Revista A ed. 10

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REVISTA

ELEIÇÕES 2012

BARRA: 23,6% DA POPULAÇÃO COM MAIS DE 15 ANOS É ANALFABETA NA CIDADE TIDA COMO O BERÇO DA EDUCAÇÃO DO OESTE. A MÉDIA NACIONAL É DE 9,7% CONHEÇA O QUE PENSAM OS PRÉ-CANDIDATOS SOBRE O MUNICÍPIO COM ÍNDICE DE 44,2% DE EXTREMA POBREZA

“Sou a favor das cotas sociais. Acho que nem deveria ter vestibular” JOAQUIM NETO, professor da Uneb

OUZA EDITORA

um lugar

ANO II - Nº 10 - OESTE DA BAHIA - MAI/2012 R$ 9,99

 PARQUE DA LAGOA AZUL, EM SÃO DESIDÉRIO: UM SANTUÁRIO HISTÓRICO, CIENTÍFICO E ECOLÓGICO

POR DENTRO DA MOLDURA

Léia aprendeu a arte da pintura com a mãe, Noemia, e já expôs até no Museu do Louvre, em Paris. Agora, em seu atelier e escola de artes em Luís Eduardo Magalhães, se prepara para participar de uma exposição coletiva que vai circular o mundo





MAI/2012

5


Ouza Editora Ltda.

ediToriaL EDITORIAL

Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16 Tel.: (77) 3612.4074 - Centro - Barreiras (BA)

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Ouza Editora Ltda. Av. Clériston Andrade, 1.111 - sala 16 - CeP 47.805-970 Centro - Barreiras (BA) reva.bahia@gmail.com

ANO II - Nº 10 MAI/2012 DIRETOR DE REDAÇÃO E DE ARTE

Cícero Félix (DRT-PB 2725/99) 9131.2243 e 9906.4554 sousa.cfelix@gmail.com

(77)

DIRETORA COMERCIAL

Anne Stella

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Jakeline Bergamo (77)

8802.0721 e 8111.4019 EDITOR

Anton Roos

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REDAÇÃO

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Leilson Castro ILUSTRAÇÃO

Júlio César EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO

Cícero Félix (DRT-PB EDIÇÃO DE ARTE 2725/99) 9131.2243 e 9906.4554 Klécio Chaves sousa.cfelix@gmail.com

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Karine Magalhães DIRETORA COMERCIAL REVISÃO Anne Stella

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Coronário Editora e Gráfica DIRETORIA DE MARKETING TIRAGEM Jakeline Bergamo (77)

4 mil exemplares 8802.0721 e 8111.4019

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAIS Barreiras

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Jorge Helena: (74)Barbosa 3662.3621 (77)Jesus 9150.9636 Bom da Lapa

Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

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Tizziana: (77) 9199.5585 / Anton: (77) 9971.7341 Ana Paola: (77) 9191.9400 Luciana Roque e Jorge/Barbosa Santa Maria da Vitória

MODA / 9939.1224 Marco Athayde:CONSULTORIA (77) 3483.1134 /DE 9118.1120 Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797 Karine Magalhães REVISÃO

Aderlan Messias e Rônei Rocha A r.A já obedece a Nova IMPRESSÃO Ortografia da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas Coronário Editora e Gráfica colunas assinadas. TIRAGEM

4 mil exemplares

Revista A, consciente das questões ambientais e sociais, utiliza papéis com certificação (Forest Stewardship Council) na impressão deste material. A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na Cadeia de Custódia - FSC.

ao leitor Número 10 de Pelé

t A

er um filho ou filha formada em medicina sempre foi um orgulho para a família. Se a decios 21 anos, Pelé já eeraexclusivamente o maior jogador fusão coubesse única aosdepais tebol do mundo e principal estrela da Seleção teríamos mais médico que população no Brasil. Brasileira que a Copa se dohavia Mundo do Não lembro emdisputaria minha infância muiChile em 1962. Na estreia contra o México, em tos consultórios. Na minha cidade, a 54km de Campina maio daquele ano, de de umoculista primeiGrande (PB),30 só de havia atendimento dedepois dentista, ro(assim tempoera semchamado gols, o Brasil, então campeão do mundo, tirou o oftalmologista) e de clínico geral. E o tem zero mais: do placar com um gol de peixinho de Zagallo aos nove eles atendiam geralmente no dia de feira, pois minutos final e confiQuando rmou o favoritismo com vinhamda deetapa outras cidades. se precisavaaos de 28, atendium gol de seu grande craque. mento fora daquele dia, só indo a outras cidades. Não lemDepois de dividir com o primeiro mexicano, Pelé bro das pessoas reclamando muito marcador da saúde naquela época, provou que não precisava de catimba, nem de cavadinhas tampouco se adoeciam como adoecem nos dias atuais. A para ser o gênio que era.formado Mantevenoo Brasil, equilibro apósé trombar quantidade de médico se não o ideal, com o beque que o aguardava na sobra e quase sentado meteu tem aumentado consideravelmente. O problema maior tala vez canhota na bola. No canto esquerdo do goleiro Carbajal, seja a desigual distribuição desses profissionais que se sem dar chances defesa. A vitória abriu caminho para concentram naspara capitais e metrópoles, como esclarece Dr.o biPaulo campeonato mundial da equipe canarinho. Embora Pelé Henrique, especializado em urologia e delegado do tenha participado apenas do jogo no de Oeste, estreia,personagem aquela quartaConselho Regional de Medicina de feira, de 40 anos atrás, ajudou a construir o mito que circunda nossa matéria de capa. a camisa 10. O número se tornou referência. Sinônimo de O modelo de medicina equipamentos imporqualidade técnica. Foi Pelé,armada Puskas,de Zico, Platini, Maradona, tados dos Estados Unidos acabou mercantilizando a área Zidane e Messi. Agora é r.A. da saúde, adverte o médico, que defende um atendimento Nesta edição, vestimos com orgulho a camisa que já serviu maiscraques, humanoafienal, reclama da fragmentação da medicina em esses chegamos a nossa décima edição. Claro especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! É preciso enque não com a maestria de Pelé, quando desfilava seu talento tendercom a pessoa como todo”, declara. Dr. Paulo vestido a 10humana do Santos ou um da Seleção, mas cientes que tem um humor contagiante e lembra os médicos romântio trabalho que a revista se propôs a desenvolver desde seu cos da década 1930 citados de pelo mineiro e também méprimeiro númerodeem dezembro 2010 se tornou referência dicoasPedro Nava suas memórias. médico é se doar para cidades queem compõem a regiãoSer Oeste e o Médio São em nome do bem-estar do outro, é espelhar-se no paciente Francisco. que rir eose apaixona. Caso contrário, a prescrição Parachora, confirmar compromisso de oferecer a você, leitor, um toma caminhos equivocados. De acordo com a literaturaa produto de qualidade e conteúdo diversificado, publicamos médica,reportagem 60% das pessoas que vão ao desta consultório não têm segunda da série Eleições, feita abrangencausa orgânica. Portanto, é preciso considerar outros fatores do o município de Barra. Na entrevista, o professor Joaquim na hora de avaliar um paciente, fatores que máquinas, apeNeto da Uneb, negro tal qual o maior jogador de futebol de sar da imensurável contribuição para o desenvolvimento daa todos os tempos defende as cotas raciais; na matéria de capa medicina, mãe e a filhanão queconseguem têm o domobservar. da pintura no DNA e ainda uma crônica especial em homenagem aos 121 anos deClécio Barreiras. A emocionante história do lutador de jiu-jítsu RoGol de placa, digno do número 10. drigues, que surpreendeu os médicos ao combater e vencer Boacâncer leitura!que já estava em estado avançado; o início da um série “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicáDodos editor cia jovens na administração e condução de negócios no Oeste são outros ingredientes desta edição que, somados a outros conteúdos, quer levar a você, leitor, uma informação com qualidade em um produto que a cada número orgulha toda a região. Boa leitura!

Cícero Félix, editor e diretor de redação



ÍNDICE

C.FÉLIX

A MISCELLANEA

21 .

Maskavo: Liberdade aos ouvidos Homenagem: Dia do Choro em Barreiras Esporte: Minotouro vem à competição de MMA no Oeste Desenrola a língua: Lusocídio, não!, por Aderlan Messias Exclamação: Street Style, por Karine Magalhães trends and news: Doce Café: mais irresistível Exclusive: Design revisited

38

MODA MULHER

44

JOVEM EMPREENDEDOR

.

.

dress: Brilho meu

Maurício e Juliana Santiago Sucessão familiar na teoria e na prática

Luís Henrique Raffler

Atendimento diferenciado: qualidade e melhor prazo de entrega

48 .

ENTREVISTA

Joaquim Pedro Soares Neto “Sou a favor das cotas sociais”

60 .

ESPORTE

Xadrez

Mais de 4 mil alunos praticam nas escolas barreirenses

64 72 .

53 POR DENTRO DA MOLDURA CAPA

.

Mãe e filha que têm obras espalhadas pela Europa, EUA e Japão sonham em expandir suas artes e unir os artistas da região

.

MAI/2012

Referência histórica na educação do Oeste tem alto índice de analfabetismo

A CULT

Barreiras, de 1970 a 1980: Crônica de uma cidade em crescimento Manos de fé: O hip hop em Luís Eduardo Magalhães

82

A UM LUGAR

90

SOCIAL: GELO, LIMÃO E AÇÚCAR

94

A SOCIETY

.

.

.

8

ELEIÇÃO 2012: BARRA

Parque da Lagoa Azul: Santuário ecológico, histórico e científico

por Tizziane Oliveira O registro social da região


MAI/2012

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abordo BARRA SANTA RITA DE CÁSSIA LUÍS EDUARDO MAGALHÃES BARREIRAS

SÃO DESIDÉRIO

MAI/2012

COTEGIPE

PARATINGA

SANTA MARIA DA VITÓRIA

CORRENTINA

12

IBOTIRAMA

ANGICAL

BOM JESUS DA LAPA


C.FÉLIX

Algodão DOCE A viagem para conhecer a exuberância dos brejões de Barra foi abortada - a qualidade da estrada desanimou e o dia já baixava suas cortinas sobre o sol, cujos raios vazavam das densas nuvens no horizonte. Era um extenso “algodão doce” borrando o céu impassível. Imagem insuperável do álbum de bordo.

MAI/2012

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@leitor Ficou padrão A. Parabéns, pessoal! Marcio Live

A revista tá show, linda mesmo! Adorei a reportagem sobre as eleições. Os gráficos ficaram perfeitos. Jorge Barbosa

Realmente, cada nova edição vocês se superam, tenho o maior prazer em anunciar na r.A. Rodrigo Rocha Sampaio

Sobre Desafios Parabéns ao jornalista Cícero Félix e toda equipe da r.A pelo estudo completo sobre a situação de Santa Maria da Vitória, com dados ignorados por aqueles que deveriam ter a solução desses problemas como prioridade de governo. Tive o prazer de ser entrevistado e de deixar nossa mensagem ao povo de Santa Maria. A leitura da revista é mais do que recomendada a todo santamariense. Maurizan Cruz

Muito bem acabada, com boas pautas. A r.A integra uma região difícil, ampla, e ao mesmo tempo, muito pobre e muito rica, e contribui para o desenvolvimento através do espaço jornalístico. Não apresenta apenas os fatos, discute ideias, discute os problemas dessa vasta região para que possamos nos destravar desse marasmo. Acredito que tem muita riqueza na região, muita oferta hídrica, mas ainda estamos rastejando no que diz respeito a saúde, educação. A revista contribue muito para que as pessoas se informem melhor. Sócrates Rocha

VERSÃO DIGITAL E EDIÇÕES ANTERIORES

issuu.com/cicero_felix

Eu acho r.A de grande qualidade, não só para o comércio, mas para a comunidade em geral. Não vemos só moda, está tudo incluso na revista (meio ambiente, saúde...). Estou aqui [em Bom Jesus da Lapa] há dois anos. Meu primeiro contato com a r.A foi no salão de beleza. Sentei, li, e depois passei a adquirí-la frequentemente pra ver como funcionava o Oeste da Bahia. Eu não conheço Barreiras ainda, só Bom Jesus. A qualidade da revista é sensacional! Márcio Nobre

A r.A é de suma importância, não só para Bom Jesus da Lapa, mas para toda a nossa região. Nós precisávamos, na verdade, de um veículo de comunicação escrita que tivesse essa interação. Temos veículos localizados em uma cidade e outra, mas que não interage na região inteira. A r.A traz notícias interessantes, perfis de personalidades e pessoas que, até então, são desconhecidas da coletividade, como artistas de Santa Maria, Bom Jesus da Lapa e das demais cidades da região.Tomara Deus que a revista se fortaleça, cresça e possa atender ao maior número de municípios possível. Alex Ramos

A r.A é perfeita. O pessoal é bastante inteligente, sabe os pontos que devem tocar. Clodomir de Moraes


reva.bahia@gmail.com

Ouza Editora

Gostei muito do conteúdo da r.A, acho que Santa Maria passa a ter hoje mais divulgação. A revista veio somar, levar nossas riquezas para outras regiões. Lero de Santa Maria

#

Os editoriais de moda da r.A estão cada vez mais profissionais. Parabéns a Ouza Editora pelo trabalho e a Lara Novaes , elegantemente sofisticada por natureza. Vandré Vilela

#

Pequeno na estatura, gigante por dentro! Parabéns r.A! Michael Ribeiro

Grande Homem!!!!!!!!! Maria Augusta Silveira Passos

O patriarca da família Vieira é mesmo fantástico! Pequeno, grande homem. Romênia Beatriz Silveira Mariani ERRATA cNa Agenda da r.A 9 dissemos que o cantor Bob Dylan é britânico, mas ele é americano.


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miscellanea

TEXTOS ANTON ROOS, THIARA REGES, LUCIANA ROQUE E C.FÉLIX

DIVULGAÇÃO

> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... < MASKAVO

Quase vinte anos de estrada. Marceleza (vocal), Prata (guitarra) e Bruno Prieto (baixo) preparam novo disco ainda para o primeiro semestre

AOS OUVIDOS texto ANTON ROOS

No dia 14 de abril, o reggae ditou o ritmo em Luís Eduardo Magalhães com o show da banda brasiliense Maskavo, que empolgou o público com sucessos de sua carreira e versões avassaladoras do pai do estilo, o jamaicano Bob Marley. Depois do show, o vocalista Marceleza falou a r.A sobre as quase duas décadas de estrada, o novo disco que sai em julho, a dificuldade enfrentada pela nova geração do reggae no país e o apoio a divulgação da música de maneira gratuita. Se contarmos o tempo que a banda se chamava Maskavo Roots, ano que vem serão 20 anos de estrada. O que isso representa pra vocês? Isso representa o sucesso de uma empreitada que começou lá na década de noventa e continua até hoje. Depois de várias formações a banda continua firme e forte e com planos maiores pra tentar difundir uma mensagem de amor e paz através de nossa música. A partir do ano 2000, quando a banda passou a se chamar apenas Maskavo, houve uma guinada na carreira de vocês, e desde então são 5 discos lançados, clipes na MTV e reconhecimento do público. Quanto essa mudança foi importante pra história da banda? Primeiro, foi a reviravolta na mudança de vocalista; a banda tinha um disco que já estava em fase de finalização e o Marcelo Vourakis, vocalista da época tinha outros planos em mente e, por isso, decidiu deixar a banda. Quando fui chamado pelo antigo baterista e co-fundador da banda, Quim, para fazer testes, fui efetivado e logo seguimos ao Rio de Janeiro pra gravação do disco pela antiga Abril Music. Com “Anjo do céu” as portas se abriram e continuamos seguindo a linha reggae romântico, o que nos possibilitou tocar por vários lugares do

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miscellanea

sucesso que seguiria. Tiramos o Roots do nome, aquele momento representava um recomeço, uma nova história, que até hoje vem dando ótimos resultados. Vocês estão para lançar um novo trabalho. Já tem título, data de lançamento? O título ainda não está definido, estamos conversando a respeito. O lançamento deve ser por volta de julho. Esse disco vem bem diferente dos passados pelo fato de a banda ter amadurecido tanto sonoramente como na idade também... Vem com letras mais expressivas que trazem ao público sentimentos já acontecidos em suas vidas... O público pode esperar músicas cheias de boas vibrações e com um conteúdo mais sério. Que avaliação vocês fazem do reggae praticado no país? As bandas de reggae do Brasil são de ótima qualidade, mas ainda vivemos em um cenário desfavorável devido principalmente a grande explosão de músicas populares e até sem sentido. A cena ficou no escuro. A mídia favorece esses gêneros. Quem se propõe a fazer boa música com letras inteligentes e com conteúdo, normalmente, fica no anonimato. O público que consome música hoje em dia é diferente daquele de 10 ou 15 anos atrás, por exemplo? Com toda certeza é diferente de 15 anos atrás. Naquele tempo, o reggae tinha força no mercado e na mídia, como aconteceu quando da explosão do reggae no sul do Brasil, entre 2000 e 2005. Apareceram novas bandas e o cenário era forte. A crítica social é uma das bandeiras do reggae, além do amor e respeito ao próximo. Desde sua criação, o reggae sempre teve uma forte ligação com o gospel, embora o público goste quando as letras têm cunho social, principalmente esse poder que a música tem em contestar irregularidades sociais contra governos, violência, abusos e, ao mesmo tempo, também passar mensagens de paz e otimismo. Em 1993, ainda se vendiam discos em vinil, em 2000 vivíamos o boom do CD. Atualmente, o mercado fonográfico vive uma crise e as pessoas de modo geral se acostumaram a baixar

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discos. Como conviver com esse cenário? A aposta fica mesmo para os shows? O grande lance dos downloads é a liberdade que você tem pra baixar o que gosta. CDs e vinis são mídias falidas. Nós, músicos, ganhamos com nossos shows, mesmo na época que se vendiam CDs a grana ficava com as gravadoras e era repassado um valor medíocre para os artistas. Eu acredito que música é cultura e, por isso deve ser repassada gratuitamente ao público. A internet virou uma poderosa ferramenta para bandas novas e as já consagradas para divulgação de seus trabalhos. A tendência é isso, se solidificar cada vez mais. O que significa Bob Marley pra vocês? Ele deixou uma rica herança para o povo. Músicas de cunho social, românticas e otimistas. Para nós da banda é uma fonte de inspiração e um mestre a ser seguido, pois sua obra ficará para a eternidade. Bob representa tudo o que acreditamos: amor, respeito e boa vontade com o próximo. Bob Marley o grande ícone da nação regueira e referência na música do grupo brasiliense

REPRODUÇÃO

» Brasil. A mudança do nome e do vocalista foram decisivos para o


C.FÉLIX

TOQUE

DE QUALIDADE

Quem passou pela praça Castro Alves na noite do dia 21 de abril foi surpreendido com a apresentação do grupo Toque de Choro e convidados (Renan do Sax, Edson Flautista, Fábio Trompete e Dona Jadir do Bandolim). Por iniciativa da r.A, do próprio grupo e da Zoah Comunicação, foi realizada uma merecida homenagem ao Dia Nacional do Choro. Com um repertório variando de Pixinguinha, grande mestre do estilo, a Beatles, com uma versão inspiradíssima de “Something”, os “chorões” do Oeste não só encantaram ao público como provaram que há espaço e público para eventos culturais de outros estilos musicais, diferente do sertanejo, pagode e axé. Emerson Cardoso, coordenador regional do Sebrae, acredita que a iniciativa ajuda a valorizar um pouco da cultura do país e a criar um vínculo cultural com Barreiras. “Este evento deveria ser feito todos os meses para que as novas gerações venham ter acesso a música de qualidade”, argumentou. “As autoridades deveriam olhar com mais atenção para esse tipo de evento. Pode ter certeza que o público que compareceu aqui saiu satisfeito”, disse Cordeiro, empresário do ramo de publicidade visual de Barreiras. Para Ricardo Barata, presidente da Associação dos Criadores de Gado da região e músico, é um equívoco achar que o povo de Barreiras não gosta de música de qualidade. “Gostamos de música popular, mas também gostamos de músicas mais refinadas. Eu acho que a prova disso é a praça lotada de famílias, todo mundo ouvindo, prestando atenção e respeitando a música que está sendo tocada”. Dada a boa receptividade do evento, a r.A e a Zoah Comunicação estudam uma maneira de criar um “fundo cultural” com entidades e empresários para, através da iniciativa privada, realizar eventos dessa natureza periodicamente. Isso deve preencher um pouco essa lacuna de opções para entretenimento na cidade de Barreiras. Dia do Choro, realização:

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miscellanea C.FÉLIX

ARTES MARCIAIS

GOLPE certeiro

A casa de espetáculos Magnum, na BR 242, em Barreiras, recebeu a competição esportiva que mais ganhou espaço e adeptos em 2012. O primeiro Grande Combate de MMA de Barreiras, realizado pela Academia Falcão Negro, ocorreu no dia 28 de abril. Reuniu um público bem eclético, desde lutadores e atletas de artes marciais, à pessoas que se apaixonaram pelo esporte assistindo pela TV as lutas ou ao reality show The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões, que estreou no Brasil em março, com transmissão pela Rede Globo. Subiram no octógono, atletas da região Oeste e de Salvador, que levantaram o público com disputas equilibradas e cheias de técnica. Prestigiaram o evento a lutadora barreirense Ana Maria, a Índia, e o medalhista de ouro e de bronze de boxe em jogos Sul e Pan Americanos de 2006 e 2007, o baiano Rogério Minotouro. “Temos que aproveitar nossos atletas. Esses eventos no país servem de base. Mais de 50 atletas estão comigo no Team Nogueira, na academia do Rio de Janeiro. Temos viajado pelo Brasil e observado talentos que acabamos convidando para fazer parte de nossa equipe, a exemplo de Índia, que é de Barreiras. Estamos franqueando a Team Nogueira pelo país para conseguirmos cada vez mais expandir o esporte e incluir mais atletas nossos em campeonatos internacionais”, destacou Minoturo.

MINOTOURO:“É preciso expandir o

esporte e incluir mais atletas em campeonatos internacionais”

MARCO ATHAYDE

FESTA DE EMANCIPAÇÃO

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AUTOMOBILISMO

Esporte no 23º aniversário de São Félix

Razia vence segunda no ano e é vice na GP2

A cidade de São Felix do Coribe, a 222km de Barreiras (BA), festejou no mês de maio seu 23º aniversário de emancipação política. As comemorações começaram dia 11 e foram marcadas por atividades esportivas e de lazer como o 3º Aberto de Futsal de São Félix do Coribe, e no dia seguinte com Velocross e Supercross durante o dia, e muita música na Micareta durante a noite. Localizada à margem direita do Rio Corrente, com simpáticas ruas de paralelepípedos, comércio forte, os sãofelenses aguardam agora os festejos de 4 de outubro em homenagem ao padroeiro São Francisco.

O barreirense Luiz Razia venceu a segunda corrida da temporada na GP2, no domingo, 13 de maio. O piloto baiano já havia vencido o grande prêmio de abertura da temporada no Bahreim. Com a vitória, o piloto nascido em Barreiras se mantém firme na vice-liderança, 25 pontos atrás do líder, o italiano Davide Valsecchi. A próxima etapa da temporada acontece no principado de Mônaco, no final de semana de 25 e 26 de junho. GP2 é a principal categoria de acesso para a Fórmula 1. Dos últimos sete pilotos que foram campeões na categoria, seis compõem atualmente o grid da F-1.


DESENROLA A LÍNGUA

ADERLAN MESSIAS Bacharel em Direito (FASB), Licenciado em Letras Vernáculas (UNEB), Especialista em Psicopedagogia (FASB). Atualmente é professor universitário da FASB, FAAHF e UNEB/Plataforma Freire.

por ADERLAN MESSIAS decodetroia@hotmail.com decodetroia.blogspot.com

Lusocídio, não!!!

Problemas gerais da norma culta Queridos leitores, a partir de agora falaremos dos os problemas gerais que rodeiam a norma culta da língua escrita, visto que cada vez mais torna-se comum vermos, sobretudo nas redes sociais, a agressão impiedosa a ela. É preciso que tenhamos em mente que a escrita se difere, e muito, da fala, o que não dá o direito de escrevermos de qualquer forma. Tenho passado por chato em alguns momentos, pois vivo detonando e corrigindo os gritantes erros existentes nas redes sociais. Já dizia Olavo Bilac que o nosso idioma é doloroso. Mais doloroso ainda é se deparar com o assassinato do português: daí o lusocídio. Claro que estou me referindo aos problemas de norma culta escrita e não a língua falada, o que é rica, variável, mutável. Alguém já recebeu uma mensagem via e-mail e/ou no facebook desta forma? “Agente vai fazer um churrasco este fim de semana.” Só se for o agente do FBI! (hehe) Tudo bem que no decorrer da história da língua portuguesa algumas palavras foram perdendo a noção de composição e hoje são grafadas juntas, a exemplo de “devagar”, “depressa”, “girassol”. Para isso, é necessário que estejamos antenados no que foi consagrado pelo uso da língua, o que não nos dá o direito de escrevermos “conzerteza [com certeza]”, “apartir [a partir]”, “com tudo [contudo]”, e tantos outros lusocídios que abordaremos no decorrer das edições da r.A. Bom, se analisarmos atentamente a palavra “devagar”, podemos encontrá-la também escrita “de vagar”. A questão é ver o contexto em que ela se encontra. Se eu digo: “Ande devagar para não cair”. A ideia aqui é de advérbio (andar lentamente, sem pressa). “Maria gosta de vagar à noite”. Percebam que neste enunciado o sentido é de andar sem destino. Mas voltando ao termo “agente”, leitor, vale esclarecer que ele se refere a pessoa que exerce determinada atividade: agente de viagem; agente do FBI. “A gente” [separado] tem a ideia de plural, mas a palavra é singular! O que muitos fazem é a concordância ideológica, ou seja, com a ideia de plural, como no exemplo “A gente fizemos o trabalho”. É da mesma forma que dizer “O povo foram às ruas.” Concordância ideológica, não!!! “A gente fez o trabalho; O povo foi às ruas.” Combinado assim?!? Além do termo ‘a gente’, outro calcanhar de Aquiles é ver o bendito afim junto, quando na verdade deveria ser separado

[a fim], visto que a ideia é indicar finalidade. Outro dia, na faculdade, na condição de aluno, resolvi passar um traço separando o bendito ‘afim’ do meu professor em uma prova, ficando assim [a/fim] e nada mais. Meu professor escreveu o seguinte: “Vá corrigir seus alunos! Dá próxima vez te dou zero!” (kkkkk) Nossa, ri demais! [demais junto] Sei que ele vai rir também quando ler esta coluna, pois fazia questão de vê-lo brigando comigo. Sempre tivemos uma relação saudável: professor versus aluno. A regrinha é a seguinte: a fim [separado] surge na condição de locução a fim de, que significa “para” indicando ideia de finalidade, objetivo. Veja o exemplo: “João tentou mostrar-se capaz a fim de nos enganar”. Afim [junto] é um adjetivo que significa “igual”, “semelhante”. Passa a ideia de afinidade. Observe: “O professor e o aluno tiveram comportamentos afins durante a realização do congresso”. Fácil, não! Na próxima edição falarei de outros lusocídios. Aguardem! Sugestões, escrevam para o e-mail decodetroia@hotmail.com.

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miscellanea FOTOS: DIVULGAÇÃO

FÉ NA ESTRADA

Muladeiros do Distrito Federal fazem peregrinação religiosa com destino a Bom Jesus da Lapa Religiosidade e aventura. Esses são os pilares que movem os muladeiros há 10 anos. A proposta é conhecer os pontos turísticos religiosos do Brasil, montados no lombo de mulas. No dia 4 de maio, a Comitiva Kalunga, de Planaltina, Distrito Federal, chegou ao município de Bom Jesus da Lapa, a capital baiana da fé. A viagem começou no dia 28 de abril e passou por diversas fazendas da zona rural de Santana, dentre elas, a de Tyago Queiroz, que recebeu a comitiva com uma missa improvisada, mas nem por isso sem fé. Para ele, a experiência foi singular, principalmente pelas amizades que foram construídas. Uma grande estrutura foi montada pensando no conforto de muladeiros e animais. A cada hora de trajeto a comitiva para por 15 minutos para garantir a resistência do animal. Além disso, três caminhões acompanham todo trajeto, carregado de bagagens e transporte dos animais para trechos de asfalto. Valdson Gontijo, vice-presidente da Comitiva Kalunga, ressalta que além de promover uma grande confraternização, o grupo mantém o objetivo de preservar o catolicismo, sempre evangelizando. Sr. Vicente Cesário é o mais velho dentre os 34 muladeiros da Kalunga. Ele conserva o respeito ao padroeiro da comitiva, São José, e também à Nossa Senhora Aparecida, lembrança que ganhou dos baianos. “Foi um presente do Oeste da Bahia que agora levaremos por onde formos nesse imenso Brasil”.

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MAI/2012


NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

AGORA É LEI: todo

Garantir aos cidadãos brasileiros acesso aos dados oficiais do Executivo, Legislativo e Judiciário, é o objetivo da Lei de Acesso à Informação que entrou em vigor no dia 16 de maio. Com a lei, o cidadão pode solicitar a informação sem necessidade de justificativa. De acordo com a CGU, são estabelecidas regras claras e procedimentos para a gestão das informações. Cada órgão público terá um Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) para garantir a transparência dos dados públicos. Com isso, o Brasil passa a compor, com outros 91 países, o grupo de nações que reconhecem que as informações guardadas pelo Estado são um bem público. Além dos gastos financeiros e de contratos, a lei garante o acompanhamento de dados gerais de programas, ações, projetos e obras. Os links nas páginas do governo federal que dão ao cidadão pleno acesso às informações são identificados por um selo em forma de balão amarelo de quadrinhos, com a letra “i” em verde. Além de órgãos e entidades públicas dos três níveis de governo, as autarquias, fundações, empresas públicas e entidades privadas sem fins lucrativos que recebem recursos públicos devem colocar as informações à disposição do cidadão de forma gratuita. Antigamente, o cidadão só podia solicitar informações que lhe diziam respeito. Cabia à chefia dos órgãos decidir sobre a liberação dos dados. Segundo a cartilha da Controladoria-Geral da União (CGU), feita para informar aos servidores sobre a nova lei, na chamada “cultura do segredo”, a informação era muitas vezes retida ou até perdida. O servidor público que se recusar a fornecer informação requerida, a fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa e impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente.

ROSA TUNES

cidadão pode acessar informações ‘oficiais’

INAUGURAÇÃO

Bacia do Rio Corrente cria Academia de Letras e Artes Os eventos de cunho cultural a cada dia conquistam novos espaços e reconhecimento na região Oeste. No dia 27 de abril, na sede da Filarmônica 6 de Outubro, em Santa Maria da Vitória, foi realizada a solenidade de inauguração da Academia de Letras e Artes do Território da Bacia do Rio Corrente, a ALA, que abrange 11 municípios do Oeste baiano. O evento foi presidido pelo Prefeito de Santa Maria da Vitória e conduzido pelo sociólogo e escritor Clodomir Morais que, aos 20 anos de idade, em 1949, ingressava na Academia de Letras da cidade de São Paulo. Dentre os patronos podemos destacar Raymundo Sales, de Correntina, fundador do quinzenário Jornal Batuta, em 1926; o musicista Lauro Sobral, regente da Filarmônica 6 de Outubro e do Jazz Bagaceira; o alfaiate Antonio Carvalho,“príncipe” das confecções masculina da região de Santa Maria da Vitória; e o artesão Francisco Biquiba de Lafuente Guarany, reconhecido nacional e internacionalmente pela criação das imponentes carrancas. A proposta é que através da ALA seja possível emplacar projetos de valorização e resgate cultural, pesquisas socioeconômicas e exploração consciente do turismo. MARCO ATHAYDE

MÚSICA

Festival em Santa Maria vai do Punk Rock ao Heavy Metal As camisetas pretas e os cabelos compridos tomaram conta da noite de 5 de maio em Santa Maria da Vitória com a realização da segunda edição do festival Rock dos Afonsos. O cast das bandas que se apresentaram viajou do Punk Rock tradicional das bandas Vômitos e Monalisa Overdriver, ambas de Barreiras, o hardcore da Head Stock, o heavy clássico da Road Warriors e o death black metal da Hellraises, as três de Santa Maria. Durante todos os shows os headbangers deram um show a parte, cantando as músicas apresentadas e curtindo o evento na mais perfeita paz e harmonia.

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Anel e brincos em ouro 18 kt com diamantes. Preços sob consulta! Tel.: (77) 3628 2054

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Av. Paraíba, Qd 23, Lt 13 - Centro - Luís Eduardo Magalhães (BA)


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EXCLAMAÇÃO

@ituau_Karine karine.beniciomagalhaes

por KARINE MAGALHÃES

KARINE MAGALHÃES é consultora de moda, trabalhou na renomada Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também em cerimoniais com Cristina Gomes. Atualmente faz consultoria de moda para r.A e Uaumais.

www.uaumais.com.br/ituau

Street Style A CALÇADA É A NOVA PASSARELA FOTOS: REPRODUÇÃO

Casaco virou acessório Usar o casaco sobre os ombros é uma das fortes tendências da temporada de Inverno, dando um toque no visual por cima da produção.

A volta do Scarpin Inspirados nas décadas de 50 os scarpins surgem com detalhes inusitados deixando o visual elegante e classudo.

Sneaker virei fã!

Quer montar um look cool e descolado, aposte nessa ideia!

Santa Lolla

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miscellanea LANÇAMENTO

RECONHECIMENTO

Catálogo reúne discursos do exgovernador da BA Abril de 2012, marca o início das comemorações do centenário de nascimento do ex-Governador da Bahia, Antônio Balbino de Carvalho Filho. No dia 23 de abril, aconteceu uma sessão solene, com apoio do Centro de Memória dos Governadores, Fundação Pedro Calmon e Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, que contou com a participação de representantes públicos, OAB, imprensa, família e amigos. Através das falas do ex-governador Waldir Pires, Professor Ubiratan Castro, Professora Ana Maria Assumpção e do neto Antônio Balbino, os presentes puderam conhecer algumas particularidades deste homem que dedicou 40 anos de sua vida ao serviço público. Quem quiser conhecer mais da história de Balbino pode, por exemplo, ler o discurso que fez ao assumir o cargo de Ministro da Educação, em 1953. Um Catálogo Comemorativo, organizado pela neta Tsylla Balbino e a jornalista Thiara Reges, destaca os momentos marcantes da vida de Balbino através de fotos, telegramas, correspondências, recortes de jornal e discursos. “É uma obra de livre interpretação. Organizado em ordem cronológica, reunindo textos e imagens, cada pessoa pode fazer uma livre interpretação de quem foi o homem Antônio Balbino. São 40 anos dedicados à política, educação e ao social. Acredito realmente se tratar de uma rica fonte de inspiração aos políticos que hoje, infelizmente, tão pouco demonstram ter a oferecer”, destaca Thiara Reges. O Catálogo Comemorativo está disponível para consulta na Biblioteca Antônio Balbino, na Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. FACULDADE

Congresso promove integração entre sociedade e acadêmicos Barreiras recebeu nos dias 9,10 e 11 de maio a décima edição do Congresso de Iniciação Científica, o CIC, com tema “Ética, Ciência e Produção”. Promovido pela FASB, o evento contou com mais de 60 atividades, entre palestras e minicursos. As atividades mais esperadas foram as palestras de Roberto Martins Figueiredo, o “Dr. Bactéria”, Biomédico famoso por seus quadros em programas da Rede Globo e Record, e a palestra de encerramento com o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Horácio Raymundo de Senna Pires.

Ilustrador da r.A é destaque em revista sobre jornalismo O jornalista paraibano Júlio Cesar Gomes de Oliveira, responsável pelas ilustrações da r.A, inclusive as publicadas na capa da edição passada, é um dos destaques da Revista Imprensa deste mês. Na seção Portfólio, o artista apresenta sua habilidade em cartuns, charges, edição e manipulação digital de fotografia e infografia. Hoje, além de oferecer uma nova “paleta de cores” e humor a algumas páginas da r.A, ele faz frilas. Na entrevista, ele relembra: “Minha mãe conta que eu não podia ver um lápis e uma folha de papel. Quando não estava com um pedaço de telha ou gesso desenhando no quintal”. Júlio César trabalha profissional com ilustração e humor gráfico desde 1994.


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trends and news

Doce Café, REINAUGURAÇÃO

MAIS IRRESISTÍVEL O que já era bom ficou ainda melhor. No dia 10 de maio, o Doce Café inaugurou seu novo ambiente, mais amplo e com maior comodidade para seus clientes. O novo espaço possui uma confortável área externa projetada especialmente para quem quer apreciar um delicioso café na companhia de um (a) amigo (a) ou namorado (a), ou ainda degustar algumas das guloseimas que fazem parte do seu cardápio. Inaugurada em 2007, o Doce Café se tornou referência em bom atendimento e uma excelente opção para quem tem bom gosto em Luís Eduardo Magalhães. Após quatro anos atendendo em um espaço limitado, era chegada a hora de uma mudança para uma área maior. “O espaço ficou pequeno, precisávamos criar uma alternativa para nossa clientela. Muitos clientes já nos cobravam um local maior e com mais conforto”, comenta Anna Paula Bueno, sócia-proprietária.. Quem visitar as novas instalações do Doce Café não vai se arrepender. “Foram meses cuidando de cada detalhe para que tudo desse certo e pudéssemos oferecer o melhor para nosso cliente. Esse é o resultado de muito esforço e carinho”, explicam os sócios Inacio Mayer Bueno e Roseney Bueno.

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ANTON ROOS

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Funcionamento De segunda a sexta: 13h30 às 20h30 Sábados: 14h às 20h30 Feriados: 15h30 às 20h30


texto ANTON ROOS fotos DIVULGAÇÃO

TIZZIANA OLIVEIRA

INFORMAÇÕES

DOCE CAFÉ Rua Rui Barbosa, 1641 (esquina com a rua Rondônia) Centro - Luís Eduardo Magalhães (BA) (077) 3628.4714


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trends and news DECORAÇÃO

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revisited DECORAÇÃO

1 Tulipas permanentes; 2 Telefone retrô com acabamento em aço escovado; 3 Luminária escultural indoor; 4 Aparador clássico com tampo em madeira de demolição; 5 Quadro São Francisco em madeira com entalhes manuais...

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Reconhecida no mercado por seu completo mix de luminárias com design sofisticados e modernos, atendendo aos mais diversos e exigentes projetos de iluminação, a Exclusive amplia sua linha de produtos e traz objetos de decoração e pequenos móveis garimpados com todo o cuidado para dar um toque de requinte e bom gosto aos ambientes. Repleta de objetos de desejo nacionais e internacionais, a Exclusive é um ponto de encontro para clientes e profissionais que apostam numa decoração inovadora e única.

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6 Espadas decorativas; 7 Relógio pêndulo cromado; 8 Gotas assimétricas douradas com espelhos bisotê; 9 Vaso em madeira e minitroncos filetados; 10 Esculturas andarilhos; 11 Barco a velas...

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ILUMINAÇÃO

12 Pendente lanterna em aço cromado; 13 Lustre Belle Epoque ouro velho com cristais; 14 Pendente Umbrella em acrílico e interior plisset; 15 Pende space com vidro opalino e cabos vermelhos; 16 Pendente ninho

INFORMAÇÕES EXCLUSIVE Praça Coronel Antônio Balbino, 118 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.3311

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moda mulher: Dress

dress

iões e para todas as ocas u como tendência de en bém re rp tam e su qu no , er e com os pelos O brilho neste inv aos m jacquard, couro co ios ia br on só ns rm to ha os ita e entra em perfe istura ao ouro m se ata pr das O . sa ão pe da estaç texturas são peças chaves rfeitamente com as pe m sa ca ess ez dr s uid ca fl ar e a an. A multim metalizados. A levez estilo working wom o do e liza ad lid rea r, na pa cio ím ra ensaio mostrando com ima da moda em um ). hia Ba s, ira re ar apresenta essa máx (B a Água Doce na graciosa Fazend

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consultoria de moda KARINE MAGALHÃES fotos C.FÉLIX

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moda homem: Dress

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Ficha técnica

LOJA: DRESS // STYLING: KARINE MAGALHÃES // MAKEUP HAIR: WELBER MAIA // BIJOUX: MAISON CAROLINE // ÓCULOS: ÓTICAS DINIZ // SAPATO E CLUTCH: SANTA LOLLA // ASSISTENTES: ANNE STELLA E THIARA REGES // MODELO: LARA NOVAES // DIREÇÃO e FOTOGRAFIA: C.FÉLIX // LOCAÇÃO: FAZENDA ÁGUA DOCE // AGRADECIMENTOS: SERTANEJA EMPRESA AGROPASTORIL S/A

INFORMAÇÕES DRESS Rua Dr. Abílio Farias, 195 - Centro - Barreiras (BA) (77) 3613.2609

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LOTEAMENTO CIDADE UNIVERSITÁRIA II

Padrão em qualidade de vida Ruas largas e uma ampla área verde e de lazer. Assim será o loteamento Cidade Universitária II, extensão do bairro criado em 2005 e que se tornou referência em qualidade de vida para a população de Luís Eduardo Magalhães. Planejado nos mínimos detalhes, a extensão do loteamento está dividida em 25 quadras, sendo 16 residenciais, duas para equipamentos públicos e espaços comunitários e sete reservadas a área verde. No total, são 813 lotes, sendo 202 multi-residênciais, 410 uni familiar, e 201 mistos. Os lotes serão José Walter, diretor

a partir de 200m². “O processo demorou um ano e envolveu estudo, pesquisa e muito trabalho. O loteamento foi projetado pensando na circulação das pessoas, na qualidade de vida, com ruas largas de 15 metros, sendo 9 de rolamento e 3 de calçadas de cada lado”, disse Rodrigo Ferreira, um dos sócios.

Rodrigo Ferreira, parceiro

Uma preocupação dos responsáveis pelo loteamento é evitar que os veículos transitem pelas ruas em alta velocidade. Segundo Ferreira, o Cidade Universitária II é um excelente lugar para morar e seus moradores vão poder transitar com toda tranquilidade. “Tomamos todas as precauções para que os carros não trafeguem em alta velocidade”, acrescenta. Assim como o Cidade Universitária I, sua extensão trabalha com o mesmo padrão de qualidade, com uma

Victor Ricardo, parceiro

infraestrutura capaz de proporcionar as famílias um local agradável para se morar e criar seus filhos. O nome do bairro é uma referência a proximidade da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira.

PLANTÃODEVENDAS: (77) 9118.3173 ou 9124.1524 LUÍS EDUARDO MAGALHÃES (BA)


segurança

É melhor

PREVENIR Proteção. Há oito anos no mercado, empresa especializada em segurança patrimonial tem nova sede e abre filial em Luís Eduardo Magalhães texto THIARA REGES fotos C.FÉLIX

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O sócio-administrador Ricardo dos Santos destaca que a empresa tem investido em equipamentos sofisticados e treinamento de pessoal para atender melhor o cliente

egurança. Tema cada vez mais frequente na Bahia ganha destaque sobretudo em ano de eleições. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado apontam uma queda de 19,2% nos roubos em residência (no comparativo entre 2009 e 2010), o que não representa qualquer calmaria. Em janeiro de 2012, durante a greve da PM, foram registrados 115 assassinatos, mais que o dobro da média habitual do Estado. Com intuito de prevenir, a população investe em sistemas de proteção patrimonial. Há 8 anos no mercado, Ricardo dos Santos Nascimento, sócio-administrador da Proteção, destaca que a empresa é muito procurada por proprietários de empresas e de residências, para implantação dos sistemas de alarme. “Temos uma equipe trabalhando 24 horas. No caso de um sinistro, o alarme é acionado. Imediatamente, enviamos uma equipe tática que se dirige ao local, agindo com precisão. Havendo a necessidade, a polícia civil e/ou militar é comunicada”, ressalta Ricardo. A novidade da empresa é o Protesat, um sistema de rastreador e localizador veicular. “Nos últimos anos, investimos em tecnologia, adquirindo novos equipamentos e implantando o rastreador via satélite. Dispomos de uma qualificada equipe de colaboradores com suporte de duas viaturas e 10 motocicletas. Nossa proposta é a proteção, mas caso aconteça um sinistro temos que estar preparados para garantir que as providências sejam tomadas de forma mais cômoda para o cliente”, afirma o administrador.

INFORMAÇÕES PROTEÇÃO Rua 26 de março, 241 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3612.0202 / 3611.6935 Rua Paraná, s/n - Centro - Luís Eduardo Magalhães (BA) (077) 3628.2858 atendimento@protecao24h.com.br

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JOVEM

EMPREENDEDOR

Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfil dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

NOME

MAURICIO RAMOS SANTIAGO IDADE 22 anos FORMAÇÃO ACADÊMICA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS EMPRESA GRUPO JUSAMA CARGO Sócio proprietário

NOME

JULIANA RAMOS SANTIAGO IDADE 26 anos FORMAÇÃO ACADÊMICA MESTRE EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS EMPRESA GRUPO JUSAMA CARGO Sócio proprietário

SUCESSÃO FAMILIAR

na teoria e na prática

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texto LUCIANA ROQUE foto C. FÉLIX

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A composição do nome da empresa JUSAMA já indica que a família foi o alicerce do empreendimento: JU de Juliana, SA de Samara e MA de Maurício. Esses são os três filhos de Deusdete e da Maria Aparecida que se profissionalizaram e, agora, tocam o negócio familiar com dedicação incondicional. Desde muito jovens, Maurício e suas irmãs começaram a trabalhar com os pais, realizando atividades que não envolvessem grandes responsabilidades, mas despertando o apego ao trabalho, o que os ensinou a valorizar cada conquista da família. Maurício concluiu a graduação no curso de Administração e, Juliana, em Economia, com mestrado em Administração. Ambos pela Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Agora, a empresa, que há 26 anos atua no comércio de Barreiras e há 16 em Luís Eduardo Magalhães, se prepara para a sucessão familiar e expansão. “Os primeiros meses foram de avaliação e análise do processo da empresa. A partir dos conhecimentos adquiridos na faculdade identifiquei onde poderia realizar algumas mudanças, no sentido de otimizar a administração. O resultado tem sido positivo”, destaca Maurício Ramos Santiago. A Jusama adota a política de promoções para que o funcionário cresça e permaneça na empresa. A maioria dos funcionários inicia as atividades na expedição, recebimento e entrega de mercadorias, assim eles conhecem a linha de produtos, têm contato com os clientes, se identificam com a empresa e conquistam novas ocupações, como é o caso de vendedores com mais de 15 anos de empresa. “Valorizamos cada funcionário e ele conquista seu espaço, alinhando o que ele quer e o que a empresa pode oferecer. Menos colaboradores e mais remuneração: o resultado é maior eficiência, com destaque para a qualidade e não a quantidade”, esclarece Juliana, ressaltando que, com um quadro de funcionários menor - antes 50 e agora 22 - é possível maior remuneração para cada colaborador. Os irmãos destacam a educação como um dos ingredientes para o sucesso nos negócios, sem esquecer tudo que aprenderam com seus pais. “Formação acadêmica é muito importante, mas é necessário também saber um pouco de tudo, tratar bem o cliente, o funcionário, ter um bom relacionamento. Saber lidar com os problemas e propor soluções, aliar teoria com a prática, compreender os limites, o tempo de cada coisa”, finaliza Maurício.

MENOS COLABORADORES E MAIS REMUNERAÇÃO: O RESULTADO É MAIOR EFICIÊNCIA, COM DESTAQUE PARA A QUALIDADE E NÃO A QUANTIDADE”


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JOVEM

EMPREENDEDOR

NOME

LUIS HENRIQUE RAFFLER IDADE 26 anos FORMAÇÃO ACADÊMICA 2º GRAU COMPLETO EMPRESA LH PEÇAS AGRÍCOLAS CARGO Gerente Comercial

O T N E M I D N O E D T A ENCIA ega tr R n e E e F d I D enor prazo

m e e d a qualid

texto / foto CÁTIA ANDREIA DÖRR

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Cento e cinquenta reais. Esse era o caixa quando Luis Henrique Raffler decidiu abrir sua empresa de peças agrícolas, em março de 2009. O sonho de ter seu próprio negócio surgiu cedo e ganhou força durante os anos de experiência, como funcionário. O primeiro emprego como garçom em uma lanchonete da cidade não envergonha Luis, hoje gerente de um grande empreendimento. “A melhor base para o sucesso está em começar pequeno. É como a fundação de um prédio, primeiro uma base forte para depois a construção”, comenta o jovem que iniciou o negócio de vendas de peças agrícolas no quintal da casa dos pais. “Foram três meses trabalhando em um espaço menor que dez metros quadrados até alugarmos um ponto comercial”, lembra. Após três anos de atuação no mercado de Luís Eduardo Magalhães, a LH Peças Agrícolas atualmente emprega quatro funcionários, entre administrativo e mecânicos. Com o apoio do pai Décio e da irmã Maria Carolina, no financeiro,

a empresa tem entre seus principais clientes o maior grupo produtor de algodão do Oeste baiano. “O primeiro ano de negócio não foi nada fácil, tínhamos pouco material para pronta entrega, mas, aos poucos, conquistamos e fidelizamos nossos clientes”, comenta Luis. A clientela, formada de grandes empresários do agronegócio, e a parceria com marcas consagradas só animam o gerente comercial, que está aumentando para seis o quadro de funcionários. Projeta, ainda, em um curto prazo, a construção da sede própria da empresa. “Hoje, não me vejo fazendo outra coisa, a não ser vendendo peças agrícolas”, aposta Luis. A lealdade comercial adquirida em três anos, segundo ele, está em atender o cliente com agilidade. “Nem sempre o melhor preço da cidade oferece a garantia de entrega imediata. O nosso foco é justamente este: atender com qualidade em menor tempo possível”, conclui.

A MELHOR BASE PARA O SUCESSO ESTÁ EM COMEÇAR PEQUENO. É COMO A FUNDAÇÃO DE UM PRÉDIO, PRIMEIRO UMA BASE FORTE PARA DEPOIS A CONSTRUÇÃO”

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JOAQUIM PEDRO SOARES NETO

No dia 26 de abril, o Supremo Tribunal Federal aprovou o sistema de cotas raciais nas universidades públicas. Três dias depois o médico psicanalista Heverton Campos Menezes fugiu após deferir xingamentos racistas contra a atendente do cinema que o repreendeu por furar a fila. Um passo à frente e outro atrás? Estaríamos andando em círculos na busca pelo equilíbrio social? Joaquim Pedro Soares Neto, 57 anos, engenheiro agrícola pela UFPB, professor, negro. Às vésperas de encerrar seu mandato de Diretor no Campus IX da Universidade Estadual da Bahia, o professor Neto defende a legitimidade da adoção de cotas para negros, mas completa: “não são só os negros que precisam de ajuda”. texto/foto C. FÉLIX

“Sou a favor das COTAS SOCIAIS” 48

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♥♥A adoção de cotas nas universidades é mais uma dívida histórica que o Brasil está tentando pagar? Primeiro, precisamos analisar os números: se você observar que um país tem metade da população negra e nas universidades o retrato é de cerca 90% de brancos e 10% de negros, tem alguma coisa errada. Eu considero as cotas importantes por isso. A Uneb foi uma das primeiras a adotar as cotas raciais, isso em 1996. Se dermos uma olhada na história, recentemente pessoas que foram torturadas na ditadura e entraram com ação na justiça foram indenizadas. Teve uma raça no país que foi massacrada, perseguida, escravizada, por que não ter uma compensação? Eu acho que é justo, mas sem segregação. Deveria ter também cotas para brancos pobres, não custa nada. Isso não coloca em dúvida o próprio sistema do vestibular? Não, porque mesmo que o candidato entre por uma pontuação mínima, que pode não ser, pois concorreu com seus iguais. Na Uneb, para entrar pelo sistema de cotas, tem que ser negro e estudar em escola pública. Nós temos um trabalho de pesquisa na universidade que revela que as notas dos cotistas são iguais e até superiores às notas dos não-cotistas. Portanto, quando ele entra na universidade, ele se agarra na oportunidade às vezes com mais vontade de aprender e chegar ao final que o não-cotista. Como lidar com a situação do candidato não cotista, que não entrou na universidade mesmo tendo melhor pontuação que um candidato inscrito pelo sistema de cotas? Isso é complicado pra explicar; ele não é cotista, pois teoricamente estudou numa escola melhor, então ele concorre com os candidatos que estudaram também em escolas melhores, não com aqueles que estudaram em escolas públicas. Não estou afirmando que escola pública é sempre ruim, mas o ensino da escola pública é duvidoso. Não é culpa do professor; falta estrutura, salários baixos. Uma série de coisas que faz com que o ensino não seja de qualidade. Se o candidato não cotista ficar chateado, deve ficar com ele mesmo, pois concorreu com pessoas que estudaram em boas escolas, assim como ele. E no caso de candidatos brancos, mas que estudaram em escola pública, não deveriam concorrer como cotistas? Não seria mais justo cotas sociais nas universidades? Interessante. É um ponto questionável. As cotas para negros são justas, mas existe o branco pobre que está lá na periferia, que precisa de uma ascensão. Se ele tem um parente negro ele é da raça negra. A cota para negro é autodeclarada. O candidato branco, que se declarar negro, e alcançar o resultado no vestibular, será aceito desde que tenha estudado em escola pública. Sou a favor de cotas sociais. O aluno que estudou a vida inteira em escola pública

deveria ter direito a cotas. Antigamente, nas universidades públicas, a maioria era de pessoas com boa condição financeira, o vestibular muito difícil e poucas vagas. Neste caso, precisava ter seleção mesmo, já que não tinha vaga pra todo mundo. Eu acho que nem deveria ter vestibular, deveria ser pela massificação: você terminou o ensino médio e a universidade está disponível para continuar os estudos. Seja pública ou particular. O governo faz um sistema através de empréstimo ou bolsa, e estuda quem quer estudar. O Enem vislumbra isso? Acho que sim. O Enem procura onde tiver vaga e direciona o aluno. As universidades têm problemas de vagas ociosas. O candidato se matricula e onde tiver vaga ele pode ir e isso é bom, pois preenche essas vagas ociosas em todo o país. As cotas precisam ser permanentes? Não precisa que isso seja permanente, deve durar pelo menos uns 30 anos. O país vai crescer, vai levar todo mundo pra uma condição melhor de vida, as escolas públicas devem melhorar. Assim que igualar o ensino da escola pública com o ensino da escola privada não vai ter necessidade de sistema de cotas, todo mundo vai estar na mesma condição. A expansão da interiorização do ensino superior no país vai contribuir de que forma para o desenvolvimento regional? Foi uma das melhores coisas que aconteceu no país ultimamente. Pode-se observar quantas cidades cresceram graças a implantação das universidades, como Viçosa, Campinas. Nossa terra [Campina Grande, Paraíba] é hoje é um centro tecnológico do país. Cheguei em Barreiras no ano de 1987, e nos últimos quatro anos estive à frente da Uneb, participando do crescimento dessa região. Estimo que haja 10 institutos de ensino superior aqui e isso é um número relevante, dá uma agitação na economia, imóveis alugados, setor de serviços e alimentação, além do próprio investimento que as universidades fazem. Nos últimos quatro anos foi feito investimento de R$ 4 milhões na Uneb. É pouco? É, mas foi gasto aqui dentro de Barreiras: é mão de obra, empregos; a Fasb investiu, a Ufba, o Ifba. Tudo isso movimenta a economia da cidade. Os políticos devem olhar as universidades não só como parte da educa-

O SISTEMA DE COTAS PARA NEGROS NÃO PRECISA SER PERMANENTE, DEVE DURAR PELO MENOS UNS 30 ANOS. O PAÍS VAI CRESCER, VAI LEVAR TODO MUNDO PRA UMA CONDIÇÃO MELHOR DE VIDA, AS ESCOLAS PÚBLICAS DEVEM MELHORAR. MAI/2012

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JOAQUIM PEDRO SOARES NETO

» ção, mas também pelo lado econômico. Você vai ver o que Barreiras vai ser daqui a 20 anos.

Há uma contradição: tem grande número de alunos, um bom número de universidades, mas tem pouca mão de obra disponível. Em quanto tempo dá pra resolver essa questão? Isso não é um trabalho de dois ou três dias. A Uneb está na região há 30 anos. O foco é na área educacional para resolver esse problema e já conseguimos grandes avanços. Com a chegada da Ufba, trabalhando fortemente a parte tecnológica, e agora também a Fasb e a Uneb, daqui a uns 10 ou 15 anos nós teremos aqui uma mão de obra qualificada. Temos que lembrar que com o término do científico, dos cursos técnicos em contabilidade e agrícola, houve uma regressão. O ensino médio regrediu. Hoje, o próprio Estado está percebendo a importância de incentivar cursos técnicos, pois o aluno sai mais preparado pra trabalhar, já sai da escola com uma profissão. O que é até uma forma de tornar a escola mais convidativa. O aluno estuda de manhã e tem um estágio remunerado de tarde. Você acha que o brasileiro é racista? O que é pior, o racismo evidente ou o velado? É. É um racismo diferenciado do racismo americano. O americano é bem claro. O brasileiro é racista sem demonstrar. Faz o racismo subterfugiadamente. As duas formas de racismo são péssimas. Às vezes, a pessoa vê um cara negro na rua de madrugada, e fica preocupado, acha que todo marginal é negro. O caso do doutor Heverton Campos Menezes é lamentável. Talvez até estudou em escola pública, paga com nosso dinheiro, e agride uma pessoa que está trabalhando. O Brasil vem crescendo, melhorando seus índices e, mesmo assim, ainda aparece uma pessoa aparentemente, de boa condição intelectual, preconceituosa. O negro atualmente representa que papel na economia do Brasil? No meu tempo de criança era muito mais difícil chegar numa repartição pública e encontrar um funcionário negro. No meu colégio não tinha nenhum professor negro e eu estudava em escola pública. Hoje, tem diretor negro. Isso é uma evolução muito grande. Com as cotas, talvez daqui a uns 20 anos, o negro consiga ocupar muito mais espaço. Mas, ele sempre teve importância no desenvolvimento do país. Até na própria escravatura, quem trabalhou mesmo foi o negro, pra nós podermos hoje usufruir das riquezas do país. Hoje, nós compartilhamos o trabalho nesse país. Como eu disse anteriormente, já se avançou e vamos avançar muito mais com o sistema de cotas que vai levar a nossa raça a uma evidência maior. Não tenho números, mas temos dado uma contribuição muito grande na economia, na ciência, cultura desse país. 50

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O estilo e a sofisticação da Sierra Móveis chegou em Luís Eduardo Magalhães.

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DesignCenter

Distribuidor exclusivo da Sierra Móveis no Oeste da Bahia

MÓVEIS E DECORAÇÃO Luís Eduardo Magalhães (BA) Rua Rondônia, 270 - Centro (em frente ao Marmitex Vitória)

Barreiras (BA) BR-242, Km 001- Tel.: (77) 3612.4140 (saída para salvador)

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capa

Noemia e LĂŠia sonham em ter suas pinturas catalogadas e reproduzidas em gravuras para que mais pessoas tenham acesso a sua arte 54

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NO DNA

A arte cubista da pintura de Léia foi exposta na França, no famoso Museu do Louvre em 2010

A mãe é autodidata e não gosta da obra do holandês Vincent Van Gogh. A filha, uma entusiasta da pintura, seja em tela ou tecido. Ambas moram em Luís Eduardo Magalhães e já tiveram suas pinturas expostas no exterior, inclusive no famoso Museu do Louvre, em Paris, além de possuírem obras espalhadas por países como EUA, Portugal e Japão. Em conversa descontraída numa ensolarada tarde de segunda-feira, Noemia Schimitt e Léia Puton falaram da estreita relação que possuem com a arte, do sonho de catalogar suas telas para que mais pessoas tenham acesso e da falta de incentivo que ainda existe na região quando se trata da valorização dos artistas da terra texto ANTON ROOS fotos C.FÉLIX

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m 1947, Tapera (RS) ainda não havia se emancipado. Era praticamente uma colônia formada em sua maioria por imigrantes e descendentes de alemães e italianos, que tinham como principal atividade a agricultura. À época, era comum as meninas irem para o internato tão logo completassem a idade de 10 anos. Naquele ano, o retorno da irmã, então com 16, teve um significado especial na vida da pequena Noemia Maria. As novidades que a irmã mais velha trouxe na bagagem inquietaram a caçula. No internato, a irmã aprendera a arte da pintura e com ela trouxe um punhado de tintas, pincéis e algumas das suas peças. Era um mundo fascinante. Sem que os pais e os outros irmãos percebessem, Noemia, então com nove anos, pegou alguns tubos de tinta, pincéis e uma tela de madeira da irmã e se escondeu no último cômodo da casa. A primeira pintura foi uma paisagem.

“Parece que eu estou vendo hoje aquela paisagem, acho que vou ter de pintar ela de novo”, relembra, 65 anos depois, na casa da filha Léia em Luís Eduardo Magalhães. A pintura era uma reprodução do cenário de sua infância. Tinha a plantação de eucaliptos do pai, o potreiro dos bichos e o céu azul. “Achei muito bonito, os patos ficaram gordos”, continua bem humorada, embora confesse que a primeira das suas pinturas tenha se perdido com o tempo. Quando chegou a vez de Noemia ir para o internato ,o horário destinado as aulas de pintura tinha se tornado escasso. Mísera 1h por semana. “Quando pensava em começar a pintar, tocava a sineta e era hora de parar”, lembra. Não fosse pela interferência da mãe, Otília, talvez a pequena não tivesse estreitado o laço de intimidade com as artes e feito disso uma de suas grandes paixões. “Minha mãe pe-

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capa

» diu pras irmãs do orfanato me deixar pintar”, conta. Com mais tempo para se dedicar a pintura, não demorou para as freiras perceberem seu talento e começarem a encomendar pinturas, inclusive para presentear os padres. Noemia ficou quatro anos no internato das freiras. Quando estava em casa, sem ter onde pintar, ela e a irmã improvisavam. “Como eu e minha irmã não tínhamos tela pra pintar, pegávamos o fundo de umas caixas de veneno da época e usávamos como tela. Era uma espécie de papelão, a gente sofria pra pintar, mas ficava bem pintado”, relembra. Até o primeiro curso verdadeiramente de pintura que participou passaram-se 30 anos. Em 1977, as duas filhas mulheres, Léia e Caren, haviam recém-entrado na adolescência. As três foram para a sala de aula. Caren, a mais nova, para o curso de pintura em tecido, enquanto Noemia e Léia para a pintura em tela. Aquela altura, já com 40 anos, Noemia sonhava em poder também dar aulas de pintura e ensinar o que aprendera nas três décadas anteriores e sem ajuda de uma profissional. A professora foi a primeira a incentivar. Com um certificado na parede e uma dose de boa vontade, logo Noemia fechava sua primeira turma, com 15 alunas. “Eu lembro que a mãe muitas vezes ia dar aula e levava nós duas”, interfere Léia, hoje proprietária de um atelier de pintura em tela, tecido, gesso, MDF e arte francesa, montado em um anexo da casa onde mora com o marido e os dois filhos homens. Por pouco Noemia não enlouqueceu. Ela passou a respirar pintura. Em pouco tempo, a primeira turma com 15 alunas, passou para dez turmas com sete ou oito alunas cada. Em uma semana Noemia ministrava 300 horas de aula. “Não sei como estou viva hoje ainda”, brinca. Nem tempo para almoçar direito, às vezes, ela tinha. “Na mesa no horário de meio dia, eu olhava o relógio e sabia quando era hora de pegar a estrada. Uma vez no Opala eu botei 160. Quando cheguei, pensei: nossa que louca”, lembra, provocando risos na filha. A facilidade que tinha para aprender era tanta que algumas técnicas surgiram ao natural ou nos momentos mais inusitados. Certa vez, enquanto lavava roupa, teve o insight para reproduzir pequenas peças em telas maiores. “Eu tinha a gravura de um cachorro perdigueiro que tinha muita vontade em reproduzir em uma tela. O problema é que não fazia ideia de como fazer. Tinha visto algumas pessoas fazer uns quadrinhos, mas não sabia como aumentar. Eu lembro que estava lavando roupa quando me veio na mente aquele estalo: acho que é assim. Parei de lavar e corri pra cozinha. Fiz os quadrados em um papel celofane e marquei com números pra não esquecer. Voltei pro tanque e no outro dia pintei o cachorro. Ficou coisa mais linda”, recorda.

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Os quadros pintados por Léia e Noemia estão em todos os lugares da casa. Na cozinha, no corredor, nos quartos e na sala. O cafezinho passado na hora é servido em um bule de porcelana, também fruto da arte da mãe e filha. Aos 48 anos, Léia se prepara para participar da mesma exposição que em 2010 viajou o mundo com as vacas pintadas por artistas dos quatro cantos do globo. Esse ano será a vez do melhor amigo do homem ser o

protagonista. A artista luiseduardense conta que vai participar com dois cachorros: um buldogue e um dobermann. “As peças ainda não chegaram. A exposição atrasou um pouco, era pra ter acontecido nesse primeiro semestre”, relata. “Quero trabalhar algo voltado à sustentabilidade, estou pensando em usar algo com coadores de café em uma das peças. Na outra acho que vou retratar algo relacionado a nossa região”. A relação de Léia com a pintura sempre teve influência da mãe e da avó, que embora não pintasse, foi costureira por mais de 40 anos e era uma exímia desenhista. Com 10 anos foi para o mesmo internato que a tia e a mãe estudaram. Porém, quando chegou sua vez, as aulas de pintura não mais existiam e no ano seguinte o internato fechou as portas. Do primeiro quadro que pintou aos 13, a lembrança não é das melhores. “Minha primeira pintura foram umas margaridas em tinta acrílica, acho que era mais difícil que com tinta a óleo, que você consegue sombrear sem a tinta secar, o acrílico não, em questão de duas horas tá seco, tu tens de ser muito rápida pra não perder o material”, conta. “Foi traumatizante, tanto que hoje quando as alunas pedem pra fazer margaridas eu hesito e até brinco se não poderíamos fazer outra coisa”, diz aos risos. Antes de chegar à Bahia, Léia morou no Mato Grosso. Lá aproveitou os anos de experiência cuidando do restaurante do pai, trabalhou como auxiliar na cozinha da fazenda e aproveitou para dar aula de português para as crianças dos trabalhadores rurais. O pouco tempo que tinha para se dedicar à pintura ainda estava relegada a falta de material, já que a fazenda ficava cerca de 250 km da cidade mais próxima. “Um dia eu queria fazer um quadro espatulado e não tinha espátula. Peguei uma faca para fazer a pintura, tudo na base do improviso”, recorda. A vinda para a Bahia se deu três anos mais tarde, em 1988. Grávida da filha mais velha, Elisa, Léia e o marido Moacir Puton fixaram residência na comunidade de Bela Vista, distante 60 km da sede de onde anos mais tarde se formaria o município de Luís Eduardo Magalhães. Em junho daquele ano Noemia e Léia realizaram a primeira exposição em solo baiano, durante a exposição agropecuária de Barreiras. “Eu tava com um barrigão, passei mal até, aproveitava o dia para descansar atrás do estande”, conta. Na época, Dona Noemia ainda morava no sul. Ela e o marido Arceli vieram com o velho Opala lotado de pinturas em tela e em tecido para vender durante a feira. Depois disso, Léia continuou morando em Bela Vista. Foram 15 anos lá, até que Elisa estivesse em idade para fazer o segundo grau. Nesse meio tempo vieram Guilherme e Henrique, os outros dois filhos. Na Bahia, voltou a lecionar português na Escola Fábio Joner e até um jornal criou com ajuda dos alunos. “Aprendi muito dando aula, acabei gostando, a parte gramatical era a que mais gostava. Eu era muito rígida”, lembra. A vontade de voltar a pintar, no entanto, a fez desistir das aulas de português na escola de Bela Vista. Nem mesmo os frequentes convites para ser professora na sede do município a convenceram. O que Léia queria mesmo era pintar. “Ser professora me consumia muito. Queria trazer de volta o que eu tinha de berço que era a pintura”. A escola de artes nasceu acanhada, em uma sala construída especialmente para este fim na esquina do terreno da casa, mas que logo ficou pequena para o número de peças e de alunas que procuravam os cursos ali oferecidos. Abrir um negócio voltado para a arte, lembra Léia, era um sonho da mãe. “Eu MAI/2012

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sentia que a mãe queria mostrar mais o trabalho dela para as pessoas”, resume. A loja logo ganhou novo espaço. Dois cômodos, um para o material de pintura e afins e outro para as aulas práticas. “Já tá ficando apertado, logo vou ter de esticar a construção para o terreno ao lado. Meu sonho é ter várias salas para poder dar aulas, ter espaço para as alunas e para a loja”, pontua Léia. capa

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Era manhã quando o avião sobrevoou o rio Hudson, em Manhattan, Nova Iorque, após 12 horas de voo desde São Paulo. Léia e Noemia faziam sua primeira viagem para o exterior para expor suas telas. O ano era 2008. No roteiro, uma rápida passagem de um dia por Nova Iorque, onde uma semana antes algumas pinturas de ambas foram expostas e seis dias em Las Vegas, onde participaram do segundo Artexpo Las Vegas, no hotel Mandalay Bay. “Tudo o que eu penso que eu gostaria de fazer um dia, acontece. Eu sempre pensei em como seria bom se pudesse ir pra Nova Iorque fazer umas pinturas lá”, conta Noemia, que garante não ter sentido dificuldade em se adaptar a nova cultura e ao idioma. “Ah, eu me comunicava com todo mundo”, diz. “Falava em alemão e fazia gestos, todos me entendiam”, continua sorridente. A experiência fora do país abriu portas e gerou novas oportunidades. Atualmente, somando o currículo das duas são mais de 15 exposições dentro e fora do país e obras espalhadas pelos EUA, Portugal, Japão, França e Itália. Em 2010, Léia foi convidada a expor no Louvre em Paris, berço de alguns dos principais nomes da pintura, como Claude Monet e Pierre Auguste Renoir. “Pelo fato da gente não ter feito faculdade e estudado a fundo a história da arte, muitas vezes, a vida e obra desses artistas acabam não nos chamando tanto a atenção”, comenta, reforçando que para ela mais importante que o conhecimento sobre a vida e obra desses artistas é poder expressar na tela a realidade e aquilo que veem e sentem hoje, no dia a dia. “Eu fui pra Paris com mais duas artistas de São Paulo. Elas têm cursos de especialização em Artes Plásticas e se dedicavam a observar a fundo a arte desses artistas. Elas avaliavam e conversavam entre elas sobre as obras. Elas comentaram que quando você vai fazer o curso de artes, fazem os quadros por etapas. Elas não pintam tudo de uma vez. O céu, eles fazem uma camada, deixam secar. No outro dia fazer outra camada. A gente não faz assim, a gente começa

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A arte de mãe e filha em dois tempos: a Arte Francesa, paixão de Léia e a pintura em porcelana, especialidade de Noemia

FOTOS: ANTON ROOS

um quadro e já termina”, explica. Mesmo que não tenham estudado Artes Plásticas, tanto a mãe quanto a filha falam com propriedade sobre o trabalho que desenvolvem. A experiência adquirida com as exposições e o contato com outros artistas abriram um novo leque de possibilidades para ambas. Léia revela ser uma curiosa, está sempre procurando aprender novas técnicas, seja in loco, quando vai a Brasília ou quando está online navegando pela internet. Ela acredita inclusive que o brasileiro esteja dando mais valor à pintura. “O que é preciso trabalhar mais é que muitas vezes as pessoas valorizam mais um sofá, uma estante, e não valorizam uma tela. Um sofá tu compras numa loja e é fabricado em série, é difícil encontrar um móvel artesanalmente. Se tu fores avaliar por preço, uma obra de arte deveria valer mais que um sofá ou uma estante”, opina. A mãe complementa o pensamento da filha: “As pessoas que são criadas no interior não dão valor, compram uma estampa e ainda acham caro. Põe o vidro, uma moldurinha e pronto”. Léia aproveita o gancho e conclui o raciocínio. “Quantos anos dura uma estampa, um sofá, uma estante? As pessoas trocam um sofá a cada três ou quatro anos. Um quadro pintado dura até 100 anos. Dá pra ver pelos quadros de Monet, Renoir, esses artistas famosos”. A chegada de Caren tira por instantes a atenção de Noemia que vai até a cozinha conversar com a outra filha. Enquanto isso Léia diz que no caso da mãe acha difícil ela voltar para a sala de aula, principalmente se for para um curso de Artes Plásticas. “Teria de ir pra São Paulo ou Brasília. Pro nosso currículo seria interessante. Quando a gente lê o currículo de outros artistas nos anuários que a gente participa percebe que a maioria tem cursos de nível superior de artes. Pra gente seria importante para o aperfeiçoamento. O problema é a dificuldade logística”, aponta. Mesmo assim, Léia prefere manter as portas sempre abertas para esta possibilidade. “Sempre que vou pra Brasília aproveito pra me especializar. Quando você vai ensinar, você tem de ter algo diferente pra apresentar. Não dá pra parar. Sempre surgem materiais diferentes, se você não procurar aprender sobre tudo isso, pode fechar o atelier. As pessoas querem novidade”, resume.

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para por alguns segundos antes de responder o que é mais fácil: reproduzir uma peça ou pintar uma tela da própria imaginação. A resposta, quase uma declaração de amor àquilo que fez na maior parte da vida. “Eu gosto de tudo. Desde criar um desenho no tecido a reproduzir uma figura”, sintetiza. Ativa, a senhora de 74 anos (N.E: Dona Noemia completou 75 no dia 19 de maio) hoje apenas ajuda Léia com as aulas quando há muita procura ou muitas alunas. “Dar aula para muitos alunos é difícil. Às vezes, alguém pede: quero pintar uma bailarina. Ai você mostra como fazer pra começar e quando volta, esse aluno já rabiscou e aleijou a pintura”, conta, lembrando-se principalmente dos primeiros anos ensinando pintura em tecido na década de 1970, quando chegou a ter mais de 10 alunos em uma única turma. “Tu não podes deixar o aluno sair sem um acabamento”, completa. A conversa dá brecha para um novo questionamento, aparentemente simples: - O que é a pintura representa pra vocês? Novamente pensativa, Dona Noemia troca um rápido olhar com a filha antes de responder: “É um grande prazer. O tempo passa tão rápido, sabe?. Eu mesma sei minha idade pela certidão de nascimento e pelo espelho, porque não me sinto com 74 anos. Se fossem me perguntar eu diria que tenho uns 50 anos só, de tanto que eu pintei na vida”. Léia também responde. Cita a família. Tanto o marido quanto o pai nunca deixaram de incentivar as duas a pintar. “O que me faz continuar trabalhando é o apoio que tenho da minha família, acho que ficar sem pintar não faria sentido”, pontua. O apoio que recebem da família, no entanto, não se estende para o lado de fora da casa. Falta incentivo para que os artistas da região sejam mais reconhecidos. “A nossa região tem muitos artistas de diferentes estilos, mas todos com uma grande capacidade. Falta um pouquinho mais de incentivo”, diz Léia, reforçando que existem muitos órgãos governamentais e da iniciativa privada que poderiam dar mais apoio. “Gostaria de montar uma associação pra gente conseguir mais fundos, unir os artistas da região, podermos ter uma voz mais ativa na hora de conseguir recursos para exposições, por exemplo”, decreta. “As pessoas valorizam o que é de fora. Não só nas artes. Mas acho que as pessoas poderiam valorizar mais o que é produzido aqui. Eu sei de empresários que poderiam adquirir nossas obras, mas preferem comprar de fora, e as vezes pagam até mais caro. A cidade tem condições. Às vezes, falta um pouquinho mais de interesse”, diz, referindo-se em especial à Luís Eduardo Magalhães, cidade que escolheu para viver e que não pretende deixar tão cedo. Na hora de falar de outros artistas que admira, Léia cita alguns desconhecidos do grande público, mas que possuem respaldo no meio, principalmente no eixo-sul do país: Paula Soares, Alexandre Reider e Davi das Rosas. Da Bahia, o destaque é Rosi Fernandes, natural de Guanambi. Entre os renomados, Monet encabeça a lista. Já o primeiro nome que vem a cabeça de Dona Noemia é o holandês Vincent Van Gogh, que curiosamente não a agrada em nenhum aspecto. “Eu não sei como ficou tão importante, pra mim ele não pintava nada”, finaliza, provocando risos gerais na sala.

Após voltar da rápida conversa com a outra filha, Dona Noemia MAI/2012

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esporte

XEQUE mate

Clube criado em 1997 com participação de 15 pessoas, hoje conta com uma diretoria atuante e um calendário de torneios fixo entre abril e novembro. Desde que se tornou obrigatória nas escolas, o número de enxadristas mirins aumentou em Barreiras, em muito, devido ao projeto Pró Xadrez que hoje abrange um público de aproximadamente 4 mil alunos matriculados em instituições de ensino médio do município texto ANTON ROOS fotos CÁTIA DÖRR

U

m grupo de crianças faz fila atrás da fita aguardando sua vez de jogar. Estão inquietas, conversam alto e exigem que Carlos Barros Rodrigues, presidente do Clube de Xadrez de Barreiras (CXB) fale mais alto que o normal. Integrante do clube desde sua fundação em 1997, o engenheiro mineiro anuncia o nome dos jogadores da próxima rodada de jogos do V Torneio Imprensa de Xadrez de Barreiras, disputado no dia 21 de abril, no Clube ABCD. É preciso ordem e uma dose extra de força de vontade para conter o ímpeto dos pequenos enxadristas.

Um voluntário, também membro do clube, auxilia a criançada a se posicionar e começar suas partidas. Eles são maioria no torneio, 48, contra 45 da turma préadolescente até 15 anos e 25 na categoria livre. Para uma manhã de sábado o número de participantes é considerado bom. Em 2011, Barreiras bateu o recorde baiano em número de participantes inscritos em uma única competição. Foram 241 na VI Copa Cidade de Xadrez. A expectativa é que esse número aumente esse ano (N.E: A edição da revista fechou no dia 21 de maio, cinco dias antes da realização da VII edição do torneio, durante as comemorações pelo aniversário da cidade).


Entre 2008 e 2010, houve um acréscimo de 201 enxadristas disputando os torneios organizados pelo clube. Se em 2008 foram 742 enxadristas, em 2010, esse número passou para 943. Uma das razões para esse aumento, segundo Carlos, deve-se a aprovação da Lei Municipal nº 846/2009, que instituiu nas Escolas Públicas de Barreiras, o programa Pró-Xadrez. Conforme a Lei, a prática do xadrez se torna obrigatória para os alunos da 5ª à 8ª série do ensino fundamental com carga horária mínima semanal de uma hora. Professor de xadrez nos cursos de matemática e educação física das faculdades da cidade, o engenheiro compara a prática do esporte a tomada de decisões que precisamos ter na vida. “O interessante do xadrez é a tomada de decisão. A cada jogada o jogador precisa analisar todo cenário. Não é automático ou aleatório. Uma vez tomada uma decisão, aquilo vai ter uma consequência. Se ele tocou na peça, é obrigado a jogar e vai ter de se readaptar a situação, assim como nas decisões que ele tem de tomar no dia a dia”, defende. “Para um jogador e principalmente um estudante, o ponto mais importante é a concentração. Ao mesmo tempo em que você está jogando, você desenvolve o raciocínio, uma série de conjecturas e análises antes de tomar qualquer decisão”, completa. O primeiro contato de Carlos com o xadrez se deu na adolescência, no interior de Minas Gerais. “No clube da cidade tinha um tabuleiro armado, aquele xadrez antigo de madeira e que criança na época não podia nem encostar. Isso já despertava a curiosidade. O lance de ser proibido e tal”, lembra o enxadrista, presidente do CXB desde 2006. O aprendizado aconteceu através de um colega, embora nenhum tivesse noção suficiente das regras do jogo. “Meu contato mesmo foi no tempo da faculdade, nas Olimpíadas Escolares, quando representava a equipe do curso de Engenharia”, continua. Encerrada mais uma rodada de jogos da turma Sub11, Carlos pega a prancheta e recomeça a chamada. É preciso atualizar os resultados e ajustar a tabela para os jogos da tarde. Enquanto repassa os números conta que depois que se formou permaneceu um tempo sem jogar. “Naquela época, se não tivesse duas pessoas não tinha como jogar, hoje você até no celular consegue praticar. Não precisa da presença física de um adversário. Pela internet você consegue desafiar jogadores do mundo todo”, explica. Outra característica do xadrez é não fazer distinção entre seus praticantes. Claudione Menezes da Silva, 27 anos, é um dos inscritos

Carlos Barros Rodrigues (esquerda) foi um dos responsáveis pela Lei Municipal nº 846/2009, que incluiu o xadrez no ensino fundamental e proporcionou a Rafael de Souza Assis, 20, participar do Campeonato Baiano de Xadrez, no qual foi duas vezes 5º colocado

na categoria livre. Sem movimento nas pernas, mesmo na cadeira de rodas ele enfrenta seus adversários de igual pra igual. “Hoje, eu sinto que sou mais ativo e evoluído”, conta o enxadrista. Claudione aprendeu o xadrez há 3 anos, através de um amigo, e desde então nunca mais parou de jogar. “Antes de conhecer o xadrez eu não tinha muito o que fazer, hoje posso jogar, participar dos torneios e manter minha mente ocupada”, explica. O amigo que ensinou o xadrez para Claudione é Rafael Souza Assis, 20 anos, que por duas vezes foi 5º colocado no Campeonato Baiano de Xadrez. “Ano passado quase fui vice-campeão”, conta, ressaltando que a disputa em Salvador é difícil, a concorrência é grande e o atual campeão é um jogador complicado para ser vencido. “Ganhar dele seria como um campeonato à parte”. Embora possa ser considerado o principal nome do xadrez barreirense na atualidade, Rafael encara o esporte apenas como um hobby. “O xadrez é um desafio mental”, resume.

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BARRA

REFERÊNCIA HISTÓRICA NA EDUCAÇÃO DO OESTE TEM UMA DAS PIORES TAXAS DE ANALFABETISMO DA REGIÃO E 44% DA POPULAÇÃO EM EXTREMA MISÉRIA texto/fotos C.FÉLIX

E

m inúmeras ocasiões, a escritora, educadora e historiadora Joana Camandaroba repetiu que Barra foi o berço da educação do Oeste. “Os pais mandavam os filhos vir estudar aqui”, contou a nonagenária no alpendre de sua cozinha numa manhã de setembro do ano passado em entrevista para r.A, quando se preparava para lançar o seu 5º livro, “Elementos Humanos que Fizeram a Barra no Passado”. Tempos depois, um AVC paralisou parte do seu corpo e silenciou sua voz, mas não sua memória, imortalizada em seus livros. Dona de uma lembrança privilegiada, Camandaroba sempre representou a opinião histórica da cidade. Opinião que, aliás, é compartilhada por muitos, a exemplo do bispo Dom Luiz Cappio: “Barra tem a tradição de um povo educado, povo culto. É uma tradição merecida, pois foi o berço da educação em todo Oeste baiano. Agora, estamos relegados, esquecidos”. Com 49 mil habitantes e um dos maiores municípios em extensão na Bahia – são 11.413 km2 -, Barra é uma das cidades mais antigas do Brasil. Foi elevada à condição de cidade em 1873. De lá para cá, muitas águas descidas do Rio Grande ao encontro do Velho Chico margearam a cidade. E apesar da abundância e riqueza das águas desses rios, 44,2% da população desse semiárido vive em extrema pobreza - no estado, são 17,2%. Das 11.525 famílias barrenses, 8.912 têm renda mensal de até R$ 140 - ou seja: 77% da população. Até março deste ano, o governo federal já havia transferido R$ 3,3 milhões para incrementar a renda de famílias cadastradas no Bolsa Família, programa condenado por Dom Luiz Cappio: “Enquanto a gente tiver essa maldita Bolsa Família que mantém o povo na escravidão, no cabresto eleitoral, não teremos desenvolvimento do cidadão”. O bispo sugere que tais recursos deveriam ser aplicados de outra maneira (ver entrevista ao lado). 64

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Discussão à parte, o número de brasileiros vivendo em extrema miséria caiu significativamente desde 1990, quando mais de 25,6% da população tinham uma renda domiciliar inferior a US$ 1,25 por dia. Em 2008, esse percentual caiu para 4,8%, mas é uma média incoerente com a realidade de municípios como Barra, cuja redução de pobreza tem outro ritmo. “Muitas coisas melhoraram, mas tem muita gente carente ainda, tem muita pobreza”, argumenta Almir Sebastião Costa Ferreira, secretário de finanças da Colônia de Pescadores, que tem 2,8 mil associados. Para ele, faltam alternativas eficientes para gerar emprego e renda e reduzir a pobreza. Na época da piracema, de novembro a fevereiro, a pesca é proibida, e o governo federal ajuda cada associado com um salário mínimo por mês. São quatro meses de um contingente significativo parado. “Fazer o quê? A cidade não oferece emprego”, justifica Ferreira, argumentando que a criação de uma cooperativa de reciclagem de lixo seria uma fonte de geração de renda interessante. Sem falar que ainda contribuiria para a preservação do meio ambiente.

O pescador Joaquim Francisco mora em um dos bairros mais pobres da cidade, em uma área vulnerável a enchentes, mas prefere não sair de perto do rio e reclama da falta de infraestrutura do local


OPINIÃO: DOM LUIZ CAPPIO

“Nossa política é muito atrasada” A r.A ouviu a opinião do bispo de Barra, Dom Luís Cappio sobre alguns temas importantes como desenvolvimento social, educação, infraestrutura e política. Confira os melhores momentos da conversa: Um cinturão ignorado A região do rio São Francisco, próximo à Chapada Diamantina, é uma região totalmente ignorada, desconhecida e à margem do processo de crescimento e desenvolvimento. Por ser uma região muito pobre, não se tem investimentos maiores e com isso então a nossa região média baiana tá sendo esquecida. Falta olhar para a nossa região com o olhar de desenvolvimento, estamos como uma salsicha no meio de dois pedaços de pão, espremida entre as duas regiões que crescem, se desenvolvem. Para desenvolver o aspecto social Em primeiro lugar investir em educação. Não em nível de quantidade. É muito importante que se construam prédios, mas se pense na qualidade. Eu acredito a médio e longo prazo no desenvolvimento sério se houver investimento na educação. Sem gente educada, preparada, se visar apenas o lado econômico, teremos apenas uma sociedade de dominadores, de senhores de escravos. Em segundo lugar, aproveitar as potencialidades do município. Nós temos o rio São Francisco. Enquanto todo o sertão por aí clama por água, nós somos cercados de água por todos os lados. Na frente o rio São Francisco, do lado o rio Grande e atrás as lagoas - e é uma água pouco aproveitada. Por exemplo, nós comemos frutas e legumes que vêm de fora. Toda semana chega caminhões de verduras e frutas quem vêm de regiões secas que cultivam com ajuda de poços artesianos, quando nós deveríamos ser um celeiro de frutas, verduras e legumes para toda a região. A ponte e o desenvolvimento Se nós tivéssemos essa ponte seria maravilhoso. A ponte é importante? É, mas antes da ponte, tem que ter um investimento na infraestrutura econômica que gere trabalho, emprego e renda pra justificar a construção da ponte, porque senão será uma ponte que vai ligar o nada ao nada. Política A nossa política é muito atrasada. A politicagem, os currais eleitorais, o processo eleitoral são feitos no esquema carrancista dos grandes

Educação

Um campus da Universidade Federal do Oeste vai ser instalado em Barra. Não se sabe precisar quando, mas desde que a notícia se espalhou, o sonho de um futuro melhor ganhou força. “Quando soube, foi uma alegria! Uma emoção! Eu acho que meu filho vai ter oportunidade”, declarou Walter Rodrigues, 37 anos, pai de seis filhos. Ele está no segundo casamento. É pescador. Aprendeu a arte com o pai, que aprendeu também com o pai. Apesar desse histórico familiar, Rodrigues preferia não confirmar o ditado “filho de peixe, peixinho é”. Queria outro futuro para os filhos. E com a vinda da universidade para Barra, então... No entanto, a cidade que ensinou o alfabeto à região Oeste não é mais a mesma. A taxa de 23,6% de analfabetismo da população com 15 anos ou mais é pelo menos duas vezes maior que a média nacional (9,7%). Felizmente os filhos de Rodrigues não

coronéis. Ano de eleição é terrível, se gasta muito com xingamento, perseguição, muita besteira. Nós precisamos evoluir politicamente. Os candidatos precisam apresentar projetos que falem daquilo que o povo quer ouvir, daquilo que nós podemos fazer pra melhorar a vida do nosso povo e não ficar naquela xingação, se ofendendo mutuamente. Vejo os comícios mais ou menos como aquelas arenas dos romanos, em que os gladiadores iam pra morrer ou matar. Isso é horrível, enquanto não evoluirmos politicamente e acabar com essa politicagem degradante, pequena, não vamos a lugar nenhum. Bolsa Família Eu louvo as campanhas de ajuda às pessoas necessitadas, seja devido as grandes tragédias, enchentes, enviando dinheiro, frentes de trabalho. Acho louvável, mas o Bolsa Família é terrivelmente atrasado, pois mantém o povo na escravidão da dependência. É uma outra maneira de fazer cabresto eleitoral. Dar Bolsa Família segura o povo politicamente. Pai de família não quer esmola, o brasileiro cidadão quer trabalhar e ganhar o pão da sua família com o suor do seu rosto. Agora passar o dia inteiro numa fila pra receber Bolsa Família é degradante, isso não desenvolve ninguém. Isso mantém uma mentalidade atrasada de dependência. Enquanto a gente tiver essa maldita Bolsa Família que mantém o povo na escravidão, no cabresto eleitoral, não teremos desenvolvimento cidadão. Ajuda concreta se dá na hora da necessidade, se esse dinheiro fosse aplicado na infraestrutura, emprego e trabalho e oportunidade para nossos jovens, isso sim seria um projeto de desenvolvimento.

fazem parte dessa estatística, que tem 12% de jovens analfabetos entre 10 e 14 anos. A universalização do ensino básico não chegou em Barra, ainda. A importância da educação para o desenvolvimento individual e social parece não ser unanimidade. A condicionalidade do Bolsa Família e a exigência do governo federal não têm sido suficiente para colocar crianças e jovens entre 6 e 14 anos na escola. Em 2001, 19 mil alunos se matricularam no ensino fundamental. Dez anos depois esse número caiu para 13 mil. Situação inversa aconteceu no ensino médio. Os matriculados passaram de 1.309 para 2.745. O que intriga, apesar de inúmeras e variadas explicações especializadas, é a repetição da descontinuidade do ensino nos municípios brasileiros: muitos alunos fazem o ensino fundamental e, muito pouco, o médio. MAI/2012

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DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS Barra Distante 644 km de Salvador via BA-052 e 336 km de Barreiras pela BA-161 e BR-242.

Oeste e Médio São Francisco

POPULAÇÃO

49.325 51% 49%

domicílios contam com 17,6% dos escoamento

DOMICÍLIOS

11.471

adequado.

São em média 4,28 pessoas por domicílio.

POPULAÇÃO RESIDENTE

domicílios têm coleta de lixo. 53,9% dos

8,9%

34,5%

com 60 anos ou mais

de 0 a 14 anos

A situação da cidade melhorou, reconhece Almir, da Colônia de Pescadores, mas ainda há muita pobreza: “A cidade não oferece emprego”

15,9%

de 40 a 59 anos

19,8%

de 25 a 39 anos

21,0%

de 15 a 24 anos

Número de matriculados no ensino fundamental e médio, nos anos 2001 e 2011

EDUCAÇÃO

19,0 mil

Fundamental Médio

13,3 mil 2,7 mil

1,3 mil 2001

2011

Recursos governo federal para a educação R$ 9 milhões

23,6% (7.635 pessoas)

2007 2011

23 milhões

R$

da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

Barra tem 100 estabelecimentos de ensinos, dos quais, um é voltado para a educação profissional e dois estão na rede privada. Apenas oito escolas oferecem ensino médio; das demais, com ensino fundamental, 72 estão na zona rural, onde a taxa de analfabetismo é bem mais acentuada: 29% do total. Apesar de se tratarem de ambientes formadores de cidadãos, as escolas de Barra dão o pior exemplo de inclusão social no que se refere a acessibilidade e atendimento educacional especializado (AEE). Somente três escolas atendem às necessidades de alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. Mas nenhuma oferece AEE. O acesso à internet e o uso de computador no ambiente escolar são muito precário ainda no interior do Brasil, explica Sávio Barreto. Cientista Político, Barreto, que coordenou uma pesquisa internacional com alunos do ensino médio no Brasil e Chile, aponta vários motivos para esse distanciamento da tecnologia nas escolas: falta investimento em equipamentos, internet com banda larga no interior e profissionais preparados. “Faltam disciplinas no ensino superior que abordem a didática com auxílio de tecnologia na formação de nossos professores. Salvo em algumas universidades, a grande maioria não faz essa abordagem”, explica. A questão é como qualificar os atuais professores para essa realidade deficiente. Das 100 escolas barrenses, somente nove têm laboratórios de informática, com um total de 150 computadores para o uso dos alunos, e apenas três oferecem acesso à internet. Isso dá em torno 107 alunos do ensino fundamental e médio por máquina. MAI/2012

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ELEIÇÕES 2012

» BARRA

Economia, infraestrutura

O município de Barra é extenso e o acesso a certas comunidades em alguns períodos do ano é quase impossível. Com 49 mil habitantes, o município tem maior concentração populacional na zona rural (54,5%). Entre 2000 e 2010, Barra teve um crescimento demográfico superior ao do país (1,18%), do estado (0,70%) e da região (1,08%): 1,24%. Contudo, o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF-2010) não passou de 0,50 e não ficou muito distante do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município de 2000, que era 0,59, média inferior ao verificado no estado no mesmo período: 0,72. O IDF, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, avalia a vulnerabilidade social, acesso à educação e ao trabalho, renda, desenvolvimento infantil e habitação; já o IDH, surgido do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, avalia a renda, educação e longevidade. Embora distintos, os dois índices usam alguns parâmetros iguais e são reveladores sobre a qualidade e condição de vida das populações. Com elevada taxa de analfabetismo e grande contingente na extrema pobreza, os índices de Barra não poderiam ser diferentes. Censo de 2010 do IBGE verificou que a coleta de lixo atendia só 53,9% dos domicílios e que apenas 17,6% tinham esgotamento sanitário adequado, situação que favorece o desenvolvimento de doenças e eleva os gastos públicos. Em 2009, a saúde recebeu recursos na ordem de R$ 3,67 milhões do governo federal e foi responsável por 14,9% das despesas do município. Como se fosse uma força independente, a economia de Barra parece ignorar os indicadores sociais negativos. Entre 2005 e 2009 o Produto Interno Bruto cresceu 66,8% (de R$ 88,4 milhões passou para R$ 147,3 milhões), índice superior ao do estado, que foi de 50,8%;. foram gerados 229 empregos formais (a maioria no comércio); a receita orçamentária passou de R$ 29,5 milhões para R$ 49,5 milhões (isso significa uma alta de 67,8% no período ou 13,82% ao ano) e o município passou a depender menos do FPM (era 35,86% e caiu para 29,58%). No entanto, a realidade desses números não é a mesma de Joaquim Francisco da Silva Campos, 57 anos, e de outros moradores do bairro São Francisco, antigo Carnaubinha, um dos mais antigos e pobres da cidade. O bairro fica à margem do Rio São Francisco, sofre com a falta de infraestrutura e não tem proteção contra cheias. “A prefeitura já quis tirar a gente daqui. Se a gente mudasse ia ficar muito longe dos barcos. A perversidade hoje é grande. Preferimos ficar.

PERFIL SOCIAL E ASPECTOS ECONÔMICOS

44,2%

PIB R$ 147,3

da população barrense vive em extrema pobreza.

milhões

R$ 88,4

milhões

9.681

famílias declararam renda per capita mensal familiar de até 1/2 salário mínimo (ref. nov/2011)

2005

2009

66,8%

foi a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto em quatro anos.

8.244

famílias, mais da metade do contingente populacional, recebem Bolsa Família.

Participação dos setores econômicos no PIB/2009

3,7%

Impostos

7,5%

Agricultura

9,8%

Postos de trabalho na administração pública

1.308 em 2004

"1.476 em 2010

Indústria

79%

Serviços

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS DA UNIÃO PARA O MUNICÍPIO

R$ 10,9 milhões

2007 2011

16,5 milhões

R$

Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

R$ 22,4 milhões

2007 2011

44,8 milhões

R$

Valor total dos recursos transferidos pelo governo federal para saúde, educação, saneamento, etc.

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

Mesmo correndo o risco das enchentes. Pelo menos a gente pode tomar conta das embarcações, colocar rede, jogar tarrafa a hora que quiser pra pegar o peixe e vender. E poder comprar o alimento dos filhos”, explica Santos, lembrando que neste ano umas quatro famílias tiveram que abandonar suas casas por conta de cheias do Velho Chico. “Eles podiam construir um cais aqui, pra água não ficar bulindo com a gente. Falta esgoto, calçamento, um ponto de lazer, uma praça, uma escola, melhoria nas casas. Que os governos olhassem mais pra gente. Só aqui tem uns 500 votos”, concluiu Campos, pescador e pai de 12 filhos.


O que dizem os pré-candidatos A partir dos dados gerais levantados pela r.A, foram elaboradas cinco perguntas. Antes de cada entrevista, o pré-candidato foi informado do espaço limitado e da necessidade da objetividade nas respostas.

Arthur Silva Filho (PP) Perfil: 58 anos, é engenheiro elétrico. Foi Secretário de Infraestrutura das duas gestões anteriores, foi engenheiro da COELBA, trabalhou 20 anos em Salvador, fui professor da UNEB.

O que significa plano de governo para um candidato?

É o rumo, o caminho a ser seguido pelo candidato. Em Barra temos o Plano Diretor Urbano que já dá um norte. O plano de governo é fundamental, pois é onde se encontra as propostas e o que você quer para o futuro da sua cidade.

Como reduzir a pobreza e gerar emprego e renda com os recursos naturais oferecidos pelo município?

Esse é o grande desafio, geração de emprego e renda com sustentabilidade, mantendo o meio ambiente. Barra está dentro de uma APA (Área de preservação Ambiental) que é uma das maiores da Bahia, desde a Serra do Estreito até Pilão Arcado, e qualquer empreendimento depende de licenciamentos complicados por conta da APA. Nós temos projetos de grande impacto ambiental. Por exemplo: a construção de uma usina de açúcar e álcool, uma das cinco maiores do Brasil em termos de produção, com geração de energia elétrica com a queima do bagaço da cana e também uma fábrica de polpa de tomate, de 25 mil hectares irrigados, por isso deve-se ter muito cuidado com o impacto para toda região. Serão implantados numa área chamada Baixões, na fazenda Boqueirão, fora da APA, mesmo assim há preocupação com a degradação do ambiente. Por isso é um desafio desenvolver e preservar.

É possível aliar desenvolvimento, qualidade de vida, sustentabilidade sem priorizar a educação?

A educação é o carro chefe de tudo. Na nossa administração a prioridade é a educação. Estamos trabalhando desde a criancinha recém-nascida, que é o caso da creche, até os cinco anos na pré-escola. Estamos passando de 95 crianças no início do nosso governo para 830 crianças na creche, em seguida o fundamental. O segundo grau, que até três anos atrás não tinha em uma única comunidade do município, que é um dos mais extensos da Bahia, hoje temos 11 comunidades da zona rural com segundo grau, além dos transportes disponíveis para os estudantes que moram em lugares de difícil acesso. Estamos implantando a Universidade Aberta do Brasil – UABE, numa parceria do MEC e o Estado. Trouxemos de volta a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, para capacitar os profissionais com os cursos de Pedagogia e Letras. Teremos ainda os cursos de Educação Física e Matemática. E a chegada da Universidade Federal do Oeste, que vai ser um grande reforço na educação.

A potência hídrica do São Francisco é aproveitada no seu limite?

Ainda é pouco aproveitada. Temos 400 quilômetros de margem de rio navegáveis, e nesse trecho apenas dois pivôs centrais. Tem um grupo de Israel que pretende implantar o biodiesel de mamona irrigada, desenvolvendo outras variedades com alta tecnologia. Temos projetos de piscicultura embrionários, mas estamos apenas começando. A terra é muito barata, é possível encontrar terras às margens do rio na média de R$ 400,00 a hectare, mas temos muito o que fazer ainda. Apesar da disponibilidade de água dos rios, temos um problema grave de seca no município, pois choveu muito pouco esse ano e tivemos que apelar para carro-pipa na região dos Baixões e alguns brejos secando por falta de chuva. É isso. Tem o rio de um lado e a cinco ou 10km o povo sofrendo com a seca. Esse é meu questionamento quanto a transposição do rio São Francisco. Primeiro tinha que valorizar o vale do rio São Francisco, resolver o problema de quem mora no vale.

Qual política social seu governo ofereceria para os jovens e idosos?

São duas áreas importantíssimas. Para os jovens, temos algumas parcerias com ONGs da cidade desenvolvendo alguns trabalhos através do CRAS e temos avançado em relação a isso. Como já falei, a educação é prioridade. Queremos implantar a educação integral e para isso já estamos construindo escolas com refeitório, que é uma forma de tirar os jovens das ruas e está com ele inserido no processo educacional. Com relação ao idoso, criamos o Conselho da Pessoa Idosa e temos feito um grande trabalho junto com a Secretaria de Ação Social, casado também com o programa Saúde da Família, que faz visitas domiciliares aos idosos, principalmente às pessoas acamadas, com médicos e dentistas indo nas casas. Também nas festas de São João e carnaval, sempre envolvemos o grupo de idosos nesse processo, além das viagens, como o carnaval antecipado em Ibotirama. Então, é uma linha que temos trabalhado e que precisa avançar mais.

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O que dizem os pré-candidatos A partir dos dados gerais levantados pela r.A, foram elaboradas cinco perguntas. Antes de cada entrevista, o pré-candidato foi informado do espaço limitado e da necessidade da objetividade nas respostas.

Deonísio Ferreira de Assis (PT) Perfil: 66 anos, técnico em contabilidade. Foi vice-prefeito e prefeito por dois mandatos consecutivos, de 2001 a 2008

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O que significa plano de governo para um candidato?

É um documento onde o candidato expressa toda a sua vontade política, sua capacidade administrativa de mostrar para a população aquilo que pode ser feito pelo seu município dentro de uma visão socioeconômica; educação, saúde, geração de emprego e renda.

Como reduzir a pobreza e gerar emprego e renda com os recursos naturais oferecidos pelo município?

O município tem uma vocação especial para o ecoturismo, e o governo precisa despertar para essa oportunidade pela possibilidade de geração de emprego e renda. Temos também, dentre da agricultura, o destaque para a fruticultura. Inclusive já foi feito um estudo pela Embrapa sobre o assunto. Temos condições melhores que Juazeiro e Petrolina para agricultura irrigada, porém ainda não temos a infraestrutura de aeroportos e comercialização, mas futuramente teremos. Temos também grandes áreas no município que podem ser usadas na implantação de uma usina de açúcar e álcool, pois temos terra em abundância na margem do rio, com energia.

É possível aliar desenvolvimento, qualidade de vida, sustentabilidade sem priorizar a educação?

Não, a educação é o carro chefe de tudo. Se você não cuidar efetivamente da educação de seu povo, nada mais vai para frente. Qualquer lugar do mundo só se desenvolve através da educação, isso é prioritário, depois é partir para as outras ações. Enquanto a população for analfabeta, não temos condições para o progresso.

A potência hídrica do São Francisco é aproveitada no seu limite?

Não. Temos a Codevasf que atua na região e deixa de fazer pequenos projetos de irrigação para áreas de 500 ou 1000 hectares ao longo do rio, onde as comunidades têm energia, mão de obra suficiente e vai investir em programas como o Baixio Irecê, em que é preciso levar centenas de quilômetros de canais, com custo operacional alto de energia e bombeamento para uma região muito distante, só vai colocar grandes empresários que podem bancar os custos. Enquanto temos aqui várias comunidades a serem aproveitadas, fazendo pequenos projetos de irrigação, que manteria o homem na terra, e dando condição de emprego e renda ao cidadão.

Qual política social seu governo ofereceria para os jovens e idosos?

É preciso ter um cuidado e pensar bastante na questão do jovem e do idoso. Na nossa administração formamos um grupo de idosos, pois eles não tinham nenhuma perspectiva, ficavam em casa cuidando de netos, totalmente à margem da sociedade, e esse grupo que conseguimos formar, foi um sucesso. Inserimos os idosos na sociedade, no contexto social e hoje eles têm uma vida muito mais feliz. Já para os jovens temos a perspectiva da chegada do campus da Universidade Federal do Oeste, o que irá alavancar a nossa cidade, pois existem faculdades em Barreiras, Petrolina e no sul da Bahia e aqui havia um vácuo muito grande. Os jovens que não possuem condições financeiras para estudar fora, ficavam por aqui sem muita perspectiva, mas agora o governo federal despertou para isso e graças a Deus Barra foi contemplada com um campus e a partir daí a nossa juventude não será a mesma.

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cult

música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Barreiras texto MIRIAM HERMES fotos REPRODUÇÃO

1970 - 1980


O forasteiro

E

stamos em um ano qualquer entre 1970 e 1980. A pequena cidade de Barreiras começa a reagir, depois de um bom tempo de letargia. Vivemos um período de progresso, na era do engenheiro Geraldo Rocha (1881-1959), quando Barreiras foi a segunda cidade da Bahia - a primeira no interior - a ter energia elétrica gerada por usina hidroelétrica (1928) e, consequentemente, indústrias e até cineteatro. Mas aquela fase foi há muitos anos. Agora, na década de 1970, neste momento da história, algo começa a acontecer novamente e a cidade fortalece sua vocação de polo regional, cada vez mais ligada à nova capital federal e à velha capital da Bahia através das estradas que trazem e levam os homens, as mulheres e seus sonhos... Entre tantos, um forasteiro chega na cidade de menos de 10 mil habitantes. Com sua caminhonete passa ao lado da praça Castro Alves, também conhecida como Jardim das Corujas. Desce pela rua professora Guiomar Porto e chega na praça do padroeiro São João Batista. Vai descendo pela rua 24 de outubro e dobra ao lado da praça Coronel Antônio Balbino de Carvalho (Praça de Alimentação). Quer conhecer o lugar do qual já ouvira falar como porto de navegação fluvial e entreposto comercial. Desce ainda mais e chega a praça Landulfo Alves, passando na frente do Clube Dragão Social, onde barreirenses de várias gerações viveram momentos de descontração em festas memoráveis (onde está o Centro Cultural Rivelino da Silva Carvalho). Sabe onde quer chegar e já avista as muretas do cais do rio Grande, que serpenteia caprichoso pelo seu vale, em busca de outros vales e outras águas, como dos rios Branco e Preto, até desaguar no rio São Francisco, na centenária Barra. É início de noite e ele está cansado da viagem. Encosta a caminhonete perto de uma periquitinha (que é como os nativos chamam uma espécie de trailer construído de madeira que são comercializadas variedades, de comidas a bebidas), caminha até o cais e reclina na murada para melhor apreciar as últimas luzes do sol no horizonte, que pintam o céu de diversos matizes alaranjados e luminosos e colorem as águas mansas do rio Grande. Pensa consigo: este é mesmo um momento especial. Sente-se ligeiramente lisonjeado. Parece que a natureza se preparou para recebêlo. A imagem deste entardecer há de ficar gravada em sua memória como um momento único e mágico. Observa ao seu redor. Jovens casais de namorados, em sua maioria acompanhados de irmãos, primos e amigos, passeiam pela calçada. Apesar de ser uma cena cada vez mais comum ver um desconhecido circulando em caminhonetes e outros veículos, o recém-chegado é rapidamente percebido pelos grupos que passeiam joviais, às gargalhadas, aproveitando a brisa fresca que balança as folhas, as roupas de algodão e os cabelos das meninas. No ritmo de cidade pequena, é fato que praticamente todos se conhecem, ou pelo menos todos que costumeiramente passeiam por ali. Eles sabem que este deve ser mais um daqueles forasteiros que o lugar recebe de vez em quando. Indiferente aos olhares curiosos, ele continua contemplativo, sem esboçar algum sinal que busque uma

aproximação neste momento. Observa as primeiras estrelas que aparecem cintilando na abóbada celestial. De repente, como se acordasse de um sonho, lembra que precisa encontrar um lugar para se hospedar, que quer tomar um banho e comer urgentemente. Está exausto e se apressa em providenciar uma forma de satisfazer as necessidades que garantam sua disposição para os dias que virão. Tem muito o que fazer...

Metamorfose irreversivel

--Q

uando chegamos em 1971, a cidade era pacata, com jeito de uma vila de zona rural, muito aconchegante por causa do povo hospitaleiro. Depois começaram a chegar os cearenses, os pernambucanos, sulistas e pessoas de muitos lugares do Brasil e fora dele”, lembra Bernadete Nunes Petilo, que se mudou para Barreiras com o marido Arlindo Petilo (1928-2011) e a filha Neusa. O patriarca, Arlindo, veio transferido de Mundo Novo, sua cidade natal, como coletor fiscal. Em entrevista concedida alguns meses antes de sua morte, em Salvador - para onde voltou com a família no final da década de 1990 - ele lembrou que naquele tempo em que trouxe a família para Barreiras, a cidade tinha perto de 10 mil habitantes. “Parecia esvaziada com o surgimento de Brasília, (fundada uma década antes), pois muitos barreirenses se mudaram prá lá, para estudar e trabalhar”. Mas o ciclo migratório também acontecia ao contrário, e a cidade mantinha o status de centro regional, atraindo moradores de diversas cidades vizinhas, fortalecendo o intercâmbio econômico e cultural. Na década de 70 do século passado, Barreiras reascendeu essa vocação. Novos projetos eram implantados, como o Distrito de Irrigação São Desidério/Barreiras Sul que começava a dar forma aos ideais de Geraldo Rocha, de promover a agricultura potencialmente mais produtiva com a irrigação. No entanto, ele, que defendeu o projeto de aproveitamento dos rios e do desnível dos terrenos para distribuir a água por gravidade, como havia presenciado em diversos países, não chegou a ver seu ideal concretizado, pois morreu em 1959. Outro fator que contribuiu com o crescimento da cidade foi a chegada do 4º Batalhão de Engenharia e Construção (4 BEC), transferido de Crateús (CE) a partir de 1972. Entre outras obras importantes, o exército construiu a estrada ligando Brasília a Salvador, que imprimiu outro ritmo a Barreiras, então uma pequena cidade em fase de fermentação, quase no meio do caminho.

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a

a Nova fase da pecuaria

cult

música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

a

Arlindo e Bernadete, 27 anos de convivência com a cidade e seu povo. Abaixo, praça do Mercado Caparrosa na década de 1970

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Nos 27 anos e meio que trabalhou em Barreiras, Arlindo Petilo e a família foram testemunhas desta transformação. Sua mulher, Bernadete, com uma ponta de saudade “daqueles tempos em que tudo era mais tranqüilo”, lembrou dos piqueniques que as famílias faziam no lugar conhecido como Três Bocas, no rio de Ondas, “com uma beleza impagável, que hoje já não tem mais aquela mesma paisagem exuberante”, lamentou. É ela também que lembra das viagens que chegaram a fazer de barca entre Barreiras e Barra, pelo rio Grande. “Demoravam dois dias em média. A gente dormia na barca, ancorada em algum barranco”. Falando em rio Grande, é Arlindo que se recorda daqueles primeiros tempos vividos por aqui. “Quando chegamos, não tinha supermercado. Tinha uma barca grande que ancorava de três em três meses perto da rampa (do rio Grande). Nela a gente comprava quase tudo”. MUDANÇA DE HÁBITOS - Os dois lembram que em pouco tempo a cidade contou com esta modalidade de comércio “mais moderno” - os supermercados, que foram atendendo à demanda diferenciada dos novos habitantes do lugar, que aos poucos iam sobrecarregando a capacidade de fornecimento de energia elétrica, fornecida pela Usina Rocha. Todos demonstram saudade “daquela cidade que não existe mais, mas que conserva pessoas maravilhosas que fazem a diferença”, afirma Bernadete, que se emociona ao falar das amigas que deixou em Barreiras, “algumas da época que ajudamos a fundar os Centros Espíritas Joana de Angelis e Bezerra de Menezes, dos quais fiz parte das diretorias e que com o trabalho de outras pessoas que foram chegando, continuam prestando relevantes serviços para a comunidade”.

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altazarino Araújo Andrade era o prefeito municipal quando Romero Tavares de Amorim chegou em Barreiras no ano de 1973. Ele vinha de Recife (PE) a convite do empresário Emerson Pinheiro, sócio do também empresário José Gomes de Moura, que juntos iniciavam dois projetos pecuários nas fazendas Olinda e Candeias, através da empresa Bracife Engenharia e Incorporações. “Neste tempo a aposta era a pecuária e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) financiou também outros projetos na região, como Monte Alegre, Coinfra e Cambucá”, lembra ele, acrescentando que foi naquela época a implantação das fazendas Meire Lins & Paranhos (hoje só Paranhos) perto de Ibotirama. Romero esteve à frente dos empreendimentos da Bracife até a chegada do conterrâneo Reginaldo Melo da Silva, médico veterinário que assumiu as fazendas de pecuária, “e eu fiquei com a administração dos equipamentos de prestação serviços para perfuração de poços artesianos”, diz, acrescentando que pouco tempo depois deixou o grupo para, em 1976, abrir a Casa Grande, loja de máquinas, motores e implementos agrícolas. Esta loja atendeu a maioria dos projetos de pecuária e, já no fim daquela década, também aos agricultores que começavam a chegar para ocupar o Cerrado. Sua convivência com pecuaristas e agricultores proporcionou testemunhar importantes eventos para a economia regional, como as memoráveis exposições agropecuárias no Parque Engenheiro Geraldo Rocha – inaugurado em 1976 -, e as Festas da Soja, na Fazenda Odisseia de Luiz Ricardi, no início da década de 1980. Hoje, pai de um casal de filhos e avô de dois meninos gêmeos, Romero, que foi líder estudantil nos tempos de colégio em Recife, por aqui também se envolveu com as causas da comunidade. Não só como maçom, onde atua até hoje, mas também junto aos parceiros de comércio, participando da criação do Clube de Diretores Lojistas, hoje conhecida como Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL.

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cult

música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

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Eleito vice na segunda diretoria da entidade, com a renúncia do presidente Luiz Augusto Borges, coordenou a construção da atual sede da entidade. Entre outras homenagens, foi agraciado da Câmara de Vereadores com o Título de Cidadão Barreirense, em 2010. FAZENDO HISTÓRIA - Com 27 anos de idade, o médico veterinário Reginaldo Melo da Silva, natural do Pernambuco, chegou no oeste baiano em janeiro de 1974, a convite do empresário José Gomes de Moura - que havia lhe ajudado na formação em Veterinária depois que ele ficou órfão de pai e passou a cuidar da mãe e das duas irmãs. Naquele ano, deixou também a esposa Maria de Lourdes da Silva Melo e os dois filhos que tinham até então em Pernambuco e veio para Barreiras. Aqui se estabeleceu e, sem demora, trouxe toda a família. “As estradas eram péssimas em todas as direções e a comunicação mais eficiente era feita por rádio amador”, recorda Reginaldo. “Nos comunicávamos com Recife através de rádio. Era aquela gritaria”, afirma entre risos, dizendo que uma das pessoas que muito os ajudou aqui foi Hamilton Pamplona, com seu hobby de rádio amador, mantido até os dias de hoje. Entre os episódios marcantes daqueles primeiros tempos em Barreiras, ele conta que com a doença de filha Andréa eles enfrentaram as precárias estradas daqui para Recife “só Deus sabe como”. O tratamento receitado pelo médico foi o consumo constante e exclusivo de frutas, “que não encontrávamos por aqui”, revela, acrescentando que uma cunhada mandava as caixas de frutas de Recife por via aérea. “De Salvador pra cá, vinha em um Bandeirante. Isso todas as semanas durante seis meses”. A hospitalidade dos barreirenses faz o sexagenário se emocionar. “Eu e minha família fomos bem recebidos. Aqui encontramos pessoas de bem, que ajudaram sempre que precisamos. E isso é muito importante até hoje”, ressalta. Para consolidar esta participação na comunidade local, ele participou da criação da CDL e da APAE, entre outros projetos filantrópicos. Participou também da vida política partidária e ainda tem papel importante dentro da Maçonaria, onde ingressou em 1977. Entre outras homenagens foi condecorado com Título de Cidadão Barreirense em 1986.

Adelar Cappellesso, Josafá Correto, Romero Tavares de Amorim e Pedro Guedes em visita técnica à fazenda da região 76

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Expansao no cerrado

Quando comprou uma área de terra na margem do rio das Fêmeas, em São Desidério, em 1980, Helmuth Rieger era um entre muitos sulistas que chegavam em busca das terras baratas (comparando com as que ocupavam nos estados do Sul) no cerrado baiano. No início da década de 1980 ele já encontrou algumas fazendas produtivas. Mesmo assim relata as experiências vividas por ele e sua família, que poderiam se aplicar a muitos outros produtores que aportam nestas plagas. Ainda em 80, começou plantando arroz, como fazem na maioria das fazendas dos Gerais na primeira lavoura de uma terra recémaberta. Em seguida, teve início a produção de soja, “mas logo em 1982 tivemos frustração de safra por causa da seca. Daí pensamos na irrigação para regularizar a produção e esbarramos na falta de energia elétrica. Começamos na prática em 1984, depois de implantar a primeira parte da pequena usina hidroelétrica, ampliada em 1988”, relata Rieger, como quem faz uma viagem no tempo. E, assim como na maioria das regiões exploradas no cerrado, os Rieger também fizeram pontes e estradas com recursos próprios para viabilizar os empreendimentos. Outra lembrança o faz rir, quando diz que por mais de um ano morou embaixo de lona. “Era uma aventura diária. A primeira estação chuvosa passamos na lona”. Os pioneiros enfrentavam ainda dificuldades para obter financiamento para as terras de cerrado baiano, pela falta de comprovação da sua capacidade produtiva, o que emperrou diversos projetos naqueles primórdios da expansão agropecuária. CORAGEM DETERMINANTE - Lembrado pela determinação, o então gerente da agência do Banco do Brasil de Barreiras, Pedro Guedes, abriu as portas da instituição para aqueles que começavam a escrever uma nova página na história da região. Para isso, contrariou determinações superiores. Teve a sorte de apostar em uma atividade que só viria a se expandir, como ainda acontece nestas terras dos Gerais. Rieger relembra que o então gerente não raras vezes aparecia nas fazendas que o banco havia financiado “ acompanhando de perto o desenvolvimento das plantas e grãos. Ele foi corajoso em financiar nossas lavouras. Acreditou, assumiu o risco e isso foi determinante na maioria dos projetos”, completa Helmuth Rieger.


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cult

música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

A linha de frente da Tribolado: Mina Dany, Cr Black e Elmo, os três vocais da banda 78

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Manos da Fe


A mistura da música da periferia com a temática religiosa, aos poucos, está abrindo portas para a banda de hip hop Tribolado de Luís Eduardo Magalhães. O nome do grupo faz menção à inconformidade, em não se contentar com o sistema corrupto e pecaminoso dos dias de hoje. Com sete anos de estrada, o grupo se prepara para gravar seu segundo disco em Brasília e alçar voos mais altos. texto ANTON ROOS foto CADU ANDRADE

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Ouça o trabalho da Tribolado no Palco MP3 http://palcomp3.com/tribolado/#

llison e Danila se conhecem desde os seis anos de idade. Passaram boa parte da infância juntos e no início da adolescência descobriram uma paixão em comum: o hip hop e a música do subúrbio, da periferia. O visual despojado logo virou marca registrada dos dois. Boné, calça larga e corrente em volta do pescoço. A ideia em torno de um projeto musical veio ao natural. A dificuldade no início estava na falta de estrutura e condições financeiras para ensaiar e manter uma banda. “Quando a gente ia tocar em algum lugar, cantava sempre em cima de uma base eletrônica”, lembra Allison que a partir de 2008 adotou o pseudônimo de Cr Black Tribolado. A sigla quer dizer Cavaleiro do Rei e o Black, segundo ele, tem haver com a forma como era chamado na infância e adolescência. “O pessoal sempre me chamava de neguinho, ai coloquei o Black depois do Cavaleiro do Rei”, explica. O Tribolado faz menção ao nome do grupo, criado em 2006. A conotação evangélica das letras e da ideologia do grupo encontrou resistências no início. Em especial dentro da igreja. “No começo pouca gente apoiava a ideia. Ficava com o pé atrás. Demorou um pouco até as coisas realmente acontecerem”, explica Cr Black, que em 1999 (então com 9 anos) começou a tocar bateria e integrar o Ministério de Louvor da Igreja que frequenta até hoje. “Minha família sempre esteve envolvida com a música. Tive muita influência deles”, emenda, embora revele o pouco apreço dos pais ao hip hop, quando montou o grupo com Danila, hoje conhecida como Mina Danny. “Quando eles perceberam que a gente levava aquilo realmente a sério passaram a apoiar mais”, resume. Com sete anos de estrada, a Tribolado lançou em 2010 de forma independente seu primeiro disco, intitulado Guerreiro. As letras falam do potencial de cada pessoa, que muitas vezes não é explorado da maneira como deveria. “Procuramos incentivar as pessoas a encontrar esse potencial, sem esquecer da importância de Deus para cada um de nós”, diz Cr Black. O CD abriu espaço para o grupo se apresentar em mais lugares e continuar trabalhando em novo material. Tanto é que dois anos depois, a banda está a caminho de Brasília para gravar o segundo disco, batizado de MyTransformation. O título em inglês, segundo Allison é apenas uma questão de estética. “Soava melhor que em português”, conta. A Tribolado também critica a forma muitas vezes passiva das letras do rap e hip hop, que apenas descrevem a realidade, mas não apontam caminhos para a solução dos problemas que vivemos. “Acho que esse é o papel principal da música, mostrar que a mudança não vai depender só da crítica em si, mas de cada um de nós também”, justifica Allison, as vésperas de selar seu compromisso matrimonial com sua parceira desde a infância e fonte de inspiração para a fundação da banda. (PS: a entrevista foi feita na sexta-feira, 27 de abril, dia anterior ao casamento dos dois). Além do casal de vocalistas, Cr Black e Mina Danny, completam a banda Ivan Santana (guitarra), Asafe Santana (baixista), Aline (teclado), Dinho (violão), Elmo (vocal), Esdras (bateria) e André Lima (DJ e samplers). MAI/2012

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AGENDA LITERATURA

TELEVISÃO

O inverno chegou...

LIVROS

Fenômeno mundial com 15 milhões de exemplares vendidos, a saga vem conquistando uma legião de fãs também no Brasil. Somente nos primeiros sete meses de lançamento, os dois livros iniciais, A Guerra dos Tronos e Fúria dos Reis - lançados pela editora Leya - venderam 70 mil exemplares. O terceiro (Tormenta de Espadas) e o quarto (Festim de Corvos) também já estão à venda no Brasil. O quinto livro da série, A Dança dos Dragões está em pré-venda e seu lançamento está agendado pra o final do mês de junho. Os livros custam em média R$ 39,00.

PARA FICAR

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m rigoroso inverno se aproxima de Winterfell, um dos Sete Reinos de Westeros, palco onde se desenrola a trama de Crônicas de Gelo e Fogo, do escritor americano George R. R. Martin, adaptado para televisão pelo canal HBO, sob o título de Game of Thrones (primeiro livro da série de um total de sete) e que, em sua segunda temporada, não só superou os índices de audiência da primeira, como já garantiu renovação para a terceira, ainda sem previsão de lançamento na tevê. Só para se ter uma ideia, na noite de 29 de abril, o quinto episódio da temporada foi o terceiro programa mais assistido na televisão a cabo dos EUA, com mais de 3,9 milhões de espectadores, atrás apenas de duas partidas de basquete da NBA. A história, repleta de intrigas, cenas chocantes, e personagens fortes baseia-se na conquista do Trono de Ferro e não economiza em sexo e sangue, tudo em nome da guerra pelo poder, afinal, “o inverno está chegando”. A segunda temporada de Game of Thrones é exibida aos domingos às 22h na HBO.

DVD

A primeira temporada da série já foi lançada no Brasil. O box contém 5 discos e um encarte especial com imagens dos principais personagens da série, além de um mapa especial de Westeros. O pacote custa R$ 149, sem frete

Se liga! Festival

Sob o slogan “Quem é louco por música não precisa de drogas”, no dia 22 de junho, a Toca do Urubu (inaugurada no dia 20 de maio em Luís Eduardo Magalhães) vai receber as bandas Akza de Brasília e Ministério Tribolado, de Luís Eduardo Magalhães. O dinheiro arrecado com os ingressos será revertido para a gravação do segundo disco da banda de hip hop gospel local, já batizado de My Transformation.

Shows

A NB3 Produções e Eventos confirmou para o dia 28 de julho o show do cantor e compositor Jorge Vercilo, em Barreiras. A apresentação acontecerá no espaço de eventos Bartira Fest. No mês de maio, o cantor esteve em turnê pela Europa onde realizou sete shows em Londres (três), Lisboa, Genebra, Porto e Paris.

Billy Paul, um dos maiores representantes da música soul se apresenta em Salvador no dia 06 de junho. No repertório, hits como “Let´s Stay Together”, “Your Song”, “Am I Black Enough For You”, além do inesquecível “Me And Mrs Jones”, música que lhe rendeu o Grammy, vendendo dois milhões de cópias do seu primeiro álbum. Billy Paul soma 23 álbuns lançados e parcerias com pesos pesados como Stevie Wonder, Miles Davis e Roberta Flack. O show será no Barra Salvador Hall e os ingressos custam entre R$100 e R$150. A cantora e compositora Vanessa da Mata desembarca em Salvador no dia 12 de junho para apresentar seu novo show: ‘Bicicletas, bolos e outras alegrias’. No repertório, além das novas canções do CD, quinto da carreira da cantora, sucessos como “Ai Ai Ai”, “Boa Sorte”, “Amado” e “Não Me Deixe Só”.

SEMANAL SEGUNDA

TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTAS

SÁBADO

Happy Hour (Confraria)

Jantar dos namorados - 12/06 (Confraria) Ramon - 12/06 (D.Q Chopp)

Rodízio de massa (Confraria)

Rodízio petisco (Confraria)

Ramon - 06/06 Aender - 13/06 André - 20/06 Remanescentes - 27/ 06 (D.Q Chopp)

André - 07/06 Ramon e Rogério - 14/06 Paulo e Valter - 21/06 Aender - 28/06 (D.Q Chopp)

Dia Internacional da Confraria - Música ao vivo (Confraria) Rodrigo - 01/06 Johny Chapada - 08/06 Adauto - 15 e 29/06 (D.Q Chopp)

Social clube - Música ao vivo (Confraria) André -02/06 Ramon - 09/06 Johny Chapada - 16/06 Adauto - 23/06 Aender - 30/06 (D.Q Chopp)

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MÚSICA

ZHADOK: Cruz

Já tem título e capa o primeiro single do segundo disco da banda de rock cristã de Luís Eduardo Magalhães, Zhadok, que até junho deve estar disponível para download no site oficial do grupo (www.zhadok.com). O novo disco ainda sem nome tem previsão de lançamento para o mês de setembro. No momento, a banda formada por Juninho Dias (guitarra), Fábio Rocha (teclado), Jc (baixo) Jessé Machado (bateria) e Roberto Santos (vocal) encontra-se em Uberlândia/MG, para gravação do material. Se a banda seguir a linha do primeiro trabalho, Justificado, lançado em 2009, o fã pode esperar passagens inspiradas no rock progressivo de medalhões como Dream Theater e no hard rock pomposo do Oficina G3.

RITA LEE: Reza

Após anunciar a aposentadoria dos palcos, a vovó do rock brazuca Rita Lee, 64 anos, está de volta com um novo disco de inéditas. Reza é um álbum moderno, com intervenções cirúrgicas de música eletrônica ao longo de suas 14 faixas e letras épicas como em Divagando: “Quanto tempo ainda tenho no mundo? / Milênios? / Milésimos de segundo?”, ou na sugestiva Tô um lixo, em que escancara: “Parei de fumar / Parei de beber / Parei de jogar / Dinheiro tanto faz / A cabeça tá um jazz”.

FI DI LUNGA: O forró mais Rock n´Roll do mundo A mistura do estilo mais nordestino de todos e do bom e velho rock n´roll deu tão certo para a Fi di Lunga que em julho de 2011 o grupo registrou um de seus shows em DVD. Embora ainda não tenha material próprio suficiente para a gravação de um disco só com músicas autorais, a banda está conquistando cada vez mais seu espaço na região.

ZECA BALEIRO: O disco do ano

Sem lançar disco de inéditas desde 2008, Zeca Baleiro tira a barriga da miséria com uma coleção de canções que não desapontará fã nenhum. Quem gosta do Zeca baladeiro e romântico vai se deliciar com “Nada Além”, coescrita com o líder do Barão Vermelho, Frejat. “Mamãe no Face” é um tango estilizado que explica o título do álbum e faz graça com a crítica musical do país. Outro acerto bemhumorado é “Meu Amigo Enock”. Em suma, as situações patéticas do cotidiano seguem sendo o prato preferido do maranhense.

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Santuário

HISTÓRICO, CIENTÍFICO E ECOLÓGICO texto JACKELINE BISPO foto C.FÉLIX

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Paisagem deslumbrante de um dos cânions do parque ecológico que dá vista para a Lagoa Azul

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ebaixo do chapéu marrom, cabelos grisalhos marcados pelo tempo. Aos 67 anos, relembrar momentos importantes revigora e traz saudade para Erasmo Moreira Rocha, lavrador que sempre esteve em contato com a natureza. Um dos acontecimentos que faz questão de contar ocorreu a mais de 50 anos. À época, morava em Santana do Catão, uma pequena vila pertencente ao município de Barreiras que recebeu este nome em homenagem a um morador simples e lutador, hoje chamada Catolândia. “Ele foi o primeiro delegado, fundou o primeiro campo de futebol e jogava descalço. Gostava de andar a cavalo, era uma pessoa muito boa que gostava de festejos e inclusive foi um dos primeiros a fazer a festa do Divino na vila”, diz Erasmo. O dono destas características era Agostinho José de Lima Filho, o Catão. Entre as comemorações que fazia, uma era especial. Todos os anos no dia 13 de julho, Catão reunia dezenas de pessoas entre parentes, amigos e visitantes convidados, e se dirigiam a uma gruta localizada na região. No local era possível contemplar os caprichos da natureza, que além da caverna apresentava aos olhos dos visitantes uma imensa lagoa rodeada por paredões e um riacho no qual era possível ter um refrescante banho. “Ele ia acompanhado de muitas pessoas parecia uma cavalgada, levava farofa, batida, carne para assar, um passeio maravilhoso”, confirma Erasmo.

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O lavrador Erasmo Moreira é um contador de histórias. Ele conheceu Catão e relata as coincidências no dia da morte do homem que deu nome à famosa gruta de São Desidério


E foi justamente em 13 de julho de 1957 que algumas tristes coincidências marcaram definitivamente a história da gruta e das pessoas que conheciam Catão. Para reviver a data, Erasmo conta a história daquele dia. “O povo montado nos cavalos passou por um povoado chamado Tiririca, onde tinha uma igreja, um dos homens tocou o sino”. Ao descrever o momento, ressalta algumas falas de Catão. - Ô compadre não faça isso, deixa para bater o sino na hora certa, só quando morrer alguém - dizia. Erasmo lembra que ao chegarem à gruta, avistaram um pedaço de madeira pendurado em uma das árvores e uma pessoa do grupo brincou. - Essa é uma boa madeira para amarrar uma rede e carregar defunto. - Fala isso não compadre, Deus não deixa isso acontecer – respondeu Catão. Mas, algumas horas depois, o inesperado aconteceu. Após tomar um banho no riacho, ao trocar de roupa para retornar à vila, Catão teve um desmaio e faleceu. “Foram no povoado mais perto, pegaram uma rede e amarraram naquele pedaço de madeira que foi motivo de brincadeira antes e que serviu para carregar o corpo dele, quando chegaram em frente à igreja onde antes tinham batido o sino, bateram novamente, foi um dia muito sentido”. A partir de então, o local foi chamado de Gruta do Catão e depois da emancipação de cidades da região, as terras passaram a pertencer a São Desidério. As belezas e o fascínio da caverna sempre chamaram a atenção e atraíram visitantes. Mas, por muitos anos, o uso desordenado e incorreto do lugar, causou danos. Pensando na preservação dos ecossistemas e na manutenção do espaço como um bem turístico e de educação

ambiental, em 2005 foi oficialmente criado o Parque Municipal da Lagoa Azul, uma unidade de conservação de proteção integral. Com cerca de 19 hectares é formado por uma trilha ecológica de três quilômetros, a própria Lagoa Azul, o Aquário Natural, um portal composto por duas rochas de 10 metros de altura cada, e a Gruta do Catão. Placas de sinalização orientam e informam sobre as espécies nativas, porém a presença de um guia de turismo é indispensável, principalmente nas três novas trilhas criadas em 2011 que possibilitam ao visitante vistas aéreas da lagoa e do cânion da gruta. “De janeiro a março tivemos um aumento de cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano passado e sempre tentamos passar aos turistas informações histórico-científicas do local”, revela o guia, Juscelino Ferreira. Atualmente, com a implantação do primeiro receptivo turístico e de educação ambiental do oeste baiano, dentro do parque, o atrativo é considerado produto turístico em potencial para toda a região. O parque se tornou o mais importante cartão postal do município de São Desidério. Juscelino explica que o passeio no lugar é seguro e tranquilo, fatores que atraem ainda mais turistas. “Esta é uma caverna de fácil acesso, muito bela com formação espeleológica diferenciada e que permite a entrada de pessoas de qualquer idade”. O parque recebe visitantes de vários MAI/2012

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Visitação Para conhecer o Parque da Lagoa Azul, os interessados devem procurar guias no Centro de Apoio ao Turista, em São Desidério. Informações: (77) 3623.2046

estados brasileiros com destaque para o Paraná, São Paulo e Brasília. Já do exterior, a maioria são pessoas vindas do Japão, França, Argentina e Estados Unidos. “Além de ser um local de preservação com um ecossistema considerado singular, este produto turístico propicia desenvolvimento socioeconômico para nós e para as comunidades envolvidas direta ou indiretamente”, conclui Juscelino. E de fato, há muito o que se preservar. A fauna e a flora do ambiente são riquíssimas. Várias espécies de plantas são encontradas no parque, porém o que encanta mais o visitante é o encontro com animais como o macaco bugio - também conhecido como barbado -, o tatu, os mocós, o veado, o gato do mato, o guaxinim e até o urubu rei, ultimamente, uma das aves menos vistas nos céus do cerrado. Toda esta diversidade desperta o interesse de pesquisadores, no entanto, o que chamou mesmo a atenção dos professores Robson Braga Dantas e Luiz Fernando Almeida do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia do Campus de Barreiras foi a geologia do lugar. “A partir do momento que soubemos da necessidade de estudar a área, decidimos colaborar com as pesquisas e com o plano de manejo. Nosso trabalho durou mais de dois anos e agora será publicado pela revista da instituição em Salvador”, comenta Dantas. No estudo, é possível constatar que, ao longo do tempo, as rochas sofrem processos de intemperismo, a exemplo da força da água que provoca fenômenos naturais como a formação de relevos e abertura de fendas. É justamente neste processo que se formam as cavernas. Parte do estudo diz que a gruta do Catão 86

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contempla um ecossistema cárstico escavado pelas ações das águas meteóricas, formando uma caverna subaquática e posteriormente estabelecido o rio subterrâneo João Rodrigues, formando um gigantesco lago subterrâneo. O Rio João Rodrigues interliga outros dois grandes atrativos do município, o Sumidouro, onde ocorre um fenômeno denominado ‘Sifão’, no qual o nível de água sobe e desce a cada cinco minutos, e o Lago do Cruzeiro, maior lago subterrâneo do Brasil, localizado no Buraco do Inferno. Estima-se que as formações rochosas que originaram as cavernas da região tenham mais de 700 milhões de anos. A magnitude e perfeição da natureza fazem de São Desidério uma terra abençoada que guarda mistérios e fascínios nas grutas encravadas em todo o território, são mais de 150 já catalogadas. Mas, foi a gruta do Catão que marcou a vida de Erasmo, aquele do início desta matéria, lembra? E são os passeios turísticos na gruta que o ajudam a incrementar a renda mensal. Há 30 anos morando no povoado de Sucupira, oferece em sua Fazenda, aos turistas que voltam da visita à caverna, iguarias regionais como o pirão de galinha caipira. “A melhor coisa que fizeram foi transformar aquela área em uma unidade de conservação. Lá é lindo demais. No Oeste não tem nada igual, vem muita gente de fora e nós aproveitamos para complementar o passeio com o pirão de galinha”, confirma.


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E ARIA L E T O H A NOMI O R T S GA

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A hora mais gostosa do seu dia está de volta. A partir das 18h, a choperia Saint Louis espera você para tomar aquele chopp gelado, acompanhado de um cardápio de deliciosos petiscos e tiragostos. Além da choperia, o Saint Louis dispõe ainda de um restaurante que serve diariamente café da manhã, almoço e jantar e, aos sábados, uma tradicional feijoada com caipirinha em dobro. No cardápio, saladas, massas, aves, carnes, peixes e frutos do mar que podem ser combinados a vinhos nacionais e importados, além de aperitivos, licores e outros acompanhamentos. Uma delícia de encher os olhos e atiçar o apetite. É importante lembrar que o restaurante e a choperia são abertos ao público em geral.

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é no Saint Louis!


Em um prédio de sete andares, o Saint Louis possui a capacidade de receber até 304 hóspedes. São 76 flats e suítes luxuosas, além de internet wireless, uma sala de eventos, três salas de reuniões, dois elevadores panorâmicos e um amplo e estruturado auditório. Tudo isso com uma equipe composta por 52 profissionais qualificados. Temos orgulho de ser o maior hotel da região Oeste, com a melhor estrutura e com capacidade de oferecer serviços diversos, sempre seguindo as mais importantes exigências do segmento de hotelaria. Prezamos, em primeiro lugar, pela satisfação do nosso hóspede e dos nossos clientes que buscam os demais serviços, como o nosso restaurante e a choperia DIEGO LAUCK MARIANO, gerente do Saint Louis

HOTEL SAINT LOUIS - Rua JK, 1000, Jardim Paraíso - Luís Eduardo Magalhães (BA) Tel.: (77) 3628.7777 // www.hotelsaintlouis.com.br

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GELO, LIMÃO EAÇÚCAR Decoração rústica: muitos girassóis – plantados pelos noivos - e sintonia entre as cores. Assim foi o casamento de Marceli Brites, biomédica, e Daniel Cassiano Motta Schwengber, empresário, que se casaram no dia 12 de maio, ao pôr do sol. A cerimônia religiosa e a recepção foram realizadas no campo, aproveitando bem a natureza, que exibe em cada detalhe grande romantismo. Marceli, ousada, abusadamente linda, estava deslumbrante em um tomara-que-caia exclusivo, confeccionado por Neiva, e o noivo vestia um terno branco. O toque de cor “amarelo” ficou por conta do buquê de lindas tulipas – divino!

tizzib@gmail.com

Tizziana Oliveira AMARELO PRA QUE TE QUERO!

Diretamente do Texas

O simpatissíssimo casal Suzana Schwengber Espinoza e Louie Espinoza chegou à cidade no dia 4 de maio para o casamento de Marceli e Daniel. Após o casamento eles viajaram para o Rio de Janeiro, juntamente com Maria Schwengber, mãe de Suzana, e Jane, amiga do casal, que vieram conhecer o Brasil.

12 ANOS DE MASSOTERAPIA No currículo mais de 10 cursos. Neli Mangini iniciou seu conhecimento em terapia corporal há 12 anos através da busca pessoal pelo autoconhecimento. Ela está na cidade há 26 anos e trabalha com massagem relaxante; emocional; drenagem linfática pré e pós-operatória; estética; limpeza de pele, entre outros. Sua primeira cliente foi Beatriz Casali. “Agradeço as pessoas que confiam no meu trabalho”, disse Neli.

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Me caiu os butiá do bolso! Corpo escultural, pele firme, sem rugas, cabelo longo e um sorriso sempre aberto. Monalesse aguça a curiosidade das mulheres, que se perguntam: “Como você consegue?”. Não existe milagre, e sim dedicação e disciplina. Monalesse Feitosa Maciel de Almeida, 35 anos, inspira-se em boa música e vive cada segundo intensamente, com personalidade forte, não vive sem uma boa massagem. “Treino de segunda a sexta, na academia Chute-box e na Copore sano. Hoje como de tudo. Meu hobby e passear com o marido e filho”, diz Mona.

HELENA OGRODOWCZYK

O SEGREDO DE MONALESSE

A nova moda promete enlouquecer as mulheres! São as unhas polvilhadas com bolinhas decorativas. Chamadas de pérolas de “caviar”. Elas ganharam esse nome pelo efeito das pequenas esferas sobre as unhas, que realmente nos fazem lembrar o prato sofisticado. Você pode até se espantar ou não gostar, devido a presença das bolinhas nas unhas. Mas logo se acostumará ao visual e também irá aderir às unhas caviar. Ouvi rumores que a loja Sephora começou a vender o kit das unhas Caviar em abril. Ciaté é a marca das “unhas caviar”. Os esmaltes estão sendo vendidos em 3 versões diferentes, o preto básico, o branco e o coloridinho que parece um monte de docinhos!

Menina mulher

Filha Terezinha e Dirceu Cappellesso, mulher de Hernanee Borges, Luana esbanja simpatia e beleza! Aos 18 anos, modelo fotográfica, cursa Ciências Contábeis na Faahf, e tem toda uma carreira pela frente! “Eu me descubro todos os dias e sou apaixonada por tudo que faço. Tenho uma genética muito boa, como de tudo. Já em relação aos cuidados com a pele uso e abuso de cosméticos. Meu sonho é ser mãe”, disse Luana. Ela fez o ensaio no Studio55.

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COLABORAÇÃO: TIZZIANA OLIVEIRA, ROSA TUNES E MARCOS ATHAYDE

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1 André Luis e Zezé Campos; 2 Deise e Carlinhos Pierozan; 3 Cattere Reges, Thiara Reges e Lidiane Macedo; 4 Renata Mafra, Carol Pondé e Helena Avanzo; 5 Aline, Cris e Marcela; 6 Brigida e Amarildo; 7 Danilo e Célia; 8 Erivelton e Joelita; 9 Renata Vitório e Rafael Schimidt; 10 Viviane e Taciana; 11 Ronei, Luciane e Lukas Villas-Boas; 12 Turma do curso de Comunicação Social da FASB.

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1 Rose, Ianê e Adriana; 2 Mariana, Gilvan,a Ianê e Vera ; 3 Fânia e Ianê; 4 Néia, Simone, Laleska, Thaís, Bia, Luciana, Claudinha e Ianê; 5 Roberta, Carla e Ianê; 6 Jeane, Marcio e Vitória; 7 Fátima, Kelly, Cíntia, Marcele, Aline, Nadin, Suzana, Mariely, Sandra e Diva; 8 Karine e Pepe; 9 Alan e Flávia; 10 Evah e Stephanie; 11 Patrycia, Thainara, Tiriago e Felipe; 12 Carol, Loiva, Gilvete e Giovana; 13 Brites e Judite; 14 Lourenço e Fátima; 15 Daniel e Maria; 16 Suelen e Cristiano; 17 Gustavo e Edilaine; 18 Adriano e Cíntia; 19 Ana Paula, Rosenei e Inácio; 20 Fanuel e Nadin; 21 João e Tânia; 22 Carolina, Emanuela, Elinir, Ariela e Aline; 23 Vanderli e Ieda; 24 Pamela, Débora, Michelle, Fábio e Fly; 25 Mariana, Paulo, Maiara e Gabriel; 26 Douglas e Ana Karolina; 27 Fausta e Marcone; 28 Pedro e Diva; 29 Martin e Mariely; 30 Luziene, Iza e Lucas; 31 Kayara; 32 Gleicya, Iza e Núbia; 33 Cássia e Marcelo; 34 Lito e Vera; 35 Fellipo e Marta.

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1 José Giongo e Rita; 2 Rodrigo Rocha e Jackeline Bispo; 3 Italo e Juliana; 4 Nildo, Dione, Lidiane, Luiz, Nete, Ludimila, Marcio, Marleide e Roge; 5 Priscila e Carla; 6 Lu e Fátima; 7 Suanny, Vanessa, Jaquelyne, Edna e Valquiria; 8 Regiane, Luciene e Carla; 9 Cordeiro; 10 Kézia, Frederico e Keila; 11 Paulo, Marisa Queiroz, Hélio Passos, Diogo, Nonato, Adailton, Cicero Félix e Luciano; 12 Érica e Ricardo Barata; 13 Adalberto, Ricardo e Zé Maria; 14 Paulo Baqueiro e Dicíola; 15 Elisangela e Dr. Renato Machado

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DesignCenter MÓVEIS E DECORAÇÃO

Luís Eduardo Magalhães (BA) Rua Rondônia, 270 - Centro (em frente ao Marmitex Vitória)

Barreiras (BA) BR-242, Km 001- Tel.: (77) 3612.4140 (saída para salvador)

Design Center é distribuidor exclusivo da Sierra Móveis no Oeste da Bahia

O estilo e a sofisticação da marca líder no mercado brasileiro em alta decoração chegou em Luís Eduardo Magalhães.


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