Revista A ed. 4

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EDIÇÃO 04 - OESTE DA BAHIA - JUL-AGO/2011 R$ 9,99

REVISTA OUZA EDITORA

DR. PAULO HENRIQUE

O ESPELHO DO PACIENTE Delegado do Cremed diz que o médico precisa se enxergar no paciente e revela quadro preocupante da Saúde no Oeste

JOVEM

EMPREENDEDOR

Revista inicia nesta edição série que destaca a perspicácia dos novos talentos nos negócios

editoriais de moda

Weder & Binho Enkantário Pezinho & Cia Maison Caroline Pés & Cia Zhagaia

“As cidades devem ser projetadas para pessoas, e não para carros” João Victor Araújo, ADVOGADO ESPECIALIZADO EM LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

cult

 GUARANY E A CARRANCA COMO OBJETO DE ARTE  BOM JESUS DA LAPA: 320 ANOS DE FÉ  CINE XODÓ: PÚBLICO NÃO PRESTIGIA ÚNICO CINEMA DO OESTE




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JUL/AGO/2011

Barreiras (77) 3611.3066 Luís Eduardo Magalhães (77) 3628.1075 Barra (74) 3662.3453



EDITORIAL ediToriaL

Ouza OuzaEditora EditoraLtda. Ltda.

Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16 - CEP 47.805-970 Av. Clériston Andrade, 1.111 - sala 16 - CeP 47.805-970 Centro - Barreiras (BA) Centro - Barreiras (BA)

REVISTA REViSTa

reva.bahia@gmail.com reva.bahia@gmail.com ED.04 JUL-AGO/2011 ed.04 jul-aGo/2011 EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99) Cícero Félix (DRT-PB 2725/99) (77) 9131.2243 e 9906.4554

9131.2243 e 9906.4554 sousa.cfelix@gmail.com sousa.cfelix@gmail.com DIRETORA COMERCIAL DIRETORA COMERCIAL

(77)

Anne Stella

Anne Stella (77) 9123.3307 (77) 9123.3307 sousa.cfelix@gmail.com sousa.cfelix@gmail.com DIRETORIA DE MARKETING DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019 (77) 8802.0721 e 8111.4019

EDITOR DE FOTOGRAFIA EDITOR DE FOTOGRAFIA

Jorge Barbosa Jorge Barbosa (77) 9150.9636 9150.9636 REDAÇÃO

(77)

REDAÇÃO Luciana Roque e Jorge Barbosa Luciana Roque e Jorge Barbosa CONSULTORIA DE MODA CONSULTORIA DE MODA

Karine Magalhães Karine Magalhães REVISÃO

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha Aderlan Messias e Rônei Rocha IMPRESSÃO

CoronárioIMPRESSÃO Editora e Gráfica Coronário Editora e Gráfica TIRAGEM

4 mil TIRAGEM exemplares 4 mil exemplares

Revista A, consciente das questões ambientais e sociais, utiliza papéis com certificação (Forest Stewardship Council) na impressão deste material. A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na Cadeia de Custódia - FSC.

Ao ao leitor

T t

er erum umfifilho lhoou oufifilha lhaformada formadaem emmedicina medicinasemsempre foi um orgulho para a família. pre foi um orgulho para a família. Se Se aa decidecisão são coubesse coubesse única única ee exclusivamente exclusivamente aos aos pais pais teríamos mais médico que população no teríamos mais médico que população noBrasil. Brasil. Não Não lembro lembro em em minha minha infância infância se se havia havia muimuitos consultórios. Na minha cidade, a 54km de tos consultórios. Na minha cidade, a 54km de Campina Campina Grande Grande(PB), (PB),só sóhavia haviaatendimento atendimentode dedentista, dentista,de deoculista oculista (assim era chamado o oftalmologista) e de clínico (assim era chamado o oftalmologista) e de clínico geral. geral. EE tem mais: eles atendiam geralmente no dia de feira, tem mais: eles atendiam geralmente no dia de feira, pois pois vinham vinhamde deoutras outrascidades. cidades.Quando Quandose seprecisava precisavade deatendiatendimento mentofora foradaquele daqueledia, dia,só sóindo indoaaoutras outrascidades. cidades.Não Nãolemlembro das pessoas reclamando muito da saúde naquela bro das pessoas reclamando muito da saúde naquelaépoca, época, tampouco tampouco se se adoeciam adoeciam como como adoecem adoecem nos nos dias dias atuais. atuais. AA quantidade de médico formado no Brasil, se não é quantidade de médico formado no Brasil, se não éooideal, ideal, tem temaumentado aumentadoconsideravelmente. consideravelmente.OOproblema problemamaior maiortaltalvez vez seja seja aa desigual desigual distribuição distribuição desses desses profi profissionais ssionais que que se se concentram concentram nas nas capitais capitais ee metrópoles, metrópoles, como como esclarece esclarece Dr. Dr. Paulo Paulo Henrique, Henrique, especializado especializado em em urologia urologia ee delegado delegado do do Conselho Regional de Medicina no Oeste, personagem Conselho Regional de Medicina no Oeste, personagem de de nossa nossamatéria matériade decapa. capa. OOmodelo modelode demedicina medicinaarmada armadade deequipamentos equipamentosimporimportados dos Estados Unidos acabou mercantilizando tados dos Estados Unidos acabou mercantilizando aa área área da dasaúde, saúde,adverte adverteoomédico, médico,que quedefende defendeum umatendimento atendimento mais mais humano humano ee reclama reclama da da fragmentação fragmentação da da medicina medicina em em especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! É especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! Épreciso precisoenentender tenderaapessoa pessoahumana humanacomo comoum umtodo”, todo”,declara. declara.Dr. Dr.Paulo Paulo tem um humor contagiante e lembra os médicos romântitem um humor contagiante e lembra os médicos românticos cosda dadécada décadade de1930 1930citados citadospelo pelomineiro mineiroeetambém tambémmémédico Pedro Nava em suas memórias. Ser médico dico Pedro Nava em suas memórias. Ser médico éé se se doar doar em emnome nomedo dobem-estar bem-estardo dooutro, outro,ééespelhar-se espelhar-seno nopaciente paciente que chora, rir e se apaixona. Caso contrário, a que chora, rir e se apaixona. Caso contrário, a prescrição prescrição toma toma caminhos caminhos equivocados. equivocados. De De acordo acordo com com aa literatura literatura médica, 60% das pessoas que vão ao consultório médica, 60% das pessoas que vão ao consultório não não têm têm causa orgânica. Portanto, é preciso considerar outros causa orgânica. Portanto, é preciso considerar outrosfatores fatores na nahora horade deavaliar avaliarum umpaciente, paciente,fatores fatoresque quemáquinas, máquinas,apeapesar da imensurável contribuição para o desenvolvimento sar da imensurável contribuição para o desenvolvimentoda da medicina, medicina,não nãoconseguem conseguemobservar. observar. AAemocionante emocionantehistória históriado dolutador lutadorde dejiu-jítsu jiu-jítsuClécio ClécioRoRodrigues, que surpreendeu os médicos ao combater drigues, que surpreendeu os médicos ao combatereevencer vencer um um câncer câncer que que jájá estava estava em em estado estado avançado; avançado; oo início início da da série “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicásérie “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicácia ciados dosjovens jovensna naadministração administraçãoeecondução conduçãode denegócios negóciosno no Oeste são outros ingredientes desta edição que, Oeste são outros ingredientes desta edição que,somados somadosaa outros outrosconteúdos, conteúdos,quer querlevar levaraavocê, você,leitor, leitor,uma umainformação informação com qualidade em um produto que a cada número com qualidade em um produto que a cada númeroorgulha orgulha toda todaaaregião. região.Boa Boaleitura! leitura!

Cícero CíceroFélix Félix,,editor editoreediretor diretorde deredação redação


Foto da Capa: Jorge Barbosa

ÍNDICE

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EXCLAMAÇÃO

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Por. Karine Magalhães

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44 .

ENTREVISTA

.

João Victor Araújo .

MODA HOMEM

Zhagaia

49 .

.

CASA & ESTILO

Design Center Cozinha: o palco da casa

28 .

32 .

ESTÉTICA

Depyl

50 .

52 .

GAROTA UAU

Ariane Castilho

Cristina Canarim

A arte de planejar ambientes

Revival fashion

JOVEM EMPREENDEDOR

Francisco Faria

De sonhador a idealizador

OFTALMOLOGIA

.

Óticas Diniz Abra o olho

62

ESPORTE

64

RELIGIÃO

68

GASTRONOMIA

.

.

60 .

.

.

CAPA

Dr. Paulo Henrique

Empório dos Sabores

A CULT

78

SOCIAL

.

Clínica Orthos .

38

Bom Jesusa da Lapa: 320 anos de fé

70

ODONTOLOGIA

A importância do sorriso

O vencedor

Os sabores saudáveis

MODA MULHER

Maison Caroline Pés & Cia

DESIGN DE INTERIORES

61

Excelência em depilação

In Cerrado

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Enkantário Pezinho & CIa Weder e Binho Tudo de bom

Cidades para pessoas

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MODA INFANTO-JUVENIL

Guarany Cinema Música Maison Society A Society

Por uma medicina mais humana

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@leitor

reva.bahia@gmail.com / confira também no facebook

A cada edição tenho uma grata surpresa: a revista está crescendo e ficando melhor. Está ótima! MIRA GIONGO

A matéria sobre Jacobsen representa bem o potencial da nossa região, sem deixar de lado o perfil humano de um dos mais importantes personagens do Oeste baiano. Adorei a abordagem, mas acredito que a reportagem podia ser melhor explorada, levando em conta o potencial do assunto. Cláudia Fernandes, Luís Eduardo Magalhães.

VERSÃO DIGITAL

issuu.com/cicero_felix

“Parabéns a todos que fazem a Revista A. Alta qualidade na diagramação, fotografias incríveis e conteúdo de fácil leitura. Tá show!” “Realmente, a Revista A é uma publicação diferenciada. A qualidade é surpreendente. Já se tornou minha leitura obrigatória. Continuem desenvolvendo esse importante e valioso trabalho que somente engrandece a nossa região”. “A revista está perfeita em todos os aspectos, resta apenas abordar,

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Rodrigo Camargo Souza, São Desidério.

“Finalmente, uma revista que trata os assuntos de toda nossa região com qualidade. Sinto-me honrada em receber a Revista A na minha casa e me manter informada sobre tudo tudo que está acontecendo na região. Parabéns a todos que fazem essa importante publicação.“ Maria Eugênia Nunes, Santa Maria da Vitória.

Guestho Di Sousa, produtor cultural.

Paula Gonçalves Torres, estudante.

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de forma direta e com a mesma qualidade, o potencial turístico da região Oeste, principalmente do município de São Desidério”.

“Gostaria de ver alguma matéria sobre minha cidade, Formosa do Rio Preto”. José Nivaldo Mendes, Formosa do Rio Preto.

A 3ª edição da Revista A está linda! Conteúdo e entretenimento;* @cattyaraujo

Nossa tá muito linda a revista!! @Ritttynha


exclamação @Barreirasemfoco

por Karine

Magalhães

barreirasemfoco.com

On the street Festa junina em Barreiras

1 Fashion!!! Toque de estilo o uso desse cachecol.

Bom Jesus da Lapa

2 It girl por aí. Acertadíssimo!!! 3 Paetês com cinto de couro, Night

and Day. Amo esse estilo!!!

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O melhor do Fashion Week Verão 2012

Onda flat

Você pode entrar agora mesmo na tendência com a flat feita especialmente para homenagear essa grande arte que é o Ballet Clássico. Segundo a revista Estilo, da editora Abril deste mês, é cool casar de sapatilhas ou rasteiras. “Reserve o salto para a igreja e combine o vestido de festa com o sapato flat”, diz a designer Tatiana Loureiro, que lançou sapatilhas para as noivas.

INTERNACIONAL Phoebe Philo teve um olhar para os automóveis vintage – mais especificamente para o interior deles – em sua coleção de verão 2012 para a Céline. A referência veio na forma de listras e recortes geométricos de diferentes materiais, lembrando paineis de carros antigos repletos de gavetas e compartimentos. Na metade do desfile um trio de looks apareceu com estampa de madeira. NACIONAL No SPFW, a valorização da celebridade brasileira Sônia Braga no desfile de Adriana Degreas. Apostas ousadas para o público masculino na passarela do estilista João Pimenta através de roupas extremamente leves, monocromáticas e amplas. A apresentação da marca André Lima com uma coleção renovada pelo luxo e perfeição de suas peças e, desta vez, especialmente brilhante. JUL-AGO/2011

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A

presentes Bolsa Guess

FÁTIMA LUZ

Short e blazer Bobstore

Relógio Technos CRISTINA MATTOS

ANNY ARESI

Bota Burana FÁTIMA LUZ

Conjunto Valisére Short Le lis Blanc

Água de passar

MAISON CAROLINE

PELE DE SEDA

ENKANTÁRIO

Sapatilhas Marisol e sandália Bibi PEZINHO & CIA

Roupas Dzarm DZARM

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Body fruit de la passion PELE DE SEDA

Camisa DTA ZHURKA

Camisa pólo Lacoste

ZHAGAIA

Sabonete líquido e home spray

Relógio swatch aço

ENKANTÁRIO

MS JOALHEIROS

Calça feminina Iodice ROSA BONITA

Camisa Iodice

ROSA BONITA

Lenço Bobstore ANNY ARESI

Bota Uza PÉS & CIA

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A

presentes Relógio Technos MS JOALHEIROS

Tênis Tigor, Marisol e cinto Tigor PEZINHO & CIA

Blusa Shoulder

MAISON CAROLINE

Carteira Victor Hugo CRISITNA MATTOS

Camisa Vide Bula ROSA BONITA

Camisa manga longa ZHAGAIA

Pulseira ouro 18k MS JOALHEIROS

Sapato casual Democrata PÉS & CIA

Short e top Dopping ZHURKA

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Twin chic. Reforce o ar clรกssico.

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FOTOS: JORGE BARBOSA // DIREÇÃO: C.FÉLIX

Loja 1

Rua Dr. Alberto Coimbra, 484 - Sandra Regina - Barreiras (BA) Tel.: (77) 3612.0316

Loja 2

Av. Benedita Silveira, 395 - Centro - Barreiras (BA) Tel.: (77) 3612.7921 JUL-AGO/2011

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JOÃO VICTOR ARAÚJO

AS CIDADES DEVEM SER PROJETADAS

para pessoas, E NÃO PARA CARROS

A cada dia que passa tem-se a sensação de que as ruas estão ficando estreitas nos centros urbanos de médio e grande portes. A facilidade de aquisição de crédito e a emergência da classes C e D, favorecidos pelo fortalecimento da economia nacional, têm colocado nas ruas uma quantidade de carros que assusta. Só em Barreiras, o número de automóveis cresceu em 65% entre 2005 (8.976) e 2009 (13.628), conforme o IBGE. Daqui a alguns anos os carros tomarão conta das cidades. Por isso, a mentalidade da sociedade precisa mudar. O empreendedor, ao investir no desenvolvimento urbano através de loteamentos, construção de condomínios horizontais e verticais, precisa entender que a cidade não é feita para carros, mas para pessoas. Essas ideias são defendidas pelo jovem João Victor Araújo, advogado especializado em legislação ambiental e empreendimento imobiliário e diretor da goianiense Brasil Desenvolvimento Urbano, que em parceria com a barreirense Tropicall Imóveis, incorporaram o loteamento Park Verde, em Barreiras. Em entrevista a Revista A, Araújo discute sobre investimento, regulação e Oeste baiano. texto/foto C.FÉLIX 18

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Por que investir em Barreiras? Em visita a um amigo em uma outra cidade, aqui na Bahia, conversamos sobre cidades que nos últimos anos mostraram um desenvolvimento pujante. Daí surgiu a ideia de Barreiras. A Brasil Desenvolvimento Urbano, que é especialista em parcelamento de solo, tem muito interesse em desenvolver projetos em cidades medianas, ou seja, cidades com cerca de 100, 600 ou 700 mil e até 1 milhão de habitantes. Estas cidades tendem a crescer muito mais do que as grandes metrópoles. Hoje existe um êxodo às avessas. As pessoas saem das grandes metrópoles rumo às cidades emergentes. As oportunidades vieram para o interior. Lógico que ainda existem grandes oportunidades nas metrópoles, mas elas passaram a interiorizar o Brasil. Como consequência, o mercado imobiliário começou a ficar pujante não só nos grandes centros, mas também nos medianos e nos interiores também, em menor escala, lógico. Mas com esse ingresso de novas pessoas, de novos pontos de trabalho, da economia pujante também nas cidades medianas, as oportunidades vieram. Quando o senhor fala em parcelamento de solo, está falando de projeto de desenvolvimento urbano sustentável? A legislação é rigorosa e os órgãos reguladores têm se preocupado mais com a questão do desenvolvimento urbano e, como conseqüência, com o parcelamento do solo. Eu enxergo isso de maneira positiva, desde que essas questões sejam coerentes. Desde que esse rigor seja coerente também. Primeiro porque os próprios atrativos municipais, o que o município de fato tem e o que o município suporta, têm que estar dentro de um projeto de desenvolvimento sustentável. Mas não é um desenvolvimento sustentável só do ponto de vista do meio ambiente, mas urbanístico também. O desenvolvimento sustentável tem de ter posições coerentes, palpáveis. Essa é uma situação que a Brasil Desenvolvimento preza muito. Temos um empreendimento aqui em Barreiras – e pretendemos investir também em Luís Eduardo Magalhães, juntamente com a Tropicall - o bairro planejado Park Verde, que traz algumas posições diferentes. Temos lá mais de 100 mil metros de área verde. Temos a preocupação de preservar essa área e estimular isso aos moradores. A legislação federal exige que, ao fazer um loteamento, você crie condições de lazer para os futuros moradores, como áreas para praça e a própria área verde que o senhor acabou de citar? A Lei 6.766, que norteia o parcelamento do solo no Brasil, exige que os municípios tenham essas condições específicas. Acho isso muito interessante, pois as situações mudam muito de município para município. Mas ela transfere ao município esse tipo de exigência que acabamos de mencionar, que define o que será destinado a área verde dentro de uma área parcelada, como também o que vai ser destinada a uma área institucional para creche, escola e etc. Então o município ficou com essa competência para estipular cada qual dentro de seus limites, imaginando o que é melhor para a sociedade. Quer dizer então que a empresa faz o loteamento e libera parte dele para a prefeitura. Qual o critério de repasse? A empresa já cede parte do loteamento automaticamente. Ali, você faz seu projeto urbanístico destinando as porcentagens para a área de lotes, que é o espaço vendável, parte para o sistema

viário e outra porcentagem vinculada à Prefeitura, para uso institucional verde ou para estruturas de esportes e lazer. No ato da aprovação do loteamento, essas áreas já são diretamente transferidas ao domínio publico com esses usos vinculados. Isso tem uma conta que é mais ou menos padrão no Brasil. Cerca de 20% fica para a área verde e área institucional que vai ser repassada a prefeitura, 20% ficaria como sistema viário e o restante seria a área líquida vendável. Qual o maior desafio legal para o desenvolvimento urbano, hoje? A legislação hoje é coerente. Mas a aplicação dessa lei deixa de ser coerente em alguns pontos. Às vezes ela deixa de ser concreta e se torna abstrata à mercê de uma avaliação técnica. Assim, eu não critico a nossa legislação. Acho que em um ou outro caso, a aplicabilidade dela deixa de ter coerência. Mas nós temos dois lados: falta coerência ao empreendedor, porque ele conhece as suas obrigações e às vezes se esquiva delas; e falta coerência também ao órgão fiscalizador e regulador, que conhece a mesma legislação e aí não atua com coerência. Eu não acredito que seja o caso aqui de Barreiras, mas infelizmente isso acontece Brasil, essa falta de interpretação. O que poderíamos chamar de projeto de desenvolvimento urbano ideal? O Brasil vive hoje um problema sério com o trânsito urbano de veículos. Eu resido em Goiânia, cidade projetada na década de 1930, depois da transferência da capital, ou seja, foi uma cidade projetada para no máximo 50 mil habitantes. Hoje, Goiânia tem mais de 1,5 milhão e sofre com uma interferência viária complicadíssima. A economia do país possibilitou facilidades na abertura de crédito para uma massa da população que começou a comprar veículos. Isso é positivo e ao mesmo tempo negativo, pela questão urbana. O brasileiro, além de não gozar de uma infraestrutura de transporte público competente e eficiente, na maioria dos municípios, ele também não tem a cultura de utilizá-lo espontaneamente. Aqueles que não têm condições de comprar um veículo são obrigados a usar o transporte público. Aqueles que têm condições não vão deixar o veículo em casa pra sair de transporte público. Isso está trazendo uma situação complicada. A mobilidade é uma coisa que nos causa preocupação. Os projetos da Brasil Desenvolvimento têm preocupação com acesso e mobilidade, com um traçado urbanístico que é coerente e consciente. Como diz o Luiz Fernando Teixeira, arquiteto e parceiro nosso que traçou Palmas, a cidade não pode ser feita para os carros, ela tem que ser feita para as pessoas. Não adianta cada vez mais a gente aumentar a pista de rolagem, de rua, e diminuir as calçadas. Nós temos é que mudar a cultura toda. Então, quando eu falo de acesso, não quer dizer que a gente tem de aumentar a rua não. Não é por aí, senão nós vamos fazer cidades pra carros. Outro ponto é em relação ao verde. Barreiras tem belezas naturais que nos deixa maravilhados. Poucas cidades têm tanto verde como aqui. Tem encostas de morros, tem o Rio de Ondas. Enfim, a questão do verde deve ser respeitada e a infraestrutura básica tem de ser feita. Deve-se ter uma galeria fluvial bem dimensionada, que suporte o que vai ser gerado ali naquela área, além do esgotamento sanitário, da rede coletora que atenda o dimensionamento de uma população estimada pra aquele empreendimento e assim por diante. Não existe muito segredo para isso, as coisas estão por aí, é só aplicar. JUL-AGO/2011

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moda homem

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in CERRADO


consultoria de moda KARINE MAGALHÃES fotos JORGE BARBOSA e C.FÉLIX

Zhagaia

Nada como curtir a paisagem da vegetação do cerrado com estilo e descontração. A idéia da Zaghaia é que as peças inspirem os momentos de lazer mais especiais. Destaque para a linha menswear, listras, pólos, t-shirt tie dye, jeans com textura macia no estilo vintage. Costumes de três e dois botões, e cortes e acabamentos que deixam o caimento impecável acompanham camisas feitas com o melhor algodão. O conceito de cada peça traz personalidade às combinações e despertam ideias para um verão despojado e ao mesmo tempo muito requintado!

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moda homem

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ZHAGAIA Rua Profa. Guiomar Porto, 145 (Pça. Castro Alves) - Barreiras (BA) (77) 3611.8270 Shopping Center Rio de Ondas - Barreiras (BA) (77) 3612.3737 Rua Clériston Andrade, Qd. 19, Lj. 16 - Luís Eduardo Magalhães - Barreiras (BA) (77) 3628.5914

INFORMAÇÕES

moda homem

Ficha técnica

LOJA: ZAGHAIA MODELO: LUIZ CÉSAR DIREÇÃO: CÍCERO FÉLIX FOTOS: JORGE BARBOSA E CÍCERO FÉLIX LOOKS/PRODUÇÃO: SOCORRO (ZAGHAIA) AGRADECIMENTOS: GILKA MACHADO


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FOTOS: ALAIN BRUGIER E DIVULGAÇÃO

casa&estilo

COZINHAS:

O PALCO DA CASA SCA. Loja desenvolve projetos que unem estética, praticidade e conforto, tornando ambientes como a cozinha, antes apenas local para se preparar refeições, em protagonista da casa e espaço de socialização texto REDAÇÃO

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Além do acabamento refinado dos móveis, os sistemas de abertura e fechamento das portas e gavetas são eficientes

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raticidade e estética na cozinha são ingredientes que fazem a diferença em um espaço que deixa de ser envolvido somente pela arte da culinária, mas passa a ser considerado ponto de encontro do lar. Reunir a família, receber amigos na cozinha e preparar um delicioso jantar regado a muita conversa e descontração é comum hoje em dia. Para que isso aconteça de maneira agradável, é necessário que este ambiente seja muito bem planejado tornando-o funcional, bonito e aconchegante. A marca de móveis planejados S.C.A. tornou-se referência na criação de projetos exclusivos e se diferencia pela valorização e personalização que consegue dar aos espaços gourmets. Se antes a cozinha era um local para apenas preparar as refeições, hoje ela vem sendo considerada a grande protagonista da casa. A cozinha de hoje é concebida para receber e passou a ser considerada um espaço de socialização, de

celebrar o convívio, curtir o preparo da refeição, por isso, é um ambiente que vem ganhando grande valorização. Atualmente a cozinha é a extensão da sala de estar. Mas para todo bom anfitrião, nada melhor do que equipar a cozinha, renová-la ou adaptá-la pelo prazer de receber com charme. O projeto de mobiliário, o planejamento dos armários e o layout do ambiente, podem influenciar e muito, o sucesso desses calorosos encontros em casa. O ideal é poder contar com um projeto de mobiliário que permita um manuseio fácil, prático, que influencie e simplifique as tarefas em um ambiente. O uso adequado de determinados produtos, certas ferragens e acessórios permitem facilitar a utilização do mobiliário planejado. Hoje em dia, há eficientes sistemas de abertura e fechamento de portas e gavetas, mais leves e silenciosos, que podem fazer todo o diferencial a favor da utilização diária do mobiliário. De gavetas fáceis de abrir, por toque ou sensores elétricos, as frentes com a possibilidade de inserção de diferentes sistemas, cada um com sua característica, favorecem desde a visualização completa do interior do móvel até o ganho de espaço em um ambiente. Cada produto traz consigo um leque de diferenças. O importante é saber que tipo de necessidade deverá ser atendida para escolher o produto adequado, que irá influenciar na parte estética e funcional de cada projeto de mobiliário. Os acessórios para os armários de cozinha também estão cada vez mais inteligentes e funcionais, pois agregam em um único produto, inúmeras vantagens de utilização, atendendo a diferentes necessidades. Desde aramados que aproveitam com eficiência os armários de canto, usando a ergonomia a favor do usuário, até gavetas impecavelmente personalizadas conforme a necessidade de uso, com organizadores internos, extensão total, laterais personalizáveis em vidro, couro ou acrílico, e até, com refrigerador acoplado, deixando esse tipo de eletro embutido no próprio móvel e com as frentes no mesmo acabamento dos armários. E por falar em acabamentos, a Coleção Comportamentos S.C.A. traz uma série de padrões e cores que casam perfeitamente com estilos próprios, exclusivos. A paleta diferenciada de acabamentos traz revestimentos em tons sólidos acetinados, tons amadeirados e de exclusivo efeito 3D. Das 19 cores que fazem parte da Coleção, 13 são cores sólidas acetinadas: Pistache, Bambú, Citrino, Púrpura, Lilás, Rosa Nude, Mostarda, Ferrugem, Castanho, Ciano, Celeste, Cinza e Arena. A versatilidade em produtos continua sendo um dos principais atributos da S.C.A., por isso, a empresa está acostumada a antecipar as tendências para oferecer um leque de possibilidades que ultrapassa os padrões de mercado no que diz respeito à opção de acabamentos e soluções quando o assunto é mobiliário. INFORMAÇÕES S.C.A. BR 242, Km 001 (saída para Salvador) Barreiras (BA)

(77) 3612.4173

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design de interiores

A ARTE DE PLANEJAR AMBIENTES

Cristina Canarim. Designer produz ambientes com estética e funcionalidade impecáveis e se destaca pelo talento texto/fotos JORGE BARBOSA

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Design de loja para público infanto-juvenil desenvolvido por Cristina, que atua em Barreiras desde 2009

m ambiente confortável, com tudo planejado nos pequenos e importantes detalhes, com uma funcionalidade impecável. Isso é o que faz um designer de interiores, profissional cujo trabalho vai além de uma simples decoração. Está diretamente relacionado à melhoria da qualidade de vida das pessoas através da criação e execução de projetos que assegurem conforto, qualidade estética e funcional em ambientes públicos e privados. A designer Cristina Canarim, formada em Desenho Industrial com habilitação em Projeto de Produtos pela PUC de Curitiba, tornou-se referência na atividade em Barreiras. Durante a graduação fez um estágio de quase um ano na Itália, em Turim, onde manteve contato com designers de renome mundial. Em Curitiba, trabalhou em um escritório que desenvolvia projetos para a Disney Channel. Depois de formada, se especializou em Design de Interiores pelo IED (Instituto Europeu de Design). Esta habilitação em projeto de produtos é o grande diferencial de Cristina Canarim, pois lhe INFORMAÇÕES

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permite desenvolver móveis e outros produtos exclusivos, com finalidade decorativa e funcional, de acordo com o ambiente e a necessidade do cliente. Poucos são os designers de interiores que possuem essa habilidade de promover uma intervenção completa. “O projeto de design de interior vai além de uma simples decoração. Busca valorizar a identidade do cliente”, comenta Cristina, ao explicar que o designer trabalha não apenas com a disposição dos móveis, mas também planeja cores, materiais, acabamentos e iluminação, utilizando tudo de acordo com o ambiente e adequando o projeto às necessidades, ao gosto e à disponibilidade financeira do cliente. Desde 2009, Cristina começou a atuar em Barreiras, onde já desenvolveu projetos de residências, lojas, quartos de bebê, brinquedotecas e consultórios. “As pessoas aqui compreendem o valor de investir em um profissional qualificado para valorizar seu ambiente. E tudo é feito após ampla pesquisa e sempre os resultados são satisfatórios”, salienta Cristina, que atende em seu ecritório “Cristina Canarim – Product & Interior Design”, no Centro.

CRISTINA CANARIM – PRODUCT & INTERIOR DESIGN Av. Coronel Magno, 202, Centro - Barreiras (BA) (077) 9119.7728 @: cristinacmelo@gmail.com


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EXCLUSIVA

Rua Bar達o de Cotegipe, 348 Centro - Barreiras (BA) Tel.:(77) 3611.6941 JUL/AGO/2011 30


FOTOS: JORGE BARBOSA

EXCLUSIVA

Rua Bar達o de Cotegipe, 348 Centro - Barreiras (BA) Tel.:(77) 3611.6941

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JOVEM

EMPREENDEDOR A partir desta edição, a Revista A inicia uma série de matérias sobre jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia. Nesta primeira matéria, destacamos a arrojada perspicácia de Francisco Faria que, em apenas nove anos, transformou sua empresa em uma das três maiores do securitário do Brasil .

DE SONHADOR

a idealizador F texto LUCIANA ROQUE foto JORGE BARBOSA

azer dos sonhos uma realidade depende de muito trabalho, oportunidade e coragem. Francisco Faria, um jovem empreendedor, sabe muito bem disso. Desde muito cedo, encarou o trabalho não como uma obrigação, mas como uma ponte para concretizar os objetivos traçados inicialmente. Francisco nasceu em Goiânia. Filho do advogado e pecuarista Lourenço Antônio Oliveira, e da professora Ana Josefina Faria Rocha. Aos oito anos mudou-se com a família para a fazenda de seus pais, em Tabocas do Brejo Velho. Aos nove já ajudava nos trabalhos da fazenda. Adolescente veio para Barreiras onde estudou o ensino médio e retornou para Goiânia pra in-

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gressar numa faculdade. Iniciou o curso de Direito, paralelo ao de História, porém nesse período as finanças de família estavam comprometidas. O alto custo de vida na capital pesava no orçamento. Isso o obrigou a abandonar os cursos e voltar à Barreiras para ajudar a família. Montou uma barraquinha na qual vendia crepe suíço, depois foi gerente de motel, trabalhou em diversas áreas, mas o que ganhava ainda era muito pouco. “Eu queria voltar para a faculdade, essa era minha maior meta”, afirma Faria. Em 2000 ele começa o curso de Administração e mais uma vez foi obrigado a desistir por motivos financeiros, mas foi aí que conheceu sua esposa e parceira nos negócio, Rayane Santos Faria de Oliveira. O namoro durou uma semana e já ficaram noivos, entre noivado e casamento passaram-se nove meses. Após cinco anos de casados, veio a única filha, Ana Luiza. A virada - Rayane trabalhava numa corretora de seguros que estava precisando de um técnico em vistorias, então indicou o marido. Francisco nunca tinha trabalhado na área, porém encarou o desafio. Muitos amigos o ajudaram, deram dicas, logo ele abriu seu próprio escritório em 2002. No início eram apenas ele e Rayane, que largou o emprego e o curso para ajudar o esposo. Em 2004 entrou para o curso de Direito na Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB). Nove anos depois, sua empresa é uma das três maiores no ramo securitário do Brasil. Emprega 45 profissionais em Barreiras e 650 prestadores de serviço. Atende empresas do porte da Vale do Rio Doce, Mafrig e Riachuelo. Em 2008, finalmente consegue concluir o curso acadêmico e, para ajudar nos negócios, entrou para uma especialização em Engenharia Mecatrônica, enquanto que sua esposa formouse também em Direito, pela FASB, em 2010. Com seus 32 anos, Francisco é um jovem empreendedor que acredita no potencial da região Oeste da Bahia. “Nossa região tem tudo pra crescer ainda mais, existe uma carência em infraestrutura e industrialização”, avalia. O Grupo Faria, presidido por Francisco, investe em tecnologia e pelo menos 10% de seu faturamento na especialização dos funcionários. Oferece plano de carreira, há um fisioterapeuta exclusivo para atender e acompanhar os funcionários, e o ambiente de trabalho é baseado na ergonomia, inteiramente planejado pensando no conforto, com uma área de lazer. Novos projetos - O Grupo Faria possui abrangência em todo território nacional, em cidades com mais de 200 mil

Praça Castro Alves, 272 - Centro - Barreiras (BA)

habitantes e um inspetor volante residente naquela cidade e que atende também as microrregiões. Em breve Francisco expandirá seus negócios para o Chile e Venezuela. A meta é em 2015 atender toda a América do Sul, trabalhando na área de resseguro. A empresa trabalha com os seguintes tipos de inspeção: automóveis, empresariais, residenciais, maquinário, industriais, entre eles: minérios, geração de energia limpa UHE e PCH, além da área naval: navios de carga e iates, tendo como princípios a integridade e honestidade com parceiros e clientes, oferecendo qualidade e agilidade em serviços. “Temos a preocupação com os aspectos econômicos, sociais e ambientais”, lembra Francisco. Por conta disso, desde 2005 a empresa assumiu uma tradição familiar. Todos os anos, em 09 de novembro, é feita doação de cerca de dois mil brinquedos e utensílios domésticos para as famílias que residem no povoado de Socorro, município de Brejolândia. “Meus avós paternos começaram com essa ação e eu não queria que tivesse um fim, então assumi o compromisso”, lembra Faria. As questões ambientais são cuidadosamente observadas na empresa, que adotou o sistema de coleta seletiva. Lazer - Engana-se quem pensa que Francisco só pensa em trabalho 24 horas por dia todos os dias. Nas horas de folga ele se entrega à prática de esportes radicais, trilha de motos, quadriciclo e esportes náuticos. “Quando eu era criança pratiquei patinação, mountain bike e bicicross, trabalhava muito, mas também me divertia, cheguei até ganhar algumas medalhas”, recorda Francisco. Tomar uma cerveja gelada acompanhada de um bom churrasco, nos finais de semanas, é outro prazer de Francisco, que geralmente é o churrasqueiro, na companhia de Rayane, dos amigos e dos sogros às margens do rio de Ondas em sua chácara. Francisco Faria, empreendedor, homem de negócios se derrete em meio à família, filho amoroso, esposo e pai dedicado, foi adotado também pelos sogros que o consideram como um filho. É um homem de hábitos simples, que tem a seu lado uma mulher calma, de ar sereno, chamada carinhosamente por ele de “Morena”, mas que com toda essa tranquilidade, entra na luta junto com ele pra ganhar. É um chefe exigente, porém um amigo de seus funcionários. “Minha vida é muito corrida, viajo muito, mas quando paro pra descansar, quero curtir as melhores coisas da vida: família e amigos”.

(077) 3613.3576 e 3021.2383

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Rua Dom Pedro II, 264, Centro - Barreiras (BA) Tel.: (77) 3613.2450 Funcionamos das 8h às 19h. Não fechamos para o almoço. Trabalhamos com as marcas Iodice, Cavalera, Indigo Jeans, Amissima, Triton e Vide Bula

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É IMPOSSÍVEL ESTAR DIANTE DE UM PACIENTE E NÃO

SE EMOCIONAR Paulo Henrique Costa de Sousa. Médico urologista e delegado do Conselhor Regional de Medicina (Cremed) questiona o modelo americano de exame, defende uma medicina mais humanizada, elogia o SUS e faz um raio X da saúde no Oeste, que sofre com a carência de profissionais e mau funcionamento da rede hospitalar texto C.FÉLIX foto JORGE BARBOSA

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scondidos atrás da parede, embaixo da janela, esperavam o temido barulhinho do motor do que vinha do consultório odontológico. Os olhares travessos aguardavam os gritos e choro de desespero do menino, que não demorava sair. Daí, Paulo e os primos se esticavam para ver pela janela a cara de terror do coleguinha. Era uma diversão ver sua mãe, dentista que tinha um consultório do lado de casa, atendendo a molecada em Guanambi. Essa cena é bem viva na lembrança de Paulo Henrique Costa de Sousa, 42 anos, médico delegado do Cremed (Conselho Regional de Medicina) do Oeste da Bahia. Ele lembra dela com certo humor e reflexão. Dali surgiu o maior trauma de sua vida: o medo da injeção que, ao lado do barulhinho do motor, também aterrorizava seus colegas na infância. “É alguma coisa que talvez me tire do sério se alguém me prescrever uma injeção”, diz rindo, debochando do que possa ser uma contradição um médico ter medo de agulha. “Quer saber? Muitos médicos têm medo de agulha. Pode perguntar”, desafia.

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NÃO FALTA MÉDICO NO BRASIL. ESTUDOS MOSTRAM QUE A GENTE TEM UMA QUANTIDADE DE MÉDICO SUFICIENTE PARA ATENDER TODA POPULAÇÃO. O PROBLEMA É QUE A DISTRIBUIÇÃO É EQUIVOCADA.

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» A paixão pela medicina nasceu na família. Seu tio médico, irmão de sua mãe, influenciou. Mas bem que Paulo poderia ter seguido o caminho de seu pai, agricultor. Afinal, adora a fazenda, ambiente rural e tinha muitos amigos por lá. No 3º ano do colégio fez um teste vocacional e... batata! Deu agronomia e medicina. Aos 17 anos, então, ingressou em medicina na Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Depois fez residência em cirurgia geral por dois anos e três em urologia. Especializou-se em urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia e tornou-se membro da Sociedade Brasileira de Radiologia. Em 1995, passou em um concurso estadual para médico legista. Além de várias atribuições profissionais, ainda delega o Cremed no Oeste, onde há uma carência enorme de profissional da saúde. “Não falta médico no Brasil. Estudos mostram que a gente tem uma quantidade de médico suficiente para atender toda população. O problema é que a distribuição é equivocada. A maioria se concentra no litoral. Daí falta médico no interior”, explica. A precariedade de conexão à distância, a falta de opções urbanas de entretenimento e muitas vezes equipamentos público de lazer acabam distanciando o profissional do interior. Dr. Paulo nasceu numa família bem estruturada, econômica e emocionalmente. Costumava se reunir com os primos e tios, no final da tarde, na casa de sua avó. No alpendre havia uma mesa enorme onde era servido bolo, pão de queijo e biscoitos. “No dia em que minha mãe não ia lá minha avó ligava perguntando se tinha alguém doente. Eu tive um ambiente de formação familiar muito bom, muito saudável, muito humano”, enfatiza dr. Paulo, que tem três irmãos e faz questão de afirmar que essa relação afetiva com a família, de algum modo, é transferida para a profissão. “Para ser médico é preciso se doar. Tratar a medicina como negócio é um péssimo negócio”, adverte, reclamando que o mercantilismo da medicina veio do modelo americano. “O médico americano toca o mínimo possível o paciente. Em tudo ele pede um exame disso, uma ressonância daquilo. E isso é péssi-

mo para a medicina. A fragmentação da medicina em especialidades foi péssima. As escolas médicas hoje estão começando a mudar seu currículo para que o médico, depois dos seis anos, entenda a pessoa humana como um todo. A tecnologia é importante, mas o médico não pode ficar preso a essa medicina armada de equipamentos. Está provado na literatura médica que 60% dos pacientes que procuram um consultório não têm causa orgânica. Então é impossível você observar nele apenas um problema no braço. Ele tem alguma tensão, ele tem outros fatores. Você não pode dissociar o orgânico do não orgânico, do psíquico, do estresse do dia a dia”. O assunto aguça o brilho nos olhos do dr. Paulo que, depois de uma pausa, continua: “Quando você está diante de um paciente, quando você está vendo ali um indivíduo que pensa, que sente, que chora, que ri, que se apaixona; é impossível você não se emocionar. A máquina humana é uma máquina perfeita. É impossível você examinar um paciente sem tocar nele. E aí você estabelece as relações maiores que existem, pois ao tocar, você vai se tocar também. Você é um ser humano, um igual, entende? Ser médico é uma necessidade de doação. Você vai doar algo em torno de 11 anos de sua vida para formação. Depois vai se doar ao próprio trabalho. Vai ter plantões, vai perder noites de sono, vai deixar de estar com seus filhos, com sua mulher... a família de médico sofre muito”. O relato demonstra o peso e a responsabilidade da profissão. A tensão entre o doar de si e o doar para si. Quando menino, sua diversão era ao livre. Atari e joystick não o atraiam. Curtia andar à cavalo e ir de bicicleta ao sítio do seu avô. Futebol não era o seu forte. Faltava habilidade e sua condição física era desfavorável a agilidade e malandragem corporal que já nasce com os craques. Como era gordinho, só jogava porque era o dono da bola. E ainda no gol. Na linha, nem pensar. Mas nunca desistiu do esporte, menos o de contato. Quando veio para Barreiras, onde está radicado há mais de 10 anos, entrou para um grupo de motos chamado Xerifes do Asfalto. “Fui a vários lugares de moto. Em um congresso nos Estados Unidos, em Chicago, aluguei uma Harley e viajei três dias pela Rota 66. Apenas eu e minha mulher. Também fui apaixonado por jipe. Comprei um e entrei para o Jeep Clube de Barreiras. Comprei um quadriciclo para o meu filho e, como ele foi estudar em Salvador, eu acabei adoJUL-AGO/2011

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tando esse veículo pra fazer trilhas. Em janeiro inclusive, participei do hally Piocerá, que vai do Piauí ao Ceará. Agora estou indo para o chamado Transbahia, que vai de Salvador para Porto Seguro. São quase mil quilômetros de quadriciclo em estrada de terra”, diz entusiasmado.

Raio X da Saúde no Oeste Presidente do Cremed, dr. Paulo explica que no Oeste não é diferente dos outros lugares do país: a cada dia cresce o número de denúncias. “Cremed e o Conselho Federal de Medicina (CFM) são autarquias federais que pertencem ao povo, que pertencem à sociedade, criadas para fiscalizar o ato médico. Os bons médicos estão cobertos. Agora aquele que não trabalha de forma ética tem que sair da profissão. E para isso existem vários graus de punição, que vai desde a censura pública até a perda do diploma. A população está mais esclarecida dos seus direitos e deveres”, explica, para em seguida pontuar alguns problemas no Hospital 42

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“O HOMEM TEM ESSE TABU, O TABU DO EXAME DO TOQUE DA PRÓSTATA. MAS FELIZMENTE ELE ESTÁ SENDO QUEBRADO. OS PACIENTES ESTÃO MAIS CONSCIENTES DE QUE QUEREM VIVER MAIS. QUEREM TER MAIS QUALIDADE DE VIDA. NINGUÉM QUER ENVELHECER DOENTE, QUER ENVELHECER BEM”

do Oeste, conhecido por HO, que nasceu pequeno para a quantidade de habitante da região. Antes do HO, Barreiras contava apenas com o Hospital Eurico Dutra. Como este não conseguia dar conta de todos os atendimentos, muitos recorriam a Goiânia ou Brasília. Hoje, com a transferência de vários serviços no Eurico Dutra para o HO, que ainda atende o sul do Piauí e Tocantins, a sobrecarga foi inevitável. “Quando eu era diretor da Dires (Diretorias Regionais de Saúde), nós estabelecemos um plano hospitalar em que o hospital de Santa Rita deveria absorver aquela região de Santa Rita, e melhorou, mas não conseguiu segurar aquela região; o Hospital Regional de Ibotirama é muito anterior ao HO e não consegue funcionar a contento e sobrecarrega aqui; o Hospital Carmela Dutra, em Bom Jesus da Lapa, que é um hospital de médio porte e anterior ao HO, construído com verba federal, deveria funcionar também; em Santa Maria da Vitória tem um hospital de médio porte que deveria funcionar também. Então a superlotação do HO acontece porque a rede hospitalar no entorno não funciona”, esclarece. De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), os municípios devem destinar 15% do seu orçamento para a saúde pública (postos de saúde, distribuição de medicamentos básicos). Para dr. Paulo, o SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. “A cobertura que o SUS consegue fazer é algo fora do normal. Nenhum outro país faz tanto transplante como o Brasil. E o transplante só é feito pelo SUS. Toda a questão de sangue e hemodiálise foi assumida pelo SUS. Todo o programa de AIDS Brasil é desenvolvido pelo SUS e isso é aplaudido no mundo inteiro. Talvez tenhamos apenas um programa de saúde melhor do que o nosso, o do Canadá. Fora isso, o SUS é o melhor programa de saúde pública do mundo. Funciona? A contento não. Do ponto de vista teórico e filosófico funciona, mas na prática ainda falho. Será que os prefeitos estão destinando a verba que deveria ser


destinada ao atendimento pelo SUS? O município tem que eleger aquilo como prioridade”. Sobre a carência de profissionais na região, dr. Paulo faz referência a Barreiras como centro universitário da região mas acredita que a instalação aqui de um curso de medicina não resolveria o problema. Antes, porém, lembra de um caso que ilustra essa dificuldade. Uma época dessa, o município de Mansidão queria pagar cerca de R$ 20 mil para um médico ir trabalhar lá e não encontrava ninguém. E é um salário muito bom. Só que para se chegar a Mansidão é uma dificuldade enorme”. Dr. Paulo explica que o CFM prefere que se melhore as atuais escolas médicas a abrir novas escolas e que não é o fato de criar faculdades que vai fixar o médico numa localidade. “Olha, pós-graduação e residência médica fixam o médico. Ele começa a trabalhar, começa a se envolver afetivamente, conhece alguma menina da região, pode casar, criar vínculos e acabar ficando. Por outro lado, aqui é muito longe de tudo. Acredito que a faculdade de medicina vai acontecer um dia. Não sei se agora aqui teria condição de absolver um curso desse. Será que a gente tem médicos e professores preparados? Será que a gente tem uma estrutura de hospital-escola? Não sei. O HO está superlotado, tentando fazer a urgência, tentando fazer a parte eletiva com dificuldade, devido à superlotação. Será que teria condições de se tornar um hospital-escola?”, conclui. Para resolver a carência de médico no interior, o Conselho Federal de Medicina defende a criação da carreira médica. O profissional faz um concurso para determinada carreira e ele recebe certa pontuação que vai definir aonde ele vai trabalhar. Quanto mais distante for o interior, mais pontos ele acumula para definir o local futuro para exercer sua profissão. Essa, possivelmente, seria a saída, compreende o dr. Paulo. Pouco mais de uma hora de conversa, surge o questionamento sobre a ida de homens ao urologista. Dr. Paulo é enfático: “O homem tem esse tabu, o tabu do exame do toque da próstata. Mas felizmente ele está sendo quebrado. Os pacientes estão mais conscientes de que querem viver mais. Querem ter mais qualidade de vida, pois ninguém quer envelhecer doente, quer envelhecer bem. Eu sei que existem tabus na urologia, mas isso está mudando. Olha, as mulheres há muito tempo fazem, todos os anos, seu exame preventivo. Eu sempre falo que a mulher é uma grande parceira nossa, na medida em que ela incentiva o marido a fazer o seu exame também. As pessoas querem envelhecer com qualidade”, encerra dr. Paulo, certo de que os homens, efetivamente, estão ganhando coragem. O que não quer dizer que estão perdendo a vergonha de ir ao urologista. JUL-AGO/2011

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moda infanto-juvenil

Leggin e tshirt da Joy (Beatriz Horita), vestido xadrez azul 3eJá (Izabela Castilhos), conjunto com colete paete Hest e Lally (M. Eduarda Baldissarella), conjunto com bolero Hest e Lally (Steffani Carvalho) e saia de babado e camisa preta Joy (M.Luiza Dourado) da Enkantário Calçados da Pezinho & Cia e Pés & Cia Salão Weder & Binho

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fotos JORGE BARBOSA Vestido xadrez 3eJá (Izabela Castilhos), vestido com aplique 3eJá (M. Eduarda Baldissarella) e calça xadrez Joy e blusa basic Marisol (M.Luiza Dourado) da Enkantário Calçados da Pezinho & Cia Salão Weder & Binho

Vestido com Babados 3eJá (Steffani Carvalho) e vestido de linha Joy (Beatriz Horita) da Enkantário Calçados da Pezinho & Cia Salão Weder & Binho

Enkantário, Pezinho & Cia. e Weder e Binho

Os looks deste editorial mostram o charme e a graciosidade da moda infanto-juvenil. A vibrante coleção das marcas Joy e 3eJá segue a tendência internacional e faz o maior sucesso no Brasil. O xadrez é novamente presença marcante na estação mais fria do ano. Os calçados, em tons alegres e neutros acentuam o charme das pequenas que se esbaldam no salão, aproveitando as mil e uma possibilidades de esbanjar beleza da cabeça aos pés.

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moda infanto-juvenil

Saia xadrez e blusa creme 3eJá (Nina G. Alencar) e macacao azul com vermelho e boina 3ejá (Beatriz Horita) da Enkantário Calçados da Pezinho & Cia Salão Weder & Binho

Ficha técnica

LOJAS PARCEIRAS: ENKANTÁRIO, PEZINHO & CIA E WEDER & BINHO MODELOS: BEATRIZ HORITA, IZABELA CASTILHOS, M.LUIZA DOURADO, NINA G. ALENCAR, M. EDUARDA BALDISSARELLA E STEFFANI CARVALHO DIREÇÃO: C.FÉLIX FOTOS: JORGE BARBOSA MAKE & HAIR: MARCOS DUVALLE E CAMILA LOPES (WEDER & BINHO)

INFORMAÇÕES ENKANTÁRIO Rua Rui Barbosa, 221 – Centro – Barreiras (BA)

(77) 3612.2028

PEZINHO & CIA Rua Prof. Guiomar Porto, 66A, Centro - Barreiras (BA) WEDER & BINHO Rua D. Pedro II, 288, Centro - Barreiras (BA)

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(77) 3611.7348

(77) 3611.0007/5022 e 9119-3395


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estética

EXCELÊNCIA EM

DEPILAÇÃO Depyl Action. Referência nacional em depilação, franquia chega a Barreiras e conquista o mercado com profissionalismo e alta qualidade de serviços texto REDAÇÃO fotos JORGE BARBOSA

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A franqueada Ana Carolina explica que os produtos usados são 100% natural e os utensílios usados são totalmente descartáveis

s cuidados com a beleza exigem cada vez mais profissionalismo e conhecimento específico do assunto. Essa é justamente uma das características da Depyl Action, rede especializada em depilação existente em todo o país e que agora também está presente em Barreiras desde o início de junho. A Depyl oferece todos os tipos de depilação, tanto feminina como masculina, além de uma série de produtos inovadores que auxiliam nos tratamentos da pele. A unidade dispõe de uma moderna estrutura com sete cabines de depilação e atende atualmente até quatro clientes simultaneamente, com toda discrição e controles de qualidade e higiene necessários. Conta também com uma equipe especializada de depiladoras e manipuladoras. São sete funcionárias que passaram por um rigoroso processo de seleção e um longo treinamento para atender os clientes dentro das exigências de qualidade da rede Depyl Action, que conta com mais de 70 franquias no Brasil e é excelência em franchising desde 2006. O material utilizado é 100% natural, à base de mel e própolis, e os utensílios são totalmente descartáveis. “Até mesmo as pinças usadas para algumas correções são descartadas após a depilação ou doadas à própria cliente se ela assim preferir”, explica Ana Carolina Pondé, franqueada de Barreiras. Outro diferencial da Depyl é o atendimento sem hora marcada. “Essa é uma característica da franquia e que foi muito bem aceita em Barreiras, pois as mulheres estão com o dia a dia cada vez mais corrido e o atendimento espontâneo facilita”.

Além dos serviços, a Depyl Action oferece também uma linha completa e exclusiva de produtos para tratamento facial e maquiagem, como sabonete facial, hidratantes, creme iluminador, corretivo facial e outros. A empresa oferece também o cartão fidelidade, no qual o cliente pode acumular pontos, ganhar depilações e até o Depyl Day, ou seja, receber toda linha de depilação totalmente gratuita. Para agradar alguém numa data especial, o cartão presente da Depyl é outra boa opção.

Desenhos Pubianos Para quem é mais ousada e busca uma depilação que supera o convencional, é bom dar uma olhada nas opções de depilação artística, com desenhos divertidos e sensuais oferecidos pela Depyl. Um deles pode combinar com o seu jeito de ser. Outra linha que faz grande sucesso é a DBijoux, adesivos exclusivos para a pele que têm uma duração média de quatro a cincos dias. Uma ideia diferenciada e inovadora que atrai cada vez mais um grande número de clientes.

INFORMAÇÕES DEPYL ACTION Rua Guiomar Porto, 392 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3613.2788 www.depyl.com.br

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REVISTA

ARIANE CASTILHO Estudante do ensino médio, Ariane Castilho esbanja vitalidade e simpatia. Descrita pelas amigas como uma menina cheia de vida, a jovem sonha alto. Às vésperas de completar 16 anos, a bela avisa que quer estudar Direito em uma Universidade Federal. Enquanto este momento não chega, ela aproveita todos os segundos com as amigas. “Com elas, tudo vira diversão”, revela a estrela do Garota UAU Mais deste mês.

Ficha técnica

LOOK: ROUPA HERRY MODA MASCULINA E FEMININA MAKE UP: KETHYN MOREIRA CABELO: SALÃO DA DETE FOTOS: KIKA ESTÚDIO FOTOGRÁFICO COLABORAÇÃO: TAMIRES (CHERRY MODAS)LOCAÇÃO: TERRA DE MINAS MÓVEIS RÚSTICO EM MADEIRA DE DEMOLIÇÃO PRODUÇÃO: SITE UAU MAIS E KIKA

Veja como participar no site www.uaumais.com.br

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FOTOS: JORGE BARBOSA

Rua Prof. Guiomar Porto, 66 Centro - Barreiras (BA) Tel.:(77) 3612.2352

LOJA EXCLUSIVA

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moda mulher

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rEviVaL fAShioN

Tricot de listra e Saia preta de paetê Lelis Blanc e joias Camila Klein (Maison Caroline). Bolsa preta e sandália vasada nude (Pés & Cia)

consultoria de moda KARINE MAGALHÃES fotos JORGE BARBOSA e C.FÉLIX 52

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Cachecol estampa bicho, blusa algodão de listra e calça nude Le Lis Blanc e Joias Camila Klein (Maison Caroline). Bolsa couro camurça vermelha e scarpin bicolor (Pés & Cia)

Maison Caroline e Pés & Cia O verão 2012 será o novo e o antigo juntos e mistura de estilos: paetês com navy, tecidos que passeiam dos naturais aos mais sofisticados. Nas cartelas de cores, tons suaves pontuados com preto, vermelho, azul. Destacam-se as estampas florais, liberty e digitalizadas. Vestidos que lebram filmes de 1960 aos 1990. Nos acessórios, clutch estilo capangas das que seu avô usava. Os calçados vão das sandálias aos sapatos pesados. Tudo acentuado por joias marcantes. Democracia é a palavra para definir a próxima estação. A escolha certa é aquela que melhor combina com seu estilo. JUL-AGO/2011

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Vestido Off White Le Lis Blanc e Joias Camila Klein (Maison Caroline). Sandália e Clutch preta (Pés & Cia)

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Vestido de algodĂŁo Floral Le Lis Blanc e Joias Camila Klein (Maison Caroline). Ankle boot fendi e bolsa camelo (PĂŠs & Cia) JUL-AGO/2011

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Vestido digitalizado Mob e joias Camila Klein (Maison Caroline). Bolsa estilo carteiro de couro camurça e bota cano longo (Pés & Cia)

Ficha técnica

LOJAS PARCEIRAS: MAISON CAROLINE e PÉS & CIA MODELO: DIANE QUEIROZ DIREÇÃO: C.FÉLIX FOTOS: JORGE BARBOSA e C.FÉLIX LOOKS/PRODUÇÃO: KARINE MAGALHÃES MAKE & HAIR: YOSHIO LOCAÇÃO: CENTRO ANTIGO DE BARREIRAS AGRADECIMENTOS: FÁTIMA LUZ

INFORMAÇÕES MAISON CAROLINE Rua Dr. Abílio Farias, 136 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.8270 PÉS & CIA Rua Profa. Guiomar Porto, 44 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.6368

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sucesso

ANIVERSÁRIO PARAÍBA. TUDO DE BOM PRA VOCÊ. No Aniversário Paraíba o importante é comemorar com você. É festejar nas lojas, nas ruas, na sua casa, em qualquer lugar. Afinal de contas, nós preparamos essa grande festa só pra receber o nosso maior presente: você!

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odontologia

SXC

SORRIA! VOCÊ PODE Clínica Orthos. Evolução tecnológica de aparelhos ortodônticos ajuda a recuperar o sorriso, a comunicabilidade e autoestima

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aber se comunicar é ponto fundamental nas relações sociais e o sorriso é uma forma de comunicação importantíssima neste contexto. A atração pelo que é belo é característica do ser humano e a busca pela beleza vem alterando sensivelmente o comportamento das pessoas. “O sorriso é o cartão de visitas de uma pessoa”. Esta expressão faz muito sentido atualmente, pois a estética é cada vez mais valorizada, seja nas relações interpessoais, seja no mercado de trabalho ou tão somente para que nos sintamos mais felizes. Um sorriso prejudicado por dentes mal posicionados, Dr. Luiz Augusto explica que perdidos ou prejudicados em sua fornão há limite de idade para ma ou cor, pode alterar sensivelmente uso de aparelho ortodôntico o bem-estar de uma pessoa, tornado-a inibida e pouco comunicativa. A vergonha de sorrir pode levar crianças, jovens e adultos a um isolamento prejudicial ao seu desenvolvimento social. A ortodontia é a especialidade da odontologia responsável por harmonizar as relações dentárias, tanto estética como funcionalmente, através do uso de aparelhos. Esses vêm evoluindo cada dia mais, visando a realização de tratamentos com maior segurança, comodidade e em menor tempo. A grande maioria das pessoas que procura trata60

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DIVULGAÇÃO

texto REDAÇÃO

mento ortodôntico busca uma melhoria estética para seu sorriso. Contudo, a ortodontia não proporciona apenas belos sorrisos, ela cuida para que tenhamos uma oclusão correta (relação dos dentes superiores com os inferiores), dando-nos condições apropriadas para mastigar os alimentos. O que muitas pessoas não sabem é que dentes mal posicionados, além de prejudicarem a sua autoestima, também podem ser a causa de vários problemas bucais, entre eles, cáries, doenças gengivais e dores faciais. . ‘’As pessoas estão cada vez mais conscientes da importância de um sorriso equilibrado, belo e harmônico, e isso se reflete claramente no público que nos procura na clínica para tratamento. A verdade é que não há limite de idade para o uso de aparelhos ortodônticos, desde que a pessoa apresente saúde geral e bucal adequadas. Tanto crianças, adolescentes e adultos podem tratar dentes mal posicionados e o tratamento é específico para cada um’’, explica o dr. Luiz Augusto Maia, especialista em ortodontia. Você pode ter um belo sorriso... Viva com intensidade. Sorria mais! INFORMAÇÕES CLÍNICA ORTHOS – ORTODONTIA E ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES/IMPLANTODONTIA Dr. Luiz Augusto Maia (CRO-BA 6601), Espec. em Ortodontia Dr. Cristiano Gonçalves (CRO-BA 6571), Espec. em Implantodontia Av. Benedita Silveira, 118, 1º andar, S. 7 Ed. Portinari – Centro (Barreiras – BA) (77) 3612.6079 Praça Dr. Altino Lemos Santiago, 126, Centro (Formosa do Rio Preto – BA) (77) 3616.2893 / 9941.2315 / 8134.6509


oftalmologia

O OLHO

Óticas Diniz. Rede de óticas alerta para a necessidade de acompanhamento oftalmológico e o risco da escolha errada dos óculos escuro texto REDAÇÃO

nários prontos para atender qualquer demanda. A ótica trabalha com as melhores marcas nacionais e internacionais, além de marcas próprias. De acordo com Rodolfo Soares, o sucesso das Óticas Diniz vem da comunhão e do respeito que a franquia tem com seus clientes, funcionários, oftalmologistas e por todo mercado ótico distribuidor. Acima de tudo, respeito pelos colaboradores e amigos que acompanham e auxiliam na nobre tarefa de ofertar qualidade de vida por meio de uma visão saudável. JORGE BARBOSA

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uita gente desconhece o risco que corre ao comprar o óculos sem uma consulta prévia ao oftalmologista. Escolher o óculos de sol com qualidade duvidosa de lentes pode causar danos irreparáveis à visão. O alerta é feito pela Ótica Diniz, maior rede de óticas do país, que defende apenas o uso de lentes com proteção UV e que tenha uma recomendação expressa do oftalmologista. Atualmente a pirataria corresponde a 40% do mercado ótico. São produtos extremamente baratos, mas que são altamente prejudiciais à saúde. “Não usar óculos nenhum e enfrentar os raios solares com os olhos desprotegidos ainda é menos prejudicial do que usar óculos com lentes sem uma real proteção. Elas apenas vão prejudicar mais ainda a visão”, explica Rodolfo Soares, diretor da Ótica Diniz de Barreiras. A recomendação é que antes de adquirir os óculos, o cliente faça uma consulta a um oftalmologista para descobrir qual a lente apropriada e evitar produtos que não garantam a boa saúde da visão. Histórico - A Ótica Diniz funciona em Barreiras desde março deste ano. É a única unidade da rede na região Oeste e será ampliada em breve. O alto padrão de qualidade dos produtos e o atendimento diferenciado fazem das Óticas Diniz - maior rede de óticas do Brasil, com mais de 500 lojas -, referência no ramo. A unidade de Barreiras conta com uma estrutura moderna e funcio-

ABRA

Ação social Ao comprar o óculos nas Óticas Diniz, a sua armação usada lhe garante um desconto de R$ 70,00 no valor da armação nova. A armação velha vai ser restaurada por completa e receber lentes novas, para em seguida ser doada a entidades filantrópicas e instituições de caridade. É uma iniciativa das Óticas Diniz que visa cumprir a missão de promover a responsabilidade social e solidariedade, que também refletem os princípios e valores da maior rede de óticas do Brasil.

Com mais de 500 lojas espalhadas pelo Brasil, a Ótica Diniz é a maior rede do ramo e referência em atendimento e comercialização de produtos com qualidade

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esporte

OVENCEDOR Com pouco mais de 20 anos de idade ele descobriu que tinha câncer e em estado avançado. A possibilidade de cura era praticamente nula, mas Clécio não desistiu. Entrou na luta com toda vontade de viver e venceu. E não parou de vencer. Hoje, professor e vice-campeão mundial de jiu-jítsu, ensina que vencer é mais que mobilizar seu oponente no tatame, é rir para vida texto/fotos JORGE BARBOSA

Q

uando os pés descalços de Clécio Rodrigo pisar o tatame do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no mundial de jiu-jítsu que acontece de 14 a 17 de julho, certamente ele se sentirá o mais confiante dos competidores. Como um flash, toda sua vida passará diante dos seus olhos em detalhes. Vai se recordar que vem acumulando títulos desde o ano de 2004. E antes de abraçar seu primeiro oponente, vai lembrar da sua principal conquista: a vitória contra um câncer que até mesmo os mais experientes médicos acreditavam ser um adversário imbatível. Clecinho, como é mais conhecido, tem 30 anos de idade e dedicou metade da sua vida ao jiu-jítsu. Em 2003 descobriu um adenocarcinoma na região do nariz. Um tipo de câncer

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Clécio ao lado de seus alunos e com troféus conquistados na sua curta mas vitoriosa carreira

que se origina em tecido glandular. Começou com uma sinusite forte. Passou quase dois anos gripado. A narina direita completamente obstruída nesse período. Teve sangramento. “Mas não sentia dor, era incrível aquilo que estava acontecendo comigo”, lembra. A preocupação aumentou depois que o olho direito começou sair da cavidade ocular. Procurou médicos especializados e, depois de uma bateria de exames, foi diagnosticado o câncer. Com um agravante: a doença já estava em estado avançado. “O câncer é classificado numa escala que vai de um a quatro. O meu estava no nível quatro”, conta Clecinho, lembrando que em Barreiras não havia tratamento adequado e juntamente com toda sua família teve que se mudar pra Goiânia. Então ele deu início ao combate contra o mais longo e poderoso adversário que já enfrentou.

Foram seis meses de tratamento intensivo diário, com sessões de quimioterapia e radioterapia paralelas. “Na primeira sessão de radioterapia, ao voltar pra casa, confesso que acreditei que não iria aguentar. Doía demais. Mas não era só aquela dor física: doía no coração, na alma”, recorda o atleta, se lembrando que esse foi o primeiro instante em que ele acreditou que não poderia vencer aquilo. “Mas me apeguei a minha fé, coloquei tudo nas mãos de Deus e vi que Ele estava comigo e decidi lutar até quando minhas forças permitissem”. Passados os seis meses, os próprios médicos não acreditavam que Clécio estava curado. “A medicina fez sua parte, usando de todos os recursos possíveis e claro que teve uma importância fundamental. Mas foi a fé que me salvou. Foi Deus quem colocou a mão sobre mim e me deu a cura. Tenho certeza disso”, diz Clecinho, lembrando também que seus pais foram fundamentais nessa luta. Estiveram sempre ao seu lado. Lutaram juntos e sofreram juntos. Após a cura, Clécio se transformou em outra pessoa. Passou a ver tudo diferente e valorizar mais a vida. “Não só a minha, mas a vida das outras pessoas também”. No tatame - A notícia da cura veio no dia 20 de janeiro de 2004. Data que ficou marcada para sempre na memória do lutador. Semanas depois Clécio já estava treinando novamente. Em novembro, quando ainda era faixa roxa e competindo na categoria peso pena, se tornou campeão baiano. Foi o primeiro e mais importante título até então. A partir daí as conquistas no tatame foram muitas. Foi tricampeão baiano e 3º lugar no Norte/Nordeste, ambos como faixa roxa. É atual campeão brasileiro, atual campeão barreirense de peso absoluto, tricampeão da Copa LEM e outros, além de receber troféus por finalização mais rápida em algumas competições. Outras conquistas foram alcançadas também fora das competições. Como já ensinava Jiu Jitsu há 10 anos, estruturou melhor sua academia e foi diplomado como faixa preta. No ano passado Clecinho se formou em Educação Física pela FASB. Aderiu a métodos mais modernos de treinamento, como a ginástica natural, que segundo ele melhorou o nível dos seus alunos em 90%. Como resultado, também estão ganhando títulos por onde passam. Foram quatro medalhas de ouro no Campeonato Brasileiro Centro Oeste, em Brasília, no mês de abril. Uma delas foi pendurada no pescoço de Clécio. Ao olhar para a academia, o professor vê que o amor que ele tem pelo esporte também teve influência na cura. “Durante o tratamento, ali numa cama, lembrava do jiu-jítsu e batia aquela saudade. A vontade de voltar a treinar me deu força, ou seja, acredito que o jiu-jítsu também me salvou”, afirma. No ano passado, Clécio foi vice-campeão mundial faixa preta. Uma importante conquista depois de participar dessa competição três vezes. Nesse mês de julho ele voltará a lutar pelo mundial. Espera conquistar o primeiro lugar. Tem em si a consciência de que tudo vem no momento certo, de acordo com a vontade de Deus. Mas quando pisar no tatame desta vez, seus alunos, sua noiva, seus pais e seus amigos já possuem uma certeza: independente do resultado, Clécio Rodrigo já é o maior vencedor dessa e de qualquer outra competição. JUL-AGO/2011

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religião

320 ANOS DE

Procissão. Cidade de Bom Jesus da Lapa espera receber mais de 400 mil fiéis na romaria que inicia no final de julho e tem seu apogeu em agosto texto/fotos Jorge Barbosa

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O Santuário do Bom Jesus foi eleito como a 1ª das sete maravilhas do Brasil. Não é por menos. O grande bloco de pedra de 90 metros de altura, conhecido como Morro do Bom Jesus e margeado pelo Rio São Francisco, é ornamentado com uma torre gótica na entrada e possui diversas grutas. Na principal e mais ampla está o Santuário, ou seja, a Igreja do Bom Jesus, onde acontecem às celebrações. No interior ainda existem várias grutas, como a de São Geraldo e a de Santa Luzia, entre outras, que representam um verdadeiro labirinto em meio à rocha. As grutas são os principais destinos dos romeiros e turistas durante todo o ano. Algumas delas são destinadas às oferendas e promessas. Milhares de objetos são deixados pelos fiéis, como muletas, aparelhos ortopédicos, terços, bicicletas, réplicas de casas, de órgãos do corpo humano (principalmente pés, braços e cabeças) e fotografias, muitas fotografias. São representações de graças alcançadas e promessas feitas. Uma cruz, semelhante à de Cristo, inclusive em tamanho, se destaca em meio ao emaranhado. Ela foi carregada nas costas por um fiel que percorreu boa parte do Brasil até chegar ao Santuário, em agradecimento a uma graça alcançada.

Origem As peregrinações em Bom Jesus da Lapa completam 320 anos. O local foi descoberto em 1691 pelo português Francisco Mendonça Mar. Ourives e pintor, depois de pintar o Palácio do Governador Geral do Brasil em Salvador, recebeu como recompensa o açoite e a prisão. Ao se libertar, distribuiu todos os seus bens e

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A primeira gruta abriga a Igreja do Bom Jesus, local das principais celebrações. Na Gruta dos Milagres, milhares de objetos deixados pelos fiéis em busca de alguma graça

C

om um vasto calendário de eventos, durante todo o ano o município de Bom Jesus da Lapa respira religiosidade. Mas é de 28 de julho a 06 de agosto que o maior espetáculo da fé acontece. Durante esses dez dias, fiéis de todas as partes do Brasil invadem a cidade para o Novenário e a Festa do Senhor Bom Jesus. Para esse ano está sendo esperada a peregrinação de mais de 400 mil devotos. Número que só cresce a cada a ano. Considerado o terceiro maior evento católico do país, a Romaria do Senhor Bom Jesus completa em agosto 320 anos de fé. “Durante todos os meses recebemos turistas de todos os lugares do país e também de fora, que vêm conhecer a gruta do Bom Jesus. A partir do final de julho esse fluxo aumenta, com a chegada dos fiéis para o novenário. Mas é no dia 06 de agosto que a cidade se transforma completamente”, relata o padre Vilmar Correia. Segundo ele, são milhares de fiéis que percorrem toda a cidade em uma procissão gigantesca, que tem sua concentração na Catedral de Nossa Senhora do Carmo. JUL-AGO/2011

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religião passou a peregrinar carregando consigo uma estátua do Cristo crucificado. Percorreu terras hostis do sertão baiano, passou fome e teve isolação. Depois de vários meses, Francisco avistou um morro às margens do Rio São Francisco. Descobriu a gruta e passou a viver como eremita naquele local. Dedicado à oração e à penitência, foi considerado monge e começou a trabalhar em favor dos mais necessitados, recebendo na gruta os pobres, enfermos e aleijados. No ano de 1702, a pedido do arcebispo da Bahia, dom Sebastião Monteiro de Vide, foi a Salvador preparar-se para o sacerdócio. Estudou durante três anos e, em 1705, foi ordenado padre. Voltou à Lapa, onde viveu até sua morte, em 1722. Nessa época o local já se tornara um ponto de peregrinação. Ali se formou um povoado, transformando-se em vila em 1870. Cidade em 1923. Município em 1953. Através de uma eleição na internet, com participação popular, o Santuário do Bom Jesus da Lapa foi considerado a primeira das sete maravilhas do Brasil, pela sua característica única de abrigar uma igreja no interior de um gruta.

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Principais eventos |Janeiro 12 a 15 – Tríduo e Festa do Bom Jesus dos Navegantes |Julho 08 a 10 – Romaria da Terra e da Água (34ª edição) 16 a 17 – Romaria dos Missionários Redentoristas Leigos 28 de Julho a 06 de Agosto – Novenário e Festa do Senhor Bom Jesus |Agosto 27 – Romaria da Pastoral da Criança |Setembro 08 a 15 – Setenário e Festa de Nossa Senhora da Soledade |Outubro 01 a 04 – Tríduo e Festa do Monge da Gruta 08 a 09 – Romaria dos Agentes de Saúde e Edemias 09 a 12 – Tríduo e Festa de Nossa Senhora Aparecida 22 a 23 – Romaria da Legião de Maria 30 – Romaria da Juventude |Novembro 12 – Romaria das Mulheres 29 a 08 de Dezembro – Novenário e Festa da Imaculada Conceição

De acordo com o padre Vilmar Correia, a cidade se transforma com a chegada dos romeiros em julho/agosto

|Dezembro 10 a 13 – Tríduo e Festa de Santa Luzia


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gastronomia

SABORES SAUDÁVEIS Empório dos Sabores. Loja recém-inaugurada dá novo tempero ao mercado alimentício com produtos naturais e funcionais e aguça a criatividade dos entusiastas da arte culinária texto/fotos JORGE BARBOSA

O

s alimentos funcionais são aqueles que colaboram na melhoria do metabolismo e auxiliam na prevenção de doenças. A loja Empório dos Sabores é única na cidade de Barreiras especializada nesse segmento alimentício. Inaugurada no início de junho, ela oferece uma grande variedade de produtos naturais, ervas, cereais, grãos e especiarias, além de biscoitos finos. O Empório dos Sabores surgiu depois que a empresária Marli Dias Marinho percebeu que havia uma carência desses produtos naturais na cidade. Depois de uma pesquisa de mercado, ela decidiu abrir uma loja especializada, atendendo assim a demanda crescente por alimentos funcionais. Marli decidiu unir os sabores e criou um espaço que oferece, além dos produtos funcionais, especiarias e biscoitos caseiros finos. Dessa forma, o Empório dos Sabores oferece mais de 100 diferentes produtos que vão desde as 68

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frutas desidratadas e farinhas especiais, pimentas, condimentos, chás, açúcares, suplementos a uma série de produtos que antes não era possível encontrar na cidade, e quando encontrava, era apenas de forma sazonal. “Vendemos um produto diferenciado e de qualidade, além de garantir a continuidade no fornecimento”, explica Marli, ao lembrar que mantém uma importante rotatividade de estoque que garante o fornecimento constante. Na Empório o cliente pode comprar os produtos fracionados com no mínimo 100 gramas, de acordo com a sua necessidade. “Assim, comprando na quantidade exata de uma receita, evita-se desperdícios”, ressalta. São tantos produtos naturais que a mistura dos aromas se transforma no primeiro convite à degustação. Para facilitar a escolha dos clientes, cada produto recebe, além da descrição básica, um breve resumo sobre suas características, propriedades terapêuticas e funcionalidade no organismo. Com tantos atrativos, visitar o Empório dos Sabores é um convite quase indispensável para os amantes da alimentação saudável.


Fonte da juventude No Empório dos Sabores é possível encontrar vários tipos de castanhas, entre elas a genuína castanha-do-pará, considerada a matéria-prima da fonte da juventude. Pesquisadores da Nova Zelândia descobriram que a ingestão de duas castanhas por dia eleva em 65% o teor de selênio no sangue. Essas castanhas repõem a quantidade de nutriente necessária para o combate ao envelhecimento celular, ajudando não só a prevenir transtornos musculares, neurológicos e até cânceres, mas também atuando na elasticidade da pele e mantendo-a com aparência jovem por mais tempo. Curiosidade - Para se chegar à quantidade de selênio de uma castanha-do-pará (de 5 gramas), é necessário consumir, em média, o equivalente a 3 filés de frango (100 gramas cada); 16 pães franceses (50 gramas cada); 100 copos de leite (200 ml por copo); 10 ostras (33 gramas cada) e 3 latas de sardinha em conserva (130 gramas cada).

INFORMAÇÕES EMPÓRIO DOS SABORES Rua Aníbal Alves Barbosa, 356 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3612.7350 e 3021.3322


cult

música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

DE UTILITÁRIO

à arte

Responsável por fazer da carranca uma obra de arte, Francisco Guarany viveu 103 anos dedicados à escultura e teve reconhecimento ainda vivo. Suas peças rodaram o Brasil e hoje estão presentes até na Europa, mas sua história corre risco de cair no esquecimento texto/fotos JORGE BARBOSA

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Mestre Guarany, como era conhecido, viveu até os 103 anos esculpia carrancas e imagens sacras. Em 1968, recebeu diploma da Academia Brasileira de Belas Artes

A

origem humilde e o pouco estudo não foram capazes de deter Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany. De simples artesão das margens do Rio Corrente em Santa Maria da Vitória, Guarany, como ficou conhecido, ultrapassou os limites da cultura popular e concedeu à carranca o status de arte moderna, marcando presença inclusive em um dos museus mais famosos do mundo: o Louvre. Considerado como o mais importante carranqueiro da história, sua herança artística ainda sobrevive nas mãos do seu neto, Júnior Guarany, o último remanescente da estirpe a abraçar o legado do mestre. Contudo, é necessário mais para manter vivo esse símbolo da cultura popular brasileira. Guarany viveu 103 anos e produziu cerca de 80 carrancas. Escupiu também imagens sacras, pintou bandeiras, fez trabalhos de carpintaria, produziu barcas, foi juiz de paz em Santa Maria durante 39 anos, realizou casamentos, prestou serviços para o Ministério da Agricultura informando sobre o nível das águas do Rio Corrente, era extremamente religioso, tocava violão e participava de serenatas. Nada disso lhe rendeu dinheiro. Somente como carranqueiro alcançou prestígio. Palestrou em uma Faculdade de Economia de São Paulo, onde falou sobre o Rio São Francisco e as carrancas. Foi entrevistado em importantes programas de auditório. Em 1968, recebeu o diploma de Membro Correspondente da Academia Brasileira de Belas Artes. Suas peças percorreram o Brasil em várias exposições e ganharam a Europa. Sua morte, em 1985, foi notícia nos principais jornais e emissoras de TV do país, inclusive no programa Fantástico. Alcançou isso tudo não porque foi o primeiro carranqueiro de destaque ou porque produziu um número elevado de peças e de-

dicou praticamente toda sua vida à arte de esculpir carrancas, mas pelo seu estilo, versatilidade e riqueza estética. No livro “Guarany – 80 Anos de Carrancas”, o escritor Paulo Pardal define a obra do mestre em três fases, nas quais é possível identificar toda a evolução do artista. Na primeira fase as peças eram produzidas com finalidade utilitária, para ornamentar as proas dos barcos. A segunda fase, ainda com características utilitárias, as peças ganham modificações importantes, principalmente na cabeleira, que passaram a ter formas onduladas. A terceira, e mais importante fase, foi após 1950, quando Guarany começa a produzir para colecionadores, depois de cerca de 10 anos sem fazer uma carranca, apenas escupindo imagens sacras. Mas o que o destacou dos demais carranqueiros foi a versatilidade: ele nunca produzia uma peça estritamente igual a outra, deixando a imaginação dominar as formas, sempre retratando um misto de figuras humanas e animais. “Mas a inspiração é somente um ponto, a partir do qual, como artista de grande poder criador que é, Guarany desenvolve sua imaginação e utiliza recursos plásticos próprios, o que provoca que suas carrancas possam ser imediatamente reconhecidas”, diz Pardal em sua obra publicada em 1981. Guarany foi além. Sua arte conquistou espaços que poucos artistas populares sonharam alcançar. Algumas carrancas suas foram expostas no Museu Flutuante de Arte Naval, mantido pela UNESCO, e que preserva a história dos mares e rios. Apesar de algumas controvérsias, existem informações concretas de que uma carranca de sua autoria estaria compondo o acervo do Museu do Louvre, em Paris, apesar de não ser mantida em exposição constante. Essa peça, provavelmente, teria sido doada pelo Museu Flutuante, que também tem base na França.

EU TENHO UMA COISA QUE VALE MAIS QUE DINHEIRO, A CIÊNCIA QUE DEUS ME DEU. EU PEGO UM PEDAÇO DE PAU DURO, VOU BUSCAR ELE NO MATO, TRAGO, METO A FERRAMENTA NELE E FAÇO SURGIR UMA COISA. SENTO EM CIMA DA MADEIRA, PENSO QUE ELA VAI SAIR BOA, BONITA, BEM FEITA.” FRANCISCO GUARANY. Extraído do livro “Carrancas do São Francisco”, de Paulo Pardal JUL-AGO/2011

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música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Esquecimento e preservação

FOTOS: REPRODUÇÃO

A importância de Francisco Guarany para a cultura brasileira ainda não foi assimilada completamente. Suas obras estão soltas em diversas localidades, distribuídas em mãos de alguns poucos colecionadores. Há ainda obras de Guarany na Fundação Castro Maya, no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. De acordo com Jairo Rodrigues da Silva, professor de história de Santa Maria da Vitória, terra do Mestre Guarany, na cidade existem apenas quatro carrancas de sua autoria. “Há uma necessidade urgente de preservar esse material, essa história, além de reunir um número maior de peças do acervo dele”, explica Jairo, que conviveu com Guarany durante 23 anos, se tornando amigo e grande apreciador do seu trabalho. Para o historiador, a carranca por si própria é um símbolo iconográfico que representa bem a cultura brasileira. “No contexto do Rio São Francisco, devido a sua origem, ela pode ser considerada o maior símbolo desse importante rio”, avalia Jairo. Por outro lado, a carranca encontra em Guarany a sua própria origem, seu grande mestre e representante principal. A história da carranca está inteiramente entrelaçada com a história de Francisco Guarany. “Pois ele foi e continua sendo o maior carranqueiro do Brasil”, acrescenta o professor. Pensando assim, Jairo tenta na atualidade criar um museu para preservar a vida e obra de Guarany, além de resguardar a história da carranca. Será em Santa Maria da Vitória e inclusive já existe uma sede prevista. A obra total está alçada em R$ 190 mil e deverá ter como principal financiador o Ministério da Cultura, em parceria com a Prefeitura. Se o projeto se concretizar, será o primeiro grande passo para resguardar a história e a obra do maior carranqueiro de todos os tempos, que transformou peças genuínas da cultura popular em arte moderna.

O professor de história Jairo Rodrigues luta para criar um museu para preservar a memória de Guarany, considerado o maior carranqueiro do Rio São Francisco, cujas peças se destacam por apresentar faces humanas e cor

CURIOSIDADES O sobrenome de Francisco Guarany foi herança do seu bisavô, José Dy Lafuente, espanhol de Barcelona, que era frade de um convento em Salvador e fugiu para o interior do Estado supostamente por ocasião de uma revolução. Se juntou com uma negra de Moçambique, chamada Biquiba. Já o último nome Guarany, na verdade, foi apelido, por conta da sua mãe, que era descendente de índia.

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As carrancas primeiramente foram construídas com a finalidade de ornamentar a proa das barcas que trafegavam no Rio São Francisco e seus aflluentes. A aparência horrenda era para afugentar os monstros e criaturas aquáticas que, segundo os barqueiros, povoam aquelas águas. Depois passaram a ser objetos decorativos, até alcançar o status de arte.

Francisco Guarany começou esculpindo imagens de santos. Desde essa época, devido à qualidade das suas obras, já gozava do status de artista. Como não rendia dinheiro, passou a produzir carrancas. Depois que os barqueiros perderam o interesse por elas, Guarany voltou a esculpir imagens sacras. Dez anos depois retomou as carrancas, dessa vez produzindo sob encomenda para colecionadores de arte.

Apesar de tocar violão, clarinete e fazer serenatas nas ruas de Santa Maria da Vitória, Francisco Guarany era extremamente religioso e nunca pôs uma gota de álcool na boca.

O autor do livro Guarany – 80 Anos de Carrancas, Paulo Pardal, conheceu Guarany e foi um dos maiores pesquisadores e interessados por sua obra. Apaixonado por carrancas, possui possivelmente o maior acervo das obras do mestre.

Agnaldo Manoel dos Santos, Afrânio Barca, Domingos Lopes, Ubaldinho (filho de Guarany) e outros carranqueiros também se destacaram no cenário com obras importantes.

“Ele soube captar não só a alma do navio, como também e principalmente a alma da gente que vive à beira das águas do velho Chico”.

Carlos Drummond de Andrade, crônica de 06 de abril de 1978 no Jornal do Brasil


Júnior Guarany, neto do mestre, é o único da família a manter viva a arte de esculpir carrancas

Legado Além dos colecionadores e museus, a arte do grande mestre das carrancas ainda sobrevive no seio familiar. Neto de Francisco Guarany, o artesão Júnior Guarany é o último herdeiro legítimo do importante legado. Ele aprendeu a esculpir carrancas com o avô. Não porque ele teria ensinado, mas apenas por o observar em atividade. “Meu avô não ensinou a ninguém”, explica o último Guarany a produzir carrancas. Júnior tem hoje 43 anos e esculpe carrancas desde os 10 anos de idade. Também mora em Santa Maria da Vitória. Consegue sobreviver disso, apesar de a procura por peças genuínas ser cada vez menor. Em outras cidades, como em Juazeiro, as carrancas são produzidas em série, todas iguais, com mesmos traços e expressões, como elemento kitsch, sem valor artístico. Poucos são os carranqueiros que fazem obras únicas. Júnior Guarany é um deles. Herdou o mesmo amor que o avô tinha pelo ofício. Indo além, Júnior se tornou instrutor da oficina Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, projeto de cunho social, em parceria com a Prefeitura de Santa Maria da Vitória, que tenta resgatar a arte de produzir carrancas e passar também importantes noções sobre conscientização ecológica. Ele ensina a crianças carentes, no mesmo local onde Francisco Guarany produziu suas carrancas a vida toda. “Tentamos, com isso, levar adiante a arte do meu avô, para que novos carranqueiros possam surgir”, explica Júnior. Enquanto isso, Júnior se inspira no avô para produzir suas peças. Com calma e perfeição, senta-se no tronco de cedro e começa a esculpi-las, assim como Francisco Guarany fazia. Gradativamente a forma vai surgindo. De grande porte, consegue produzir uma carranca por mês. Assim como o avô, que viveu 103 anos, esculpiu a primeira carranca aos 19 anos e a última aos 97, Júnior pretende levar o ofício até o fim da vida. Se possível, deixar a herança para algum outro parente. Para que através do tempo o nome Guarany continue surgindo em genuínas e expressivas obras que refletem a vida, a história e a cultura de todo um povo e uma região. SAIBA MAIS “Guarany – 80 Anos de Carrancas”, obra de Paulo Pardal e Clarival Valladares. Editora Donatella Berlendis. 1981 Blog: oficinafranciscodlafuenteguarany.blogspot.com

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música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Paixão

por cinema Cine Xodó. Único cinema em um raio de 586 quilômetros, o Cine Xodó luta para sobreviver em uma terra na qual a valorizaçãoda “sétima arte” está cada vez menor texto/fotos Jorge Barbosa

E

ra uma terça-feira e o Cine Xodó, em Barreiras, abriu as portas para mais duas sessões diárias. Dois filmes em cartaz. Na primeira sessão, menos de dez pagantes. A segunda não houve, pois é necessário pelo menos quatro pessoas para compensar os custos mínimos para rodar o filme. Apenas três pessoas haviam comparecido. Compraram os ingressos e ficaram de voltar outro dia, torcendo para ter mais gente na próxima vez. Essa é a realidade do único cinema da região Oeste, que sobrevive apenas pelo esforço contínuo e o sonho inabalável da sua idealizadora, a empresária Franciella Motta, uma verdadeira apaixonada pela sétima arte. O Cine Xodó é único. Único em alguns aspectos. Primeiramente na região, pois além dele, o cinema mais próximo se encontra a 586 quilômetros, em Palmas (TO). Único também porque se mantém de pé quando todas as condições adversas imploram por seu fechamento, sua falência. E o mais importante: é único porque tem à frente uma pessoa que faz do seu negócio uma história cinematográfica. Franciella tem um verdadeiro xodó pelo seu cinema. Olha para ele com aquele olhar zeloso e orgulhoso de mãe. E mesmo com tudo mostrando o contrário, continua acreditando que a situação será revertida. Há quatro anos o Cine Xodó foi fundado por Franciella, seu irmão e uma cunhada. Desiludidos, os dois sócios decidiram mudar de atividade empresarial. “Perceberam de imediato que as pessoas aqui não valorizam a cultura”, explica a única fundadora que se mantém no negócio. Franciella continuou, mesmo quan74

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Franciela explica que com o público pequeno fica impossível trazer lançamentos e filmes nacionais


do tudo dizia pra ela parar. Fez ajustes nas sessões e se adaptou às condições locais. Depois de um ano inteiro sem aparecer uma única pessoa nas sessões do domingo, decidiu não abrir mais nesse dia da semana. O cinema passou a funcionar apenas de terça a sábado, com sessões às 18h30 e às 20h30. Fecha também nos feriados. No início eram seis funcionários. Agora são apenas três, incluindo a própria Franciella. Sem recursos, fica impossível fazer melhoramentos na sala, que possui espaço para 100 pessoas, incluindo dois cadeirantes. Mas a intenção é fazer melhorias, inclusive adquirir um projetor mais moderno. Isso se os ventos forem favoráveis. “Por sermos único da região Oeste, recebemos pessoas de outros municípios, como Luís Eduardo, Formosa do Rio Preto, Correntina e outros. Então acredito que temos condições de melhorar, de aumentar o público, basta as pessoas aprenderem a valorizar mais a cultura”, acredita a empresária. Com o público pequeno, fica quase impossível promover lançamentos nacionais, simultâneos aos grandes cinemas do país. Isso porque para trazer um lançamento é necessário desembolsar cerca de R$ 15 mil por semana. Esse valor não chega a ser o faturamento mensal do Cine Xodó. “Então fica difícil, pois sem público, não conseguimos trazer os lançamentos de imediato. Então os filmes só podem chegar aqui depois de um certo tempo em que foram lançados”, diz Franciella, que ainda arca com as despesas dos empréstimos contraídos na época que iniciou o negócio. Por tantos motivos, ela confessa que já pensou sim em desistir, mas olha ao redor e ver que pode fazer mais. “Não posso desistir de uma coisa que ainda não terminei. O projeto do Cine Xodó ainda não está concluído. Investi tudo que tinha aqui, mas ainda preciso investir mais”, afirma Franciella Motta, numa demonstração de apego que somente tem quem é verdadeiramente apaixonado pelo cinema, quem assistia até 12 filmes em um único fim de semana quando ainda não tinha entrado nesse negócio.

Por regra, o filme só é exibido se tiver ao menos quatro pessoas. No dia da reportagem apenas três compareceram à 2ª sessão

Parceria - Cinema é cultura. Pensando nisso, Franciella buscou apoio na Lei Municipal de Incentivo à Cultura (nº 796/08). E está dando certo. A lei define que empresas que optarem por apoiar iniciativas culturais terão parte do impostos destinados para essa finalidade. Ou seja, cerca de 25% dos tributos pagos ao município são destinados no apoio à cultura. Dessa forma, o Cine Xodó conseguiu fechar algumas parcerias. Esse valor é convertido em ingressos, que vão para as empresas e elas distribuem de acordo com os critérios internos. Graças a isso, o Cine Xodó consegue ainda se equilibrar financeiramente, escapando do vermelho vez ou outra. Outra opção foi fazer promoções. Em um dia de pouco movimento, como a terça-feira, por exemplo, todo mundo paga apenas a metade do valor integral do ingresso. Mesmo assim a procura é pouca. Mas a dificuldade não deixou Franciella esquecer a responsabilidade que todo empresário deve ter com as questões sociais. Toda terceira sexta-feira do mês o Cine Xodó realiza uma sessão solidária. Nesses dias, o ingresso pode ser trocado por três quilos de alimentos. Tudo que é arrecadado é doado para o Vale do Amanhecer, uma instituição de caridade. Até mesmo o dinheiro que é arrecadado com a venda de ingressos nesse dia é encaminhado para a entidade social. “Foi uma forma que encontramos de contribuir com a sociedade”, diz a empresária, numa atitude de quem sonha com um mundo melhor. E ela ainda sonha em quitar suas dívidas e vivenciar dias mais prósperos no Cine Xodó. Sonha em ver a magia do cinema atrair mais gente para a frente da sua tela gigante. Sonha. E o cinema é, antes de qualquer coisa, uma fábrica de sonhos.


música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

gaita

COM A

NA RUA

Lu da Gaita. Artista divulga seu trabalho com um discman e vende flautas de PVC, instrumento que usa para mostrar aos incrédulos que é bom de sopro texto/fotos Jorge Barbosa

“T

odo artista tem que ir aonde o povo está”. Essa máxima de Milton Nascimento, inserida nos versos de “Nos Bailes da Vida”, é levada a sério pelo músico Lu da Gaita. Talentoso instrumentista, Lu é no mínimo um artista de rua diferenciado. Ele percorre os quatro cantos da cidade de Bom Jesus da Lapa tocando flauta e carregando consigo, num bisaco de caçador, um discman e um headphone, que sai passando de ouvido e ouvido para que todos possam conhecer e comprar sua música. O que Lu da Gaita faz não é novidade, é coragem. Todo artista independente busca a melhor maneira de divulgar e vender seu produto. Essa foi a melhor encontrada por Lu e, conforme diz, tem dado certo. Filho de músico, Luceval da Rocha Mata tem 63 anos de idade. Conheceu a música ainda criança, na cidade de Paratinga, onde nasceu. Foi descoberto, juntamente com outros talentos mirins, por um professor de música que posteriormente montou uma filarmônica infantil. Não parou mais de tocar, mesmo exercendo outras atividades. Viveu do comércio durante muito tempo. “Me dei bem como comerciante, mas sempre gostei da música”, conta Lu da Gaita. Então decidiu largar tudo e fazer só o que sente prazer. Produziu

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sozinho o primeiro disco, vendeu de casa em casa e nas ruas. Teve boa aceitação e não parou mais. Já são quatro CD’s no bisaco. O último de forró. Todos são instrumentais. Geralmente músicas de domínio público, mas executadas com alta qualidade por Lu e os músicos acompanhantes. Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Ari Barroso, Tom Jobim, Frank Sinatra, Beatles, Caetano Veloso, Elton John, Chico Buarque são apenas alguns dos nomes executados por Lu da Gaita em seus discos. Mas também há composições próprias que em nada deixa a desejar. Tudo com a flauta dominando do início ao fim. Mas Lu sozinho é uma banda completa. Toca violão, guitarra, acordeon e bateria. Mas a flauta é sua grande paixão. A intimidade com o instrumento é tanta que Lu passou a fabricar, em PVC, e vender junto com os discos. “Tem boa saída também”, afirma, lembrando que a flauta apenas agrega valor ao seu “negócio”. De rua em rua, de casa em casa, de bar em bar vendendo seus CD’s, Lu terminou se tornando figura batida em Bom Jesus da Lapa. “Sou mais conhecido na Lapa do que doce de coco”, brinca, lembrando que ser conhecido não é sinônimo de fama. “O importante é fazer o que gosta e passar à frente o ofício”. Devido a esse pensamento, seus 11 filhos já estão todos tocando algum instrumento. “É herança”, comenta rapidamente. Alguns já o acompanham nas apresentações espontâneas nas ruas. São novos talentos surgindo, seguindo o exemplo de coragem e dedicação à arte que sempre visualizaram no pai.


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society Eventos

A programação nos meses de maio e junho na Maison foi para lá de especial. Em Barreiras, um dia com mimos para as mães, em Bom Jesus da Lapa, um trunk show organizado por Anne e Roberta para apresentar as últimas novidades da loja. Luxo, roupas, sapatos, bolsas… Fotos super divertidas com a presença da Revista A.

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1 Adilson e Luciane Marmori; 2 Hebert Regis e Anne Stella; 3 Márcia Oliveira e Kátia Quinteiro; 4 Nelza Moura e Gilma Barbosa ;5 Letícia , Izabele (gerente operacional Depyl) Carol, Mariana e Renata Mafra ;6 Brigda Viana; 7 Talita Sampaio e Luciula Fernandes; 8 Gilka Machado; 9 Mariana, Carol, Letícia e equipe Depyl; 10 Tânia Biancini e Larissa martins; 11 Cleusa Horbach e Thaise Brandão; 12 Irenilta Castro e Deliana Brito; 13 Vãnia Lucena, Vilma Lucena e Fatima Ferreira; 14 Djana Macedo e Regina Bastos.

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1 Eduardo, Núbia, Lara e Klécio, alunos de Publicidade da FASB; 2 Arraial do Pezinho & Cia; 3 Rafael, Ronei Rocha e o vencedor Emerson em concurso da SStein; 4 Cássio Machado, o presidente da Cacau Show Alexandre Tadeu e Thaise Reis; 5 Equipe Pés & CIA; 6 Aline Macedo e Célia Kumagai; 7 Carina Alencar 8; Carla Cavalcante; 9 ALexandre Gárcia e Rita Luz; 10 Catarina, Izabela e Gabriel; 11 Zileide Silva e Fátima Luz; 12 Dr. Luiz Augusto, Dra. Bartira Maia e Dr João Martins em Down Town Disney, Orlando (EUA)

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1 José Luiz e sua filha Nathália; 2 Anne e Alba Ventura; 3 Josse Sritsch, Verediane Carvalho e Késia Magdala; 4 Ondumar Marabá, Jaime Cappellasso e Guilherme Spineli; 5 Samara e Rebeca; 6 Nilva Comparim; 7 Kerlmuth e Naiara Macdo; 8 Katiuscia Neves, de Santa Maria da Vitoria; 9 Diego e Catiussa; 10 Márcio, Carlos, Marquinhos, Daniel e Jader; 11 Alisson e Ana Paula, Josy e Fabrício Veiga, Mara e César Braga


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