A POESIA COLORIU MEUS OLHOS
Paulo Emílio Azevedo, poeta PAz
Na última linha de um caderno todo rabiscado havia uma ínfima lacuna para escrever apenas duas palavras: solidão e ternura. Elas se uniram abraçadas, uma no corpo da outra, e abriram espaço para uma terceira ser escrita na eternidade do estatuto da sensibilidade: nasceu a POESIA
Entre a força e o poder, dei um passo à frente e dancei com a potência
Quem furtou nosso tempo do pranto? Quem surtou nosso campo da paz? Quem postou nossa foto no muro? Quem matou nossa vida num ato? Quem vingou nossa mágoa na praia? Quem pintou nossa tela de luto? Quem lutou nessa guerra do ócio? Quem gritou no silêncio só nosso? Quem?
Ato n.2 de “Intervalos de fuga”
Afeto sempre. Apego ĂŠ perigoso demais. O primeiro ĂŠ vizinho do cuidado, o segundo ĂŠ parente da posse
Aposto 1 Apóstrofo Com 2 apóstolos são 3 epístrofes em 4 epístolas Oposto está ¼ disposto num 1/3 proposto em ½ desgosto Protelo uma dúzia de telas, dezena de tintas centenas aquarelas Percebo no meio do sebo, um livro perdido, perdida a aposta “A aposta”
O que dizer do escroto? ... Escroto ĂŠ um saco
Desmaiei de tanto amar a vida
Somente o amor, se ele existir de fato, é culpado de sermos tão racionais em momentos que a cabeça pira Trechos de “O filho que eu tenho”
Há quem não tem cabelo e nem cabeça também. Há quem mente muito e há quem nem mente tem.
O amor não é gás carbônico. Respire-o! Ele até sufoca, mas não envenena.