ANO 5 - Nº 28 ABR-MAI/15
OUZA
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agromagazine SAFRA 2014/15: BAHIA COLHE 4,17 MILHÕES DE TONELADAS DE SOJA
entrevista
miscellanea
SILVANA GÓES
AS BRECHAS E AVANÇOS DA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO
TARGINO GONDIM: “A BAHIA RESPIRA E ALIMENTA O FORRÓ O ANO INTEIRO”
cult
O PERSONAGEM “TENHO CERTEZA DE QUE, HOJE, NÃO MORRO DE ULTRALEVE”, DIZ DÃO
ALUNOS DA REDE PÚBLICA APRENDEM A TOCAR VIOLINO RENATO TEIXEIRA E SÉRGIO REIS EM SÃO FÉLIX DO CORIBE
Juventude
INTERROMPIDA BARREIRAS REGISTRA EM 2015 UM AUMENTO DE 48% DE HOMICÍDIOS EM RELAÇÃO A 2014.
ÔPA
DOS 30 MORTOS, 14 TINHAM ENTRE 18 E 29 ANOS, O DOBRO DO ANO ANTERIOR
editorial
Ouza Editora Ltda. Rua Profª. Guiomar Porto, 209 - Sala 105 Tel.: (77) 3613.2118 - Centro - Barreiras (BA)
A violência não é natural
A
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ANO 5 - Nº 28 - ABR-MAI/2015 DIRETOR DE REDAÇÃO E EDITOR
Cícero Félix (DRT-PB 2725/99) 9131.2243 e 9906.4554 sousa.cfelix@gmail.com
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DIRETORA COMERCIAL
Anne Stella
9123.3307 e 9945.0994 annestellax@hotmail.com
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REDAÇÃO Ivana Dias SECRETÁRIA DE REDAÇÃO
Carol Freitas
8826.5620 e 9174.0745 freitas.caarol@gmail.com
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COLABORAÇÃO
Rui Rezende ILUSTRAÇÃO
Júlio César
EDIÇÃO DE ARTE
Leilson Soares
CONSULTORIA DE MODA
Karine Magalhães REVISÃO
Aderlan Messias IMPRESSÃO
Gráfica Gatos TIRAGEM
3 mil exemplares ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAIS Barreiras
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3613.2118 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307 Barra
Helena: (74) 3662.3621 Bom Jesus da Lapa
Gisele: (77) 9127.7401 Santa Maria da Vitória
Marco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224 Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797
cada cinco dias, em média, Barreiras registrou um homicídio neste ano. Foram 30 mortes do dia 1º de janeiro a 31 de maio. Nesse mesmo período do ano passado, foram 21 mortes. Isso quer dizer que houve um crescimento de 48%. Esse percentual, por si só, já é alarmante, mas a situação é mais grave. Dos 30 mortos, 14 tinham entre 18 e 29 anos - em 2014 foram sete. O que está acontecendo? A reportagem de capa ouviu vários especialistas, várias explicações, mas não há uma causa específica. A polícia alega a expansão do tráfico, o sociólogo a falta de políticas públicas e, enquanto isso, a sociedade convive com essa realidade deprimente. A violência, infelizmente, parece ter sido naturalizada ao cotidiano das pessoas. O que fazer? Se a reportagem não consegue responder aos questionamentos acima, no mínimo, provoca o leitor a refletir sobre as condições de vida em sociedade e a banalização da violência, convida-o a discutir, com sua comunidade, alternativas socioeducativas para garantir futuro aos jovens. É preciso, portanto, que a sociedade chame para si também a responsabilidade sobre a vida e o meio. O assunto, no entanto, não é fácil de discutir. É polêmico. E polêmico também é o assunto da entrevista dessa edição. A advogada Silvana Góes, especialista em direito trabalhista, fala das mudanças para o empregado e empregador com a Lei da Terceirização, que está prestes a ser apreciada pelo Senado Federal. O clima de São João na matéria com o forrozeiro Targino Gondim, o show de Renato Teixeira com Sérgio Reis em São Félix do Coribe e o projeto que ensina alunos da rede pública a tocar violino são os contrapontos dessa revista. Mesmo diante de situações difíceis, ainda é possível sorrir e renovar as esperanças, nem que seja por alguns instantes. Boa leitura!
A r.A obedece a Nova Ortografia da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas colunas assinadas.
Cícero Félix, editor
índice COLUNAS 25 | Desenrola, por Aderlan Messias 30 | Exclamação, por Karine Magalhães 40 | Opinião, por Ricardo Menna Barreto 61 | Impressões, por Anton Roos 65 | Saia Lápis, por Anne Stella 19 | A MISCELLANEA Música: Forró só existe um Música: Morre o menino do blues Celebração: Barreirenses comemoram 124 anos do município Em Barreiras: OAB realiza segunda edição do protesto contra morosidade Esporte: Time de LEM é campeão brasileiro de futsal O Personagem: Tenho certeza de que, hoje, não morro de ultraleve Em LEM: Oficina de audiovisual gera curta “Alguma coisa na vida” Gastronomia: Segunda edição do Festival de LEM é apresentada 33 | ECONOMIA & MERCADO Franquia: Inovação no mercado imobiliário Negócios: Jovem empreendedor da estética Inovação: Moda aliada à história
Cirurgia: Implantodontia: solução para saúde bucal Novo endereço: Barreiras Informática, mais moderna 25 anos depois 43 | AGROMAGAZINE Safra 2014/2015: Bahia colhe 4,17 mi de toneladas Em Salvador: Assembleia Legislativa homenageia Júlio Busato MATOPIBA: Plano de desenvolvimento é apresentado em LEM Melhorias: Perspectivas para a psicultura da região Oeste 46 | ENTREVISTA: SILVANA MARTINS GÓES Lei da Terceirização: entre brechas e avanços 45 | CAPA A violência não perdoa 56 | UM LUGAR Rui Rezente: No raso da Catarina 59 | CULT Música: Dó, ré, mi, sol, ao som do violino Agenda: O velho Oeste e o novo mundo 66 | SOCIAL
leitor
Canais Revista A contato@revistaa.net
Capa – João do Biriba, simplesmente Parabéns à equipe da r.A na pessoa de Cícero Félix por trazer matérias valorizando personalidades que contribuem ou contribuíram com a história do Oeste da Bahia. Em especial à edição 27, que trouxe o músico João do Biriba, personagem talentoso e muito querido por mim e por toda a comunidade do bairro em que nasci, fui criada e resido até hoje, Barreirinhas. E (por que não dizer?) por um público considerável de nossa cidade de Barreiras. Karlúcia Macêdo
Economia & Mercado – Gestão com estilo Sou muito suspeita para falar, mas essa dupla [Weder & Binho] é sucesso total. Minha admiração é muito grande por vocês! São profissionais competentes e entusiasmados pelo que fazem e isso sem dúvida reflete no trabalho notável de cada um de vocês. Sucesso sempre! Kesia Magdala Lopes Meus amigos e meus cabeleireiros, são merecedores de muito brilho, fazem por onde ter reconhecimento espetacular. Virgínia Figueirêdo de Andrade Castro O sucesso de Weder e Binho é fruto de muita dedicação, amor pelo que faz e profissionalismo, além de respeito e zelo pelo cliente. A toda a equipe do salão, minha admiração! Sucesso sempre! Carla Carvalho Cavalcante Que legal! Parabéns meninos de sucesso! Me orgulho de ser sua cliente há mais de duas décadas! Quando o salão era na praça de Alimentação, depois no prédio da Coisa Fofa, no Solar das Mangueiras, onde receberam muitos famosos. Depois, em frente à Telebahia e, agora, em seu atual endereço. Bom estar com vocês! Silvia Dourado
Artigo: Somos todos negociadores Passamos a vida inteira negociando e aprimorando nossas maneiras de negociar, pois cedo ou tarde a vida nos ensina! Beijo minha linda e negociante Inês Coelho! Maristela Oneda
Coluna Desenrola – Deixa a língua falar Admiro-te imensamente Aderlan! Pessoa incrível que me fez amar mais ainda a literatura. Parabéns! Mara Farias
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DIVULGAÇÃO
LEM REALIZA CONCURSO FOTOGRÁFICO Estudantes das escolas municipais do 8º e 9º ano, do ensino fundamental II e alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) participaram do concurso fotográfico “Aqui eu moro, aqui é o meu lugar”, em comemoração ao 15º aniversário de Luís Eduardo Magalhães. A competição teve como intuito valorizar o lugar onde os estudantes vivem por meio de registros com os subtemas: Paisagem, Diversidade Cultural, Meu bairro/Comunidade e Agronegócio. A premiação aconteceu no Centro Administrativo da cidade.
10º BPM PROMOVE CORRIDA TIRADENTES
Colaboração do internauta Envie uma foto, sugestão de pauta, comentário. Participe! Você faz a notícia.
REPRODUÇÃO
DITADURA MILITAR EM CARTAZ O Projeto Biblioteca em Cartaz da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) apresentou as repressões, torturas, censuras e lutas pela democracia brasileira em um momento histórico obscuro nas películas ‘Zuzu Angel’ (2006), ‘O dia que durou 21 anos’ (2012) e “Batismo de Sangue” (2007). As sessões aconteceram nos campi de Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa e Santa Maria da Vitória.
A 5ª edição da Corrida Tiradentes aconteceu no dia 26, em Barreiras. Com participantes do circuito de cinco quilômetros e atletas do percurso de 10 quilômetros, o evento esportivo foi promovido e organizado pelo 10º Batalhão da Polícia Militar. Este ano homenageou os 40 anos de instalação do 10º BPM em Barreiras.
Aniversário de Barreiras Barreiras foi emancipada em 26 de maio de 1891, mas somente 11 anos depois, em 19 de maio de 1902, conquistou o título de cidade. Naquela época, era necessário um número específico de habitantes e uma economia considerável para o município se tornar cidade. A foto registra a comemoração dos 50 anos de elevação da cidade, que aconteceu na praça Duque de Caxias. No ano existia apenas a base elevada onde, ao lado de um aluno do Colégio Padre Vieira, discursou Elpídio Nunes da Mata, prefeito da época. Somente alguns anos depois, o prefeito Anibal Barbosa Filho inaugurou a cúpula da atual praça do Coreto, localizada no centro histórico da cidade.
NAPOLEÃO MACEDO
memória
FOTOS: C.FÉLIX
CARLOS ADELINO
abordo
Tons de maio No intervalo da última edição para esta, registramos a natureza do Oeste em manifestação majestosa: as chuvas atípicas para o período a rasgar as nuvens numa interpretação apocalíptica do fim do mundo; o entardecer cinematrográfica em seus degradês no horizonte, o amarelo das flores margeando as estradas e a lua à espreita, como a pontuar o convite à inspiração dos poetas. 16
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miscellanea eventos, design, tendência, moda...
MÚSICA
FORRÓ SÓ EXISTE UM AUTOR DE “ESPERANDO NA JANELA” FAZ SHOW EM BARREIRAS, FALA SOBRE A MÚSICA NORDESTINA E PROJETO QUE INICIOU COM DOMINGUINHOS texto IVANA DIAS
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REPRODUÇÃO: REVISTA ROLLING STONE
CELEBRAÇÃO
BARREIRENSES COMEMORAM OS 124 ANOS DO MUNICÍPIO
“F
orró só existe um. Ou é forró ou não é”. É assim que Targino Gondim, o pernambucano criado em Juazeiro (BA), que desenvolve sua carreira na Bahia, denomina o estilo musical que aprendeu a gostar e tocar com os mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos – o forró. Seja com a zabumba, com o triângulo ou com a sanfona, o forrozeiro garante que sempre que subir ao placo o resultado será o forró. E foi o tradicional pé-de-serra que Gondim trouxe para Barreiras, no dia 2 de maio. “Independente de tocar os meus reggaes, as pessoas vão sempre ouvir e ver que eu expresso a música com o meu conceito de forró, com a minha sanfona e com a força da música que eu faço”, disse Gondim, que fez questão de enfatizar a influência de Dominguinhos na sua vida. “A minha paixão por Luiz Gonzaga todos conhecem, mas Dominguinhos sempre esteve presente na minha vida, como pessoa e como mestre. Se preocupava comigo, ligava pra perguntar como eu estava na estrada, como estavam meus trabalhos novos. Sempre tinha um elogio ou algum conselho. Até hoje, quando falo dele, é como se ainda estivesse entre nós, como se a qualquer momento eu fosse receber uma ligação, ouvir um conselho, uma música nova. É uma ausência que está muito forte dentro de mim”, enfatizou. O trabalho de Targino Gondim é intenso durante todo o ano. “A Bahia sempre teve essa força da tradição nas festas juninas, mas era muito pontual: em Senhor do Bonfim, Cruz das Almas, Ibicuí, Amargosa, Itororó - cidades que já fazem São João há muito tempo. Mas essa festa cresceu de forma que, hoje, vejo que a Bahia respira e alimenta o forró o ano inteiro”.
MÚSICA
MORRE O MENINO DO BLUES Uma nota era o que bastava para reconhecer o som da guitarra de Riley B. King. No dia 15 de maio, o blues amanheceu ainda mais melancólico, com a morte da lenda do gênero musical. B.B. King morreu dormindo em casa, um condomínio em Las Vegas, onde recebia cuidados para pacientes terminais. Ele sofria de diabetes há mais de 20 anos e, em abril, foi internado duas vezes com desidratação. O “Rei do Blues” tinha 89 anos. Menino do blues (tradução de Blues Boy – B.B.) nasceu em 1925, no estado norte-americano do Mississípi. Começou cantando em igrejas e ficou conhecido pela emoção que carregava conectada a Lucille, sua inseparável guitarra. Com mais de 50 álbuns, milhões de discos vendidos em todo o mundo e 15 Grammy, o músico ficou conhecido por sucessos como “Three O’Clock Blues”, “The Thrill Is Gone” e “When Love Comes to Town”, que gravou com os irlandeses do U2. Além disso, influenciou muitos guitarristas, incluindo Eric Clapton e Jimi Hendrix. O guitarrista, considerado um dos maiores de todos os tempos, se definia apenas como “um cara que gosta de tocar guitarra”. King, que já trazia rei no próprio nome, conseguiu levar para o blues a alegria do sorriso estampado no rosto enquanto tocava. Além do legado musical, o artista deixa 14 filhos, mais de 50 netos e milhares de amantes do blues comovidos com a sua morte. Através dele, uma geração se apaixonou pelo som da guitarra e pôde se emocionar com suas performances, conhecidas pelo improviso.
Ao longo da carreira o forrozeiro já lançou 18 CDs. O último, “Ser tão da gente”, foi gravado em 2013 no Teatro Castro Alves. Gondim ganhou notoriedade nacional em 1999, com o sucesso “Esperando na janela”, gravado por Gilberto Gil para o longa “Eu, Tu, Eles”. Em 2010, com o projeto “Canções de Luiz”, conquistou o 21º Prêmio da Música Brasileira, no Rio de Janeiro.
FOTO PREMIADA
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Gondim acredita que é possível fazer uma leitura moderna do forró, sem desvirtuar o gênero. “Luiz Gonzaga sempre foi à frente do seu tempo, já utilizava a guitarra na década de 70 e sempre fez o autêntico forró. Atualmente, acho que muita gente se apropria do nome do forró e faz uso indevido. O que mais temos exposto no cenário nacional e musical, são os forrós de ‘plástico’. Não considero isso forró. Considero as bandas de hoje como bandas de baile, que tocam tudo o que é sucesso”, pontuou.
Gondim fala do seu trabalho com muito orgulho e de um projeto especial que iniciou com Dominguinhos. “Devo aprontar algumas coisas inéditas com Dominguinhos. As músicas estão inacabadas ainda. Espero, com o tempo, terminá-las adequadamente para que sejam exatamente como deveriam ser, com a qualidade que Dominguinhos sempre teve”, concluiu.
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Para celebrar os 124 anos de emancipação política de Barreiras – 26 de maio, foram realizados eventos sociais, esportivos e culturais, na programação Maio Maior que estendeu-se até o final do mês.
O colaborador da r.A Carlos Adelino tirou foto de uma plantação de sorgo em Luís Eduardo Magalhães e foi o vencedor do dia 29/05 no Concurso Cultural Sua Foto da National Geographic Brasil.
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Fez parte da programação o Parque do Livro com a I Bienal do Livro, que aconteceu no período de 28 a 30, no Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha. No local foi montada uma estrutura com stands institucionais, da Academia Barreirense de Letras (ABL), instituições acadêmicas e editoras – editora Positivo, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Oeste (Ufob), Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Faculdade São Francisco de Barreiras (Fasb), o Rotary Club e outras entidades ligadas ao incentivo à literatura; com ponto de coleta, doação e troca de livros, revistas e cordel, no intuito de formar um banco de livros de literatura diversa, destinado a bibliotecas de escolas municipais e espaço para reunir escritores, contadores de histórias, artistas de diversas manifestações culturais, professores e alunos. Além de apresentação da produção literária com foco no Oeste da Bahia. A abertura oficial aconteceu no dia 28 e os prestigiadores da Bienal participaram do lançamento e da noite de autógrafos dos livros Oeste da Bahia: o novo mundo e Caminhada entre as Letras, do fotografo Rui Resende e da professora Nadir Xavier de Andrade, respectivamente; A gaveta do alfaiate do jornalista de Luís Eduardo Magalhães e colunista da Revista A, Anton Ross, Um Rio de Histórias, das jornalistas Luciana Roque, Jackeline Bispo e Ana Lúcia Souza, Ensino Médio: contradições conceituais, da professora universitária, Gabriela Rêgo e Tiro, Guerra e Mito: a história de um barreirense na 2ª Guerra Mundial, do historiador Tenente Pinheiro. Além da presença dos escritores Roberto de Sena, Vinícius Lena, Luiz Pamplona, Solange Cunha, Catarina Guedes, Lélia Rocha, Ignez Pitta de Almeida, Miriam Hermes, Eduardo Lena, João Paulo Pinheiro, Florentino Souza, Gabriela Rego e Nazide Mota. “É a valorização da literatura, proporcionando aos leitores a oportunidade de comungar com autores da região, através do manuseio, leitura e aquisição de livros, num universo amplo de ideias a serem analisadas. Que não se perca no tempo futuro, nas próximas gestões, pois a política cultural deve ser prioridade na história de um povo”, disse a professora Nadir. O evento está entre uma das ações previstas para 2015, considerado o Ano Municipal da Leitura, em Barreiras. O objetivo é proporcionar aos leitores a oportunidade de conhecer de perto seus autores favoritos, além de fomentar a troca de experiências, conhecimento e intercâmbio cultural. “Esta bienal representa uma oportunidade única de estimular os nossos autores e formar novos leitores”, disse a presidente da ABL, Miriam Hermes.
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Desenrola
EM BARREIRAS
OAB REALIZA SEGUNDA EDIÇÃO DO PROTESTO CONTRA MOROSIDADE Na tentativa de buscar soluções para resolver a morosidade nas atividades do Poder Judiciário Estadual na região Oeste, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Barreiras, promoveu no dia 21 de maio, o Segundo Manifesto contra a Morosidade do Poder Judiciário, “A Justiça do Oeste ainda pede socorro!”. O manifesto reuniu cerca de 500 advogados, que vestidos de preto foram às ruas e em seguida à Câmara de Vereadores de Barreiras, reivindicar a resolução de cerca de 49 mil processos parados e a efetivação de mais juízes para a região Oeste. De acordo com a instituição, em 2007 foi prevista na Lei de Organização Judiciária (LOJ), nº 10.845/2007, a vinda de 16 juízes para o quadro Judiciário da região Oeste. No entanto, apenas seis juízes estão atuando. Assim como, desde dezembro de 2014 a única Vara Especializada em Juizados Especiais Cíveis e Criminais está sem juiz titular e não há previsão de nomeação de um servidor para a vaga. Às vésperas da inauguração do Centro de Detenção Provisório, a região ainda não tem uma Vara de Execuções Penais e está desassistida ainda, do Provimento nº 36 de 2014, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê a implantação de Vara Especializada da Infância e da Juventude em todas as comarcas com mais de 100 mil habitantes. “A morosidade na justiça não é apenas uma questão jurídica. É sim um problema político que afeta a todos da sociedade. A justiça que não funciona incrementa a violência social”, disse o presidente da OAB/Bahia, Luiz Viana.
REPRODUÇÃO
FUTSAL
“VENTO EM POPA” É CAMPEÃO BRASILEIRO Criado em 2013 pelos empresários Fábio Lauck e Adriano Janjar, o time de futsal LEM Vento em Popa Janjar, de Luís Eduardo Magalhães, é o grande destaque do futsal brasileiro. O time trouxe para a região Oeste a Taça Brasil – Primeira Divisão. A grande disputa pelo título foi entre o Vento em Popa e Balsas / CT Falcão 12, no mês de abril, no Ginásio do Colégio ABC, em Campo Grande (MS). Mesmo com a torcida a favor, o Balsas não conseguiu superar a equipe baiana e perdeu por 2 a 1. Os gols foram marcados por Eli e Douglas ainda no primeiro tempo. Durante o campeonato, o Janjar venceu todas as cinco partidas e marcou 22 gols, média superior a quatro por partida, o que lhe trouxe mais visibilidade e também a denominação de “campanha irretocável”, pela Confederação Brasileira de Futsal.
por ADERLAN MESSIAS
CONECTADO facebook: decodetroia@hotmail.com e-mail: decodetroia@hotmail.com ADERLAN MESSIAS Professor da Universidade do Estado da Bahia e Faculdade São Francisco de Barreiras. Licenciado em Letras Vernáculas e bacharel em Direito
O código das celas
E
m 2011, como resultado do trabalho de conclusão de curso (TCC) da graduação em Direito, pela Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB), mediante orientação do professor mestre Luiz Antônio Fabro de Almeida, desenvolvi uma pesquisa no Complexo Policial de Barreiras acerca da “Influência e significado das gírias de detentos no interior do cárcere e sua implicância no contexto jurídico”. A pesquisa revelou que a gíria marginal é tida como um mecanismo de defesa dos apenados, carregada de agressões que marca denúncia e oposição de valores. Quando não compreendida, dificulta a ação da polícia no combate ao crime. Esse tem sido um dos desafios enfrentados pelo Sistema Penal no interior das cadeias e presídios do país. Conforme Segura (2010), é comum encontrar diversos códigos linguísticos que dificultam a sua compreensão, como pipa (bilhete enviado ao juiz de Direito), macaca (metralhadora), jacaré (aquele que assalta os próprios companheiros de cela), perereca (fogão de esquentar comida), passarinho (informante), faculdade (penitenciária), amor de mãe (preso abusado na cadeia), cavala (mulher bonita), cimento (cocaína), cabrito (veículo adulterado; detento que é obrigado a manter relações sexuais com outros presos). Este é o objetivo dos sentenciados: não ser compreendido por ninguém, exceto os companheiros de cela. Imagine você ao se deparar com as seguintes frases: “O Stive (policial) me levou pro porão (cadeia), mas agora estou na Disney (condicional)”; ou, “Arrumei uma farinha (cocaína) e coloquei no cafofo (esconderijo), mas deu uma zica (encrenca)”. Essas expressões são comuns nos corredores e celas de delegacias do país, afirma Popó (2005). Outro elemento que merece destaque na linguagem do submundo criminal é a inferência feita aos números, para caracterizar os artigos do Código Penal na conduta delitiva do agente. Os mais famosos um-sete-um, que classifica o estelionato; e o doze, identificação de traficante. Esse discurso dos criminosos tem se disseminado no interior das cadeias do país e dominado os apenados a fazer uso como linguagem obrigatória e decisiva na comunicação. Por conta disso, o sistema policial tem rastreado vocábulos e expressões de gírias para inibir a criminalidade, pois tem sido poderosa arma dos bandidos. Como resultado dessa preocupação, agentes policiais têm construído glossários e até dicionários com a linguagem dos presos, vez que identificando o código das celas fica fácil combater a criminalidade. Para comprovar tais colocações, basta observar alguns vocábulos trazidos por Inellas (2000), em seu dicionário de expressões criminais e linguagem policial. Só a palavra maconha tem diversas gírias: baseado, fininho, bagulho, pacau, dentre outras. É
“Sim! Houve um plano de fuga na carceragem e eles falavam em códigos, colocavam músicas altas e cantorias de músicas de hep (sic) em gírias, quando arrombaram a parede e cerraram a grade, fugiram. Muitos colegas que chegaram antes de mim na função não entenderam nada e não se preocuparam com a movimentação. É bom o policial ou carcereiro entender algumas gírias para evitar fugas.” (policial entrevistado), 2011.
possível notar que a gíria também varia de lugar para lugar, pois cada grupo cria códigos específicos de acordo com sua realidade. No cárcere de Barreiras, ao fazer inferência, por exemplo, àquele que transporta droga, têm-se as gírias mula, avião, vapor, cavalo. Ao fazer referência aos policiais, as gírias apontadas foram gambé, pé de bota e macaco. Questionados ao vocábulo marmita, esses informaram blindada, quentinha, xepa, identificada, também, em outros cárceres como grude, gororoba, dendai. Um dos detentos, quando desenvolvia a aplicação da pesquisa, desafiou-me com a seguinte frase: “A rainha, em dia sagrado, bota raidinho dentro do capacete ou balão e traz no morcego pra nóis”. Fiquei a pensar, pensar, e nada! Depois revelou-me o significado: “A mulher, em dia de domingo, bota celular na camisinha e introduz na vagina para levar aos presos”. Mesmo diante dos inúmeros códigos linguístico-criminais apontados na pesquisa, percebeu-se que a sua implicância maior concentra-se nos presídios brasileiros, por aglomerar bandidos de alta periculosidade e de diversas regiões do país, como também no largo tempo de cumprimento da pena. A pesquisa monográfica está disponível no site www.bibliotecapolicial.com.br.
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miscellanea O personagem
“TENHO CERTEZA DE QUE, HOJE,
NÃO MORRO DE ULTRALEVE”
A experiência de João Costa Serpa com aviação é, no mínimo, extraordinária. Quem vê um ultraleve riscar os céus de Santa Maria da Vitória nos fins de tarde, não imagina que ali vai um senhor de 64 anos, com três décadas de voo, sobrevivente de tantos acidentes aéreos que é difícil lembrar de todos. texto/fotos C.FÉLIX
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u acredito muito em Deus e, lá em cima, na hora da dificuldade, digo que sou imortal e vou conseguir. Não penso negativo. Tem gente, na hora do perigo, que faz uma coisa chamada “cristalizar”, que é cruzar os braços e deixar acontecer. Eu brigo até a última hora! – conta. Dão, como é conhecido na região, estudou até o 5º ano do primário (hoje, ensino Fundamental). Na década de 1970, começou a trabalhar como auxiliar de mecânico até montar sua própria oficina. Cuidava de mecânica, lanternagem, pintura, elétrica, mas, sua paixão era a aviação. “Quando vi um ultraleve pela primeira vez na década de 1980, numa revista, me apaixonei! Eu vivia olhando pra ele. Até que fui a Belo Horizonte só pra ver o ultraleve voar”, lembra. Lá, viu sua paixão virar cinzas, após um voo experimental em horário impróprio. “Quando descemos dei graças a Deus!”, conta. Mas em um segundo voo, a paixão renasceu com uma fênix. O piloto explicou que não iam cair e, se o motor apagasse, o avião pousaria sem problemas. “Me apaixonei de novo”, diz, com humor meio contido. Em Salvador, conheceu um piloto instrutor que lhe ofereceu um curso em Santo Antônio de Jesus. Dão topou na hora! E fez mais: depois do curso comprou o ultraleve do professor. “Peguei um caminhão, fui lá, desmontei, cheguei aqui, montei, voei e, poucos dias depois, eu caí. Na decolagem voei pesado, com vento de calda pesado, numa rua curta... quebrou tudo”. Depois desse acidente, vieram outros, muitos outros. “Uma vez o motor apagou no ar e pousei como se tivesse com motor: tranquilo, sem medo. Não quebrou nada. Aí só consertei a bomba de gasolina e voei na mesma hora. Outra vez, na decolagem, uma pedra voou na hélice. Até o carburador caiu. Em Correntina, um dia, a chuva me pegou e o vento chegou de vez. Mesmo assim fiz o pouso e não quebrou nada. Depois que estava no chão, funcionando, o vento saiu me empurrando até chegar numa cerca de arame. Não deu tempo nem de desligar o motor – o que é o correto! Fora outras coisas que às vezes acontecem. Também já esqueci a torneira da gasolina aberta e na decolagem ele apagava e eu descia... Eu tenho certeza de que, hoje, não morro de ultraleve”, diz Dão, com a certeza de quem é “imortal”. Dão também é conhecido como o homem que consertou o avião no ar, título que recebe meio acanhado, pois não considera que foi esse “conserto” que dizem. “Eu senti que estava chovendo e estranhei, porque não tinha nuvem. Aí eu vi que era a gasolina derramando”. Na tentativa de colocar a mangueira de combustível no lugar, a gasolina caiu em um olho. Foi um Deus nos acuda pousar o avião com a visibi-
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lidade reduzida. “Estava a um metro, mais ou menos, e pensava que o pneu já estava tocando no chão. Aí desliguei o motor e o ultraleve arreou de vez”. Mas uma vez, Dão saiu ileso, a acumular experiências pouco convencionais e cheias de sustos. Um dia, foi voar em um ultraleve de um rapaz em Santana. No modelo original, a aeronave era para uma pessoa, mas foi adaptada para duas. “O ultraleve subiu, subiu e num desceu. Quando eu tirava o motor, ele não abaixava a frente, só a traseira. Tive que tirar o cinto de segurança e ir lá pra frente para equilibrar o peso, com uma perna de um lado e outra do outro. Passei duas vezes em cima da pista e não consegui colocar ele no chão – mas tinha que descer! Da última vez, quando cheguei na cabeceira da pista - devia ter uns 5 metros mais ou menos - tirei o motor. Na hora que que o avião bateu no chão, uma roda caiu de um lado, a outra do outro, o eixo quebrou no meio e eu saí sentado no banco arrastado pelo chão.” Apesar de todas essas aventuras no ar Dão confessa que tem medo de altura, mas sua paixão pela aviação é maior. Nenhum acidente o fez desistir de voar. Sua mulher, que no início morria de medo, hoje já se acostumou. Dos quatro filhos, apenas um gosta de voar. Mas os netos adoram. “Eles não têm noção do perigo”, diz com ar de graça. Depois, lembra-se de um dos maiores medos que passou no ar. Era o início da noite de um mês de setembro. Havia muita fumaça. “Saí de uma fazenda perto de Poço Novo para Santana. Achei esquisito, estava nivelado e chegando perto do chão. Subi mais um pouco e a sensação era de estar mais perto do chão. Estava era me aproximando de um morro e não conseguia ver com tanta fumaça. Decidi subir o morro e, assim que passasse por ele, desceria. Só que subi demais! Olhava e não via nem meu pé. Escureceu tudo - é horrível essa sensação porque você não sabe se está de cabeça pra baixo ou pra cima. Aí segurei o manche na posição, porque eu sabia que estava reto e nivelado e resolvi descer o morro, só que perdi a direção. Só via mato: não via estrada, não via rio, não via nada! Depois de uns 30 minutos voando, já noite, vi uma trilha e fiquei em cima dela. Não sabia mais onde era norte, sul! Passei por um rio e fiquei em dúvida: não sabia se seguia a trilha ou o rio. Aí manobrei. Quando vi, o rio era o asfalto... e a gasolina acabando. Resolvi seguir o asfalto. De longe vi um clarão e pensei que estava chegando numa cidade. Mas era uma roça pegando fogo”, recorda, aliviado. Afinal, como das outras vezes, deu tudo certo. O que não tem dado certo em sua vida é o título que adquiriu de “O Professor Pardal”. O carro anfíbio que inventou naufragou no projeto por falta de hidrodinâmica e a roçadeira criada a partir de um jipe não foi patenteada. A eficiente roda d’água multifuncional (ralava mandioca, era esmeril, compressor e bomba d’água) também não foi adiante. “Isso tudo num é invenção, é adaptação. Eu digo que inventar o que já existe não é inteligência, é burrice. Você tem que aproveitar o que alguém já inventou”. Apesar de todos esses acontecimentos, Dão não se considera um bom piloto. “Eu não me acho bom em nada. Tem muita gente melhor que eu”, diz, com modéstia. “Esse tipo de coisa não tem jeito. De vez em quando a gente roda, sai da pista. Precisa de uma máquina boa, mas tem que ter sorte também. E enquanto eu estiver vivo, e com minha consciência sabendo que eu posso, eu vou voar. Não vou parar”.♥
miscellanea
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CULTURA ASCOM CÂMARA DE VEREADORES
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OFICINA DE AUDIOVISUAL GERA CURTA “ALGUMA COISA NA VIDA”
HOMENAGEM O escritor, historiador e 1º Tenente do 4º BEC, João Paulo Pinheiro (D) lançou o livro “Tiro, Guerra e Mito: a História de um barreirense na 2ª Guerra Mundial”, para contar a história de Eurypedes Pamplona e Aracy Sampaio, que estiveram presentes no conflito
HISTÓRIA
O BARREIRENSE DE GUERRA E PAZ Uma experiência inesquecível compartilhada na biografia do Cabo Eurypedes Pamplona -, o único filho de Barreiras que lutou na linha de frente durante a Segunda Guerra Mundial.texto IVANA DIAS
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uzentos e trinta e nove dias seguidos foi o período que a Força Expedicionária Brasileira (FEB) permaneceu em combate, no maior conflito visto pela humanidade – a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945 e envolveu a maioria das nações, inclusive as grandes potências e mudou para sempre a história política e social do mundo. Cerca de 25 mil brasileiros ofereceram-se como voluntários e/ou foram recrutados para integrar à FEB, entre eles, o barreirense Eurypedes Lacerda Pamplona, que nasceu em 1919 e criou-se no município. Finalizou os estudos aos 12 anos e, com a mesma idade, iniciou o trabalho de alfaiate. Em seguida aos 15, trabalhou como barbeiro e logo montou a sua barbearia. Em 1936 realizou o sonho de infância de incorporar-se às fileiras do Exército Brasileiro. Quando garoto gostava de contemplar os soldados em marcha. Alistou-se para a turma de 1937, do Tiro de Guerra 128 – escola militar destinada a formar soldados reservistas de 2ª classe. O treinamento foi árduo: durante um ano, três vezes na semana com início às 20 horas e término na madrugada do dia seguinte. Aos domingos também havia instruções. Aprendeu a rastejar, marchar, tiro ao alvo, acampamento, acantonamento, bivaque, educação moral e cívica. Além
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de bem-estar, boa conduta e patriotismo. Com muito orgulho formou-se em atirador do Exército Brasileiro. Só não imaginava o que o destino lhe reservava. No dia 31 de agosto de 1942, o Governo Brasileiro declarou guerra às Potências do Eixo e o soldado Pamplona foi convocado para combater na Segunda Guerra Mundial. São 70 anos do término dessa batalha e muitas histórias guardadas na memória do guerreiro que não tem orgulho de ter ido à linha de frente da zona de combate, mas emociona-se ao relembrar dos momentos vividos no serviço militar e de detalhes que só quem presenciou uma guerra como ele, pode sentir. O bradar dos canhões, bombas, tiros, caminhões abarrotados de mortos. Tudo isso ficou guardado na mente por muito tempo, mas prefere não falar dos horrores da guerra, a qual considera a maior estupidez humana. Em primeiro de outubro de 1945, Eurypedes encerrou o seu Diário de Guerra e uma fase de sua vida, que é também, registro do país. “Finalmente fui licenciado ficando assim terminado este grande período de ingratidão. Hoje rendo mil graças ao bom Deus, e, rogando que jamais faça-me voltar às fileiras do nosso glorioso Exército. Adeus companheiros adeus farda”. (PAMPLONA, 1945, p. 48). A guerra marcou a vida do ex-combatente de 95 anos, tanto com as recordações ruins, quanto com as boas lembranças dos companheiros de combate. Foram muitas perdas, mas ainda mantém firme o seu espírito de paz e segue a compartilhar com os mais novos os seus conhecimentos de vida e de guerra, junto a sua esposa, filhos, netos e bisnetos. Toda a trajetória do barreirense está no livro “Tiro, Guerra e Mito: a História de um barreirense na 2ª Guerra Mundial”, do escritor, historiador e 1º Tenente do 4º BEC, João Paulo Pinheiro. A obra foi lançada no dia 8 de maio, na Câmara de vereadores de Barreiras, no intuito de apresentar à sociedade, a biografia de Eurypedes Pamplona. Assim como da barreirense Aracy Sampaio, que cuidou das vítimas de torpedeamentos dos submarinos ítalo-alemães, durante a Segunda Guerra.
No dia 29 de maio foi apresentado em Luís Eduardo Magalhães, o documentário curta-metragem “Alguma coisa na vida”. O material é resultado da oficina audiovisual Aprendendo a Ler Imagens em Movimento - com o cineasta paraibano Kennel Rógis. Sua realização teve o objetivo de incentivar a produção audiovisual na cidade e contribuir na formação do senso crítico e estético dos participantes. A produção do curta foi realizada durante a atividade e retrata a história de Cibelle Damaceno - uma criança de oito anos, moradora do bairro Santa Cruz, que sonha em ser bailarina. A exibição foi única e de acesso gratuito. O local de exibição foi a Escola Municipal Dom Ricardo Weberberger, onde Cibelle despertou o interesse pela arte e se dedica às aulas de balé e dança.
GASTRONOMIA
SEGUNDA EDIÇÃO DO FESTIVAL LEM É APRESENTADA Sabores, aromas e cores aliados à cultura gastronômica foram uma prévia do II Festival LEM Gastronomia, apresentado oficialmente no dia 14 de maio, em Luís Eduardo Magalhães. O evento contou com participação do chef e professor universitário de gastronomia, Clodomiro Tavares e representantes do ramo alimentício. Durante o lançamento foi apresentado ainda, o cronograma de atividades e a estrutura do evento que acontecerá entre os dias 06 e 09 de agosto, no Centro de Eventos Nossa Senhora Aparecida (Gruta). Os principais objetivos são o fortalecimento dos vínculos da gastronomia com a agricultura familiar, piscicultura, empresas produtoras de alimentos e organizações de economia solidária. O Festival LEM Gastronomia é uma realização da Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, Escola de Culinária Chef Rosa Gonçalves, Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães (ACELEM) e Sebrae.
Exclamação por KARINE MAGALHÃES
CONECTADO facebook: karine.beniciomagalhaes e-mail: @ituau_Karine / twitter: @ituau_karine instagram: @karine_magalhaes
euquero
KARINE MAGALHÃES Consultora de moda, trabalhou na Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide e em cerimoniais com Cristina Gomes. Presta consultoria à Maison Caroline.
FOTOS: REPRODUÇÃO
Fashion Z
Geração Z São fissurados em logos, obcecados por imagem e preocupados com diversão - A irreverência absoluta define essa turma, que esta quebrando a cabeça dos experts em Marketing.
Instagram, blogs, streetstyle e outras mídias sociais têm apresentado um papel de grande relevância e causado impacto na difusão de novos destinos no circuito fashion. A geração se tornou o novo Graal, com quem as grandes marcas sentem a urgência imperativa de “falar” para se reinventar. Dentro dos escritórios de estilo é tendência, há uma espécie de mania Z: ela está sendo examinada minuciosamente e tem gerado estrutura pela qual os clientes se batem. As roupas ocupam um lugar importante na vida desse grupo e fazem da sua vida uma eterna Lol story. Parecem dizer “Se eu não consigo mudar o mundo, posso me transformar e mudar as coisas que me cercam”. Endossa uma das minhas fontes de pesquisa o “Observatório Sociedade e Consumo (ObSoCo)”. A Exclamação registrou looks de dois adeptos do estilo Z de viver, em um espaço conectado com a new generation, “5ª Avenue”. O Red Carpert do Amfar 2015 é outro tema que não poderia deixar de falar, pois o evento tem os encontros e comportamentos fashions que ditam a maxtrend na globosfera. Acompanhe também esse espaço on-line www.revistaa.net/exclamacao.
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Igor Alves dos Santos – Atualmente reside em Dublin capital da Irlanda, Europa, curte o total jeans em seu day by day – Siga @igor_adsantos.
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economia&mercado carreiras, consumo, negócios, gestão, etc.
OUSADIA NA HORA DE INOVAR Para oferecer atendimento e serviço diferenciado André de Oliveira apostou na franquia Coldwell Banker e abriu em Barreiras, a primeira unidade da Bahia
FRANQUIA
INOVAÇÃO
no mercado imobiliário Corretor investe nas novas tecnologias e em atendimento personalizado para obter diferença nos resultados texto IVANA DIAS/ foto ANNE STELLA
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ealizar o sonho da casa própria é um momento importante em que pequenos detalhes fazem grande diferença e evitam futuros problemas. Nada melhor do que encontrar uma empresa especializada em facilitar o processo desde a escolha do imóvel à finalização da compra. O corretor, André Vinícius Silva de Oliveira, acredita que para alcançar essa meta é necessário fugir do atendimento tradicional e profissionalizar-se para satisfazer as necessidades do comprador, fator primordial no trabalho imobiliário. “A área de atendimento é um pouco escasso aqui na região. É necessário personalizar, atender às necessidades específicas de cada cliente para alcançar resultados positivos”, disse o gestor de negócios, Oliveira, que trabalha no segmento imobiliário há cinco anos, além de 13 anos de experiência comercial. Interessado nas tendências do mercado imobiliário internacional, Oliveira, vê a assessoria ao cliente como diferencial no atendimento. O serviço vai desde avaliação do imóvel, regularização de documentação, seja na venda ou na locação, de acordo com a necessidade dos clientes de diferentes perfis e realizar o pós venda. “Temos que ir além, não apenas captar um imóvel e vender quando surgir de repente um interessado. Fazer um trabalho diferenciado com uso de tecnologias, mídias de comunicação, para alcançar
a necessidade das pessoas de adquirir a sua casa própria, o seu sonho”, apontou e ressaltou ainda, as vantagens e as expectativas de trabalhar com uma franquia do ramo imobiliário na região. “Quando o profissional decide trabalhar com uma franquia, ele opta por uma empresa experiente e de tradição no mercado, como a Coldwell Bancker, que tem 108 anos de experiência, equipe especializada, investe em treinamento contínuo, capacitação e exige profissionalismo e excelência nos resultados. Além de ter uma rede em 154 países à disposição para cadastrar os imóveis, o que aumenta as possibilidades de compra, venda e locação. O grupo está em expansão no Brasil há dois anos e a unidade de Barreiras é a primeira da Bahia, em funcionamento há seis meses. O mercado imobiliário na região é promissor e está em expansão devido ao agronegócio e a própria franquia visualizou essa realidade por meio de estudo de mercado. Essa possibilidade de canal aberto, com possíveis investidores externos, o fluxo de pessoas em contato com a região devido ao agronegócio facilitou a vinda da franquia e as expectativas são as positivas”, afirmou. COLDWELL BANKER / INOVAÇÃO IMÓVEIS Barreiras Rua Capitão Manoel Miranda, 1187 - Centro (77) 3613.0025/ 9134.0580
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economia&mercado
economia&mercado
INOVAÇÃO
NEGÓCIOS
MODA
JOVEM
aliada à história
empreendedor da estética
Há quase um ano no mercado barreirense, a Bazar 65, se tornou referência para as mulheres de bom gosto e antenadas na moda.texto REDAÇÃO fotos ANNE STELLA
Aos 27 anos, Diego Brandão administra empresa de um segmento que há pouco tempo, era de interesse exclusivamente feminino.texto/foto IVANA DIAS
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iego Brandão chegou a Barreiras em 2001. A carreira profissional começou cedo em uma escola de cursos profissionalizantes. Durante os seis anos que trabalhou nessa empresa, o paranaense de Guarapuava, atuou desde a área de atendimento de vendas à de professor das turmas do curso de administração. O convite para atuar em sala de aula surgiu quando começou a estudar administração. “Sempre gostei da área e nunca tive dúvida, até porque as opções que eu tinha eram todas bem próximas e administração era sempre a principal opção”, disse Brandão, que formou-se em 2012 na Universidade Federal da Bahia - UFBA e logo iniciou um processo de pesquisa sobre o seu futuro empreendimento. As franquias chamavam atenção de Diego. “Achei o modelo de franquia fantástico, bem estruturado, mas eu queria de duas uma, investir em uma franquia ou em um modelo franqueável. Alguma área ou serviço que vendesse algum produto, que não necessariamente eu comprasse a franquia, mas que tivesse um negócio que pudesse ser reproduzido”, explicou. O mercado escolhido foi o da estética que, segundo Brandão, além de ser um segmento em expansão no Brasil, em Barreiras havia carência nesse setor. “Depois das pesquisas que fiz em duas cidades vi que além da carência que tinha aqui, as estéticas estavam em uma fase onde praticamente todas, tinham baixo compromisso com o cliente. A In Corpe não é uma franquia. Optei por uma estética com um modelo diferente e moderno. Não vendemos tratamento, vendemos resultado”, ressaltou Brandão. Se tratando de resultados, a expansão da empresa surpreendeu o jovem empresário. Em três anos de trabalho, a In Corpe aumentou sua equipe de quatro para 13 profissionais, que atuam nas áreas de fisioterapia, nutrição, dermatologia, educação física e administração. Assim como a variedade de tratamentos oferecidos, que no início eram apenas quatro e atualmente são mais de 15, entre tratamentos faciais, corporais, com diversos aparelhos e também as opções de pilates, academia, dermatologia, nutrição, criolipólise e derma roller. O que proporcionou à empresa chegar, em pouco tempo, a 3.000 clientes cadastrados, entre eles pessoas da região e de outros Estados, como Piauí e Tocantins. Um homem à frente de uma empresa de um segmento que há pouco tempo era de interesse exclusivamente feminino, é um fato peculiar, mas Brandão acredita que esse seja um dos diferenciais do seu empreendimento. “Quando criei a empresa tentei fazer algo que não soasse feminino. Enxergo a clínica como um negócio. Penso como administrador o que podemos fazer para tornar os nossos resultados melhores, termos clientes mais satisfeitos, mais fidelidade no mercado”, disse.
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empre conectadas com a moda, a paulista Daniela Machado e a barreirense Ruth Regis optaram pelo ramo de vestuário na cidade com um diferencial: trazê-lo com muito requinte e bom gosto para o centro histórico, resgatando também a memória com a escolha do nome da loja . “Quando decidimos instalar nossa loja no centro histórico da cidade, decidimos que não só o local, mas também o nome seria uma homenagem à cidade que amamos; então começamos uma busca incessante por um nome que fizesse parte da nossa história. Foi uma busca muito prazerosa, que nos permitiu conhecer ainda mais um passado que nos dá muito orgulho dessa terra. Nessa viagem decidimos homenagear uma família com grande importância pra nossa cidade e descobrimos então uma integrante ilustre da Família Balbino, mais precisamente dona Feliciana, tetravó da não menos ilustre Tsylla Balbino. Ela possuía uma loja no comércio local em 1908 e o empreendedorismo daquela senhora nos deixou encantadas. Decidimos então, com a elegante autorização da senhora Tsylla, que BAZAR 65 seria o nome escolhido” afirma Daniela Machado. Há quase um ano no mercado, a loja dispõe de roupas e acessórios das marcas Maria Filó e Alphorria para o público feminino. Muitas cores, estampas e texturas enchem as araras da loja para atender às necessidades da mulher barreirense, seja para o dia a dia ou para eventos que exigem uma produção mais elaborada. Ao escolher as peças para o guarda-roupa das clientes, as empresárias fazem questão de valorizar a elegância e adquirir peças que conversem com o mundo da moda e com a realidade da região. Além do bom gosto, as empresárias apostam na qualidade do atendimento para fidelizar clientes. “Fazemos questão de receber e atender bem quem chega a nossa loja. Ouvimos atentamente o que as clientes desejam e indicamos exatamente o que elas querem para que saiam totalmente satisfeitas. Assim, alinhamos a qualidade das nossas peças com a excelência no atendimento para garantir que elas procurem nossa loja novamente. Com esse diferencial, conseguimos aumentar cada vez mais a nossa cartela de clientes e o melhor, todas realizadas”, finaliza Daniela.
AGREGANDO SERVIÇOS Com o constante crescimento da empresa, Brandão sentiu a necessidade de incorporar mais serviços à clínica. Hoje a In Corpe dispõe também de pilates, academia, dermatologia, nutrição, criolipólise e derma roller
Com essa visão Brandão conseguiu alcançar um novo público, o masculino e, de acordo com ele, está em constante expansão. “ Já esperava ter um público masculino grande, mas me surpreendi muito. Os tratamentos que eles mais procuram são para gordura localizada e os faciais. Acredito que a procura masculina seja uma tendência, eles estão cada vez mais vaidosos e aquele estigma que estética é coisa de mulher, caiu. É muito comum o marido e a esposa virem juntos”, afirmou. Quanto ao mercado, apesar do jovem empresário considerar um ano de crise, as expectativas são boas. “A estética vem se tornando algo de primeira necessidade e a tendência é crescer”, enfatizou Brandão que pontuou ainda sobre a evolução do segmento. “Os avanços são grandes, principalmente relacionados às tecnologias mais efetivas. Além de oferta de mais serviços, queremos trazer mais tecnologia de ponta”, concluiu.
MEMÓRIA E BOM GOSTO Quando optaram por empreender na moda, Daniela Machado e Ruth Régis decidiram preservar a memória da cidade com a escolha do local homenagear a família Balbino com o nome da loja
BAZAR 65 Barreiras Rua Marechal Deodoro, 90 - Centro (77) 3613.3960 / 9121.4393
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FOTOS: ANNE STELLA
ANNE STELLA
CIRURGIA
IMPLANTODONTIA: ARQUIVO PESSOAL
solução para saúde bucal O Implante Zigomático foi desenvolvido nos Estados Unidos e todo o procedimento pode ser realizado em apenas 48 horas textoIVANA DIAS
Q EQUIPE O odontólogo Dr. Marcos Vinúcius, o ortopedista, Dr. José Barbosa Pires, o anestesista Dr. Nelson Alex Filho e a instrumentadora Elizete Rodrigues Alves fizeram juntos, a primeira cirurgia para instalação dos implantes zigomáticos no Oeste da Bahia. Mais acima, moldes e raio-x ilustram os implantes e as partes do rosto envolvidas no procedimento
IMPLANTUS - DR MARCOS PIRES Barreiras Rua Princesa Isabel, 460 - Centro (77) 3611.3397/ 3612.2331
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ualidade de vida e bem-estar é o que as pessoas procuram em todas as áreas e fases da vida. Ao se tratar de saúde os cuidados são redobrados e com a saúde bucal não é diferente. Pessoas que por diversos motivos perderam os dentes superiores e fazem o uso de próteses removíveis totais ou parciais - dentaduras acrílicas, PPRs, entre outras, que apresentam instabilidade, desconforto e até mesmo a inviabilidade do uso e que já não conseguem desempenhar funções básicas como a comunicação e mastigação, podem solucionar o problema com a implantodontia - Implante Zigomático. De acordo com o odontólogo, especialista, um dos pioneiros na cidade em implantodontia e cirurgia e o pioneiro em implantes zigomáticos, Marcos Vinicius de Araújo Pires, a técnica foi desenvolvida nos Estados Unidos para tratar e reabilitar pacientes mutilados, submetidos a procedimentos ressectivos maxilares por tumores, alternativa também para tratamentos fracassados com procedimentos reconstrutivos - enxertos ósseo. Posteriormente foi indicada para os casos de atrofia severa do osso maxilar. “A implantodontia é uma esperança para melhoria da saúde bucal e qualidade de vida. Existem casos que esse problema interfere dire-
tamente, até mesmo nas relações interpessoais. A técnica tem evoluído muito nos últimos anos, as opções para o tratamento ou reabilitação aumentaram e, uma delas é o implante zigomático. A indicação da técnica é bastante criteriosa. As pessoas que optam por ela, infelizmente não têm outra opção para uma reabilitação fixa. Em apenas 48 horas o tratamento é concluído e o paciente tem de volta funções mastigatórias e estéticas. E o mais importante, a autoestima. Essa, em minha opinião, é a grande vantagem do tratamento”, pontou. Nos casos da falta do osso maxilar é realizada uma ancoragem mais distante, sendo necessário o uso de implantes mais longos. Nesse caso o osso zigomático é o local mais apropriado e seguro, por isso o nome implante zigomático. “A instalação de fixações zigomáticas pode ser um procedimento seguro, eficaz e menos invasivo que as cirurgias reconstrutivas com enxertos ósseos. Elas representam mais uma alternativa para o restabelecimento da condição mastigatória funcional e estética desses pacientes”, concluiu Pires. Marcos Vinicius é graduado em odontologia pela Universidade Estadual de Montes Claros – MG (Unimontes), especialista em implantes dentários (ABO/MG), mestre pela CESPU/Portugal e presidente da Associação Brasileira de Odontologia em Barreiras.
economia&mercado NOVO ENDEREÇO
BARREIRAS INFORMÁTICA
mais moderna 25 anos depois
Loja que há décadas contribui com a expansão de novas tecnologias da região amplia seu mix de produtos e inaugura novo endereço em 8 de junhotexto IVANA DIAS foto C.FÉLIX
CONECTADO De olho no futuro e preocupado com a comodidade e satisfação de sua clientela, o empresário Ricardo Masini vai concentrar todas as atividades da Barreiras Informática em novo espaço, na rua Princesa Isabel
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m 2015, a Barreiras Informática completa 25 anos de credibilidade, competitividade e foco nas mudanças do segmento de tecnologia. Para celebrar as bodas de prata, a loja vai passar a funcionar em um novo espaço, com mais de 1.080m2, estacionamento privativo, iluminação ecologicamente correta, mais conforto e opção de compra; tudo inserido no contexto do varejo. “Vamos fechar a unidade da Pedro II e trazer a matriz e assistência técnica do Centro Histórico para a Pricesa Isabel. O intuito é agregar em um só espaço todos os nossos serviços para facilitar a vida dos consumidores. Entendemos o mercado e temos uma proposta nova e completa em móveis - temos linhas para atender a todos os públicos -, papelaria, produtos de informática e serviços. Além do suporte no pós-venda que já fazemos”, disse o empresário Ricardo Masini, fundador da loja. Um dos diferencias da BI destacado por Masini é o preço competitivo, tanto no comércio interno quanto no digital. “Temos credibilidade comprovada no segmento de tecnologia. Não nos preocupamos apenas com a qualidade dos produtos e serviços prestados, prezamos pelo nosso cliente. Esse é nosso compromisso”. A história da BI se confunde com o desenvolvimento da região. A loja ajudou na instalação e automação das empresas que chegaram à região a partir dos anos 1990. De certa forma, reconhece Masini, sua loja é também protagonista desse momento de inclusão digital no Oeste. “Isso nos deixa muito orgulhosos. E também aumenta nossa responsabilidade. Por isso, estamos sempre buscando inovar, estar atento às mudanças do mercado, aos lançamentos de novos produtos, às exigências desse consumidor cada vez mais criterioso. Esse novo espaço vem atender a tudo isso. Queremos o nosso cliente sempre satisfeito e atualizado”, diz. Para deixá-lo satisfeito, Masini não se cansa de estudar o fenômeno social do desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação. Para ele, claro que a popularização das tecnologias foi positiva para o segmento, mas, sobretudo para a sociedade. “Trabalhamos com tecnologia. Entendemos a necessidade de mudar e que o mercado caminha para frente. Houve a democratização da tecnologia, a popularização. Aquilo que, de certa forma, era privilégio de uma classe, hoje não é mais. Tudo está muito mais acessível. A tecnologia permitiu uma coisa que acho fantástica: a inclusão das pessoas. Você pode usá-la profissionalmente ou como um instrumento de interação social e inserção tecnológica ao mundo. São várias oportunidades, alternativas e opções oferecidas pelas tecnologias. E tudo isso o cliente da Barreiras Informática vai encontrar nesse novo espaço”, disse.
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economia&mercado
Opinião
por RICARDO MENNA BARRETO
Doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade do Minho (PT), Mestre e Graduado em Direito e Professor da FASB
O ofício do professor universitário
“A
s respostas mais fáceis não são sempre as mais verdadeiras. E, ao contrário do que possa parecer, pelo que hoje se vê, a universidade nada tem a ver com facilidade(s)”, afirmou Paulo Ferreira da Cunha, professor e jurista português. Concordo com o professor lusitano. Não existem facilidades no mundo universitário. Por isso desconfio de acadêmicos (professores ou alunos) que creem em facilidades. Elas não existem. Se existem, são fabricadas. E quando fabricadas, logo são distribuídas, como “respostas prontas”, como verdades, à saciedade de muitos, pelos bancos das universidades. Pois bem, creio que o professor que acha seu ofício fácil está (auto) enganando-se. Já o professor que propaga a suposta “facilidade” aos seus alunos faz ainda pior: os engana! Por isso, ingressar no mundo universitário, hoje, é adquirir um profundo estado de morte, pois os mestres empenham-se para que seus alunos compactuem com o estabelecido, dizia Luis Alberto Warat (1939-2010), jurista crítico e professor argentino. E como sair desse funesto estado? Revestindo-nos, diz Warat, da sabedoria do “não prever”, da “sabedoria do novo”; desistindo dos preconceitos e das verdades estabelecidas. Na vida universitária, surpreende-me que alguns “professores repetidores” afirmem que “a universidade é um local de construção do conhecimento”. Não se constrói conhecimento meramente repetindo conhecimentos. Tais docentes possuem um ponto cego: tornaram-se prisioneiros do próprio conhecimento que ministram, quando este deveria tê-los libertados. Libertando-se a si mesmos, poderiam libertar seus alunos. Entre as diversas características do ofício do professor universitário, destacarei, a seguir, três. A primeira é a solidão. Não importa se o professor encontra-se em uma sala de aula com cinquenta, sessenta alunos... Ele é, por excelência, um solitário. Para entrar em uma sala de aula, precisou, antes, entrar em si mesmo, não encontrando ninguém durante horas (dias, meses ou anos) seja porque estava lendo, refletindo, preparando-se ou preparando aulas. Como disse Rilke, deve-se “estar sozinho como se estava quando criança, enquanto os adultos iam e vinham, ligados a coisas que pareciam importantes e grandes porque esses adultos tinham um ar tão ocupado e porque nada se entendia de suas ações”. Acredito, assim, que o real sentido da docência se desvela na solidão. O ofício do professor também é (ou deveria ser) marcado pela curiosidade. O professor que perde a curiosidade sobre o conhecimento que ministra torna-se não apenas um repetidor, mas uma espécie de morto-vivo, de zumbi. Paulo Freire afirmou que “como
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professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”. A curiosidade é, portanto, o combustível necessário à atividade docente. Sem combustível, a máquina para... E os alunos dormem... E há professores que se irritam com o sono de seus alunos (um pouco de autocrítica às vezes faz bem, caro professor...). Por fim, uma terceira característica do ofício do professor universitário – mas raramente reconhecida por diversos professores – é o inacabamento. Nunca se está pronto. Se bem que alguns, cegos à sua cegueira, acham que estão. Reconhecer que o conhecimento está em constante mutação e que o aprendizado é uma “via de mão dupla” (pois ensinamos aos alunos, mas deve[ría]mos reconhecer que também aprendemos com eles) seria um bom começo. Falo, especialmente, àqueles professores que possuem uma curiosa “ânsia de se afirmarem” perante um público jovem e acuado, não os escutando, calando-os e, não raro, oprimindo-os. Tal opressão, eivada por uma arrogância infundada, reforça-se em professores imaturos que transformam seu local de fala em uma “afirmação de poder”. Luis Alberto Warat nos mostrava como é fácil, para muitos professores, resolverem seus medos no discurso, “essa velha armadura com que nos escondemos quase sempre da vida”. Por isso, repensar criticamente o discurso docente é, de certa maneira, repensar a vida. Invoco, por fim, as palavras de Murilo Mendes – que bem poderiam ser dirigidas a muitos professores: “Alma que não conhece todas as suas possibilidades, o mundo ainda é pequeno pra te encher. Abala as colunas da realidade, desperta os ritmos que estão dormindo”... Eventual crença na mudança no ensino universitário pode ser uma vã utopia deste professor que vos fala, pois o próprio Murilo Mendes alertou que “o mundo é bom para quem não quer destruir a ordem”. Sigamos, então, fechando os olhos ao caos e vivendo nesta aparente “ordem”. Quem sabe assim não incomodamos ninguém...
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EM SALVADOR
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA HOMENAGEIA JÚLIO BUSATO
C.FÉLIX
O engenheiro agrônomo e produtor rural Júlio Cezar Busato foi agraciado no dia 25 de maio com o título de Cidadão Baiano na Assembleia Legislativa da Bahia. Aprovada por unanimidade em setembro de 2013, a homenagem foi proposta pelo deputado Herbert Barbosa
SAFRA 2014/2015
BAHIA COLHE 4,17 MI DE TONELADAS Os resultados têm base no 3º Levantamento de Safra. Para as previsões são considerados nível tecnológico, condições climáticas e controle fitossanitário.texto REDAÇÃO
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3º Levantamento de Safra realizado pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) apresentou o resultado de 2014/2015. O Oeste da Bahia finalizou a colheita de soja com produção de 4,17 mi de toneladas e produtividade média de 49 sacas por hectare. A produtividade apresentou um número pouco abaixo que o esperado, 50 sacas por hectare, que, de acordo com o Levantamento, foi provocada pela estiagem e demonstra o nível de consolidação da agricultura na região - solos trabalhados durante anos para ter boa quantidade de matéria-prima e reserva de umidade. Ainda serão colhidas na safra 2014/15, as culturas do milho e do algodão, com expectativas de 1,78 mi de toneladas de milho com produtividade média de 135 sacas por hectare e, produção de 1,081 mi toneladas da fibra de algodão. Ressalta - se a redução da área de algodão plantada em relação ao 2º Levantamento, divulgado em fevereiro de 2015: os hectares cultivados passaram de 290 mil para 266,9 mil. Estes números serão concretizados após a finalização da colheita das culturas, que deve ocorrer em junho para o milho e em agosto para o algodão.
O Conselho Técnico da Aiba é formado por representantes de associações de produtores, sindicatos, multinacionais, instituições financeiras e órgãos governamentais. Para as previsões são consideradas as perspectivas de mercado, nível tecnológico, condições climáticas e controle fitossanitário. Treinamento em algodoeiras Para minimizar a carência de qualificação profissional no setor produtivo da cotonicultura da região do Oeste, foram desenvolvidos os primeiros treinamentos direcionados à capacitação de profissionais para atuarem na Operação e Manutenção de Máquinas Beneficiadoras de Algodão. Os treinamentos contemplam desde a aplicação e compreensão das normas regulamentadoras vigentes até as etapas finais do processo de beneficiamento do algodão dentro das Usinas. “Uma vez que acreditamos na possibilidade de reduzir custos, elevamos a capacidade de produtividade do setor, aliada a uma excelente qualidade, por meio da qualificação profissional”, disse Douglas, coordenador do Centro de Treinamento - Parceiros da Tecnologia. Por meio destas ações o CT já atendeu mais de 400 colaboradores dos Associados.
A Câmara dos Deputados reconheceu a importância do atual presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) no agronegócio baiano. “A força e a determinação de homens como Busato, fez com que o Oeste baiano prosperasse de maneira contínua, gerando emprego, renda e bem-estar social. Portanto, pelos relevantes serviços prestados ao Estado e ao nosso povo, é justo que seja concedida essa merecida honraria”, justificou Barbosa. Natural de Casca (RS), Busato veio para o Oeste com o pai em 1988. No mesmo ano fizeram o primeiro plantio na região em uma área de 850 hectares, arrendada pela a família. Hoje, são 14 fazendas distribuídas em 40 mil hectares de área de plantio. Júlio faz parte de uma geração de sulistas que migraram para o Oeste baiano a partir dos anos 1970, depois que descobriu que era possível tornar férteis as “inférteis” terras do cerrado. Ao longo dos anos, o protutor também se dedicou às questões institucionais e, diante da sua liderança e perfil de empresário de sucesso, foi eleito para o cargo de presidente da AIBA. Atualmente, ele se preocupa não só com as próprias fazendas, mas com todo o desenvolvimento do agronegócio na região. A entrega do título foi feita pelo deputado Eduardo Salles, que destacou a determinação de Júlio em unir esforços para ações coletivas. “A homenagem se faz justa a uma pessoa que, desde o início de sua história no Oeste da Bahia, contribuiu para o desenvolvimento econômico, político e social da região e do Estado”, afirmou.
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MATOPIBA
IVANA DIAS
agromagazine PLANO DE DESENVOLVIMENTO É APRESENTADO EM LEM O Matopiba - território que abrange o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, será beneficiado com a promoção de ações estratégicas de infraestrutura, inovação e tecnologia, para a classe média no campo, por meio Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba, elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Plano foi apresentado no dia 15 de maio, em Luís Eduardo Magalhães, pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, aos produtores, associações rurais, pesquisadores e classe política, no intuito de destacar as potencialidades agrícolas da região. A área é considerada a nova fronteira agrícola brasileira, que oportuniza a elevação da produção da agricultura e o desenvolvimento social e econômico. Além da alta produtividade no setor agropecuário, com o uso de tecnologias modernas. Entre os métodos adotados, estão a construção e consolidação de armazenagem, estradas, ferrovias, hidrovias, portos e energias para reduzir custos e aumentar competitividade dos produtos regionais nos mercados nacional e internacional; apoio à inovação e desenvolvimento tecnológico de atividades agrícolas e pecuárias; fortalecimento da estrutura social, política e de mercado; promoção da qualificação profissional, assistência técnica e extensão rural com correção do mercado, de modo a facilitar a ascensão social dos produtores da região. “Há 40 anos éramos os grandes importadores de alimentos. Construímos a agricultura do Brasil no improviso, porque pensávamos ser autossustentáveis
QUEBRANDO PARADIGMAS Segundo Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) o Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba vem para auxiliar a classe média do campo
e nunca imaginávamos que iríamos nos transformar no que somos hoje, nem os governos imaginavam”, disse a ministra, que ressaltou ainda, a trajetória dos agricultores. “Esses produtores que vieram do sul do país desbravaram esse mundo afora sozinhos. Trouxeram riquezas e conhecimento, mas infelizmente o poder público não os acompanhou no que diz respeito à logística e infraestrutura. E olhando para trás vemos que os produtores nativos foram deixados durante um período muito longo na pobreza e, só depois de muitos anos conseguiram desfrutar dessa tecnologia. É importante dizer que o Matopiba veio com a função de quebrar um paradigma muito forte e inserir os produtores nativos no programa, para que essa distorção possa ser corrigida. “ O Decreto 8.447/15 foi assinado pela presidente Dilma Rousseff, no dia 6 de maio. Ele formaliza a abrangência territorial da região e indica as funções para o Ministério elaborar a agência, que será administrada com produtores e empresários no conselho junto ao governo. O ponto de partida será de três prioridades máximas: infraestrutura da região, inovação e tecnologia e, classe média, com o objetivo de impulsionar os produtores da região.
MELHORIAS
PERSPECTIVAS PARA A PISCICULTURA DA REGIÃO OESTE Há 15 anos produtores da região encontraram na piscicultura uma forma de garantir o sustento familiar. Apesar de algumas dificuldades encontradas, o cultivo de peixes está sendo desenvolvido com perspectivas positivas. Atualmente são 376 produtores distribuídos nos municípios de Barreiras, Riachão das Neves e São Desidério. A região do rio Grande, onde estão inclusos os municípios da região Oeste, possui 260 ha de lâmina d’agua e mais de 430 de tanques de rede instalados., além de produção de 2.832 toneladas de peixes, o que garante a posição de segundo produtor no ranking, em relação à Bahia. A produção da região corresponde a 16,47% do que é produzido no Estado, a 3.200Kg hectare/ano no viveiro escavado e 100 kg por metro cúbico de tanque rede. Há 18 anos, o produtor do Projeto Barreiras Sul, em São Desidério, Adolar Jung, cultiva peixes. São 11.000 metros de tanque, o que corresponde a sete tanques com capacidade para 10.000 peixes. Atualmente conta com 8.000 peixes das espécies tambatinga, tambacú e tambaqui, que podem chegar até sete quilos. “Deixar chegar a esse peso é um problema por causa do tempo e da quantia que comem. Não compensa, o normal deles é um quilo e meio a dois quilos”, disse Jung, que os alimenta com ração, feijão gurutuba e soja. Para 8.000 peixes são gastos em média de 50 sacos de feijão - dois sacos por dia e quatro sacos de ração balanceada por semana. De acordo com o gerente de projetos do Bahia Pesca, José Luiz Sanches Junior, para que a atividade prospere ainda mais, projetos estão sendo elaborados para implantação e operacionalização de uma unidade de beneficiamento de pescado com capacidade para 5 toneladas/dia e de uma estação de piscicultura para a região. Além de garantir a oferta de alevinos, incentivar a produção do pequeno produtor e modos produtivos na região é agregar valor ao pescado produzido. “Os projetos já estão sendo inseridos no contexto da região para captar recursos do Governo Federal e desenvolver ações conjuntas com cooperativas, associações e, entidades governamentais e privadas. As metas são de aumentar a área de produção para 1.000 ha, a produção média anual para 9.000 toneladas e produtividade, em torno de 6.200 kg/ha/ano. Além de inserir a tilápia, o surubim e o pirarucu no contexto de criação, agregar valor com o apoio de novas unidades e revitalização nas existentes e implantar um centro de resistência de produção de alevino e implantação do escritório do Bahia Pesca no território”, disse. IVANA DIAS
EXPECTATIVAS POSITIVAS As metas são de aumentar a área de produção para 1.000 ha, produção média anual para 9.000 toneladas e produtividade, em torno de 6.200 kg/ha/ano
entrevista
SILVANA MARTINS GÓES
Lei da Terceirização:
ENTRE BRECHAS E AVANÇOS O projeto de lei 4330/2004 que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho foi aprovado no dia 8 de abril de 2015, na Câmara dos Deputados. O PL tramita há 10 anos na Câmara e é assunto de discussões desde 2011, por deputados e representantes das centrais sindicais e dos sindicatos patronais. Porém às vésperas da sua aprovação no Senado, muitas dúvidas ainda pairam sobre a terceirização, assim como a divisão de opiniões sobre a sua aceitação. De acordo com a advogada especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Silvana Martins Ribeiro de Goés, a questão não é aprovar ou não; é aprovar de forma que não prejudique os trabalhadores nem os empresários. A especialista, que é a favor do PL, acredita que existem muitas brechas e que é necessário mais debates e esclarecimentos para encontrar um equilíbrio que seja benéfico para ambas as partes.! A senhora acha que a CLT caducou? Não é que a CLT caducou, acho que ela deve se adaptar. Isso acontece com todas as nossas leis, o Código do Processo Penal é de 1940, já está ultrapassado e as relações humanas mudam muito rápido. Vivemos um avanço tecnológico científico muito grande e essas mudanças também acontecem nas relações de trabalho. A lei demora a acompanhar e principalmente aqui no Brasil temos essa tradição de esperar o fato acontecer. Não é que tenha caducado. Está atrasada, precisa evoluir, precisa acompanhar as mudanças de mercado. Penso que essa Lei da Terceirização é apenas uma das que precisam ser revistas e adaptadas a nossa nova era. As pessoas falam que a mão de obra vai baratear, eu não vejo isso, porque a empresa que contratar as terceirizadas vão pagar por esses serviços. Na verdade será um custo maior pra ela, pois vai reter os benefícios previdenciários, contribuições fiscais na fonte e vai repassar valores dos direitos trabalhistas, 46
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salário e demais benefícios para os empregados. O que acontece é que os trabalhadores estão com medo de que a balança fique desigual, de que os empregados das empresas tenham mais benefícios do que os empregados das terceirizadas e isso também é um ponto a ser discutido na lei. Não pode, o direito do trabalho é isonômico. Se exercer a mesma função que um colega, tem direito de receber exatamente aquilo que ele recebe. Essas distorções a justiça do trabalho já vem corrigindo. O que falta é apresentar o que realmente está sendo debatido na lei, expor para a sociedade, porque o governo na verdade tinha receio de diminuir a sua arrecadação, mas ele apresentou uma emenda que já foi aprovada. Agora, cabe às entidades de classe se reunirem e brigarem para que essas garantias sejam inseridas na lei. Direitos esses, em razão justamente de um princípio constitucional da igualdade entre os trabalhadores e isso tem que constar na lei. A senhora considera a Lei da Terceirização um avanço? Considero um avanço nas leis trabalhistas para ambas as partes no sentido de que será criada mão de obra especializada. A lei vai direcionar os trabalhadores para suas áreas de atuação. De repente seria uma forma de aumentar as vagas e inserir os trabalhadores no mercado de trabalho, mas com cautela. As pessoas acham que as empresas irão demitir os funcionários para contratá-los novamente, mas tem um artigo que veda isso, o empregado que é contratado de uma empresa não pode ser demitido para ser recontratado no prazo de dois anos. Hoje vemos que muitas empresas que migraram para a terceirização, de obra, de serviço de limpeza, vigilância, acabaram retornando para a recontratação direta, porque o empregado acaba não criando vínculo com a empresa e isso também não é interessante para ela. Que seja debatida, mais clara, protetiva para o trabalhador e justa para com o empregador. Que não fiquem omissos e obscuros para não gerar dúvidas. Muitas vezes a questão se torna polêmica porque gera dúvidas e se gera dúvidas é porque não é clara. Por que os sindicatos e a Associação Nacional de Magistrados Trabalhistas (Anamatras) têm se manifestado contra essa reforma? Acredito que por receio da precarização do trabalho no Brasil, porque a dignidade do trabalhador, da pessoa humana está dentro dos princípios constitucionais. É causa pétrea, os direitos normais não serão modificados. A terceirização é um fato, ela existe e nós temos hoje no Brasil mais de 12 milhões de trabalhadores nessa forma de contratação, só que de maneira precária. Aí sim vejo prejuízo, porque não tem nenhuma lei que regulamente essa contratação
de mão de obra. No meu ponto de vista esse projeto iria melhorar a Lei da Terceirização que já existe e que precisa de uma aprovação para regular essa forma de contrato de trabalho. O que vemos hoje é que pela ausência de lei que regulamente, pela lacuna da lei, muitas empresas ditas terceirizadas, de fundo de quintal, contratam, recebem e não repassam para os empregados e de repente desaparecem e os trabalhadores são prejudicados. Com a lei, eles continuarão a ter seus direitos trabalhistas garantidos, como férias, 13º salário, Fundo de Garantia, INSS e carteira assinada. Acredito ainda que o grande receio de quem é contrário a essa lei é justamente quanto à idoneidade dessas empresas contratantes, terceirizadas. São justamente essas terceirizadas que hoje abarrotam a justiça do trabalho. Consentir que a iniciativa privada contrate terceirizadas para “atividade-fim” (funções essenciais para o desenvolvimento da empresa) não gera insegurança do empregado? Isso não traria problemas para a qualidade e eficiência dos serviços? Em 1970 ainda não tinha a contratação regulada mediante contrato temporário de trabalho, o que vemos muito hoje no final do ano. Só que o mercado foi sentindo essa necessidade, aumentava a demanda e esses trabalhadores acabavam sendo precarizados e contratados na informalidade por aquele determinado período e acabavam prejudicados nos seus benefícios. A lei de contratação de serviço temporário foi aprovada e resguardou vários direitos que até então não estavam sendo resguardados, inclusive a assinatura da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Hoje, depois que a lei consolidou – vemos que é o contrário, o trabalhador teve muitos benefícios, até porque teve a oportunidade de mostrar o trabalho por um determinado período de tempo e muitos desses trabalhadores temporários acabam efetivados pela empresa. O que a princípio a gente acha que vai ser uma coisa ruim, pode ser que se torne boa, tem que haver maior rigidez para essas em-
PERFIL Silvana Martins Ribeiro de Goés é graduada pela Universidade Federal de Alfenas (Unifenas) e especializada em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, no Instituto de Ensino Superior Unyahna, onde coordenou, por 10 anos, o núcleo jurídico.
presas terceirizadas. Elas têm que dar garantias de que vão honrar os compromissos trabalhistas. É uma questão de fiscalização. Quanto à qualidade e eficiência dos serviços, são pontos a serem discutidos. O projeto de lei está direcionando no sentido de que a empresa terceirizada só poderá trabalhar com uma linha de profissional. Por exemplo, na área agrícola uma empresa terceirizada que contratar empregado da área agrícola, só poderá trabalhar com empregados da área agrícola. À medida em que a empresa se especializa em determinada atividade vai facilitar, inclusive, para o empregado. As estatais e empresas de economia mistas poderão contratar terceirizados para qualquer função? Atualmente as empresas públicas e de economia mista podem terceirizar apenas serviços que não envolvam atividade fim, só as de meio, como limpeza e segurança. O texto original do projeto de lei 4330/2004 que prevê a possibilidade de terceirização de todas as atividades das empresas, incluindo as de fim, não fazia distinção entre as empresas públicas e privadas. O que por óbvio, seria inconstitucional em razão do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, que prevê a obrigatoriedade de concurso público para ingresso no serviço público e que não vai deixar de existir. Caberia ao Poder Judiciário corrigir esta distorção, caso fosse aprovada e sancionada. Contudo a Câmara dos Deputados ao aprovarem o Projeto de Lei que libera toda e qualquer atividade (meio ou fim) para terceirização, sabiamente alterou o texto retirando a autorização para que as empresas públicas e de economia mista – como
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Que seja debatida, mais clara, protetiva para o trabalhador e justa para com o empregador. A questão se torna polêmica porque gera dúvidas” Petrobrás, Caixa e Banco do Brasil – possam contratar terceirizadas em atividade fim. Assim, se o projeto virar lei esta não atingirá a administração pública, que poderá continuar terceirizando somente serviços para atividade meio, e ainda será regulada pela súmula 331 do TST, que proíbe a contratação para atividade-fim, e determina a extensão da responsabilidade da administração pública em caso de lesão da empresa terceirizada aos direitos dos trabalhadores. A questão é ajustar o projeto de lei à constituição e à nossa realidade de mercado. Já era para ter sido debatido há muito tempo. Agora só precisa ajustar. Da forma que está fere os princípios constitucionais. A senhora acredita que isso ampliará a oferta de emprego no país e que os empregados não perderão direitos legítimos? Acredito que poderia ampliar e especializar mais a mão de obra, que é um problema no mercado hoje. A partir do momento que ela direciona a empresa prestadora de serviço, ela irá trabalhar naquela linha e os empregadores de forma geral saberão que a empresa é especializada naquela mão de obra, da mesma forma que os trabalhadores. A lei, na verdade, será um elo. O Brasil é um país retrógrado em leis trabalhistas? O que precisaria mudar mais? Ele não é retrógrado no sentido de ir para trás, mas no sentido de caminhar muito lentamente na adaptação à nossa realidade. Esse projeto de lei é de 2004, e ainda estamos aprovando, vendo emendas. Já era para estar consolidado. Quando nossa lei é aprovada já nasce atrasada. Aconteceu isso com o nosso Código de Processo Civil, já nasceu atrasado, muitas questões tecnológicas de internet, por exemplo, não foram abarcadas. Os legisladores responsáveis por implementar as leis precisam parar de pensar politicamente e pensar mais na sociedade efetivamente. É preciso enxergar o que está acontecendo no mercado de trabalho, é aí que o Brasil precisa mudar, em enxergar o que acontece no mercado de trabalho, nas relações laborais e se precaver. Qual a realidade da terceirização na região Oeste? Na região existem problemas seríssimos de terceirização das chamadas empresas terceirizadas de fundo de quintal, inclusive empresas de fora que alocam a mão de obra aqui na região. Contratam inclusive pela administração pública e depois desaparecem e deixam os empregados sem receber seus direitos trabalhistas. Muitas vezes nem o judiciário as encontra. O fato delas serem de fora dificulta a localização. A lei irá corrigir essas incoerências e desmandos que hoje existem. Esses trabalhadores terão uma lei que os amparem nesses casos. Aqui temos muitos terceirizados na área de serviços, inclusive eles são contratados como terceirizados para atividade meio – limpeza, vigilância, mas acabam exercendo atividade fim da empresa. Você contrata uma pessoa como faxineiro e ele vira vendedor.
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texto/fotos IVANA DIAS ilustrações ÔPA
amília e vizinhos não se esquecem da cena daquela tarde de domingo. De joelhos, o ajudante de pedreiro Carlos André Caldeira Oliveira, 25 anos, implorou para não morrer. Sem hesitar, Zinho disparou várias vezes. Os estampidos calaram Carlos, e o crime, mais uma vez, ganhou voz no bairro Santo Antônio, em Barreiras. O que, aparentemente, parecia apenas mais um assassinato na periferia da cidade, era, na verdade, o prenúncio de um dos anos mais violentos da maior cidade do Oeste da Bahia. Até maio, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) registrou 30 assassinatos, 48% a mais que o mesmo período de 2014, quando morreram 21. Além do grave aumento, outro dado preocupante: dos 30 mortos, 14 tinham entre 18 e 29 anos, o dobro do ano passado. O número de mulheres assassinadas esse ano também subiu: sai de 1 para 5. De acordo com polícias Civil e Militar, o tráfico de drogas tem vínculo com 90% dos crimes na cidade. Rixas, intrigas, vinganças e crimes passionais são as outras motivações. E é nesse universo de possibilidades que uma testemunha busca explicação para a morte do ajudante de pedreiro. Pouco antes do crime ele recebeu em casa duas sobrinhas que chegaram aflitas da rua. As crianças haviam saído para um passeio com a avó, sogra de Carlos Oliveira, quando foram repentinamente abordadas pela vizinha Luzinete, armada com uma faca. Luzinete e a avó das crianças não se davam bem. As desavenças, inclusive, já haviam rendido várias queixas na delegacia. Uma vez Carlos interveio na discussão e evitou que Luzinete agredisse sua sogra. “A partir daí Luzinete começou a implicar com ele, inventar mentiras para o seu ‘amante’, João, conhecido por Zinho, que acreditou. Dizia que Carlos queria se relacionar com ela, mas não era verdade”, contou a testemunha, que prefere não se identificar. Depois de ouvir as crianças, Carlos Oliveira foi à casa de Luzinete para tentar acalmar os ânimos. Lá, só encontrou Zinho, que pediu a Carlos que o levasse ao local da ameaça e provasse o que tinha acontecido. Quando ambos chegaram ao local, Zinho cometeu o crime, relata a testemunha. “Eu vi tudo de longe. Não gosto de lembrar porque acabo chorando. É muito triste ver uma pessoa morrer de uma forma tão brutal. Ele pediu tanto para não morrer, que tinha um filho pra criar e acabou desse jeito”.
A situação
Mortes como a de Carlos Oliveira acontecem em menor número. Quem engrossa, de fato, as estatísticas da violência é o tráfico. Entre os bairros mais afetados pela droga e brigas de gangues estão Santa Luzia, Vila Brasil, Vila Rica, Vila Amorim e Invasão do Salsicha. Na avaliação policial é na periferia onde ocorrem mais homicídios. Não necessariamente por negligência da polícia, mas pelas próprias condições de vida das comunidades. “É lógico que a polícia tem que tratar a parte repressiva e estar treinada para isso. Mas, o acréscimo da violência está intrinsicamente ligado a situações sociais gravíssimas”, explicou Carlos Roberto de Freitas Filho, coordenador regional da Polícia Civil (11ª Coorpin). O major Camilo Otávio Uzêda, comandante da Polícia Militar de Barreiras também concorda com o colega policial: faltam políticas públicas. “Não quero acusar a gestão de qualquer das esferas do executivo (federal, estadual ou municipal), mas percebemos que há ausência de espaços de lazer e esporte para o jovem e adolescente de Barreiras”, comenta. Para ele, a fragilidade da Lei Penal no Brasil também contribui para essa situação. “Por entrar em outra esfera, prefiro não detalhar. Contudo, quero afirmar que a impunidade fica clara para a delinquência, pois os criminosos cometem seus delitos, são soltos e voltam a cometê-los. São presos mais uma vez e assim tem se repetido”, desabafa. Sobre as drogas, o coordenador da Polícia Civil destaca que o uso e o tráfico tomaram uma dimensão muito grande em todos os lugares. “Há 20 anos não tínhamos tanta incidência do craque, LSD, drogas sintéticas e pesadas como o cristal, que é uma nova droga e ainda pior. No município e região existiam drogas que, em tese, não seriam sintéticas. Causavam dependência, mas não essa dependência destruidora que culminou com o aumento da criminalidade, no momento em que foi inserido o craque em nosso país”, explica Freitas, que acrescenta que o tráfico de drogas deve ser tratado com repressão, de um lado e, de outro, com saúde pública.
Número de homicídios em Barreiras aumenta 48% em 2015 e jovens são as principais vítimas. abr-mai/2015
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Condições policiais
Apesar da criação de leis, planos e projetos para se combater o aumento da criminalidade, há muito equívoco. Às vezes há muita distância entre a teoria e a realidade e ineficiência dos poderes constituídos. É preciso considerar a necessidade de mudanças na engrenagem, um novo enfoque nos sistemas de saúde, educação e segurança pública. Eles devem ser posicionados na horizontal e conversarem entre si. Um depende do outro. É preciso considerar também a pena como objeto a ser discutido e modificado, pois o problema não está somente no Código Penal brasileiro. Para Luciano Silva de Medeiros, bacharel em direito e mestre em sociologia, Código Penal não está ultrapassado. O que está errado é o sentimento de justiça da sociedade em relação a pena. “O código é inspirado em um humanista chamado Cesare Beccaria, autor de ‘Dos delitos e das penas’, inspirado em Rousseau, que fala do contrato social - as pessoas abrem mão de exercer a violência por conta própria para delegar esse poder ao Estado. No entanto, o contrato social pode ser quebrado no momento em que o Estado não dá ao indivíduo as mínimas condições de subsistência ou condições de defesa da propriedade”. Ao analisar os tipos de delitos mais corriqueiros cometidos em Barreiras, Medeiros indica para um perfil majoritário de pessoas desempregadas, negras ou pardas e sem ensino médio. O Estado falhou quando deixou de oferecer o piso existencial mínimo, quebrou o contrato e como consequência, muitos acabam cometendo roubos e furtos. Já a pena, resultado da consequência do delito cometido, não intimida as pessoas. Existem também os maníacos, criminosos natos, pessoas com transtornos psiquiátricos graves e que já nasceram com a mente antissocial. “Não vai ser uma pena que vai fazer com que essas pessoas se intimidem. Aquelas pessoas que cometem crimes no dia a dia também não têm medo, porque foram embrutecidas pela sociedade. Não todas! Mas, as pessoas que cometem latrocínio, homicídio qualificado, roubo, têm um perfil sociológico de cor, nível de escolaridade e de renda. Elas são vítimas da falta de políticas públicas, mas enquadráveis em um dos tipos penais. Por outro lado, não adianta pena no Brasil sem instituições para que as pessoas a cumpram. Esse é um problema grave”, disse.
Atualmente a Polícia Civil de Barreiras tem três delegacias, das quais duas são especializadas – uma em Atendimento a Mulher (DEAM) e outra em Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). No entanto, o efetivo é considerado pequeno. O último concurso para agente ocorreu em 1997 e para delegado em 2001. Há um concurso em andamento para 100 delegados, 400 agentes de polícia e 100 escrivães. O curso prático de formação inicia no dia 15 de julho de 2015. “A demanda é grande devido a crescente violência do município e região. O material humano é pouco para todos os crimes, mas essa situação não é só aqui. Em outras regionais também está assim. Estamos na expectativa de que pelo menos 10% do efetivo desse concurso venha para garantir um gás novo e melhoria para Barreiras e os outros 13 municípios que compõem a 11ª Coorpin. Com relação a carros e demais equipamentos, estamos bem”, esclareceu Freitas. A Polícia Militar conta hoje com um efetivo de 240 homens em Barreiras e de 570 distribuídos nas 13 cidades da região. Dispõe de seis motocicletas, seis bicicletas e seis viaturas. “Ainda há que melhorar temos certeza! Contudo, estamos muito bem em face de tempos anteriores e em condições de fazer frente à criminalidade local”, ponderou Uzêda. A Lei de Organização Básica (LOB) de nº 13.201, da Polícia Militar da Bahia, aprovada no dia 19 de novembro de 2014, prevê a criação de cinco novos colégios da PM e mais 19 companhias independentes da corporação no interior do Estado. Essa nova diretriz orçamentária fará do 10º BPM de Barreiras um Batalhão Escola, para formar policiais na região. Além disso serão criadas três companhias independentes, uma delas em Luís Eduardo Magalhães. O objetivo da medida é ampliar a atuação da PM na região e oferecer mais segurança à população.
REPRODUÇÃO/OESTE MANIA
Visão sociológica
OPINIÃO Carlos Freitas, coordenador da 11ª Coorpin, Camilo Uzêda, comandante da PM de Barreiras e o sociólogo Luciano concordam que faltam políticas públicas e que a violência não é exclusiva das periferias
HOMICÍDIOS de 1º de janeiro a 31 de maio
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capa OUTRA ALTERNATIVA Para o professor de Direito, Iuri Fernandes, é preciso observar que “existe um projeto na própria Câmara Legislativa que, ao invés de reduzir a maioridade penal, enrijece as penas para maiores que assediam menores para o crime”
Pra que? Por quê dessa guerra sem propósito? Vamo acordar. Me diz pra que, por que / não vejo motivo pra tanta briga / se traz benefício pra periferia / por favor alguém me diga. / Só vejo os moleque atirando / só vejo os moleque morrendo / só vejo desvantagem / o sistema aplaudindo vocês no veneno. / Por causa de treta, rixa de bairro, na moral / diz que curte Racionais / mas parece irracional. / Fala gíria, roupa larga, / uma aba reta e pá e bola / malandragem de verdade pra mim é tirar dez na escola. [...] Trecho da música “Guerra”, de Sandrinho do Rap, cujo clipe deve ser lançado na internet no mês de junho. A letra do compositor barreirense manifesta a preocupação com os jovens da periferia
Impunidade não Os valores sociais vêm perdendo status ao longo dos anos, acredita Gil Arêas, presidente da Comissão pela Paz de Barreiras. “A importância da família foi minimizada. Coisas simples como fazer as refeições juntos à mesa, respeito ao próximo, ao professor; isso quase não existe mais. Hoje, uma criança de 12 anos bate no professor e o pai apoia. Temos uma sociedade muito voltada para o consumo e pouco voltada para o ser humano. A violência está avançando e não é exclusiva de uma classe social. Como sociedade não temos apenas que apontar os erros, temos ajudar a construir soluções”, disse. Gil conta que há nove anos a Comissão pela Paz de Barreiras está engajada no combate a violência na cidade. Uma das bandeiras de luta é a instalação de uma casa de passagem (para crianças e adolescentes que cometem pequenos delitos) e outra de ressocialização (para aqueles que cometerem delitos maiores). “Tem que haver punição! Hoje, os jovens acreditam que podem fazer o que quiserem e que ficarão impunes. Essa sensação de impunidade é generalizada”, disse Arêas. “Além das casas é necessário juiz exclusivo da Vara da Infância e Adolescência e estrutura para que a justiça possa acontecer. Precisamos urgente de um juiz de Execuções Penais, para que o presídio possa funcionar. Ele já está fase final, falta apenas esgotamento sanitário, acesso, serventuários, solicitação da empresa que vai administrar e agentes do Estado”, frisou. 54
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Reduzir ou manter a maioridade A PEC 171/1993 que tramita no Congresso brasileiro prevê a redução da maioridade penal de jovens e adolescentes brasileiros de 18 para 16 anos. Hoje, os infratores menores de 18 anos estão sujeitos às medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), legislação aprovada em 1990. Com a aprovação da PEC, só os menores de 16 anos estariam protegidos pelo ECA. A medida é polêmica. Uma corrente de juristas acredita que o endurecimento das penas não seria suficiente para a redução dos crimes, outra, que reduziria. O advogado e professor universitário Iuri Fernandes faz algumas ponderações. “O menor por si só, não é levado ao crime se não pelo assédio do tráfico, do status que ele causa em comunidades mais pobres. O jovem talvez não seja tão consciente, como querem alguns, dos seus atos individuais e coletivos de violência na Lei Penal. Existe um projeto na própria Câmara Legislativa que, ao invés de reduzir a maioridade penal, enrijece as penas para maiores que assediam menores para o crime”. Para a Anistia Internacional, o Irã é o país mais rigoroso do mundo em relação a infrações cometidas por crianças e adolescentes. A maioridade penal é estabelecida pela Shari’a, lei islâmica que diz que a maturidade das mulheres é atingida quando elas completam nove anos lunares (oito anos e nove meses) e os homens 15 anos (14 anos e sete meses). Contra essa corrente, o Japão aumentou a idade penal há algumas décadas para 21 anos, quando criou um modelo próprio para punição de jovens infratores. O código penal japonês prevê que crimes cometidos por esses infratores devem ser julgados pelo Tribunal de Família, que só transfere processos de casos específicos para o Ministério Público. Na Europa as mudanças são recentes, Alemanha e Espanha elevaram a idade penal de 16 para 18 anos há pouco tempo. A justiça alemã prioriza outras medidas disciplinares, como a exortação e o pedido de desculpas. A sociedade brasileira ainda está dividida em relação a essa mudança, mas apesar das divergências também entre algumas instituições, os articuladores concordam que a solução é a união da sociedade em busca de melhorias que facilitem e intensifique o acesso principalmente das crianças que estão em situação de risco à educação integral, esporte, cultura, saúde e segurança pública além do incentivo à reestruturação da família e em contrapartida a eficácia das políticas públicas.
umlugar
foto RUI REZENDE
NO RASO DA CATARINA A cena abaixo não é rara na caatinga do sertão baiano, pelo menos quando há água nos barreiros. O registro foi feito na fazenda Serra Branca, em Jeremoabo, onde 30 vaqueiros passaram três dias procurando gado entre juremas, cactos, xiquexiques e outras espécies naturais do bioma nordestino.
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cult
música, cinema, artesanato, agenda,
música
DÓ, RÉ, LÁ, MI, SOL AO SOM DO VIOLINO
Alunos das redes estadual e municipal de Barreiras participam de projeto que ensina música através de instrumento nascido na Itália.
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texto/fotos IVANA DIAS
escendente da rabeca e parente da viola e do violoncelo, o violino é um instrumento de cordas de timbre aveludado, que encanta quem escuta e quem produz o seu som. O instrumento originou-se na Itália em meados do final do século XVI e início do século XVII e ganhou expressividade no mundo. O violino é considerado nobre e de aparente difícil manuseio, mas o contato com ele e sua música é uma boa oportunidade para incentivar crianças e adolescentes ao gosto musical, assim como aumentar a capacidade de memória, ajudar no desenvolvimento escolar e disciplinar, principalmente daqueles que necessitam de apoio social. Já dizia o filósofo Confúcio: “a música produz um tipo de prazer que a natureza humana não pode prescindir”. É o que acontece com estudantes das redes municipal e estadual de ensino de Barreiras, que participam do Projeto Despertando Talentos. O projeto existe há dois
anos e atende alunos de 10 a 17 anos, em horário oposto ao de estudo regular, para as aulas de violino, violão, viola de orquestra e coral. Atualmente o projeto atende 280 pessoas, com uma equipe de três professores de música, 40 violinos, 20 violões, 10 violas de orquestra e 50 flautas, em uma sala provisória no Palácio das Artes, no centro de Barreiras. Roger Mendes de 14 anos, aluno da 8ª série, do Colégio Dr. Costa Borges, nunca teve contato com instrumentos musicais e mudou a rotina de suas tardes após participar do projeto. “Fiquei sabendo das aulas pela televisão e desde o ano passado participo. Percebo que raramente tem pessoas que sabem tocar o violino e eu me identifiquei com esse instrumento, que um dia pretendo ter”, disse o estudante.
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Impressões
cult música
Despertando Talentos é um projeto antigo das professoras Carina Fontal Oliveira e Micheline Fontal, ambas graduadas em música, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador. As irmãs iniciaram o contato com a música ainda na infância por influência de uma tia, cantora lírica e do pai, amante do violino, em um projeto da Ufba. Na época em que não tinham condições para comprar um instrumento foram presenteadas e, essa oportunidade despertou a vontade de retribuir às pessoas que não têm condições de pagar aulas particulares para aprender a tocar um instrumento ou cantar em um coral. “É um projeto antigo, o sonho de trabalhar música com crianças carentes, que não tivessem a possibilidade de pagar uma aula. Apenas no ano passado quando fui contratada pela Secretaria Municipal de Cultura, Micheline e eu tivemos a oportunidade de colocar em prática. Se iremos encontrar profissionais aqui? Um em mil, mas iremos torná-los pessoas melhores, iremos desenvolver o equilíbrio emocional, a socialização, o saber interagir com os outros”, disse a professora e violonista Carina Oliveira, que ressaltou ainda a importância da realização de projetos culturais na cidade. “O projeto vai desenvolver também a cultura em Barreiras, pois a carência aqui é grande; tanto pela falta de oportunidade de conhecer o estilo musical, tanto pela falta de envolvimento com a área mais clássica, erudita da música”. De acordo com a professora Carina Fontal Oliveira, futuramente o projeto funcionará no prédio da Casa da Cultura, onde está localizada a Escola Municipal de Música Antoninho Sampaio.
Amizade sincera em SÃO FELIX DO CORIBE
por ANTON ROOS e-mail antonroos@gmail.com
O pessimista que fabricou uma guitarra
N MÚSICA EM NÚMEROS Realizadas, Carina e Micheline tranformam a vida das crianças com 40 violinos, 20 violões, 10 violas de orquestra e 50 flautas
Os fãs da música brasileira de raiz poderão curtir o show Amizade Sincera, com Sérgio Reis e Renato Teixeira, no dia 23 de junho, em São Felix do Coribe. Para celebrar a amizade de mais de 50 anos, os cantores lançaram em 2010 a primeira edição do disco.
REPRODUÇÃO
O espetáculo tem direção musical dos dois artistas, que fazem uma homenagem à amizade que começou nos anos 60 e aos grandes compositores e intérpretes da música sertaneja. No show, Sérgio e Renato cantam as músicas Menino da Porteira (Teddy Vieira e Luizinho), Romaria (Renato Teixeira), Filho Adotivo (Arthur Moreira e Sebastião Ferreira da Silva), Deus e Eu no Sertão (Vitor Chaves), entre outros clássicos do sertanejo. Na banda há participação dois filhos de Renato – Chico Teixeira, no violão de doze cordas, e João Lavraz no baixo. Além de um filho de Sérgio Reis na viola de dez e violão. Em março deste ano chegou às lojas o segundo volume gravado em junho de 2014, na Quinta da Cantareira, em um show que contou com a participação de Amado Batista, Toquinho, Chico Teixeira e João Carreiro, que compôs a canção Gratidão em homenagem a Renato e Sérgio. Também faz parte do álbum a música Canção da América, de Milton Nascimento e Fernando Brant.
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ANTON ROOS Jornalista, gaúcho de Três Passos, nascido no dia de Santo Antônio cerca de três décadas atrás e pós-graduado em Jornalismo Digital
o auge de minha adolescência eu tive um amigo que vivia reclamando. O dia todo e por qualquer razão. Nada ou quase nada o fazia parar de reclamar. Era odeio pra lá, odeio pra cá. Todo santo dia. Qualquer coisa que fazíamos era motivo de reclamação. Quando não reclamava do que fazíamos, nosso amigo de mal com a vida, reclamava da própria rotina, da falta de emprego, da falta de oportunidades, da falta de uma namorada. A lista de interesses do amigo ranzinza resumia-se a duas coisas: astronomia e eletrônica. Esses dois assuntos eram o suprassumo de sua miserável passagem pela Terra. Por isso, toda vez que nossa paciência começava a dar sinais de desgaste, dada à constância de queixumes, trazíamos à tona uma de suas preferências. E era um alívio. Os olhos dele, quando iniciava seu monólogo, brilhavam ao falar do sonho em construir um telescópio. Explicava cada detalhe do minucioso projeto desenhado em sua mente. Se deixássemos, ele discorria por horas sobre os planos de construção do telescópio e sobre as constelações e as estrelas e as galáxias. Nesses raros momentos e quando se ocupava de seu segundo – mas não tão mirabolante – intento (fabricar uma guitarra), nosso amigo reclamão deixava de lado o pessimismo notório e assumido. Com o passar do tempo e o convívio quase diário, algumas de suas clássicas reclamações se tornaram menos frequentes. Aliás, essa é uma característica de todo pessimista. No fundo quem tem o mau hábito de reclamar as favas, sabe que em relação a certas situações não adianta, nem precisa, muito menos vai fazer diferença abrir a boca para esbravejar, falar mal e o escambau. Como o sonho do telescópio estava distante ele resolveu se dedicar a fabricação de uma guitarra. Fez disso sua meta de vida e por algum tempo se restringiu a reclamações pontuais.
Nem parecia o pessimista irremediável de sempre. Ao menor sinal de empolgação em relação aos queixumes, logo, recolocávamos na pauta seus temas preferidos. E aquele pessimismo em relação à vida sumia. Até um robô ele construiu nessa época, embora, tenha gastado saliva para tentar nos convencer que o robozinho não ficou como ele gostaria que ficasse pela falta de material adequado e tempo e a mãe reclamando. Nós pelo contrário, achamos o máximo e quase em uníssono, exclamamos: — Uauuuuuu. Mas, como todo bom pessimista, ele sabia que reclamar demais o tornaria também um chato, e ninguém suporta um chato falando asneira por muito tempo. Esse amigo, ainda que tivesse todos os defeitos do mundo, não era chato. Aliás, estava longe disso. Apenas gostava de abusar dos nossos ouvidos falando sobre lentes convexas e sobre a guitarra personalizada que estava fabricando. Reclamava em demasia, algumas vezes em momentos inoportunos, mas não podia, por isso, ser considerado um chato por excelência. O exagero de suas reclamações cessou. Na pior das hipóteses apequenou-se com o passar dos anos. Ele conseguiu, com a ajuda e empurrão de todos nós, concluir sua guitarra. Talvez essa conquista o tenha feito pisar no freio e reclamar menos. Acreditar mais e deixar, por instantes, de observar a vida sempre com um olhar negativo. Se um pessimista fabricou sua própria guitarra personalizada, é bem provável que haja alguma razão para mantermos a fé e esperança com o dia de amanhã. Não é?
cult agenda
O VELHO OESTE E O NOVO MUNDO
FOTOS: RUI REZENDE
EXPOSIÇÃO
texto CAROL FREITAS
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GABRIEL REZENDE
o mês de junho, o público do Oeste baiano terá mais uma oportunidade de conhecer melhor o trabalho do fotógrafo baiano Rui Rezende. De 02 a 06 de junho, a comunidade poderá apreciar 40 registros de Rui com sua lente durante o período em que rodou 35 municípios à margem esquerda do Rio São Francisco para montar seu último livro “Oeste da Bahia: um novo mundo”. Conhecido também por resistir a um acidente aéreo que quase lhe custou a vida enquanto fazia as últimas imagens para o livro, Rezende passou quatro anos imerso em pesquisas, viagens e cliques em vilarejos, municípios, fazendas e pontos turísticos da região para compor sua obra lançada no fim do ano passado. O olhar apurado para as peculiaridades do velho Oeste renderam um belo trabalho do fotógrafo profissional que também é autor de três livros sobre Cairu, Tinharé e Chapada Diamantina. A sensibilidade para captar além do que as lentes podem mostrar revelam um Oeste rico, sonhador e em constante crescimento. É uma mensagem de otimismo para os habitantes dessa terra e um tremendo portifólio da região para o mundo. A exposição, homônima ao livro, acontecerá no Bahia Farm Show, feira agrícola realizada há 11 anos na cidade de Luís Eduardo Magalhães. As imagens de 1m x 1,5 m ficarão na praça principal da feira e poderão ser vistas por todos que estiverem presentes no evento. MÚSICA
DOIS AMIGOS e um século de música
Através das redes sociais, os fãs dos precursores do Tropicalismo souberam que a partir do meio do ano, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil fará uma turnê conjunta que passará pela Europa e pelo Brasil. Intitulada “Caetano Veloso e Gilberto Gil - Dois Amigos, Um Século de Música”, a turnê comemora os 50 anos de carreira dos dois ícones da música brasileira. Parceiros desde a década de 60, lideraram o movimento Tropicalista que, junto com os Mutantes, Tom Zé e outros artistas, misturou os ritmos brasileiros com influências contemporâneas, como o Rock n’ Roll. O movimento considerado subversivo na época da Ditadura Militar
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rendeu prisões e exílio aos baianos após realizar uma cena marcante no Festival Internacional da Canção com o “É Proibido Proibir”. Em 1976, novamente estavam em um mesmo grupo: os Doces Bárbaros, que contava ainda com Gal Costa e Maria Bethânia. A excursão está prevista para começar em julho e rodar o continente europeu. Após essa viagem, a turnê desembarca no Brasil para delírio dos fãs de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro (únicas cidades já confirmadas no país). O repertório ainda está sendo definido, mas os cantores já cogitam a composição de uma canção especial para celebrar este momento.
LIVRO
WILLY LINDWER: Os Sete Últimos Meses de Anne Frank Inicialmente, o renomado cineasta holandês Willy Lindwer filmou o documentário ‘Os sete últimos meses de Anne Frank’ e, depois disso, resolveu transformá-lo em livro. A obra é o triste e verdadeiro relato de uma crueldade inimaginável e do milagre ocorrido no campo de concentração do qual Anne nunca mais voltou. A história é contada por meio dos testemunhos de seis mulheres judias que sobreviveram ao inferno que viveram no período nazista. Algumas conheceram Anne antes de sua deportação para o campo nazista, e todas elas durante os últimos momentos em Bergen-Belsen. Elas contam o tratamento no campo, a forma como conheceram as irmãs Frank e a maneira como todas foram inexplicavelmente tocadas por sua vida.
ANDREW PYPER: O Demonologista Astucioso, Andrew Pyper faz até o mais cético dos leitores duvidar de suas certezas, e, se possível, evitar caminhos mal iluminados. O personagem que dá título ao premiado best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para deixar de acreditar que o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma. Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido - obra-prima de John Milton - e usar tudo o que aprendeu para salvar sua filha do inferno. Publicado em dezenas de países, o livro chega ao Brasil com uma luxuosa capa dura envolvendo as 320 páginas que prometem muito suspense.
RUBEM FONSECA: Histórias Curtas
Autor de 12 livros nós últimos 15 anos, Rubem Fonseca está longe de dar uma pausa para descansar. Aos 90 anos o autor publica agora o livro Histórias curtas, uma coletânea com 38 contos inéditos. Em sua nova produção, Fonseca faz referências aos temas clássicos de sua escrita, como a violência e o erotismo, mas também explora facetas até então não tão recorrentes em sua obra. A velhice e a degeneração da mente, por exemplo, são tratadas em muitos contos do novo livro, com irreverência e com profundidade dramática. Depois de Amálgama, publicado em 2013 e premiado com o Jabuti de Melhor Livro de Contos no ano seguinte, Rubem publica o livro com histórias mais variadas possíveis. A única regra que conduz todas narrativas já se explica no título: são “histórias curtas”.
SE LIGA! Nos dia 21 de junho acontece a com saída da Boa Sorte e chegada na Primeira Cavalgada da Boa Sorte Barreiras Sul.
Saia Lápis por ANNE STELLA
CONECTADO facebook: annestella e-mail: annestellax@hotmail.com ANNE STELLA Libriana de 30 anos e 2 filhas. Administradora da Revista A e apaixonada por moda, fotografia e tendências.
Automaquiagem Contém 1 grama
Os cursos de Automaquiagem realizados nas lojas da Contém1g make up estão diretamente ligados à proposta da marca. São elaborados 5 tipos de cursos, onde você aprende desde o básico da maquiagem para uma pele perfeita com aspecto natural, aplicação correta de cada produto a dicas mais elaboradas como as cores que combinam com você.
Parabéns pra você! Em grande estilo, Dirce Brandão comemorou seu aniversário ao lado do seu amado, Paulo Henrique, no Hotel Fazenda Paraíso das Corredeiras. O lugar é lindo e perfeito para fazer qualquer comemoração! Parabéns Dirce!
Bem-vinda
Monique, Rafaela e Fernando estão radiantes com a chegada da pequena Grazielle. Que venham muitos anos cheios de saúde para essa princesa e para essa família linda!
Estilo Carmen Steffens
Em comemoração ao Dia das Mães a Carmen Steffens Barreiras promoveu uma recepção no restaurante Los Pampas. Com muita descontração, as mamães brindaram com um espumante, foram fotografadas com seus filhos e ganharam brindes da marca. Carmen Steffens sempre arrasando!
O Boticário com duas novas fragrâncias
As novas fragrâncias Intense Desodorante Colônia e Intense Oopss! foram inspiradas na alegria e intensidade da mulher que preza pela praticidade e versatilidade, diferencial que dá o toque final aos looks cheios de atitude da mulher moderna.
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social FOTOS: JOCIAN CARDOSO
Jane e Jéssica
Victor e Arlir Dua, Bartira e Lilian
Michelen e Victor
Marcos e Dilma Gustavo e Bartira
RILAR
A empresa promoveu um churrasco no dia 16 de maio para comemorar o aniversário de um ano.
Isa, Bartira e Bárbara Guilherme, Patricia e Joâo Emilio
Raul e Jackeline
Julia e Monadele
Talita,Maria de Fátima,Maria Vitória e Evely
CARMEN STEFFENS
A franquia realizou uma recepção no restaurante Los Pampas em comemoração ao Dia das Mães em10 de maio. 66
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Humphrey, Bartira
BARTIRA FESTAS
A empresa inaugurou um novo escritório na cidade de Luís Eduardo Magalhães no dia 7 de maio.