Revistachesf 22

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Ano 5 / Nยบ 22 / Setembro - Outubro de 2014

Construindo o futuro


SUMÁRIO CARTA AO LEITOR............................................... 03 CURTAS ................................................................ 04 INVESTIMENTOS ......................................... 05 a 08 ENTREVISTA ................................................. 09 a 11 INCLUSÃO ..................................................... 12 e 13 POR ONDE ANDEI ........................................14 a 17 REGULAÇÃO ........................................................ 18 CULTURA ....................................................... 19 e 20 EDUCAÇÃO ......................................................... 21 ARTIGO ................................................................ 22 Investimentos em energia eólica e entrevista com o presidente da Eletrobras são destaques nesta edição

FOTOMEMÓRIA .................................................. 23

SUPERVISÃO

João Corte Magalhães Filho Coordenador de Relações Institucionais e Sustentabilidade (CER)

EDIÇÃO DIRETORIA

Antônio Varejão de Godoy Diretor-Presidente

José Ailton de Lima Diretor de Engenharia e Construção

Helder Rocha Falcão Diretor Administrativo

José Pedro de Alcântara Júnior

José Carlos Teixeira – Reg. Nº 2.147 DRT/PE Paulo Pereira – Reg. Nº 4.602 DRT/PE Tatiana Learth – Reg. Nº 1.145 DRT/PB Vinícius Lima – Reg. Nº 1.994 DRT/CE INFODESIGN

Mª Cleonice V. Peixôto – Reg. Nº 18.898 CREA/BA Aldenice Marinho Duarte FOTOGRAFIA

Severino Silva – Reg. Nº 2.570 DRT/PE

Diretor Econômico-Financeiro

Mozart Bandeira Arnaud Diretor de Operação

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CONSELHO ADMINISTRATIVO

Armando Casado de Araújo (Presidente) Antônio Varejão de Godoy Altino Ventura Filho Marcelo Bruto da Costa Correia Virgínia Parente de Barros José Hollanda Cavalcanti Júnior

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Carta ao Leitor E se começarmos a pensar o futuro a partir de hoje? Mais que um convite, essa é a realidade da Chesf atualmente: planejando, construindo e entregando obras que vão permitir aumento de receita a curto, médio e longo prazo. Para não esperar o futuro chegar desavisado, a Companhia está buscando alcançar suas metas, ajustar cronogramas, redefinir estratégias de atuação junto aos órgãos reguladores, reduzir custos históricos e, assim, transformar o amanhã em novos tempos. Nesta edição da Revista Chesf, vamos conferir que a Empresa conseguiu entregar obras importantes, como as interligações dos parques eólicos, o que está permitindo ao Nordeste, nesses tempos de seca, aproveitar bem o potencial da energia dos ventos – com recordes seguidos de atendimento da demanda instantânea do consumo no Nordeste. Além das obras de Transmissão, a Chesf está se tornando uma das maiores investidoras em Energia Eólica, com recursos de mais de R$ 5 bilhões – corporativos e em Sociedades de Propósito Específico (SPE). Tem mais! Com R$ 6,9 bilhões a serem aplicados até 2016, a Chesf está realizando a maior expansão de transmissão de energia do País e, nos últimos anos, energizou 16 subestações, com previsão de mais 19 e cerca de dois mil quilômetros de linhas a serem concluídas. É muito trabalho e muita história ainda para contar. Por isso mesmo é que precisamos dos chesfianos e das chesfianas cada vez mais em dia com os assuntos da nossa Empresa, e bem informados sobre tudo o que está sendo feito para conquistarmos o futuro. Ainda, nesta edição, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, em entrevista, avalia os desafios da Chesf e a importância da Empresa para o Sistema. Sim, a Chesf tem passado, presente e futuro. Leia a Revista Chesf e mande para nós seu comentário, avaliação, sugestão, elogio ou crítica pelo email: redacao@chesf.gov.br. Boa leitura!

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CURTAS CURTAS CURTAS CURTAS CURTAS CURTAS DIVERSÃO EM FAMÍLIA NA CHESF Com estações de lazer para crianças, práticas de hábitos saudáveis e incentivo à cooperação, a Chesf realizou, em outubro, o I Gerando e Transmitindo Energia em Família, na Sede, no Recife (PE), e nas Regionais. A atividade faz parte do Programa Viver Bem, desenvolvido pela DABT, que contribui para a melhoria da Saúde e Qualidade de Vida dos chesfianos. “Foi um momento de interação com a família no ambiente da nossa Empresa, gerando integração e reconhecimento do valor da Chesf para todos nós. Aproveitamos a proximidade do Dia das Crianças para fazer a comemoração”, afirmou o diretor Helder Falcão (DA). OUTUBRO ROSA EM FORTALEZA

NOVO BICICLETÁRIO Em continuidade ao processo de readequação das instalações do Complexo Sede, no Recife (PE), o DSG disponibilizou mais um Bicicletário, com capacidade para 14 vagas. Dessa vez, o equipamento foi instalado no Anexo II (Prédio do COS). A Chesf apoia o uso desse meio de transporte benéfico para a saúde e pretende ampliar a instalação desses Bicicletários para outros locais. Devido ao sucesso do primeiro, entregue aos chesfianos no estacionamento ao lado do CPS, no Bloco C, o local será contemplado com mais um, ampliando sua capacidade.

Durante todo o mês de outubro, a Chesf “se pintou” de rosa. O órgão de Saúde Ocupacional da Gerência Regional de Operação Norte (GRN), em Fortaleza (CE), através da DRAN/SNRH, realizou uma programação com várias ações para chamar a atenção para o Outubro Rosa, movimento mundial de luta contra o Câncer de Mama. A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma que motivou e uniu diversos povos em torno dessa Campanha. Isso faz com que a iluminação em tom rosa assuma importante papel, pois se tornou uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SOBRADINHO

A Colônia de Pescadores de Sobradinho (BA) recebeu o 1º Encontro de Educação Ambiental (EEA) sobre a Pesca no Entorno do Reservatório da Usina de Sobradinho, reunindo 135 trabalhadores. O evento contou com a participação da Chesf e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovável da Bahia (Ibama-BA). Além da busca contínua para incorporar a dimensão ambiental na Empresa, o DMA colabora na solução de problemas ambientais na região do entorno de seus empreendimentos, em parceria com outros órgãos ambientais.

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INVESTIMENTOS

Visão de futuro Por Tatiana Learth

Chesf realiza maior programa de transmissão do País, com 16 subestações energizadas e 19 a serem entregues até 2016

A Chesf está realizando o maior programa de expansão da transmissão de energia elétrica do País. De 2006 até 2016, terão sido investidos R$ 6,9 bilhões na entrega de 35 subestações e de cerca de três mil quilômetros de linhas no Nordeste. Desse total, até o final deste ano serão 16 subestações e 886 quilômetros de linhas concluídas. “A Chesf consolidou-se como a maior transmissora do Brasil, com obras significativas em todo o Nordeste, como as interligações dos parques eólicos, novas linhas de transmissão e subestações de grande e médio porte”, destacou o presidente Antônio Varejão.

Antônio Varejão, presidente da Chesf; estrutura de torre de transmissão e de subestação

Todo esse montante de obras e investimentos ampliaram a transmissão da Chesf em 30%, em apenas dez anos. “Até 2016 teremos energizado 35 subestações, passando para 134 nosso Parque. Somente de 2014 a 2016, teremos incrementado 11.882 MVA de capacidade transformação, o que representa mais energia disponível para os consumidores residenciais, comerciais e industriais nordestinos”, enfatizou o PR. Foram entregues subestações importantes, como Floresta II, Suape II e Suape III (PE); Arapiraca III e Zebu II (AL), Extremoz II, João Câmara II e Natal III (RN); Brota de Macaúbas, Camaçari IV, Ibicoara e Igaporã II (BA); Acaraú II, Pici II e Tauá II (CE); e Santa Rita II (PB).

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INVESTIMENTOS

R$ 5,2 bilhões em eólicas no NE Por Tatiana Learth

Parques estão em diversas fases de implantação e devem ficar prontos até 2016 Com investimentos que somam R$ 5,2 bilhões, a Chesf está se tornando uma das principais empreendedoras de geração eólica do País, com dezenas de projetos, a maioria em parceria com outras empresas, em diversas fases de implantação, para entrada em operação, principalmente, em 2015 e 2016. As obras são todas localizadas no Nordeste, área onde estão suas principais instalações – hidrelétricas, subestações e linhas de transmissão. Na Bahia, já está em operação a Eólica Sento Sé, com capacidade instalada de 90MW, e que chegará a 150MW quando estiver concluída até o final de 2016, em parceria com a Brennand Energia. Também na Bahia, será construído o Complexo de Pindaí, em parceria com a Sequóia Energia, com 11 parques com capacidade de 164MW. E em Casa Nova está o maior investimento corporativo da Companhia, de R$ 930 milhões, com previsão de operação para o próximo ano. Casa Nova é composto por três parques, com capacidade instalada de 180MW, 28MW e 26MW, somando 234MW. Será um dos maiores empreendimentos de geração de energia eólica do País e corporativo, ou seja, sem formação de Sociedade de Propósito

Específico (SPE), como nos outros em que atua com parceiros privados. Em todas as parcerias, a Chesf participa com 49%. A energia gerada por Casa Nova I, II e III será suficiente para abastecer uma população de, aproximadamente, 1,6 milhão de habitantes. Além da Bahia, onde já mantém boa parte de suas unidades de geração de energia – hidrelétricas e, agora, parques eólicos –, a Chesf está de olho na diversificação de sua matriz energética e no aproveitamento das oportunidades em outros Estados do Nordeste. A Empresa tem projetos de geração eólica no Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Com R$ 1,6 bilhão previstos para investimentos, o Piauí deverá contar com dois complexos que, juntos, produzirão 390MW de energia elétrica, em parcerias com as empresas Contour Global e Casa dos Ventos. “Ventos Santa Joana” terá sete parques e “Ventos de Santo Augusto”, seis parques, a serem entregues em 2015 e 2016, respectivamente. Em Pernambuco, a oportunidade está no município de Garanhuns, com um conjunto de quatro parques com capacidade instalada de 120 MW, denominado Serra das Vacas, de R$ 480 milhões, em parceria com a PEC Energia, também para 2015.

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Desembarque das pás eólicas, no Porto do Recife – equipamento da obra de Casa Nova, no estado da Bahia

Já no Rio Grande do Norte, na Serra do Mel, a Chesf está investindo um total de R$ 450 milhões, em parceria com os grupos Encalso-Damha e Voltália, no complexo eólico com quatro parques e capacidade instalada de 111 MW. Para o presidente da Chesf, todos esses investimentos são uma demonstração de força da Empresa, que está buscando novas receitas para equilibrar suas contas, mantendo sua credibilidade no mercado.

Quadro de investimento em geração de energia eólica Bahia Empreendimento Eólica Sento Sé Eólica Sento Sé (ampliação) Complexo Pindaí Casa Nova*

Capacidade instalada 90MW 150MW 164MW 234MW

Investimento R$ 360 milhões R$ 600 milhões R$ 660 milhões R$ 930 milhões

Capacidade instalada 390MW

Investimento R$ 1,6 bilhão

Rio Grande do Norte Empreendimento Serra do Mel

Capacidade instalada 111MW

Investimento R$ 660 milhões

Pernambuco Empreendimento Serra das Vacas

Capacidade instalada 120MW

Investimento R$ 480 milhões

Piauí Empreendimento Ventos de Santa Joana/ Ventos de Santo Augusto

* O Empreendimento Casa Nova tem investimento integral da Chesf; os outros empreendimentos são em sociedade com outras empresas, tendo a Companhia 49% de participação.

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INVESTIMENTOS

Eólicas no Nordeste Por Tatiana Learth

Energia dos ventos desponta como uma das mais promissoras da Região A Energia Eólica já atende a 22% da demanda instantânea do consumo no Nordeste e a 18% dos megawatts médios gerados, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “A Chesf foi a responsável pela interligação da maioria dos parques eólicos da Região ao Sistema Interligado Nacional, permitindo o aproveitamento dessa energia”, afirmou o presidente Antônio Varejão.

Com investimento de R$ 198 milhões, a Empresa concluiu as obras de transmissão que interligam parques eólicos no Rio Grande do Norte. Foram duas subestações – Ceará Mirim II, de 500/230kV e João Câmara III 500/138kV, ambas com potência de 900 MVA, a linha de transmissão Ceará Mirim II/João Câmara III, de 500kV, e a linha de transmissão Ceará Mirim II/Extremoz II, 230kV, esta última energizada no dia 21 de outubro. As obras foram realizadas pela ETN, Sociedade de Propósito Específico (SPE) da qual a Chesf é sócia. O empreendimento vai escoar a produção de centrais eólicas, num total de 828MW, localizadas no Rio Grande do Norte. Este ano foi entregue uma série de obras de transmissão para escoamento de Energia Eólica, conhecidas como Instalação de Conexão de Geração (ICGs), com investimento total de cerca de R$ 230 milhões. Além do Rio Grande do Norte, foram interligados parques de geração de energia de origem eólica na Bahia e no Ceará, com as subestações de Igaporã II e Acaraú II, respectivamente. A Subestação de Igaporã II, também de 230kV, energizada em maio, tem potência instalada de 300 MW e é conectada pelos parques eólicos da Renova e da Enel, localizados na região do município de Caetité, na Bahia. Já a Subestação Acaraú II, de 230kV, tem potência de transformação instalada de 200 MW, e possibilitará a integração do parque gerador da Impsa, localizado na região norte do Ceará.

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ENTREVISTA

O futuro agora Por Paulo Pereira

Em entrevista à Revista Chesf, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, ressaltou a importância da integração entre as empresas, do cenário atual do mercado de energia elétrica, dos desafios e projetos, e fez questão de destacar o quanto a Chesf se diferencia com seu quadro profissional competente, empenhado e apaixonado pela Empresa. Demonstrou, ainda, plena confiança no futuro da Chesf com as perspectivas concretas que se apresentam de desenvolvimento, aprimoramento e expansão dos seus empreendimentos. Revista Chesf - Como o senhor avalia o Setor Elétrico nacional? José da Costa Carvalho Neto - Tivemos a Medida Provisória 579, transformada na Lei 12.783 (estabeleceu a renovação antecipada de concessões de geração e transmissão), que causou impacto no Setor Elétrico, especialmente o Sistema Eletrobras. Porém, deixou o Brasil com uma tarifa de energia elétrica mais competitiva no mercado. Outro cenário é que estamos enfrentando um período de baixa hidraulicidade, fazendo com que seja necessário colocar nossas térmicas em operação, levando a novos problemas. Estamos enfrentando uma situação difícil e precisamos tomar diversas medidas para transpô-la. RC - Como, então, esse cenário será superado? Carvalho Neto - Os desafios existem para serem suplantados e, para isso, precisam de uma série de medidas. O primeiro ponto, que é um grande desafio, é o custo

de operação e manutenção nas empresas de geração e transmissão. Eles estão superiores aos valores que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu no cálculo das chamadas Receita de Geração e Receita de Transmissão, para a instalação das concessões que foram vencidas. Então, tivemos que fazer esse reequilíbrio com uma série de ações de redução dos nossos custos. Houve o Programa de Incentivo ao Desligamento, também, uma readequação para chegar a uma estrutura com menos custo, deixamos de ser onerados em atividades que não estão diretamente ligadas à produção de energia, transferindo, assim, essas conduções para órgãos mais competentes. Além disso, atuamos no outro lado, trabalhando para que nossas receita e revisões tarifárias sejam aumentadas. Há espaço para isso e é normal. É um ajuste que precisa ser feito para que esses custos sejam devidamente reconhecidos. Outro ponto importante para superação desses problemas são as indenizações que temos a receber.

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O grupo mais impactado foi a Eletrobras e, dentro deste, foi a Chesf a mais impactada, mas, também é a que tem maior indenização a receber além do que já foi pago. RC - E as próximas perspectivas da Chesf? Carvalho Neto -Temos mais componentes. Um é a Rede Básica Ativos Existentes (RBSE), que são as instalações de transmissão que entraram em operação antes de maio do ano 2000. E a Chesf tem um valor grande a receber em relação a isso. A Empresa está fazendo os cálculos pra reivindicar esses valores junto à Aneel. Outro componente são as obras adicionais ao projeto básico, como reformas, melhorias e ampliação das usinas, o que vai significar uma nova indenização, fato muito importante pra Chesf. Mais um ponto significativo é na área de comercialização de energia que encontrará meios de fazer um equilíbrio de balanço energético, especialmente nesse momento em que o parque hidrelétrico brasileiro não está gerando a sua energia garantida, deixa as empresas com alguma exposição. Também é preciso que as novas obras que estão atrasadas, pois essas geram perda de receita e, muitas vezes, geram penalidades, entrem em operação o mais rápido possível, atendam aos cronogramas. Então, as medidas pra reduzir essa exposição são importantes e é fundamental o conjunto de ações para aumentar a nossa receita e reduzir os nossos custos. Resumindo, o aumento de receita, não só por essas indenizações justas, esperadas em breve, como também dessas obras de expansão, de revitalização da geração que foram feitas depois do projeto básico e a própria receita operacional.

RC - Então a Empresa está com maior competitividade? Carvalho Neto - O sistema está cada vez mais competitivo e temos que mostrar ao mercado, de uma maneira geral, que também somos competitivos, tanto para operar e manter, como também nas novas obras, balancear o nosso custo operacional com a receita que a Aneel nos garante e ao mesmo tempo ter a rentabilidade devida nos novos investimentos. Então, temos que saber escolher bem os investimentos, planejar bem as obras, resolver as questões ambientais e fundiárias, resolver as questões com nossos empreiteiros para que as obras saiam com investimentos e retornos que foram planejados inicialmente com os empreendimentos entrando no tempo certo. Desafios que aos poucos estão sendo devidamente equacionados.

Presidente da Eletrobras destaca relevância da Chesf e reforça ações estratégicas para o avanço da Companhia

RC - Como fica nossa relação com os órgãos reguladores? Carvalho Neto - Temos que ter uma atuação muito forte junto ao órgão regulador (Aneel), isso quer dizer que devemos mostrar a necessidade de obtermos uma receita um pouco maior do que estamos apresentando. E a gente consegue como? Com fatos e com dados. Para chegar até esse objetivo, criamos, na Eletrobras, uma Diretoria de Regulação exatamente para coordenar as nossas

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ações junto à Aneel e aos outros organismos, como o próprio Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e as associações setoriais. Essa diretoria vai dar uma política e uma estratégia comum que direcionem as atividades de todas as Empresas do Sistema Eletrobras. RC - Qual a relevância da Chesf no Setor Elétrico Brasileiro hoje? Carvalho Neto - A Chesf é de uma relevância fundamental. Quando o então presidente Getúlio Vargas tentou criar a Eletrobras e não conseguiu, ele deixou uma mensagem de frustração pra nação por não ter atingido esse objetivo. Mas ele não se atentou, no momento, que havia criado a Chesf e ela é o início da Eletrobras. O papel que a Chesf desempenhou no desenvolvimento do Nordeste e agora, do Brasil, é fundamental e é reconhecido por todos. A Chesf é uma escola de engenharia e de gestão. É uma empresa que criou tecnologia e iniciativas que foram copiadas por muitas das empresas do Brasil. Então a Chesf é fundamental para a Eletrobras, pra o Setor Elétrico Brasileiro e para o Brasil. RC - A Chesf tem futuro? Carvalho Neto - A Chesf tem muito futuro! Ela tem um desafio grande, mas estamos apostando nas ações estratégicas. Estamos conduzindo a Eletrobras com ampla participação da Chesf. Estou vendo o grande empenho da Companhia, especialmente na liderança do presidente Antônio Varejão, e de todo o corpo da Chesf, que realmente ama a camisa que veste. Tudo isso é fundamental para o futuro da Empresa. Com a coesão e a

competência dos profissionais da Chesf, sabendo como agir sobre cada problema, isso tudo contribui. A Eletrobras e suas subsidiárias são uma grande empresa e esse tamanho favorece uma integração em todos os sentidos, permitindo vencer os desafios que se apresentam no momento. Os desafios são muito grandes, mas, com tecnologia, com o conhecimento, com a gestão e com esse espírito de equipe que a Chesf tem, nós vamos suplantar isso tudo. RC - Que mensagem o senhor deixa pra a Chesf neste momento? Carvalho Neto - Quero deixar uma mensagem para todos os chesfianos, mostrando a admiração que nós, da Holding, temos por essa Empresa. A Chesf é uma pérola do nosso colar. Temos certeza absoluta que com a condução que está sendo feita por essa diretoria, pelos gerentes e pelos empregados é muito boa, ressaltando a liderança do presidente Varejão. Temos desafios pesados, complexos, difíceis, mas a Empresa já suplantou tantos outros, esses também serão vencidos. A Região Nordeste é rica em energia eólica, solar, é em energia maré motriz. São diversas fontes novas que se apresentam e ainda com um sistema de transmissão em expansão gigantesca. Além disso, a Chesf participa de grandes troncos de interligação nacional, enfim, uma série de investimentos que iremos fazer e que impulsionará o desenvolvimento tecnológico, metodológico e os novos processos. Tenho visto a Chesf atuando e de uma forma muito integrada com a Holding. Tenho a certeza de que a Chesf vai vencer todos esses desafios como sempre fez em toda sua história.

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INCLUSÃO

Acima, mesa de honra e público de chesfianos prestigiando o evento no Auditório Sede

Dia de Luta Por Vinícius Lima

Palestrante Edmilson Silva, coordenador de Desenvolvimento Econômico da Sead

Em alusão ao 21 de setembro, Chesf debate questões sobre a pessoa com deficiência Oficializado em 14 de julho de 2005, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência ficou definido como sendo 21 de setembro, ainda em 1982, durante o Encontro Nacional dos movimentos e entidades ligadas à causa. A escolha se deu por esse dia ser, também, o Dia da Árvore e se aproximar do início da primavera. Representava-se, assim, o nascimento de um novo momento de reivindicações de cidadania e emancipação dessa parcela da população no nosso País. Mais de 30 anos depois, a Chesf celebra a data e, com uma série de eventos, na Sede e nas Regionais, promoveu o debate, a reflexão e a conscientização dos empregados para o tema. No evento de abertura, no dia 17 de setembro, no Auditório Sede, o coordenador do Comitê de Acessibilidade e Inclusão da Empresa, Luiz Loreto, falou das conquistas alcançadas na quebra de barreiras arquitetônicas dentro dos nossos edifícios, e no avanço quanto à superação das barreiras atitudi-

nais. À Revista Chesf, Loreto alertou para a existência, ainda, de entraves que limitam o exercício pleno do trabalho de empregados com deficiência: “o que temos de compreender é que isso é reflexo daqueles obstáculos mais profundos que nos limita a própria cidadania da pessoa com deficiência (PCD)”, argumentou.

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Na oportunidade, o presidente Antônio Varejão, acompanhado dos diretores Mozart Arnaud (DO) e Helder Falcão (DA), destacou o aumento de empregados PCD nos quadros da Chesf, hoje, um total de 169 – sendo 368 empregados e dependentes atendidos pelo PAPD –, e chamou a atenção para a necessidade de vencermos o preconceito, “o maior grave dos problemas”, avaliando e mudando nossos comportamentos. Para reverter esse quadro e dirimir os obstáculos dentro da Companhia, durante os meses de outubro e novembro, a Divisão de Educação Corporativa (DAEC) e o Comitê promoveram a oficina “Repensar e Conhecer as Diferenças”, para os empregados da Sede e Regionais e jovens aprendizes. Empregados com deficiência, experientes no debate da temática, foram deslocados para dialogar com colegas chesfianos dos outros Estados. Francisco Leonard, um dos palestrantes, deficiente visual, ficou responsável por ministrar a Oficina nas cidades baianas de Sobradinho e Salvador. “O momento foi muito bom, com um público na Regional que aceitou bem o tema e interagiu, com debate e participação. Faltam melhorias, mas estamos no caminho certo”, avaliou o analista de sistemas da STI.

Em Fortaleza (CE) e Teresina (PI), o jornalista cadeirante da CER Vinícius Lima promoveu, durante a apresentação da Oficina, um debate e dinâmicas para provocar nos chesfianos sem deficiência a impressão das dificuldades pelas quais passam as pessoas com deficiência. “Eles já puderam ter uma boa noção de como as coisas são difíceis, quando tivemos dificuldades em encontrar cadeiras de rodas para realizar as dinâmicas, mas avançamos”, avaliou.

BENEFÍCIOS CHESF: SAIBA MAIS Destinado aos Empregados Pessoas com Deficiência (PCD), a Chesf criou o Programa de Assistência à Pessoa com Deficiência (PAPD), que garante o reembolso de 90% para a compra de aparelhos ortopédicos, auditivos, materiais como órteses e próteses e cadeiras de rodas. O empregado pode ter acesso, por exemplo, a materiais de apoio didático e pedagógico e equipamentos de tecnologia assistiva. A Empresa disponibiliza, ainda, suporte para tratamentos médicos e hospitalares, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapias ocupacionais e alternativas. Além disso, o empregado atendido pelo PAPD tem acesso a Auxílio Transporte, de acordo com sua faixa salarial. Outro instrumento que o chesfiano deve conhecer, que beneficia e atende às pessoas com deficiência, é o Programa de Acessibilidade da Chesf (Proacessi). Braço executor do Comitê de Acessibilidade e Inclusão, o Programa existe para desenvolver e implementar, no âmbito da Empresa, políticas de sensibilização e conscientização de gestores, empregados, fornecedores, estagiários, jovens aprendizes e da comunidade em geral. O intuito é remover obstáculos, sejam eles arquitetônicos, ambientais ou atitudinais, à acessibilidade, à comunicação e à informação inclusiva, promovendo reflexão no dia a dia da Companhia sobre princípios que valorizem a diversidade humana, combata o preconceito e a exclusão social.

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POR ONDE ANDEI

“...do lado de cá do outro lado do mundo” Por Vinícius Lima

11 de setembro, 2014. À noite, não houve apagão em Santiago. Naquela quinta-feira, já meu quarto dia no Chile, as manifestações em alusão (e contrárias) ao golpe de 1973 – e em memória do ex-presidente socialista, Salvador Allende, “suicidado” pelos militares - transcorreram dentro da normalidade: oito policiais feridos à bala, viaturas depredadas, ônibus queimados, manifestantes presos. Mas as luzes não se apagaram, como em alguns anos anteriores, há quase trinta anos, desde que os protestos de rua tornaram a suceder – a partir da campanha do “Não”, no plebiscito ocorrido no ocaso do governo fascista de Augusto Pinochet. Na manhã do dia 12, a cidade estava devidamente em pé, tudo no seu lugar. Um papel picado nas ruas limpíssimas da capital chilena não se via. Reflexo de um povo repleto de idiossincrasias. Não é de revoluções, contudo, que se trata esse relato. E sim de férias, minhas primeiras em terras estrangeiras, e de ver um outro mundo numa silla de ruedas (cadeira de rodas).

No Cerro de San Cristóban, em Santiago do Chile

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Aterrissei, junto à minha amiga e parceira Amanda Queirós, no aeroporto Arturo Merino Benitez, na periferia de Santiago, na noite do dia 7 de setembro. Aí, aquela coisa: esperar a cadeira de rodas, as bagagens, Imigração, pegar um táxi, hotel, cama. Que fazer à meianoite de um domingo? Foi na segunda-feira, 8, que a viagem começou. E começou mal. Pois a imagem que se vislumbrava no horizonte das férias parecia pouco promissora: um atentado à bomba, numa estação de metrô em que, por pouco, não descemos; um taxista que nos livrou do “bombazo”, mas deu uma mostra de quão é possível ser preconceituoso com pessoas com deficiência, em coisa de dez minutos; e as distâncias mal calculadas por conta de um mapa canhestro para turistas que bagunçou toda a agenda. A tarde daquela segunda-feira melhoraria sensivelmente, mas demoramos a digerir os mal-estares da manhã, e a terça-feira, com muita arte e história andina dentro de museus, não foi lá tão superior, graças a um frio de rachar ossos de cristal. Apesar de tudo, Santiago já estava conquistando, sem me aperceber, meu coração de sangue latino, e, passando por onde nunca fui, nesta condição de pessoa com deficiência,

Em baixo, frente do Palácio de la Moneda. No canto superior, mostruário de medalhas presidenciais

aquela cidade ganhava outras cores, formas e significados sob as rodas da minha cadeira (que no terceiro dia, aliás, teve uma delas quebrada no meio da avenida mais movimentada). Nas andanças, tais observações me levavam a perceber uma cidade mais acessível que as metrópoles brasileiras por onde passei, e num levantamento breve na Internet, embora com dados apenas de 2012, o que parecia evidente foi atestado. No site da Fundación Nacional de Discapacitados (Fundação Nacional de Deficientes), o presidente da organização falava que, em 2009, 75% da frota de ônibus santiaguina já era adaptada, com pisos rebaixáveis. Sobre as ruas e calçadas, conversando com um funcionário do Palácio de la Moneda, a Sede do Governo Chileno, sem muita precisão, o rapaz arriscou que 90% das calçadas da cidade teriam rampas e pisos táteis. Mas, com certeza, minha apuração constatou mais da metade das estações de metrô com elevadores para o uso de pessoas com mobilidade reduzida – todos, aliás, com avisos contundentes dizendo qualquer coisa assim: “se você anda, pode usar a escada, mas isso não vale para todos. Respeite”. É preciso alertar: as contradições discrepantes desta terra e seu povo que mais saltaram aos olhos começaram quando outros

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dados sobre inclusão social me fizeram ver nosso País como exemplo para o Chile. Ao passo que a capital tem acessibilidade invejável, uma limpeza das ruas inequívoca (o Rio é lindo, mas Santiago é um brinco!) e o povo cuida dos cachorros de rua – que ele próprio abandona –, fazendo-os um cartão postal muito peculiar daquela paisagem, segundo o censo de 2012 daquele país, 94% das pessoas com deficiência acima de 24 anos nunca recebeu nenhum tipo de assistência médica ou fisioterápica, e 56% da população com deficiência é indigente, atendida pelo precário sistema público de saúde. Mesmo sem esses dados, já era possível ter uma noção de como o chileno, de modo geral simpático e solícito, trata suas personas con discapacidad: quase todos os cadeirantes que percebi pelas ruas eram mendigos, ou gente muito humilde, pouco assistida pela sociedade como um todo. Mas que Chile era aquele, de números tão promissores, e igualmente infelizes, e gente tão solidária? Sim, porque, a despeito do taxista, o trato daquele povo nos dias que passaram para conosco foi só melhorando. Se o sr. Jorge Waghorn, que nos levou a um belo passeio nos Andes, nos disse que o chileno esconde seus deficientes por vergonha e conservadorismo históricos, nos ônibus, as pessoas se prontificavam a nos ajudar, sem que sequer pedíssemos (até uma criança, de não mais que 12 anos, nos ajudou a entrar com a cadeira!). Com paciência e um “aprender a lidar”, aquela gente, que no início da viagem, especialmente no hotel, só se dirigia à minha

amiga, passou a conversar comigo, diretamente, e as barreiras foram se quebrando. No meu último dia, com os males superados, o tempo pareceu conspirar para uma das visitas mais importantes e menos improvavelmente emocionantes do roteiro: com uma chuva que se avizinhava e ameaçava o “Turandot”, ópera que assistiria à noite daquele sábado, fui ao Museo de La Memoria y de los Derechos Humanos (Museu da Memória e dos Direitos Humanos), onde o Chile montou dois andares de exposição permanente sobre a trágica história política que durou quase 20 anos e ceifou a vida de 11.700 pessoas, aproximadamente, entre homens, mulheres, crianças, comunistas ou não, torturados, fuzilados, desaparecidos nas montanhas andinas e nas águas do Pacífico. A história batia com força e as palavras em espanhol, ora ditas, ora escritas (por letras infantis de crianças vítimas da tirania) machucavam a alma e nos alertava para duas Estátua do ex-presidente Salvador Allende

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Canto esquerdo superior, casa de Pablo Neruda; abaixo, na Casa Concha y Toro. No lado direito, em frente ao relógio das flores, em Viña del Mar

coisas: nosso País se calou diante das barbaridades que igualmente cometeu, enquanto eles a escancararam, e nós não podemos de forma alguma deixar que algo daquela magnitude e crueldade se repita. Descobri, ao longo da viagem, um Chile de muita simpatia e cordialidade. Descobri um Chile de vinhos deliciosos e redescobri o vinho, de 27 anos, velho e macio (ah, como é bom beber e aprender e saber mais do mundo!); um Chile frio, mesmo que ensolarado, de gente rica e blasé no alto das belas montanhas de Valle Nevado, a estação de esqui mais badalada – e cara – daquelas redondezas; e outro jovem, de gente bebendo em bares e falando em várias línguas nas ruas charmosas de Viña del Mar. Andei por onde o sol parece mais laranja, o mar mais azul e pacífico, lá, do lado de cá do outro lado do mundo. Descobri. E foi magnífico!

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REGULAÇÃO

Mais eficiência Por Tatiana Learth

Atuação da Coordenadoria de Regulação contribui para economia de 10% em valor de multas, além de cancelamento de Termo de Notificação da Aneel Redução de multas, agilidade e qualidade no relacionamento com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com Associações do Setor Elétrico. Esses são alguns dos destaques da Coordenadoria de Regulação (CRG), criada este ano, marco da atual gestão da Chesf. Comandada por Roberto Pordeus, a CRG, em parceria essencial com as áreas técnicas, conseguiu reduzir em cerca de 10%, em 2014, o valor a ser desembolsado pela Chesf em multas. “Tivemos, inclusive, um Termo de Notificação que foi arquivado, com a devida argumentação da área técnica responsável”, destacou o gerente, lembrando que casos como es-

ses poderiam resultar em pagamento de milhões de reais. O grande desafio da Empresa para evitar penalidades de origem regulatória é agir preventivamente nas questões de maior risco. “Nosso papel tem sido integrar as ações de origem regulatória e articular o relacionamento com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) visando, sempre, a maximização dos ganhos da Chesf. Para tal, contamos com total apoio da Diretoria”, informou. Junto com associações de empresas transmissoras e geradoras de energia elétrica, a Chesf contribui com sugestões para alterar duas importantes resoluções da Aneel, que permitirão que as empresas sejam ressarcidas pelo investimento em instalações que mantêm e operam. A CRG e representantes das áreas técnicas têm conseguido argumentar com a Aneel em questões relevantes que afetam significativamente a receita, seja aquela relativa à base de cálculo de multas, como também à obtenção do reequilíbrio econômico-financeiro de alguns Contratos de Concessão. “A Agência tem sido sensível aos argumentos”, revelou Pordeus.

Equipe da Coordenadoria de Regulação da Chesf. Abaixo, à esquerda, Roberto Pordeus

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CULTURA PARA LER

Ventos do Nordeste

Dois momentos que marcaram os 30 anos do Coral Chesf Recife

A vida é música Por Paulo Pereira

Coral Chesf Recife comemora 30 anos de valorização da música

MÚSICA E BEM ESTAR

Cantar para espantar todos os males. O ditado popular é uma verdade experimentada há muito tempo e hoje já é uma forma de beneficio para várias áreas da vida. Além de ser uma manifestação cultural, arte e expressão, a música pode fazer muito bem à saúde física e mental de quem a tem como prática para além de um simples hobbie. O registro mais antigo sobre o uso da técnica vem por volta do ano 1000, deixado pelo médico e filósofo persa Avicena. O especialista prescrevia canções, além dos remédios, para aliviar a dor. Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconheceu a importância de inserir a música nos centros multidisciplinares de saúde. Existem clínicas integralmente dedicadas ao método, além de hospitais que adotam a musicoterapia e a cantoterapia para amenizar e até curar sintomas.

Leniê Campos Maia, professora da área de patologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), coordena o Programa “Mais”, que tem o de objetivo levar arte ao ambiente hospitalar. Ela conta que o local, por si só, já traz uma atmosfera de medo, angústia, sofrimento e, por ter uma proximidade com a morte, produz um nível de estresse muito grande. “O estresse é um retardador do processo natural de cura e uma forma de procurar reduzi-lo é utilizar a arte como vetor terapêutico complementar. O contato com o fazer criativo, com o contemplar da arte, ativa as áreas do cérebro responsáveis pelo prazer, liberando endorfina e funciona como antagonistas dos hormônios do estresse. E a música produz esse efeito de forma mais aguda e mais intensa, despertando prazer, paz, serenidade e bem estar”.

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A médica Cláudia Vilela, do Hospital das Clínicas da UFPE, trabalha com o Projeto “Música para o Coração e a Alma na UTI”, desenvolvido por estudantes e professores de Música, voltado para a musicoterapia que ajuda na recuperação dos doentes. “Desde a antiguidade, a música é utilizada para acalmar e ter algum efeito sobre o corpo. O coral, por exemplo, faz com que as pessoas fiquem mais unidas, mais próximas, mais tranquilas, há uma melhora na memória e na afetividade”, explica a especialista. PARA ALÉM DO CANTAR Este ano, o Coral Chesf Recife completou 30 anos de atividades. Dentre suas inúmeras apresentações relevantes, destaca-se o I Festival Internacional de Canto Popular Europa Y Sus Cantos, realizado em Barcelona, na Espanha, em 1998, quando conquistou medalha de bronze. Um feito inédito para corais nacionais de empresas. De acordo a coralista e coordenadora do CDSH, Socorro Fernandes, o Coral Chesf Recife permite “difundir valores éticos e morais relacionados à arte da música, incentivando a capacidade de autoexpressão, reforçando a autoestima e promovendo o exercício da cidadania, através do respeito ao patrimônio cultural da cada Região, além de estimular a integração, o trabalho em equipe, a valorização da diversidade dos seus integrantes por meio da musicalidade”.

Fundado em 1984 pela então Assessoria de Comunicação Empresarial da Chesf (ACE), o Coral Chesf Recife realiza uma média de duas apresentações mensais e várias no período natalino. No ano de 2006, o Coral lançou seu primeiro CD, composto por uma variedade de estilos, sempre valorizando a música regional nordestina. Maestro do Coral já 12 anos, Jadson Oliveira, diz que o grupo é importante não só para empresa como também para a cultura da música. “Ela combate os males causados pela correria do dia a dia da vida moderna, e observo que as pessoas que cantam no Coral têm suas tensões aliviadas e saem dos nossos ensaios e apresentações mais leves e com melhor predisposição para outras atividades”, destaca. Aos 79 anos, Ledinha Bezerra é uma das fundadoras do Coral Chesf Recife e integra o grupo nessa trajetória de 30 anos. Tem nessa atividade uma de suas prioridades de vida, principalmente pelo contato com os amigos, considerando-os uma verdadeira família. “A música tem toda importância em minha vida, eu canto no grupo, canto em casa, canto em todo lugar”, diz. José Roberto também integra o Coral e reafirma a importância da música na vida de quem a inclui no seu cotidiano. “O Coral Chesf não me ensinou somente técnicas de empostação da voz. Trouxe para o grupo, o benefício de conviver numa grande e heterogênea família”, enfatiza.

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EDUCAÇÃO

Cerimônia da Aula Inaugural do Curso de Medicina em PA

Mudança pela educação Por Paulo Pereira

Chesf contribui para implantação do Curso de Medicina em Paulo Afonso A Educação como elemento transformador. Esta foi uma das mensagens proferidas na aula inaugural do Curso de Medicina, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizada em setembro, no Auditório do Memorial Chesf, em Paulo Afonso (BA), marcando o início das atividades do Campus na região. A solenidade de abertura contou com a presença do diretor de Desenvolvimento da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC), Vinícius Ximenes, representando o ministro Henrique Paim; do chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Educação da Bahia, Paulo Pontes; do prefeito de Paulo Afonso, Anilton Bastos; do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Marcondes; do presidente da Chesf, Antônio Varejão, e do reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima, além da participação especial da aluna de Medicina, Daniele Cerqueira. Também participaram do evento os diretores Helder Falcão (DA) e Pedro de Alcântara (DF). Varejão destacou a satisfação por estar testemunhando a concretização dessa importante

ação para a cidade de Paulo Afonso e para o crescimento da educação na região. “A Chesf é um agente público que se compromete com a sociedade e vem, agora, através dessa iniciativa, contribuir com a transformação da realidade local pela educação. “Mudar é difícil, mas é possível”, afirmou, citando Paulo Freire. “A Univasf é uma importante conquista, não só para Paulo Afonso, mas para toda a região. Com o curso de Medicina disponibilizamos para a comunidade profissionais qualificados dessa área, contribuindo para suprir a demanda desse serviço, fixando-os em nossa terra”, afirmou o prefeito da cidade. O reitor evidenciou a participação da Chesf, considerando-a como “a principal parceira na implantação do Campus, destacando o empenho da Empresa em realizar todo o processo de forma planejada e da melhor maneira possível”. O Campus em Paulo Afonso é uma parceria entre Univasf, Chesf, Governo do Estado da Bahia e Prefeitura Municipal. Provisoriamente, o curso de Medicina que atenderá aos primeiros 40 alunos, funcionará nas instalações do Serviço de Ensino Técnico Operacional de Paulo Afonso (SPTO), disponibilizadas pela Chesf. O local foi reformado para receber salas de aula, laboratórios, biblioteca e salas administrativas, até que o Campus seja construído num terreno com 96 mil m², doado pela Empresa. A previsão é de que, em aproximadamente dois anos, seja concluída a transferência da administração do Hospital Nair Alves de Souza (HNAS) para Univasf. Para atingir esse objetivo, já estão sendo discutidas metodologias de incorporação do Hospital pela Universidade. O evento foi finalizado com a aula de Vinícius Ximenes, que é médico sanitarista e professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba.

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ARTIGO

Encontro de expectativas “... por uma Empresa e um mundo melhor, mais inclusivo, acessível e solidário” Por Luiz Loreto

Em 2011, quando um grande grupo de pessoas com deficiência entrou na Chesf para compor o quadro de empregados, aconteceu um encontro de expectativas. De um lado, os novatos, com deficiência física, auditiva, visual ou intelectual, vendo realizado o sonho de ingressar nesta importante Empresa. Do outro, os empregados da Casa, muitos deles assustados por ainda não saber como lidar com essa turma que aportava em terreno chesfiano. Dos dois lados, interrogações. Ocorreu o encontro, e foi bom. E esse encontro é contínuo e, ao meu ver, corre em ritmo equilibrado – como tem que ser. Adequações foram feitas, rampas erguidas, principalmente as rampas da alma, que não só aproxima colegas, mas constrói amizades. Como coordenador do Comitê de Acessibilidade e Inclusão da Empresa vejo, a cada dia, diferenças diminuindo. Não observo pessoas com deficiência no meio de pessoas sem deficiência aparente: vejo profissionais exercendo seu trabalho com empenho, cada um buscando respeitar e reconhecer as diferenças uns dos outros. Diferenças? Sim, elas existem para nos mostrar que nisso somos inequivocamente iguais: no fato de sermos diferentes. Nossa Companhia tem se empenhado, por meio de programas como o Proacessi e o PAPD, em proporcionar, paulatinamente, ao máximo possível, às pessoas com deficiência que aqui trabalham, os recursos para que vivam e produzam com qualidade e eficiência. Em setembro, nos juntamos para refletir sobre o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência e, no próximo 3 de dezembro, o Dia é Internacional. Até lá, a Oficina “Repensando as Diferenças” será realizada nas Sede e Regionais. Tudo sendo preparado para dirimir dúvidas e diminuir distâncias. Hoje, somos uma equipe formada por pessoas muito diferentes umas das outras, mas uma equipe. Nosso próximo passo é avançarmos por uma Empresa e um mundo melhor, mais inclusivo, acessível e solidário.

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CIDADANIA

FOTOMEMÓRIA FOTOMEMÓRIA FOTOMEMÓRIA

Acima, construção do Reservatório de Xingó, iniciada em 1987; abaixo, enchimento em 10 de junho de 1994

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NATAL SOLIDÁRIO CHESF Vamos fazer um Natal de união e harmonia! Em 2014, o Espírito de Natal invade a Chesf de uma forma diferente. Vamos homenagear colegas prestadores de serviço que participam do nosso dia a dia. Escolha uma criança, filho(a) desses trabalhadores, para presentear. Os nomes estão na Árvore de Natal instalada em sua Superintendência. Participe da Campanha Natal Solidário Chesf.


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