Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 9

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BETH-SHALOM

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Setembro de 2007 • Ano 29 • Nº 9 • R$ 3,50



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Prezados Amigos de Israel

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Um Sonho Torna-se Realidade

Notícias de

ISRAEL É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

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O Propósito de Deus Para Israel Durante a Tribulação

Assinatura - anual ............................ 31,50 - semestral ....................... 19,00 Exemplar Avulso ................................. 3,50 Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00 Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial

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HORIZONTE • “Exodus 1947” - A verdadeira história - 13 • Quem, afinal, precisa de Israel? - 19

O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).


“Naquele dia também haverá da parte do SENHOR grande confusão entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo” (Zacarias 14.13). Irônicamente, a luta pelo poder entre o Hamas e a Fatah, que terminou com a expulsão da Fatah da Faixa de Gaza, levou a Fatah a pedir ajuda a Israel. A solicitação era que Israel expulsasse o Hamas da Margem Ocidental, para que esse não acabasse tomando o poder também nessa região. Hoje em dia, a anteriormente radical Fatah teme ser desalojada pelo ainda mais radical Hamas. Na verdade, a luta pelo poder entre os palestinos reflete o que ocorre em todo o mundo islâmico. Por isso, um líder da Fatah afirmou: “A violenta tomada do poder pelo Hamas em Gaza deveria preocupar todo o mundo árabe, pois por trás do Hamas está o regime dos mullahs no Irã, que declarou guerra não apenas ao Ocidente, mas a todos os regimes árabes pró-ocidentais”. Além disso, o que o Hamas entende por pró-ocidental é demonstrado pelos ataques a igrejas e outras instalações cristãs que ocorreram em Gaza. Ephraim Sneh, ex-vice-ministro da Defesa de Israel, advertiu que o Irã não representará um perigo apenas depois de dispor de bombas atômicas, mas já é atualmente uma forte ameaça por causa do apoio que dá ao terrorismo mundial. Segundo ele, o confronto com o Irã não seria algo que Israel enfrentará no futuro, mas já teria começado. Em todas as frentes já lidamos agora com representantes do Irã: com o Hamas e a “Jihad Islâmica” em Gaza e na Margem Ocidental e com o Hezb’Allah (Partido de Alá) no Líbano e na Síria. Também a rede terrorista Al Qaeda voltou a se manifestar, através de um vídeo do seu vice-líder, Ayman al Zawahiri. Ele convocou todos os muçulmanos a se unirem na jihad (guerra santa) contra os EUA e seus aliados. Tradicionalmente, os povos árabes sempre estiveram divididos entre si. Esse já era o caso no tempo de Maomé. Naquela época, através de guerras de conquista, ele conseguiu unificar as diversas tribos. O sucesso dessa estratégia para a propagação do islã fez com que a jihad se tornasse um dos pilares dessa religião. Hoje, parece não

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haver unanimidade absoluta sobre essa visão da jihad, pois alguns muçulmanos alegam rejeitar a guerra santa ou dizem entendê-la como sendo apenas uma luta espiritual. A Al Qaeda, porém, insiste que o combate militar foi ordenado por Alá como meio de propagação do islã. Esse grupo terrorista chega até ao ponto de acusar de traidores do islã a todos os muçulmanos que não compartilham das suas opiniões. Por isso, os adeptos de Osama Bin Laden exigem a derrubada dos governos árabes moderados. Assim, atualmente, muitos regimes árabes têm medo do islã radical. Eles estão até dispostos a conversar com Israel sobre a solução do problema palestino, porque acreditam que assim tirarão dos extremistas as motivações para sua instigação à violência. Talvez essa situação realmente contribuirá para uma suposta solução pacífica. Mas, através da perspectiva das profecias bíblicas, sabemos que não será possível evitar o vindouro grande confronto. Quando ele ocorrer, a queda dos inimigos de Israel se dará exatamente pela sua desunião interna, como escreve o profeta Zacarias: “Naquele dia também haverá da parte do SENHOR grande confusão entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo” (Zacarias 14.13). Olhando para Aquele que dirige também as guerras, saúdo com um sincero Shalom!

r Fredi Winkle


O Dr. Martin Luther King, defensor dos direitos civis nos EUA, empenhou-se pela equiparação dos negros na sociedade americana. Em 1963 ele fez seu mundialmente famoso discurso “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”) diante do Lincoln Memorial em Washington. Entre outras coisas, ele disse: Eu tenho um sonho, de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho, de que um dia o estado do Mississippi, um deserto que morre de sede no calor da injustiça e da opressão, se transformará em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho, de que um dia meus quatro filhos pequenos viverão em uma nação em que não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo seu caráter. Eu tenho um sonho hoje. (...) Com esta fé serei

capaz de demolir a montanha do desespero até transformá-la em uma pedra de esperança. Com esta fé seremos capazes de transformar os estridentes ruídos de nossa nação em uma maravilhosa sinfonia de fraternidade.1

Martin L. King não chegou a presenciar a realização total desse sonho, pois tempos depois foi assassinado em um atentado. Mas as suas palavras refletem o sonho de toda a humanidade em todas as épocas. Nós nos preocupamos com nossos filhos e netos. A injustiça e o desespero aumentam; ansiamos por um oásis de justiça e sonhamos com a esperança. De geração em geração a humanidade anseia por fraternidade e igualdade, por justiça social e prosperidade, por paz e felicidade para todos os povos. Por isso foi criada a ONU. Agora há uma boa notícia para todos nós: depois que todas as

tentativas humanas, políticas e humanitárias tiverem fracassado e o pesadelo do reino do Anticristo tiver chegado ao fim, esse sonho se tornará realidade! Afinal, Jesus Cristo voltará e estabelecerá Seu reino na terra. O Salmo 72 trata desse acontecimento. Mesmo que esse salmo não seja mencionado no Novo Testamento, ele é inequivocamente messiânico. Ele fala de forma detalhada sobre o maravilhoso futuro reino de Jesus Cristo. Ele fala de um sonho que poderá se tornar realidade, e de uma esperança que só Jesus pode atender. O Salmo 72 pode ser dividido em quatro seções, que passo a tratar individualmente:

Sobre Salomão – fazendo referência a Jesus “Concede ao rei, ó Deus, os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei.

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• A rainha de Sabá veio de longe com presentes para conhecer a sua sabedoria (1 Rs 10). • Salomão gerou justiça e igualdade social como ninguém mais depois dele. • Seu reinado de quarenta anos ficou caracterizado por paz, riqueza e justiça. Mas por trás desse reinado salomônico resplandece o reino futuro do Messias, Jesus Cristo – o reinado universal e eterno de Deus. Está escrito a respeito de Jesus, o filho do Martin Luther King: “Eu tenho um sonho...”. Rei: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o SeJulgue ele com justiça o teu povo e os nhor, lhe dará o trono de Davi, seu teus aflitos, com eqüidade. Os montes pai; ele reinará para sempre sobre a trarão paz ao povo, também as colinas casa de Jacó, e o seu reinado não terá a trarão, com justiça. Julgue ele os fim” (Lc 1.32-33). aflitos do povo, salve os filhos dos neO sonho cujo cumprimento a cessitados e esmague ao opressor. Ele criação anseia (cf. Rm 8.22-23) se permanecerá enquanto existir o sol e cumprirá num momento em que a enquanto durar a lua, através das ge- terra estiver em completa desorrações” (Sl 72.1-5). dem. Jesus pisará o “opressor” (o Basicamente, o salmo fala do go- Anticristo), que pouco antes ainda verno de Salomão: reinava com poder satânico (cf. Sl • Ele era “filho do rei” Davi. A 72.4). Portanto, o aumento da insealiança davídica continua em dire- gurança, da inquietude e da ameaça ção ao Messias passando por Salo- também promete algo bom: Jesus mão (Sl 89). está voltando, a profecia está se • Sob o governo de Salomão, Is- cumprindo. rael experimentou um período de O “filho do rei” (v.1), descenflorescimento e a expansão máxima dente direto da linhagem de Davi, de seu território. é, em última instância, uma indica• Os seus juízos eram mundial- ção do Filho de Deus e do cumprimente famosos (1 Rs 3.16-28; 1 Rs mento do Salmo 2: “Eu, porém, 5.9-14). constituí o meu Rei sobre o meu santo

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monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão... Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam” (vv. 6.8,12). Em seu comentário do Antigo Testamento, Arno C. Gaebelein explica a respeito de Jesus Cristo: “Ele é o único que pode trazer justiça e paz ao ser humano e que certamente trará ambas as coisas à terra quando voltar nas nuvens”. William MacDonald escreve, também em um comentário do Antigo Testamento: “Será um tempo maravilhoso para este mundo cansado e constantemente em conflito. Então, terá início a época dourada pela qual a humanidade anseia. Os lamentos da criação cessarão, paz e prosperidade florescerão... Tudo o que o Salmo 72 traz em forma de desejo (ou no tempo futuro, em algumas traduções) se tornará realidade quando o Redentor estabelecer Seu radiante reinado”.

A chegada do Messias “Seja ele como chuva que desce sobre a campina ceifada, como aguaceiros que regam a terra” (Sl 72.6). Esse versículo não se refere a Salomão, mas a Jesus. A volta de Jesus está diretamente ligada à restauração espiritual de Israel. Nesse sentido, está escrito: “Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.1-3).


O reinado do Messias

1. Seu reinado universal

“Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua. Domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra. Curvem-se diante dele os habitantes do deserto, e os seus inimigos lambam o pó. Paguem-lhe tributos os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. E todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam” (Sl 72.7-11). As palavras “justiça” (“o justo”) e “paz” lembram o MelO sonho por cujo cumprimento a criação anseia (cf. Rm 8.22-23) quisedeque se cumprirá num momento em que a terra estiver histórico, em completa desordem. que aponta para o Melquisedeque Depois de três dias, Israel – as- celestial – Jesus Cristo: “primeirasim como o Filho do homem – será mente se interpreta rei de justiça, depois levantado da morte espiritual: tão também é rei de Salém, ou seja, rei de certo quanto Jesus voltará, está ga- paz” (Hb 7.2). Da mesma forma corantido o futuro abençoado que Is- mo a injustiça gera guerra, a justiça rael tem diante de si. E tão certo gera paz. Por que há tantas guerras, quanto o sofrimento que Israel pre- por que existe tanta violência na socisou padecer, um dia o seu rema- ciedade? Porque a injustiça nos donescente será tirado desse sofrimen- mina. to e colocado por cabeça sobre toVivemos no meio de um mundo dos os povos: “Porque assim diz o rasgado por guerras e crises. PorSENHOR: Cantai com alegria a Jacó, tanto, as palavras “abundância de exultai por causa da cabeça das na- paz” soam como bálsamo para a alções; proclamai, cantai louvores e di- ma. Sob o reinado de Jesus Cristo zei: Salva, SENHOR, o teu povo, o res- as espadas serão transformadas em tante de Israel” (Jr 31.7). “A tua jus- relhas de arado, e ninguém mais tiça, ó Deus, se eleva até aos céus. aprenderá a guerra (Is 2.4). QuarGrandes coisas tens feito, ó Deus; téis e exercícios militares serão coiquem é semelhante a ti? Tu, que me sa do passado: “Imagine uma guertens feito ver muitas angústias e males, ra de que ninguém participará”. me restaurarás ainda a vida e de novo Os governos humanos injustos me tirarás dos abismos da terra” (Sl vêm e vão. Mas Jesus superará tudo 71.19-20). o que é temporal, pois Ele é o pró-

prio Sol da justiça (Ml 3.20). Seu reinado será eterno e alcançará os confins da terra (Sl 72.8), inclusive o novo céu e a nova terra. Israel também permanecerá: “...como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66.22; cf. Dn 7.13-14). Mesmo os orgulhosos povos árabes se curvarão e se humilharão diante dEle (Sl 72.9). Em minha opinião, isso inclui também a admissão de que o Corão, que eles consideram superior, não tem nenhum valor; afinal, esses habitantes do deserto são expressamente mencionados. Será que Deus, em Sua previdência, fez com que esses versículos fossem escritos há longo tempo atrás, para que nós reconhecêssemos a Sua soberania? Mais que isso, todos os reis e povos honrarão ao Senhor; eles trarão dádivas e O servirão. Essa dedicação já fora demonstrada a Salomão (1 Rs 5.1-5; 10.1ss.). Quanto maior honra receberá o Rei dos reis! Logo depois de Seu nascimento os sábios do Oriente já O adoravam e Lhe trouxeram presentes: “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.11).

2. Seu reinado justo “Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido. Ele tem piedade do fraco e do necessitado e salva a alma aos indigentes. Redime a sua alma da opressão e da violência, e precioso lhe é o sangue deles” (Sl 72.12-14).. Uma revista publicou uma reportagem que mostrava que justamente os países com as maiores riquezas subterrâneas são aqueles que têm maior pobreza e opressão.

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o problema do Nepal, por exemplo, serão solucionados. Ninguém mais sofrerá por causa de injustiça social, corrupção e opressão. Qualquer pessoa, seja pobre ou rica, encontrará nEle seu advogado; ela será ouvida e terá justiça. Jesus resolverá todos os problemas e salvará todas as pessoas que creram nEle.

3. Seu reinado reconhecido Jesus superará tudo que é temporal, pois Ele é o próprio Sol da justiça.

As pessoas são exploradas. Mas virá o dia em que essa situação desaparecerá de uma vez por todas. Os injustos serão condenados, os pobres, atendidos, e os justos, exaltados. Thomas Ice e Timothy Demy escrevem a esse respeito: “Em toda a história, o mundo conheceu muitos reinos, dinastias e impérios. Eles ascenderam e decaíram, passando pelas páginas da história como folhas num dia de outono. Alguns foram espetaculares e repletos de esplendor, outros escravizaram e massacraram suas populações. Não importa como lembramos deles, todo têm o mesmo denominador comum – líderes humanos”.1 Sob o reinado de Jesus não haverá mais discriminação de raças ou minorias. A questão dos curdos ou

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“Viverá, e se lhe dará do ouro de Sabá; e continuamente se fará por ele oração, e o bendirão todos os dias. (...) Subsista para sempre o seu nome e prospere enquanto resplandecer o sol; nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bemaventurado” (Sl 72.15,17). Em primeiro lugar esses versículos certamente se referem a Salomão. Mas a indicação profética apontada para Jesus é inconfundível: “Subsista para sempre o seu nome”. Um governo recém-eleito normalmente recebe congratulações de outros governos. Isso valerá especialmente para o Senhor Jesus: a humanidade será abençoada por meio dEle, e por sua vez também O bendirá. Ela irá louvá-lO e honrá-lO por ter iniciado o seu domínio. A profecia dada a Abraão será totalmente cumprida: “...em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3)..

4. Seu reinado social “Haja na terra abundância de cereais, que ondulem até aos cimos dos montes; seja a sua messe como o Líbano, e das cidades floresçam os habitantes como a erva da terra” (Sl 72.16).. Hoje, aproximadamente dois terços da população mundial vivem abaixo da linha de pobreza, e a maior parte dessa parcela sofre de subnutrição. “Em todo o mundo, 246.000.000 crianças precisam trabalhar para garantir sua própria sobrevivência ou a de sua família – isso corresponde a uma em cada seis crianças em todo o mundo. Quase um terço delas tem menos de dez anos”.2 “Por ano, cerca de dois milhões de recém-nascidos morrem antes de completar 24 horas de vida. Isso gerou um estudo de âmbito mundial sobre a mortalidade infantil. A maior parte das mortes, principalmente nos países em desenvolvimento, poderia ser impedida com medidas simples, como alimentação suficiente, roupas para manter o corpo aquecido ou tesouras limpas para cortar o cordão umbilical”.3 “Mais de um bilhão de pessoas vivem sem água limpa. Um número ainda maior – 2,6 bilhões – não têm acesso a saneamento básico: não dispõem de banheiros e esgoto. Considere: até a meia-noite de hoje 6.000 pessoas terão morrido por causa da falta de água – tantas quantas em qualquer outro dia. O assassino número um é a água suja, que provoca diarréias e doenças relacionadas. (...) De acordo com os cálculos de especialistas da ONU, a Terra tem muita água. Mas o homem destrói essa riqueza – por exemplo, pela poluição”.4 Mas um dia esse sofrimento desaparecerá! Sob o governo de Jesus, celeiros, silos e armazéns de todo o mundo ficarão cheios até transbordar. Não haverá mais fome em parte alguma, e


Haverá abundância de cereais na terra.

todas as pessoas viverão em correspondente prosperidade.

Um sonho se torna realidade “Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele opera prodígios. Bendito para sempre o seu glorioso nome, e da sua glória se encha toda a terra. Amém e amém! Findam as orações de Davi, filho de Jessé” (Sl 72.18-20). Sonhos se tornam realidade, mas só por meio de Deus. Só Ele pode fazer milagres. As pessoas gostam de construir castelos no ar. Mas o problema é que não dá para morar neles. Em Deus, porém, todas as coisas são possíveis. Sua glória celestial um dia encherá toda a terra. Então teremos literalmente – e realmente! – o céu na terra: “...ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3).

Mas só quem tiver se refugiado em Jesus participará dessa glória. Você já deu esse passo? Se não, faça isto agora! Diga sim a Jesus; então você também poderá desfrutar desta esperança viva: “Floresça em seus dias o justo” (Sl 72.7). Você se tornará justo pela fé em Jesus Cristo: “...para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3.26).. Versículos como este levaram Martim Lutero à conversão e à Reforma. E a mesma conversão a Jesus também foi responsável pela re-

cuperação social dos países que foram alcançados pela Reforma: escolas, hospitais, asilos e outras instituições sociais foram fundados em seguida. A economia também começou a melhorar. Mas hoje, infelizmente, esses mesmos países se encontram novamente em rumo descendente por causa do afastamento de Deus. No fim do Salmo 72, Davi diz: “Findam as orações de Davi” (v.20). Isso significa que ele não tinha mais nada a pedir. Profeticamente ele sabia que suas orações seriam atendidas e seus sonhos se realizariam. Chegará o momento a partir do qual não será mais necessário sonhar a respeito de tempos melhores. A volta de Jesus dará início à melhor das épocas. O seu sonho já se tornou realidade? Você não precisa mais apenas sonhar com o perdão; ele já está disponível. Você não deve se limitar a sonhar com vida eterna, pois ela já existe. Basta você estender a mão. Sonhos se tornam realidade!

Notas: 1. Ice, Thomas e Demy, Timothy A Verdade Sobre o Milênio, Actual Edições, página 11. 2. P.-D. Nr. 2/2006. 3. ZO/AvU, 9.5.2006. 4. P.-D. Nr. 13/2006.

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HÁ ALGUM TEMPO participei de um debate com o preterista Gary DeMar sobre o seguinte tema: “A Grande Tribulação: Um Evento Passado ou Futuro?”. Um dos argumentos que elaborei a favor da perspectiva de que a Tribulação se dará em tempo futuro, baseou-se no fato de que entre os propósitos estabelecidos na Bíblia para aquele período de sete anos, um diz respeito à nação de Israel e não se cumpriu no primeiro século. Então, qual seria exatamente o propósito de Deus para Israel durante a Tribulação?

> Eliminar os rebeldes < Um dos principais propósitos de Deus relativos a Israel durante a Tribulação será a conversão do remanescente judeu à fé em Jesus co-

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mo seu Messias. Isso acontecerá no transcurso da Tribulação, contudo, no fim do período de sete anos, o número total do remanescente eleito terá se convertido a Jesus. É provável que esse número seja de um terço do povo judeu, conforme é mencionado em Zacarias 13.9: “Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus”. Como parte do processo de levar o remanescente do povo judeu à fé, o texto de Zacarias 13.8 fala de uma purificação da nação pelo expurgo daquele contingente não-eleito de judeus: “Em toda a terra, diz o SENHOR, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela”. Os profetas do Antigo Testamento

freqüentemente fazem menção ao expurgo dos judeus não-eleitos durante a Tribulação. O texto de Ezequiel 20.33-38 é uma das principais passagens que tratam do reagrupamento dos judeus em sua antiga terra, fato esse que ocorrerá antes da Tribulação como um preparo para a eliminação dos não-eleitos de Israel, os quais, nessa passagem, são denominados de “os rebeldes” (Ez 20.38): “Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, com mão poderosa, com braço estendido e derramado furor; hei de reinar sobre vós; tirar-vos-ei dentre os povos e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, com braço estendido e derramado furor. Levarvos-ei ao deserto dos povos e ali entrarei em juízo convosco, face a face. Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei


Um dos principais propósitos de Deus relativos a Israel durante a Tribulação será a conversão do remanescente judeu à fé em Jesus como seu Messias.

em juízo convosco, diz o SENHOR Deus. Far-vos-ei passar debaixo do meu cajado e vos sujeitarei à disciplina da aliança; separarei dentre vós os rebeldes e os que transgrediram contra mim...” (Ezequiel 20.33-38a). A expressão “passar debaixo do meu cajado” refere-se a uma avaliação e separação. O processo de expurgo resultará na remoção dos rebeldes, restando, assim, o remanescente crente que ficará sujeito “à disciplina da aliança” (Ez 20.37). Numa disposição similar identificada dois capítulos mais tarde, Ezequiel recebe outra revelação sobre o futuro reagrupamento nacional de Israel (Ez 22.17-22). Desta vez, o Senhor declara: “...eis que vos ajuntarei no meio de Jerusalém” (Ez 22.19). À semelhança de um metalúrgico, o Senhor utilizará o fogo da Tribulação para expurgar da nação os infiéis, como Ele próprio diz: “Congregar-vos-ei e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundi-

dos no meio de Jerusalém” (Ez 22.21). No contexto dessa passagem, a expressão “meu furor” representa o tempo da Grande Tribulação. Dessa passagem também se depreende que a nação tem de ser reagrupada antes que esse expurgo efetuado por Deus aconteça. O resultado desse ato divino se constata pelas seguintes palavras: “E sabereis que eu, o SENHOR, derramei o meu furor sobre vós” (Ez 22.22). Israel já está de volta à sua terra, aguardando o fogo depurador da Tribulação que removerá os não-eleitos e revelará o remanescente fiel. Em Jeremias 30.7 somos novamente informados sobre o “tempo de angústia para Jacó”. O contexto revela que tal angústia se compara a alguém que está com dores de parto, prestes a dar à luz (Jr 30.6), “ele [i.e., ‘Jacó’, a saber, Israel], porém, será livre dela” (Jr 30.7,11). O remanescente será liberto ao longo desse tempo de angústia, que cor-

responde claramente ao período da Grande Tribulação. Nessa época, o Senhor castigará a nação de Israel: “de ti, porém, não darei cabo, mas castigar-te-ei em justa medida e de todo não te inocentarei” (Jr 30.11). Essa punição corretiva resultará na conversão de Israel: “Vós sereis meu povo, e eu serei o vosso Deus” (Jr 30.22). Jeremias afirma que essas coisas ocorrerão “nos últimos dias” (Jr 30.24). As profecias do capítulo 12 de Daniel se localizam dentro desse contexto cronológico da Tribulação (Dn 12.1): “Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn 12.10). Nessa passagem percebe-se o constante tema da eliminação dos judeus não-eleitos durante a Tribulação, bem como se pode notar o resgate ou a salvação dos eleitos. Tais acontecimentos são profetizados para se cumprir no decorrer do “tempo do fim” (Dn 12.9). Muitos outros textos bíblicos se referem à necessidade de depurar o povo judeu, geralmente numa relação com a cidade de Jerusalém (Is 1.22,25; Is 48.10; Jr 6.27-30; Jr 9.7; Ml 3.2-3). Arnold Fruchtenbaum diz: Como uma nação purificada e crente, eles se converterão ao Senhor nesse tempo. Aqui, ele, mais uma vez, menciona o reagrupamento mundial em condição de incredulidade, como preparação para um julgamento específico no futuro. Entretanto, o propósito do julgamento é o de leválos a um arrependimento nacional.1

> A condição para a Segunda Vinda < Muitos crentes em Cristo ficam surpresos ao aprender que a Segunda Vinda é uma operação de salva-

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mento. Jesus voltará ao planeta Terra com a finalidade de livrar o remanescente de crentes judeus que estará na iminência de ser destruído durante a batalha do Armagedom. Penso que seja isso a que Paulo se refere em Romanos 10, quando nos diz: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.1314). Em outras palavras, o povo judeu terá de crer em Jesus como seu Messias para ser salvo por Ele na Segunda Vinda. É exatamente isso que vai acontecer.

O Antigo e o Novo Testamento ensinam que, antes da volta de Cristo à Terra para estabelecer Seu reino milenar, a nação de Israel se converterá a Jesus como seu Messias e O invocará para salvá-la. Isso é ensinado por toda a Bíblia (Lv 26.40-42; Jr 3.11-18; Os 5.15; Zc 12.10; Mt 23.37-39; At 3.19-21). O texto de Oséias 5:15 declara: “Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, cedo me buscarão”. O termo “até” nos leva a entender que, um dia, a nação se converterá ao Senhor, conforme fica demonstrado no contexto que vem imediatamente a seguir. O próprio Senhor Jesus pronunciou em MaIsrael já está de volta à sua terra, aguardando o fogo depurador da Tribulação que removerá os não-eleitos teus 23.39 um ime revelará o remanescente fiel. Na foto: Tel Aviv portante “até” para na hora do rush. a nação de Israel, quando disse: “Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!”. O apóstolo Pedro avisa a nação judaica que eles não verão Jesus, de novo, enquanto não se arrependerem, conforme se lê: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de to-

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das as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade” (At 3.19-20). Fruchtenbaum esclarece o seguinte: Este, portanto, é o duplo fundamento da Segunda Vinda: Israel precisa confessar seu pecado de cunho nacional [...] e, em seguida, clamar pela volta do Messias, ao chorar por ele como se chora amargamente pelo primogênito.2

> A conversão nacional de Israel < A Bíblia ensina que um dia a nação de Israel se voltará para o Senhor seu Deus. Tal conversão acontecerá no final da Tribulação e é o objetivo final daquele “tempo de angústia para Jacó”. Muitas passagens bíblicas predizem a futura conversão dos judeus a Jesus, reconhecendo-O como seu Messias (Sl 79.1-13; Sl 80.1-19; Is 53.1-9; Is 59.20-21; Is 61.8-9; Is 64.1-12; Jr 30.3-24; Jr 31.31-40; Jr 32.37-40; Jr 50.4-5; Ez 11.19-20; Ez 16.6063; Ez 34.25-26; Ez 36.24-32; Ez 37.21-28; Os 6.1-3; Jl 2.28-32; Zc 9.11; Zc 12.10 13.9; Rm 11.2527). O texto de Oséias 6.1-2 é uma das passagens mais interessantes acerca da futura conversão da nação de Israel: “Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará e viveremos diante dele”.

> Conclusão < A Bíblia deixa muito claro que o tempo da angústia de Jacó (i.e., a Tribulação), durante o qual os judeus não-eleitos devem ser expurgados e eliminados ao passo que o remanescente crente será salvo (tanto espiritual quanto fisicamente), não foi um fato passado cum-


prido nos acontecimentos que marcaram a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Sinto muito, senhor DeMar! O senhor pode tentar tudo o que for possível através de suas interpretações naturalistas, mas não pode “forçar a barra” para que es-

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ses eventos sobrenaturais se encaixem na história do primeiro século. Tais textos das Escrituras simplesmente não se encaixam! Pelo contrário, eles requerem um cumprimento futuro relativo a uma nação de Israel literal. Fruchtenbaum declara: Somente pela fé no Filho do Homem é que Israel pode ser regenerado. Somente pela invocação do Nome do Senhor é que Israel pode ser espiritualmente salvo. Somente pela volta do Filho do Homem é que Israel pode ser fisicamente salvo”.3

É exatamente isso que acontecerá no futuro, por ocasião da Tribulação. O Senhor está montando o palco para esses acontecimentos futuros, desde o momento em que trouxe Seu povo escolhido de volta à terra dele, num preparativo tanto para a eliminação dos não-eleitos quanto para a redenção dos eleitos. Maranata! (Pre-Trib Perspectives) Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética. Notas: 1. Arnold Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah: A Study of the Sequence of Prophetic Events, Tustin, CA: Ariel Ministries, 2003 [1982], p. 101-02. 2. Fruchtenbaum, Footsteps, p. 312. 3. Fruchtenbaum, Footsteps, p. 345.

“Exodus 1947” – A verdadeira história 18 de julho, 1947: um navio da Haganá (organização militar judaica clandestina), rebocado pela marinha britânica, aporta em Haifa. A bordo estavam 4.554 sobreviventes do genocídio nazista, todos determinados a viver em Eretz Israel, a terra de Israel, único lugar no mundo que aceitavam chamar de “lar”. Yossi Harel, que liderou o Mossad (serviço secreto de Israel) na década de 1950, assim reportou o evento: “O Estado de Israel não foi criado em 1948, quando foi formalmente declarado no Museu de Tel Aviv. Nasceu mais cedo, em 18 de julho de 1947, quando um antigo navio americano, bastante danificado, o “Exodus

1947”, arrastou-se para dentro do vro Branco, em 1939, que restringia porto de Haifa”. a apenas 1.500 o número de judeus O navio se tornou símbolo da luO navio “Exodus 1947”se tornou símbolo da luta dos judeus, ta dos judeus, muimuitos deles sobreviventes do Holocausto, para emigrar para a tos deles sobreviTerra de Israel, na época, sob mandato britânico. ventes do Holocausto, para emigrar para a Terra de Israel, na época, sob mandato britânico. O incidente mostrou ao mundo as catastróficas conseqüências da política britânica para a Palestina, em vigor desde a publicação do Li-

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Horizonte que podiam entrar legalmente no país. O sofrimento dos passageiros do “Exodus 1947” e a injustiça contra eles perpetrada pelas autoridades inglesas causaram protestos mundiais contra a Grã-Bretanha, resultando em maior apoio nas Nações Unidas em favor da criação de um Estado Judeu. Do término da II Guerra Mundial até janeiro de 1948, agentes de organizações judaicas, entre as quais a Haganá, o Mossad e o Irgun, haviam conseguido levar para a Eretz Israel 63 embarcações de refugiados judeus, 58 das quais foram interceptadas pelos ingleses. Dos 23 mil judeus que tentaram entrar “ilegalmente” na Terra de Israel, menos de 5 mil lograram-no, na primeira tentativa. Mas, apesar de todas as dificuldades e perigos – o bloqueio naval britânico, no litoral de Eretz Israel, e os 80 mil soldados britânicos que patrulhavam a região – o “tráfico ilegal” de refugiados judeus não foi interrompido.

xado por um reboque, chegou ao cais, em seu mastro tremulava a bandeira sionista. Os britânicos, à espera do navio “inimigo”, estavam, naquela sexta-feira, em alerta total. Haviam fechado o porto, ao qual somente tinham acesso militares e policiais ingleses ou jornalistas da mídia internacional. No cais se viam tanques, policiais, militares e 500 homens da artilharia britânica. Ao lado do cais, aguardavam três navios-prisão: “Ocean Vigour”, “Runnymede Park” e “Empire Rival”. Os ingleses queriam fazer do “Exodus 1947” o exemplo para desencorajar, de uma vez por todas, a entrada de judeus na Terra de Israel. Mal sabiam que logo descobririam que a coragem e a determinação que os guiavam eram infinitamente mais fortes que o poderoso Império Britânico. O fogo de Auschwitz os moldara em aço... Os judeus de Eretz Israel também aguardavam aquele navio. Mas, impedidos de se aproximar, milhares foram até a barreira militar inglesa e, a plenos pulmões, cantavam o Hativka, o Chegada a Eretz Israel Hino da Esperança, sua voz ressoando Quando, naquele 18 de julho, por todo o porto. Desde a noite antecompletamente avariado, o navio, pu- rior, toda a então Palestina estava em alerta. Jovens da Haganá haviam fixado um aviso de Do término da II Guerra Mundial até janeiro de 1948, agentes de organizações judaicas, entre as quais a Haganá, o Mossad que naquela mae o Irgun, haviam conseguido levar para a Eretz Israel 63 drugada, a rádio embarcações de refugiados judeus, 58 das quais foram Kol Israel transmiinterceptadas pelos ingleses. tiria uma mensagem dos passageiros do “Exodus”. Logo após o nascer do sol, um jovem americano transmitiu a seguinte declaração, desde o navio: “Este é o barco de refugiados “Exodus 1947”. Antes do amanhecer, cinco destróieres e

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um cruzador britânicos nos atacaram em águas internacionais, a 17 milhas da costa da Palestina. Os ingleses abordaram o navio de três direções e imediatamente abriram fogo, além de jogar bombas de gás lacrimogêneo. Um dos nossos está morto, no convés, e outros cinco não resistirão aos ferimentos; outros 120 foram feridos. Resistimos por mais de três horas, mas as severas baixas e as condições do barco, prestes a afundar, obrigaram-nos a seguir em direção a Haifa, para assim salvar a vida dos 4.554 refugiados”. Quando o navio chegou ao porto de Haifa, três representantes das Nações Unidas, que se encontravam na Palestina, estavam no cais para assistir os britânicos “em ação”. Eram membros da UNSCOP, a Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina, criada em abril de 1947, após a declaração do governo britânico de que o único caminho viável para resolver os problemas na Terra de Israel era submetendo-se a questão às Nações Unidas. A UNSCOP fora incumbida de avaliar a situação geopolítica da então Palestina e fazer suas recomendações. Seus membros lá se encontravam, já tendo visitado os campos de Pessoas Deslocadas (PD) da Europa, onde 250 mil judeus, sobreviventes da fúria hitlerista, encontravam-se presos à espera de uma solução. Instituídos pelos aliados após o término da guerra por toda a Europa Ocidental, os campos de PD abrigavam refugiados que não tinham para onde ir. A maioria eram judeus do Leste europeu, sobreviventes da Shoá (Holocausto) que não queriam voltar para seus lugares de origem. Os poucos que voltaram, na tentativa de encontrar familiares e amigos, foram recebidos com hostilidade e violência e o mesmo anti-semitismo que reinava antes da guerra. Ninguém no Leste da Europa os queria e, mesmo que fossem bem-vindos, não queriam morar


Horizonte num lugar que se tornara o grande cemitério dos judeus europeus, no meio de um povo que colaborara com a matança. Se na Europa os membros da UNSCOP haviam visto o desespero dos sobreviventes e sua determinação de ir para Eretz Israel, lá na Palestina viram, em toda a parte, a violência britânica contra os judeus. E se precisassem de mais uma prova da determinação judaica em fazer de Eretz Israel o seu lar, estavam prestes a encontrá-la, em meados de julho, naquele mesmo cais. No cais de Haifa estava também Ruth Gruber, jornalista americana e correspondente do New York Herald Tribune, que acompanhava os membros da UNSCOP. Gruber cobriu a tragédia dos passageiros do “Exodus”, despachando fotos e relatos comoventes que revelariam ao mundo a agonia, a coragem e a determinação dos judeus embarcados naquele navio. As experiências da jornalista estão relatadas em dois livros: Destination Palestine (Destino: Palestina) e The Ship that Launched a Nation: Exodus 1947 (O Navio Que Fez Surgir Uma Nação: Exodus 1947).

A difícil viagem O navio iniciara sua histórica viagem quando a organização “American Friends of the Haganah” (Amigos Americanos da Haganá) o comprou por 40 mil dólares, para ser usado pela Aliá Beit – a organização de imigração judaica. Seu nome original, “President Warfield”, foi trocado pela tripulação para “Exodus 1947”. Adotaram o nome do segundo livro da Torá, Êxodo, que relata a libertação do povo judeu do Egito e o início de sua jornada em direção à Terra Prometida. O navio partiu de Baltimore, Estados Unidos, para a Europa. Depois de aportar na Itália, foi conduzido à

França, de onde partiria para Eretz Is- nheiro francês. Mas, assim que chegou ao largo, foi interceptado em alto-mar rael, o tão sonhado destino final. Construído para abrigar 400 pas- pela marinha inglesa que o escoltou sageiros, foi reformado para acolher 4 pelo Mediterrâneo, ameaçando invamil. Seria o navio com o maior núme- di-lo caso se dirigisse à Palestina. Ainda em águas internacionais, ro de refugiados judeus, em toda a história do movimento sionista, a ten- onde a Marinha Real inglesa não titar furar o bloqueio naval britânico. A nha jurisdição, os marinheiros britâtripulação, composta de 35 jovens ju- nicos abordaram o navio, armados deus americanos que se haviam volun- com cassetetes e armas de fogo. Por tariado para a missão, era liderada outro lado, as armas dos judeus eram por um grupo de judeus de Eretz Is- batatas e latas de carne kosher. No rael, treinados pela Haganá. Entre entanto, qualquer sinal de resistência eles, representando o Mossad – o incipiente serviço secreto do futuro Estado de Israel – Quando, naquele 18 de julho, completamente estava Yossi Harel, que, anos avariado, o navio, puxado por um reboque, chegou mais tarde, capturaria Adolf ao cais, em seu mastro tremulava a bandeira Eichmann [criminoso nazista sionista. Os britânicos, à espera do navio “inimigo”, estavam, naquela sexta-feira, refugiado na Argentina]. O em alerta total. capitão era Yitzhak “Ike” Aronowitz, um jovem de apenas 22 anos, que servira na Marinha Mercante britânica. No dia 10 de julho, em Séte, um pequeno porto francês perto de Marselha, embarcaram 4.515 judeus, vindos de vários países europeus – Alemanha, Polônia, Hungria, Bélgica, França, Itália – e do Marrocos. O sonho que os unia era o recomeço de uma nova vida na Terra de Israel. Mas, Ernest Bevin, o então ministro das Relações Exteriores da GrãBretanha, que não disfarçava sua inclinação pró-árabe nem seu anti-semitismo, estava determinado a detê-los. Mesmo antes que o navio deixasse a França, Bevin pressionara o governo francês para que não autorizasse sua saída do porto. Ao saber que as autoridades francesas iriam apreender o navio, sua tripulação decidiu arriscar-se a sair do porto, mesmo sem a ajuda de um rebocador ou de um mari-

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Horizonte judaica, por menor que fosse, foi respondido pelos britânicos com tiros e violência. Morreram três judeus: dois adolescentes órfãos e um membro da tripulação, William Bernstein, de San Francisco, golpeado na cabeça. Dezenas de outros foram gravemente feridos.

se aos passageiros para os acompanhar. Inicialmente, o destino desses passageiros eram os campos de internação em Chipre, onde os ingleses exilavam todo refugiado “ilegal” que tentava furar seu bloqueio. Mais de 26 mil já haviam sido exilados nos campos da ilha, onde viviam encurralados e cercados de arame farpado, as condiO destino dos passageiros ções sanitárias eram mais do que predo “Exodus” cárias e havia uma terrível escassez de Uma vez que o “Exodus 1947” água. Mas, para quem, como eles, tiatracou no porto de Haifa, os britâni- nha sobrevivido ao inferno nazista, cos removeram seus passageiros, à Chipre nada mais era do que “outro força. Revistados, seus bens foram inferno, sob nova bandeira”, uma paconfiscados; as famílias, separadas – rada dolorosa em sua volta para casa, provocando pânico entre os refugia- Eretz Israel. dos – que ainda tinham abertas as feA jornalista Ruth Gruber, que se ridas causadas em sua alma pelas “se- deslocara para Chipre para aguardar parações” impostas pelos nazistas. Em a chegada dos passageiros do “Exoseguida, foram colocados nos três na- dus”, relata que nos campos da ilha, vios de deportação, na realidade, pri- além das deploráveis condições de visões flutuantes que os aguardavam, si- da, os judeus ainda eram constantenistras. Membros da tripulação e al- mente humilhados e maltratados. O guns dos jovens da Haganá, objetivo era, como declarara um ofifingindo-se de refugiados, misturaram- cial, desencorajá-los de deixar a Europa, pois “se os imigrantes judeus souberem que podem acabar aqui, talvez pensem duas vezes antes de tentar vir para a O sonho que unia os judeus era o recomeço de uma Palestina”. Gruber conta vánova vida na Terra de Israel. Mas, Ernest Bevin, o rias histórias sobre a crueldaentão ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretade dos soldados ingleses, ennha, que não disfarçava sua inclinação pró-árabe nem tre elas, uma contra uma seu anti-semitismo, estava determinado a detê-los. criança judia, sobrevivente do Holocausto, que chegou a Chipre carregando consigo seu tesouro – uma foto da mãe – a única lembrança dela, assassinada em Auschwtiz. Ao ver a foto, um soldado inglês incumbido de revistar os judeus rasgou-a propositalmente. A menina catou os pedacinhos de papel e a todos que encontrava pedia para que alguém a ajudasse a “refazer a minha mãe”. Mas, para Ernest Bevin, mesmo o inferno de Chipre

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era pouco, em se tratando dos judeus do “Exodus 1947”. Estava determinado a fazer destes “o exemplo” que poria por terra qualquer outra tentativa de imigração “ilegal” para aquela região. Queria “quebrar” a Aliá Beit para que nenhum judeu tentasse novamente furar o bloqueio britânico na Palestina. A idéia de Bevin, aprovada pelo Alto Comissário da Palestina, Alan Cunningham, era mandá-los de volta à Europa, aos portos de origem, pois assim teriam um ganho adicional: desencorajariam os italianos e franceses a prestar qualquer tipo de ajuda à Aliá Beit. Os três navios-prisão que, em 19 de julho, deixaram Haifa, chegaram em Port-de-Bouc, perto de Marselha, no dia 2 de agosto. Mas, o plano britânico de desembarcar os passageiros na França não deu certo: os judeus se recusaram a desembarcar e os franceses não permitiram qualquer tentativa britânica de desembarque forçado em suas águas territoriais. Ofereceram asilo e hospitalidade a todos que quisessem sair dos navios. Salvo um pequeno número de idosos e enfermos, todos os demais permaneceram a bordo. Perante a situação, um oficial francês, Albert Mallet, declarou: “A França entende a atitude dos refugiados”. A jornalista Ruth Gruber, que se deslocara a Port-de-Bouc para cobrir os acontecimentos, relata em seu livro, The Ship that Launched a Nation: Exodus 1947: “Os franceses se entreolhavam, depois olhavam para mim... até que um deles finalmente disse: ‘Isto nos envergonha’. Ao que eu lhe respondi: ‘Você não é o responsável’. Ele retrucou: ‘Os seres humanos devem envergonhar-se quando presenciam uma injustiça”’. Entidades judaicas americanas e francesas providenciavam alimentos para os passageiros, pois, uma vez atracado no porto, os ingleses se recusavam a fazê-lo. Médicos franceses subiram aos navios e suas declarações à


Horizonte vros da Torá Escrita. Revoltados, declararam uma greve de fome por 24 horas, como forma de chamar a atenção do mundo para o trágico desenrolar de seu destino. Num dos navios-prisão, o “Ocean Vigour”, os judeus exibiam mensagens, em inglês e francês, que diziam: “Abram as portas da Palestina, nossa única esperança”. Ao prefeito da cidade francesa, enviaram a seguinte mensagem: “Como permite que os ingleses nos tratem de forma tão desumana, a bordo deste navio nazista?” Quando os ingleses chegaram à conclusão de que os judeus não sairiam mesmo por vontade própria, deram aos judeus do “Exodus” um ultimato: quem não desembarcasse A jornalista Ruth Gruber, que se deslocara a Port-de-Bouc para cobrir os acontecimentos, em Port-de-Bouc até as 18 horelata em seu livro, The Ship that Launched a ras de 22 de agosto, seria leNation: Exodus 1947: “Os franceses se entreovado à cidade alemã de Hamlhavam, depois olhavam para mim... até que um burgo. Apenas dois anos após deles finalmente disse: ‘Isto nos envergonha’. Ao a abertura dos campos de exque eu lhe respondi: ‘Você não é o responsável’. termínio nazistas, os britânicos Ele retrucou: ‘Os seres humanos devem envergonhar-se quando presenciam acharam por bem enviar de uma injustiça”’. volta os sobreviventes do Holocausto ao país que o havia perpetrado... Ruth Gruber e outros jornalistas fiimprensa levaram todos a se referir aos navios como sendo “Auschwitzes flu- nalmente receberam permissão inglesa tuantes”. Um calor sufocante, o pior em de subir a bordo. Citamos as palavras anos, seguido de chuvas torrenciais, da jornalista americana: “Na proa de castigava o navio e sua preciosa carga cada embarcação havia uma jaula de humana. Os ingleses calcularam que macaco; no topo da jaula, espirais de esses fatores, aliados à falta de espaço arame farpado, enferrujado... Imprene de condições sanitárias apropriadas, sados entre uma pequena privada verforçariam os passageiros a deixar os de e algumas chapas de aço, estavam navios. Mas os judeus eram irredutíveis; centenas de pessoas que pareciam ter somente desceriam em seu ansiado e sido atiradas, de roldão, num canil... Amontoados, clamavam em todas as único destino: a Terra de Israel. Dentre todas as atitudes britânicas, línguas, atropelando as palavras entre a que mais perturbou os judeus foi si... O sol ardente passava pelas graquando os ingleses, que sistematica- des, lançando listras de luz e sombra mente queimavam todos os livros em nos rostos dos refugiados e em seus iídiche e hebraico enviados a bordo, corpos quentes, suados... Pessoas idoqueimaram um Chumash, os cinco li- sas não se acanhavam de chorar, sen-

tadas, ao perceber o futuro que as aguardava”. Ela também testemunhou o protesto dos judeus a bordo do “Runnymede Park” contra a decisão britânica de mandá-lo de volta à Alemanha: pintaram uma suástica na bandeira inglesa. Fotografada por Ruth Gruber, a imagem foi publicada como “Foto da Semana” na famosa revista americana Life. Essa foto e suas reportagens relatando o sofrimento dos passageiros judeus capturaram a atenção da mídia internacional e dos membros da UNSCOP, reunidos em Genebra para um parecer sobre a situação da então Palestina.

A chegada à Alemanha Em 8 de setembro, um dos naviosprisão, o “Ocean Vigour”, chegou a Hamburgo. Através de um alto-falante, os judeus receberam ordens de desembarcar pacificamente. As crianças e parte das mulheres desembarcaram, mas a metade deles se recusou. Tropas inglesas subiram ao navio, determinadas a obrigá-los a descer. Vários foram violentamente espancados. Um dos refugiados, ao pisar em solo alemão, gritou, aos prantos: “Voltamos. Voltamos para Auschwitz e BergenBelsen”. Assim que desembarcaram, todos os judeus foram colocados em caminhões e levados para um campo de detenção. No dia seguinte, outro dos navios, o “Empire Rival”, atracou no porto. E, para surpresa dos ingleses, os judeus desembarcaram pacificamente. Não tardou para que os ingleses descobrissem que haviam plantado no navio uma bomba-caseira. Algumas horas depois, chegou o último navio-prisão, o “Runnymede Park”. Durante meia hora, ninguém desceu. Frustrados, os ingleses deram um ultimato. Os judeus responderam às ameaças inglesas cantando, em hebraico, a tradicional canção Techezakna (Fortalecei-vos...). Duas horas mais tarde, os ingleses in-

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Horizonte vadiram o navio e forçaram-nos a desembarcar. Os que resistiram foram tratados com brutalidade; 24 judeus acabaram gravemente feridos; 13 tiveram que ser levados a um hospital; 11 foram presos, acusados de liderar a resistência. Os restantes foram embarcados em trens e levados para os campos de detenção em Emden, Poppendorf e Amstau, perto de Lübeck. Lá esses refugiados tiveram permissão de viver como “Pessoas Deslocadas”, não como prisioneiros. Menos de dois anos após a derrota nazista os judeus novamente eram enjaulados, seu sangue derramado em solo alemão... Enquanto isso, os alemães a tudo assistiam, livres. Durante um mês, os ingleses tentaram registrar e obter informações sobre os passageiros do “Exodus 1947”. Mas a todas as perguntas os judeus respondiam com uma única resposta: “Eretz Israel!” “De onde você vem?”, perguntavam os ingleses. “Eretz Israel,” respondiam os judeus. “Qual o seu nome?” “Eretz Israel”. “Tem cidadania de que país?” “Eretz Israel”, e assim por diante.

O legado dos heróis do “Exodus 1947” Assim que os refugiados do “Exodus 1947” chegaram aos campos britânicos de detenção, os judeus de Israel já estavam prontos para tirá-los da Europa. Liderados por membros do Palmach que, em Haifa, haviam-se infiltrado entre eles e seguido viagem nos navios-prisão, fugiram da detenção. Foram novamente para a Itália ou França, onde embarcaram em navios da Haganá a caminho da Terra Prometida. Todo judeu que esteve a bordo do “Exodus 1947” recebeu um certificado especial da Haganá, intitulando-o a tratamento especial. Poucos meses depois, a maioria deles já havia fugido da zona de ocupação inglesa, na Alemanha, e estava a caminho da Terra de Israel. E, em 15 de maio, quando o Estado de Is-

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A dor, o sofrimento e a humilhação impostos aos corajosos integrantes do “Exodus 1947” mostraram ao mundo a premência da criação de um Estado judeu em sua pátria ancestral, Eretz Israel. Na foto: proclamação da Independência de Israel em 1948.

rael foi fundado, encontrava-se a salvo em solo judeu. Por seu heroísmo e sofrimento, os passageiros do “Exodus 1947” tornaram-se símbolo da resistência judaica. Acredita-se que tenha sido o incidente desse navio o que convenceu o governo americano de que devia acabar o mandato britânico sobre a Palestina e que caberia às Nações Unidas resolver o problema dos refugiados judeus. Os membros da UNSCOP, que acompanharam o drama dos judeus no “Exodus 1947”, subseqüentemente declararam que a imagem dos judeus, sendo desembarcados à força dos navios-prisão ingleses, os convencera da urgência de uma solução para a imigração judaica para a Terra de Israel. A dor, o sofrimento e a humilhação impostos aos corajosos integrantes do “Exodus 1947” mostraram ao mundo a premência da criação de um Estado judeu em sua pátria ancestral, Eretz Israel. Em 1958, Leon Uris escreveu um livro, Exodus, inspirado na história do navio, onde retrata o Holocausto, a imigração para a então Palestina e a

criação do Estado de Israel. No livro, porém, a história do navio tem um final mais feliz: os judeus refugiados não são levados de volta à Europa e conseguem, através de uma greve de fome, dobrar as autoridades britânicas e descer na Terra de Israel. Em 1960, com o mesmo título, um filme, baseado na obra de Leon Uris e estrelado por Paul Newman, chegou às telas do cinema – e ajudou a aumentar a popularidade do Estado de Israel no mundo. Mas, mais do que o livro e o filme homônimos, é a verdadeira história do “Exodus 1947” o que serve de lembrança ao mundo da necessidade de um Estado Judeu – uma pátria soberana e independente, lar incontestável de todos os judeus. (extraído de www.morasha.com.br)

Bibliografia: Gruber, Ruth Exodus 1947: The Ship That Launched a Nation, Ed. Crown, 1999. Sachar, Abram Leon, The Redemption of the Unwanted: From the Liberation of the Death Camps to the Founding of Israel.


Horizonte todos os deputados fe- MMX foi projetada em Israel pela Inderais e senadores em tel; tanto a Microsoft quanto a Cisco favor de Israel e de sua construíram suas únicas instalações de pesquisa e desenvolvimento fora dos soberania. Por quê? Será que EUA em Israel; e, com mais de 3.000 só nós não conseguía- empresas de tecnologia avançada, Ismos enxergar que todo esse esforço rael tem a concentração mais elevada era inútil ou que estávamos nos preo- de empresas de alta tecnologia no cupando desnecessariamente? Só nós mundo fora do Vale do Silício. não conseguíamos ver que o mundo Entenda o seguinte fato: Israel lideseria melhor se Israel não existisse? ra o mundo no número de cientistas e Não, todos nós vemos claramente técnicos na força de trabalho, com que o mundo precisa de Israel. O 145 por 10.000 habitantes, em commundo inteiro. paração com os EUA, que têm 85; 70 O que estou querendo dizer? Pense: no Japão e menos de 60 na AlemaIsrael, o centésimo menor país do nha. Com mais de 25 por cento de mundo, com menos de um milésimo sua força de trabalho empregada em da população mundial, pode orgu- profissões técnicas, Israel está também lhar-se de muitos avanços sociais sur- em primeiro lugar nessa categoria! preendentes em quase todas as áreas! Os exemplos não param por aí. O novo processador multi-core da O Instituto Weizmann de Ciências Intel foi completamente desenvolvido foi votado como “a melhor universidaem instalações localizadas em Israel. E de do mundo para os biólogos conduo telefone celular, que hoje pratica- zirem pesquisas”. Os pesquisadores mente todo o mundo usa, foi desenvol- de Israel: vido em Israel pela Motorola, que tem • descobriram o gatilho molecular o seu maior centro de desenvolvimento que provoca a psoríase. nesse pequeno país. • desenvolveram o vazamento ExA tecnologia de Voz por Protocolo Press que dá alívio aos que sofrem de de Internet (VoIP) foi originada em Israel. glaucoma. O AirTrain JFK – o labirinto de tri• descobriram um teste de sangue lhos ferroviários de 13 km que liga o que diagnostica ataques de coração – Aeroporto JFK ao trânsito de massa da pelo telefone! • descobriram uma combinação de Cidade de Nova Iorque – é protegido pelo sistema de vigilância Nextiva, de- estímulos elétricos e quimioterapia que senvolvido em Israel. Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã. Bill Gates chama Israel de “um importante competidor no mundo da alta tecnologia”; a maior parte do sistema operacional Windows NT foi desenvolvida pela Microsoft de Israel; a tecnologia do chip Pentium

Quem, afinal, precisa de Israel? A pergunta acima, literalmente ou por insinuação, está sendo feita por pessoas demais em nossos dias, enquanto indivíduos e governos procuram desesperadamente por soluções permanentes no Oriente Médio. Muitos líderes políticos europeus e americanos – tendo ouvido as manifestações e a determinação de limpar Israel da face da terra, vindas de tipos como Yasser Arafat (da “Palestina”), Osama bin Laden (da Arábia Saudita), Saddam Hussein (do Iraque) e Mahmoud Ahmadinejad (do Irã) e tantos outros poderosos na região – estão chegando perigosamente próximos ao ponto de decidir que o minúsculo país de Israel é o “empecilho” da ordem mundial. O pensamento lógico seguinte é: “Quem precisa de Israel? Deixem que seja eliminado, deixem que sua população seja dispersa (ou tenha outro destino), e o Oriente Médio poderá confortavelmente se estabelecer numa harmoniosa comunidade islâmica de nações. Problema resolvido!” Que absurdo. Que cegueira suicida. Acabo de chegar de um evento importantíssimo na capital dos Estados Unidos. Uma organização chamada Christians United for Israel (Cristãos Unidos por Israel) reuniu 4.000 pessoas de todos os 50 estados [americanos] em vários dias de sessões de instruções e estratégias, culminando num comício estimulante e poderoso no Centro de Convenções de Washington, D.C., apresentando líderes judeus e os maiores líderes evangélicos, celebrando as coisas que temos em comum e os laços que nos unem. No dia seguinte, vários milhares dos participantes se espalharam por Washington, fazendo lobby virtualmente com

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Horizonte faz com que as metástases cancerígenas desapareçam – e desenvolveram a primeira instrumentação de diagnóstico, totalmente computadorizada e sem radiação, para exames de câncer de mama! • projetaram o primeiro sistema de vôo que protege aviões de passageiros e de carga contra ataques de mísseis. • desenvolveram a primeira câmera de vídeo ingerível – tão minúscula que cabe numa pílula – usada para ver o intestino delgado a partir de dentro, dando aos médicos a oportunidade de diagnosticar problemas digestivos e câncer! • aperfeiçoaram um novo dispositivo que ajuda diretamente o coração a bombear sangue, uma inovação com o potencial de salvar vidas entre as pessoas que têm insuficiência cardíaca congestiva, sincronizando as operações mecânicas do coração por meio de um sistema sofisticado de sensores. Essas são apenas algumas das contribuições recentes de Israel para o bem-estar do mundo.

Cientistas de Israel são pioneiros na pesquisa de DNA, usando finíssimos fios para criar transistores humanos que podem literalmente se construir – e desempenhando um papel importante na identificação de um gene defeituoso que provoca uma doença rara e geralmente fatal em bebês árabes!

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Notícias de Israel, setembro de 2007

Não dá para enumerar aqui o número enorme de invenções em Israel. Falta de água, aquecimento global, viagem espacial, antivírus, antivaríola, pressão sanguínea, energia solar, paralisia, diabetes, armazenamento de dados – esses e centenas mais – estão sendo estudados pelos cientistas de Israel. Eles são pioneiros na pesquisa de DNA, usando finíssimos fios para criar transistores humanos que podem literalmente se construir – e desempenhando um papel importante na identificação de um gene defeituoso que provoca uma doença rara e geralmente fatal em bebês árabes! Quem precisa de Israel? A pergunta certa é: quem não precisa de Israel? Israel produz, de longe, mais trabalhos científicos per capita do que qualquer nação; tem o maior número de empresas se abrindo no mundo inteiro, só perdendo para os EUA; é número 1 no mundo nos fundos de empresas emergentes, financiando todos esses avanços; sua economia de 100 bilhões de dólares é maior do que toda a economia de seus vizinhos próximos juntos; e Israel é a única democracia liberal no Oriente Médio. E embora mantenha, de longe, as mais elevadas médias de padrão de vida e renda per capita, ganhando até mesmo dos padrões da Inglaterra, Israel é a nação que mais absorve imigrantes na terra, proporcionalmente à sua população. É realmente uma maravilha sem paralelo em nosso tempo. Aonde quero chegar com tudo isso? Simplesmente que a própria idéia de eliminar ou mesmo desalojar Israel de sua pátria histórica é suicídio para o resto do mundo, não apenas para seus vizinhos árabes. Embora haja sinistras conseqüências bíblicas pronunciadas sobre aqueles que “amaldiçoam Israel”, há também bênçãos maravilhosas prometidas aos que “abençoam” Israel – e nós estamos

Quem precisa de Israel? Vamos ser honestos. Todos nós precisamos. vendo essas bênçãos reais, práticas e humanitárias se espalharem pelo mundo, abençoando toda a humanidade. Pare apenas por um segundo e imagine um mundo hoje que jamais conhecesse Israel. E então vá mais além: considerando os padrões de vida, ideologias e atitudes israelenses para com todos os que ousam discordar deles, imagine como seria nosso mundo se os inimigos de Israel o governassem. Você preferiria viver num Irã, num Iraque, numa Síria ou num Afeganistão? Ou em Israel? Quem precisa de Israel? Vamos ser honestos. Todos nós precisamos. (Pat Boone, www.wnd.com – extraído de www.juliosevero.com.br)

Pat Boone, descendente do lendário Daniel Boone, já foi cantor de paradas de sucesso, estrela de seriados de TV, artista de Hollywood e escritor durante meio século. Ele é conhecido no Brasil pelo clássico filme A Cruz e o Punhal, onde faz o papel do Rev. David Wilkerson. Durante a era clássica do rock & roll na década de 1950, ele vendeu mais discos do que qualquer cantor, exceto Elvis Presley. Para conhecê-lo melhor, visite seu site em inglês: wwww.patsgold.com.



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