BETH-SHALOM
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Maio de 2008 • Ano 30 • Nº 5 • R$ 3,50
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Prezados Amigos de Israel
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Além do Véu - Rumo ao Futuro
Notícias de
ISRAEL É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake
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Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann
O Mais “Importante” é Israel
Assinatura - anual ............................ 31,50 - semestral ....................... 19,00 Exemplar Avulso ................................. 3,50 Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00 Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.
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A Importância de Uma Interpretação Literal
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Isaías 53 e o Messias de Israel (2ª Parte)
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HORIZONTE • Turistas satisfeitos em Israel - 16 • EL AL - eleita a companhia aérea mais segura do mundo - 16 • O desenvolvimento populacional de Israel - 17 • A Marinha russa volta ao mar Mediterrâneo - 18 • A arma secreta das estrelas - 20
INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).
Em fevereiro a companhia israelense de abastecimento de água “Mekorot” celebrou seu 70º aniversário. Durante as festividades, Benjamin Elieser, ministro da Infra-Estrutura Nacional, elogiou as grandes conquistas da companhia em todas as áreas do abastecimento de água. Ele também mencionou como ela angariou reconhecimento internacional pelo seu trabalho. Até as Nações Unidas qualificaram como exemplar o sistema de abastecimento de água israelense. Por isso, muitos países com problemas hídricos semelhantes enviam seus especialistas a Israel para aprender mais sobre as soluções encontradas. Elieser salientou que a “Mekorot” teria contribuído para concretizar profecias bíblicas, por exemplo, as palavras em Isaías 41.1819: “Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo o cipreste, o olmeiro e o buxo”. Ele também mencionou que, segundo a Bíblia, períodos de estiagem sempre se abateram sobre Israel, mas que os patriarcas também já pesquisaram buscando soluções para o problema. Israel tem enfrentado novamente um período de seca, em que não chove o suficiente há cinco anos. Em vista dessas circunstâncias, a “Mekorot” se vê obrigada a buscar soluções mais definitivas, principalmente pelo aumento do consumo de água por uma população crescente. A alternativa moderna seriam as instalações de dessalinização da água do mar. No prazo de cinco anos pretende-se construir mais cinco usinas, somadas às duas já em funcionamento. Com isso, um terço da necessidade de água potável, de 750 milhões de metros cúbicos, estaria coberta. Ronen Wolfman, diretor-geral da “Mekorot”, explicou ainda como a companhia de água contribuiu para garantir as fronteiras do país. Já na época do Mandato Britânico a água foi conduzida para o deserto do Neguev, portanto, para o Sul do país. Assim, foi possível criar ali mais onze novas colônias judaicas, que na Guerra da Independência detiveram as tropas egípcias. Sem essas colônias judaicas no Sul os egípcios teriam conquistado o Neguev, e hoje Israel seria um país muito menor. Conforme Wolfman, a “Mekorot” supre não apenas o consumo próprio mas
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também fornece 45 milhões de metros cúbicos de água aos palestinos na Judéia, Samaria e Gaza. Outros 55 milhões de metros cúbicos vão anualmente para a Jordânia, cumprindo o que foi acordado no tratado de paz entre os dois países. Por isso, Wolfman espera que a água, contrariando temores expressos com excessiva freqüência, não venha a se tornar a causa de novas guerras, mas sirva de ponte para a paz. Apesar desse maravilhoso cumprimento prévio das profecias bíblicas por ocasião do retorno do povo judeu para sua terra, o cumprimento pleno ainda está no futuro. Mas é impressionante ver pessoas de muitos países, com problemas semelhantes de abastecimento de água, vindo a Israel para aprender com o sucesso dos judeus nessa área. Quase se poderia pensar que esse processo já é o pré-cumprimento de Zacarias 8.23. Lá está escrito que, no reino messiânico de paz, pessoas de todas as nações irão se apegar aos judeus porque reconheceram que a bênção de Deus está com esse povo. Unidos nAquele que não apenas fala mas também cumpre o que prometeu, saúdo com um cordial Shalom!
r Fredi Winkle
O texto crucial do Novo Testamen to na identifica rael, de seu dest ção de Isino profético e do relacionamento em Cristo com o dos crentes povo judeu é o ca pítulo 11 da Epís manos. Deus expl tola aos Roicou nos mínimos detalhes se real rejeitado a Isra mente havia el e se os crente s em Cristo pass o lugar do Povo aram a ocupar Escolhido no plan o de Deus.
O capítulo 11 de Romanos também considera a imerecida graça que Deus estendeu aos gentios em conseqüência de Israel ter sido temporariamente colocado de lado. Junto com esses profundos esclarecimentos, abrem-se as cortinas do futuro e aparece a estrada que está além dos dias sombrios da insurreição global e cataclísmica que está por vir. O cerne da questão é entender que, a despeito do que digam os infamadores, nas suas alegações de que o momento da oportunidade de Israel terminou no período final do Antigo Testamento ou quando a nação rejeitou o Messias, o Novo Testamento comprova que tais detratores de Israel estão equivocados. Israel foi, é, e sempre será o tema central da realidade profética e histórica. Existe um dito popular nos
esportes que pode muito bem ser aplicado nesse campo do tratamento dispensacional da Bíblia: “Nunca tire seus olhos da bola”. No assunto em questão, a correlação é: nunca tire seus olhos de Israel.
Uma Certeza
“Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum! [i.e., nunca concebam essa idéia] ...Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu” (Romanos 11.1-2). Mesmo nas horas mais deprimentes dos deslizes espirituais de Israel, Deus, em Sua infinita graça, preservou a nação e manteve um remanescente. Um exemplo disso se verifica nesta resposta que o Senhor deu ao profeta Elias quando este instou na Sua presença contra
os israelitas, os quais, impregnados de idolatria, resistiram à pregação dos profetas e perseguiram os mensageiros de Deus: “Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal” (v. 4). Numa transposição rápida daquele momento para o presente, a Palavra declara: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça” (v. 5). O remanescente de Israel segundo a graça reforça aquilo que é dito em Romanos 11.25: “...veio endurecimento em parte a Israel” (grifo do autor). Por essa razão, é incorreto afirmar que a nação inteira se encontra em rebelião contra Deus. Na prática, há pelo menos três grandes correntes de pensamento religioso entre o povo judeu. Em primeiro
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lugar, há o remanescente de crentes no Messias, Jesus, como anteriormente mencionamos. Em segundo lugar, há um núcleo de judeus conservadores, ortodoxos e ultra-ortodoxos que crêem em Deus. Por fim, vêm os judeus agnósticos e ateus que duvidam da existência de Javé, o SENHOR, ou se recusam a crer nEle. Portanto, a questão não é que a maior parcela do povo judeu não creia em Deus; eles crêem. O problema reside na identidade do Messias. Não se trata de uma identificação qualquer; ela direciona o foco das atenções nos últimos dias justamente para o Messias e para o coração da nação de Israel que a Ele se converte.
Um Enigma
Tantas realidades, que parecem nebulosas para nossa mente finita, estão harmoniosamente determinadas na mente de Deus e nos serão reveladas no devido tempo. Esse é
o caso da cegueira parcial de Israel (vv. 8-10). Por que devia ser assim? Por que a misericórdia tinha de ser oferecida aos gentios, um verdadeiro bando de ímpios, incivilizados, idólatras, depravados e espiritualmente indignos? “Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão [i.e., do Israel parcialmente cego], veio a salvação aos gentios, para pôlos em ciúmes. Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!” (vv. 11-12). Nesse “prendedor” estão penduradas estas duas revelações decisivas: (1) A incompreensível graça de Deus tem se estendido aos gentios indignos; e (2) A plenitude futura e glória vindoura de Israel, há tanto tempo esperadas, estão indelevelmente garantidas. A evidência comprova o seguinte: Deus está salvando os gentios e Israel terá seu lugar exclusivo quan-
do a teocracia se consumar nas eras vindouras. Portanto, a despeito do que os adeptos da Teologia da Substituição queiram considerar, a Igreja e Israel são entidades distintas e não se pode aceitar uma, descartando a outra.
Uma Obrigação
Os fatos nesse caso revelam que a Igreja, na verdade, é um fenômeno milagroso, mas temporário, com a missão de tornar Cristo conhecido até que a Noiva esteja completa e o Arrebatamento remova da terra os crentes em Cristo. Ao fazer uso da analogia de uma oliveira cultivada (i.e., Israel), o apóstolo Paulo retrata a Igreja como o conjunto de ramos silvestres que foram enxertados com um propósito que vai além de meramente resgatar os gentios pela graça: “Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti [...] Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará” (vv. 17-18,21). Nesse texto, Deus nos adverte exatamente contra o perigo de nos orgulharmos da posição que ocupamos, envenenados pelo menosprezo ao povo judeu e por uma atitude cínica quanto ao amor de Deus por eles. As Escrituras condenam todas as formas de anti-semitismo – tanto
Ao fazer uso da analogia de uma oliveira cultivada (i.e., Israel), o apóstolo Paulo retrata a Igreja como o conjunto de ramos silvestres que foram enxertados com um propósito que vai além de meramente resgatar os gentios pela graça.
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o anti-semitismo sutilmente velado quanto o anti-semitismo ofensivamente descarado. Contudo já estava predito que isso se tornaria a tendência num mundo turbinado pela mentalidade profana. A Segunda Epístola aos Tessalonicenses menciona uma onda de apostasia (i.e., o desvio e abandono da fé) que precederia a Segunda Vinda de Cristo. Entre as mais abomináveis manifestações de decadência social se encontra o anti-semitismo teológico que está em ascensão nos círculos cristãos, inclusive em ambientes considerados evangélicos. Na atual atmosfera, talvez alguém possa conjecturar que já estejamos entrando nesse período apóstata. Entretanto, a plena restauração de Israel está garantida, como está escrito: “Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude! [...] Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo” (Rm 11.12,23). O propósito de Deus em abençoar os gentios com a redenção através do povo judeu, povo esse que nos proporcionou as Escrituras e o Cristo, é fazer com que os gentios salvos em Cristo se tornem ministros da “provocação” (v. 11). Isto é, os crentes em Cristo devem viver de tal maneira que os outros, judeus e gentios, se sintam provocados a buscar Jesus Cristo. Viver de outra maneira é negar nossa obrigação e desprezar o privilégio que temos de ser a “luz do mundo”.
Uma Explicação
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel,
Os crentes em Cristo devem viver de tal maneira que os outros, judeus e gentios, se sintam provocados a buscar Jesus Cristo, pois temos o privilégio de ser a “luz do mundo”.
até que haja entrado a plenitude dos gentios” (Rm 11.25). Aproxima-se o dia em que chegará “a plenitude dos gentios”. Em termos simples e claros, a Igreja está a caminho do Arrebatamento – momento esse em que se completará o número de gentios a serem salvos, em que o programa de Deus para a Igreja neste mundo se findará e o Senhor voltará para nos arrebatar ao céu (Jo 14.1-4; 1 Ts 4.13-17). Sua volta iminente é o grande incentivo para estarmos prontos a realizar a obra do Senhor até que chegue o momento dessa transcendente jornada ao Seu lado. Ela também é um outro tipo de motivação: eu não fui criado na igreja, nem freqüentei classes da Escola Bíblica Dominical durante os anos da minha formação. Conhecendo pouco a respeito de Deus, a vaga e inquietante noção que eu tinha era a de que, quando morresse, havia uma escuridão e
um buraco preparado no solo para mim. O primeiro contato formal que tive com a mensagem do Evangelho foi numa conferência de evangelização em massa ocorrida na cidade de Detroit, Michigan (EUA), onde um pregador hebreucristão proclamava o Evangelho. Depois do evento, saí daquele local praticamente da mesma forma que entrei, mas com uma diferença – eu fora convencido de três coisas: (1) De que a Bíblia é a Palavra de Deus; (2) de que Cristo estava na iminência de voltar; e (3) de que eu não estava preparado para encontrá-Lo. Depois daquilo, fiquei intrigado durante seis meses com o fato de que Jesus podia voltar a qualquer momento e me encontrar despreparado; a experiência daqueles dias pode ser denominada de convencimento. Numa madrugada a questão foi resolvida. Eu nasci de novo pela fé em Cristo. Isso aconteceu há 60 anos atrás e posso lhes afirmar que
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Você pode ter tanta certeza do céu no dia de hoje como terá no momento em que puser seus pés na entrada da glória celestial.
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to sentido, a Era da Igreja é apenas o começo. Somos lembrados de que não devemos tirar os olhos de Israel. Essa advertência nunca foi tão verdadeira quanto é na atualidade. Chegará o dia em que todo o Israel será atraído para o seu Libertador prometido e, pela fé nEle, será salvo. A Palavra chega até nós por intermédio do profeta Isaías: “Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o SE- Elwood McQuaid é editor-executivo Friends of Israel. NHOR. Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se apartarão dela, nem da de teus filhos, nem da dos filhos de teus filhos, não se apartarão desde agora e para todo o sempre, diz o SENHOR” (Is Recomendamos: 59.20-21). À medida que Deus conduz a história, podemos afirmar junto com o apóstolo Paulo: “Porque os dons e Pedidos: 0300 789.5152 a vocação de www.Chamada.com.br Deus são irrevoLIVRO
a volta iminente de Cristo é tão real para mim hoje como o foi naquela noite de primavera do ano de 1948. Minha expectativa está atrelada àquilo que temos diante de nós nas Escrituras. O próximo acontecimento grandioso no cronograma de Deus é o Arrebatamento da Igreja – ou, como consta no texto acima, o dia em que a plenitude dos gentios tiver entrado: “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados” (vv. 26-27). O que esse texto diz é o seguinte: o Senhor nosso Deus nunca se esquece de uma promessa. Ele firmou uma aliança com o povo judeu que diz respeito à terra e ao rei de Israel. Tais promessas são eternas e são tão irrevogáveis como a promessa que Deus fez de conceder vida eterna aos crentes em Cristo. Você pode ter tanta certeza do céu no dia de hoje como terá no momento em que puser seus pés na entrada da glória celestial. A revelação profética não termina no fim da Era da Igreja. Em cer-
gáveis” (Rm 11.29). Além disso, à medida que examinamos cuidadosamente o campo inteiro da verdade dispensacional – o roteiro planejado por Deus que conduz à eternidade – não nos resta fazer outra coisa senão exclamar: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (vv. 33-36). (Israel My Glory) de The
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inha filha mais nova acaba de concluir seu segundo ano de faculdade numa universidade secular (N. do T.: nos EUA há universidades cuja orientação educacional é cristã, daí a diferenciação pelo uso do termo “secular”). No intuito de cultuar a Deus com outros irmãos, ela levou quase dois anos inteiros para encontrar uma igreja que não se considere “o novo Israel” e que não creia que Deus rejeitou definitivamente o povo judeu. Enquanto preparávamos uma edição da nossa revista, um amigo me deu um sábio conselho em poucas palavras: “Cuide para que o mais importante seja, de fato, o mais importante”. O mais importante não é o número de dispensações bíblicas, nem é a enorme quantidade de diferenças que poderíamos alistar entre a Teologia Aliancista (ou Teologia da Substituição) e a Teologia Dispensacionalista. A “coisa mais importante” é aquilo que minha filha priorizou quando visitava várias igrejas e solicitava a declaração de fé de cada uma delas. O “mais importante” é Israel. Quando eu era uma crente recém-convertida a Cristo, passava muitas horas ouvindo pregações pelo rádio. Felizmente, havia em nossa região uma excelente emissora de rádio evangélica dirigida por um dedicado crente em Cristo, que era criterioso com a programação que permitia ir ao ar. Certa ocasião eu ouvia um famoso pastor presbiteriano que começava uma série de pregações no livro de Isaías. Ele introduziu sua pregação com a seguinte história: há muitos anos, quando ainda era um jovem pastor que acabara de se formar no seminário, ele cria que todas as maravilhosas promessas que Deus fizera a Israel no Antigo Testamento agora se destinavam à Igreja. A oportunidade de Israel tinha chegado e fora desperdiçada. A nação de Israel pecara, perdera sua terra e fora substituída pela Igreja – esta que passou a ser o novo povo escolhido por Deus (uma peculiaridade interessante desse ponto de vista é a de que as pessoas que o adotam ainda consentem que o genuíno povo de Israel fique com todas as maldições prometidas por Deus, enquanto a Igreja fica com todas as bênçãos).
Entretanto, a esposa daquele jovem pastor interpretava a Bíblia de modo um pouco mais literal. Ela cria que a partir do momento em que Deus fazia uma promessa, Ele a cumpria. Então, aquele pastor contou que sua esposa orava todos os dias para que ele chegasse a uma compreensão melhor e mais exata da Palavra de Deus. Um dia ele decidiu estudar o livro de Isaías com toda seriedade e afinco. Extasiado pelas grandiosas promessas que Deus fizera a Israel, ele começou a analisar sua perspectiva de Deus. Que Deus era aquele a quem ele servia, que fizera promessas tão maravilhosas como essas para, depois, anulá-las e concedêlas a outros? Por fim, ele chegou à conclusão de que tinha de tomar uma decisão acerca de Deus. Ou Deus era: (1) incapaz de cumprir as promessas que fez a Israel; ou (2) Ele era um mentiroso que nunca teve a intenção de cumprir as promessas que fez a Israel; ou (3) Ele
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rais de que po- nuvem durante o dia e uma coluna deriam desfrutar de fogo durante a noite, então Ele e sofreram o cas- certamente é capaz de trazer Israel tigo de serem ex- de volta para Si numa genuína conpulsos tempora- versão espiritual e abençoar fisicariamente de sua mente o povo judeu com a terra terra. Porém eles que lhes prometeu. ainda possuem a A Aliança Abraâmica não se baEscritura de pos- seou na obediência de Israel, mas se daquela terra no amor leal de Deus, como está que Deus lhes escrito: “Porquanto amou teus pais, e outorgou por he- escolheu a sua descendência depois derança. les” (Dt 4.37). Moisés fez a seguinte A Nova declaração aos israelitas: Aliança – que “Não vos teve o SENHOR afeição, Desde o momento em que Deus a estabeleceu no livro de também foi fir- nem vos escolheu porque fôsseis mais Gênesis e a reafirmou ao longo de todo o Antigo mada por Deus numerosos do que qualquer povo, pois Testamento, a Aliança Abraâmica – que inclui a provisão da terra e todas as outras promessas – é infalível. com Israel em éreis o menor de todos os povos, mas Jeremias 31 – porque o SENHOR vos amava e, para substitui a Alian- guardar o juramento que fizera ça Mosaica, mas a vossos pais...” (Dt 7.7-8; ênfase ainda estava para cumprir as pro- não substitui a Aliança Abraâmica. acrescentada). messas que fez a Israel. Aquele pas- Desde o momento em que Deus a Moisés os advertiu de que se tor optou pela terceira e última al- estabeleceu no livro de Gênesis e eles abandonassem o Senhor Deus, ternativa. a reafirmou ao longo de todo o seriam espalhados por entre as naÀ medida que a sociedade ao Antigo Testamento, a Aliança ções e perseguidos (Lv 26.14-39; nosso redor se deteriora e o lobby Abraâmica – que inclui a provisão Dt 28.15-68). Mas ainda assim, o muçulmano se torna mais forte a da terra e todas as outras promes- Senhor afirmou: “...se o seu coração cada dia, tanto nos Estados Unidos sas – é infalível. incircunciso se humilhar, e tomarem quanto no Ocidente, o mundo – inO Deus a quem clusive grande parte da “cristanda- sirvo não é impotende” – quer nos fazer acreditar que o te. Não é à toa que À medida que a sociedade ao nosso redor se deteriora e território no qual está situada a na- Ele se chama o Deus o lobby muçulmano se torna mais forte a cada dia, tanto ção de Israel é de quem dele se Todo-Poderoso. Se nos Estados Unidos quanto no Ocidente, o mundo – inclusive grande parte da “cristandade” – quer nos fazer apoderar ou que ele pertence aos Ele foi capaz de criar acreditar que o território no qual está situada a nação de árabes por direito. Contudo, o mais o mundo em seis Israel é de quem dele se apoderar ou que ele pertence aos árabes por direito. importante continua a ser o mais dias, se foi capaz de importante. Israel não é a Igreja e a abrir o mar VermeIgreja não é Israel. lho para que um poA verdade é que Deus confiou a vo de 2 milhões e Abraão e seus descendentes natu- meio de pessoas o rais a terra de Canaã, mediante atravessasse do Egito uma aliança incondicional que nun- para Canaã a pés enca foi ab-rogada ou abolida. Muitas xutos levando seus pessoas confundem a Aliança Mo- rebanhos, se foi casaica – que exigia a obediência de paz de fazer cair do Israel – com a Aliança Abraâmica, céu o maná durante que não estava condicionada à obe- 40 anos para alimendiência. Pelo fato de não obedece- tar Seu povo a quem rem à Aliança Mosaica, os israelitas Ele guiava por meio foram privados das bênçãos tempo- de uma coluna de
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de Deus por você (Jo portante seja, de fato, o mais im3.16; Rm 5.8). Feliz- portante”. Israel e a Igreja não são a mente para todos nós, mesma coisa. O amor incondicional “Deus não é homem, para do Deus todo-poderoso por ambos, que minta; nem filho de Israel e a Igreja, é que continua a homem, para que se arre- ser o mesmo. penda. Porventura, tendo A passagem bíblica a seguir foi ele prometido, não o fará? proferida e escrita pelo profeta JereOu, tendo falado, não o mias ao povo judeu, os descendencumprirá?” (Nm 23.19). tes naturais de Abraão, Isaque e JaPor isso Ele “cumprirá” có. Se o Deus a quem você serve é a Aliança Abraâmica, a onipotente, fiel e verdadeiro, tal “aliança que fez com passagem não pode se aplicar a neAbraão e do juramento nhum outro que não seja exclusivaque fez a Isaque; o qual mente o Israel nacional: confirmou a Jacó por de“Eis que eu os congregarei de todas creto e a Israel, por alian- as terras, para onde os lancei na miça perpétua, dizendo: nha ira, no meu furor e na minha Dar-vos-ei a terra de Ca- grande indignação; tornarei a trazê-los naã como quinhão da vos- a este lugar e farei que nele habitem sesa herança” (1 Cr 16.16- guramente. Eles serão o meu povo, e 18; Sl 105.9-11). eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só Além disso, Ele tam- coração e um só caminho, para que me “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. bém cumprirá a Nova temam todos os dias, para seu bem e Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para Aliança que fez com Is- bem de seus filhos. Farei com eles que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos” (Jr 32.38-39). rael, de livrar fisicamen- aliança eterna, segundo a qual não te a nação inteira e rege- deixarei de lhes fazer o bem; e porei o nerá-la espiritualmente meu temor no seu coração, para que eles por bem o castigo da sua iniqüida- num único dia (Zc 12.10; Rm nunca se apartem de mim. Alegrarde, então, me lembrarei da minha 11.26). Em seguida, Ele cumprirá a me-ei por causa deles e lhes farei bem; aliança com Jacó, e também da minha Aliança Davídica ao fazer com que plantá-los-ei firmemente nesta terra, de aliança com Isaque, e também da mi- Jesus, o Messias, o Filho de Davi, todo o meu coração e de toda a minha nha aliança com Abraão, e da terra se assente no trono de Davi para alma. Porque assim diz o SENHOR: me lembrarei” (Lv 26.41-42). Por reinar sobre todo o Reino Messiâni- Assim como fiz vir sobre este povo todo quê? Porque Deus confiou aquela co, primeiramente por mil anos e, este grande mal, assim lhes trarei todo terra ao povo de Israel “para todo o então, para todo o sempre (2 Sm o bem que lhes estou prometendo” (Jr 32.37-42). (Israel My Glory) sempre” (Dt 4.40). 7.12,16; Is 9.7; Ap 20.4,6). A que espécie de Deus você serNão se deixe enganar por filoso- Lorna Simcox é redatora-chefe de The ve? Se foi enxertado na família da fé fias de homens que “interpretam” Friends of Israel. através da Nova Aliança, você se aquilo que Deus tornou um descendente espiritual diz de modo a Recomendamos: de Abraão, não um descendente fazer com que o natural. Se Deus não for fiel em sentido do que cumprir as promessas que fez a Is- foi dito por rael, como é que você pode estar Deus seja comcerto de que Ele será fiel em cum- p l e t a m e n t e prir as promessas que fez a você? À oposto ao que semelhança da Aliança Abraâmica, está escrito em a Nova Aliança é incondicional. Sua Palavra. Pedidos: 0300 789.5152 Não se baseia na sua ininterrupta “Cuide para www.Chamada.com.br obediência; baseia-se no amor leal que o mais im-
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BRUCE SCOTT
Hermenêutica é a arte e ciência da interpretação. Quando a maioria dos leitores abre um jornal ou livro para ler, eles partem do pressuposto de que o autor tem a intenção de que entendam o que ele diz naquele texto. Os leitores instintivamente também assumem a postura de que, para entender aquilo que o autor está dizendo, precisam utilizar uma hermenêutica literal ou normal, a saber, eles devem interpretar o texto literalmente ou naturalmente, a menos que o contexto indique outra coisa. Na interpretação da Bíblia não é diferente. O objetivo é entender aquilo que o autor humano queria dizer à medida que era movido pelo Espírito Santo. Fazemos isso pelo uso de uma hermenêutica literal (mesmo em passagens que envol-
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vam profecias referentes ao fim dos tempos), exceto quando o contexto indicar outra postura. Infelizmente, grandes partes das Escrituras, especialmente do Antigo Testamento, têm sido interpretadas por teólogos da substituição (i.e., adeptos da Teologia da Substituição) os quais fazem uso daquilo que se denomina método alegórico de interpretação. Tal método parte do pressuposto de que existe um sentido das Escrituras mais profundo, mais espiritual ou místico, que vai além da mera compreensão literal, e que esse sentido oculto só pode ser discernido por aqueles que são capazes de desvendar seus segredos. Essa mentalidade predomina principalmente quando se trata de interpretar passagens proféticas. No método alegórico, ao invés de ser
interpretada literalmente, a profecia é interpretada de modo figurado e simbólico. Entretanto, o método alegórico induz a alguns erros graves:
1. Quanto às Duas Vindas de Cristo: Trata-se de um método hermeneuticamente incoerente. Os teólogos adeptos da Teologia da Substituição interpretam a Primeira Vinda de Jesus de maneira literal, porém, interpretam figuradamente as profecias referentes à Sua Segunda Vinda.
2. Quanto a Israel: O método alegórico falha em deixar claras as distinções bíblicas entre Israel e a Igreja. Apesar do
Na interpretação da Bíblia, o objetivo é entender aquilo que o autor humano queria dizer à medida que era movido pelo Espírito Santo.
grande número de passagens bíblicas nas quais há evidências de que Deus preparou um futuro distinto para Israel, os teólogos adeptos da Teologia da Substituição ignoram tais passagens ou apresentam subterfúgios para as mesmas ou, ainda, aplicam-nas figuradamente à Igreja. Eles são rápidos na aplicação das bênçãos de Israel à Igreja, mas não são tão rápidos em aplicar as maldições de Israel à Igreja. Além do mais, se a Igreja é o “Israel espiritual” da atualidade, como alega a Teologia da Substituição, quem, então, seriam atualmente os “espirituais” Edom, Moabe, Amom, Filístia, Egito e todas as outras nações mencionadas no Antigo Testamento?
3. Quanto ao Caráter de Deus: O método alegórico também suscita uma grave desconfiança
Deus para Israel e para a Igreja (isso não quer dizer dois caminhos de salvação, mas sim um plano e programa diferente). A revelação do Novo Testamento não redefine os conceitos do Antigo Testamento. Além disso, uma enorme quantidade de textos bíblicos proféticos ainda não cumpridos, principalmente aqueles do Antigo Testamento, passa a ser tratada de modo devido e honesto. Os acontecimentos do fim dos tempos começam a ser delineados e devidamente localizados no cronograma de Deus. E mais, o caráter de Deus, ao invés de cair em descrédito, dá toda prova de sua inculpabilidade. A glória de Deus é identificada como o alvo supremo de toda a história. Uma hermenêutica literal não faz com que as coisas sejam assim; ao contrário, tal hermenêutica simplesmente revela que as coisas são, de fato, assim. Quando se usa coerentemente uma hermenêutica literal para entender as Escrituras Sagradas, o resultado é o Dispensacionalismo; quando, porém, não se usa uma hermenêutica literal de maneira coerente, o resultado é a Teologia da Substituição. (Israel My Glory)
quanto à veracidade de Deus. Se Deus, no Antigo Testamento, prometeu a Israel um reino literal e terreno, mas, de fato, tinha em mente um reino figurado e imaterial, o que isso revela sobre o caráter de Deus? Será que Deus engana Seu povo com promessas literais para, então, responsabilizá-lo por não reconhecer que, na verdade, eram promessas figuradas? Em contrapartida, quando uma Bruce Scott é coordenador hermenêutica literal é aplicada de de The Friends of Israel. maneira coerente, obtém-se uma harmoniosa Recomendamos: compreensão das Escrituras como um todo. As diferentes administrações do governo de Deus na terra vêm à luz. RevePedidos: 0300 789.5152 lam-se os planos www.Chamada.com.br distintos de
de recrutamento
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Q
uem é o Servo do Senhor apresentado em Isaías 53? A resposta é difícil de entender por causa do grande preço que Deus pagou por nossa redenção. Alguns crêem que Isaías 53 não se refere a uma pessoa real, mas à nação de Israel. Essa idéia está correta? Ou essa passagem descreve o Deus Todo-Poderoso que veio a este mundo? Os versículos 6 a 9 nos dão a resposta: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Isaías 53.6). Este Servo do Senhor deu a Sua vida para nos salvar. Enquanto todos nós estávamos distantes dEle, Ele ofereceu Sua vida como um sacrifício completo por transgressores e pecadores, revelando Seu grande amor por nós: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo (o Messias) morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O profeta enfatizou que este Servo do Senhor carrega (toma sobre
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Si) nossos pecados. Quem está qualificado a fazer tal coisa? Quem pode perdoar nossos pecados e nos declarar justificados? O próprio Isaías disse que apenas Deus pode limpar nossos pecados: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” (Is 43.25). Deus disse, em Isaías 44.22: “Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi”. Portanto, o Servo do Senhor só pode ser o próprio Deus. Se assim não fosse, Ele não poderia perdoar nossos pecados. As palavras “mas o SENHOR fez cair sobre ele”, reforçam a verdade de que há múltiplas entidades em um Deus. A palavra “ele” refere-se ao Servo do Senhor, que obviamente é o Senhor mesmo. A pluralidade também aparece em Provérbios 30.4, que se refere a Deus como Pai e Filho: “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as
extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” (veja também o Salmo 2 e Daniel 3.25).
O Sofrimento do Servo Apenas uma pessoa na História enquadrou-se na descrição do sofrimento do Servo do Senhor apresentada em Isaías 53: Jesus Cristo. Ele é El Shaddai, que veio ao mundo na forma de homem para nos resgatar dos nossos pecados (veja “Um Deus, Três Entidades”, na edição de maio da revista Chamada da Meia-Noite). Isaías 53.7-9: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que
nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca”. Aqui o Servo do Senhor aceita tratamento injusto com humildade e sem objeção. Ele não luta ou se rebela, mas faz o que Lhe foi ordenado. A palavra “oprimido” denota que Ele foi ferido por opressores. Seu silêncio e sua obediência são comparados ao cordeiro levado para o abate. O povo de Israel é descrito como carente de um sacrifício por suas transgressões: “Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido” (Is 53.8). Porém, o Servo que foi “ferido” por essas trangressões é descrito como sem injustiça (v. 9). Isaías apropriadamente O retratou como um cordeiro: o Cordeiro da expiação, imaculado e perfeito, como um cordeiro para o sacrifício. Assim era o Servo do Senhor. Os israelitas sabiam que somente animais perfeitos podiam ser usados para sacrifícios. Esses animais eram apenas símbolo do sacrifício final que um dia seria oferecido pelos pecados da humanidade. Isaías afirmou claramente que o Servo do Senhor é o real e eterno Sacrifício (confira Hb 9-10). Por essa razão, João Batista clamou quando viu Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29).
Isaías apropriadamente retratou o Servo do Senhor como um cordeiro: o Cordeiro da expiação, imaculado e perfeito, como um cordeiro para o sacrifício. Assim era o Servo do Senhor.
Alguns argumentam que Jesus reclamou e rebelou-se pedindo a Deus, o Pai, que passasse dEle “este cálice” (Mt 26.39), mas não é assim. Jesus Cristo, o Filho de Deus, conhecia a pureza e a santidade, e sabia bem a dor que Lhe estava reservada. Ele sabia do resultado da maldição do pecado que estava para tomar sobre Si. Quando pediu a Deus para passar dEle o cálice, Ele realmente per-
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guntou se havia outra forma de redimir a humanidade. A intenção de Jesus não era abandonar a humanidade a Satanás e não lamentou ter vindo para redimi-la. Ele simplesmente queria evitar a separação de Deus, o Pai, mesmo que fosse por um momento: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl 22.1; Mc 15.34). Entretanto, Ele sabia que não havia outro caminho. Não havia solução além do derramamento do sangue puro e expiatório do Servo do Senhor – Jesus Cristo, o Filho de Deus e o Servo sofredor de Isaías 53. (Israel My Glory) – continua Meno Kalisher é pastor da “Assembléia de Jerusalém – Casa da Redenção” em Jerusalém. Ele tem falado em convenções e eventos evangélicos em Israel e em outros países e será um dos palestrantes em nosso 10º Congresso Internacional Sobre a Palavra Profética em Águas de Lindóia/SP (22 a 25/10/2008). Seu pai, Zvi, é sobrevivente do Holocausto nazista.
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“Israel é seguro”
pressa com 4,3 pontos. mos de convidar os leitores: leiam As atrações da paisa- nas próximas edições os relatos gem de Israel, como sobre a visita dos grupos da Bethparques, reservas natu- Shalom a Israel e preparem-se parais ou paisagens obti- ra participar no próximo ano. Isveram 4,2 pontos, ou rael busca amigos verdadeiros! seja, igualmente uma (Conno Malgo) nota muito positiva. Os restaurantes ficaram no lugar seJamais um ônibus turístico sofreu algum ataque terrorista, guinte, com 4,07 o que certamente é um milagre divino. pontos, seguidos de Na foto: turistas em Israel. perto pelo sistema de rodovias com 4,0 pontos. (AN)
Turistas satisfeitos em Israel O instituto de pesquisas israelense “Geocartographic” publicou recentemente o resultado de uma pesquisa de opinião realizada entre turistas em visita a Israel. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2007. Nessa época o número de turistas estrangeiros recém começava a crescer, após a queda em razão da guerra do Líbano (2006). No final, o ano de 2007 registrou um recorde de visitantes. Conforme o resultado das pesquisas de opinião, os turistas gostaram mais dos lugares históricos. Numa escala entre 1 e 5 pontos, estes alcançaram nota 4,5. A segurança no país também recebeu dos turistas a observação “muito satisfeito”, ex-
É um fato que os turistas estão muito seguros em Israel. Jamais um ônibus turístico sofreu algum ataque terrorista, o que certamente é um milagre divino. Gostaría-
Sucesso israelense nos ares
EL AL – eleita a companhia aérea mais segura do mundo Muitos israelenses não aceitam adquirir passagens de empresas aéreas estrangeiras. Por razões de segurança, eles sentem-se mais tranqüilos voando com sua companhia aérea nacional. E não apenas os israelenses são dessa opinião... EL AL significa “para cima”. A expressão hebraica está documentada na
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Bíblia em Oséias 11.7. A empresa (e o Estado) celebram neste mês seus 60 anos de existência. A partir do aeroporto Ben Gurion em Tel Aviv, a EL AL realiza vôos para 42 destinos diferentes em muitas partes do mundo. No final de 2007 ela operava 35 aviões de passageiros e de carga (exclusivamente Boeing). Mesmo que a EL AL tenha sido
repetidamente o alvo do terrorismo árabe, a companhia aérea desfruta de ótimo conceito no que diz respeito à segurança de vôo. Devido à constante ameaça, a EL AL é conhecida por seus controles rígidos de pessoas e bagagens. Cada vôo é acompanhado por “Sky-Marshals” armados. Alguns aviões estão equipados com sistemas anti-mísseis. Além disso, as chapas do assoalho entre o setor de passageiros e o compartimento de carga são especialmente reforçadas, para que a aeronave consiga aterrissar mesmo que haja a explosão de uma bomba no compartimento de bagagens. Os leitores da revista Global Traveler elegeram a EL AL como a empresa aérea mais segura do mundo. Como noticiou a mídia israelense, o gerente administrativo da EL AL para a
Horizonte
“Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas, ao seu pombal? Certamente, as terras do mar me aguardarão; virão primeiro os navios de Társis para trazerem teus filhos de longe...” (Is 60.8-9). América do Norte e Central recebeu a distinção em Nova York. (AN)
Não admira que a EL AL tenha sido coroada a empresa aé-
60 anos de Israel – uma retrospectiva
O desenvolvimento populacional de Israel O Estado de Israel tinha menos de 700.000 cidadãos quando foi fundado em maio de 1948. Hoje vivem em Israel mais de sete milhões de habitantes, dos quais cerca de 5,4 milhões são judeus. Vejamos um breve retrospecto do crescimento populacional desse jovem país. No dia após a declaração da independência do Estado de Israel por Ben Gurion, quando começou a Guerra da Independência, esse país viu-se frente a frente com uma gigantesca supremacia militar, tendo de lutar contra cinco exércitos árabes. Israel contava com parcos 700.000 habitantes judeus. Se pensarmos que antes da “proclamação” do Estado judeu por Theodor Herzl, somente algumas dezenas de milhares de judeus compunham o “antigo Yishuv” (a comunidade judaica na então Palestina, antes do estabelecimento do Estado de Israel), esse cres-
rea mais segura do mundo. Essa companhia também é uma das poucas que ajudaram a cumprir a Palavra Profética – pois a EL AL trouxe para casa muitos judeus, seja da Rússia, do Iêmen, da Etiópia ou de outras nações. Certamente Isaías 60.8-9 é aplicável especialmente neste sentido: “Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas, ao seu pombal? Certamente, as terras do mar me aguardarão; virão primeiro os navios de Társis para trazerem teus filhos de longe...” Sempre que possível, os grupos da Beth-Shalom voam com a EL AL. E quem voa com a EL AL apóia Israel. (Conno Malgo)
1947, é uma história incomum e sem precedentes. Com a fundação do Estado, foram suspensas as barreiras dos mandatários britânicos à imigração. Finalmente os judeus podiam vir a Israel sem entraves. Entre 31 de maio e 31 de dezembro de 1948, 100.000 judeus chegaram a Israel. Esse número recorde foi sobrepujado logo no ano seguinte, pois em 1949 um total de 239.000 judeus chegaram de volta à
cimento da população, através das duas ondas migratórias de 1882 e
Com a fundação do Estado, foram suspensas as barreiras dos mandatários britânicos à imigração. Na foto: jovens judeus nas colinas da Judéia.
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Horizonte sua pátria. Em meses de pico, seu número chegava a 30.000 pessoas. Em dezembro de 1949, o Estado judeu celebrou a festa do “milhão”. No final de 2007, Israel contava com 7,2 milhões de habitantes, dos quais 5,4 milhões são judeus. Ao todo, desde a fundação do Estado, Israel recebeu 4,7 milhões de novos imigrantes. Imediatamente após a fundação do Estado, os sobreviventes do Holocausto acorreram em massa a Israel. Nas décadas de 1950 e 1960 foram os judeus nos países árabes que temiam pelas suas vidas. Esses judeus sefaraditas (orientais) vieram principalmente do Norte da África, do Iêmen, do Irã, do Iraque, etc. Décadas mais tarde, judeus de outras partes do mundo, bem como da África do Sul, sentiram-se chamados a Israel. Com a queda da Cortina de Ferro no ano de 1989, teve início uma das maiores ondas de imigração. Desde então, quase um milhão de judeus entraram em Israel vindos dos países da ex-União Soviética. No mesmo período também foi levada
a cabo a salvação da comunidade judaica que vivia na Etiópia (através das espetaculares pontes-aéreas “Operação Moisés” em 1984 e “Operação Salomão” em 1991). Em Israel são faladas diversas línguas, pois em toda família existe pelo menos uma pessoa que não nasceu no país. Entre a população judaico-israelense, 26% têm pelo menos um dos pais nascido em Israel, 37% são israelenses de primeira geração, 27% são imigrantes vindos do Ocidente e 42% são oriundos da Ásia ou da África, principalmente dos países árabes. Em números: em 2006, dos 5 milhões de cidadãos israelenses, 1,67 milhões eram judeus que não nasceram no país. Da Ásia (Turquia, Iraque, Iêmen, Irã, Índia e Paquistão) vieram 209.300 imigrantes ; 306.100 eram da África (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Etiópia); 705.100 procediam dos países da ex-União Soviética; 308.500 vieram da Europa; 81.500 eram da América do Norte e 59.800 procediam da América Latina. (AN)
Relatos desse tipo são um fortalecimento para nossa fé, pois confirmam a absoluta confiabilidade da Palavra de Deus. Em muitas passagens da Bíblia lemos que Deus vai trazer Seu povo de volta para Eretz Israel (a Terra de Israel – veja, por exemplo, Ezequiel 36.24). Em 1948 eram 700.000 judeus no país; hoje já são 5,4 milhões. Isso representa um crescimento de mais de 700%! A Bíblia é verdadeira! Uma das principais razões de Israel ser tão odiado pelo mundo é que se trata de uma prova da veracidade da Bíblia. E o mundo, que em sua maioria rejeita a Sagrada Escritura, jamais poderia tornar-se amigo de um Estado judeu. Isso explica porque um dia todas as nações se voltarão contra Israel, o que está predito em Zacarias 12 e 14. O Senhor, então, interferirá em favor de Israel. (Conno Malgo).
Potencial palco de conflito internacional?
A Marinha russa volta ao mar Mediterrâneo Após 16 anos a Marinha russa está novamente presente no mar Mediterrâneo. Isso é motivo de preocupação. “Retornamos ao Mediterrâneo para içar a bandeira russa”, anunciou no início de 2008 o ministro da Defesa russo, Anatoli Serdjukow. A presença russa na região mediterrânea será composta por 11 navios, incluindo um porta-aviões com 47 aviões de guerra. Conforme dados de Moscou, incialmente a Marinha russa fará manobras no Mediterrâneo. Em seguida, o porta-
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aviões deverá ser retirado da região, enquanto os outros navios permanecerão na área. Isso acontece por ordens do comandante da Marinha de Guerra russa, almirante Wladimir Massorin, que por diversas vezes já se manifestara em público por uma “desejável presença russa no Mediterrâneo”. Os portos que receberão os navios russos serão, como nos tempos
Navio de treinamento russo.
Horizonte da Guerra Fria, as cidades portuárias sírias de Latakia e Tartus. Esses são os únicos portos a abrigarem navios russos fora de seu próprio território. Um acordo nesse sentido já foi assinado em 2006 entre a Rússia e a Síria. Em imagens de satélite pode-se ver nitidamente os trabalhos de reforma que estão sendo executados no porto de Latakia. Ali encontrava-se a “Base 720”, que foi abandonada em 1991 por conta do desmoronamento da exUnião Soviética. Em Tartus também já se observam preparativos da reconstrução, e executa-se principalmente o aprofundamento do calado do canal de navegação. A renovada presença russa no Mediterrâneo tem significado decisivo no equilíbrio estratégico da região. Ela inibe a liberdade de movimento tanto da Marinha quanto da Aeronáutica de Israel.
Especialistas militares e do serviço secreto israelense assinalam que a presença russa no Mediterrâneo representa a continuidade de um processo que já começou há algum tempo. De longa data, centenas de conselheiros militares russos permanecem na Síria. Eles assessoram o exército sírio, mas também estão ocupados com a instalação de novos sistemas bélicos. Trata-se, principalmente, de sistemas de controle que permitem um monitoramento mais seguro do espaço aéreo sírio. Israel está vendo nisso um paralelo com o período entre a Guerra dos Seis Dias
Os portos que receberão os navios russos serão, como nos tempos da Guerra Fria, as cidades portuárias sírias de Latakia e Tartus. Na foto: Latakia e o porto.
Navio russo no Mediterrâneo.
(1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973). Naquela época também estavam presentes na Síria inúmeros assessores militares soviéticos, que desempenhavam diversas tarefas na preparação do país para futuros confrontos militares. Até agora as fontes oficiais de Israel ainda não se manifestaram a respeito desse desenvolvimento. Porém, analistas militares deixaram transparecer que a presença russa na Síria é causa de grande preocupação para o exército israelense e para os políticos responsáveis. (Zvi Lidar)
Será que Gogue de Magogue está se manifestando perto da costa israelense? Muitos vêem Gogue e Magogue (veja Ezequiel 38 e 39) como sendo a atual Rússia. Se for mesmo assim, a notícia acima adquire força bíblico-profética. Mesmo que, atualmente, a Rússia mantenha relações diplomáticas com Israel, esse país, especialmente no tempo da União Soviética, não era um grande amigo dos judeus. A atual Rússia apóia o Irã e lhe fornece material radioativo para suas usinas atômicas. Esse fato fala por si mesmo. (Conno Malgo)
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Horizonte ção, formação profissional e experiência. Josh serviu até 2006 ao exército israelense e atualmente trabalha como especialista em segurança na região de Washington, D.C. “O exército isGuarda-costas israelenses gozam de fama mundial. raelense goza de fama Em sua maioria, eles foram soldados das tropas de mundial com suas realielite do exército israelense. Suas vantagens foram zações militares. Igualdescobertas pelas celebridades norte-americanas. mente importante na área da segurança é a discrição, bem como a Em Beverly Hills podem ser vistos correta avaliação e o manejo de inforcom freqüência os astros acompanha- mações”, diz ele. dos de guarda-costas israelenses. Al“Justamente quando se trata de guns desses guarda-costas também já discrição, os guarda-costas israelenses usufruem do status de celebridades. têm excelente fama. No passado, freOutros ex-soldados das tropas de elite qüentemente vazaram para o público procuram manter-se anônimos. informações sobre a vida particular de Mas, por que justamente guarda-cos- celebridades, porque os guarda-costas tas israelenses são tão procurados, prin- não conseguiam calar sua boca. Isso é cipalmente pelos astros de Hollywood? considerado altamente não-profissioSegundo a opinião de um especia- nal, mas volta e meia acontece. Os aslista israelense que trabalha nos Esta- tros nos Estados Unidos têm feito excedos Unidos, identificado apenas como lentes experiências com forças de se“Josh”, o que diferencia os guarda- gurança israelenses. Essa fama se costas israelenses é um misto de discri- espalha”.
Guarda-costas israelenses
A arma secreta das estrelas
Os israelenses estão acostumados ao conflito constante, por isso estão sempre em prontidão. Eles jamais desligam.
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Experiências ativas em combate e em situações de risco concedem aos israelenses seu bom nome como guarda-costas. Soldados israelenses são treinados não apenas a estarem constantemente atentos mas sempre um passo à frente. Isso lhes proporciona uma grande vantagem e também desempenha papel importante na hora de proteger os astros e estrelas. Um guarda-costas precisa saber avaliar quando alguém que se aproxima é apenas um fã inofensivo caçando autógrafos. Também precisa demonstrar muito tato com o humor de seu protegido. Emil Fisher, que dirige uma empresa de segurança na Virginia, especializou-se em serviço de guardacostas para celebridades em turnês pelo mundo. “Tenho contrato com muitos ex-soldados israelenses. Eles são simplesmente a elite na hora de manter os olhos e ouvidos atentos e combinar informações”. Elijah Shaw, dono de uma firma de segurança em Minnesota, formula sua opinião da seguinte forma: “Já que os israelenses estão acostumados com o conflito constante, ficam sempre alertas. Eles, por assim dizer, nunca desligam. Em meu serviço para estrelas mundiais como Naomi Campbell e Michael Bolton, isso é de valor inestimável”. Muitos dos guarda-costas israelenses não fazem diferença quanto ao que protegem. “Tanto faz proteger uma personalidade famosa ou seu próprio país. Quando um fã persegue uma celebridade, isso é terrorismo”, declarou numa entrevista o especialista em anti-terrorismo Aaron Cohen. “No combate ao terrorismo é sempre importante saber com quem se está lidando. Então, adquire-se uma idéia do que eventualmente nos espera, e podemos tomar medidas preventivas. Por isso, a elite de Hollywood tem à sua disposição um comando israelense”. (AN)