A luz apagou. Pela boca de Ammit fora devorado e enviado ao inferno. Com o coração julgado e pesado, na balança de Maat, sofrera a segunda morte. Ser para sempre esquecido. Seu nome, sua história e, sobretudo, sua dor. Ser riscado do livro da vida. Por todos os pecados, No umbral das almas Abandonado. Sentenciado. Nada restar. Preso deve ficar. Invisível, para sempre deve ser. Nas chamas ser aprisionado. Como Prometeu Da própria culpa, alimentar-se Até nada restar Para no dia seguinte, renascer E o ciclo, recomeçar.
A pena de Maat não fora tão cruel quanto a sua própria balança. Maat apenas refletira o que o seu coração Já havia julgado e sentenciado. O fifim
Perder-se no luto de uma existência da qual não se tem mais sentido. Definhar-se. Existir-se na dor. A dor de existir. Punir-se. Excluir-se. Tornar-se invisível. Apagar-se. Morrer em vida. Calar-se. Deixar-se ser devorado Pela culpa Por Ammit. Aceitar-se?
No espelho, o reflexo do que fora. Do que não pode mais existir. Sua imagem distorcida, esquecida. No reflexo, uma mera lembrança de um passado que não voltará. À sua frente, o caminho único De solidão. De esquecimento.
Fotos e Textos
Chris, The Red