometê-lo, pois se converteram a Jesus e nasceram de novo, sendo que, conforme o texto citado, “todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado” (1 Jo 5.18). O pecado contra o Espírito Santo foi cometido pela geração judaica no tempo de Jesus, que O encontrou visivelmente, experimentou Seus milagres como confirmação divina do Seu ministério, mas mesmo assim O rejeitou e até mesmo atribuiu Sua ação ao poder de Satanás (cf. Mc 3.22). Por isso, aquela geração não obteve perdão e sucumbiu terrivelmente no juízo de 70 d.C. (cf. Mt 12.39,41-42,45). Por outro lado, o “pecado para morte” refere-se a filhos de Deus, o que é provado pela palavra “irmão”: “Se alguém vir a seu irmão cometer pecado...” Porém, não se trata, certamente, de uma lista dos chamados “pecados mortais” que foram enumerados pela Igreja Católica. Pelo contrário, trata-se do pecar em si, sem qualquer arrependimento, de forma consciente e constante, e não de um pecado específico. Esse fato é acentuado por 1 João 5.18: “aquele que é nascido de Deus não vive em pecado”. Isso não significa que uma pessoa renascida nunca mais peca, pois as muitas exortações bíblicas para não pecar são dirigidas a filhos de Deus e, portanto, indicam o contrário. O versículo 18 mostra que um filho de Deus não persiste no pecado, mas sempre se arrepende e, ao mesmo tempo, faz de tudo para evitar o pecado. Quando, porém, um renascido persiste no pecado, acostuma-se a ele e continua pecando, sem arrepender-se, é possível que Deus o deixe morrer, para
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evitar maiores danos à igreja e a ele mesmo. Temos um exemplo em 1 Coríntios 5. Um membro da igreja de Corinto vivia em pecado, sem que a igreja tomasse qualquer atitude para que esse homem se conscientizasse do problema. Em virtude disso, o apóstolo Paulo diz, entre outras coisas, que o transgressor seja “entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (1 Co 5.5). A “destruição da carne” refere-se a uma enfermidade, tendo por conseqüência a morte provável, para que o homem fosse salvo. A respeito, compare 1 João 5.18: “...todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca”. Para um filho de Deus é inteiramente normal guardar-se do pecado. Quem o fizer não poderá ser tocado por Satanás. Paulo diz algo semelhante a respeito de tomar a ceia indignamente: “pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1 Co 11.29-30). A morte de Ananias e sua esposa Safira (cf. At 5.1-11) parece confirmar igualmente que o pecado consciente pode ter por conseqüência a morte, se não houver arrependimento a tempo. Em minha opinião, as palavras “há pecado para morte”, não se referem concretamente a um pecado específico, mas a um estado de constante pecado. Em outras palavras: os cristãos que preferem as trevas à luz e persistem no pecado, correm perigo de sofrerem disciplina física do Senhor, para que sua alma não sofra dano.
O último capítulo da Epístola de Tiago pode contribuir para o esclarecimento: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.14-16). Se analisarmos as passagens de 1 João 5 e Tiago 5, isso poderia significar, em certos casos, que aqueles que confessarem seus pecados e os deixarem obterão perdão e cura, enquanto os que persistirem no pecado não serão restabelecidos por Deus. Nesse caso, o “pecado para morte” seria a atitude interior de um pecador que não se arrepende e que, em conseqüência, passaria a sofrer de uma enfermidade grave. Em tal caso, os presbíteros não deveriam orar simplesmente pela cura, pois João escreve claramente: “Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue”. Poderia ser, portanto, que os presbíteros reconhecerão que no caso específico seria melhor que essa pessoa morresse ao invés de continuar vivendo sem se arrepender. Entretanto, quero acentuar claramente: nem toda doença deve ser avaliada nessa luz! Ai dos que, cheios de justiça própria, culparem irmãos que estejam passando por sofrimentos causados por alguma enfermidade, de que isso aconteceu por tolerarem pecados em sua vida! E também quero frisar novamente, que esta foi apenas uma tentativa de esclarecer essa questão complicada. (Norbert Lieth)