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A COEXISTÊNCIA DAS IDENTIDADES INSTAGRANIANAS DA/NA CERÂMICA CONTEMPORÂNEA
A exposição Ceramistas do Brasil, iniciativa e curadoria de Cibele Nakamura, foi uma das gratas realizações que começou em 2021 e perdura.
Por mais que os ceramistas se apeguem a determinadas tradições que traçam seus influentes fios em nossa cultura, resistir e render-se tornam-se pares de uma dança voluptuosa dos corpos desses artistas ceramistas ao ritmo de nossa brasilidade, neste contexto digital que ressignifica as redes digitais sociais, o Instagram.
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É inevitável, com o mundo cada vez mais globalizado e tecnológico, adentrar o ambiente virtual e seus sentidos. Contudo, é nesse contexto sócio-histórico que acontecem transformações das relações entre os sujeitos e a própria subjetividade, que se conforma como matéria-prima viva, pulsante e mutante. Diante desses deslocamentos, torna-se possível perceber as articulações de espaços/tempo em transformação, o ateliê traçando linhas para além de suas paredes, em constante agenciamento, de épocas e materialidades que se expandem.
Nesta exposição digital, muitos dos temas abordados nas escolhas dos artistas mostram preocupação e criticidade. Exploram temas históricos, políticos e sociais do atribulado cotidiano brasileiro, para além das questões estéticas. O artista pensa o passado, enquanto elabora, no presente, o futuro pelo qual clama. Um coletivo de ceramistas que (es)cava, seja na argila ou no mundo, o espaço, em que se extrapola o domínio da memória ou da fronteira, conectam-se e se (re)encontram no lugar de (re)criação da cerâmica na contemporaneidade rompendo e ressignificando suas habituais territorialidades.
Os duplos fenômenos precisam ser investigados. Na exposição instagraniana, o ceramista se inscreve através de seu plástico material desafiado pelo fogo, mas também pela palavra escrita que deixa vazar o calor da alma. Simultaneamente, manifesta-se na forma e realiza inscrição própria. Ganha a palavra como potência da própria visualidade, manifestando a subjetividade do artista, o que está distante dos sentidos e institui outra forma de visibilidade. A escrita, aqui, possibilita a (re)(des)contrução de formas de estar no mundo e, principalmente, instiga e aprofunda poéticas.
Como tantas vezes, as práticas cerâmicas estimulam a investigação de outros modos de existência, esse espaço-rede, excede a territorialidade e se agencia a uma outra forma de tempo, chamando atenção e evocando a interação – por meio de curtidas, comentários e compartilhamentos – de olhares outros, olhares múltiplos e variantes. Com isso, a Exposição Ceramistas do Brasil possibilitou exprimir, de maneira plural e heterogênea, trajetórias e a própria história da cerâmica brasileira. Oportunizando desvios e desvelando, para além de novos talentos, outras paisagens, incluindo aí, uma maneira própria da cerâmica estar no mundo e nas artes; contando a própria história na interface com o eu, o outro e o mundo, caracterizando-se como potência para reflexão, autoconhecimento e socialização da arte e da experiência vivida. Diante dessa significante iniciativa, agradeço a oportunidade de ser a interlocutora de tantas obras que celebram a cerâmica e a arte contemporânea brasileira.
Acácia Azevedo
Artista ceramista, professora e pesquisadora
Mestra em Linguagens, Mídia e Artes (PUC Campinas)
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Membro da International Academy of Ceramic – IAC (Suíça)
Membro da International Ceramic Artists Association – ICAA (China)
Os Pr Mios
Arte Brasil Cerâmica - Pascoal Massas – Vale mercadoria no valor total de R$1.000,00 (Hum mil
Malu Serra Ateliê e Galeria – Vale 1 Workshop de Escultura em Placas com Cibele Nakamura no valor de R$980,00 Novecentos e oitenta reais);
Atman Bilha – Vale 1 Torno manual para cerâmica e porcelana (05x25) no valor de R$450,00 (Quatrocentos e cinquenta reais).
2º Lugar
HAH Studio – Vale 1 centralizador para torno no valor de R$749,00 (Setecentos e quarenta e nove reais);
Malu Serra Ateliê e Galeria - Vale 1 Workshop de Cerâmica Marmorizada com Cibele Nakamura no valor de R$490,00 (Quatrocentos e noventa reais)
Atman Bilha – Vale 1 Torno manual para cerâmica (14x25) no valor de R$350,00 (Trezentos e cinquenta reais).
3º Lugar
Ademilto Moldes de Gesso para Cerâmica – 1 Kit com 4 moldes de pratos em gesso no Valor de R$470,00 (quatrocentos e setenta reais);
Zeramics Cerâmica – Vale mercadoria no valor de R$400,00 (Quatrocentos Reais)
Atman Bilha – Vale 1 Torno manual para cerâmica (14x20) no valor de R$280,00 (Duzentos e oitenta reias).
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Menção Honrosa
CRIVO – ferramentas para ceramistas – 1 Extrusora Manual no valor de R$280,00 (Duzentos e Oitenta Reais)
Resultado das inscrições - 162 artistas de 17 Estados brasileiros:
Apresenta O Dos Jurados Expo Ceramistas Do Brasil
Ac Cia Azevedo
Artista Ceramista e Pesquisadora, Mestra em Linguagens, Mídia e Artes pela Puc-Campinas. É Membro da International Academy of Ceramic – IAC (Suíça) e Membro da International Ceramic Artists Association – ICAA (China)
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Propiretária e professora do AA Ceramic Studio em Vinhedo – SP e Professora do Atelier Hideko Honma desde 2009. Com participação em várias exposições nacionais e congressos e simpósios internacionais.
ANDRÉS I. M. HERNÁNDEZ
Pós Doutor pelo IA UNESP, Doutor em Artes Visuais pelo IA UNICAMP, Mestre em Teoria, Critica e Produção em Artes Visuais e Graduação em Educação. Curador Independente, Produtor Editorial, Professor e Crítico de Arte Contemporânea. É sócio-curador do Subsolo Laboratório de Arte.
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DALCIR RAMIRO
Artista Ceramista a mais de 40 anos, nascido em Paraty. Aprendeu a técnica indígena de produção em argila com senhoras paneleiras do município vizinho de Cunha e trouxe essa arte para sua cidade, incentivando a formação de novos profissionais. Atualmente consagrado como talentoso escultor, desenvolve técnicas próprias em construção de obras de médio a grande porte.
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Criou em 2006 o Encontro de Ceramistas de Paraty que já está em sua XIV edição, evento que recebe como convidados grandes mestres ceramistas do mundo inteiro.
Divide seu amplo ateliê com a esposa – a também ceramista Luciana Marcílio –onde ministram cursos para crianças e adultos. O espaço também funciona como Galeria de suas obras, e está sempre aberto para visitas.
Norma Grinberg
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Artista plástica vive e trabalha na cidade de São Paulo. Como ceramista é um dos maiores destaques artísticos no país. É membro da Academia Internacional de Cerâmica (IAC - Suíça). Docente Sênior da Universidade de São Paulo/ECA. Criou e coordenou o I e II Encontro Internacional de Ceramistas na USP (2011 e 2012). Espaço Norma Grinberg seu ateliê, localizado na Vila Madalena é um espaço de exposição permanente de seu acervo, de produção de trabalhos recentes e sempre aberto para receber artistas e público. Atualmente, oferece workshops online para despertar e desenvolver a criatividade e o senso artístico do ser humano para diversos públicos. Com exposições regulares, seus trabalhos fazem parte de coleções particulares e de acervos de museus nacionais e internacionais.
OSCAR D’AMBROSIO
Graduado em Jornalismo pela ECA-USP (1986) e em Letras (Português/Inglês) pela Faculdade de Letras e Educação da Universidade Presbiteriana Mackenzie (1986), especialização em Literatura Dramática pela ECA-USP (1989), mestrado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp (2004) e doutorado (2013) e pós-doutorado (2020) no Programa de Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Escritor, Crítico de Arte e Curador, além de ministrar cursos, workshops e palestras.
Apresenta O Da Curadora
Cibele Nakamura
Artista Ceramista, formada em Administração com especialização em Franchising. Iniciou sua pesquisa com cerâmica em 2000. Participa desde 2003 de diversas exposições. A partir de 2017, começa atuar também no segmento de curadoria e promoção da arte cerâmica. Foi membro da Comissão de Arte Koguei/Craft - Bunkyo por 11 anos, e do Júri da Grande Exposição Bunkyo-Arte Koguei, por 7 anos. Ministra workshops de suas especialidades por todo Brasil.
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Mariana Zoccoli
São Paulo – SP @marianazoccoli
Retomada Ano 2019 Modelagem Manual, queima elétrica a 1240°C Medidas: 27,5 x 50 x 11 cm
O poema “A flor e a náusea”, de Carlos Drummond de Andrade, pode ser uma chave para abrir o universo simbólico do trabalho de Mariana Zoccoli: “Uma flor nasceu na rua!/Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego./Uma flor ainda desbotada/ilude a polícia, rompe o asfalto./Façam completo silêncio, paralisem os negócios,/garanto que uma flor nasceu”. Analogamente, a artista estabelece uma relação entre a força da natureza em sua “retomada” do espaço que foi ocupado pela civilização. Surge um difícil diálogo entre aquilo que se tornou urbano e o que representa o vigor e a resiliência da natureza. Surge um sentir que tudo pode ser reconstruído e revigorado desde que exista um desejo verdadeiro que isso aconteça. O mesmo sugerem os versos do poeta: “Uma flor ainda desbotada/ilude a polícia, rompe o asfalto./Façam completo silêncio, paralisem os negócios,/garanto que uma flor nasceu”.
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Oscar D’Ambrosio