ADVENTO 2010 Reflexões sobre o nosso mundo através do olhar das crianças Conservando vivo um grande tema do Capítulo Geral XXI
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Mensagem de AGRADECIMENTO a todos os que contribuíram para o livrinho deste ano
Com base no tema do Capítulo geral do ano passado, entramos em contato com muitas pessoas de diversos países para colhermos algumas reflexões das crianças. Solicitamos que as crianças nos dissessem algumas preocupações acerca do nosso mundo e quais são as suas esperanças para o futuro. Ficamos gratos às muitas crianças que responderam ao nosso pedido. Recebemos muito mais reflexões do que as que constam no livrinho, pelo que agradecemos efusivamente a todos os que participaram. Inserimos especial agradecimento àqueles que nos auxiliaram a reunir essas reflexões, segundo se explicita na lista abaixo. Austrália Ir. Mark Murphy, Gail Coates, Ir. Paul Kane, Dr. Paul Hine, Christine McCabe, Ir. Paul Gilchrist e John Healy. Camboja Ir. Brian Kinsella. Região Pacífico Ir. David McDonald e Ir. Nevil Bingley. Paraguai Gloria Dávalos. Malawi Ir. Nicholas Banda. Catalunha Albert Salazar, Karmentxu Balugo, Marta Portas, Ir. Manuel Mendoza. Brasil Ir. Vicente Falqueto. Colômbia Ir. Carlos Alberto Rojas Carvajal.
Um muito obrigado, por fim, àqueles que traduziram o livrinho nas diferentes línguas.
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“Vendo o mundo através do olhar de uma criança pobre” [Superior Geral: No discurso de abertura do Capítulo Geral XXI, 7 Set. de 2009]
Narrando a sua história Transformando os nossos corações Mudando as suas vidas
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O Tempo do Advento Antecipação e Esperança Dennis Bratcher Advento é o começo do Ano Eclesiástico para a maioria das Igrejas de tradição ocidental. Ele começa quatro domingos antes do dia do Natal, isto é, no domingo mais próximo de 30 de novembro, e se encerra na véspera de Natal (24 de dezembro). Se a véspera de Natal cai no domingo, este se conta como quarto domingo do Advento, com a véspera de Natal começando no pôr do sol. As Cores do Advento Historicamente, a primeira cor do santuário do Advento é o roxo. Esta é cor de penitência e jejum, como também a cor da realeza, para dar as boas‐vindas ao Rei. A púrpura do Advento é também a cor do sofrimento, usada na Quaresma e na Semana Santa. Isso aponta importante conexão do nascimento de Jesus com a sua morte. A natividade e a encarnação não podem ser separadas da crucifixão. O escopo da vinda de Jesus ao mundo, “do Verbo feito carne” que veio morar conosco, é revelar a Deus e a sua graça para o mundo, por mediação da vida e do ensino de Jesus, mas também por mediação do seu sofrimento, morte e ressurreição. Para refletir esta ênfase, originariamente, o Advento era tempo de penitência e jejum, muito similar à Quaresma e, por isso, partilhava a cor do tempo quaresmal. Nas quatro semanas do Advento, o terceiro domingo vem a ser um tempo de alegria e que era quase o fim do jejum. A mudança do roxo para o róseo no terceiro domingo do Advento reflete essa diminuição da ênfase na penitência para dirigir a atenção à celebração festiva. Recentemente, ainda assim, o Advento teve mudança de ênfase, que se reflete na mudança de cor usada em muitas Igrejas. Exceto nas Igrejas Orientais, o aspecto de penitência desse tempo foi substituído, quase de todo, pela ênfase na esperança e na antecipação. Mesmo assim, isso não elimina todo o senso de penitência deste tempo. Com o foco no Advento ou chegada de Jesus, especialmente em antecipação da sua Segunda Vinda, permanece a necessidade de preparação para tal vinda. A maioria das Igrejas incorpora orações de confissão nos serviços do Advento 5
que se relacionam com um senso de menos importância, uma vez que estamos antecipando a sua vinda. É apropriado, até mesmo nos serviços mais tradicionais de adoração, incorporar ditas orações de confissão como parte da antecipação e preparação da festividade. O vermelho e o verde são as cores mais seculares do Natal. Embora elas derivem de velhas práticas europeias de usar ramos de sempre‐verdes e de azevinhos para simbolizar a vida da estação e a esperança trazida pelo nascimento de Cristo em um tempo frio, elas nunca se usam como cores litúrgicas no Advento, visto que essas cores têm outros usos consagrados em outras partes do ano eclesiástico. Ramos de sempre‐verdes e grinaldas de Advento O começo do Advento é o tempo de usar o verde na decoração da igreja com grinaldas de sempre‐verdes, ramos ou árvores que ajudam a simbolizar a vida nova e perdurável que provém do Senhor Jesus. Algumas igrejas têm um serviço especial de fim de semana, ou na véspera do primeiro domingo do Advento, ou ainda na manhã do primeiro domingo do Advento, em que a igreja é decorada e a grinalda do Advento é posta no lugar. Com mais frequência, esse serviço é primariamente de música, particularmente com coro e bimbalhar de sinos, leitura bíblica e com uma explanação dos diversos símbolos, enquanto são colocados no santuário. A grinalda ou coroa de Advento constitui símbolo muito popular do começo do ano eclesiástico, em muitas igrejas e lares. É uma grinalda arredondada de sempre‐verdes, naturais ou artificiais, com cinco velas, quatro no entorno e uma no centro. Dado que ela é símbolo e veículo da história do Natal, há várias formas de compreender o simbolismo. O preciso significado que se dá aos diversos aspectos da grinalda não é tão importante como a própria história que ela convida a escutar com viva participação. Pequenas coisas e possibilidade de uma reflexão de Advento Vivemos num mundo em que o maior e o melhor definem as nossas expectativas em muitas coisas da vida. Tanto nos enamoramos do supertamanho, das grandes estrelas e da alta definição, que tendemos a ver a vida através das lentes que tanto engrandecem o que esperamos do mundo; já não damos atenção ao potencial das pequenas coisas. É o profeta Zacarias que nos relembra (Zc 4,10) que não devemos “desprezar o dia das pequenas 6
coisas”, porque Deus faz alguns dos seus melhores trabalhos com pequenas coisas e em situações inefáveis. De fato, esbarramos em humilde experiência na leitura de parte do Antigo Testamento. Vemos como todos os “heróis” são frágeis e imperfeitos. Abraão é o covarde que não pode acreditar na promessa. Jacó é o trapaceiro que briga com todo o mundo. José é o jovem imaturo e arrogante. Moisés é o impaciente assassino que não sabe esperar a hora de Deus. Gedeão é o poltrão adorador de Baal. Sansão, beberrão e adúltero. Salomão, homem sábio e, paradoxalmente, com fases de riscos. Ezequias, rei reformador e incapaz de ousar. Por fim, uma pobre jovem hebreia de modesta povoação, num canto remoto do grande Império. Nunca deixo de me espantar com o fato de que Deus, muitas vezes, começa com coisas pequenas e com gente inadequada. Por certo Deus poderia escolher coisas “maiores” e pessoas “melhores” para a sua obra no mundo. Ainda assim, se Deus pode valer‐se deles e até mesmo se revela por mediação deles de modo tão maravilhoso, Ele também pode valer‐se de mim, em que pese a minha inadequação e modesto espírito e, muitas vezes, de pouca fé como sou. Isso implica que devo cuidar‐me, porque, da minha parte, não posso traçar limites ao que Deus pode fazer com tão pequena coisa, com pessoa a mais improvável, na mais desesperadora das circunstâncias. Pondero que isso faz parte da maravilha da festa do Advento. Estou convencido de que uma das maiores finalidades da Encarnação de Jesus foi prover o mundo de esperança. Ao passo que, hoje, a maioria das pessoas tende a meditar antes na morte de Jesus e na reparação dos pecados, a Igreja primitiva celebrava a Ressurreição e a esperança implicada nesse milagre fundamental da fé. Era a proclamação de uma verdade que permeia o Antigo Testamento, vale dizer, que o fim não sempre é o fim, senão a oportunidade de Deus para dar partida a novo começo. A Ressurreição proclamava tal verdade mesmo acerca do maior medo do ser humano, a morte. Tanto a estação do Advento como a estação da Quaresma se reportam ambas à esperança. Não se versa a mera esperança de um dia melhor ou de menor sofrimento, embora isso também seja importante. Versa‐se a esperança de que a existência humana tem sentido e possibilidade além da presente experiência; é a esperança de que as nossas vidas não são tão estreitas como as achamos. O importante aqui não é o nós senão Deus, porque Deus é Deus de novas coisas e, assim, tudo se torna possível (Is 42,9; Mt 19,26; Mc 14,36).
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O povo de Deus, no século primeiro, queria que Ele chegasse e mudasse a sua opressiva situação e se queixava, quando tais circunstâncias não mudavam. Isto, porém, é visão míope da natureza essencial da esperança. A nossa esperança não pode ser colocada nas circunstâncias, não importa quão nocivas nos pareçam ou quão importantes sejam para nós. A realidade da existência humana, com a qual o livro de Jó parece medir forças, é que o povo de Deus experimenta uma vida física como os demais. Os cristãos ficam doentes e morrem, são vítimas de violentos crimes; os cristãos são feridos e mortos nos acidentes de trânsito, nas bombas, na guerra e, em algumas partes do mundo, sofrem fome. Caso a nossa confiança seja posta nas circunstâncias que definimos como boas, ou que almejamos tais, para a nossa felicidade, sempre seremos desapontados. Eis por que temos de pôr a nossa confiança em Deus e não nelas. Ao longo de quatro mil anos, sem cessar, Ele se revela como o Deus da novidade, da possibilidade, da redenção, da recuperação ou transformação da possibilidade, a partir de fins que ultrapassam o nosso pensamento ou imaginação (Ef 3,2). O melhor exemplo disso é a própria crucifixão, seguida pela ressurreição. A sombra da cruz alcança até mesmo a manjedoura. Ainda assim, tudo começa na esperança de que Deus vai vir de novo ao nosso mundo, para revelar‐se como o Deus da novidade, da possibilidade, o Deus das novas coisas. Nesta estação do ano contemplamos a esperança em corpo, matéria e carne, no recém‐nascido, como perfeito exemplo de novidade e padrão novo. No Advento, ansiamos por tal novidade com a esperança e expectativa, melhor dizendo, com fé em Deus de que Ele continua fiel em ver a nossa situação, escutar os nossos gritos, conhecer o nosso ardente anelo de um mundo melhor e vida plena (Ex 3,7). E esperamos que Ele, que veio primeiro, como criança, venha de novo como Rei. A experiência me diz que aqueles que sofreram, sem perder a esperança, compreendem melhor a Deus e a própria vida do que aqueles que não sofreram. Deve ser assim a verdadeira esperança: modo de viver, não apenas de sobreviver; mas viver autenticamente, no meio de todos os problemas da vida com Fé que continua a ver a possibilidade, quando já não há evidência disso, precisamente porque Deus é Deus. Eis a maravilha do tempo do Advento.
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ORAÇÃO DO ADVENTO
Cremos que o Filho de Deus veio a nós. Desejamos que Ele venha de novo. A sua vinda nos traga a luz da sua santidade, E a sua bênção nos liberte. R. Amém. Possa Deus tornar‐nos resolutos na fé, alegres na esperança e constantes no amor, todos os dias da nossa vida. R. Amém. Alegramo‐nos porque o nosso Redentor veio viver conosco, como nós. Quando Ele vier de novo na glória, recompense‐nos com a vida imortal. R. Amém. O Deus onipotente nos abençoe, Pai e Filho e Espírito Santo. R. Amém. 9
28 de novembro de 2010 Domingo, primeira semana do Advento
Leituras:
Isaías 2,1‐5 Romanos 13,11‐14 Mateus 24,37‐44
“Parem de poluir o ambiente agora.”
JP Avau ‐ Idade 12 anos Samoa
Deus criou o mundo e o fez bonito. Ele também fez o arvoredo cheio de cor, o céu azul, as estrelas brilhantes de noite e o sol que levanta de manhã. Ele fez tudo bonito no nosso entorno, para que pudéssemos apreciar a vida. Assim, o meu aviso é este: “Parem de poluir o ambiente agora. Plantem mais árvores, para que tenhamos mais oxigênio, porque já não há árvores e vai faltar oxigênio e vamos morrer. Temos de guardar o nosso ambiente limpo”. Por exemplo, no mangue vivem animais marinhos e dele retiram o alimento no nosso país. O peixe é um dos nossos alimentos favoritos, que pode ser cozido de diversos modos. Assim, se poluímos e danificamos o seu alimento e as áreas do seu abrigo, a população de peixes vai decrescer e teremos menos carne de peixe para comer. No nosso país, uma das importantes fontes de renda é o turismo. Os turistas são encorajados a vir por causa das muitas belezas do nosso país e, em particular, pelo encanto da sua limpeza. Assim, mantenhamos o nosso país limpo e lindo.
Convenção sobre os direitos da criança (Sínteses) Artigo 1: Definição de uma criança Uma criança é reconhecida como sendo uma pessoa com menos de 18 anos de idade, independentemente das leis nacionais que reconhecem a maioridade, antes dessa idade. 10
29 de novembro de 2010 Segunda-feira, primeira semana do Advento
Leituras: «O mundo hoje está precisando conhecer a palavra de Deus para viver em paz.»
Isaías 4,2‐6 Mateus 8,5‐11 De modo geral, vejo o mundo como um simples espaço onde o homem está. Desse modo, posso afirmar que o mundo não está se desenvolvendo, mas sim sendo desenvolvido. Infelizmente essa é a verdade: as oportunidades que o mundo oferece estão muito longe da realidade de um mundo do século XVIII, quando as oportunidades eram dadas de acordo com o homem. Hoje é diferente, as oportunidades estão sendo dadas dependendo do conhecimento da tecnologia e do avanço global. O mundo hoje está precisando conhecer a palavra de Deus para viver em paz. As pessoas não têm Deus no coração e ficam praticando o mal. Se eles tivessem Deus no coração tudo seria melhor. O mundo muda com a gente! Mônica Maria, 17 anos Brasil
Artigo 2: Não discriminação Todas as crianças têm direitos, não importa quem elas são, onde vivem, o que fazem seus pais, que língua falam, de que região provêm, se são meninos ou meninas, qual é sua cultura, se elas têm alguma deficiência, se elas são ricas ou pobres e de que tipo de família são originárias.
Artigo 3: Os melhores interesses da criança Todas as organizações que se ocupam das crianças devem trabalhar tendo como objetivo realizar o que seja o melhor para cada criança. Os Estados (referindo‐se aos países que assinaram e ratificaram a Convenção) devem providenciar para que a criança tenha um cuidado adequado, quando os pais ou outras pessoas encarregadas dessa responsabilidade deixam de fazê‐lo. 11
30 de novembro de 2010 Terça-feira, primeira semana do Advento
Leituras:
Isaías 11,1‐10 Lucas 10,21‐24
“Há pessoas muito diferentes; mas, se juntos colaboramos, poderemos fazer de modo que nosso mundo seja melhor.”
Eu vejo o mundo de vários modos. Do ponto de vista de nossa sociedade, o mundo pode ser feliz, com uma vida fácil e trabalhando para que seja assim. Mas pode ser também um mundo injusto, de desconfiança, com um desnível imenso entre a pobreza e a riqueza. Um mundo triste, cheio de conflitos e de guerra. Um mundo invisível, egoísta, em que os habitantes lutam para sobreviver, mas pensam apenas em si e não naqueles que são necessitados. Tudo somado, é um mundo com luzes e sombras. É preciso também ver de positivo que aqueles que têm um coração aberto contribuem para um mundo solidário. Há pessoas muito diferentes; mas, se juntos colaboramos, poderemos fazer de modo que nosso mundo seja melhor. Gemma – 14 anos – 14 anos Catalunha ‐ Espanha
Artigo 4: Direitos na prática Os Estados têm a responsabilidade de aplicar os direitos explicitados na Convenção. Artigo 5: Orientação dos pais e desenvolvimento das habilidades da criança O Estado deve respeitar os direitos e as responsabilidades dos pais e, por extensão, da família, proporcionando orientação para que as crianças se desenvolvam, ensinando‐lhes como usar corretamente seus direitos.
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Primeiro de dezembro de 2010 Quarta-feira, primeira semana do Advento
Leituras:
Isaías 25,6‐10a Mateus 15,29‐37
“Sinto‐me egoísta, por aumentar o meu consumismo.”
Creio que o mundo está sofrendo, porque tratamos mal o planeta em que vivemos. As pessoas estão intoxicando o nosso ambiente com venenos nocivos e produtos químicos sem controle rigoroso; as pessoas estão sob forte pressão para minimizar a produção de gases‐ estufa e proteger a camada de ozônio, para que as futuras gerações possam usufruir um estilo de vida saudável, nos muitos anos que vêm; mas não vejo que sejam feitas mudanças. Penso que o nosso mundo já sofreu demais e o estamos ultrapassando os limites. Temos de parar com tanto descaso. As pessoas têm coisas demais hoje em dia. Sinto‐ me egoísta, por aumentar o meu consumismo. Todos estão vivendo um estilo de vida de muita pressão por luxo; a violência na nossa sociedade é horrível; as crianças já não se sentem seguras. Como pode acontecer que eu viva aqui, na Austrália, com mais alimento do que o necessário, se existem crianças, em outros países, vivendo em pobreza extrema, desprovidas de tudo? Alguma coisa ou muita deve ser feita em favor dessas crianças. Brianna,15 anos Austrália Artigo 6: Direito à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento Toda criança tem o inerente direito à vida. Os Estados têm a obrigação de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da criança. 13
2 de dezembro de 2010 Quinta-feira, primeira semana do Advento
Leituras:
Isaías 26,1‐6 Mateus 7,21, 24‐27
“Amor sem fronteiras”
Para mim a visão de um mundo novo significa um mundo onde não se declare guerra a outro ser humano, mas à fome, à pobreza, à corrupção e à ignorância. Um mundo novo é aquele que se constrói com heróis anônimos que lutam, dia a dia, sem importar‐se da chuva, do cansaço ou do frio, e ajudam os outros, sem importa‐se da classe social e da cor das pessoas; heróis que têm como armas, não as metralhadoras ou as bombas, mas um AMOR SEM FRONTEIRAS.
Víctor Hugo, 13 anos Paraguai
Artigo 7: Nome e nacionalidade Todas as crianças têm o direito a serem legalmente registradas com um nome, imediatamente após o nascimento. A criança também tem o direito de adquirir a nacionalidade e, tanto quanto possível, a conhecer seu pai ou seus pais, e a ser cuidada por eles. Artigo 8: Identidade O Estado tem a obrigação de respeitar a identidade, a nacionalidade e os laços familiares da criança.
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3 de dezembro de 2010 Sexta-feira, primeira semana do Advento
Leituras: “Sou sortudo em ter o que tenho.”
Isaías 29,17‐24 Mateus 9,27‐31 A minha vida é o máximo; sou sortudo em ter o que tenho. Infelizmente, algumas pessoas não possuem tudo o que tenho. Algumas vezes, vejo mendigos com os seus filhos na rua ou na televisão. Outras vezes, eu me pergunto por que a vida deles os deixa em tal situação. Há momentos em que vejo famílias ricas brigar por aquilo que têm, envergonhando‐se de tanta riqueza. Desejo que as crianças do mundo saibam não ter vergonha do que têm, mas que saibam reconhecer a sua sorte e escolham fazer uso criterioso da vida para si e para o próximo. Melini, 11 anos Fiji
Artigo 9: Separação dos pais A criança tem o direito de viver com seus pais, desde que isso não seja incompatível com os melhores interesses da criança. As crianças têm o direito de manter contato com os pais, se separadas de um deles ou de ambos.
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4 de dezembro de 2010 Sábado, primeira semana do Advento
Leituras:
Isaías 30,19‐21, 23‐26 Mateus 9,35‐10,1, 6‐8
“Por todo o mundo pode haver lugar maravilhoso...”
Por todo o mundo pode haver lugar maravilhoso; mas as pessoas estão ficando insaciáveis; é fácil para os países abusarem dos recursos naturais. Por exemplo, os Estados Unidos da América, com 4,5% da população do mundo utilizam 30% dos recursos do mundo. A coisa não é sustentável; as futuras gerações vão sofrer por causa disso. Espero que as nações possam trabalhar juntas para que haja paz no mundo. George, 17 anos Papua‐Nova Guiné
Artigo 10: Reunificação familiar As famílias que vivem em diferentes países devem poder circular entre os países, para que os pais e as crianças possam estar em contato ou se reunificarem enquanto família.
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5 de dezembro de 2010 Domingo, segunda semana do Advento
Leituras:
Isaías 11, 1‐10 Romanos 15, 4‐9 Mateus 3, 1‐12
“No meu mundo romântico, quero ser uma moça que ajuda as pessoas que têm necessidade de mim.”
Na minha casa há um mundo romântico, bom comportamento e boas maneiras. Eu desejo a todos esse tipo de mundo, do fundo do meu coração. Interessante, esta é a minha vida, porque quero ser uma moça cristã. Em minha casa levo vida de menina comum, igual às outras. No meu mundo romântico, quero ser uma moça que ajuda as pessoas que têm necessidade de mim. Tendo esse tipo de mundo no meu coração, consigo vê‐lo e transformá‐lo num mundo de ouro, na presença do meu Senhor. Tunuataake, 12 anos Kiribati
Artigo 11: Transferência e não retorno O Estado deve tomar as providências para prevenir o sequestro ou a retenção ilegal das crianças no estrangeiro, por um dos pais ou por um terceiro. 17
6 de dezembro de 2010 Segunda-feira, segunda semana do Advento
Leituras:
Isaías 35,1‐10 Lucas 5,17‐26
“Podemos ser a diferença de que o mundo necessita.”
O meu olhar vê o mundo como oportunidade. Todos nós temos a ocasião de ser o que queremos ser. Podemos mudar o que vemos, para que fique como o queremos ver. Até mesmo podemos ser a diferença de que o mundo necessita. Temos a habilidade de efetivar a mudança; a questão decisiva é escolher para o bem e não para o mal. Todos nós sabemos que o mundo necessita de mudança. Por exemplo, podemos ajudar os outros e tornar‐nos amigo compassivo ao invés de odioso inimigo. Por ora a minha única esperança é ser a melhor pessoa que posso ser. Não me comparo com ninguém, porque Deus me fez quem eu sou e não para ser alguém outro. A minha esperança de futuro consiste em conseguir fazer uma diferença. Como efetivar isso não sei, pelo menos não estou segura 100%; mas eu sei que nasci para fazer uma mudança. Imogen,15 anos Australia
Artigo 12: A opinião da criança A criança tem o direito de expressar a sua opinião livremente e a ter essa opinião levada em consideração em assuntos ou procedimentos que afetem a criança. 18
7 de dezembro de 2010 Terça-feira, segunda semana do Advento
Leituras:
“É muito importante tomar cuidado da terra.”
Yorn, 17 anos Camboja
Isaías 40,1‐11 Mateus 18,12‐14 Vejo um mundo maravilhoso ao redor de mim: florestas, rios, lagos, animais silvestres. É o lugar que os estrangeiros vêm visitar, para contemplar as belas coisas que tem o nosso Camboja. Isto é bom, porque dá rendimento ao país; eu, porém, me preocupo. Por quanto tempo vamos ter essas lindas coisas, se continuarmos a maltratar o ambiente? Estamos eliminando as nossas florestas e poluindo os nossos rios; enquanto as pessoas do lugar estão sofrendo, as empresas constroem hotéis modernos para os turistas. Assim, desejo para o futuro que todos, em toda a parte, compreendam quão importante é cuidar da terra, para que, tanto eu como os meus amigos, tenhamos água limpa, ar puro, e a minha família possa produzir o alimento de que necessita para sustentar‐se e melhorar de vida.
Artigo 13: Liberdade de expressão A criança tem o direito de expressar a sua visão, de obter informação, de informar e de conhecer, apesar das fronteiras, e no respeito aos direitos dos outros, da ordem pública, da saúde e da moral públicas. 19
8 de dezembro de 2010 Quarta-feira, Imaculada Conceição (Solenidade)
Leituras: Gênesis 3,9‐15, 20 Efésios 1,3‐6,11‐12 Lucas 1,26‐38 “Hoje contemplamos a A solenidade da Imaculada Conceição da Virgem humilde jovem de Maria é festa muito cara ao povo cristão. Ela combina Nazaré...” com o Advento e irradia a mais pura luz na nossa viagem espiritual para o Natal. Hoje contemplamos a humilde jovem de Nazaré. Ela, por privilégio extraordinário e inefável, foi preservada do contágio do pecado original e de toda a falta, de modo que pudesse ser digna morada do Verbo Encarnado. Em Maria, nova Eva, Mãe do Novo Adão, o maravilhoso plano de amor do Pai foi restabelecido de modo ainda mais maravilhoso. Eis por que a Igreja, com gratidão, aclama: Pela vossa mediação, Imaculada Virgem, foi‐nos devolvida a vida que havíamos perdido. Recebestes do céu um Filho e o entregastes ao mundo como Salvador. João Paulo II, 2000
Tiepolo. Imaculada Conceição
Artigo 14: Liberdade de pensamento, de consciência e de religião O governo nacional deve respeitar o direito da criança à liberdade de pensamento, de consciência e de religião, sujeita a uma apropriada orientação dos pais e respeitando‐se os direitos dos outros, a ordem, a saúde e a moral públicas.
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9 de dezembro de 2010 Quinta-feira, segunda semana do Advento
Leituras: “Vejo o mundo como lugar em que as pessoas se esforçam em fazer o que têm por cumprir.”
Isaías 41,13‐20 Mateus 11,11‐15 Vejo o mundo como lugar em que as pessoas se esforçam em fazer o que têm por cumprir. O mundo é um lugar lindo e querido; as pessoas, algumas vezes, o desejam umas às outras. Por ora, a minha esperança é tentar, com todo o empenho, aprender dos demais. Quanto ao futuro, o meu projeto é exercer uma grade profissão, para poder servir ao próximo. O que é divertido, neste exercício, é que você nunca realmente sabe o que de fato é o futuro. Você consegue apenas sonhar com ele. Ella, 8 anos Austrália
Artigo 15: Liberdade de associação. As crianças têm o direito a encontrar‐se com os outros e a aderir ou formar associações. Artigo 16: Proteção da privacidade As crianças têm o direito à proteção contra interferências à sua privacidade, à de sua família, de seu lar e de sua correspondência, além de calúnias e difamações.
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10 de dezembro de 2010 Sexta-feira, segunda semana do Advento
Leituras:
Isaías 41,13‐20 Mateus 11,11‐15
“Tenho a esperança de que, um dia, todos os seres humanos trabalharão unidos...”
Eu vejo o mundo um tanto mal pela contaminação causada pelos carros, pelas grandes fábricas, pela contaminação das matas tropicais, dos mares, rios, oceanos, e que são muito importantes porque, se não temos água, os seres humanos não poderão viver. Também a queima dos bosques e o corte das árvores prejudicam os animais, as plantas e os seres humanos. Tenho a esperança de que, um dia, todos os seres humanos trabalharão unidos para salvar o meio ambiente e conseguir um planeta melhor. Ismael – 9 anos Chile
Artigo 17: Acesso à informação apropriada O governo nacional deve assegurar o acesso das crianças às informações importantes a seu bem‐ estar, provenientes de rádio, jornais, livros, computadores e outras fontes, e tomar as providências para proteger as crianças de materiais danosos. 22
11 de dezembro de 2010 Sábado, segunda semana do Advento
Leituras:
Sirac (Eclesiástico) 40,25‐31 Mateus 11,28‐30
«Uma criança é como uma formiguinha, no mundo.»
Uma criança é como uma formiguinha, no mundo. Há muitas crianças no mundo, mas quase todas pensam do mesmo modo: querem a paz no mundo, querem que não morra nenhum familiar seu ou de outros; sonham cada noite ao irem à cama, ao se cobrirem com o cobertor, ao agarrarem sua boneca de brincar; e sonham, e sonham com o que serão no futuro, com o que farão, pensam em toda aquela gente que poderão ajudar ou atender; sonham em ser médicos, nas muitas vidas que poderão salvar, em ser agentes de polícia e nas pessoas que poderão deter para que não cometam crimes, e sonham, e sonham com o melhor para todos, porque ainda vivem no mundo de “Peter Pan”; mas logo crescerão e, sem notar, deixarão para trás esse mundo da infância e, talvez, realizam o sonho que tinham quando pequenos; mas algumas se converterão em adultos egoístas, que são os mais numerosos neste mundo; mesmo assim, sempre haverá algumas formiguinhas que vão continuar a sonhar e ajudarão a melhorar o mundo. Anna – 14 anos Catalunha, Espanha
Artigo 18: Responsabilidade dos pais Os pais têm a responsabilidade primária de proporcionar o crescimento da criança e o Estado deverá apoiá‐los nisso. 23
12 de dezembro de 2010 Domingo, terceira semana do Advento
Leituras:
Isaías 35,1‐6.10 Tiago 5,7‐10 Mateus 11,2‐11
Sinto que a terra está sob uma grande ameaça, com a pesada poluição do ar ao nosso redor. Ao mesmo tempo, as fontes naturais estão sendo reduzidas, causando mudanças no clima, a ponto de não colhermos tantos cereais como antes. Isso leva as pessoas a viverem com fome e na miséria. Na educação, o número de alunos está crescendo mais rápido do que o número de professores, fazendo com que aumente o número de alunos por classe. O desemprego também está crescendo muito. Joel – 11 anos Maláui
Penso que existe uma inadequada distribuição das riquezas da terra. Existem pessoas que têm mais do que precisam, enquanto outras vivem em uma desesperada pobreza. Isto é verdade também no que se refere às necessidades básicas de alimento, proteção, vestuário e condições de educação. Yankho – 10 anos Maláui
Artigo 19: Proteção contra abusos e a negligência Os Estados membros deverão proteger a criança de toda forma de maus tratos por parte dos pais ou outros responsáveis por cuidar dela, devendo estabelecer programas sociais apropriados para a prevenção de abusos e para o tratamento das vítimas. 24
13 de dezembro de 2010 Segunda-feira, terceira semana do Advento
Leituras:
Números 24,2‐7a.15‐17a Mateus 21,23‐27
“Muitos saberão que também há muitas famílias e crianças, pelas ruas, pedindo esmola...”
Na verdade, não vejo o mundo muito bom; vejo‐ o, sim, muito descuidado porque talvez todos sabem que há muitas guerras, violações, seqüestros, tráfico não apenas de drogas, mas também de crianças, jovens, mulheres e outros. O ambiente também não vai muito bem; está muito contaminado, quase ninguém se preocupa com isso, inclusive eu. Muitos sabem que há também numerosas famílias e crianças que estão pelas ruas, pedindo esmola, ou crianças órfãs e sem lar; ou seja, crianças que não têm uma alimentação adequada, um lar digno para viver e estudar. Em síntese, gostaria que no mundo houvesse ‘PAZ E AMOR’, e assim eu estaria de acordo com o mundo, em liberdade, segurança e otimismo, sem que ninguém seja privado de nada. Não deve haver desigualdade nem discriminação. Mudar o mundo depende de todos nós. Liz Andrea – Idade 13 anos Paraguai
Artigo 20: Proteção de uma criança sem família As crianças têm o direito a um cuidado especial e à ajuda se elas não podem viver com suas famílias. Aqueles que cuidam dessas crianças, inclusive instituições e outras famílias, devem respeitar a religião, a cultura e a língua da criança.
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14 de dezembro de 2010 Terça-feira, terceira semana do Advento
Leituras:
Sofonias 3,1‐2.9‐13 Mateus 21,28‐32
“Tudo o que eu queria é que as pessoas tivessem um coração e mostrassem ao mundo quanto elas são cuidadosas.”
Vejo o mundo onde as pessoas sofrem. Tudo o que eu queria é que as pessoas tivessem um coração e mostrassem ao mundo quanto elas são cuidadosas. Eu quero que este mundo mude e nós somos aqueles que o farão mudar, para mostrar o quanto zelamos pelas pessoas, e pelo nosso mundo. Tudo o que eu tenho a fazer é ajudar os necessitados, e assim nosso mundo será um lugar melhor. Mametaaki ‐ 17 anos de idade Kiribati
Artigo 21: Adoção Em países onde a adoção é reconhecida e/ou admitida, esta deve apenas realizar‐se no melhor interesse da criança e somente com a autorização das autoridades competentes, com todas as salvaguardas para a criança. Artigo 22: Crianças refugiadas Especial proteção deve ser garantida à criança refugiada ou à criança em busca do estatuto de refugiada. Cooperar com as organizações competentes que podem providenciar tal proteção e assistência é obrigação do Estado. Artigo 23: Crianças deficientes Uma criança deficiente tem o direito a cuidados, educação e treinamentos especiais que a ajudem a usufruir inteira e decentemente da vida com dignidade, acedendo tanto quanto possível, aos maiores graus de autorrealização e de integração social. 26
15 de dezembro de 2010 Quarta-feira, terceira semana do Advento
Leituras:
Isaías 45,6b‐8.18.21b‐25 Lucas 7,18b‐23
“Nossa vida está ameaçada por doenças como HIV e AIDS, sarampo e tuberculose...”
Nossa vida está sob a ameaça de doenças como HIV e AIDS, varíola e tuberculose, que estão fora de controle e matam muitas pessoas. A população cresceu também, levando as pessoas a cortarem indiscriminadamente as árvores para fazer combustível de carvão, deixando as florestas peladas e provocando a erosão do solo. Tudo isto nos deixa espantados sobre como as futuras gerações irão sobreviver. Sentimos também que os níveis do desemprego desencorajam aqueles que estão nas escolas. Achamos que não há necessidade do ensino, dado que podemos não encontrar emprego, terminado o curso. O que nos dá esperança é que a escola primária é gratuita e temos a dedicação dos professores em nossas escolas. James – 15 anos de idade e William – 13 anos de idade Maláui
Artigo 24: Saúde e serviços de saúde As crianças têm o direito de aceder ao melhor índice possível de cuidados relativos à saúde e à medicina. Os governos devem providenciar um local especial, onde serão proporcionados os cuidados primários e preventivos relativos à saúde, uma educação sanitária pública e uma efetiva redução da mortalidade infantil. 27
16 de dezembro de 2010 Quinta-feira, terceira semana do Advento
Leituras:
Isaías 54,1‐10 Lucas 7,24‐30
“Para mim, o mundo é assombroso, em todos os sentidos da palavra.”
Diana Maria – 14 anos Chile
Para mim, o mundo é assombroso, em todos os sentidos da palavra. Nele, podemos ver o Criador e todas as suas obras de arte; e que obra de arte melhor do que nós, o ser humano, o único ser capaz de raciocinar, mas... tal raciocínio, sabemos usá‐lo? Queremos casas maiores, mas famílias menores. Há sempre mais profissionais, mas também mais problemas. Podemos construir grandes edifícios, mas não construímos lares, e é no lar onde tudo começa. Entretanto, nem tudo é como afirmei; existem também coisas maravilhosas como a natureza, a diversidade de pensamento e de conhecimento, o poder da mente humana, o desejo de aprender e de partilhar, viver os valores e sentir‐ se orgulhoso com o que conseguimos. Com isso quero dizer: Sorriam! Vamos partilhar em comunidade! Valorizar tudo o que temos, especialmente nossos seres queridos; agradeçamos a todos os que tornam possível este mundo; e antes de tudo, demos graças também a Deus.
Artigo 25: Periódica revisão dos internamentos Uma criança, que é encaminhada pelo Estado, por razões de zelo, proteção ou tratamento, a uma instituição ou estrutura onde receberá os cuidados de que necessita, tem o direito a ter esse local de internamento regularmente inspecionado. Artigo 26: Seguridade social A criança tem o direito ao benefício do seguro social, incluindo a assistência social. 28
17 de dezembro de 2010 Sexta-feira, terceira semana do Advento Gênesis 49,2, 8‐10 Mateus 1,1‐17 “Eu vejo o mundo como uma aventura.” Eu vejo o mundo como uma aventura. Eu gostaria que todos os meninos e meninas tivessem uma escola para aprender a ler, a escrever, a somar, a subtrair... E a família tendo uma casa. As pessoas deveriam ajudar‐se, amar‐se e cuidar das plantas. Nós deveríamos seguir o caminho que Jesus nos ensinou para construir o Reino de Deus sobre esta terra. Olga – 9 anos Catalunha, Espanha
Leituras:
“Devemos investir para melhorar as coisas...” O mundo não está em seu melhor momento. Vejo‐ o contaminado por causa das fábricas; há crise, o aquecimento global; desperdiçamos papel e papelão. Não reciclamos, não reutilizamos as coisas; não respeitamos a terra e os outros. Devemos investir para que tudo vá melhor, para reduzir a poluição; desse modo, nossas crianças poderiam desfrutar deste mundo. Martí – 10 anos Catalunha, Espanha
Artigo 27: Padrão de vida Toda criança tem direito a um padrão de vida adequado ao seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social. Os pais têm a primária responsabilidade de assegurar que a criança tenha um adequado padrão de vida e os governos devem assistir os pais a esse respeito. 29
18 de dezembro de 2010 Sábado, terceira semana do Advento
Leituras:
Jeremias 23,5‐8 Mateus 1,18‐25
“ A dedicação de nossos professores nos dá esperança…”
Nosso objetivo é a mudança do clima, pois há menos chuva e às vezes ela é imprevisível, prejudicando o crescimento dos cereais. Talvez os professores não nos ensinem bem sobre alguns assuntos, como as matérias ligadas ao ambiente e aos temas sociais, para que a gente possa compreender melhor o meio ambiente. O que nos dá esperança são os esforços dos mais velhos e do governo para se certificarem de que nossa educação está assegurada, com a construção de mais escolas secundárias e a doação de equipamentos. Isto acontece no Maláui, mas parece que acontece também em outros países. A dedicação de nossos professores nos dá esperança de que teremos um bom ensino. Stonly ‐ 13 anos de idade e Katte ‐ 12 anos de idade Maláui
Artigo 28: Educação As crianças têm direito a uma educação. É dever do Estado de assegurar que a educação primária seja livre e compulsória; que diferentes formas de educação secundária sejam acessíveis a toda criança; fazer com que a educação superior esteja disponível a todos, em base à própria capacidade. As disciplinas nas escolas devem respeitar a dignidade humana das crianças. O Estado deverá se comprometer em cooperar internacionalmente para realizar esse direito. 30
19 de dezembro de 2010 Domingo, quarta semana do Advento
Leituras:
Isaías 7,10‐14 Romanos 1,1‐7 Mateus 1,18‐24
«Eu vejo o mundo como se ele estivesse com uma doença, precisando de ajuda.»
“Eu vejo o mundo como se ele estivesse com uma doença, precisando de ajuda. O que mais se vê nos noticiários são as consequências do aquecimento da terra, pessoas que sofrem todo o tipo de violência, injustiça, muita corrupção entre os políticos, assassinatos cruéis, entre outras coisas. Sei que existem muitas pessoas que fazem o bem, e é isso que me faz acreditar que todos esses problemas mundiais possam mudar. Existem instituições, entidades que promovem a paz, tentam de algum modo diminuir os problemas da humanidade, para que o estilo de vida de muitas pessoas mude. Basta cada um fazer a sua parte para curar esse mundo de Deus.” Douglas Vinícius – 17 anos Brasil
Artigo 29: Objetivos da educação A educação deve desenvolver completamente a personalidade e os talentos de cada criança. A educação deverá preparar a criança para uma vida adulta ativa, em uma sociedade livre e zelar para que haja respeito aos pais da criança, por sua identidade cultural, língua e valores, e pelos valores e culturas originais dos outros. 31
20 de dezembro de 2010 Segunda-feira, quarta semana do Advento
Leituras:
Isaías 7,10‐14 Lucas 1,26‐38
“Nossos cursos d’água estão cheios de lixo e nossos lagos estão secando.”
Juntos para proteger a natureza Atualmente, vemos que no nosso mundo a natureza está sofrendo. Nossos cursos d’água estão cheios de lixo e nossos lagos estão secando. Os animais selvagens estão desaparecendo de nossas florestas, e mesmo nossas florestas estão diminuindo. A maneira como as pessoas exploram os minerais não garante o meio ambiente. As pessoas avarentas estão tirando a madeira de nossas florestas, sem pensar no futuro. Os agricultores estão sofrendo porque a estação das chuvas está mudando ou as chuvas não caem mais. Muitas pessoas do Camboja vivem na zona rural e trabalham em pequenas áreas de terra para produzir comida suficiente para sustentar suas famílias. Quando as coisas vão mal, no campo, toda a família sofre. Eu queria que todos os povos do mundo, não apenas no Camboja, pensassem no futuro e como poderemos ajudar nosso meio ambiente através de boas políticas.
Merk – 15 anos Camboja
Artigo 30: Crianças de populações minoritárias ou indígenas As crianças de comunidades minoritárias e de populações indígenas têm o direito de usufruir de sua própria cultura e a praticar sua própria religião e língua. Artigo 31: Lazer, recreação e atividades culturais A criança tem o direito ao lazer, a brincar e a participar de atividades culturais e artísticas. 32
21 de dezembro de 2010 Terça-feira, quarta semana do Advento
Leituras:
Cântico 2,8‐14 ou Sofonias 3,14‐18a Lucas 1,39‐45
“Penso que a capacidade humana de sempre olhar para o alto e ver a linha prateada, além das nuvens escuras, é surpreendente.”
Hoje em dia, penso que o mundo é um lugar realmente meio louco! Uma pessoa comum sofre muitas pressões em sua vida, durante as horas de trabalho, na escola, na família e em muitas outras coisas. Eu sinto esses fatores que influenciam nossas vidas de maneira muito significativa. Penso que a capacidade humana de olhar sempre para o alto e ver a linha prateada além das nuvens escuras é surpreendente! Mesmo que tenhamos todas essas pressões em nossa vida pessoal ou profissional, ainda continuamos dispostos a ajudar os necessitados, a marcar presença junto a nossos amigos e amá‐los. Penso que o mundo neste momento está passando por tempos difíceis, sem precedentes, na economia, no meio ambiente e com desastres naturais, mas eu acho que o nosso mundo é bonito, um presente único. Com grande força iremos adiante e sairemos dessa, melhor do que nunca. Sei que seremos fortes ao longo desses tempos extremamente duros! E sairemos ainda melhores porque juntamos conhecimento e fé.
David ‐ 16 ano Austrália
Artigo 32: Trabalho infantil A criança tem direito a ser preservada do trabalho que prejudique a sua saúde, sua educação ou seu desenvolvimento. O Estado deve determinar a idade mínima para o emprego e regular as condições de trabalho. 33
22 de dezembro de 2010 Quarta-feira, quarta semana do Advento
Leituras:
1 Samuel 1,24‐28 Lucas 1,46‐56
“As crianças têm sofrido coisas horríveis...”
Estou realmente muito triste com o meu país. As crianças nestes tempos mudaram de cultura e de religião. As crianças têm sofrido coisas horríveis, como violência sexual, abusos. Algumas garotas venderam seus corpos a homens, e outras acabaram sabendo disso. E não apenas garotas, mas meninos também. Devemos proteger nosso corpo e não usá‐lo de qualquer maneira. Devemos realmente nos preocupar com tudo isso, porque essas coisas acontecem verdadeiramente nas Ilhas Fiji. Leone Joseph ‐ 11 anos Fijii
Artigo 33: Abusos da droga As crianças têm o direito a serem protegidas dos danos das drogas e do envolvimento em sua produção e distribuição. Artigo 34: Exploração sexual O Estado deverá proteger as crianças da exploração e do abuso sexual, incluindo a prostituição e o envolvimento na pornografia. Artigo 35: Venda, tráfico e abdução É obrigação do Estado empenhar‐se para prevenir a venda, o tráfico e a abdução de crianças. Artigo 36: Outras formas de exploração A criança tem direito à proteção contra todas as formas de exploração que possam prejudicar seu bem‐estar e desenvolvimento. 34
23 de dezembro de 2010 Quinta-feira, quarta semana do Advento
Leituras: “Os pais não pensam que essas crianças podem ajudar o desenvolvimento do país.”
Malaquias 3,1‐4.23‐24 Lucas 1,57‐66 Ao observar o que algumas crianças andam fazendo atualmente, fico em dúvida sobre como será o futuro delas. São mandadas para vender fósforos, chicletes, chips, colares e outras coisas, mas não vão à escola. Os pais não pensam que essas crianças podem ajudar o desenvolvimento do país. O governo precisa aplicar estritamente a lei que manda as crianças de 5 a 14 anos de idade para a escola. O ensino precisa ser obrigatório, já que o governo paga as despesas e fornece o material escolar. Justin ‐ 11 anos Samoa
Artigo 37: Tortura e privação da liberdade Nenhuma criança deve ser sujeita à tortura, tratamento cruel ou punição, prisão fora da lei ou privação da liberdade. Tanto a pena capital como a prisão perpétua sem a possibilidade de liberação são proibidas como punição por ofensas cometidas por pessoas com menos de 18 anos de idade. Qualquer criança privada da liberdade deverá ser tratada com respeito, de maneira que sejam levadas em consideração as necessidades de uma pessoa de sua idade. Uma criança privada da liberdade deverá ser separada dos adultos, desde que isso seja feito no seu melhor interesse. Uma criança detida deverá ter assistência legal e outras, assim como manter contato com a família. Artigo 38: Conflito armado Os Estados membros devem tomar as providências para assegurar que as crianças com menos de 15 anos de idade não tomem parte direta nas hostilidades. Nenhuma criança com menos de 15 anos poderá ser recrutada para as forças armadas. As crianças nas zonas de guerra deverão receber especial proteção.
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24 de dezembro 2010 Sexta-feira, quarta semana do Advento
Leituras:
2 Samuel 7,1‐5. 8b‐11. 16 Lucas 1, 7‐79
“É tempo de amar‐nos uns aos outros. Ser solidários, não só financeiramente, mas com palavras, carinho e atenção, e dar bons conselhos.”
Para mim, o Natal é uma data muito especial, pois é o dia do nascimento de Jesus Cristo e o Advento é a espera do seu nascimento. Nessa data, devemos nos preparar para esquecer o que passou e viver uma nova vida. Recomeçar, ajudar os outros, compreender. É tempo de amar‐nos uns aos outros. Ser solidários, não só financeiramente, mas com palavras, carinho e atenção, e dar bons conselhos. O Natal para mim é muito especial, porque é tempo em que eu esqueço o que fiz de errado, recomeço de novo para uma vida nova. No Natal, na minha casa, às vezes tem festa, mas é um dia normal, porque minha família não tem condição de dar presente, de sempre fazer uma ceia. Mesmo assim é um dia feliz, porque Jesus veio ao mundo para alegrar o nosso coração. Alessandra ‐ 15 anos Brasil
A jovem Alessandra, algumas semanas depois do seu relato, foi atropelada e veio a falecer. Rezemos para que ela esteja vivendo um constante Natal junto de Deus e de nossa Boa Mãe. Artigo 39: Cuidados de reabilitação O Estado tem a obrigação de assegurar que a criança, vítima de conflito armado, de tortura, de negligência, de maus tratos ou de exploração, receba tratamento apropriado para sua recuperação e reintegração social.
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25 de dezembro de 2010 Sábado – Natal do Senhor (Missa da meia-noite)
Leituras: Isaías 9,1‐6 Tito 2,11‐14 Lucas, 2,1‐14 “Creio que posso ajudar a salvar o mundo...” Elida – 15 anos Colombia
Sonho com um mundo melhor em que todos sejamos iguais, seja qual for a raça, a religião e o modo de pensar. Vejo neste mundo muita violência. Gostaria que não fosse assim; gostaria também que se respeitassem os nossos direitos, para vivermos num mundo sem corrupção. Espero poder dizer um dia: “Terminou a guerra”, mesmo que seja por um momento, assim vou dizer. Gostaria que terminasse a pobreza e que a gente se preocupasse mais com o meio‐ambiente. Penso que posso ajudar a salvar o mundo, ou ao menos, fazer o que estiver ao meu alcance para que não se continue a poluir ou a cortar árvores, para que no futuro meus filhos possam dele usufruir, mesmo que seja um pouquinho, mas que possam fazê‐lo.
Artigo 40: Crianças em conflito com a lei Uma criança em conflito com a lei tem direito a tratamento que promova o senso da dignidade e dos valores infantis, levando em consideração a idade da criança, e tenha por objetivo a sua reintegração na sociedade. A criança é titular das garantias básicas, assim como da assistência legal e outras, úteis para a sua defesa. Os processos judiciais e as tutelas institucionais deverão ser evitados sempre que possível.
Artigo 41: Respeito dos altos padrões Se as leis de algum país proporcionam às crianças uma proteção maior do que os artigos desta Convenção, então estas leis deverão ser aplicadas. 37
NÃO HÁ NADA TÃO DIGNO DE AMOR QUANTO UMA CRIANÇA São Marcelino Champagnat
O Padre Champagnat reuniu‐se com a comunidade para adorar o divino Menino deitado na manjedoura: “Não há nada mais louvável do que uma criança. Sua inocência, sua simplicidade, sua gentileza, suas carícias e mesmo a sua fraqueza podem ser tocadas e vencem os corações mais duros e cruéis. Como, então, não podemos ajudar a amar Jesus, que se tornou criança para estimular nossa confiança, para demonstrar o seu amor insuperável e para fazer‐nos compreender que ele não nos recusa nada? Ninguém é tão facilmente amigo ou mais maleável do que uma criança, pois ela oferece tudo, perdoa tudo, tolera tudo. A coisa mais simples a delicia, acalma e enche de felicidade. Em seu coração não há engano nem rancor, pois para ela tudo é ternura e doçura”. (Vida de José Bento Marcelino Champagnat, Ed. do Bicentenário, pág. 321) O Senhor me enviou para levar a Boa‐nova aos pobres. Natal é a festa do pobre – uma festa realmente pobre, o nascimento de uma criança que foi rejeitada por todos. E os primeiros a chegar a seu presépio foram pessoas simples – pastores, pessoas pobres. Eles foram os primeiros a ouvir a Boa‐nova e a dizer: ‘Hoje, o Salvador nasceu para você’. Jean Vanier (Fundador de “L’Arche” ‐ Centros para Deficientes, nascido em 1929)
The Shepherds, He Qi, China
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Convenção sobre os Direitos da Criança (CRC) A versão completa da CRC em várias línguas pode ser encontrada no seguinte site: http://www.unicef.org/voy/explore/rights/explore_2781.html ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Feliz Natal e Próspero Ano-novo! Votos da equipe da FMSI
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