Mundo Vale ed.02

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ANO 1 - Nº 2 - MAR /2013 R$ 7,99

O UZA

Pra você que sabe como vale ser bem informado

entrevista

JULIANELI TOLENTINO Reitor da Univasf diz que universidade deve contribuir com o desenvolvimento da região

cult

ROTA DAS MISSÕES: Orocó no mapa do turismo regional ARIANO SUASSUNA: Renunciar ao sonho, nunca!

O NOVO SABOR DO SERTÃO Depois das frutas, chegou a vez dos vinhos do Vale do São Francisco conquistarem o Brasil


Amplia seu mundo

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quem vĂŞ melhor o Vale

Leia e anuncie! (87) 3202.6778 (74) 3611.0155 MAR/2013

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EDITORIAL

Ouza Editora Ltda.

, 1.111 - Sala 16 Av. Clériston Andrade tro - Barreiras (BA) Cen 76 1.79 361 Tel.: (77)

R/2 013 ANO 1 - Nº 2 MA

O DIRETORA DE REDAÇÃ

Juliana Souza

gmail.com juliana.mundovale@ ISMO NAL JOR DE R ETO DIR

Cícero Félix

sousa.cfelix@gmail.c REPORTAGEM

om

a Carlos Laerte e Lucian

Passos

ILUSTRAÇÃO

Júlio César REVISÃO

Rônei Rocha IMPRESSÃO

Gráfica JB TIRAGEM

3 mil exemplares IAIS CONTATOS COMERC Petrolina (87) 3202.6778 Juazeiro

(74)

155 9199.7725 / 3611-0

afia da Língua dece a Nova Ortogr A Mundo Vale obe iliza pelos conceitos sab pon res se não e Portuguesa assinadas. emitidos nas colunas

Uma novidade!

Q

uem não gosta de uma novidade? Um carro novo... uma casa nova... uma roupa nova... um novo amor... um novo amigo... A novidade traz de presente um brilho no olhar e a boa surpresa sugere uma boa postura de aceitação, de coração aberto e alma mais leve. Tudo o que é novo é instigante, desafiador e exige comprometimento. É preciso cuidar do que ou de quem a gente gosta para ter por mais tempo. Passada a primeira edição da revista Mundo Vale, nos sentimos mais comprometidos, porque a novidade como veículo no mercado de mídia resultou numa gostosa aprovação. É como ofertar um presente, perceber a aceitação de quem recebeu, mas assumir a responsabilidade de cuidar do mimo mesmo estando em mãos alheias. Afinal, esse presente será renovado a cada edição. Do nosso leitor, só esperamos a satisfação. E essa “novidade” é o que apresentamos como destaque no segundo número da revista, mostrando os vinhos do Vale do São Francisco como “o novo sabor do sertão”. É certo que já se passaram uns trinta anos desde as primeiras elaborações por aqui, mas só agora eles começam a referenciar a região como importante produtora – segunda maior do país – e se posicionam no mercado em parceria com renomados profissionais da gastronomia, por exemplo, que reconhecem a qualidade da nossa produção. Trazemos uma entrevista com um jovem reitor e seus desafios na gestão de uma universidade (Univasf) que está perto de completar 10 anos de pioneirismo no país quando se instalou em três estados ao mesmo tempo (Pernambuco, Bahia e Piauí). Também desfrutamos da companhia do sempre renovado Ariano Suassuna, mesmo quando assume sua aversão à já não tão nova globalização. O entorno da cidade de Orocó/PE se apresenta como nova potencialidade turística do Vale do São Francisco. E o velho umbuzeiro, árvore sagrada para o sertanejo, é o centro de um trabalho de cooperação que exige novas práticas de dezenas de famílias em Curaçá, Uauá e Canudos/BA. Que venha o novo... ou um novo olhar sobre o já conhecido. Nada mais moderno do que rever, reaproveitar, reorganizar, reordenar.. . Uma boa (e nova) leitura pra você!


ÍNDICE

11 | MUNDO MIX Carnaval: Festa do povo Festival Edésio Santos da Canção: Mosaico de sons e ritmos Desenrola: por Aderlan Messias CRIAção: por Ninfa Tavares Arquitetura: Com que cor? Scrapbook: Para momentos inesquecíveis 25 | ECONOMIA & MERCADO Empreendedorismo: A trajetória de quem começou a trabalhar aos oito anos de idade Educação: Ginástica para o cérebro 31 | AGROMUNDO Inclusão Produtiva: Vai um umbu aí? 35 | SABOR & SAÚDE Gastronomia: Delícias do sertão Aparelho Digestivo: Quando o esôfago não vai bem... Tim tim: por José Figueiredo Dermatologia: Saúde que está na pele 40 | ENTREVISTA: JULIANELI TOLENTINO Os desafios do reitor da Univasf 46 | CAPA: O NOVO SABOR DO SERTÃO EM RESERVA 50 | UM LUGAR Casa Nova: Dunas do São Francisco 52 | CULT Rota das Missões: Orocó no mapa do turismo regional Ariano Suassuna: Renunciar ao sonho, nunca! 62 | SER TÃO por Raquel Benevides 64 | SOCIAL


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LEITOR

Canais e-mail: juliana.mundovale@gmail.com facebook: revistamundovale

EDIÇÕES DIGITALIZADAS NO ENDEREÇO:

issuu.com/cicero_felix

Primeira edição da Mundo Vale “Acabo de ler a Revista Mundo Vale. Não foi uma leitura, foi um enorme prazer. Trata-se de um produto jornalístico de excelente qualidade. Bela impressão, boa diagramação, bons textos e ótimas pautas. Material feito com competência por quem tem habilitação e qualificação para fazer. Mundo Vale, Vale Muito.” Fernando Veloso “Amei a revista. Parabéns pelo empenho!” Matheus Amorim

“Jorge é ótimo!

“Li, reli, já emprestei, tomei de volta e não canso de ressaltar a qualidade da revista. Parabéns, turma. E que venham os próximos números.” Henrique Coelho

De Caetano Veloso, quando viu Jorge de Altinho na capa da Mundo Vale, no aeroporto de Salvador. Na foto com o diretor de jornalismo da revista, Cícero Félix.

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FOTOS: MARCOS SANTIAGO

a abordo

Periquito São José Essas pequenas aves, que medem cerca de 12 centímetros, deixam o terreiro da casa de dona Juvita ainda mais bonito. Na zona rural de Uauá/BA, esse pequeno passarinho é chamado de “periquito são josé”. Foi assim que ela nos apresentou aos visitantes de todos os dias que adoram a fruta do xiquexique. Os machos se diferenciam pelo azul na parte de dentro da asa. No distrito de Marruá, os casais ganharam uma forcinha para a reprodução. Respeitando o hábito que eles têm de construir o ninho em buracos escavados nos troncos de árvores ou em cupinzeiros, a família os presenteou com ninhos artificiais, feitos de canos de PVC e garrafas de plástico. Na falta do natural, desamparados eles não ficam.

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JOSÉ CARLOS COSTA DE AMORIM

Dunas do Velho Chico A mistura de areia, água doce e sol encanta qualquer visitante. Tanto que há os que se arriscam numa aventura solitária naquele pedaço de paraíso em Casa Nova/BA. Como o lugar é pouco explorado, quem vai sozinho e passa por algum imprevisto, precisa contar com a sorte de ter algum morador por perto. Foi o caso do turista que pilotava um jet ski e foi resgato por um pescador depois de uma pane no veículo. A garotada ribeirinha ganhou uma atração nesse dia.

Faltou água Nem a palma resistiu à estiagem dos últimos meses no sertão baiano, considerada a pior dos últimos 50 anos. Os animais sentiram falta do alimento que, em muitas secas, era uma alternativa para nutrição. MARCOS SANTIAGO

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euquero

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1 Caixa de bombons recheados CACAU SHOW (87) 3861.8449

2 Óculos de sol espelhado

GATA GABOLA (74) 3612.9127

3 Floratta Cerejeira em Flor Des. Colônia O BOTICÁRIO (74) 3611.7559

4 Doce de umbu Gravetero

CASA DO VINHO (87) 3861.8072

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mundo mundomix eventos, design, tendência, moda...

FESTA

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Carnaval do povo

foto MARCOS SANTIAGO texto REDAÇÃO

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SÉRGIO DE SÁ

MARCOS SANTIAGO

SÉRGIO DE SÁ

mundo mundomix

CARNAVAL Em Juazeiro e Petrolina, os foliões mostraram que são as verdadeiras estrelas da festa

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m Juazeiro, a folia é antecipada. Este ano, ganhou novo formato com percurso menor e palcos fixos. Entre as atrações, Daniela Mercury se apresentou logo no primeiro dia e saudou os súditos da “terra de João e Ivetinha”. Com o Ziriguidum, os Filhos de Jorge anteciparam a música que seria a preferida no carnaval de Salvador. Em Petrolina, os que ficaram na cidade durante o período oficial da festa traduziram em “tradição”

e “família” a folia do lado pernambucano do rio São Francisco. As crianças se renderam ao som do frevo e maracatu. E quando a idade não permite entender nada em volta, a pintura no rosto e a roupa mais colorida já são o bastante. Na época de alegria, polêmica, novidades, espaço, atraso ou nenhum outro detalhe impediu que o povo fosse às ruas, extrapolando os limites das cordas e mostrando quem é a verdadeira estrela do carnaval.

CINEMA

O documentário “Piove, Il Film di Po”, do diretor paulista Thiago Brandimarte Mendonça foi o grande vencedor da 6ª edição do Vale Curtas - Festival Nacional de Curtas Metragens do Vale do São Francisco, conquistando os prêmios de 1º lugar na mostra competitiva nacional e de melhor documentário. Este ano, o festival teve 175 filmes inscritos. O troféu Cari e mais R$15 mil em espécie foram a premiação para os 13 melhores. O encerramento movimentou a Porta do Rio – Orla de Petrolina no último dia 12 de janeiro, com a exibição, sob a lona de um circo, de trechos dos filmes vencedores, antecedida pela apresentação do Quarteto de Cordas Mosaico.

LIZANDRA MARTINS

“Piove, Il Film di Po” vence festival do Vale do São Francisco

Um júri formado por jornalistas, produtores, roteiristas e cineastas de renome nacional, a exemplo de William Hinestrosa, Pedro Severien e Quiá Rodrigues, entregou o trofeu Cari - uma bonita escultura que lembra um dos peixes mais conhecidos do rio São Francisco, de segundo lugar na mostra competitiva nacional a um realizador também de São Paulo, Juliano Luccas, pelo curta de animação Linear. Como terceiro colocado, o escolhido foi o documentário A Cidade, de Lílian Sulzbach, do Rio Grande do Sul.

ENCERRAMENTO Quarteto de Cordas Mosaico se apresentou antes da exibição de trechos dos filmes vencedores da 6ª edição do Vale Curtas - Festival Nacional de Curtas-metragens do Vale do São Francisco

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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1 Jorge de Altinho durante apresentação no lançamento da revista; 2 Juliana Souza apresentando o projeto e primeiro número da revista; 3 Edival Passos e Jorge de Altinho; 4 Equipe Mundo Vale: Ninfa Tavares, Marcos Santiago, Juliana Souza e Raquel Benevides com Jorge de Altinho; 5 Um brinde à criatividade no fim do evento

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NOVA REVISTA

Mundo Vale: lançamento editorial criativo

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m dezembro, a revista Mundo Vale foi lançada durante um evento dedicado à criatividade. Para nós, foi uma grande satisfação compartilhar com o Sebrae (BA) a Oficina de Economia Criativa – Cidades Criativas. A Oficina promoveu uma discussão entre gestores públicos, artistas e representantes de instituições diversas sobre como a criatividade pode gerar renda, emprego e qualidade de vida numa cidade. A produção de conteúdo para a mídia é uma das ferramentas dessa economia que suscita um fazer diferente. Como veículo de comunicação, queremos dar nossa contribuição. O evento foi encerrado com a música de Jorge de Altinho, personagem da primeira reportagem de capa da revista Mundo Vale. Às vésperas do aniversário de centenário de Luiz Gonzaga, Jorge falou sobre como o trabalho do Rei do Baião influenciou e influencia até hoje na produção cultural especialmente do Nordeste. “Tive a felicidade de estar presente no dia do lançamento da revista Mundo Vale, em Juazeiro da Bahia. Considero um projeto de grande importância para a região do Vale do São Francisco, pois vai permitir dar conhecimento além da própria região, para a Bahia o Brasil e o Mundo, sobre as riquezas e as potencialidades econômicas e culturais do Vale do São Francisco. Meus parabéns!”, disse Edival Passos, superintendente do Sebrae (BA).

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mundo mundomix

FESTIVAL EDÉSIO SANTOS DA CANÇÃO

Mosaico de sons e ritmos

VENCEDORES 1º LUGAR: Prêmio Pedro Biloto – Amor Líquido (Moésio Belfort - Juazeiro/BA). 2º LUGAR: Prêmio Jaime Caldas – Descrença dos Deuses, dos Santos e dos Orixás (Zélia Grajaú – Imperatriz/MA) 3º LUGAR: Prêmio Edgar dos Caçadores – Queridos Amigos (Eugênio Cruz – Petrolina/PE) MELHOR INTÉRPRETE: Prêmio Judith Palma – Zélia Grajaú (Imperatriz/MA) MÚSICA LOCAL: Prêmio Jaime da Seresta – Guerra Santa (João Energia – Juazeiro/BA) JÚRI POPULAR: Prêmio Neto e Mundinho – Rio São Francisco (Maria de Fátima – Juazeiro/BA)

QUEM FOI EDÉSIO SANTOS?

texto EDÉSIO CÉSAR SANTOS E EDILANE FERREIRA

Edésio Raimundo dos Santos nasceu em Afrânio, Pernambuco, no dia 22 de janeiro de 1931. Ainda criança, mudou-se para Juazeiro com o pai José Horácio dos Santos – o Zé Pé de Ouro - e a mãe Numeriana. Uma vez extraviados os seus documentos, teve de ser registrado novamente como juazeirense, o que sempre foi uma de suas maiores alegrias. Órfão aos dez anos de idade, foi criado pela avó, a lavadeira Dona Chica. Quando jovem, trabalhou como engraxate, ajudante de pedreiro e, posteriormente, exerceu as profissões de relojoeiro e desenhista arquitetônico da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Juazeiro. Também foi jogador e treinador do extinto time de futebol amador Veneza, ainda que fosse torcedor fiel do arquirrival Olaria. A verdadeira paixão de Edésio Santos, porém, sempre fora a música. Influenciado pelo pai violonista e relojoeiro, começou a tocar ainda adolescente, apresentando-se em locais como o pioneiro Alto-falante Cultural de Seu Emicles. Acompanhou muitas estrelas do Rádio levadas a Juazeiro pelo empresário Gil Braz, além de ter sido integrante de conjuntos musicais como o Sambossa. Na década de 1970, inovou o carnaval juazeirense com o primeiro trio elétrico e foi um assíduo e dedicado frequentador do Festival Sanfranciscano da Canção, organizado pela Associação dos Universitários de Juazeiro (AUJ), no qual conquistou torcidas com as composições Você, em parceria com o alemão Gotz Gerard, e Lavadeiras do Angary, com o escultor Jota Mildez.

IVAN CRUZ

CAMPEÃ A música de Moésio Belfort interpretada por Joyce Guirra foi a vencedora do Festival 14

REPRODUÇÃO

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Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, foi palco do 15º Festival Edésio Santos da Canção (FESC) no fim de novembro. Realizado pela Prefeitura de Juazeiro, através da Gerência de Cultura, o evento reuniu um mosaico de sons e ritmos bem brasileiros como samba, afoxé, xote, bolero, manguebeat, reggae e rock. Músicos com relevantes serviços prestados à música juazeirense foram homenageados, emprestando seus nomes aos prêmios do festival: Pedro Biloto; Jaime Caldas; Jaime da Seresta; Neto e Mundinho, Edgar dos Caçadores e Judith Palma. Além dos prêmios, R$ 33 mil foram distribuídos entre os vencedores. Veja lista abaixo.

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Na sua trajetória, carregaria o mito de professor de João Gilberto. Conheceram-se aos 18 anos, antes de Joãozinho de Patu ir embora. Bastava que o “pai” da Bossa Nova chegasse à cidade natal para que aproveitassem as madrugadas com o violão, nos silêncios da Estação do Piranga, no Angari ou na Ilha do Fogo. Edésio foi um homem sereno, de andar e falar sempre moroso. Era um “boa praça”, como o chama João Gilberto. Faleceu no dia 07 de janeiro de 1998, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), com a tristeza de nunca ter gravado as suas canções, para que ficassem eternizadas entre o povo da terra que se recusou a deixar para investir em sua carreira artística.


Desenrola por ADERLAN MESSIAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Mim, me e eu. Quando usar?

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magine a cena em que você sai do apartamento apressado porque perdeu o horário e não quer chegar atrasado ao trabalho. Na portaria do prédio você encontra com o seu vizinho, aquele chato que você não suporta olhar na cara dele, porque sempre tirou a paz e sossego de toda a vizinhança quando o seu time está jogando, ou pior, quando 7h da manhã de um maravilhoso domingo você acorda com o barulho de uma furadeira que mais parece um trator prestes a derrubar a parede do seu quarto. Como se não bastasse, depara também com a mulher dele que vive sapateando de lá pra cá naquele calçado de plataforma pesadão, que faz um toc-toc miserável que dá até para contar as passadas. Bom, o casal pede carona porque o carro resolveu não funcionar naquele dia. Por educação você dá a bendita carona. No trajeto para o trabalho, a inevitável conversa de bons modos: “Nossa, o tempo hoje está quente, não!” Você diz: “Pois é! Acho que não vai chover por esses dias”. A sua vizinha se manifesta: “Que continue assim pra mim pegar um bronzeado”. Sob a ótica da gramática, leitor, percebe algo errado na fala da mulher? Se sim, ótimo! Se não, veja só! Imaginei esta história apenas para ilustrar o ato comunicativo entre os interlocutores. Ato comunicativo que, do ponto de vista gramatical, está errado, pois mim nunca foi sujeito. Este é um erro comum que não escolhe classe social, idade, sexo, mas que precisa ser combatido, sobretudo na ambiência acadêmica. E em que momento, então, usar corretamente o mim? Para isso é preciso entender também quando usar o eu. Usa-se eu sempre antes de um verbo no infinitivo determinando uma ação. A vizinha deveria ter dito “Que continue assim para eu pegar um bronzeado”. Viu a presença do verbo pegar? Dessa forma é para eu fazer, para eu escrever, para eu anotar, para eu comprar, para eu sair. Percebeu as terminações dos verbos em ar, er, ir?Agora não dá para errar mais, né? Analisando o uso do mim, vê-se que ele não conjuga verbo. Quem conjuga verbo é eu, tu (você), ele, nós, vós, eles. Logo, quem faz sou eu e mim nada faz. Basta você lembrar que mim é passivo, é preguiçoso. Exemplos: “O vizinho veio a mim e pediu-me carona”. Outro exemplo “Vou estudar os conteúdos pelo livro. Traga-o pra mim!”.

CONECTADO facebook: decodetroia@hotmail.com e-mail: decodetroia@hotmail.com ADERLAN MESSIAS Professor universitário licenciado em Letras Vernáculas, bacharel em Direito e especialista em Psicopedagogia

Outra derrapada feia cometida comumente é a utilização do eu depois de preposição. É errado! Ex.: “Entre mim e você não existe mais nada”. E não: “Entre eu e você não existe mais nada.” Veja que eu só pode ser utilizado junto a um verbo que vem na sequência, o que não é o caso desta sentença. Detalhe, leitor! Nunca utilize eu depois de preposição. Certo? Exceto se na elaboração da frase aparecer, em seguida, um verbo. Ex.: “Esta coluna da revista foi feita para eu esclarecer as dúvidas de língua portuguesa”. Fora isso, use para mim; de mim; por mim; a mim; entre mim, podendo o mim vir ou não no final de frase. Exemplos: “O texto foi entregue para mim; Para mim isso é uma afronta; Jamais deixarei que tirem meu filho de mim; Por mim seriam todos castigados”; ou ainda “Vinde a mim todas as criancinhas”. Uma ressalva, leitor! Cuidado com a vírgula. Ela pode gerar confusão quando não empregada devidamente. Veja a sua importância: “Para mim, atender o seu pedido é uma ordem”. Ao invertermos a oração, é possível perceber com clareza que mim não executa a ação determinada no verbo: “Atender o seu pedido é uma ordem para mim”. Outro calcanhar de Aquiles é o uso do pronome oblíquo me. Quanta confusão meus alunos ainda fazem! Já vimos em quais contextos empregar o mim, agora vejamos que o me só pode ser utilizado quando completar o sentido de um verbo sem a presença da preposição. Exemplo: “José me ofereceu uma carona”. E não: “José mim ofereceu uma carona”. Só utilizaríamos o mim se, neste contexto, invertêssemos a frase: “José ofereceu carona a mim”. Recaptulando: me completa o sentido de um verbo sem o auxílio da preposição, seja ela qual for. Mim necessita sempre da presença da preposição (a, para, de, sem, por...) Vou finalizar por aqui, porque hoje é domingo, dia de jogo e o meu vizinho do apartamento ao lado está vibrando pelo seu time. É, vou entrar na torcida também.

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CRIAção por NINFA TAVARES

CONECTADO facebook: ninfatavares.kyiokosangalo e-mail: ninfatavares@hotmail.com NINFA TAVARES Ex-modelo, fashion designer, consultora e empresária de moda (NTKS)

FICHA TÉCNICA DO ENSAIO NINFA TAVARES produção// LY MELLO CONSUL PACHECO modelos// MARCOS SANTIAGO fotografia// NTKS (PETROLINA/PE) loja//

ACESSÓRIOS

Tendência fashion

Os terços e medalhas com imagens de santos saíram do cenário religioso para a moda! E devem ficar por várias temporadas. Bijoias de Heliomar Santos.

Saia longa em Jersey com blusa de renda guipir. Essa renda é delicada e dá um ar romântico à produção

Esse look é minimalista, monocromático – tendências para a temporada outono/inverno

Saias longas: estrelas do verão para outono/inverno Elas são cheias de possibilidades e combinações. Para um look de festa, combine com blusas de tecidos mais finos ou renda guipir. Já para um look mais despojado, pode vestir com regatas de malha.

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COMBINAÇÃO

Camisaria

Um clássico que voltou com tudo e tomou conta do guarda roupa feminino. As cores e modelagens variadas deixam um visual elegante. Combinação perfeita de camisa de cetim seda e short de linho.

VESTIDOS

Femininos e versáteis

Os vestidos podem ser mais justos e de comprimentos variados. Aposte em tecidos leves como seda musseline e detalhes sofisticados como rendas.

CONFORTO

Vasados, telas e tramas

O preto é sempre o queridinho do inverno, que está em todas as coleções de grandes marcas. Para adequá-lo ao nosso calor, a sugestão é a malha em tela vasada. Por baixo, use blusas cor de pele ou na mesma cor do look. As pedras azuis e vermelhas do colar (by Heliomar Santos) equilibram o monocromático.

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mundo mundomix ARQUITETURA

Com que

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COR

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Inúmeros tons de verdes, azuis, amarelos, vermelhos... Em meio a tantas opções oferecidas pelo mercado de tintas, na hora de construir ou reformar, uma das tarefas mais difíceis é escolher a cor certa para a pintura da casa. Segundo os especialistas, todas as cores são bem-vindas, desde que tragam equilíbrio ao ambiente. textoLUCIANA PASSOS

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ntes mesmo de pensar na cor, é preciso saber que muito além do gosto de cada um, a escolha do que será aplicado nas paredes de um ambiente deve levar em conta as atividades que serão desenvolvidas ali, bem como suas dimensões, condições de iluminação, calor e, claro, a personalidade de quem vai estar lá. A preferência por uma cor expressa sentimentos e revela traços da personalidade. “A escolha interfere no ambiente e reflete o momento que você está vivendo. Também mexe com a memória afetiva e desperta diversas sensações”, diz a arquiteta Karla Rivas. Os tons claros estão associados à sensação de relaxamento, harmonia e equilíbrio. Já os tons fortes sugerem sensações mais intensas, como energia, alegria e até mesmo irritação ou raiva. Mas isso não é uma regra! “Dependendo do estado em que nos encontremos, uma cor alegre como o amarelo pode nos irritar ainda mais, uma cor leve como o azul claro pode nos deixar tristes, o branco - que nos traz a sensação de liberdade e expansão - pode nos estressar com a monotonia”, revela a arquiteta Walkyria Amorim. 2

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PROJETOS DE WALKYRIA AMORIM

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1 As cores fortes dos móveis fazem um contraste harmonioso com a parede clara 2 Closet feminino trabalhado em diferentes tonalidades de rosa. As paredes brancas também podem combinar com tons fortes como o preto (quarto masculino). E o contraste também fica charmoso na cozinha 3 O branco é a base de pintura da volumetria destas fachadas. As cores fortes realçam a estrutura ou detalhes da composição arquitetônica

MARCOS SANTIAGO

Quem está na dúvida de qual cor usar, a dica dos especialistas é selecionar primeiro aquilo que se quer destacar, algo na casa que o morador ache mais importante para mostrar. “Quando o morador quer que a televisão se destaque, por exemplo, a dica é usar uma cor mais escura na parede onde está a televisão, pois isto dá um maior conforto visual”, sugere a arquiteta Karla Rivas. Outra opção para a sala é contrastar uma parede clara com móveis e objetos de cores mais fortes. “As paredes claras facilitam a combinação com outras cores e ressaltam os objetos de decoração”, diz Karla, que ainda opina: quem tem uma sala muito comprida e quer dar a sensação que ela é menor, pode pintar a parede do fundo de uma cor diferenciada para melhorar a proporção do ambiente. Os quartos são ambientes de descanso e relaxamento, por isso pedem cores mais suaves e tons pastel. O branco é a opção mais tradicional, mas pode ser misturado tanto a cores leves como fortes. Para quartos infantis, uma boa opção é trabalhar com diferentes tons da mesma cor. A arquiteta Walkyria Amorim esclarece que o melhor uso da cor branca ocorre quando os traços são simples e bem definidos. Mesclando o branco com outras cores é possível deixar um ambiente com perspectivas diferentes (maior, menor, mais estreito, mais largo). “O branco acalma, sintetiza e equilibra. Já as cores fortes aparecem para determinar o detalhe ou mesmo realçar os elementos estruturais, hierarquizando os elementos de força da composição”, explica.

ARQUITETAS Walkyria Amorim e Karla Rivas defendem que a preferência por uma cor expressa sentimentos e revela traços da personalidade

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mundo mundomix Tendência 2013

Para o ano de 2013, algumas cores foram lançadas pelas marcas de tinta como tendência. O instituto de pesquisa Pantone (maior autoridade de renome mundial na cor), escolheu o verde esmeralda. “A esmeralda é uma pedra preciosa belíssima. A partir deste tom podemos fazer várias combinações com branco, azul, violeta, amarelo, laranja”, afirma Walkyria. Apesar das tendências, há um alerta: a cor da moda não significa que deve ser utilizada. “Só faz sentido usar se o morador tiver uma ligação emocional com ela e perceber as sensações que a cor transmite. E isso é muito particular”, lembra Karla Rivas. Para os mais inseguros em adotar cores, a opção pode ser fazer um teste antes de pintar todo o ambiente. As lojas vendem as amostras chamadas de quilo teste, que devem ser utilizadas para pintar uma parte da parede e analisar o efeito. Uma base neutra, como bege e branco, além de ser clássica e nunca sair da moda, é outra alternativa para quem não quer arriscar demais.

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Tecnologia

Para atrair mais consumidores, o mercado de tinta tem investido em tecnologia que permite obter produtos diferenciados. Uma grande novidade é a produção de tintas à base de água, que eliminam o uso de solvente. Há também os sistemas tintométricos, que possibilitam fazer combinações de tonalidades e as tintas com aplicações específicas para telhados, azulejos, pisos, madeiras e decks de piscina. A tinta superlavável não precisa de revestimento e é muito utilizada em áreas externas, onde se pode fazer uso da bucha na limpeza, como cozinhas e banheiros.

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4 Verde esmeralda é tendência para este ano 5 A tinta magnética possibilita transformar uma parede em imã para colocar enfeites


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ARTESANATO

SCRAPBOOK

para momentos inesquecíveis Sabe aquelas fotos da sua viagem inesquecível, da festa de 15 anos ou da chegada do seu primeiro filho que estão guardadas em caixas dentro do armário há anos? Estas lembranças podem “ganhar vida” em um álbum exclusivo, feito com a técnica do scrapbook (livro de recortes), um trabalho artesanal que pode personalizar momentos inesquecíveis. texto LUCIANA PASSOS fotos MARCOS SANTIAGO

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técnica de retalhos de papel tem como objetivo resgatar a memória de momentos importantes misturando sensações e muitas lembranças. O trabalho minucioso e rico em detalhes lembra os antigos diários, onde os melhores momentos da vida eram registrados com direito a muitos enfeites. A ideia do scrapbook é a mesma destes antigos caderninhos, afirma a artesã Amélia Maia: “o que mudou foram as técnicas, que se aprimoraram”. Técnicas estas que a publicitária Isadora Cavalcanti só conheceu depois de um incidente com suas fotografias de infância. “Lembro que montei um pequeno álbum com minhas fotos utilizando cartolina e papel colorido e depois de um tempo elas ficaram amare-

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ladas, deterioradas e perdi tudo. A partir daí fui pesquisar e acabei conhecendo o scrapbook, técnica que utiliza materiais livre de ácido, desde as folhas, colas e enfeites, o que garante a preservação da qualidade da foto”, afirma Isadora sobre o hobby que virou vício e, hoje, também fonte de renda. Amélia destaca que o grande diferencial do scrapbook é o enredo criado, o que acaba envolvendo as pessoas. “Diferente de um álbum comum, é todo colorido, temático, decorado, obedece uma cronologia”. E para compor a história, as fotografias podem ser incrementadas ainda com frases e elementos que fizeram parte dos momentos. No caso de uma viagem, por exemplo, dá para colar junto às fotos a passagem


APRENDA A MONTAR A montagem de um álbum personalizado requer paciência, dedicação e principalmente criatividade. Primeiro, escolha qual o tema a ser usado. Depois, separe o material que vai precisar. Não existem regras. O ideal é deixar a imaginação fluir.

O papel colorido, de tamanho padrão 30x30, pode ser a base do trabalho. Mas você também pode precisar de cola, fita dupla face, base de corte, régua de metal, tesoura, estilete, e os acessórios de enfeites, que podem ser ilhoses, linhas, adesivos, carimbos e bailarinas, que são tachinhas de fixação.

“Durante a montagem, você pode aproveitar alguns objetos que tenha em casa, como botões, mas é preciso ficar atento para não deixar que ele entre em contato com a foto, assim o álbum não envelhece”, lembra Isadora.

aérea, mapa, bilhetes de metrô, entradas de museu, entre outras “lembranças”. Além de álbuns, a técnica também serve para fazer quadros, porta-retratos, caixas decoradas e vasos. Amélia trabalha com scrapbook para compor diversos elementos. “Tenho trabalhado muito com as caixinhas decoradas, convites e lembranças de aniversários e casamentos”. Já Isadora aposta nos cartões. Em datas comemorativas como dia das mães, dos namorados e Natal, a procura aumenta bastante. “É um presente original, diferenciado e criativo, que tem agradado muito as pessoas”.

ARTESÃS Amélia Maia (E) e Isadora Cavalcanti investem na criatividade para compor álbuns que contam histórias através de fotografias, cupons, ingressos de shows e outras lembrancinhas

Para garantir a sintonia e beleza do produto final, Amélia dá a dica: “busque harmonizar os elementos para não ficar muita informação. Uma opção é combinar o fundo das fotos, com a tonalidade dos enfeites para ter uma qualidade de visualização, porque, se exagerar, pode correr o risco do papel chamar mais atenção que a foto”.

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Todo o material para scrapbook é livre de ácido e pode ser comprado em casas especializadas ou pela internet. As artesãs oferecem cursos para quem quer aprender a técnica.

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economia&mercado & &mercado CARREIRAS, CONSUMO, NEGÓCIOS...

EMPREENDEDORISMO

Da feira às FRANQUIAS INTERNACIONAIS A vocação empreendedora de um jovem empresário que começou a negociar aos oito anos de idade. texto REDAÇÃO fotos MARCOS SANTIAGO

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ERVO PESS OAL FOTO S: AC

NEGÓCIOS A barraca de sapatos foi o negócio de Waldir Junior a partir dos nove anos de idade. Ainda muito jovem, ele investiu na produção de shows em Senhor do Bonfim (Na foto, com Elba Ramalho)

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s ruas da feira municipal da cidade de Senhor do Bonfim/BA eram bem familiares na infância do empresário Waldir Junior. Foi onde ele começou a colocar em prática a vocação empreendedora com oito anos de idade, vendendo piquenique. Logo ele percebeu que bijuteria era mais rentável. E, entre nove e 14 anos, a aposta foi em sapatos. Ainda adolescente, recebeu uma proposta de trocar a barraca de sapatos por um fusca. E trocou. A partir daí, passou a vender e comprar veículos. Ao mesmo tempo, passou a trabalhar com eventos, organizando shows na cidade. A primeira empresa veio quando ele tinha 21 anos de idade. A JR Insulfilm era especializada em aplicar películas em carros. Logo depois, surgiu, em Senhor do Bonfim, o serviço de táxi popular com tarifa única para qualquer lugar da cidade. Junior montou uma parceria com o pai e o tio, cada um usando seu próprio veículo. Nessa época, ele também passou a alugar o próprio carro e, em pouco tempo, decidiu abrir a JR Locadora. Quatro anos depois, veio a primeira filial em Petrolina/PE. Entre a primeira filial da locadora e a segunda, aberta em Jacobina/BA, foram oito anos de muito aprendizado e desafios. “Estudei, me capacitei, passei a me conhecer melhor e aprendi como desenvolver o potencial empreendedor”, diz Junior. O maior desafio foi enfrentar a crise no setor automobilístico a partir de 2009, quando os mercados de locação e seminovos foram prejudicados por causa da facilidade na compra de veículos novos. Mas eis que, na crise, surge uma oportunidade. Junto com a esposa, Silvanna Dantas, Junior passou a pesquisar sobre o mercado de franquias. Decidiu investir menos nas locadoras e, em 2010, abriu a primeira loja da Subway em Petrolina. De lá para cá, já foram inauguradas outras lojas Subway, incluindo a de Juazeiro, e até o fim de 2013, o casal levará as franquias também para as cidades de Paulo Afonso e Senhor do Bonfim. Nos últimos anos de aprendizado, Junior diz que ficou menos centralizador. “Antes, eu só acreditava no negócio se eu estivesse administrando completamente. Mas percebi o das parcerias. A primeira foi com minha esposa, que administra as lojas da Subway e propus uma sociedade com outra pessoa para mais uma franquia”, revela o empresário. Ano passado, a região ganhou a primeira loja do restaurante Divino Fogão, no River Shopping. Delegar tarefas, no entanto, não significa estar alheio ao negócio. “Faço questão de me informar sobre o funcionamento de tudo, mas já não centralizo todo o trabalho”, enfatiza. Outra aposta de Waldir Junior é no bom relacionamento com os colaboradores. “Sempre ouvi de alguns colegas que a maior dificuldade é lidar com pessoas. Não acho. Respeito é a base de tudo”, conta Junior, lembrando que funcionário motivado reflete nos resultados. “E fica mais tempo na empresa, fazendo com que a gente gaste menos com novos treinamentos”, brinca. Quando começou a empreender, uma meta de Waldir Junior era chegar ao número de 100 colaboradores. Meta alcançada! Agora, o foco é a sustentabilidade das empresas. “Não tenho tanta preocupação com o futuro. Acho que ele depende de um presente bem feito. É para isso que me esforço”, revela o empresário, hoje com 35 anos. Outras receitas, segundo ele: “ética, pontualidade e bom relacionamento com parceiros e fornecedores”.

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CONQUISTAS Quatro lojas já abertas em parceria com a esposa, Silvanna Dantas (acima). Depois de registrar 100 colaboradores, o foco agora é a sustentabilidade das empresas. Na foto, com a sinhá do Divino Fogão, Eulávia Nogueira. Abaixo, Júnior com o pai Valdir Silva, parceiro nos negócios


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economia&mercado

EDUCAÇÃO

Ginástica para o cérebro Metodologia adotada por curso estimula o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança, melhora desempenho em provas e qualidade de vida. Mais de 20 mil pessoas no Brasil, entre crianças, jovens, adultos e idosos já cursaram o Supera. texto JULIANA SOUZA fotos DIVULGAÇÃO

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ssim como os músculos, o cérebro precisa ser exercitado para aumentar sua capacidade de executar tarefas com eficiência. Esta afirmação é comprovada pela neurociência. Estudos mostram que as células nervosas crescem, modificam-se e fortalecem-se em resposta a estímulos e novas experiências, indicando que o treinamento cerebral tem um grande impacto sobre nossas capacidades cognitivas. Quando não é acionado, o cérebro fica preguiçoso e lento.

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O Supera Ginástica para o Cérebro é um curso com metodologia própria desenvolvida a partir de exercícios de lógica e prática de cálculos por meio do ábaco (instrumento de cálculo muito usado pelos orientais). É a primeira escola da América Latina com a proposta de desenvolver o cérebro através de um curso livre. O método inclui ainda o uso de ferramentas pedagógicas que ajudam no processo de desenvolvimento dos alunos, como jogos e dinâmicas em grupo que têm por objetivo quebrar rotinas e estimular os neurônios.


DEPOIMENTO A instalação do Método Supera em Petrolina chamou a atenção da professora Rosélia Coelho para a novidade. Depois de se informar sobre as vantagens, ela não teve dúvidas em matricular a filha Sara, de 13 anos, que cursa o 9º ano do ensino fundamental. Depois de sete meses, ela já percebe os resultados. “Minha filha tem tido mais vontade de se dedicar aos estudos, está mais independente e a autoestima melhorou”, avalia Rosélia, que também quer se tornar uma aluna do método em breve. MARCOS SANTAGO

Os exercícios para o cérebro, realizados de forma adequada, desenvolvem habilidades como atenção, agilidade para tomar decisões e resolver problemas cotidianos, pensamento crítico e criativo, comunicação efetiva e facilidade nos relacionamentos. O fundador da ginástica para o cérebro no Brasil, Antônio Carlos Guarini Perpétuo, montou uma equipe de profissionais da área educacional para ocidentalizar a prática do ábaco, dando vida às técnicas que refletem no aumento da criatividade, concentração, foco, raciocínio lógico, capacidade em resolver problemas, perseverança, disciplina e coordenação motora. São reflexos muito positivos no aspecto comportamental, uma vez que desenvolvem a autoestima e a autoconfiança. Habilidades que proporcionam aprender mais em menos tempo; rendimento superior nos esportes, no trabalho e nos estudos; melhor desempenho nas provas, nos vestibulares e em concursos; além de qualidade de vida. No Brasil, mais de 20 mil pessoas já cursaram o Supera. São 93 escolas auxiliando milhares de crianças, jovens, adultos e idosos a terem mais qualidade de vida. Os alunos têm duas horas semanais de prática e atividades lúdicas. O curso tem a duração média de 18 meses, dependendo da dedicação de cada um.

ACOMPANHAMENTO A professora Rosélia Coelho em conversa com a psicóloga Poliana Cunha, avalia os resultados do método sobre o comportamento da filha matriculada no Supera

SUPERA - GINÁSTICA PARA O CÉREBRO Rua José Fernandes Coelho, 109 – Centro - Petrolina (PE) (87) 3861-7522 www.metodosupera.com.br

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agromundo agro FRUTICULTURA, CAPRINOVINOCULTURA, MERCADO AGRO...

INCLUSÃO PRODUTIVA

umbu aí? Vai um

O fim do mês de fevereiro é época de celebração para dezenas de famílias sertanejas das cidades de Curaçá, Uauá e Canudos, na Bahia. É tempo do Festival do Umbu. Este ano, aconteceu pela quinta vez. A festa ocorre no pico da safra da fruta que é a base de um trabalho que vem se tornando referência em cooperativismo para o resto do Brasil.texto REDAÇÃO fotos MARCOS SANTIAGO MAR/2013

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agromundo

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partir de dezembro, quando começa a safra, até meados de abril, as famílias da região mudam suas rotinas. As estradas de terra ganham o vai e vem dos catadores de umbu, a maioria mulheres organizadas em associações comunitárias. Com baldes e bogós (bogó é o nome da bolsa de pano usada para guardar as frutas durante a retirada) nas mãos, elas saem em busca dos umbuzeiros mais “carregados”. A retirada das frutas do pé é feita com muito cuidado. Da copa dos umbuzeiros, ouve-se sempre alguém dizendo: cuidado para não maltratar a planta. O hábito a ser esquecido era o de “sacudir” os galhos, quando, junto com os maduros, caíam frutos ainda verdinhos. Baldes e bogós cheios, o caminho segue em direção à fábrica artesanal, onde outro grupo espera os umbus para começar a produção de doces. Uniformes limpinhos, toucas, acesso restrito à área do preparo e o olhar cronometrado para as penelas mostram como elas aprenderam a técnica para retirar da fruta o sabor que vem conquistando tantos paladares. O mês de fevereiro é época de celebração para essas dezenas de famílias sertanejas. É tempo do Festival do Umbu. Este ano, ocorreu pela quinta vez. A fruta de sabor azedinho é a base de um trabalho que está se tornando referência em cooperativismo para o resto do Brasil. A Coopercuc (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá), que realiza o evento, vem atraindo os olhares do mercado consumidor, de instituições públicas, de ONGs e de movimentos sociais pelo trabalho de inclusão produtiva que faz há quase dez anos, envolvendo atualmente mais de trezentas famílias, a maioria associada à cooperativa, que produzem doces derivados da fruta. O olhar que apresentamos sobre esse evento é o de uma paulistana, convidada para participar do Festival no ano passado. Neide Rigo não quer perder mais nenhuma edição da festa e a descrição de quem participou pela primeira vez é um estimulo para se conhecer uma parte desse sertão que nos enche de orgulho (publicada em O Estado de São Paulo, 21 de março/12). Assim como Neide, quem quiser conhecer a “doce” rotina, agende-se para aproveitar o próximo festival do umbu na companhia de um grupo desses. Nossa acolhida, em Marruá, distrito de Uauá, foi de dona Juvita, Elenita, Sueli e Maura. 32

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UMBUZEIRO Graças à raiz que acumula água, o umbuzeiro é uma das árvores que se mantêm verdes na caatinga mesmo no período de seca. Em 16 pequenas fábricas, cooperados transformam umbus frescos em doces


Uauá, umbuzeiro, umbu e umbuzada por NEIDE RIGO*

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Bahia ainda brilhava de purpurina na sexta pós-carnaval quando começou outra festa, o Festival do Umbu, em Uauá, na região de Canudos, caatinga baiana. Cestas de umbu verde, mas suculento e crocante como uva, para comer inteiro, só deixando de lado as sementes, passavam para lá e para cá. Já madura, a fruta ganha tons de amarelo ou vermelho, a pele fica mais firme e pode ser separada na boca, e a polpa é doce, ácida e perfumada. Uauá não tem muitos atrativos, a não ser às segundas, quando acontece a feira. Nos arredores, vive-se da caatinga - com espécies espinhentas, como cactos e bromélias, e árvores ressecadas que jogam suas folhas na hora do aperto para lançar brotos ao primeiro sinal de chuva. Duas espécies se destacam ali: o bode e o umbu. O bode resiste ao sol e ao solo sertanejos, gastando seu casco para encontrar alimentos que matam também a sede. E o umbu é o refresco do bicho na seca. Quando é tempo de umbu, quem primeiro sabe é o bode, que faz uma veredinha no mato deixando o rastro para quem quiser seguir. E lá vão as catadeiras de umbu. O bode que come umbu fica mudado. O pelo grosso cai e nasce um fininho e macio. E dizem que a carne fica mais macia e saborosa

porque o bicho também come ervas tempero, como a carqueja e o velame. De fato, eu nunca comi carne de bode tão boa. Mesmo que a última boa temporada de chuvas tenha sido já há quatro anos, os umbuzeiros continuam ativos graças às batatas, chamadas xilopódios, que ficam ali na raiz. Elas armazenam grande quantidade de água e são doces e refrescantes. Muita gente cavouca o chão e tira as batatas para comer cruas ou fazer doces, o que pode matar o umbuzeiro. Sorte que, hoje, muita gente sabe disso e protege o umbu. A proteção começou a crescer no final da década de 90, quando mulheres de um grupo quiseram fazer do umbu fonte de renda e foram vender na feira o doce que faziam por tradição. Depois, fizeram curso, aprenderam o manejo da planta e seguiram adiante. O doce e a geleia agora são feitos com as frutas já inchadas e mais doces e têm sabor que lembra cassis, com notas de vinho tinto. Em 2004, foi fundada a cooperativa, com 20 mulheres. Hoje, com cerca de 200 membros, a Coopercuc é um caso que deu certo. Antes, só se comia umbu na safra, de janeiro a abril - acabou, acabou. Ninguém se preocupava em plantar novas mudas, os maus-tratos às plantas atrapalhavam a brotação seguinte e a desertificação da caatinga quase pôs o umbuzeiro a perder. A fruta foi parar na Arca do Gosto, projeto do Slow Food que protege espécies alimentares em risco de extinção. (A cooperativa desenterrou também o maracujá da caatinga, também na Arca do Gosto, que vinha sendo desprezado ante maracujás melhorados.) Agora, geleias, compotas e doces em pasta orgânicos estão na merenda escolar e são exportados para Alemanha, França e Áustria. E o site da cooperativa lista pontos de venda pelo Brasil. Essas receitas, as mulheres aprenderam com gente de fora. E quais eram as formas de preparar a fruta antes? “Minha mãe catava um godó de umbu e enchia o aribé pra gente comer com feijão.” “Só umbuzada e marmelada rodeada de carocinho.” “Umbuzada, com leite de cabra e rapadura, pra comer com farinha.” “Vinagre pra fazer refresco ou comer com pimenta.” Esse agrupamento começa a virar livro. Para o doce feito de umbu verde, a fruta fica de molho em água, para diminuir a acidez. É cozida no fogão de lenha, com açúcar até dar o ponto. O sabor é levemente defumado. A marmelada é feita com a nata do cozimento do vinagre. As sementes são usadas para fazer uma mureta sobre a tábua e aprisionar aí a parte que sobe quando o vinagre é fervido. Fica como uma geleia firme. Depois de secar ao sol, as sementes são descartadas e a placa é enrolada. Já o vinagre, esse merece um livro só para ele. Quase ninguém mais faz. E o que eu provei - a melhor surpresa da viagem - foi preparado na safra do ano passado. As frutas maduras são fermentadas, peneiradas e cozidas, retirando a nata. Quando ganha consistência de xarope, é guardado em garrafas e conservado por anos. É quase como um aceto balsâmico do sertão: o doce e o perfume da fruta combinam com a acidez de fermentação e um quê defumado. Mais comum no passado, o vinagre era usado ao longo do ano para diluir em água para o refresco ou no leite para a umbuzada, para misturar com pimenta ou comer puro com a comida. E se você gosta de coalhada, não imagina como é mais gostosa a umbuzada: leite de cabra ou de vaca talhado pela acidez da polpa do umbu ou do vinagre, quando falta a fruta fresca. *Neide Rigo mantém o blog “Come-se” e escreve para O Estado de São Paulo, jornal no qual foi publicado este artigo em 21 de março de 2012.

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sabor&saúde GASTRONOMIA, ENOLOGIA, BEM-ESTAR...

CARNE DE SOL COM ALIGOT DE MACAXEIRA E MOLHO DE UMBU INGREDIENTES 250g de carne de sol / manteiga de gado Para o aligot 100g de macaxeira cozida 50g de queijo coalho 50g de queijo gruyère 90ml de creme de leite Sal a gosto Para o molho: 100ml de polpa de umbu ½ cebola picada 1 colher (sopa) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de manteiga 1 xícara de leite 2 colheres (chá) de azeite extra virgem ½ lata de creme de leite Sal a gosto Açúcar (opcional) MODO DE PREPARAR A carne de sol: Colocar a carne de molho em um recipiente com água, esfregar um pouco para “limpar” o sal e deixar descansar por 30 minutos. Repetir por mais duas vezes. Regar com um fio de manteiga e levar ao forno por aproximadamente 40 minutos. SÉRGIO DE SÁ Formado em administração de empresas, pós graduando em Alta Gastronomia pela Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO/Recife) e fotógrafo especializado em gastronomia

GASTRONOMIA

Delícias da região A falta de chuva priva o sertanejo de alguns alimentos. Mas o umbu e a macaxeira são dois exemplos de resistência à estiagem. É com eles que sugerimos a primeira receita deste ano, associados à tradicional carne de sol e um “quê” de capricho do aligot, que é uma base para acompanhar diversas carnes, podendo também ser elaborado com diversos queijos, como sugere Sérgio de Sá. ftexto REDAÇÃO otos SÉRGIO DE SÁ

O aligot: Cozinhar a macaxeira em pressão até que rache. Espremer e passar em uma peneira. Colocar numa panela com o creme de leite, sem mexer. Quando começar a ferver, misturá-los e deixar por 3 minutos. Adicionar o queijo gruyère e o coalho aos poucos, alternando entre eles, até que se obtenha um purê liso. O molho: Refogar a cebola na manteiga e acrescentar a farinha. Misture por alguns segundos e adicione o leite. Espere a mistura esfriar um pouco e bata no liquidificador com a polpa de umbu. Coloque o creme de leite e leve ao fogo novamente por mais 3 minutos.

DICA Colocar uma colher de açúcar ou melaço no molho é opcional para aqueles que gostam do sabor agridoce.

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sabor&saúde

ESPECIALISTAS Para os médicos gastroenterologistas Jeovana Brandão e Edson Batista a doença do refluxo gastroesofágico é considerada a afecção crônica digestiva de maior prevalência nos países ocidentais; tem importante impacto econômico e na qualidade de vida do paciente

A APARELHO DIGESTIVO

Quando o esôfago não vai bem... Tecnologia auxilia no tratamento da doença de refluxo gastroesofágico. Especialistas indicam os melhores exames e recomendam mudança de hábitos. texto REDAÇÃO fotos MARCOS SANTIAGO

EXAMES

h... aquela queimação que vai do estômago à garganta! Quem sente, reclama da famosa azia. Este incômodo pode vir acompanhado de regurgitação que é a sensação de retorno de parte do conteúdo gástrico até à garganta. A azia e a regurgitação são os dois principais sintomas de quem tem doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) que é uma afecção decorrente da volta de parte do material gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando várias manifestações clínicas, como asma, tosse seca prolongada, pigarro, dor de garganta, rouquidão, dor torácica e, possivelmente, erosões dentárias, além de azia e regurgitação. Os métodos diagnósticos diretamente relacionados à DRGE são a endoscopia digestiva alta (EDA) e a pHmetria esofágica 24 horas. A EDA avalia a presença e o grau de esofagite, caracteriza as possíveis complicações da doença como, ulcerações e estenoses esofágicas e identifica afecções associadas, como hérnia de hiato. É importante ressaltar que mais de 50% dos pacientes com sintomas sugestivos de DRGE não apresentam alterações esofágicas decorrentes do refluxo à EDA. Neste caso, indica-se a pHmetria que avalia o pH esofágico, caracteriza o padrão de refluxo, avalia se o refluxo sobe até a garganta e permite ainda associar o sintoma referido pelo paciente com o episódio de refluxo. A pHmetria esofágica é considerada o “padrão ouro” para a detecção de refluxo. Outro método, a manometria esofágica pode auxiliar, indiretamente, no diagnóstico da DRGE por meio das medidas de pressão da musculatura do esôfago, por exemplo, os pacientes que têm pressão muita baixa na “válvula” que fica entre o esôfago e o estômago podem ter refluxo patológico mais intenso .

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TRATAMENTO

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pHmetria de 24 horas

Manometria esofágica

A técnica consiste na introdução, pela narina, de uma delicada sonda fina, flexível que é mantida no esôfago distal por 24 horas. Sensores na sonda registram as informações que são encaminhadas para um aparelho; após ser retirado o exame, os dados são transferidos para um programa específico de computador, que lê as alterações de pH, classificando o refluxo em fisiológico ou patológico. O exame é de fácil execução, não provoca dor e permite que o paciente mantenha suas atividades cotidianas.

Esse exame mede a pressão da musculatura do esôfago, bem como avalia a sequência de suas contrações. Trata-se de um método importante para a avaliação dos distúrbios motores do esôfago, como megaesôfago, acalasia, alterações motores decorrentes de refluxo, dentre outras. É muito importante para os pacientes com dificuldade para engolir (disfagia) e para aqueles que apresentam dor torácica de origem não coronariana.

Pode ser medicamentoso, na grande maioria dos casos e cirúrgico em casos bem selecionados. É muito importante associar mudança nos hábitos comportamentais e dietéticos.

ZEvite fumar; ZEvite deitar-se ou fazer esforço com o estômago cheio; ZPerca peso se estiver acima do seu peso ideal; ZEvite roupas apertadas; ZEvite alimentos que prejudicam a digestão e facilitam o refluxo (frituras, alimentos gordurosos, chocolates, condimentos fortes, excesso de alho, cebola e café);

ZEvite encher demais o seu estômago; ZEleve a cabeceira da cama. Utilize um calço de 10cm

a 15cm, principalmente se costuma ter azia durante à noite;

ZPrefira alimentação fracionada e em menor ENDOGASTRO Praça da Bandeira, 1 / Centro - Juazeiro, BA (ao lado da catedral)

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quantidade.

(74) 3614-7850


Tim tim

por JOSÉ FIGUEIREDO

CONECTADO e-mail: rivertopwines@hotmail.com JOSÉ FIGUEIREDO Sommelier e viticultor. Autor e apresentador do vídeodocumentário “Vinhos Brasileiros de Qualidade” e autor do livro “Ensolarado Sertão, Magníficos Vinhos”

Os caminhos de Baco no Sertão

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onte Nisa, região montanhosa dos Cáucasos, fervia quando Baco, deus do vinho na mitologia da Grécia Antiga, descobriu este néctar milenar. Não diferente, embalado nas mais de 3.000 horas anuais de sol, o Vale do São Francisco ferve diariamente nos 365 dias do ano. Esta condição climática ímpar e exclusiva no nosso planeta, impõe às videiras da região um pleno amadurecimento de suas uvas, resultando em soberbos e reconhecidos vinhos. Seus rótulos ornamentam mesas e adegas particulares, são encontrados em prateleiras de lojas especializadas e ocupam lugar de destaque nas cartas de vinhos de propalados restaurantes no Brasil e no mundo. Mas, afinal, onde estão instaladas as vinícolas e seus encantados vinhedos desta mágica região coberta de paradigmas? São estes diferentes e sedutores caminhos que nos levam a estas preciosidades, que desvendaremos agora. Partindo de Petrolina (PE), portal de entrada da região, nos dirigindo pela BR 428 (acesso ao Recife), a primeira cidade é a pequena Lagoa Grande, com aproximadamente 23 mil habitantes, distante a 55 quilômetros. Mais dois quilômetros, na direção de Santa Maria da Boa Vista, chega-se à Rota da Uva e do Vinho. A primeira estação está a 15 quilômetros, é a Vitivinícola Santa Maria, produtora do conhecidíssimo Vinho Rio Sol. São 250 hectares de vinhedos que brilham em vinte diferentes rótulos consumidos em dezenas de milhares de garrafas. Na mesma rota, muito próximo, 1,5 quilômetro, entrando à direita, estrada de acesso à Vinícola Garibaldina, produtora dos Vinhos Garziera, atualmente em inatividade. Dali, partindo no sentido do distrito de Vermelhos, poucos metros separam do requintado Château Ducos, vinícola produtora de refinados néctares que ostentam seu próprio nome na garrafa. Originalmente francesa, seus vinhedos foram implantados com material selecionado nas vinhas do garboso e inquestionável Mounton-Rothschild, baluarte dos vinhos franceses. Os vinhos Château Ducos nos apontam para um futuro brilhante que começa ser consumido já.

São mais 15 quilômetros e chegamos à pequena e artesanal Vinhos Bianchetti Tedesco, produtores dos Vinhos Bianchetti. Extremo zelo em vinhos orgânicos certificados pelo IBD Certificações, assegurando respeito ao meio ambiente, boas condições de trabalho e produtos altamente confiáveis. Na mesma rota, mais sete quilômetros, já no município de Santa Maria da Boa Vista, a preponderante Fazenda Milano e seus premiados vinhos Botticelli. Vinhos reconhecidos e premiados nacionalmente ainda no início da década de noventa do século passado. Outra rota, outra estrela. Partindo de Petrolina para Casa Nova (BA), seguindo pela BR 235, no KM 40, distrito de Santana do Sobrado, são pujantes os vinhedos da Vinícola Ouro Verde, produtora dos Vinhos Terra Nova, leia-se Miolo. Neste mar de vinhas de estonteante plasticidade, entre tantos atrativos, navegamos no Vapor do Vinho, passeio pelo Lago de Sobradinho que muito vale a pena ser degustado. Vapores, aromas e sabores. Um extenso vale regado pelo encantador “Velho Chico”. Uma sinfonia de grandeza que nos permite, em diferentes estilos de vinhos, fazer com que nossos cálices e os de tantos se choquem num estridente “tim tim”!

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Saúde que está na pele Rosto limpo e saudável revela qualidade de vida e autoestima. Especialista explica como tratar manchas no rosto e fala sobre tratamentos existentes. texto REDAÇÃO

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odo mundo gosta de se sentir bonito, com aspecto jovial e saudável. Um rosto manchado confere, muitas vezes, um ar de descuido com a imagem. Pode sugerir, inclusive, a presença de doenças. Essas manchas no rosto são chamadas de melasma, caracterizada pelo aparecimento de manchas acastanhadas localizadas principalmente no rosto. Ocorre com mais frequência nas mulheres e em cerca de dez por cento dos homens. As manchas comprometem áreas expostas, são extensas e sem delimitação. Pode aparecer nas maçãs do rosto, nariz, testa e mandíbula. Elas podem aparecer ou piorar na gravidez. O seu diagnóstico é essencialmente clínico. Não são necessários exames para confirmar o diagnóstico. A causa do melasma é desconhecida. Pode acontecer devido a fatores genéticos raciais, hormonais e ambientais com a radiação ultravioleta. O sol é o grande vilão, porque influencia diretamente para que as manchas apareçam ou se agravem. A pele de quem tem tendência a melasma é tão sensível que até mesmo o sol do inverno provoca e agrava as manchas “Quem tem tendência a melasma, precisa ter cuidado constantemente”, explica o dermatologista Rogério Leal. “É preciso traçar um plano com o paciente para a obtençao de resultados mais satisfatórios. Existem várias opções de clareadores e o uso e associação deles devem ser decisão exclusiva do médico, porque a chance de complicações e piora das manchas é real”. Outra opção terapêutica é a remoção da melanina (pigmento que dá cor a pele) e pode ser feita com uso de “peelings” que promovem a esfoliação da pele. Os peelings são feitos com ácidos e podem ser superficiais, médios e profundos. São procedimentos médicos, lembra Dr. Rogério Leal, porque exigem preparação, manejo e produzem riscos e complicações. O laser é outra alternativa para o tratamento do melasma. Trata-se de um tratamento coadjuvante e não costuma ser eficaz isoladamente. É preciso, ainda, ter muito cuidado no uso de peelings e laser, principalmente no Nordeste, que tem elevada incidência de raios solares. O tratamento do melasma é prolongado e complexo, mas, com disciplina e boa estratégia, os resultados podem ser satisfatórios. A exposição ao sol precisa ser controlada e o uso dos bloqueadores solares com fator de proteção elevado é de fundamental importância. “Ter um rosto limpo e saudável não é apenas questão estética. É saúde, autoestima e qualidade de vida”, resume o médico.

DR. ROGÉRIO LEAL: “Existem várias opções de clareadores e o uso e associação deles devem ser decisão exclusiva do médico, porque a chance de complicações e piora das manchas é real”

CLIEMED-MEDICINA ESPECIALIZADA Praça da Bandeira, nº 05 - Centro - Juazeiro-BA (74) 3611-8312


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entrevista

JULIANELI TOLENTINO

Univasf

Os desafios do reitor mais jovem do Brasil Há um ano, ele foi eleito reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco com o propósito de fazer uma gestão mais participativa. Nesse período, o professor paraibano que optou pela vida acadêmica na região, enfrentou a desconfiança de quem o julgava jovem demais para o cargo. texto JULIANA SOUZA fotos MARCOS SANTIAGO

Sua proposta na época de eleição para reitoria era, se eleito, promover uma gestão participativa e democrática. Depois de um ano no cargo, tem conseguido? A votação de quase 61% mostrou que a comunidade acadêmica esperava por isso. E já conseguimos promover essa participação através de fóruns que são espaços de contato frequente com técnicos, estudantes e coordenadores de cursos. Nesses fóruns, antecipamos discussões de temas que serão levados ao conselho universitário e não é a reitoria que propõe a pauta dos fóruns. Que outros avanços o senhor aponta nesse período? Nossa gestão criou a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil. A Univasf é a primeira universidade federal a criar uma Câmara de Assistência Estudantil em que os próprios estudantes decidem como serão usados os recursos. Ano passado, eles dispunham de 1,8 milhão de reais. Para 2013, os recursos federais são de 3,8 milhões. Além do aumento considerável, a Univasf ainda vai dar uma contrapartida de 750 mil reais para a assistência estudantil. Algumas ações previstas são a conclusão dos restaurantes, a criação de novos leitos em residências universitárias e investimento em mobilidade, como a aquisição de novos veículos. O fato de ser o reitor mais jovem do Brasil atrapalha sua gestão? Atualmente eu sou o mais jovem, mas não sou o primeiro reitor mais jovem. O ex-reitor da Universidade Federal do Tocantins, professor Alan Barbiero, também assumiu o cargo de reitor com 36 anos. No início eu percebi um ar de desconfiança e decidi que somente o trabalho poderia desfazer essa impressão. Lembro que na primeira reunião da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), em

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entrevista

JULIANELI TOLENTINO Brasília, eu tive a felicidade de encontrar dois reitores que já me conheciam, como estudante e como professor (eu fui professor substituto da Universidade Federal da Paraíba) e eles me deram um apoio muito grande, principalmente quando falaram: “Eu conheço esse cara, vai ter sucesso”. Então, isso me deu forças para dizer: eu posso e vou seguir em frente, fazer diferente e executar o nosso projeto de uma universidade mais participativa, plural e democrática. A responsabilidade é grande, mas nós somos uma equipe, porque ninguém faz nada sozinho. E felizmente já estamos conquistando o reconhecimento da comunidade dos estados em que a Univasf atua, de políticos e de gestores de outras instituições de ensino. Eles veem que apesar da juventude, inclusive da própria Univasf que tem menos de 10 anos, nós temos foco na qualidade, no desenvolvimento sustentável, no crescimento não somente da nossa instituição, mas da nossa região. Qual o orçamento da Univasf para 2013? O fato de sermos jovens – eu e o vice-reitor Télio Nobre – também provocou uma desconfiança quanto à execução orçamentária e o aporte de novos recursos. Achavam que não teríamos fácil acesso em Brasília. Mas já mostramos o contrário. Aumentamos em cerca de 80% o volume de recursos aprovados pelo Ministério da Educação. Saímos de 11 para 19 milhões de reais. No total, descontando folha de pagamento, devemos chegar a aproximadamente 75 milhões de reais. Outra conquista é o volume de recurso extraorçamentário através de emendas parlamentares. Ano passado, tínhamos 250 mil disponíveis. Este ano, são 15 milhões de reais. Apresentamos nosso projeto aos representantes políticos e eles compraram nossa ideia. E qual a capacidade da Univasf em gerir esse orçamento? Nossa capacidade de gestão de orçamento já foi colocada a prova nesse primeiro ano, porque nós começamos a trabalhar com o planejamento feito na gestão anterior. O trabalho em equipe foi importante. Conseguimos envolvimento de todos os servidores. Para esse ano, o desafio é maior por causa da multiplicação dos valores, e nosso corpo técnico permanece praticamente o mesmo. Tivemos algumas aquisições, mas ainda estamos longe do ideal. A execução orçamentária precisa ser feita com muita responsabilidade. Constantemente, somos auditados. A universidade tem autonomia, mas nosso limite é a lei. O que a Univasf prevê de crescimento? Depois de um ano de discussões em Brasília e aqui na universidade, aprovamos a expansão para a cidade de Paulo Afonso/BA, com a criação, inicialmente, do curso de Medicina. Uma equipe da prefeitura universitária já esta trabalhando e devemos iniciar as atividades no fim de 2014 ou início de 2015. A parceria com a Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) vai ser de grande im-

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“Precisamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida do sertanejo e com o desenvolvimento da região. Nesse sentido, temos um corpo técnico qualificado que pode colaborar.” portância. A Chesf doou a área onde vai ser instalado o campus e outros equipamentos: um antigo hotel e a área do entorno; uma residência que servia a engenheiros da companhia, que fica no centro da cidade e podemos adaptar para uma residência universitária e ainda temos um acordo de intenção para a doação do hospital Nair Alves de Souza. O hospital vai ser muito útil para o curso de Medicina e poderemos oferecer à comunidade uma melhora na oferta de serviços de assistência médica. Temos dois projetos no Ministério da Educação para a ampliação da oferta de cursos de graduação. Em Senhor do Bonfim/BA, onde é oferecido o curso de Ciências da Natureza, o campus pode passar a oferecer também os cursos de Geologia, Geografia, Direito e Ecologia. E em São Raimundo Nonato/PI, os


entre a universidade e a comunidade. Há pessoas em nosso município que não sabem que existe uma universidade nem o que se faz numa universidade. Precisamos contribuir para a melhoria da qualidade de vida do sertanejo e com o desenvolvimento da região. Nesse sentido, temos um corpo técnico qualificado que pode colaborar. Depois das últimas eleições, chamei prefeitos e vereadores para conhecerem o que a universidade tem de melhor e nos colocamos a disposição para assessorar no que for preciso. E para onde caminha o ensino superior do Brasil? Caminha buscando melhor qualidade. O ensino busca entregar ao mercado profissionais ainda mais qualificados que possam contribuir com o desenvolvimento das regiões e do país.

cursos de História, Geologia e Geografia devem se somar aos de Arqueologia e Preservação Patrimonial e Ciências da Natureza, já oferecidos. Também lá no Piauí, a parceria com o governo do estado e emendas parlamentares preveem mais investimentos em infraestrutura. Perto de completar nove anos de atividades, para onde caminha a Univasf? A Univasf já nasceu grande, atuando em três estados (Pernambuco, Bahia e Piauí), a primeira no Brasil com essas características, mas precisa ser consolidada, reconhecida pela qualidade perante outras instituições de ensino superior, inclusive internacionais. Dessa forma, nosso maior trabalho é promover o desenvolvimento contínuo da universidade objetivando mais qualidade nos cursos de graduação, pós-graduação e pesquisa. A chegada de uma universidade é impactante para a região onde está situada. Com a Univasf não seria diferente. A instituição trouxe novas empresas, ajudou a melhorar a prestação de serviços já que novos moradores trazem novas exigências, sem falar do crescimento no mercado imobiliário. Outro impacto importante é no âmbito social, quando a universidade chega à comunidade através dos projetos de extensão e interfere em áreas como as de saúde, ciências agrárias, ciências sociais. Um dos nossos objetivos é eliminar barreiras

Como o senhor vê o acesso à universidade através do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e das cotas para minorias? O Enem é um primeiro passo para universalização e democratização do acesso. Ainda é um desafio, mas caminhamos para isso. A maior crítica não é em relação ao Enem, mas ao Sisu (Sistema de Seleção Unificada) que permite que o estudante onde estiver, a partir da classificação do Enem, escolha qualquer universidade do Brasil. Por causa do curso de Medicina especialmente, a crítica volta-se para a possível desvantagem de estudantes da região na concorrência nacional. Mas, ao mesmo tempo em que um estudante de fora pode ingressar aqui, o estudante daqui pode ingressar fora. Se não fosse o curso de Medicina, essa discussão seria minimizada. O problema é que, quando não há uma boa formação dos ensinos fundamental e médio, o ingresso é mais difícil. Por isso, quando eu estou com políticos, ressalto que o investimento maior a ser feito é antes de chegar à universidade. Quanto às cotas, não vejo como “a” alternativa, mas o governo federal está minimizando uma divida histórica com as populações de negros, indígenas e a população de baixa renda. A política de cotas tem data para acabar e, por si só, não resolve, mas é uma alternativa temporária para sanar uma divida histórica. O ingresso de estudantes supostamente com menos conhecimento não aumenta a responsabilidade da universidade quanto à qualidade do resultado final? Temos novos desafios e estamos atentos a essas situações, buscando os recursos para que esses estudantes possam superar os impactos decorrentes de qualquer condição desfavorável, sejam de natureza econômica, social ou de sua formação. É com esta perspectiva que nos inserimos neste debate que é nacional e que visa maior incentivo às políticas de assistência estudantil, que promovam o acesso, a permanência do estudante e que também garantam a qualidade do ensino e uma formação acadêmica de excelência.

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O novo sabor do sert達o em reserva 46

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OFICINA DO SABOR: Pernambucanidade por todos os lados. O chef César Santos sugere um espumante Rio Sol Rosé para acompanhar o jerimum recheado com camarão ao creme de manga

LINDA (Pernambuco)

As frutas produzidas no Vale do São Francisco já estão nas mesas de todos os continentes do mundo. Agora, os vinhos sertanejos começam a ganhar destaque no mercado nacional. Algumas iniciativas já os colocam em gôndolas internacionais, mas optamos por mostrar como chefs e sommeliers brasileiros incorporaram a produção nordestina aos seus trabalhos e estão ajudando a revelar um novo sabor do sertão. textoJULIANA SOUZA fotosMARCOS SANTIAGO

Há 20 anos, o restaurante Oficina do Sabor, em Olinda, privilegia produtos da culinária pernambucana. O chef César Santos uniu criatividade e respeito à identidade cultural do estado para oferecer aos clientes um trabalho que se tornou referência em gastronomia regional. No cardápio, os pratos trazem lembrança junto com os ingredientes: macaxeira, jerimum, jenipapo, carne de sol, charque e queijo de coalho, além de uma grande variedade de frutos do mar. O resultado é de encantar não só o paladar. A rua do Amparo na cidade alta de Olinda é um ponto de encontro com a pernambucanidade, onde a arte popular está na decoração e cada lugar do estado tem uma representação na casa. Há mais de um ano, a premiada carta de vinhos brasileiros do restaurante apresenta aos clientes o Vale do São Francisco. “Nada mais justo que oferecer vinhos pernambucanos. Não só porque são pernambucanos, mas porque têm muita qualidade”, diz o chef. Entre as opções de vinhos regionais do restaurante, há brancos, tintos e espumantes. “O frescor dos vinhos do Vale do São Francisco fazem uma harmonização perfeita com nosso cardápio”, enfatiza Santos, sugerindo um espumante Rio Sol Rosé para acompanhar a especialidade da casa, o jerimum recheado com camarão.

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capa SÃO PAULO (São Paulo)

Quem vai ao restaurante Brasil a Gosto, localizado nos Jardins, faz uma viagem gastronômica em companhia da chef Ana Luiza Trajano, que põe à mesa o resultado do conhecimento adquirido em 20 estados brasileiros. Ela fez uma expedição culinária por todas as regiões brasileiras pesquisando sobre ingredientes, modo de preparo e a importância cultural de cada prato. “É muito gratificante trazer na bagagem de cada viagem pelo Brasil, novos aprendizados e a certeza do valor da nossa gastronomia”, diz Ana Luiza. Há sete anos, os menus da casa traduzem os lugares visitados pela chef. Além do cardápio fixo, a cada temporada os clientes têm a opção de degustar um menu regional. Entre julho do ano passado e fevereiro deste ano, ficou em cartaz o Menu Pernambuco com pratos como o Canapé de milho e linguiça de charque, o Beijupirá acompanhado de salada fresca, o Chambaril, o Baião de três frutos do mar e um trio formado por Cartola, sorvete de bolo de rolo e bolo de noiva para a sobremesa. Para compor as opções, Ana Luiza visitou o estado duas vezes, do litoral ao sertão, passando pelas vinícolas do Vale do São Francisco. Os vinhos sugeridos para harmonização são da vizinha Bahia: Espumante Terra Nova Brut, Miolo (não safrado); Branco 2010 Terra Nova Chenin Blanc, Miolo; Tinto Terra Nova Shiraz, Miolo e Vinho de sobremesa 2009 Terra Nova Moscatel Colheita Tardia. O cardápio deveria durar três meses e, devido o sucesso, foi prorrogado por mais quatro. Em fevereiro, entrou em cartaz o Menu Santa Catarina, mas uma representação do Vale ficou. “Vamos manter na nossa carta de vinhos, como sugestão para sobremesa, o vinho Terra Nova Moscatel Colheita Tardia”, revelou o sommelier Gilvane Rebelo.

RECIFE (Pernambuco)

Com inspiração na culinária francesa, o Wiella Bistrô, localizado em Boa Viagem, no Recife, tem como destaque a harmonização dos pratos com vinhos. Para a experiência da enogastronomia, o restaurante tem uma adega com mais de 230 rótulos. Entre eles, os sanfranciscanos Terra Nova, Rio Sol e Botticelli. “Os vinhos do Vale do São Francisco estão em nossa carta há cinco anos. Muitos clientes reconhecem a qualidade dos rótulos e já não têm dúvida na hora do pedido”, conta o sommelier José João. Para o sommelier, um dos compromissos dos profissionais da área é fazer com que o público passe a olhar para os bons vinhos nacionais. “Há quem prefira os importados só por serem importados”, lamenta João. Nesse sentido, dá até para fazer uma brincadeira com clientes mais antigos. “Ofereço o vinho sem mostrar o rótulo e sem revelar a nacionalidade. Pergunto o que acharam e, quase sempre, a resposta é positiva. Quando sabem que é brasileiro - e sertanejo - vem a boa surpresa”, revela. A mudança de hábitos de consumo está contribuindo para aumentar as vendas de vinhos no restaurante. José João lembra que há cinco anos a maior venda era de whisky. “Enquanto a venda de whisky caiu, vimos aumentar em quase 50% a venda de vinhos. Além disso, entender sobre a harmonização dos vinhos e pratos é outro prazer para o cliente”, diz. Dessa forma, entre os magret e confit de canard ou carré de cordeiro do cardápio do Wiella, os vinhos regionais são um diferencial no charmoso sotaque francês.

WIELLA BISTRÔ: Adeptos da enogastronomia, clientes têm a opção do Rio Sol Cabernet Sauvingnon-Syrah para acompanhar carnes como magret de canard e carré de cordeiro

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BRASIL A GOSTO: O Menu Pernambuco fez tanto sucesso que foi prorrogado. O vinho Terra Nova Moscatel Colheita Tardia que acompanhava a sobremesa “Cartola, sorvete de bolo de rolo e bolo de noiva” vai continuar na carta da casa


VERÃO BRASILEIRO COM ESPUMANTES SERTANEJOS (Alagoas, Rio de Janeiro, Santa Catarina) O verão 2013 ganhou brindes gelados de espumantes em praias de Alagoas, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A Miolo levou a bebida produzida na vinícola Ouro Verde, em Casa Nova/BA, para a degustação à beira mar. A ação de venda incluiu carrinhos personalizados e vendedores treinados para oferecer as garrafinhas de 250ml mais taças de acrílico ou canudinhos. Em Alagoas, as praias de Ponta Verde e Barra de São Miguel receberam a ação. Em Santa Catarina, a venda já ocorre há três anos com foco nas praias Jurerê e Jurerê Internacional. Já em Búzios, a ação foi inédita na badalada praia de João Fernandes em parceria com o Club La Plage (fotos). “Nesse verão, ampliamos nossas vendas em mais de 200% em Búzios e os espumantes Terra Nova abriram espaço para fecharmos contratos de exclusividade”, contou o supervisor de vendas na região de Búzios e sommelier, Tarcísio Nunes, referindo-se principalmente à aceitação do Moscatel que tem sabor mais adocicado.

Galvão Bueno é o novo acionista da Miolo Quem soube da visita de Galvão Bueno ao Vale do São Francisco em dezembro de 2011, provavelmente não imaginou que o passeio poderia tratar de negócios. O narrador esportivo é produtor de uvas no Sul do Brasil e a Miolo é responsável pela elaboração do vinho que leva o nome dele, o Bueno Cuvée Prestige. Mas a maior novidade foi revelada há pouco: Galvão Bueno tornou-se o novo sócio da Miolo Wine Group e junta-se às famílias Miolo, Benedetti, Tecchio e Randon no quadro acionário do grupo que mantém, no Vale do São Francisco, a vinícola Ouro Verde, em Casa Nova/BA.

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umlugar

Casa Nova (BA)

foto MARCUS RAMOS

(JORNADAS FOTOGRテ:ICAS DO VALE DO Sテグ FRANCISCO)

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Dunas do São Francisco Elas começam em Barra e se espalham por outros municípios baianos até chegar em Casa Nova, a 108 quilômetros de Petrolina (PE). O acesso às dunas de Casa Nova não é tão fácil, mas a paisagem compensa. As montanhas de areia mutantes ficam às margens do Rio São Francisco, mais precisamente na represa de Sobradinho, um dos maiores lagos artificias do mundo.

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cult música, cinema, literatura, agenda, cultura popular...

Capela de São Miguel, lugar de romaria e uma das paisagens mais bonitas do Vale

Petrolina

Rota

Juazeiro

das Missões Um mergulho na história da colonização nordestina com direito a passeio de barco pelo rio São Francisco, visita às ilhas com suas igrejas centenárias e às ruínas das missões dos frades capuchinhos franceses, que na metade do século XVII começaram o duro trabalho de catequese dos índios Cariri. Esta é a sugestão que promete entrar nos planos de viagem de muita gente quando estiver consolidado um novo destino turístico no Vale do São Francisco: a Rota das Missões. texto/fotos CARLOS LAERTE 52

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Orocó no mapa do

turismo regional

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Centenária igreja de São Felix, construída na ilha do mesmo nome com pedras trazidas do fundo do rio pelos índios Cariri/ Irapuá

endo como ponto de partida o porto principal da pequena e charmosa cidade de Orocó - que em Tupi Anhangá significa Entre Montanhas - o roteiro, que ainda está em fase de elaboração, leva o viajante inicialmente à ilha da Vila Real de Santa Maria. A viagem rio acima é um deleite à parte com a paisagem de correntezas e pássaros. De um lado, a Serra Linda e do outro, a misteriosa caatinga - único bioma exclusivamente brasileiro. De repente, uma imagem chama a atenção. São as estruturas do que foi um dia uma roda d’água, um dos primeiros instrumentos de captação de água que integrou Orocó ao conjunto de cidades vocacionadas para a agricultura da agricultura irrigada do Vale do São Francisco. Considerada uma das primeiras povoações do Vale, a Ilha da Vila, como hoje é conhecida, vem encantando visitantes do mundo inteiro há muito tempo. Somente pra citar dois exemplos, além dos missionários franceses e italianos, vários historiadores registram a passagem

pela ilha dos Irapuá, do geógrafo e engenheiro alemão Henrique Guilherme Fernando Halfed, que percorreu o rio São Francisco no século XIX a pedido do governo imperial e do escritor aventureiro inglês Richard Burton, que se emocionou ao identificar entre as ruínas da antiga missão a inscrição “Resvrgent in novissimo die 1734”, que quer dizer “Ressurgirão no último dia” e o número referindo-se provavelmente à data de construção da capela. As ruínas que o inglês mencionou em sua passagem pela região, no distante ano de 1867, sobreviveram às intempéries e aos fenômenos da natureza, ressurgindo hoje como um acervo arqueológico de valor inestimável e forte atrativo turístico de grande apelo religioso e étnico.

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cult cultura popular

Sumiço dos peixes

O padre e historiador da diocese de Petrolina, Francisco Cavalcante, escreveu um esboço histórico sobre a ilha. Para ele, um passeio por entre as pedras e tijolos, que em tempos passados ergueram o mosteiro, cemitério e a capela construídos pelos índios, sob a orientação dos frades capuchinhos franceses, equivale a uma espécie de retorno a um tempo onde a presença missionária fez surgir um aldeamento indígena, posteriormente transformado em vila, tornando-se o centro político, civil e religioso de toda uma região. Foi lá, inclusive, que surgiu a base para as origens históricas das cidades de Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Petrolina. “A tradição oral conta que a decadência da vila foi provocada por uma grande enchente ocorrida em 1792, mas o declínio começou com a expulsão dos frades pelos portugueses. Ainda segundo a tradição, quando isso aconteceu, os peixes sumiram e demoraram a voltar para região”, lembra o padre Francisco Cavalcante citando uma pintura, que ainda hoje pode ser vista numa das paredes das ruínas, onde aparecem losangos em fila indiana que mais parecem peixes descendo o rio. Ainda na Ilha da Vila, o turista pode seguir as trilhas abertas pelos grandes missionários do rio São Francisco, Frei Martinho de Nantes e Frei Bernardo de Nantes e descobrir também as ruínas da bela igreja dedicada a Santo Antônio de Pádua. Este santo era o padroeiro do aldeamento, mas foi substituído por Santa Maria Rainha dos Anjos por determinação do Governo Pernambucano, seguindo orientações do Marquês de Pombal. Outro detalhe interessante remete à imagem de Santa Maria Rainha dos Anjos, hoje padroeira de Petrolina. Conta o padre historiador que, após a decadência da sede da antiga freguesia, todas as imagens que pertenciam à matriz da ilha foram levadas para a igreja de Santa Maria da Boa Vista. “È provável que uma dessas imagens seja a de Santa Maria Rainha dos Anjos que mais tarde foi incorporada ao patrimônio da matriz de Petrolina”, raciocina Francisco Cavalcante. Deixando a Ilha da Vila, rio abaixo, o passeio continua descortinando belezas naturais com o barco deslizando suavemente até o porto da Ilha de São Felix, onde hoje ainda resta uma igreja construída por volta do final do século XVII pelos mesmos frades capuchinhos franceses. Segundo depoimentos do povo Truká Tapera, que vive em uma reserva indígena, na antiga Ilha do Cavalo, as pedras da igreja que já foi dedicada à Nossa Senhora Mãe de Deus foram retiradas do fundo do rio pelos índios Cariri/Irapuá. 54

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Ruínas da passagem com arco pertencente à igreja da Ilha da Vila Real de Santa Maria. No detalhe do arco, a pintura que lembra o sumiço dos peixes


Orocó, entre o rio e a Serra Linda

Relicário Cultural

Passando atualmente por reformas em função do desabamento do teto, a igreja de São Felix, juntamente com um cemitério construído ao lado, no final do século XVIII, constitui uma espécie de relicário cultural de singularidade e grande valor artístico. Salta aos olhos os detalhes do arco do presbitério em estilo mouro, a imagem de São Felix, datada também do início do século XVIII e um relógio de sol acima da porta de entrada, além da torre com o sino e a cruz de madeira, na parte de trás do templo, seguindo um velho costume europeu. Bem em frente à ilha de São Felix, uma outra porção de terra cercada de água por todos lados chama atenção pelas elevações rochosas e uma pequena capelinha construída em cima de uma grande pedra. Depois de um rápido passeio de barco, chegamos à ilha de São Miguel, considerado o padroeiro da Igreja Católica e protetor das almas. O pequeno templo, construído provavelmente à mesma época da igreja de São Felix e pela mesma congregação religiosa, já foi praticamente um centro de romaria, para onde ocorriam pessoas de várias partes do país em busca de ajuda espiritual e curas milagrosas. Atualmente, sem imagens, portas e janelas, a capela necessita de uma reforma urgente. Mas a aura do lugar, o mirante de onde se avista

uma bonita paisagem – tendo ao fundo a cidade de Orocó e do outro as fotográficas ilhas ao redor, traduz recolhimento, introspecção, encontro consigo mesmo e com Deus. A Rota das Missões inspira religiosidade e etnia, mas há quem também veja aventura, ecoturismo e até uma prática educativa multidisciplinar. O professor Daniel José dos Santos, por exemplo, está propondo ao município o desenvolvimento de um projeto de turismo pedagógico através de uma experiência interativa entre o visitante e o meio. O professor já mostrou as ruínas e as igrejas a vários alunos de entidades como a UFMG, PUC, FACAPE, UFRPE e UFPE e todos eles ficaram encantados com o ensino que estas obras proporcionam, através de legados deixados pelos antepassados e mudanças trazidas pelos colonizadores.

Pórtico de entrada

A velha Roda D’Àgua, um dos precursores da agricultura irrigada no Vale do São Francisco

Considerado o Pórtico de Entrada da RIDE – Região de Desenvolvimento Integrado do Pólo Petrolina/Juazeiro, Orocó oferece ainda uma série de outros atrativos de lazer e entretenimento ao turista, a exemplo da trilha Mirante da Serra Linda, um passeio à Cachoeira, que é uma praia de água doce e ao balneário Estação do Sol, isso sem falar no rico artesanato em fibra de palha da bananeira, que hoje é conhecido em todo Brasil e na Banda de Pífanos, uma relíquia musical que foi criada em 1888. O município conta também com o Brígida, considerado um dos maiores projetos agrícolas da região, várias comunidades quilombolas e manifestações culturais como a Roda de São Gonçalo e o Reisado, além de uma diversificada gastronomia à base de carne de caprinos e peixes. Segundo o prefeito Reginaldo Crateú (Dedi), o município já começou o trabalho de diagnóstico do novo destino turístico, que pode complementar o já existente e consolidado Roteiro do Vinho, que vem atraindo um número crescente de turistas para os municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, além dos baianos, Juazeiro, Casa Nova e Sobradinho. O primeiro passo é planejar e estruturar a rota com o apoio e a infraestrutura necessária. “Estamos apoiando um projeto da União Cultural Orocoense para recuperar o teto da igreja de São Felix e depois, em parceria com o Governo do Estado e o Ministério do Turismo, vamos nos mobilizar também para restaurar a capelinha de São Miguel, preservar as ruínas da Ilha da Vila, além de somar esforços para melhorar a logística de transporte visando o deslocamento dos turistas para estas ilhas”. O prefeito, que reconhece ainda as necessidades de promoção, marketing, sensibilização de profissionais e empresários e qualificação profissional para alavancar a Rota das Missões, afirmou também que pretende desenvolver o segmento como uma atividade econômica sustentável, relevante e geradora de emprego e renda no município. MAR/2013

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Renunciar ao sonho,

nunca! Escritor paraibano autor do “Auto da Compadecida” condiciona a vida ao exercício permanente do sonho, reclama da autoria egoísta e perniciosa da arte e diz que é um plagiador liberal: “um verso que me toca eu roubo”. / CÍCERO FÉLIX texto fotos

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romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, autor do “Auto da Compadecida”, continua irreverente aos 85 anos. Indiscutivelmente é um perseverante cavaleiro protetor da cultura brasileira, sobretudo a nordestina. Já foi chamado por uma jornalista do Recife de Dom Quixote arcaico a investir contra os moinhos de vento da globalização. Em recente aula-espetáculo realizada no auditório da Estação Ciência, em João Pessoa (PB), respondeu: “Invisto, invisto e investirei até morrer! A globalização não vai poder comigo, não. Ela só pode com quem dá importância a ela, e eu não dou, não. Não dou a menor importância. Eu vou dar importância a esse pessoal da comunicação que fica exaltando uma imbecil como a Lady Gaga?”. O assunto principal era o centenário do livro “Eu” do paraibano Augusto dos Anjos, mas Ariano foi além, acabou dando uma aula em defesa da vida, “vida, louca vida”. E a morte foi recorrente em quase toda a sua fala. “Deus, que eu morra no palco... não me coroem de rosas infecundas”, declamou, lembrando o poeta Alvares de Azevedo que, assim como Augusto dos Anjos, morreu muito jovem, com 21 anos. Até na hora da morte Alvares desejou fecundidade, criação, vida, so-

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nho: “não me coroem com rosas infecundas”. Aliás, os cristãos traduziram a palavra grega daemon equivocadamente, reclamou. Daemon é o poder criador do poeta, do artista, do pintor; não o demônio que supuseram. Disparou sobre a poesia conceitual: “Eu tenho horror! Eu gosto de poesia doida, meio absurda e baseada em imagem. A poesia que não tiver imagem, não é poesia”. Para ilustrar, citou um trecho da poesia “Versos íntimos” de Augusto dos Anjos: “Vês! Ninguém assistiu ao formidável / Enterro de tua última quimera. / Somente a Ingratidão – esta pantera – / Foi tua companheira inseparável!”. A pantera augustiana que aparece no poema a ficar a espreita, aterrorizando ainda mais a solidão, a despedida; é uma imagem muito forte para Ariano. “Eu já plagiei essa pantera não sei quantas vezes. Sou um plagiador liberal. Essa pantera de Augusto dos Anjos eu já usei direto (risos). Como eu uso também... quando eu pego uma poesia popular, um verso que me toca eu roubo. Essa ideia de autoria egoisticamente individual na arte é muito perniciosa para a arte. Eu conheço poucos escritores brasileiros capazes de revelar a fonte como eu revelo. Eu digo eu roubei de fulano, sicrano...”


Os desvarios, as quimeras voltam com Dom Sebastião, que sofreu de extemporaneidade heroica, inoportunidade épica, como diz Ariano. Aliás, aposta ele que Dom Quixote, do espanhol Miguel de Cervantes, foi inspirado em Dom Sebastião. “E a gente herdou o sebastianismo também. Antônio Conselheiro era sebastianista. O sonho é maior que a realidade desse mundo. A realidade e a razão mandam a gente ficar em casa. A gente tem que ser movido pelo sonho. Isso é verdade até do ponto de vista político. O grande sonho da humanidade do ponto de vista político é um regime onde unem e se fundem a justiça e a liberdade (aplausos). A única coisa que critico em Dom Quixote, que eu critico em Cervantes, é o capítulo em que Dom Quixote renuncia ao sonho. Isso nunca! Eu ainda vou reescrever o final de Dom Quixote. Olha o atrevimento (risos)!” Neste momento, Ariano enfatiza seu bom humor para lidar com o assunto contando uma poesia. Eram dois loucos. Um passa pelo outro e escuta: “Não vai bater continência, não?”. E ele para, volta-se e pergunta: “E quem o senhor pensa que é?” “Napoleão Bonaparte, comandante Napoleão Bonaparte”, respondeu. “E quem lhe nomeou?”. O ou-

tro pensa, pensa, e responde: “Jesus Cristo”. “Euuuuuu”!”, espanta-se o outro louco (risos). Para concluir, diz que detesta viajar. “Mas eu vou. Eu meti na cabeça... é uma coisa pretenciosa e por outro lado é cômica. Eu meti na cabeça que o povo brasileiro me encarregou de uma missão: defender a cultura brasileira. Por isso eu vou...”. Esse ir, esse transitar, essa batalha quixotesca que ele assumiu, inevitavelmente lembra Dom Sebastião, através de Fernando Pessoa ao rei português: “Louco, sim, louco, porque quis grandeza / Qual a Sorte a não dá (...) / Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia, / Cadáver adiado que procria?”, encerrou, enfatizando que não quer ser um cadáver adiado. E muito coroado de rosas infecundas. “A gente tem que ser movido pelo sonho”.

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cult agenda

SE LIGA!

Gal Costa

O Bem Amado

09 e 10 - Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro)

Iate Clube (Petrolina) FOTOS: DIVULGAÇÃO

Texto de Dias Gomes - Direção de Hertz Félix O Bem Amado critica o Brasil do regime militar, satirizando o cotidiano de uma cidade fictícia no litoral baiano e a figura dos chamados coronéis – políticos e fazendeiros que exercem autoridade sobre a população local e agem com força, falta de escrúpulos e demagogia para se perpetuar no poder.

1º Bazar do Cais do Porto

Exposição “Um Jantar Ao Fundo Do Velho Chico” Museu do Sertão (Petrolina)

Cais do Porto (Petrolina)

Imagens, lendas, a fauna e a flora do Rio São Francisco serão facilmente encontradas na exposição que faz parte da segunda etapa do projeto Decora Brasil. Visitação: de terça a domingo (das 9h às 17h) até dia 21 de Março.

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abril

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1º Encontro de Educação e Cordel (Petrolina)

MeDevassa A cervejada de Medicina

Oficinas, bate papo, exposição de artes, lançamento de livros e apresentações culturais com artistas, a exemplo de Xangai, João Sereno, Chico Pedrosa e Maciel Melo. O evento ocorre de 4 a 14 de março nas escolas estaduais do município e no Sesc Petrolina.

Depósitto Dancing (Juazeiro)

Dia 13 – Exposição de xilogravura – O Sertão de Euclides da Cunha, de Gabriel Arcanjo. Cantoria com Marcone Melo, Celo Costa, Xangai e a participação especial do poeta Chico Pedrosa. Dia 14 – Dia Nacional da Poesia e aniversário de Chico Pedrosa, bate papo sobre Educação, Cordel e Cidadania com os professores Genivaldo Nascimento e Josemar Pinzoh. Na sequência, os poetas e cantadores Maviael Melo e João Sereno encerram o Encontro fazendo uma apresentação cultural com a participação especial do “Caboclo Sonhador” Maciel Melo.

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Dalmo Natan, Forró LPM e Galera Baladeira


Petrolina Indoor (Petrolina) Thiaguinho, Seu Maxixe e Avi玫es do Forr贸

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Tom Cavalcante No Tom do Tom Nossa Casa (Juazeiro) MAR/2013

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Ser Tão FOTOS: REPRODUÇÃO

RAFAEL BENEVIDES

por RAQUEL BENEVIDES

CONECTADO web: raquelbenevides.com.br facebook: cerimonial.raquelbenevides e-mail: raquelbenevides@hotmail.com

Dia do sim! Gislaine Ancilon, advogada, filha de Jesus e Gildete Ancilon e Márcio Pereira, administrador de empresa, filho de José Ribamar e Esmelinda de Amorim disseram “sim” no último dia 29 de dezembro na Catedral de Petrolina. A noiva vestiu um lindo vestido de renda renascença feito pela famosa rendeira de Pesqueira Cida Maciel.

O BOUQUET DA NOIVA O bouquet é um item de grande destaque no visual da noiva. Além de refletir a personalidade e estilo dela, ele atrai a atenção dos convidados. Existem três novas tendências em bouquets de noiva para 2013! É um mix entre originalidade e o clássico! O que vale é a criatividade, contando com muitas cores, formas, texturas, materiais alternativos e não somente as tradicionais flores! Todos os elementos das novas tendências também podem ser misturados entre si para se formar um belo bouquet personalizado. Entre as opções, estão bouquets de broches, pérolas, penas e tecidos (fotos de cima para baixo).

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Diplomado Samuel Miranda Moura (D), filho de José Carlos de Moura, foi diplomado recentemente pelo Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo na residência médica em Neurocirurgia. A família Moura está repleta de felicidade.


MARCOS SANTIAGO

Pub - 50 anos Arlindo Sérgio celebrou os 50 anos ao lado de sua esposa, Marília Mello, dos filhos Arthur e Maria Augusta, amigos e familiares no dia 25 de janeiro. O aniversariante viveu momentos de muita emoção durante a festa que teve o tema “Pub”.

De volta

LISSANDRO CARVALHO

O talentoso estilista petrolinense Antônio Filho, que reside há 23 anos em São Paulo e por lá tem uma brilhante carreira, inaugurou seu ateliê na cidade natal e, por enquanto, está atendendo em períodos quinzenais. Mas seu projeto é completar 25 anos vestindo noivas e clientes paulistanas para seu retorno definitivo à região do Vale. Na foto, Antonio ladeado por Erika Street Coelho e Genoveva Coelho.

Niver de celebridade Letícia Vilela comemorou seus 22 aninhos ladeada de seus pais Evaldo e Ivania Vilela, irmãos, amigos e o namorado Nelson Junior. O niver, no clima de Hollywood, aconteceu em sua residência no dia 26 de janeiro. Os convidados entraram no clima e vestiram trajes de celebridades com muita criatividade.

ISSO VALE Aguarde a hora de receber a lembrancinha oferecida nas festas e contente-se com o que receber. Os anfitriões planejam e calculam para que seus convidados sejam agraciados com pelo menos um mimo da festa.

ISSO NÃO VALE

Férias na América do Sul Nadja e Gustavo Tigre acompanhados da filha Maria Eduarda curtiram férias na Argentina, Chile e Uruguai, onde fizeram roteiro especial nos melhores pontos turísticos destes países. Na foto, eles estão no Parque do Aconcágua, nos Andes Argentinos.

Não cobre nem queira ganhar todas as opções que tem na festa. Não vale sair com as mãos cheias de lembrancinhas e ainda por cima querer levar para alguém que não foi ao evento.

MAR/2013

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social

vale Gilmara Alencar e Marcus Yure Gustavo Spirandeli, Gal Macedo e Luana Brito

Danilo Ribeiro e Illa Ribeiro Flávia Lima e Giorgi Engels

Isabella Ornellas

Sonia Nogueira e Klebson Félix

Clysoneide e Barbara Parente

Emanuela Cavalcanti Ricardo Mello e Marcílio Cavalcanti Jannykleide e Públio Ramalho

Norma Aquino, Rose Oliveira e Inah Torres 64

MAR/2013

Nélia Lino e Janko Moura

Magda Lomeu e Levi Herculano


Leno Costa, Matheus Carvalho, Breno Costa, Marcos Vinícius e Maraiza Carvalho Gean Ramos e Camila Yasmine

Juarez Canejo e Hilquias Barros

Luciana Nunes e Ariston Neto

Priscila Lima e Pablo Nascimento

Othon Araújo e Ana Paula Souza Maxsuel

Renato Schoenenberger e Valquíria Primo

Johanna Aquino e Renato Oliveira Mara, Antonio Vinicius Leite e os filhos Vinicius Filho e Natalia

Fernando Pereira, Eisla Araújo e Ivanilton Cruz

Socorro Vilela, Ana Paula Miranda e Ivânia Vilela

Rosi Rodrigues, Adilson Moura, Marcia Ribeiro e Marcia Winter Elba Andrade e Simone Lustosa.

Welce Cabral e Yolanda Moura

Rosemary Rodrigues, Adriana e Edson Tanuri , Flor e John Khoury

Gloriete Oliveira e Rogério Goes

MAR/2013

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Humor

caixapostal713@yahoo.com.br 66

MAR/2013

por Júlio César


MAR/2013

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