Manual de Madeira na arquitetura contemporânea
de estudantes para estudantes
Foto de capa: @Takumi Ota. Disponível em: https://bit.ly/1P6lDez
Este manual foi elaborado entre 2018 e 2019 como projeto de extensão conhecer, refletir e inovar na construção civil, curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Autores: Bianca Freitas, Camila Garus, Christian de Oliveira e Emanuella Bruning Orientador: Cervantes Ayres Filho
Foto disponível em: https://bit.ly/2Me4LSV
4
Sumário: Introdução.............................................................................................7 O papel da madeira na nova arquitetura......................11 CLT: como funciona?..................................................................25 Dúvidas, limitantes, preconceitos....................................33 Estudos de caso...........................................................................49 Referências e anexos................................................................75
5
6
Reino Unido, França e Bélgica vistos do espaço. Foto disponível em: https://go.nasa.gov/2wTOI6Z
Introdução: No contexto de mudanças climáticas e esgotamento dos recursos naturais, a sociedade se vê na urgência de mudança. A construção civil, nesse momento, também começa a reconhecer seu papel como uma das principais responsáveis pela degradação do meio ambiente. Ao passo que a tecnologia evolui, encontramos alternativas ambientalmente mais amigáveis para a construção civil. Uma delas é a utilização da madeira de forma industrializada, que será abordada neste manual. Esse manual foi elaborado por estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná como projeto de extensão durante o ano de 2018 e 2019. Seu objetivo é conferir uma introdução aos novos métodos construtivos da madeira, com o foco em estudantes que estão aprendendo a projetar. Utilizamos uma linguagem acessível e didática, diagramas e diversas imagens para que o alcance deste conteúdo seja o maior possível. Caso o manual desperte o interesse de quem lê (como esperamos!), talvez o dirija para um aprofundamento dos temas aqui apresentados. Leituras por nós recomendadas se encontram ao final do manual. Ansiamos para que essas ideias se popularizem e, quem sabe, a prática de projeto dentro da própria universidade comece a mudar, e que isso se amplie para vida profissional.
Os autores
7
Arquitetura e o aquecimento global - Poluição, superpopulação, esgotamento de recursos naturais: A construção civil é um dos grandes responsáveis pelas mudanças climáticas recentes. A produção de concreto, por exemplo, é responsável direta por 5% das emissões humanas de CO2¹. Para se fabricar uma tonelada de cimento, são emitidas mais que cinco toneladas de dióxido de carbono, sem contar a poluição proveniente do seu transporte e danos físicos da mineração². O aço, outro protagonista na indústria da construção global, exige grandes quantias de energia elétrica para ser fabricado, um problema quando a matriz energética de um país é dependente de fontes não renováveis. Mais da metade das sete bilhões de pessoas do mundo já está vivendo em ambientes urbanos. É previsto que, até 2050, teremos quase dez bilhões de habitantes, 75% desses vivendo em cidades³. Os prédios que são hoje construídos raramente levam em consideração aspectos como eficiência energética, reciclabilidade dos materiais construtivos, autonomia em eletricidade e afins. As metrópoles crescem num ritmo acelerado e os recursos se extinguem rapidamente, quando não são geridos da maneira correta. A arquitetura, diante desse cenário, precisa se posicionar. Não haverá um futuro digno se não reconhecermos nosso papel social e ambiental. Devemos, nesse momento, entender e assimilar as novas tecnologias que permitem contribuir para um futuro mais justo.
Qual é a ideia? Considerando esse contexto de necessidade de ação, a construção de edifícios é uma área que pode se beneficiar enormemente de uma tecnologia mais ecológica do que as mais comumente utilizadas: a construção com madeira. Projetos mais ecológicos podem ser realizados em diferentes escalas - dos elementos estruturais à eficiência energética. O que compilamos neste manual contempla os aspectos construtivos.
8 8
Foto disponível em: https://go.nasa.gov/2wTOI6Z
Extremos climáticos são hoje mais comuns do que nunca. Estamos a um passo de um caos ambiental irreversível, a não ser que as medidas necessárias sejam tomadas. A arquitetura tem que reconhecer seu papel e, diante desse cenário preocupante, se engajar. Foto disponível em: https://bit.ly/2QFRoO4
9 9
Foto disponível em: https://bit.ly/2oRFXH3
10
O papel da madeira na nova arquitetura 11
O motivo ambiental: Madeira é reconhecidamente um material ecológico, desde que explorada e utilizada da maneira correta. Uma árvore, enquanto cresce, absorve CO2 atmosférico e o transforma em carbono orgânico, que fica armazenado no tronco até sua morte e decomposição. Esse carbono é então liberado novamente para a atmosfera ou permanece no solo na forma de outras moléculas orgânicas. Enquanto outros materiais construtivos passam por processos industriais intensos, a madeira pode ser utilizada quase sem nenhum beneficiamento. Assim, uma estrutura erguida com madeira também é responsável pelo sequestro de carbono atmosférico. Quando concluído, o edifício pode ter um crédito negativo de emissões, ou seja, apenas absorveu, e quase nada emitiu. Estudos apontam que, para cada metro cúbico de madeira utilizada em estruturas, é sequestra uma tonelada de CO2 atmosférico4. Para que a madeira possa ser utilizada em construções, é exigido um manejo correto, de modo a minimizar o impacto ambiental - ou seja, zero desmatamento. Desta forma, temos que considerar as matas reflorestadas, que podem permitir esse tipo de exploração econômica sem sacrificar o meio ambiente. O Canadá faz uso de suas florestas boreais naturais há tempos, e mesmo assim a área do país coberta por mata é estável ao longo dos anos5.
Gráfico adaptado do Athena EcoCalculator, comparando a proporção dos impactos ambientais provenientes do uso da madeira, aço e concreto. É nítido o destaque da madeira como material ecológico. Foto: @Dovetail Partners (Athena ecocalculator). Disponível em: https:// bit.ly/2NwORDw
12
No Brasil, a espécie mais apta para exploração econômica é o Pinus. A espécie não é nativa do país - foi introduzida ainda na década de 30. Porém, foi apenas quatro décadas mais tarde que, através do melhoramento genético e incentivos fiscais, começou-se a explorar economicamente essa espécie. Temos 1,56 milhão de hectares de mata de reflorestamento de Pinus - 38,7% é utilizado para produzir carvão vegetal (para uso em termelétricas), enquanto 16,4% torna-se madeira estrutural6. O potencial é grande.
Distribuição do plantio de Pinus pelo Brasil e parcela pela qual cada estado é responsável na produção nacional. A região sul se destaca com aproximadamente 85% da produção nacional da Pinus. Mapa disponível em: https://www.ipef.br/estatisticas/relatorios/anuario-ABRAF13-BR.pdf
Quantos hectares de plantio de Pinus têm os principais estados produtores. O Paraná é o líder, com quase 620 mil hectares, seguido por Santa Catarina com 540 mil. Mapa disponível em: https://www.ipef.br/estatisticas/ relatorios/anuario-ABRAF13-BR.pdf
13
No passado: A madeira é usada como material construtivo há milhares de anos. A tipologia clássica de templo grego, por exemplo, surgiu a partir do Templo de Isthmia (650 a.C.), feito de madeira. Na arquitetura chinesa e japonesa, a madeira ganhou expressividade na construção dos grandes palácios e templos, como a Cidade Proibida de Pequim, que data do século XV. O edifício de madeira mais antigo e ainda de pé é o templo de Horyu-ji, no Japão, concluído em 6077. Quando tratada da maneira correta, a madeira é tão durável quanto o concreto ou aço. A longa tradição da construção com madeira veio a constituir culturas que veem o material como sinônimo de conforto e proteção - algo que remete ao lar e à habilidade artesanal. Porém, a partir da revolução industrial, com a popularização de novas tecnologias construtivas e a expansão das grandes metrópoles modernas, a madeira perdeu espaço. Hoje a madeira tem pouca participação nas cidades brasileiras, e mesmo na arquitetura residencial possui um papel periférico, ornamental.
Na cidade contemporânea, a madeira perdeu espaço. Foto disponível em: http://challenge2050.org/brazil/
14 14
Cidade proibida de Pequim - Salão da Harmonia Suprema. Feito de madeira, foi reconstruído pela última vez em 1697. É uma das maiores estruturas de madeira da China. Foto disponível em: https://bit.ly/2oR6dRJ
Templo de Horyu-ji, no Japão, concluído em 607. Localizado na cidade de Ikaruga, é a mais antiga estrutura de madeira ainda de pé. Foto disponível em: https://bit.ly/2IiauGl 15
15
No presente: Nas últimas décadas, tecnologias inovadoras abriram portas para novas possibilidades de aplicação da madeira na construção civil. As madeiras engenheiradas - que passam por processos industriais, como cola e prensa - expandiram os horizontes de possibilidades estruturais, plásticas e são uma resposta às preocupações ambientais. Um tipo de madeira engenheirada é a CLT - Cross Laminated Timber, ou Madeira Laminada Cruzada.
Sequência de montagem de uma placa de CLT: tábuas são organizadas paralelamente, formando uma camada. As camadas seguintes são dispostas perpendiculares à camada anterior, resultando numa chapa.
Esse material consiste na colagem e prensa de consecutivas lâminas (tábuas, lamelas) de madeira. A CLT normalmente tem 3, 5 ou 7 lâminas sobrepostas, cada uma disposta perpendicularmente em relação à anterior. As colas usadas são de tipo industrial, normalmente não tóxicas, não inflamáveis e extremamente resistentes. A maioria das variantes de colas são derivadas do formaldeído - tóxico, porém admitido pela legislação em quantias que não ofereçam riscos aos usuários. A tecnologia já existia na primeira metade do século XX, porém só foi popularizada com o advento de novas colas, mais resistentes, e da evolução do processo industrial de fabricação.
16
Placas de CLT com 5 lâminas de madeira. É este o aspecto tradicional do material Foto disponível em: https://bit.ly/2NZxFaR
Na produção das camadas da CLT usam-se tábuas com seções de dimensões próximas, inclusive provenientes de espécies de árvores diferentes. As camadas em conjunto, após serem coladas e prensadas, criam uma placa de resistência relativamente uniforme e previsível, eliminando a variação que é natural dos tecidos da madeira quando utilizada in natura. A prática permite o uso de partes da madeira que seriam dispensadas na produção de vigas ou colunas maciças, como os nós. Além disso, é possível criar peças de grandes dimensões, que nas técnicas tradicionais iriam exigir árvores com troncos de proporções respeitáveis, não muito comuns e economicamente inviáveis na maioria dos casos. Após as placas serem coladas e prensadas, peças individuais podem ser cortadas de acordo com as dimensões exigidas para cada projeto.
Fabricação das chapas de CLT. Na foto as lâminas já estão dispostas paralelamente, para que então a cola industrial seja aplicada. Seguindo essa etapa, teriamos o depósito da próxima camada de lâminas perpendiculares às anteriores. Posteriormente a placa será prensada. Foto disponível em: https://bit.ly/2N1yTpC
17
Acima, placas de CLT após coladas e prensadas. É possíver notar as diferenças de dimensões entre as tábuas e orientação dos veios. Foto disponível em: https://bit.ly/2cBSdmO Abaixo, ambiente de produção industrial de CLT. Foto disponível em: https://bit.ly/2wRjoWq
18
Placa de CLT com três camadas sendo prensada logo após a aplicação do adesivo industrial. Foto disponível em: https://bit. ly/2MZzmJ4
Parede de CLT com as aberturas (programadas pelo projeto arquitetônico) cortadas ainda na fábrica. Foto disponível em: https://bit. ly/2wVAS4R
19
Outros tipos de Madeiras: A tecnologia da cola e prensa de seções de madeira também é utilizada em tipologias um pouco distintas. Dentre elas, podemos citar a Laminated Strand Lumber (LSL), Laminated Veneer Lumber (LVL) e Glued Laminated Timber (Glulam). Cada uma dessas categorias pode variar na espessura e largura das lâminas e orientação da colagem. Podem ou não ser usadas de maneira intercambiável no projeto arquitetônico, a depender da demanda estrutural, desempenho contra fogo exigido e aspecto estético desejado.
LSL - Madeira Laminada Serrada
LVL - Madeira Laminada Folheada
CLT - Madeira Laminada Cruzada
Diagramas representativos dos outros tipos de madeiras engenheiradas. Retirado e adaptado do livro “The Case for Tall Wood Buildings”, de Michael Green.
20
Glulam é a sigla para Glued Laminated Timber, ou Madeira Laminada Colada. É formada através da cola de várias tábuas de madeira com até alguns centímetros de altura, de maneira similar à CLT. Porém, o que distingue os dois sistemas é a orientação das lâminas: para a Glulam, são todas paralelas. Comparável à CLT, a Glulam tem boas propriedades estruturais, também se configurando como um das alternativas ecológicas para a construção civil contemporânea. É normal a sua aplicação associada à CLT e também em elementos como pilares e vigas.
Placa de Madeira Laminada Colada durante o processo industrial de fabricação. Ao contrário da Madeira Laminada Cruzada, a Glulam tem todas as suas tábuas dispostas paralelas entre si. Foto disponível em: https://bit.ly/2y68j5g
21
Seção de uma peça de LSL. A orientação das lascas de madeira são bem visíveis. Foto disponível em: https://bit. ly/2RyIUte
A LSL, Madeira Laminada Serrada, é uma chapa similar ao OSB (Painel de Tiras de Madeira Orientadas) que consiste no arranjo de vários pequenos pedaços de madeira, organizados paralelos ao eixo longitudinal da placa a ser fabricada. Da mesma maneira que a CLT, a LSL é colada e prensada, conferindo uma peça de resistência previsível, com bom desempenho para uso em estruturas. É popular na construção de residências de Wood Frame na América do Norte.
22
Seção de uma peça de LVL, destacando a disposição de cada folha de madeira. Foto disponível em: https://bit.ly/2OJPr5F
LVL é sigla para Madeira Laminada Folheada. Essa tipologia de madeira engenheirada consiste na cola e prensa de sucessivas lâminas de madeira, cada uma com normalmente alguns milímetros de espessura (em oposição à CLT ou Glulam, cujas tábuas chegam a ter alguns centímetros). Popular na América do Norte, sua aplicação mais comum é, junto com a LSL, na arquitetura domiciliar, mas também sendo usada na confecção de móveis e portas. Devido a limitações do adesivo industrial utilizado para a fabricação das chapas, não é recomendada para aplicação estrutural em ambientes externos. É comum encontrar a LVL usada em complemento à Glulam.
23
Foto: @Michael Green Architecture. Disponível em: https://bit.ly/2MavJe7
24
CLT: como funciona?
25
Noções básicas: Um edifício feito de madeira é, de certo modo, similar aos erguidos de concreto ou aço: pilares, vigas, paredes e pisos podem todos ser feitos a partir das placas de madeira. Sendo a produção das placas de CLT um processo industrial, ocorre o dimensionamento e pré-fabricação de todas as peças necessárias. É importante o planejamento das aberturas e dos encaixes e juntas (detalhes normalmente feitos de aço). O corte das vigas, pilares e afins são todos feitos na fábrica.
Abaixo algumas tipologias possíveis de serem usadas em edifícios de CLT:
Pilares e Vigas sustentam o piso
Paredes estruturais e piso estrutural
Piso estrutural apoiado diretamente no pilar
Vigas se apoiam em paredes estruturais - misto
26 26
Piso de CLT sendo içado sobre as vigas. Foto disponível em: https://bit.ly/2E7dKXc
Após produzidas todas as peças, elas são então transportadas para o sítio de construção e o prédio começa a ser erguido. É importante entender que as dimensões das peças podem ser limitadas pelo espaço disponível no local para a madeira ser içada, tamanho do caminhão e do contexto urbano e capacidade de produção da indústria responsável. Em ruas muito estreitas torna-se difícil a entrada de veículos de transporte grandes. Na América do Norte, o limite de uma peça única de CLT já atingido foi 17 por 17 metros. Em termos estruturais, a madeira CLT oferece várias possibilidades. Estima-se que vigas de concreto armado e CLT, de dimensões iguais, oferecem resistências semelhantes à tração e compressão - a de madeira porém, chega a ser seis vezes mais leve8.
Lakefront Kiosk, em Chicago, é um pavilhão de CLT contruído de CLT e vidro apenas. Projeto dos arquitetos Yasmin Vobis & Aaron Forrest e realizado em 2015, sua cobertura é uma peça única de madeira em formato quadrado com 17 metros de lado - a maior dimensão já atingida por uma peça do gênero na América do Norte. Foto: @Naho Kubota Photography. Disponível em https://www.archdaily.com/778301/lakefront-kiosk-ultramoderne
27
A fundação para edifícios de madeira é feita de concreto. Como o peso resultante é consideravelmente menor do que o de um prédio de concreto, se exige menos da fundação - esta , por consequência, pode utilizar menos material. Finalizada a fundação e com as peças do prédio já fabricadas, é possível erguer a estrutura extremamente rápido, em uma montagem quase análoga a peças de lego. A favor da madeira, temos ainda o fato de que esse tipo de construção cria um sítio de trabalho muito mais limpo e organizado, a benefício dos profissionais da obra esses, por outro lado, devem ser capacitados para edificações do gênero.
Peso consideravelmente menor para a mesma área construída. Com fundações de concreto menos profundas, se economiza recursos.
28 28
O desempenho térmico e acústico da madeira costuma não representar problema, já que o material tem ótimas propriedades naturais relativas a esses aspectos. As irregularidades da superfície da madeira impedem que o som ecoe no interior de um edifício. Diferentes madeiras também costumam ter baixa transmissividade térmica, fazendo com que as trocas de calor com o meio sejam menores. A transmissão sonora e térmica, em um edifício do gênero, normalmente ocorre através das juntas de aço - são essas que precisam de um tratamento distinto, a depender do contexto.
O edifício Brock Commons, em Vancouver, é composto por pisos de CLT estruturais, apoiados sobre pilares de Glulam. Foto disponível em: www.naturallywood.com
29 29
CLT é ainda um material versátil que pode ser aplicado em variantes mistas. Edifícios híbridos, por exemplo, com partes de aço, concreto e madeira. Essas alternativas podem se mostrar mais acessíveis economicamente ou, inclusive, mais fáceis de receberem aceitação pública, já que existem fortes preconceitos culturais contra a madeira. Vale considerar que dependendo do volume de materiais não renováveis utilizado, a justificativa ambiental fica muito prejudicada.
Exemplo de tipologia híbrida. Neste caso, o núcleo de circulação vertical é feito de concreto. Os pisos de CLT são estruturais e apoiados por pilares de Glulam. Encaixes de aço foram fixados no volume central para apoiar as placas de CLT. Em alguns casos, a combinação dos materiais pode conferir mais resistência a esforços laterais, por exemplo. Boa parte dos edifícios de CLT já construídos fazem uso dessa tipologia construtiva.
30 30
A maioria dos edifícios de CLT ao redor do mundo ainda é de pequeno porte. Em alguns casos, a legislação de construção com madeira foi o limitante. Em outros, incorporadoras céticas. O objetivo é que a ideia do uso da madeira seja difundida e que se proponha expandir os limites já atingidos. Um exemplo é a PLP Architecture e sua conceitual Oakwood Tower, um arranha céu de madeira em Londres com 300 metros de altura. Com o tempo, poderíamos ver o retorno da madeira às nossas cidades.
A Oakwood Tower é uma proposta do escritório PLP Architecture em conjunto com pesquisadores de Cambridge. Seguindo a tendência de adoção da madeira engenheirada na arquitetura, o prédio de 300 metros de altura seria o maior edifício de Londres e de longe a mais alta construção de madeira da história. Com 93 mil metros quadrados de área, ofereceria até mil residências. Apesar de ainda não realizado, o projeto foi concebido tendo em mente as normas vigentes anti-incêndio. Arranha céus de madeira já estão próximos da viabilidade. Foto disponível em: https://bit.ly/2ClnMAa
31 31
Foto disponível em: https://bit.ly/2yjJ0wv
32
Dúvidas, limitantes, preconceitos 33
Muitas vezes o que impede profissionais, mesmo que em treinamento, de conceber propostas arquitetônicas que utilizem madeira é a desinformação e pressões externas que reforçam preconceitos. Como será demonstrado a seguir, as novas tecnologias de madeira são sim tão eficientes quanto os materiais mais populares do mercado - a maioria dos temores se relaciona ao senso comum, e não se sustenta hoje em dia. Os pontos analisados servem para esclarecer a quem lê aspectos importantes do método construtivo, buscando auxiliar em projetos que querem fazer uso da madeira. Quanto mais a ideia é divulgada e a desconfiança atenuada pelo esclarecimento, mais próximos ficamos da real mudança cultural na construção civil, em prol de um futuro mais justo.
Wood Innovation and Design Center, projeto de Michael Green Architecture. Foto: @Michael Green Architecture. Disponível em: https://bit.ly/2MavJe7
34
Custo e competitividade: Um prédio comercial de madeira pode ser erguido em pouquíssimo tempo, entrando em atividade mais cedo e tendo retorno econômico rapidamente, o que pode justificar um eventual investimento inicial maior no sistema de CLT. O canteiro também é mais limpo e organizado, há pouco desperdício de material e economiza-se com fundações. O real custo da construção com CLT, porém, é muito relativo e depende de condicionantes regionais, principalmente de oferta do material.
A madeira CLT tem potencial de ser um material competitivo: em estudos internacionais, comparações de orçamentos entre concreto armado e CLT, para o mesmo edifício, foram favoráveis à madeira9. Porém, esses mercados já estavam mais adaptados à madeira engenheirada. O Brasil possui pouquíssimas indústrias que trabalham com CLT. Na região metropolitana de Curitiba (e no resto do Paraná) não há nenhuma. A maioria das empresas são encontradas no estado de São Paulo. Para construir com CLT aqui, é necessário transportar do estado vizinho. Como isso impacta no custo (e sobre o meio ambiente) certamente é um ponto a ser analisado. À medida que o mercado se diversifica, mais acessível será a CLT para todos - e para que isso aconteça, antes é necessário demonstrar que há demanda por esse material. Entramos em contato com indústrias de produção de CLT do estado de São Paulo para tentar obter uma estimativa de preço para a construção com madeira no Brasil. A resposta obtida foi uma média de 3000 a 5000 reais por metro cúbico de CLT. Aplicando esse valor à uma placa de madeira a ser usada como parede estrutural, de 11,9 metros de comprimento (máximo admitido no Brasil), 2,5 de altura e 16 centímetros de espessura, com 5 camadas de lamelas, obtemos uma faixa de preço que vai de 14,3 a 23,8 mil reais. Para uma laje com 2,75 metros de largura, 5 de comprimento e 20 centímetros de altura, também com 5 camadas, temos entre 8,3 e 13,8 mil reais de custo.
35
Tabela comparativa de preços entre construção com concreto armado e madeira para diferentes estados canadenses (retirada e adaptada do livro The Case for Tall Wood Buildings, de Michael Green). Foram comparadas províncias mais afastadas dos centros urbanos e áreas próximas às metrópoles. O Canadá, com uma indústria madeireira madura e maior oferta de fábricas de CLT (comparado ao Brasil), consegue fazer da madeira um material extremamente competitivo em boa parte dos cenários. Na tabela, o “Método charring” corresponde ao uso da madeira exposta, exigindo que o pré dimensionamento considere um volume extra de CLT para garantir a função estrutural em caso de incêndio (esse aspecto será melhor explicado nas páginas seguintes). Já o “Método encapsulado” se trata da proteção da madeira através do uso de revestimentos, assim exigindo um volume menor de CLT.
36
36
Limitações do partido arquitetônico: Peças de CLT e Glulam são versáteis e permitem inúmeras possibilidades plásticas (algumas delas demonstradas nos estudos de caso deste manual). Como a placa de CLT é fabricada e então cortada de acordo com as dimensões exigidas pelo projeto, há possibilidade de peças curvas, por exemplo.
Ginásio de Handebol para uma escola dinamarquesa, projeto do Bjark Ingels Group (BIG). A quadra de esportes é rebaixada em relação ao terreno, e o teto de CLT curvo cria uma espécie de morro na superfície para o uso comum. Foto: @Rasmus Hjortshøj. Disponível em: https://bit.ly/2oSKvgo
37
37
Legislação e normas: A madeira ainda tem dificuldade de se consolidar como uma protagonista dentre os materiais construtivos ao redor do mundo, mesmo em países desenvolvidos. A maioria das leis que regulamentam a construção com CLT e Glulam datam de apenas alguns anos. A legislação brasileira simplesmente não atende às novas tecnologias de madeira industrializadas.
Retirado e adaptado do livro “The Case for Tall Wood Buildings”, de Michael Green.
Nessas situações, é sugerido o uso de códigos internacionais, de nações cujas indústrias de construção já se adaptaram à CLT (Canadá e Noruega, por exemplo). Como esses países foram pioneiros no uso das novas tecnologias de madeira, eram necessários testes e projetos audaciosos que provavam as capacidades do material. Hoje, nos referenciamos a essas nações que já passaram pelo estágio inicial de adaptação à CLT como um modelo a se adotar localmente.
38
Aplicação e pré-dimensionamento: Além de buscar popularizar esse material já no ambiente de projeto da graduação, também tentamos introduzir o leitor a algumas condicionantes e características do projeto com madeira engenheirada, como veremos a seguir. A madeira pode ser apropriada pelas nossas cidades de diversos modos - no futuro, poderemos encontrá-la em praticamente qualquer lugar. A aplicação da madeira na arquitetura vai depender da configuração do projeto. Obras de grande escala, com geometrias complexas e componentes estruturais incomuns são possíveis, sim, mas terão de mobilizar toda a estrutura de uma indústria para produzir peças condizentes com dada situação, de maneira similar ao concreto pré-moldado. Nesse contexto, cada caso é um caso, e merece ser analisado com cuidado. The Smile, projeto de Alisson Brooks Architects em Londres. Construções de madeira com formas que escapam ao comum são possíveis, mas acabam mobilizando mais da indústria para sua produção. O impacto sobre o custo da edificação pode ser substancial. Foto: @Paul Riddle. Disponível em: https://bit.ly/2Ocyf6c
39
Porém, a maior parte dos projetos que realizaremos (na graduação e na vida profissional) possuem configurações mais simples. Assim, para esses casos, a aplicação da madeira pode ser guiada por tabelas de pré-dimensionamento. Elas auxiliam projetistas e calculistas apresentando os limites com os quais as indústrias normalmente trabalham e as capacidades de carga. Essas tabelas possuem especificações como: espessura mínima e máxima do painel; larguras padrão; comprimento máximo; carga máxima admitida; classificação de resistência ao fogo (para diferentes espessuras de placas); espessura e quantidade de lamelas; orientação das lamelas; etc.
Descrevemos algumas dessas condicionantes padrão, de modo a facilitar a aplicação de CLT em projetos arquitetônicos. As informações a seguir derivam das tabelas do escritório de cálculo estrutural de madeira Carpinteria, principal referência na aplicação de madeira engenheirada no país. As informações deste capítulo foram baseadas nessas tabelas e não necessariamente representam o universo de produção de madeira engenheirada (use-as como base, mas não se limite à elas!). Destacamos ainda que as informações apresentadas são um guia para o projeto, mas que em casos reais o acompanhamento de um escritório de cálculo estrutural se faz importante.
- Para as placas, as espessuras variam entre 5,7 a 25 centímetros, dependendo da quantidade e espessura das lamelas. Placas mais espessas são, naturalmente, mais resistentes a aplicações de cargas e contra o fogo, como também mais caras.
- As espessuras disponíveis para as lamelas são (em centímetros): 1,9; 2,0; 3,0 e 4,0.
- As larguras padrão dos painéis são (em metros): 2,40; 2,50; 2,75 e 2,95. Em paredes estruturais, é desejável que as lamelas externas sejam paralelas ao sentido das forças aplicadas - ou seja, verticais.
40
- O comprimento máximo admitido por um painel é, no Brasil, 11,90 metros.
No caso do uso do sistema de pilar e vigas, o dimensionamento dos elementos estruturais ocorre obedecendo às especificidades do projeto. Se para os pilares é antes necessária a análise da carga por ele recebida, as vigas podem ser pré dimensionadas seguindo algumas aproximações: vigas bi-apoiadas de madeira podem vencer até 35 metros de vão, sendo sua altura 1/17 do comprimento. Vãos maiores também podem ser obtidos, seja utilizando vigas treliçadas de CLT, até 60 metros, ou arcos de Glulam, para até 100 metros. No caso de um arco bi-articulado de Glulam, por exemplo, a altura da peça corresponde a 1/50 do vão.
The Radiator, projeto de PATH Architecture em Portland, possui associação de pilares e vigas de CLT. Foto disponível em: https://bit.ly/2Y0GXsB
Clube de Golfe em Yeoju, projeto de Shigeru Ban. O edifício possui abóbodas de madeira. Foto: @ Hiroyuki Hirai. Disponível em: https://bit.ly/2TFvNeh
Deixamos disponível, ao fim do manual, as tabelas de pré-dimensionamento do escritório Carpinteria. Esse material foi cedido a nós pelo escritório para contribuir na pesquisa e na elaboração deste manual, não sendo de autoria nossa.
41
Umidade, apodrecimento e cupins: A CLT pode perder durabilidade caso não seja bem protegida contra a umidade. Para evitar esse cenário, é necessário um afastamento da estrutura em relação ao solo, mantendo-a isolada. Mesmo na junção entre uma laje de concreto e uma parede de madeira é exigida uma membrana de proteção. Em locais mais úmidos, quando maior a distância em relação ao solo, melhor. Ainda, num cenário em que a estrutura é exposta à umidade, é fundamental permitir, com dispositivos de projeto, que ela possa secar e voltar a um estado tolerável. Se a prevenção dessas ocorrências é bem realizada, a madeira pode durar séculos. Com relação aos cupins, temos alguns artifícios úteis. A maioria dos cupins se divide em três categorias: • Cupins ou xilófagos de madeira úmida vivem em áreas úmidas; eles atacam madeira úmida e em decomposição e raramente são uma fonte primária de danos a edifícios. • Os cupins de madeira seca atacam a madeira seca e sadia. No entanto, o seu impacto nos edifícios com estrutura de madeira é muito limitado; eles são tipicamente encontrados apenas em regiões do extremo sul dos EUA e no México. • Cupins subterrâneos são a principal fonte de danos causados por insetos a estruturas de madeira na América do Norte. Eles viajam do solo úmido para a madeira, sendo então a proximidade da estrutura ao solo é um fator crítico. Desse modo, para lidar com cupins, podemos: manter um ambiente seco para a estrutura de madeira; aplicar termiticidas químicos ao solo, quando permitido pelos regulamentos de construção locais; usar sistemas de iscagem, que envenenam as colônias de cupins; usar uma barreira física tal como uma rede de arame fino, uma tela de plástico tratada com termiticida ou até uma trincheira com pequeno agregado de rocha para separar a madeira não tratada da terra adjacente. Superados esses obstáculos, a madeira demonstra ser muito durável.
42 42
Resistência a terremotos: Por ser dúctil, leve e forte, a CLT pode ser utilizada em regiões propensas a terremotos. Citamos o exemplo de um edifício de madeira que foi testado em uma mesa sísmica em San Diego, Califórnia, em julho de 2017, e obteve resultados comparáveis ao concreto e ao aço.
A avaliação possuía três etapas: tremores médios, fortes e extremos (acima de 8.0 graus na escala Richter). Os resultados mostraram que, para tremores médios, nenhum dano foi detectado, enquanto nas duas etapas seguintes os elementos de ligação entre as peças de CLT sofreram deformidades. Esses, porém, podem ser trocados, possibilitando assim que o terremoto não prejudique a estrutura permanentemente. O bom desempenho da construção se deve também à amortecedores de massa instalados na estrutura, que contribuem na absorção da energia
Testes do gênero também foram realizados em outros países, sendo os resultados obtidos também promissores. A construção com madeira em países sujeitos a terremotos é possível, sim. Estrutura de madeira sobre uma mesa sísmica, em San Diego. Foto disponível em: https://bit.ly/2F44jF6
43 43
Resistência contra incêndios: Quando se fala de CLT, temos um material resistente ao fogo. Em casos de incêndio, a face da madeira queima até a formação de uma camada carbonizada superficial, que impede que o resto do material entre em contato com o ar e assim pegue fogo. Ainda, a alta resistência térmica da madeira faz dela um excelente isolante - enquanto uma parede pega fogo, por exemplo, é possível que o lado oposto ao carbonizado mantenha a temperatura ambiente. O desempenho contra o fogo vai depender do tipo de madeira engenheirada, adesivo industrial e espessura e disposição das lamelas.
Existem algumas possibilidades para resolver a ameaça do fogo. Caso se deseje deixar a estrutura de madeira exposta, é necessário pré-dimensionar a peça considerando quanto é possível carbonizar sem perder rigidez estrutural. Nesse caso, analisa-se o tempo de incêndio mínimo previsto em lei (suficiente para evacuação do edifício e controle do fogo) e quanto a madeira perde de volume por unidade de tempo. Em outros casos, é possível proteger a estrutura com retardantes, placas isolantes e sistemas anti incêndio.
Diagramas representativos do efeito de charring. Retirado e adaptado do livro “The Case for Tall Wood Buildings”, de Michael Green.
1 - Camada de sacrifício (sem capacidade estrutural)
1 - Camada carbonizada
2 - Seção residual (Capacidade estrutural mantida)
2 - Zona residual
3 - Aresta arredondada
3 - Madeira normal
44
Considerando que a madeira não irá ceder tão fácil durante um incêndio em edifícios de CLT, uma preocupação maior é a necessidade de evitar a queima (seja de qualquer material) e consequente acúmulo de dióxido de carbono no interior do prédio, enquanto a situação não é controlada e os espaços evacuados. Isso se realiza através da proteção da estrutura com placas não inflamáveis, por exemplo. Se o aspecto da CLT estrutural é desejável, recomenda-se sistemas anti incêndio, comos os sprinklers. Deixando a estrutura exposta, mais madeira é utilizada, aumentando tanto o sequestro de carbono quanto o preço (maior volume de CLT). O revestimento com placas pode oferecer uma alternativa mais econômica, porém, a depender do material dessas proteções, o aspecto ecológico e estético do prédio perde força.
Demonstração do efeito de charring, no qual a superfície carboniza até certo ponto, até que o ar não chega mais às camadas inferiores e o fogo se extingue. A parte interna da madeira permanece intacta, com pouco ou nulo prejuízo estrutural. Foto disponível em: https://bit.ly/2NZzwfP
45
À esquerda, detalhamento de um pilar de CLT exposto, dimensionado de modo a resistir ao fogo pelo tempo mínimo exigido pela lei local. Note que o pilar tem 40 centímetros de largura, garantindo o volume extra necessário para que o componente não perca suas capacidades estruturais em caso de incêndio.
À direita, de modo semelhante ao caso logo acima, diagrama de uma parede concebida para ficar exposta e, dessa forma, não perder rigidez estrutural em caso de incêndio. De modo semelhante ao pilar, essa parede é bastante espessa: tem 27,4 centímetros.
46
Ao lado, exemplo de detalhamento que considera o quanto a madeira pode queimar sem perder rigidez estrutural. Nessa situação - paredes, pilares e pisos estruturais expostos - se atribui uma dimensão maior a esses elementos do prédio, de modo que o fogo não comprometa a estabilidade do sistema construtivo durante a ocorrência de um incêndio. Se o partido arquitetônico dispensa a exposição dos elementos estruturais, sendo esses protegidos no resultado final, se dispensa o excesso de volume de madeira. Todos os diagramas foram tirados do livro “The Case for Tall Wood Buildings”, de Michael Green.
Outra demonstração do efeito de charring. O bloco da direita poderia ser um pilar de seção quadrada que, mesmo após uma longa exposição ao fogo, não perdeu suas capacidades estruturais.
47
Foto: @Jack Hobhouse. Disponível em: https://bit.ly/2RyGmLy
48
Estudos de caso 49
Ginásio Gammel Hellerup Projeto do BIG - Bjarke Ingels Group - para uma escola de ensino médio da capital dinamarquesa, esse ginásio de handebol representa bem as possibilidades plásticas que as novas tecnologias de madeira oferecem. Realizado em 2013, é uma adição de 1100 metros quadrados ao complexo escolar que data da década de 50. A quadra de esportes é rebaixada cinco metros em relação ao piso da escola, atendendo a diversas demandas programáticas: desde espaço para atividades físicas quanto para eventos especiais, como formaturas. As paredes são todas de concreto, enquanto na sua cobertura encontramos uma série de vigas curvas de Glulam. Cada viga possui curvatura diferente, constituindo uma espécie de abóbada que, na superfície, se reflete como uma pequena colina artificial revestida de madeira. Segundo os arquitetos, a curvatura superficial do ginásio contribui para a criação de um mobiliário informal para o uso dos estudantes. Bjarke Ingels justifica a cobertura curva como uma tentativa de replicar o lançamento de uma bola de handebol, a qual descreve uma parábola. Dispostas no sentido transversal à quadra, as vigas das extremidades são retas, enquanto as seguintes adquirem uma curvatura gradual até atingir o meio do recinto. Através de uma solução singular, os arquitetos conseguiram atribuir ao projeto uma qualidade visual incomum em programas e escalas do tipo - e ainda explorar todo o potencial estrutural e estético da madeira.
Vista geral da parte interna do ginásio com estrutura de cobertura abobadada. Foto: 50 @Jens Lindhe. Disponível em: https://bit.ly/2y7M5jl
Colina artificial que ocorre na superfície, reflexo da curvatura da cobertura do ginásio. Foto: Foto: @Jens Lindhe. Disponível em: https://bit.ly/2NoFnu9
Corte longitudinal do complexo, com destaque para a curvatura da cobertura e disposição das vigas. Foto disponível em: https://bit.ly/2Qu18dY
51 51
acima Corte tranversal do conjunto. Foto disponível em: https://bit.ly/2Qu18dY ao lado Vista do interior. A disposição dos pontos de luz também contribui para a criação de uma expressão plástica dinâmica e singular. Foto disponível em: https:// bit.ly/2zXj637 pág. ao lado Vista do interior com destaque para a cobertura curva. Foto: @Rasmus Hjortshøj. Disponível em: https://bit. ly/2oSKvgo
52
52
53 53
Centro de Natação O escritório de arquitetura Hawkins\Brown projetou um novo centro de natação para a escola City of London Freemen’s School, em Surrey, Inglaterra. O novo edifício faz parte de um plano de revitalização local e, ainda, substitui o anterior, destruído por um incêndio em 2014. Realizado em 2017, o recinto tem 1750 metros quadrados, comportando uma piscina com 25 metros de comprimento e seis faixas de nado. Para o projeto, os arquitetos optaram pelo uso de pórticos estruturais expostos de Glulam que, da mesma maneira que o Ginásio Gammel Hellerup, garantem uma expressividade singular ao edifício. Essa construção entra aqui como outra referência das possibilidades plásticas que a madeira oferece à arquitetura. Centro de Natação, projeto do escritório Hawkins\Brown. Foto disponível em: https://bit.ly/2K0uOkc
54
Vista geral do complexo. A expressiva estrutura de Glulam é o maior destaque do conjunto. Fotor disponível em: https://bit.ly/2K0uOkc
Os pórticos de Glulam são paralelos entre si e apresentam configurações individuais. Na parte superior, eles seguem a inclinação das águas do telhado - a cumeeira não é paralela às paredes longitudinais, mas sim diagonal. Assim cria-se uma dinâmica entre cada um dos componentes estruturais. O contraventamento dos pórticos foi realizado com placas de CLT. As placas não chegam até o chão, nele onde foi colocado um grande pano de vidro em todo o perímetro, mantendo a relação visual entre o interior do centro de natação e o bosque ao redor. O uso da madeira engenheirada permitiu que a estrutura fosse montada em apenas três semanas, e o prédio concluído em menos de um ano.
55 55
ao lado Vista interna do centro de natação, com destaque para a expressiva estrutura de Glulam. Foto disponível em: https://bit.ly/2K0uOkc
pág. ao lado no alto Corte longitudinal do recinto. Foto disponível em: https://bit.ly/2OEERwR abaixo Vista externa do centro de natação. O ponto mais alto do telhado marca a entrada. Foto disponível em: https:// bit.ly/2C4jQVI
56 56
57 57
Dalston Works Dalston Works é um projeto de habitação no distrito londrino de Hackney, Inglaterra. Com nove andares, 33 metros de altura e 121 unidades de habitação, o prédio foi concluído em 2017 e representou outro avanço no sentido de uma arquitetura mais ecológica. A madeira que compõe as peças do edifício provêm de florestas austríacas e alemãs, exploradas de maneira controlada e sustentável. Sua estrutura tem o maior volume de CLT dentre qualquer edifício já realizado até o momento. O escritório responsável pelo projeto foi o Waugh Thistleton Architects. Além do Dalston Works, o grupo já realizou outros projetos emblemáticos com CLT para a capital britânica, a exemplo do Murray Grove, de 2009.
Vista geral do complexo Dalston Works. A escolha dos materiais do revestimento externo faz reverência à cultura local. Foto disponível em: https://bit.ly/2NsCMzg
58
Interior de um dos apartamentos. Foto disponível em: https://booki.ng/2NurKJU
Para os engenheiros responsáveis pelo cálculo estrutural, o grupo Ramboll, o volume de madeira utilizado - aproximadamente 4500 metros cúbicos de CLT - contribui para o sequestro de 2400 toneladas de CO2. A estrutura do prédio é inteira de madeira: paredes internas, externas e as escadas. Seu revestimento externo foi construído com tijolos. Segundo os arquitetos, a construção com CLT proporcionou um edifício cinco vezes mais leve que um de concreto, além de diminuir em 80% a quantia de entregas a serem realizadas na obra (de 700 entregas com um frame de concreto para apenas 111 de CLT). O menor peso da estrutura contribuiu de maneira significativa nesse caso, já que havia uma linha de metrô sob o terreno do prédio. Esse fator limita a profundidade das fundações e a verticalização do projeto. Para o grupo Ramboll, com a CLT eles conseguiram transpor esse obstáculo e ainda adicionar mais 15 unidades de habitação. Também de acordo com o grupo de engenheiros, os 4500 metros cúbicos de madeira do prédio equivalem a 2300 árvores - considerando a ocupação prevista de 800 habitantes, temos três árvores por pessoa de crédito negativo de emissões durante os primeiros anos. Dalston Works é revolucionário ao aliar a habitação social e de alta densidade - uma demanda fortíssima - com uma arquitetura de baixa pegada ecológica e sensível aos fatores culturais e humanos.
59
ao lado Dalston Works durante a construção. Foto disponível em: https://bit.ly/2wMIRDB abaixo À esquerda, planta de um pavimento tipo. À direita, planta do piso térreo. Foto disponível em: https://bit.ly/2kjZSPa pág. ao lado Pátio de acesso do Dalston Works. Foto disponível em: https://bit.ly/2OJ4fRX
60
61
Interior do edifício. Foto disponível em: https://bit.ly/2E4CRtz
Wood Inovation and Design Center Projeto do escritório canadense Michael Green Architecture, o Wood Innovation and Design Center é um edifício de escritórios localizado na cidade de Prince George, no estado da British Columbia, Canadá. Michael Green é um dos maiores divulgadores da arquitetura com CLT e Glulam, sendo responsável por alguns livros, trabalhos acadêmicos e palestras sobre a importância da adaptação da construção civil às demandas ambientais. Para ele, o uso de CLT e Glulam na construção de edifícios é um dos possíveis caminhos a se adotar para minimizarmos os impactos humanos sobre o meio ambiente. Com oito pavimentos, 30 metros de altura e 4,82 mil metros quadrados de área útil, esse prédio foi construído para servir como um centro de discussão, pesquisa e ensino sobre o uso de madeiras engenheiradas na arquitetura. Segundo os arquitetos, a estrutura de madeira do edifício é relativamente simples e, deixando-a exposta, é possível apresentar a CLT e suas capacidades como material construtivo para todos que entram no local. Uma estrutura simples também acaba sendo replicável, possibilitando a outros arquitetos a repetição das tipologias adotadas por Michael Green. Também segundo o escritório responsável, a estrutura utilizada nesse edifício pode ser aplicada em construções com até 30 pavimentos - porém, essa afirmação ainda não foi posta à prova.
62 62
Vista do exterior do prédio e sua relação com o contexto vizinho. Foto: @Michael Green Architecture. Disponível em: https://bit.ly/2MavJe7
63 63
Concluído em 2014, o Wood Innovation and Design Center tem o primeiro piso feito de concreto, isolando a madeira da umidade do solo. Algumas das esquadrias das fachadas envidraçadas são feitas de Madeira Laminada Folheada, LVL. No prédio, vigas de Glulam de tamanhos variáveis descarregam as cargas sobre pilares (também de Glulam) com seção aproximadamente quadrada (35 por 35 centímetros no térreo, 30 por 30 no resto dos pavimentos). As paredes e a caixa do elevador são feitas de CLT, variando entre espessuras de 10, 17 e 24 centímetros. A fornecedora das peças de madeira encontra-se a 800 quilômetros da cidade de Prince George. O prédio demorou, do início do projeto à sua finalização, 16 meses para ser concluído. Como, na época da construção, ainda não existia uma norma vigente para CLT e outras tecnologias de madeira, testes foram necessários para comprovar as capacidades do material.
À esquerda, planta do piso térreo. À direita, pavimento tipo. Foto disponível em: https://bit.ly/2Qu3yZY
64
acima Hall de entregada do edifício. O piso de concreto isola a madeira da umidade do solo. A estrutura de CLT é exposta. Foto disponível em: https://bit.ly/2E5XkOD
abaixo Um dos pavimentos tipo, com destaque para para a estrutura de pilares e vigas exposta. Foto disponível em: https://bit.ly/2QATA9n
65
Inserção de Wenlock Cross no contexto urbano próximo. Foto: @Jack Hobhouse. Disponível em: https://bit.ly/2OKH2yE 66
Wenlock Cross O escritório de arquitetura Hawkins\Brown reaparecem neste manual com outro estudo de caso: o edifício Wenlock Cross, em Londres. De estrutura híbrida, o prédio de dez pavimentos tem 33 metros de altura e 6750 metros quadrados de área, oferecendo 49 moradias. A área comercial, no térreo, possui 1190 m², já a parte residencial 4650 m². A planta de Wenlock Cross é cruciforme, de modo a permitir que todos os apartamentos recebessem luz natural, ventilação e tivessem vistas das áreas vizinhas. Alguns volumes se projetam sobre outros, dando a cada moradia um aspecto singular. Para realizar a construção, que é de geometria complexa, optou-se por uma estrutura híbrida que mescla um núcleo de concreto reforçado, madeira CLT e estrutura de aço. Segundo os arquitetos, o desenvolvimento de uma volumetria diferenciada permitiu um acréscimo no número de unidades de habitação.
Diagrama da concepção volumétrica de Wenlock Cross. Foto disponível em: https://bit.ly/2zW-
O edifício foi concluído em 2015 a um custo de dez milhões de euros. Foram usados 1400 metros cúbicos de madeira em sua construção. Como o prédio se insere em um contexto urbano delicado, com terreno e ruas estreitas, a entrega dos componentes de CLT só ocorria à medida que a obra avançava. Não havia espaço anexo à rua, por exemplo, para armazenar as peças dos pavimentos mais altos, enquanto a obra não progredia até determinada etapa. O exterior do prédio é revestido com tábuas de cedro e tijolos em tons de cinza. Junto com o Dalston Works, este é outro correlato que oferece perspectiva sobre as maneiras de aplicar a madeira engenheirada em programas mais comuns, como habitação.
67
68
ao lado Interior de um dos apartamentos, com vista voltada para para o centro de Londres. Foto: @Jack Hobhouse. Foto disponível em: https:// bit.ly/2Rx2fe8 abaixo Uma das fachadas do edifício durante o período de construção. Foto disponível em: https://bit. ly/2NtTDle
pág. ao lado no alto Vista da sacada de um dos apartamentos. Foto; @Jack Hobhouse. Foto disponível em: https:// bit.ly/2Rw9W4h abaixo À esquerda, planta do piso térreo. No meio e à direita, terceiro e oitavo andar, respectivamente. Foto disponível em: https://bit.ly/2zY-
69
Brock Commons Brock Commons é um edifício concluído em 2017 na cidade de Vancouver, Canadá, concebido para servir como alojamento de estudantes para a Universidade da Colúmbia Britânica. Híbrido, possui um núcleo de concreto (caixa do elevador), enquanto todo o resto da estrutura é de madeira. Após construído o núcleo, o resto do prédio foi montado em tempo recorde - apenas 66 dias após a fabricação de todos os componentes de madeira. É um dos maiores edifícios de CLT já construídos, façanha respeitável ainda mais considerando a região onde se encontra, sujeita a atividade sísmica.
O prédio tem 53 metros de altura, 18 andares e abriga até 404 alunos. O escritório responsável pelo projeto foi o Acton Ostry Architects, sediado em Vancouver. Eles também são responsáveis por outros projetos de CLT sendo realizados na região. Antes do início das obras, o escritório realizou modelos em escala dos primeiros pavimentos para testar a resistência dos encaixes de madeira. Interior de um apartamento do Brock Commons. Foto disponível em: https://bit.ly/2y5LOxf
70 70
https://bit.ly/2y5LOxf
Vista do Brock Commons. Foto disponível em: https://bit.ly/2EeNR7Z
Segundo o Acton Ostry Architects, o edifício faz uso de aproximadamente 2,230 metros cúbicos de madeira, sequestrando assim 1750 toneladas de dióxido de carbono atmosférico. Ainda, evitando o uso de concreto ou aço, deixou-se de emitir 680 toneladas de CO2. Segundo o escritório, o fechamento externo das fachadas dá ao prédio um aspecto ordinário, se encaixando bem em meio aos edifícios vizinhos. Dado o protagonismo do projeto em adotar métodos de vanguarda e quebrar barreiras com a CLT, o Brock Commons recebeu visibilidade internacional.
71 71
acima Foto do Brock Commons em construção, com destaque para a instalação das placas pré-fabricadas da fachada (feitas de steel frame). A caixa do elevador de concreto é visível ao fundo, no canto superior esquerdo, junto com os apoios para as placas de CLT fixados nas paredes. Na parte inferior temos a estrutura do andar térreo, toda feita de concreto. O resto do prédio é de CLT. Foto disponível em: naturallywood.com pág. ao lado no alto Instalação dos pilares pelos operários. Cada componente do tipo é pré-fabricado com os encaixes previstos. Foto disponível em: https://bit.ly/2pEbJeH abaixo À direita, plantas do piso térreo e de um pavimento tipo. À direita, corte longitudinal do prédio. Foto disponível em: https://bit.ly/2y9zmfU
72 72
73 73
74
Referências e anexos 75
Tabelas de pré-dimensionamento Cedidas por Alan Dias, engenheiro do escritório Carpinteria. Mais informações sobre o escritório e contato podem ser encontratos em seu site: https://carpinteria.com.br/
76
77
78
79
80
81
82
83
84
Notas: 1. ZAMBRANO, Lorenzo H.; HORTA, Ricardo B.; BAUER, Hans. The cement sustainability initiative, our agenda for action. Genebra, Suíça: [s. n.], 2002. Disponível em: https://web.archive. org/web/20070714085318/http://www.wbcsd.org/DocRoot/1IBetslPgkEie83rTa0J/cement-action-plan.pdf. Acesso em: 17 mar. 2019. 2. F. SMITH, Peter. Architecture in a Climate of Change: A guide to sustainable design. 2. ed. Londres: Elsevier, 2005. 275 p. v. 1. 3. WORLD Population: Past, Present, and Future. [S. l.], 17 mar. 2019. Disponível em: http:// www.worldometers.info/world-population/#table-forecast. Acesso em: 17 mar. 2019. 4. MCKNIGHT, Jenna. SHoP proposes New York‘s tallest timber-framed building. [S. l.], 29 dez. 2015. Disponível em: https://www.dezeen.com/2015/12/29/shop-architects-475-west-18th-street-manhattan-new-york-structural-wood/. Acesso em: 17 mar. 2019. 5. FOREST Cover Change. [S. l.], 2010?. Disponível em: https://www.conferenceboard.ca/ hcp/Details/Environment/forest-cover-change.aspx?AspxAutoDetectCookieSupport=1. Acesso em: 17 mar. 2019. 6. SOUZA, Ana Paola Salviano de. MADEIRA, ESTRUTURA, RESIDÊNCIA - ESTUDO DE CASO EM MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA. 2013. Trabalho de conclusão de curso (Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: https://issuu.com/anapaola7/docs/caderno_final_issuu. Acesso em: 17 mar. 2019. 7. TURTLE, Michael. THE WORLD’S OLDEST WOODEN BUILDING. [S. l.], 2013. Disponível em: https://www.timetravelturtle.com/horyuji-japan-oldest-wooden-building/. Acesso em: 17 mar. 2019.
85
8. WOODEN Buildings a More Sustainable Option than Concrete. [S. l.], 13 ago. 2018. Disponível em: https://www.iwbcc.com/wooden-buildings-a-more-sustainable-option-than-concrete/. Acesso em: 17 mar. 2019. 9. GREEN, Michael. The case for Tall Wood buildings: How Mass Timber offers a safe, economical, and environmental friendly alternative for tall building structures. 2. ed. Estados Unidos: MGA | Michael Green Architecture, 2018. 268 p. v. 1.
86
Referências: ALTER, Lloyd. Cross-Laminated Timber is now made in the USA. 1. 2015. Disponível em: <https://www.treehugger.com/green-architecture/cross-laminated-timber-now-made-usa.html>. Acesso em: 12 ago. 2018. An Architect’s Guide To: Glulam: Take gorgeous glulam to new heights. 1. [201?]. Disponível em: <https://architizer.com/blog/product-guides/product-guide/glulam/>. Acesso em: 12 ago. 2018. BECKER, Michael. Discover how Norway saved its vanishing forests: A century ago, Norway was on the brink of losing its forests forever. Today they are growing every year. 1. 2015. Disponível em: <http://www.bbc.com/earth/story/20151104-discover-how-norway-saved-its-vanishing-forests>. Acesso em: 12 ago. 2018. BLOCK, India. Cross-laminated-timber housing in east London offers the future of low carbon construction; . 1. Disponível em: &lt;https://www.dezeen.com/2017/11/01/worlds-largest-cross-laminated-timber-towerdalston-works-waugh-thistleton-regal-developments-sustainable-london/&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018. ESLER, Bill. Mass-wood CLT building survives earthquake test. [S. l.], 31 jul. 2017. Disponível em: https://www.woodworkingnetwork.com/news/woodworking-industry-news/mass-wood-clt-building-survives-earthquake-test. Acesso em: 15 mar. 2019. F. SMITH, Peter. Architecture in a Climate of Change: A guide to sustainable design. 2. ed. Londres: Elsevier, 2005. 275 p. v. 1. FREARSON, Amy. Architects embrace “the beginning of the timber age” . 1. Disponível em: &lt;https://www.dezeen.com/2015/11/09/cross-laminated-timberconstruction-architecture-timber-age/&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018.
87
FREARSON, Amy. Hawkins\Brown pairs cross-laminated timber and steel for record-breaking apartment block. 1. 2015. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2015/09/25/ hawkins-brown-cross-laminated-timber-steel-apartment-block-housing-shoreditch-london/>. Acesso em: 13 ago. 2018. FREARSON, Amy. OOPEAA completes Finland’s first high-rise wooden apartment building. 1. 2015. Disponível em: <https://www.google.com/url?q=https://www.dezeen. com/2015/06/08/puukuokka-housing-block-oopeaa-finland-wooden-apartment-building-lakea-oy-clt/&ust=1534204080000000&usg=AFQjCNEwKmt6aPqNGAL192E3fyw99V7NEw&hl=pt-BR>. Acesso em: 12 ago. 2018. GREEN, Michael. The case for Tall Wood buildings: How Mass Timber offers a safe, economical, and environmental friendly alternative for tall building structures. 2. ed. Estados Unidos: MGA | Michael Green Architecture, 2018. 268 p. v. 1. HOWARTH, Dan. Penda proposes Toronto Tree Tower built from cross-laminated timber modules. 1. 2017. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2017/08/02/toronto-tree-tower-penda-cross-laminated-timber-construction/>. Acesso em: 12 ago. 2018. HOWARTH, Dan. Portland tower becomes first timber high-rise to gain planning consent in the US. 1. 2017. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2017/06/06/portland-timber-tower-framework-building-first-timber-high-rise-gain-planning-consent-usa-lever-architecture/>. Acesso em: 12 ago. 2018. LUIS GABRIEL CRUZ, Jose. The Case For Tall Wood Buildings. 1. 2013. Disponível em: <https:// www.archdaily.com/443626/the-case-for-tall-wood-buildings>. Acesso em: 13 ago. 2018. MAIRS, Jessica. Tham & Videgård designs wooden residential towers for Stockholm waterfront. 1. 2015. Disponível em: <https://www.dezeen.com/2015/03/23/tham-videgard-wooden-high-rise-apartments-stockholm-waterfront/>. Acesso em: 12 ago. 2018.
88
MCKNIGHT, Jenna. Michael Green completes largest mass-timber building in United States. 1. Disponível em: &lt;https://www.dezeen.com/2016/12/02/michaelgreen-architecture-t3-largest-mass-timber-building-usa-minneapolis-minnesota/&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018. MCKNIGHT, Jenna. SHoP proposes New York’s tallest timber-framed building. 1. Disponível em: &lt;https://www.dezeen.com/2015/12/29/shop-architects-475-west18th-street-manhattan-new-york-structural-wood/&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018. OPRAY, Max. Tall timber: the world’s tallest wooden office building to open in Brisbane. 1. 2017. Disponível em: <https://www.theguardian.com/sustainable-business/2017/jun/21/tall-timber-the-worlds-tallest-wooden-office-building-to-open-in-brisbane>. Acesso em: 12 ago. 2018. PAOLA SALVIANO DE SOUZA, Ana. MADEIRA, ESTRUTURA, RESIDÊNCIA: Estudo de caso em Madeira Laminada Cruzada. 1. 2013. Disponível em: <https://issuu.com/anapaola7/docs/caderno_final_issuu>. Acesso em: 12 ago. 2018. QUEM somos. 1. [201?]. Disponível em: <http://www.crosslam.com.br/home/?q=content/ quem-somos>. Acesso em: 12 ago. 2018. RUNDESKOGEN: PROJECT SUMMARY. 1. Disponível em: &lt;http://drmm.co.uk/projects/view.php?p=rundeskogen-towers&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018. TALES, Timber. Sustainable, economical and architecturally inspiring: the rise of timber as a modern building material. 1. 2014. Disponível em: <http://blog.ramboll.com/timber-tales/2014/10/01/sustainable-economical-architecturally-inspiring-rise-timber-modern-building-material/>. Acesso em: 12 ago. 2018. TRAFALGAR PLACE: PROJECT SUMMARY. 1. Disponível em: &lt;http://drmm.co.uk/projects/view.php?p=trafalgar-place&gt;. Acesso em: 07 abr. 2018.
89
VANTAGENS da MLC. 1. [201?]. Disponível em: <http://madeiralaminadacolada.com/vantagens-mlc.php>. Acesso em: 12 ago. 2018. 2012 IBC Challenges. 1. 2012. Disponível em: <https://www.awc.org/Code-Officials/2012-IBC-Challenges>. Acesso em: 12 ago. 2018.
Agradecemos a todos os colaboradores, diretos e indiretos, que estiveram presentes na construção desse manual. Agradecimento especial à empresa CG Sistemas Construtivos, que forneceu apoio técnico e nos disponibilizou uma amostra de CLT para estudo. Os autores deste manual sentem por qualquer omissão de direitos de copyright não intencional àqueles proprietários cuja identidade não foi localizada.
90
Mais informações sobre o projeto de extensão, seus processos e produtos, podem ser encontradas no site: manualdemadeira.cauufpr.arq.br
91
92