Revista A, ed. 31

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Ano 5 - nº 31 Dez/15 - Jan/16

Vinícius REVISITADO

O UZA

R$ 9,99

ÔPA

ESCRITOR SULISTA RECONSTRÓI BARREIRAS DOS ANOS 1980 SEGUINDO UM ITINERÁRIO AFETIVO MARCADO PELA DOR E O PERTENCIMENTO






editorial

Ouza Editora Ltda. Rua Profª. Guiomar Porto, 209 - Sala 105 Tel.: (77) 3613.2118 - Centro - Barreiras (BA)

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ANO 5 - Nº 31 - DEZ/2015-JAN/2016 DIRETORA DE REDAÇÃO E COMERCIAL

Anne Stella

99123.3307 e 99945.0994 annestellax@hotmail.com

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CONSULTORIA EDITORIAL

Cícero Félix (DRT-PB 2725/99) sousa.cfelix@gmail.com SECRETÁRIA DE REDAÇÃO

Carol Freitas

98826.5620 e 99174.0745 freitas.caarol@gmail.com

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COLABORAÇÃO

Rui Rezende

EDIÇÃO DE ARTE

Leilson Soares

CONSULTORIA DE MODA

Karine Magalhães REVISÃO

Aderlan Messias IMPRESSÃO

Gráfica Gatos TIRAGEM

3 mil exemplares ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAIS Barreiras

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3613.2118 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307 Santa Maria da Vitória

Marco Athayde: (77) 99118.1120 / 99939.1224

A r.A não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nas colunas assinadas.

Feliz leitor 2016!

M

al brindamos o ano novo e já cantamos “Adeus ano velho”. Há muito tempo tem sido assim. O tempo não é mais dos relógios, dias, calendários e luas. Assumiu a natureza das pedras preciosas, com propriedades raras. Poucos o têm e sabem do seu valor. E muitos só descobrem quando já o perdeu. Por isso, há cinco anos esta revista valoriza seu tempo, leitor. Aliás, mais que isso: o enriquecemos com informação, conteúdo, conhecimento e cultura. Desde que lançamos o primeiro número da r.A, em dezembro de 2010, sabíamos da responsabilidade de lidar com o tempo alheio. Assim, investimos em nosso tempo para que o seu ficasse sempre mais rico. Se um homem não entra duas vezes no mesmo rio, como explica Heráclito, nunca teremos o mesmo leitor a cada edição, a cada página lida, a cada última página. Teremos sempre um leitor renovado, transformado pela palavra, pelo tempo que se esvai sem que percebamos. É com essa convicção que pautamos nossa linha e política editorial. É com essa postura que celebramos com esta edição os cinco anos de publicação da revista do Oeste mais lida no interior da Bahia. Dessa forma, preferimos não fazer neste editorial uma apresentação do que lhe aguarda nas próximas páginas. Que você, sempre novo leitor, faça as suas descobertas. E que nas páginas seguintes escreva uma nova experiência com o tempo que lhe é oferecido pela vida. Para que mais tarde você não lamente que o tempo passou e você nem viu. Feliz leitor 2016!



índice COLUNAS 28 | Desenrola, por Aderlan Messias 32 | Exclamação, por Karine Magalhães 36 | Opinião, por Poty Rodrigues de Lucena 50 | Impressões, por Anton Roos 55 | Saia Lápis, por Anne Stella

C.FÉLIX

42 | CAPA Vinícius passado a limpo

17 | MISCELLANEA Artes Plásticas: A viagem das carrancas Culinária: Lem sedia segundo Festival de Gastronomia Lançamento: A ficção de Anton Roos em novo livro Luto: Zé de Hermes se despede da folia Evento: Encontro reúne motociclistas em Barreiras Em Barreiras: Moda e Solidariedade O Personagem: No tic tac dos anos 35 | ECONOMIA & MERCADO Comércio: Marca local é sinônimo de qualidade 39 | ENTREVISTA: ANA LUIZA MENA BARRETO Estatuto restringe conceito de família

46 | UM LUGAR Rui Rezende: Cachoeira de Santa Bárbara 48 | CULT Literatura: No caminho das pedras Agenda: I can’t get no satisfaction 56 | SOCIAL



leitor

Canais Revista A contato@revistaa.net

Capa - O melhor da Bahia Incrível! O Oeste da Bahia é muito surpreendente mesmo! Consegue produzir cada dia mais, mesmo com as adversidades do clima da região! Fiquei doida para experimentar essa delícia! Júlia Maria Nossa, que legal! Além da agricultura, também é possível ter outras atividades no Oeste! Muito bacana conservar a identidade dos jovens e convencê-los a ficar no campo através do desenvolvimento econômico com a apicultura. Salve as abelhas! Temos mesmo que aprender a ser mais como elas! Mara Ferreira

Economia e Mercado – Juntos pelo mesmo empreendimento Esse é lugar é indiscutivelmente perfeito! Traz aconchego, tranquilidade e muito bom gosto! Parabéns ao casal! Voltaremos sem dúvida! Suzanne Costa Parabéns, primo pelo empreendimento! Nossa região precisava de um lugar assim. Felicidades! Alexandre De Souza Cavalcante Lugar lindo e aconchegante, ótimo para descansar e recarregar as energias! Carolisa Massoni



caiunarede www.revistaa.net FOTOS: DIVULGAÇÃO

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CRESCE NÚMERO DE CASOS DE MICROCEFALIA NO BRASIL De acordo com o Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, o país tem 1.248 casos de microcefalia notificados, em 311 municípios, de 14 unidades da federação. O estado de Pernambuco registra o maior número de casos (646). A Bahia ocupa o quinto lugar com 37 casos registrados.

Para meninos e meninas Inaugurada em 1927, a Escola Estadual Dr. José da Costa Borges possuía em sua estrutura dois prédios, um para meninos e outro para meninas. Na década de 1930 o ensino foi mesclado e ambos os sexos puderam estudar juntos. Municipalizada desde 2004 pelo prefeito Antonio Henrique, a escola funciona até os dias de hoje na rua Professora Guiomar Porto e possui a mesma base da sua estrutura física, mas sem a divisão de prédio por sexo.

BARREIRAS ELEGE NOVOS CONSELHEIROS TUTELARES No dia 4 de outubro, barreirenses elegeram no Colégio Estadual Antonio Geraldo, os novos conselheiros tutelares da cidade. Fora escolhidos cinco titulares e cinco suplentes dos 11 candidatos e eles terão mandato de 2016 a 2019.

CDL PROMOVE 2º ENCONTRO REGIONAL DE LÍDERES O empreendedor, engenheiro mecânico, facilitador do Empretec pelo Sebrae e vencedor do Programa O Aprendiz 5 – O Sócio, Clodoaldo Araújo esteve presente em Barreiras no dia 29 de setembro para palestrar na segunda edição do Encontro Regional de Líderes – Empresários Fomentando o Desenvolvimento do Oeste da Bahia. O evento teve como objetivo, reunir líderes do comércio regional e empreendedores, para debater sobre a importância de multiplicar o pensador. NAPOLEÃO MACEDO

memória

Colaboração do internauta Envie uma foto, sugestão de pauta, comentário. Participe! Você faz a notícia.




abordo

distraído Os olhos atirados à melancolia o encontram a passear pela lagoa formada pelas primeiras chuvas desse inverno, em Santa Maria da Vitória. Havia dias sem céu azul, havia dias sem essa cena, havia dias... e quantos dias ferventes! Dias de se morrer de sede, dias de matar a sede... dia de passear pela lagoa, distraído, encontrando olhos alheios.

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miscellanea REPRODUÇÃO

eventos, design, tendência, moda...

ARTES PLÁSTICAS

A VIAGEM DAS CARRANCAS EXPOSIÇÃO NA PINACOTECA DE SÃO PAULO PRESTA TRIBUTO AO MESTRE GUARANY, MAIOR CARRANQUEIRO DA BACIA DO RIO CORRENTE

OBRA DE GUARANY Carranca em madeira de1907 assinada pelo carranqueiro santamariense Francisco Bicuiba Dy La Fuente Guarany compôs a exposição que reuniu diversas peças e fotos dos franceses Marcel Gautherot e Pierre Verger

texto JAIRO RODRIGUES

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miscellanea ncerrou no dia 18 de outubro em São Paulo, após quase três meses de duração, a exposição “A Viagem das Carrancas”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. O projeto reuniu esculturas do mestre Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany, de Santa Maria da Vitória, e os artistas do seu tempo, entre eles o mestre Afrânio, destacado carranqueiro de Barreiras, na bacia do Rio Grande. Compondo o conjunto do grande evento a curadoria de Lorenzo Mammi selecionou extraordinárias imagens de autoria dos fotógrafos franceses Marcel Gautherot e Pierre Verger, com cenas captadas em 1946, quando as barcas navegavam ornamentadas pelas figuras de proa as grandes artérias fluviais da bacia do Rio São Francisco,evidentemente com destaque especial para o Rio Corrente e o legado cultural do ícone da escultura primitiva no Brasil, mestre Guarany. De nível internacional, o registro da exposição foi publicado em livro-catálogo, edição bilíngue (português e inglês), organizado pelo curador com textos inéditos de autoria do principal estudioso da área, o professor Paulo Pardal, além de artigos de Clarival do Prado Valladares e do poeta Carlos Drummond de Andrade. Trata-se de uma impecável edição ricamente ilustrada da qual reproduzo o argumento do autor: “A verdadeira história das carrancas acabaria com a navegação. Só a longevidade e a excelência da arte de Guarany permitiram estendê-la para tempos mais recentes. Francisco Guarany nasceu em 1882. Era quatro anos mais velho que Tarsila do Amaral; sete a mais que Anita Malfatti; catorze a mais que Volpi e Guinard. Não foi um artista “erudito”, mas, à maneira dele, foi um artista moderno. Em um país geográfica e socialmente descontínuo como o Brasil, a modernidade se deu em várias camadas. Uma cultura insulada, mas poderosa, como a do médio São Francisco, foi capaz de produzir uma tradição figurativa própria. Por outro lado, a escassa profundidade das raízes folclóricas e a circulação relativamente intensa de informações, sobretudo a partir do último quartel do século XIX, favoreceu o surgimento de artistas com características individuais. Se Guarany não transferiu imediatamente sua perícia na arte sacra para a produção de carrancas, é porque sabia que se tratava de duas “artes” distintas. Por outro lado, ao introduzir o detalhe das mechas revoltas em suas figuras de barco, por exemplo, testou certa permeabilidade entre os gêneros, arriscando uma contaminação entre imagem culta e tradição popular. Antes , provavelmente, de que ele mesmo achasse, começou 18

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OUTRAS CARRANCAS Diferentes das atuais carrancas franciscanas, as que se impunham nas proas das embarcações entre fins do século XIX até pouco mais de meados do séxculo XX erma antropomórficas (com aparência humana). Tudo isso é explorado no catálogo da exposição, assinado pelo curador Lorenzo Mammi. Embaixo, à direita, flagra de Verge em momento de trabalho de Gautherot

a “quebrar a cabeça”, reavaliando e reinventando constantemente. Em outras palavras: frente às formas herdadas, sua postura é crítica. Não as repete, reflete sobre elas. É nesse sentido, e não apenas pela cronologia, que Guarany foi um artista moderno, e não dos menores. Possivelmente, o primeiro artista moderno da arte popular brasileira”.

O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu uma crônica publicada no Jornal do Brasil, nos anos 1980, após visitar uma exposição de carrancas no Museu da Marinha do Brasil. No último parágrafo, disse o poeta: “Pois é. Quem diria que as carrancas antropomórficas de Francisco Guarany saltassem das águas do Médio São Francisco para a contemplação europeia, e fossem hoje motivo de interesse mundial? Nada de surpreendente, no entanto. Ele soube captar não só a alma do navio, como também, e principalmente, a alma da gente que vive à beira das águas do Velho Chico, já agora despojada de seus símbolos místicos e religiosos, mas conservando no coração uma semente de magia que lhe dá força para viver. Ou sobreviver”.


FOTOS: DIVULGAÇÃO

CULINÁRIA

LEM SEDIA SEGUNDO FESTIVAL DE GASTRONOMIA Entre os dias 01 e 04 de outubro, Luís Eduardo Magalhães recebeu chefs de cozinha profissionais especializados de várias regiões do país para o II Festival LEM Gastronomia. Ao todo, foram ministradas aulas sobre as técnicas de corte de ovinos, aves e defumação de peixes, além de apresentações práticas sobre a culinária baiana, mineira, paulista, pernambucana, goiana, e até mesmo internacional como a gastronomia japonesa e iraniana. Uma das atrações do festival foi a apresentadora de TV e criadora dos famosos pães delícia da Bahia, Elíbia Portela. Quem também vestiu o avental e o chapéu de chef foi o prefeito Humberto Santa Cruz. “A segunda edição do festival foi um enorme sucesso. Esperamos fazer ainda melhor em 2016, com mais atrações para todos visitantes”, observou o prefeito. Para a segunda edição do LEM Gastronomia, 80% dos ingredientes utilizados na produção dos pratos das oficinas e aulas-show foram locais. “Fizemos questão de usar ingredientes típicos da cultura da região, cultivados e produzidos aqui e comercializados dentro do município”, explica a chef Rosa Gonçalves, co-realizadora do

MÃO NA MASSA A diversidade na culinária marcou as produções dos chefs na segunda edição do evento

evento. A ideia, segundo a chef é incentivar que a população use de recursos que estejam na sua vizinhança. “Desde os legumes e hortaliças que sejam plantadas num sistema de agricultura familiar, até o peixe ou ave que estejam crescendo nas fazendas em torno da cidade”, complementa. A terceira edição do LEM Gastronomia está marcada para agosto de 2016.

LANÇAMENTO

A FICÇÃO DE ANTON ROOS EM NOVO LIVRO O jornalista e colunista da r.a, Anton Roos, lançou em novembro seu segundo livro, “A revolta dos pequenos gauleses”. Autor da coletânea de crônicas, “A gaveta do alfaiate” (2014), dessa vez ele apostou na ficção com a publicação de seis contos, cinco deles inéditos. A única exceção é o conto “Maquete”, publicado anteriormente em formato digital para o concurso Brasil em Prosa, parceria entre o jornal O Globo e a Amazon. “Em linhas gerais, esse livro não é para qualquer leitura despretensiosa. As histórias nele reunidas não vão te fazer chorar ou se emocionar. Tudo que há neste livro tem muito mais potencial para provocar reflexão do que oferecer, de modo tão óbvio, o simples e tão almejado prazer da leitura”, explica Anton. O autor também participou da coletânea de autores de Luís Eduardo Magalhães, “Fragmentos”, lançada este ano, que reúne contos, crônicas,

CINEMA

MOSTRA DO DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO

ANTON ROOS “Tudo que há neste livro tem muito mais potencial para provocar reflexão do que oferecer, de modo tão óbvio, o simples e tão almejado prazer da leitura”

ilustrações e fotografia. Nele, o jornalista participa com três crônicas e o conto “Adolfo”, que marcou sua estreia como contista. O livro será lançado em formato pocket book e poderá ser adquirido diretamente com o autor. Mais informações no telefone (77) 99971-7341 (whatsapp) ou pelo facebook.

Luís Eduardo Magalhães foi um dos 200 municípios brasileiros selecionados para receber a programação do Dia Internacional da Animação (DIA). A mostra aconteceu no Centro Cultural, no dia 28 de outubro e contou com oficinas práticas de técnicas de animação como stop motion e pixelation, durante o dia, e a apresentação dos filmes a noite. “Uma das grandes forças do Dia Internacional da Animação é a exibição de filmes não só nos grandes centros, como em muitas cidades do interior do Brasil, fazendo parte do calendário cultural de vários municípios que não tem salas de cinema”, explica Fabiano Florez, produtor nacional do evento. A mostra de filmes contou com a exibição de seis filmes nacionais e oito filmes internacionais.

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FOTOS: C. FÉLIX

miscellanea

Símbolo da alegria, o angicalense tinha a folia momesca correndo pelas veias e carregava consigo a herança do frevo pernambucano. Nos bate-papos, Zé de Hermes trazia à tona as memórias das aventuras do tempo em que jogava futebol, dos primeiros carnavais e usava a poesia para descrever suas tristezas e conquistas.

SE DESPEDE DA FOLIA

Sempre animado, aos 75 anos não pretendia aposentar as fantasias carnavalescas e queria curtir ao lado dos amigos as marchinhas no carnaval cultural de Barreiras. Em homenagem ao folião, a prefeitura decidiu denominar o circuito cultural do centro histórico com o nome do irreverente incentivador da cultura.

Muita emoção marcou a despedida do ícone do carnaval barreirense José Nunes da Matta Filho, o querido Zé de Hermes. Sua morte no mês de outubro, decorrente de complicações renais, reuniu muitos amigos do carnavalesco para prestar-lhe diversas homenagens com chuva de confetes, preces, palavras carinhosas e muita música.

Dono de uma energia invejada por muitos jovens, após sete décadas e meia de vida, Zé de Hermes vai deixar saudades. Ele foi um vascaíno apaixonado, carnavalesco dedicado, boêmio entusiasmado, músico fascinado, contador de histórias, poeta e, na memória daqueles que o conheceram, será um eterno folião.

LUTO

ZÉ DE HERMES

REPRODUÇÃO

ADEUS Angicalense radicado em Barreiras era conhecido pela irreverência e alegria com que levava a vida. A partir do próximo carnaval, o circuito do centro histórico vai levar seu nome

EVENTO

ENCONTRO REÚNE MOTOCICLISTAS EM BARREIRAS De 9 a 11 de outubro, o Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha, em Barreiras, foi ponto de encontro para dezenas de motociclistas de todo o país no I Encontro Nacional de Motociclismo da cidade. Shows, exposições de carros antigos, rebaixados e motos, passeios, sorteios, motocross, e muita interação, marcaram a primeira edição do evento que reuniu velocidade, tecnologia e paixão.

DRAMATURGIA PERDE MARÍLIA PÊRA O mês de dezembro começou mais triste após a notícia da morte de Marília Pêra no dia 5. Aos 72 anos, a atriz lutava contra um câncer que atingia ossos e pulmão. Além de atuar, Marília era cantora, bailarina, diretora, produtora e coreógrafa. Ao longo de sua carreira, fez mais de 30 filmes, 50 peças de teatro e 40 novelas, programas de TV e minissérie. A última delas “Pé na Cova”, de Miguel Falabella, na Rede Globo.



miscellanea

EM BARREIRAS

MODA E

SOLIDARIEDADE texto CAROL FREITAS fotos ANNE STELLA

m 2013, o caso de Patricia Betran (in memorian), de Luís Eduardo Magalhães, rendeu a campanha #SouPaty nas redes sociais para mobilizar o maior número de doadores e encontrar um que fosse compatível com a jovem de 25 anos. Recentemente, as redes sociais se movimentaram mais uma vez para ajudar uma pessoa do Oeste baiano. Vivian Iliopoulos, de apenas dois anos, foi diagnosticada com leucemia aguda e precisava fazer o transplante de medula. A família da menina é de Riachão das Neves e com a ajuda da página #AjudeVivi, conseguiu estimular um grande número de doadores em todo o Brasil. Para ajudar Vivi no tratamento, lojas de Barreiras uniram moda e solidariedade e no dia 24 de setembro realizaram um desfile beneficente, que também tirou dúvidas sobre procedimentos de doação. Clientes e amigos desfilaram solidariedade na passarela montada no Le Reve enquanto as lojas apresentavam as novidades de suas coleções. Resultado de tanta mobilização pelas redes sociais e de eventos e ações em prol da menina: Vivi encontrou um doador no dia 20 de outubro e realizou o transplante de medula no dia 28. Vivi segue em acompanhamento médico para uma recuperação total. A leucemia é uma doença cancerosa provocada pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos no sangue. Quando evolui gradativamente, é considerada crônica e, quando acontece mais rapidamente, é chamada de aguda. Esta, geralmente tem maior incidência em crianças e cerca de 80% delas são curadas com tratamentos quimioterápicos ou transplante de medula óssea. Apesar do nome, o procedimento não é uma cirurgia, mas uma transfusão que consiste na retirada de uma parte das células-tronco do doador para, então, serem introduzidas na corrente sanguínea do doente. O problema do transplante de medula óssea é a necessidade do alto nível de compatibilidade para a operação, o que dificulta encontrar doadores. Vivi e Paty foram alguns dos mais de onze mil casos de leucemia em todo o país e a doação é essencial para salvar a vida de muitas dessas pessoas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia foi responsável pela morte de mais de seis mil brasileiros em 2013, sendo 3.439 homens e 2.877 mulheres.


AÇÃO Músicos, lojas, clientes e amigos se juntaram para o desfile beneficente que tirou muitas dúvidas a respeito da doação de medula óssea

Parceiros: Santa Lolla / Enkantario / 5ª Avenue / Provanza / Saboretto / Contem 1g / Vanite Hair / M Martan / Bazar 65 Apoio: Impacto Luminus and Sound / Gráfica Irmãos Ribeiro/ Ramon Arievilo e Danilo/ Liz Sandra/ Vinil Line/ Bahia Port/ Revista A/ Karine Magalhães/ Rádio Vale/ Jornal Nova Fronteira/ Carloman Comunicação Visual/ DJ Dhiu Miranda/ Hélvia Machado/ Salão Unibel/ Isaú Nunes/ Secretaria Municipal de Saúde/ Site Arerê / Williane Make/ Carlos Tito/ Karlúcia Macedo/ Gilka Machado




miscellanea O personagem

DE PAI PARA FILHO Através do convívio diário na relojoaria, Guedes ensinou o ofício ao filho Gleison, que, mesmo com outras ocupações, pretende dar continuidade ao trabalho do pai

NO TIC TAC DOS ANOS Relojoeiro há quase 35 anos, Guedes tenta prever o futuro da profissão à qual dedicou boa parte da sua vida texto/fotos CAROL FREITAS

-B

om dia seu Guedes. - Bom dia. - O meu relógio parou de funcionar ontem. O senhor pode ver o que aconteceu? Passam alguns segundos: - Pois não meu filho, foi o a pilha que acabou. Aqui é rapidinho pra trocar. - Pronto. Troque aí por favor, que daqui a pouco venho buscar. E assim começa o dia de Nivaldo Guedes, relojoeiro desde 1981. Natural de Ibimirim (PE), o senhor de 61 anos veio com os pais para Barreiras quando tinha apenas 15 em busca de uma vida melhor. Na cidade descobriu o gosto pela profissão na qual acredita que nos dias de hoje ainda tem seu espaço no mercado. “Espaço tem, todo dia eu tenho alguém para atender. A questão é que é muito difícil você ver um relojoeiro rico. É muito raro

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não aparecer ninguém aqui, mas quando acontece, eu fico me perguntando ‘será que eu existo aqui como profissional?’”, reflete. Além de gerar renda para a família, para Guedes, a profissão lhe proporcionou muitas amizades e foi uma maneira de obter o ganha pão sem precisar estar na correria do dia a dia. Para ele, a maior vantagem em ser relojeiro é o contato com o público. “Eu criei um ciclo de amizades muito grande. Às vezes você vai em cidades circunvizinhas e conhece pelo menos uma ou duas pessoas que podem te receber bem. Fora que você fica conhecido na cidade em que você mora”, conta. Apesar do gosto pelo ofício, Guedes admite que daqui a um tempo será mais difícil encontrar relojoeiros já que os relógios têm ficado cada vez mais descartáveis. Para ele, essa redução de profissionais também se dará pela falta de interesse dos mais jovens em conhecer esse universo. “Antigamente, a parte de relógio era mais mecânica, era um maquinário mais perfeito com engrenagem, balanço. Hoje é uma parte de circuito com três engrenagens e a bateria. Então ele foi simplificando e às vezes o cliente prefere trocar o relógio do que consertá-lo. Eu vejo também que os jovens ou acham a profissão difícil ou pouco rendosa e não procuram aprender esse ofício”. Otimista, Guedes também conserta joias e armações de óculos. Segundo ele, sempre tem alguém que precisa ajustar uma joia e, geralmente, as pessoas gostam de fazer isso com alguém que já tenha tradição no mercado. O gosto pela profissão se estendeu ao filho Gleison de Souza, de 39 anos. Desde os oito anos Gleison aprende com o pai e, mesmo trabalhando também com mercado, pretende continuar dedicando um tempo à relojoaria. “Eu não sei muito não, mas tudo o que eu sei, foi ele quem me ensinou. Essa profissão está morrendo aos poucos e a gente precisa dar continuidade”, finalizou Gleison.


Desenrola por ADERLAN MESSIAS

Eu estou. Tu estás. ELE ESTÁ!

CONECTADO facebook: decodetroia@hotmail.com e-mail: decodetroia@hotmail.com ADERLAN MESSIAS Professor da Universidade do Estado da Bahia e Faculdade São Francisco de Barreiras. Licenciado em Letras Vernáculas e bacharel em Direito

eu ouvir

A

través da tecnologia da informação, a comunicação humana tornou-se mais ágil, prática e eficaz. É por meio de sites e aplicativos como facebook, twitter, instagram e whatsapp que milhões de brasileiros conectam-se em tempo real para enviar mensagens, fotos e vídeos que facilitam e dinamizam o processo comunicativo. Especificamente, as redes sociais tornaram-se ferramentas necessárias e indispensáveis para qualquer pessoa ou empresa, haja vista que no mundo globalizado a internet tem cumprido papel cada vez mais importante para os cidadãos e empresas. As pessoas têm mais liberdade de expressar-se; as empresas difundem seus negócios. É nesta perspectiva que todos vão aderindo ao meio virtual. Em contrapartida, as informações veiculadas nesses espaços podem ser prejudiciais. A título de exemplificação, basta observar relatos de pessoas que perderam emprego ou mesmo não conseguiram promoção, por apresentar comportamento inadequado nas mídias sociais. E quando o comportamento inadequado é o português escrito? Imagine um profissional que necessita redigir um texto na página da empresa que trabalha e o faz permeado de erros! Não existe mágica para uma escrita eficaz, mas prática da leitura que possibilita acionar o cérebro para a grafia correta das palavras. Quando isso não acontece, o melhor é sempre pesquisar antes de escrever. Um clássico exemplo de deslize no meio virtual é o uso da forma verbal “está” e “estar”. É preciso lembrar que as duas formas existem. Está (sem o “erre”) marca o tempo verbal conhecido como presente do indicativo. Via de regra indica estado ou qualidade que se encontra o sujeito da oração. Por exemplo: a) Vejo que João está cansado do trabalho. b) Não imagina como João está com raiva de você. A outra é o verbo estar no infinitivo, terminado por “erre”. A sua utilização ocorre mediante locuções verbais, ou quando o verbo tiver regência de uma preposição: a) Seu namorado deve estar triste pelo ocorrido. b) João pode estar atrasado para o compromisso. c) Joana fica bonita sem estar maquiada. d) Exercitar é importante para ele estar em forma. O problema de tudo isso ocorre porque os usuários, de forma desatenta, não percebem que a fala se difere da escrita, pois o “r” (erre”) das formas verbais no infinitivo não é pronunciado. Por essa razão a pronúncia das formas no infinitivo se assemelha às formas oxítonas da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.

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s i ó

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va

n

Assim, como o uso de “está” e “estar”, cuidado especial deve incorrer, também, em casos como: (eu) percebi (e não, (eu) percebir, que não existe); (eu) parti/vou partir. A questão que se discute não é a linguagem da internet, que pode ser abreviada etc, mas o emprego errado de certas palavras. Nem sempre dá para sustentar, por exemplo, a ideia de que o equívoco decorre do corretor do celular, ou algo parecido.




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Para ele Para todos os estilos, neste natal dê presente Zhagaia.

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Exclamação por KARINE MAGALHÃES

KARINE MAGALHÃES Consultora de moda, trabalhou na Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide e em cerimoniais com Cristina Gomes. Presta consultoria à Maison Caroline.

Pit stop na Moschino Sinalização de trânsito e posto de lavagem de carro foram inspiração para Jeremy Scott criar a nova coleção da grife verão 2016. FOTOS: REPRODUÇÃO

Pout-pourri FASHION!

CONECTADO facebook: karine.beniciomagalhaes e-mail: @ituau_Karine / twitter: @ituau_karine instagram: @karine_magalhaes

Os desfiles internacionais e nacionais das temporadas 2016 mostraram uma estética vintage com mix contemporâneo, atitude menos frívola. Após anos condenado ao porta-joias da vovó, o broche volta à cena fashion como um dos acessórios mais quentes da temporada. Jeremy Scott, para criar a nova coleção da grife Moschino verão 2016, levou escapismo pop, cheio de bossa, inspirado na sinalização de trânsito e postos de lavagem de carro. As mules e as Bags com shape de lancheira, são as queridinhas da vez. Sintonize aqui e saiba mais nas imagens selecionadas. Imprima graça ao seu street style da vida real, sem medo de errar. Acesse www.revistaa.net/exclamacao.

Mules Dois dos melhores do modelo que conquistou as fashionistas: Preto - Stella McCartney (R$ 7.800,00) e Dourado - Gucci (R$ 4.434,00).

Broches voltam à cena Como um dos acessórios mais quentes da temporada, modelos divertidos e oversized, que fogem ao estereótipo das joias antigas de família.

Galerie Lerique na Luisa Via Roma € 274, Chanel a partir de R$ 4.000 e Marni no Net-A-Porter US$ 410. Na foto: Broches de resina e cristais (a partir de R$ 2.540) em looks da Prada

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economia&mercado carreiras, consumo, negócios, gestão, etc.

COMÉRCIO

MARCA LOCAL

é sinônimo de qualidade

Criada há 18 anos, a Zhagaia conseguiu se consolidar no mercado e é uma das marcas mais vendidas na rede de lojas de vestuário masculino administrada por Carlos Henrique texto/foto CAROL FREITAS

F

ilho dos comerciantes Carlos e Suely Costa, Carlos Henrique Souza Costa Filho administra como co-proprietário cinco lojas de vestuário masculino e uma de vestuário misto. Além de vender várias marcas, a Zhagaia Menswear conseguiu se consolidar nesses 18 anos como uma marca forte no mercado local. “Quando minha mãe abriu a Zhagaia no shopping em Barreiras, visávamos um público diferenciado que estava crescendo. Com essa nova tendência de mercado, vimos que seria interessante alavancar uma marca própria que fosse sinônimo de qualidade e com um preço acessível”, afirmou. O nome Zhagaia remete à masculinidade, já que a palavra tem origem indígena e significa uma arma de caça e pesca, funções culturalmente exercidas pelo homem. A marca barreirense superou rápido as dificuldades iniciais para se consolidar no mercado. Segundo Costa, por ser desconhecida, houve uma resistência inicial, mas quando o consumidor conheceu o produto e a qualidade, foi aderindo à novidade e atualmente, a marca Zhagaia é o carro chefe de suas lojas que também vendem Aramis, Ellus, Lacoste e Tommy. Envolvido com o comércio desde pequeno, através dos pais, Costa se formou em administração de empresas pela Universidade Católica de Salvador para dar continuidade ao trabalho da família. Com a crescente procura do público pela marca, a ampliação das lojas foi consequência da busca pela excelência em qualidade na produção das peças. “Aqui em Barreiras nós fazemos a inteligência da marca. Identificamos texturas, modelagens, cortes, estampas, tecidos, construímos toda a peça de acordo com tendências de mercado do nosso público alvo e a fabricação dos produtos é feita por empresas que têm know-how e já produzem pra outras marcas. Temos fornecedores em Blumenau, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais”, pontuou. Inaugurada em 1997 no shopping de Barreiras, em 2002, a Zhagaia abriu uma loja no centro da cidade e em 2005, uma filial em Luís Eduardo Magalhães. Em 2012, foi aberta uma loja em Vitória da Conquista; em 2013, uma em Itabuna e em 2014, a loja do shopping mudou-se para a Alameda das Grifes em Barreiras.“O shopping havia mudado o conceito e nós sentimos a necessidade de mudar o local da loja para uma região que está com o comér-

SUCESSO Aos 39 anos, o administrador Carlos Henrique conduz as cinco lojas da rede de vestuário masculino que tem marca própria como carro chefe

cio crescente. Por mais que a marca já tenha se consolidado, o local é muito importante para o mercado” reiterou. Visionário, o administrador que também conduz a franquia da Colcci em Barreiras, afirma que para 2016 planeja, junto com a equipe, lançar a marca Zhagaia feminina e kids. Esta, oferecida para o consumidor infantil masculino e aquela voltada para a mulher em seu ambiente de trabalho e eventos mais refinados. Os produtos partirão do mesmo princípio de elegância e qualidade com preços acessíveis. “Com a Zhagaia kids teremos também peças para pai e filho, que é uma tendência atual que conseguimos observar. Além disso, também iremos entrar no mercado on-line. O e-commerce tem mostrado constante crescimento e queremos ampliar a nossa marca pela internet”, finalizou Costa. Atuante há 10 anos no movimento lojista e nas negociações coletivas junto ao Sindicato Patronal do Comércio, recentemente Costa foi eleito presidente da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Barreiras. A posse está marcada para janeiro do ano que vem. dez/2015 - jan/2016

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economia&mercado

Opinião

por POTY RODRIGUES DE LUCENA

DESAFIOS da gestão coletiva

Q

uando você vai às compras e encontra o produto que tanto procura numa loja, a sua vontade e capacidade financeira são as principais barreiras que o separam do tão sonhado presente. Mas nem sempre funciona assim, não é mesmo? Quem já levou a esposa para comprar um carro para a família sabe bem do que estamos falando. Vejamos. É ela quem escolhe a marca, o modelo, a cor, acessórios, testa o ar-condicionado, o cheirinho de novo, opina em tudo e ainda olha se tem lugar para todos os penduricalhos. No final, ela é quem decide pelo carro e você, meu amigo, mesmo que contra sua vontade, é quem paga a conta. Nós optamos pelo Estado de Direitos e no ambiente democrático o desejo pela participação nas decisões é um processo natural e legítimo, mesmo se for para comprar um carro. Se não é tão simples escolher o produto dos seus sonhos com seu próprio dinheiro, imagine agora adquirir um bem ou realizar uma contratação com o recurso público e atender a vontade de todos os brasileiros? O recurso público é o bem mais valioso de uma nação, mais valioso do que o próprio dinheiro, e mantém a vida política de um povo ou sociedade sob o manto do estado. A bem do patrimônio público, a aplicação dos recursos para alcançar o bem-estar da sociedade não deve ser realizada de forma injustificada ou intempestiva, mas de forma planejada e participativa. No Brasil as compras e contratações do poder público são regidas pelo estatuto das licitações, a Lei 8.666/93, e ao obedecê-la o gestor público atende ao primeiro requisito da participação do povo nas decisões, pois a lei, em essência, é o interesse público. Contudo, com o acesso facilitado ao conhecimento nos tornamos seres multicom-

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Professor Adjunto IV do Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias e Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal do Oeste da Bahia.

petentes e desejosos pela participação em toda e qualquer decisão do poder público. Nós queremos participar nas decisões, e isso é um ponto bastante positivo. Por outro lado, a administração pública é submissa ao crivo das leis e a responsabilidade das decisões que envolvem a aplicação do recurso público recai objetivamente sobre o gestor. No final é o gestor público quem deve decidir e arcar com as consequências das decisões tomadas. Mas a decisão planejada é sempre a que tem mais chance de sucesso e é onde o gestor encontra o respaldo do público para consagração de seus atos. Para um planejamento eficaz na esfera pública, a participação deve ser efetiva. Somente assim as ações que dependem do esforço coletivo são legitimadas e conduzidas a bom termo. Todavia, planejar de forma participativa não é tão simples assim, pois não há modelo de construção coletiva pronto e acabado que responda às expectativas dos inúmeros e heterogêneos arranjos sociais. O planejamento participativo é um pacto de interesses e para que se consiga apoio e legitimidade no processo é preciso antes discutir como discutir. Talvez pareça perda de tempo, mas se não tomamos esta direção, gastamos a maior parte do tempo discutindo sobre o processo e esquecemos de discutir sobre o que realmente interessa. A elaboração do planejamento em si inicia-se a partir de um diagnóstico. Esta é a fase mais importante e requer que nos debrucemos profundamente sobre os temas de interesse para ter segurança nas decisões e desenhar cenários possíveis. Isso mesmo, cenários, pois um bom planejamento deve responder às mudanças de ambiente. Após isso, é que começamos a desenhar as diretrizes que substanciarão a proposição de metas. Sonhar não é proibido, mas é preciso olhar do futuro para o presente e se perguntar: Como alcançaremos? Sendo assim, as metas traçadas precisam ser tangíveis e coerentes com a missão da instituição. Uma boa gestão é aquela que não somente acerta nas decisões, mas também a que executa o planejamento traçado. O plano é o produto final do planejamento. Porém, o planejamento não termina com o plano elaborado, pois sua execução deve ser monitorada e avaliada constantemente para eventuais correções de rumos. Assim é possível ter critérios claros e objetivos para medir a eficácia de uma gestão pública e colher resultados. Planejar coletivamente é uma mudança de cultura necessária para vencer os desafios da participação na gestão pública brasileira. Este é o gesto de respeito ao esforço coletivo que constrói e mantém viva uma organização social que deve sempre sonhar alto e andar com os pés no chão.


INFORME PUBLICITÁRIO

transparência legislativa Boletim informativo do gabinete do vereador

DIGÃO SÁ

Que governo municipal é esse?

N

o último dia 2 de dezembro, o governo municipal, publicou um decreto (524/2015) que deixou indignada a população barreirense com o reajuste das tarifas do transporte público. No entanto, vindo de um governo que não prioriza os mais necessitados, não é nenhuma surpresa. Uma das primeiras ações da atual gestão, inclusive, foi querer aumentar a tarifa do transporte público. Lembram? Felizmente, isso não aconteceu devido à mobilização social, do poder legislativo e do Ministério Público Estadual. Foi a partir desse acontecimento que, enfim, aconteceu licitação para o transporte público. A vencedora do processo foi a Viação Cidade de Barreiras, que ofereceu o menor preço da tarifa e a melhor proposta técnica de renovação dos veículos. Em fevereiro a empresa começou a circular com cerca de 20 ônibus novos, dos 35 que teria que disponibilizar em 60 dias.

A super agilidade na decoração natalina Não resta dúvida que a iluminação natalina dá um outro clima à cidade. Mas nem por isso deve-se atropelar as prioridades de um governo. Vejamos o que aconteceu aqui em Barreiras. O município licitou a contratação de uma empresa para decorar a cidade no dia 26/11 e, curiosamente, a partir do dia 1/12 a cidade já estava sendo decorada. Faço dois questionamento sobre o assunto: a) Ao invés de gastar uma fortuna com essas ornamentações pasteurizadas, porque não envolveu os artesãos e fez algo mais criativo e econômico, com material reciclado, por exemplo?; b) Porque a prefeitura não usa essa impressionante agilidade para resolver os problemas da cidade? Afinal, qual a prioridade desse governo? Decoração? Para atender a cobrança da população por mais transpatrência nos gastos públicos, apresentei recentemente na Câmara um projeto que cria uma plataforma virtual para que o cidadão possa acompanhar com detalhe as obras que a prefeitura realiza. Estamos de olho!

Depoimento

De acordo com a licitação, a viação teria ainda que implantar a bilhetagem eletrônica, construir novos abrigos e três terminais de integração, fora outras exigências legais. Na época, o prefeito disse que a partir daquele momento a prefeitura teria mais ferramentas para fiscalizar o serviço oferecido. Não foi o que aconteceu. A empresa não cumpriu com o que rezava a licitação e a prefeitura, ao invés de cumprir seu papel de zelar pelo bem comum do cidadão, aumentou mais uma vez em um ano as tarifas dos transportes públicos. Em fevereiro deste ano, quando os primeiros novos ônibus passaram a circular na cidade, a tarifa passou de R$ 1,80 para R$ 2,30. Agora, passa para R$ 2,80. A Câmara já entrou com uma representação no Ministério Público denunciando esse abuso. Barreiras não suporta mais esse tipo de governo que governa para uns e desgoverna para muitos.

“Digão Sá desenvolve hoje na Câmara o mandato mais ilibado, voltado realmente para o real papel de vereador, com seriedade e respeito ao eleitor. Ele merece toda nossa confiança.” Gabriel Júnior, empresário

Canal de comunicação Digão Sá

camaradebarreiras.ba.gov.br

(77) 3611.9605

vereador.digaosa@hotmail.com

Você tem uma boa ideia? Ela pode se tornar um projeto de lei. Envie suas sugestões!



entrevista

ANA LUIZA MENA BARRETO

Estatuto restringe conceito de família

PERFIL Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque é graduado em engenharia mecânica e Doutor em Economia. Trabalhou seis anos no Banco Interamericano de Desenvolviemnto (BID), foi o primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), governador do Distrito Federal e Ministro da Educação. Atualmente é Senador da República e idealizador do Projeto de Federalização do Ensino Básico

PERFIL Natural de Porto Alegre, Ana Luiza Mena Barreto é formada em Direito pela Universidade da Região da Campanha (Urcamp - RS) e especializada em Direito Civil e Processo Civil, com ênfase em direito de família. Residente em Barreiras há mais de 10 anos, atuou junto à Câmara de Vereadores da cidade e foi conciliadora no Juizado Especial.

Aprovado pela Câmara dos Deputados em 24 de setembro, o Estatuto da Família tem causado muita polêmica por apresentar o conceito de entidade familiar apenas como “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. De autoria do deputado Anderson Ferreira (PR/PE) o Projeto de Lei 6583/2013 gerou debates acirrados sobre a exclusão de outras estruturas familiares presentes na sociedade atual. Em entrevista, a advogada Ana Luiza Mena Barreto afirma que além de ultrapassado, o Estatuto também ignora as decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema que, desde 2011, admitiu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, com todos os efeitos da união estável heterossexual. Para a advogada, os demais arranjos familiares não serão prejudicadas, tendo em vista que o poder judiciário também pode socorrer aqueles que não se sentirem amparados pelo Estatuto. texto: CAROL FREITAS / foto: ANNE STELLA

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A Constituição Federal já ampara as famílias brasileiras. Qual a real necessidade desse Estatuto? O referido projeto pecou em seu art. 2º, na definição de entidade familiar. Sabemos que o conceito de entidade familiar, vai muito além de um núcleo social, formado a partir da união de um homem e de uma mulher. A família, é o convívio de pessoas que vivem sob o mesmo teto, alicerçados pela união, amor e respeito, não estando vinculada a sexo, a união estável ou ao casamento, mas sim aos princípios de convivência. Conforme estabelece a nossa Constituição Federal em seu art. 226, a família é a base da sociedade e tem a especial proteção do Estado, só que a família é composta por seres humanos, independentemente do sexo, devendo todos os direitos elencados no estatuto ora discutido, abranger indistintamente, toda e qualquer pessoa. O Estatuto serviria somente para prever e regulamentar as políticas públicas, criar o dia Nacional da Valorização da Família e criar Conselhos Familiares. O conceito de família do Estatuto é o mesmo trazido na C.F. Levando em consideração os arranjos familiares da atualidade, você acha esse conceito discriminador e retrógrado? No momento em que o legislador definiu o conceito de família da forma dele, explícita ficou a discriminação, além de ultrapassado, já que as normas vão sendo construídas, também com base nos costumes. O tema em tela já está amadurecido em termos jurídicos, com as decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito do conceito de família no Brasil. Em maio de 2011, na decisão da ADPF 132/RJ e da ADI 4.2771, o Supremo Tribunal Federal admitiu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, com todos os efeitos da união estável heterossexual. O princípio norteador das decisões é o respeito às diferenças e vedação à discriminação em razão de sua etnia, religião ou orientação sexual. Em outubro de 2011 o Superior Tribunal de Justiça admitiu o casamento (por meio de habilitação perante o Registro Civil), com as seguintes fundamentações: “Não obstante a omissão legislativa sobre o tema, a maioria, mediante seus representantes eleitos, não poderia mesmo ‘democraticamente’ decretar a perda de direitos civis da minoria pela qual eventualmente nutre alguma aversão. Nesse cenário, em regra é o Poder Judiciário - e não o Legislativo - que exerce um papel contra majoritário e protetivo de especialíssima importância, exatamente por não ser compromissado com as maiorias votantes, mas apenas com a lei e com a Constituição, sempre em vista a proteção dos direitos humanos fundamentais, sejam eles das minorias, sejam das maiorias” (REsp 1183378/RS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 25/10/2011, DJe 01/02/2012)Jusbrasil.

A família é composta por seres humanos, independentemente do sexo, devendo todos os direitos elencados no estatuto ora discutido, abranger indistintamente, toda e qualquer pessoa”


Você acredita que esse estatuto trará prejuízos às uniões e adoções para casais homoafetivos ? E aos demais grupos que se consideram família? Acredito que não haverá prejuízos, já que possuímos o Poder Judiciário para socorrer aqueles que têm os seus direitos cerceados. De outra banda, o Estatuto ignora que o tema já está amadurecido juridicamente, com as decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito do conceito de família no Brasil. Há um artigo no PL que institui a criação da disciplina “Educação para a família” no currículo escolar. Você considera essa medida, uma maneira de uniformizar e impor costumes familiares? Nesse ponto, não é questão de impor costumes familiares, até mesmo porque essa educação deveria vir dos lares. Mas levando em consideração o desgoverno moral que assola alguns lares (independentemente de sexo), é necessário que o poder público interfira para auxiliá-los de alguma forma. Quando me refiro a costumes familiares, me reporto ao respeito, dignidade, solidariedade e não a orientação sexual. O autor do projeto considera a desconstrução do conceito de família um “aspecto que aflige as famílias e repercute na dinâmica psicossocial do indivíduo”. Você concorda com essa afirmação? O que repercute na dinâmica psicossocial do indivíduo, são os valores que algumas pessoas deixaram de cultivar como: respeito, humanismo, caráter...E não os novos arranjos familiares. Cor, sexo, raça... Isso não tem nada a ver. Precisamos nos preocupar em resgatar os nossos valores morais, princípios básicos e o amor ao próximo. Primeiramente, precisamos saber que ”A minha liberdade vai até onde começa a do outro”. Antes da votação do estatuto, houve uma enquete no site da Câmara dos Deputados para os brasileiros responderem se concordavam com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher. A enquete teve mais de 10 milhões de votos e destes, quase 52% respondram “não”. Ainda assim, os legisladores optaram por não atender à opinião pública. Como você vê essa representação política, que desconsiderou a posição da maioria? Apesar de ser um número expressivo discordando de tal definição, as enquetes servem somente para os parlamentares medirem o interesse público do tema, porém não juramenta a decisão dos deputados em comissões ou no plenário. A discussão sobre um tema, serve para chamar a atenção de todos sobre o assunto. Como eles são representantes do povo, deveriam levar em consideração a vontade do povo, mas as questões políticas vão além dos nossos conhecimentos. Mesmo com a maioria dos votos, a enquete possuiu quase cinco milhões de votos a favor do conceito de família estabelecido pelo estatuto. Na sua opinião, isso comprova o quanto a sociedade brasileira ainda é muito conservadora? Acho que não é questão de conservadorismo, mas sim de querer resgatar os valores perdidos, sedimentados na Constituição Federal. Hoje, nós cidadãos, estamos acuados diante de tamanha desordem e crise ética e moral. Acredito que as pessoas queiram de alguma forma, retroceder no tempo, no tempo de nossos avós, onde a família era o reduto de amor, carinho e segurança, confundindo essas questões com o preconceito sexual.


capa

Vinícius

PASSADO A LIMPO

Natural de Jaguari (RS), Vinícius Azzolin Lena ajudou a fundar a Academia Barreirense de Letras, fortaleceu o jornalismo local e construiu a história de sua vida partir de um intinerário afetivo marcado pela dor e o pertencimento texto/fotos C.FÉLIX

Vou rezando para não morrer lá”, confessa, embora não creia em Deus, arca de Noé, dilúvio e Adão e Eva. “A vida tem que ser vivida. Eu sou um evolucionista total. Não acredito em Deus. É tudo balela, tudo conto da carochinha. Não acredito que Deus tenha vindo em cima de um monte dando sinais para escrever nas pedras os 10 mandamentos. Os 10 mandamentos eram para Moisés dominar o povo. Eram leis necessárias para a ética e os bons costumes. Deus é um delírio, porque o ser humano fica se perguntando ‘de onde eu venho?’, ‘para onde eu vou?’. Aí não tem outra explicação. Põe Deus e pronto! É simples. Se não houver uma resposta, o cara entra em parafuso”, argumenta. Talvez seja por isso que o escritor e poeta Vinícius Azzolin Lena reza toda vez que viaja ao Sul. Ele não quer morrer lá. No início de outubro teve uma isquemia cerebral. Já está bem, mas a dicção ainda não, o que o faz levar um lenço ao canto da boca a todo o momento. Aos 85 anos, acha que o que fez na vida já foi além da conta. “Coisas que muitos não conseguem fazer, eu fiz”, conta, com certa vaidade. Dono de uma memória invejável, a cada lembrança ele revisita e reconstrói o passado, como se quisesse corrigir algo ou fazer algum acerto de contas. Isso fica claro no poema “Meus fados (Autorretrato)”, publicado no site Recanto das Letras: “(...) E horizontes longínquos, perdidos... redescobrir./ E os maus sonhos recolorir,/ para apagar os momentos de angústias/ e das metas inconclusas. E com exatidão obter respostas/ às perguntas obtusas:/ Quem fui? Que quero? Quem sou?”. Natural de Jaguari (RS), Vinícius mudou-se para o Oeste da Bahia em 1986. No ano anterior viera conhecer à região, estimulado por uma reportagem que vira na televisão. As circunstâncias em que se encontrava o angustiavam profundamente. Os quatro filhos não conseguiam emprego e “não havia horizonte”. “Aí, numa madrugada, me deu um estalo: quem sabe essa nova fronteira agrícola?”, lembra. De lá para cá se foram três décadas, período marcado pelo assassinato do filho, a morte da mulher e o crescimento do agronegócio na região. “Eu vim dar novos horizontes aos meus filhos e acontece uma tragédia dessas.

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Não tenho palavras para explicar o que passei”, conta emocionado, com as lágrimas brotando de uma ferida ainda aberta, mas sem arrependimentos. “A minha mentalidade é das minhas origens – e não podia ser diferente. Mas estou plenamente satisfeito de ter feito o que fiz, morar onde moro e conviver com o povo que convivo”.

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Em meado da década de 1980 a região vivia o boom da agricultura. A corrente migratória era intensa. Barreiras tinha cerca de 70 mil habitantes, mas tudo era muito precário: educação, saúde, infraestrutura, estradas. O primeiro curso superior chegou em 1990, com a Universidade Estadual da Bahia (Uneb). “Barreiras era um feudo. Tudo que acontecia aqui não passava da Serra do Saco. A gente sobrevivia aqui”, relembra. Vinícius e família foram morar na zona rural de São Desidério, em uma propriedade a 140 km da sede do município. O filho Vitor preferiu trabalhar em Barreiras, onde dava aula de inglês e viria a ser assassinado dois anos depois de fundar o jornal Nova Fronteira. A motivação do crime é uma incógnita e teoricamente não tem relação com o periódico. “Eles [Vitor e seu sócio Marcelo] conduziam o jornal com equilíbrio de força, sem panfletagem, sem críticas contundentes a A ou B. Nunca foram de fofoca. Inclusive na ‘hora’ da morte de Vitor o jornal ia muito bem”, conta, embora reconheça que muitos jornais da época viviam sob o cabresto do poder. “Qualquer deslize, qualquer opinião contrária ao poder, eles elimi-


SEM ARREPENDIMENTOS Com seu inconfundível suspensório, escritor e poeta revisita e reconstrói o passado como se quisesse corrigir algo ou fazer algum acerto de contas. Mas, garante, no alto de seus 85 anos: está satisfeito com tudo que fez na vida. Aliás, diz que já fez até além da conta

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capa navam. Eliminavam com terrorismo econômico. Vários jornais nasceram e morreram aqui por causa disso. O ‘Jornal do Oeste’ acabou assim, na marra. José Portinho, que tinha o panfletário ‘Jornal do Povo’ – que cacetava! –, foi assassinado ao lado da mulher, enquanto dormia. Teve também o caso de Mário Luís, que estava no ar quando moeram ele ali mesmo na rádio. Outra vez Baltazarino correu atrás de Quincão, do jornal ‘O Barreirense’, com um revólver na mão. Até a abertura da sucursal do jornal ‘A Tarde’ e da filiada da Globo, não existia jornalismo aqui. Eram tentativas. Se o jornalista não tivesse adesão do poder, não sobre-existia. Depois, quando Barreiras começou a aparecer na mídia nacional, as forças ocultas que existiam começaram a maneirar”, relembra. Mas a sobrevivência da imprensa na região era mais complicada ainda. Depois da morte de Vitor, Vinícius e seu filho Eduardo assumiram o jornal. Mas não seria nada fácil administrar um periódico em um local cujo leitor não tinha hábito de comprar jornal. Até hoje o “A Tarde” tem dificuldade de circular em Barreiras. “É assim: se você tem um jornal com tiragem de 2 mil exemplares e vende esses 2 mil entre banca e rua, você tem liberdade. Mas o povo quer de graça. ‘Dá um jornalzinho aí’, falam. Daí você depende de patrocínio do comércio, político, governo. Aqui não há espaço para uma imprensa investigativa”.

***

A família de Vinícius vivia basicamente da agricultura, atividade comum dos italianos vindos para o Brasil no final do século XIX. Dividia seu tempo em ajudar o pai e estudar. Fez o ginásio, técnico em contabilidade e o clássico. Nesse período estudou cinco línguas (francês, latim, inglês, italiano e espanhol) e desenvolveu o gosto pela literatura. Mas seu sonho era fazer medicina. Por isso aos 19 anos mudou-se para Porto Alegre, onde morou uns três anos. Foram anos inesquecíveis. “Para um menino do interior aquilo era um paraíso. Tudo novo: cinema, diversão”, conta. “Mário Quintana era praticamente meu vizinho. Eu morava numa pensão na praça da Alfândega. Na esquina era o Correio do Povo, jornal em que ele trabalhava. Toda tardinha ele ia fumar cigarros na praça. Era um atrás do outro. Eu já conhecia os escritos dele e ficava observando-o de longe. Ele era poeta, mesmo, em todos os sentidos da palavra! Havia se formado em direito, mas sobrevivia da poesia no jornal. Era considerado o poeta dos passarinhos. Agora, o meu preferido era Castro Alves. As poesias dele ainda me fazem chorar. Para mim é o maior poeta da língua portuguesa. ‘Ó mar, por que não apagas/ Co’a esponja de tuas vagas/ De teu manto este borrão?...’ O ‘Navio Negreiro’ é um romance fantástico, que descreve a trajetória dos escravos nos navios”. O interesse de Vinícius com a literatura aumentava a cada dia em Porto Alegre. Trabalhava em uma livraria, no setor de controle dos títulos e autores. Foi aí que conheceu Érico Veríssimo. No lançamento de “O Tempo e o vento” conseguiu um autógrafo do escritor. Um dia, Vitor viajou para Passo Fundo e levou o livro para ler no ônibus. Distraído, esqueceu lá mesmo. “Eu lamento até hoje. Vitor ficou muito sentido. Arrumou outro exemplar da edição original, mas fiquei sem o autógrafo”. Essa sua relação com as letras acabou extravasando literalmente para os livros. Já escrevia poesias e outros textos no Sul, mas foi em Barreiras, em 2006, que ele lançou seu primeiro livro, “Traçando Barreiras”, com ilustrações de Júlio Cesar Cruz. Dois anos mais tarde assumiu a presidência da Academia Barreirense de Letras. Em 2010, publicou o livro de contos “Pequenas Estórias”. Agora, estuda publicar um livro de poesia, que por sinal já está escrito e diagramado. “O problema é o custo”, argumenta. 44

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OBRAS PUBLICADAS “Traçando Barreiras” foi uma produção do escritor em parceria com o ilustrador Júlio Cezar da Cruz que conta um pouco da história da cidade. Publicado em 2010, o livro “Pequenas Estórias” é recheado de contos de ficção e recordações da infância de Vinícius

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“No ano em que eu ia fazer o vestibular larguei tudo e voltei para a lavoura, em Jaguari”, relembra. Naquele momento abria mão do sonho de fazer medicina devido as circunstâncias financeiras. Precisava trabalhar para viver. Alguns anos depois, já com 28, resolveu casar. No ano seguinte entrou para a política, foi eleito vereador e presidente da Câmara. Depois foi reeleito vereador, mas desistiu com o golpe de 1964. “Saquei minha viola e renunciei ao cargo. Não havia mais espaço para um vereador de oposição”. Abriu uma loja e foi cuidar da família que crescia a cada ano, praticamente. O tempo passou, as crianças ficaram adultas e a situação em Jaguari estava cada vez complicada. Seus filhos não conseguiam emprego, “não havia horizonte”. Nesse período o pai de Vinícius morreu e ele herdou 65 hectares. “O que fazer?”, pensava. Aí teve aquele estalo de madrugada e decidiu vir para a “nova fronteira agrícola” do país. “Barreiras chamava atenção”, lembra. Mas a situação da cidade não era nada alentadora. “Aqui não tinha uma faculdade. Quem tinha posses podia sair para Brasília, Salvador, Uberaba e tal, e se formava. Mas voltava com a mesma cabecinha. Hoje, temos uma federal, estadual, curso de medicina. São dezenas de cursos! Isso, sem dúvida, eleva o saber, a cultura. Se um jornal ou qualquer forma de imprensa quiser fazer uma denúncia, faz e não acontece nada. Esse aspecto de liberdade de imprensa mudou muito. A total não existe aqui e nem em lugar nenhum. É uma liberdade vigiada e dependente do sistema econômica. Mas melhorou muito!”. Apesar de todas essas transformações e oportunidades de formação oferecidas hoje, Vinícius ainda vê o jovem com muita preocupação. “A juventude não lê mais. Eu tenho netos e sei. É tablet, Facebook, Twitter, WhatsApp... vejo isso com muita desilusão”, confessa, mas seu lado otimista prevalece quando analisa a cidade como um todo. “Eu vejo Barreiras uma cidade milagrosa, porque apesar dos maus gestores (sem citar nomes), ela cresce, cresce, cresce e não para de crescer. Mesmo com a emancipação do principal distrito de produção agrícola, Barreiras não se ressentiu. Além de ser um ponto geográfico estratégico, é polo de serviços e comércio de toda a região Oeste. Barreiras não serve apenas a seus 150 mil habitantes - são 800 mil habitantes de toda a região aqui. Sabe onde é Oliveira dos Brejinhos? É na Chapada Diamantina. Vem gente de lá fazer compras aqui...”, analisa Vinícius, com propriedade de quem sabe o que está falando e tem plena convicção de suas decisões. Por isso que sempre que viaja para o Sul, reza para não morrer lá, mesmo não sendo religioso.



umlugar

foto RUI REZENDE

CACHOEIRA DE SANTA BÁRBARA Presente no próximo livro de Rui Rezende, a Cachoeira de Santa Bárbara possui queda de 75 metros e fica localizada no município de Riachão (MA). Depois de uma trilha de cinco minutos é possível conferir a exuberância da cachoeira com todas as suas belezas naturais e tomar um banho refrescante no Poço Azul.

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NO CAMINHO

DAS PEDRAS

Com potencial para ampliar o turismo ecológico na região, a escalada esportiva tem atraído vários adeptos no Oeste da Bahia texto/fotos CAROL FREITAS

cult

música, cinema, artesanato, agenda,

esporte

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Oeste da Bahia é rico em áreas que encantam praticantes de esportes radicais. Rapel, tirolesa, rafting, trekking, passeios de bote e trilhas fazem a cabeça dos turistas e moradores da região que buscam a adrenalina aliada à natureza. Mas, há alguns meses, outro esporte também tem atraído diversos adeptos: a escalada. Pés e mãos dos escaladores que se reúnem aos domingos em São Desidério, entram em sintonia com as rochas para encontrar um espaço que os ajude a subir até o topo dos paredões. O instinto aventureiro do grupo Morada dos Tapuias, formado oficialmente há um ano, é aguçado pelos cinco setores de escaladas, que possuem aproximadamente 50 vias (ponto de escalada do paredão) esportivas e tradicionais de até 70 metros. “Os tapuias eram índios que habitavam essa região. Eles se abrigavam nessas rochas e sobreviviam com o que esse bioma oferecia. Por isso escolhemos esse nome”, disse Matheus Sguilaro, criador do grupo que virou uma empresa guia de escalada. “Matheus sem-


YURIKA HIDAKA

CASAL RADICAL Matheus e Bruna abrem as vias nos paredões e auxiliam os escaladores

pre gostou de esportes radicais e eu da área de preservação ambiental. Ele começou a escalar, se apaixonou e eu acabei gostando também. Começamos a abrigar e guiar informalmente turistas que conhecíamos na internet e a reunir alguns amigos em nossa casa para treinar a escalada. Com o aumento da demanda, sentimos a necessidade de comprar mais material, tomar cursos e criar uma marca. Aconteceu muito naturalmente”, afirmou Bruna Passos, namorada e companheira de aventuras de Matheus. Matheus é graduando em Geologia e Bruna em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal do Oeste da Bahia - Ufob. Ele possui cursos de escalada e acesso por cordas e ambos possuem bastante experiência em técnicas verticais adquirida com alguns anos de atividade no grupo de pesquisas espeleológicas da Ufob. Para eles, a prática esportiva é também uma grande aliada à sustentabilidade e ao turismo ecológico do local. “A escalada é um precioso instrumento de educação ambiental, apesar do impacto causado pelos furos feitos nas pedras para proteção e a presença das pessoas em alguns habitats de bichos. Nós sempre frisamos o cuidado com o ambiente e os animais, o respeito com o ecossistema em que você está, pois não é a montanha que tem que se adaptar aos escaladores e sim o contrário. Através do incentivo ao esporte, o turismo ecológico ou rural, especialmente em São Desidério, tem o poder de alavancar inúmeras comunidades rurais, além de ser um forte aliado para a preservação de suas raízes culturais”, pontuou Bruna. Recentemente, o casal também foi convidado para construir e operar uma parede indoor de escalada em Luís Eduardo Magalhães, que permitirá maior conhecimento e interesse dos oestinos pelo esporte. Durante a escalada, qualquer milímetro que possibilite encaixar a pontinha do dedo da mão faz diferença na hora de impulsionar a subida de

todo o corpo e superar os desafios da infinidade de afloramentos de rocha calcária da região. O Paredão-Deus-Me-Livre é um dos setores mais frequentados, já que o rio Grande passa logo abaixo da base da escalada, permitindo um banho revigorante no retorno da subida. Mas cada setor possui um atrativo especial. Se por um lado, o setor Gruta das Pedras Brilhantes oferece várias opções para Boulder - modalidade que consiste em escalar pequenos blocos de pedra, com movimentos que exigem técnica e força, sem a utilização de cordas-, por outro, o setor Mundo de Sofia possui paredões que chegam a quase 30 metros de altura. O esporte é também uma atividade de superação pessoal e autoconhecimento e, desde que feito com segurança, pode ser praticado por qualquer um que esteja disposto a encarar a empreitada. Bruna Pires é praticante da escalada desde julho desse ano, e segundo ela, o esporte a ajudou muito a confrontar o medo de altura. “Descobri que isso tem ampliado minha visão sobre a vida. O desafio de subir metro a metro da rocha é também um exercício de paciência, concentração, aceitação, humildade e vivência do presente”, afirmou. Derivada do montanhismo, a escalada esportiva teve o seu boom no Brasil na década de 90 com o surgimento de numerosos muros de escalada e a popularização do Boulder. No Oeste da Bahia, a atividade teve início em Bom Jesus da Lapa há quase 10 anos e em São Desidério, há cerca de cinco, vem se popularizando e adquirindo adeptos. O esporte também acontece em Barreiras - na serra do Mimo - e há um grande potencial para escalada na região das cachoeiras do Acaba Vida e do Redondo. “Quando você não consegue terminar uma via, fica instigado a chegar ao fim da próxima vez. Além disso, a todo instante aparecem vias novas e outras maneiras de subi-las, por isso a escalada é um desafio que nunca tem fim”, concluiu Matheus. dez/2015 - jan/2016

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Impressões por ANTON ROOS e-mail antonroos@gmail.com

ANTON ROOS Jornalista, gaúcho de Três Passos, nascido no dia de Santo Antônio cerca de três décadas atrás e pós-graduado em Jornalismo Digital

ABUTRES

J

ake Gyllenhaal, mais conhecido pela atuação impecável e que lhe rendeu uma indicação ao Oscar em O Segredo de Brokeback Mountain, agora é um jovem com dificuldades em arranjar um emprego tradicional, que encontra no famigerado submundo do jornalismo criminal de Los Angeles, a oportunidade de sua vida. Com uma câmera na mão seu personagem segue em busca de crimes e acidentes chocantes, registrando tudo e comercializando as imagens captadas para veículos de comunicação, óbvio, de gosto muitíssimo duvidoso. Sem escrúpulos, sem pudor e na maioria das vezes, sem qualquer respeito. Um abutre, como bem resume o título traduzido para português do longa metragem, lançado em 2014. Aliás, existe uma definição de abutre ainda mais contundente: indivíduo que deseja a morte de outrem para apossar-se do que lhe pertence. É basicamente o que faz o personagem de Jake, envolto em negociatas espúrias, única e exclusivamente interessado nos provimentos que a tragédia — quanto maior a proporção do crime ou acidente, melhor — puder lhe oferecer. Isso quando ele próprio não mascara a cena do crime ou acidente, matando com crueldade bárbara um tal de jornalismo, com o perdão do exagero, profissão quase em desuso. Tão absurdo quanto, mas é fato que o trabalho nefasto do abutre reproduzido no cinema só existe por haver um público faminto por imagens deste naipe. Como filhotes nervosos que esbravejam no ninho a espreita do retorno da mãe e o alimento entregue diretamente no bico. Eu e você, você e eu, embora eu possa — até com certa vergonha — flertar com ambos os lados, pois, há um diploma guardado em envelope pardo em algum lugar aqui em casa. Duas vezes abutre. Triste mas real e sagaz. No entanto e tal qual uma lógica funesta, o mal se perpetua por sentirmos prazer em propagá-lo, ora pois, não faria sentido a existência e permanência de figuras escatológicas como um Datena ou Rezende na televisão brasileira, e ainda a infinidade quase absoluta de blogueiros sem formação, difundindo a violência como algo normal de se ver, nem sempre ou nunca preocupados se a narrativa que propõem condiz exatamente com a realidade dos fatos, pois, apropriados de uma aura quase divinal, são, em milésimos de segundo, elevados a um pedestal de quase adoração, por serem, na opinião da grande massa, os reais detentores da verdade e blá, blá, blá. Pois, basta uma análise rasa e breve, sem maiores esforços cognitivos, pautada num dos princípios mais básicos do jornalismo, para nos depararmos com a certeza de que não existe forma de reproduzir ao pé da letra um acontecimento, senão, pelas versões de quem presenciou in loco um crime ou acidente, e, por outras razões que talvez transcendam nossa vã compreensão, nos desígnios nem sempre bem intencio-

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nados de editores apressados e dotados da liberdade de decidir o que é e o que não é relevante, doa a quem doer. E ai, meros filhotes à espera da mãe abutre que somos, parimos julgamentos precipitados, às vezes crucificando inocentes ou tagarelando — em família, na conversa com o vizinho da porta em frente, na fila do caixa eletrônico do banco, ou no encontro casual com algum desconhecido no balcão da padaria ou pizzaria — versões tão absurdas que facilmente viram goma de mascar nos lábios do nazista que um dia imortalizou a máxima: uma mentira repetida 100 vezes torna-se verdade. Não que vivamos uma mentira em repeteco infernal, pelo contrário. O jargão de Goebbels é, para os devidos fins, tão somente ilustrativo, tamanha a transformação que um fato recebe depois que as versões sobre ele são contadas e aumentadas, com veneno a respingar pelo canto da boca, conferindo, e eis, talvez o maior entrave, o sagrado direito de emitir opinião, mesmo quando desprovida de qualquer fundamento ou calcada naquilo que um abutre viu, outro reproduziu, um terceiro editou e milhares mais viram e reviram e em regozijo pegaram aquilo como verdade absoluta. Talvez tudo isso não passe de um exagero meu. Um amontoado de pessimismo e um quase descrédito com o futuro da humanidade. Talvez. A culpa, muito provável, não seja do Jake Gylenhaal, nem de todos os abutres da grande imprensa — ou na ligeireza de um clique no computador ou celular — que por estarem tão próximos de nós, num dia podemos lhes oferecer um sorriso e um bom dia carinhoso e noutro, sermos o corpo estirado no asfalto, sem nenhuma chance de exigir respeito. Não temos mais direito algum sobre nós mesmos. Os abutres estão por todos os lados. Nós assistimos, nós clicamos, nós reproduzimos. Abutres, eis o que somos.


Transforme cada minuto da sua vida em uma experiência única. Que você se renove a cada leitura. Feliz novo leitor 2016!

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Revista A, há 5 anos descobrindo o Oeste para você.


cult agenda

MÚSICA

I CAN’T GET NO SATISFACTION texto CAROL FREITAS

FOTOS: REPRODUÇÃO

A

pós meses de expectativa, os fãs da banda The Rolling Stones tiveram a confirmação da turnê latino-americana do grupo. Em comunicado oficial divulgado no dia 5 de novembro, o público foi ao delírio ao saber que a banda britânica irá se apresentar no Brasil, além de México, Argentina, Peru, Colômbia, Chile e Uruguai em 2016. Com um histórico de dar inveja aos músicos em começo de carreira, a banda foi junto com os Beatles, uma das responsáveis pela explosão do rock nos anos 60. Além disso, já vendeu mais de 150 milhões de discos em todo o mundo e, há mais de cinco décadas nos palcos, ainda preparam novos projetos. Para a satisfação de muitos brasileiros, no Brasil, os shows acontecerão no Rio de Janeiro (20 de fevereiro), São Paulo (24 e 27 de fevereiro) e em Porto Alegre (2 de março). A turnê Olé marca o retorno dos Stones pela América Latina 10 anos após a última apresentação da banda no Brasil, quando cerca de 1,3 milhão de pessoas assistiram ao histórico show de Mick Jagger, Keith Richards, Chalie Watts e Ronnie Wood na praia de Copacabana. Com uma mescla de rock, blues, rock psicodélico e hard rock, o grupo com mais de cinquenta anos em ação é um dos mais velhos em atividade, além de ser uma das melhores bandas de rock do mundo. Canções como “Satisfaction”, “Angie”, “Beast of Burden”, “Under my thumb”, “Paint it black”, estão garantidas nas apresentações dos Stones. O que não falta é sucesso para cantar junto ao público. Por enquanto, os ingressos à venda são apenas dos shows no Chile, Argentina, Peru, Colômbia e México. Ainda não se sabe quando os ingressos para as apresentações no Brasil serão vendidos, mas a expectativa é que acabem assim que estiverem disponíveis. Afinal, não dá para prever o próximo retorno dos ingleses em terras tupiniquins.

Mais apresentações internacionais A banda canadense Magic! anunciou que fará sete shows no Brasil no começo do ano que vem. A miniturnê acontecerá entre os dias 20 e 30 de janeiro em São Paulo (no dia 20) e Florianópolis (30). O Magic! tocará em Belo Horizonte (22), Fortaleza (23), Recife (24), Brasília (26) e Curitiba (28). Além disso, a banda

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Maroon 5 também fará shows no Brasil. O grupo irá se apresentar em março nas cidades de Belo Horizonte (11/03), Salvador (13/03), Fortaleza (16/03), São Paulo (19/03) e Rio de Janeiro (20/03). A banda tocará as músicas do disco “V”, o quinto da carreira e que inclui sucessos como “Maps”, “Animals” e “Sugar”.


CINEMA

WALT BECKER: Alvin e os esquilos – Na estrada O ano de 2016 já começa com garantia de muitas risadas e confusões com as aventuras de Alvin, Simon e Theodore. Após três filmes com as aventuras dos esquilos falantes, a FoxFilm lança mais uma animação da franquia Alvin e os esquilos. Dave, está prestes a se casar com Samantha, mesmo com a convivência difícil do filho dela com o trio de esquilos cuidados por Dave. O casal decide realizar o matrimônio em Miami, onde ficará para a lua de mel, mas os pequenos esquilos não são convidados para a festa. É claro que o trio não ficará satisfeito e, por conta própria, resolve viajar até a cidade para intervir nesse enlace matrimonial. O longa tem quase uma hora e meia de duração e será lançado no dia 01 de janeiro.

PETER SOHN: O bom dinossauro Dos mesmos criadores de “Procurando Nemo”e Toy Store”, O bom dinossauro traz como pano de fundo a suposição da continuação da vida dos dinossauros na Terra. A animação propõe a inesperada amizade de um menino, Spot, com Arlo, um dinossauro de 70 metros de altura. A amizade entre espécies tão diferentes promete aventuras emocionantes e cheias de companheirismo. O longa com estreia marcada para o dia 21 de janeiro não é só para crianças. Pelo histórico dos públicos das animações dos mesmos produtores, muitos adultos devem marcar presença nas poltronas dos cinemas para assistir ao filme que garante muitas risadas e reflexões sobre a vida humana na Terra.

STEVE MARTINO: Peanuts, o filme Charlie Brown, Lucy, Linus, Maria Pimentinha, Chiqueirinho e toda a animada turma do Snoopy chegam aos cinemas em 14 de janeiro com uma animação em 3D. O beagle mais amado do mundo – e claro, piloto – embarca em sua maior missão até hoje, quando alcança o céu atrás de seu arqui-inimigo, o Barão Vermelho. Enquanto isso, seu melhor amigo, Charlie Brown, inicia a sua própria missão épica – a de vencer a timidez e conquistar a garota que se torna sua vizinha. Com a ajuda de Snoopy e os amigos, Charlie Brown vive histórias hilárias e supera seus dramas pessoais. Dos mesmos criadores de “A era do gelo” e “Rio”, o filme de pouco mais de uma hora e meia é baseado nos quadrinhos do cartunista norte-americano Charles M. Schulz e promete provar que todo azarado tem seu dia de sorte.



Saia Lápis por ANNE STELLA

CONECTADO facebook: annestella e-mail: annestellax@hotmail.com ANNE STELLA Libriana de 30 anos e 2 filhas. Administradora da Revista A e apaixonada por moda, fotografia e tendências.

Você absoluta

Lilica & Tigor em muitas aventuras A Franqueada Lilica & Tigor Kenya Cajango realizou um mega desfile da marca no dia 20 de outubro. Há pouco mais de um ano à frente da franquia, Kenya trouxe os bonecos dos personagens para a alegria da criançada!!

Ana Marcia inaugurou no dia 18 de novembro a loja Absoluta com marcas paulistas. A empresária aposta em roupas casuais e sofisticadas! Vale a pena fazer uma visita à loja em Barreiras que fica localizada na rua Aníbal Alves Barbosa, 351 Centro. Tel.: (77) 3021.1530 DIVULGAÇÃO

Natal com cheiro de presentes Uma misse em Barreiras A Miss Brasil Seven Continentes Talita Carvalho esteve em Barreiras pra cumprir agenda de trabalho e aproveitou para conferir as novas instalações da franquia Carmen Steffens.

O Natal é uma das épocas mais esperadas do ano e o período ideal para presentear pessoas queridas. Não importa o motivo – agradecimento, afeto, paixão ou reconhecimento – o Natal aproxima as pessoas e reacende aqueles bons sentimentos que não mudam com o tempo. Para deixar esse momento ainda mais especial, a marca ícone quando o assunto é presentear lança 23 kits presente, com opções para todos os gostos e bolso, das lembrancinhas ao presente para aquela pessoa especial. dez/2015 - jan/2016

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social

Julia, Marleide, Ivonaldo,Marcia, Ludmila,Cibele,Nete,Carla, Chica e Patati

Ludmila e Leticia

Tatiane e Giovanna

Renara, M

árcia

Sara e Juliana

PÉS & CIA

No dia 8 de outubro a loja promoveu uma comemoração ao Dia das Crianças.

Equipe Rilar

Marcelo, Amaral e Arlir

RILAR

Eliete, Michelen, Dilma, Meire, Carla e Barbara

Para comemorar o Dia do Pintor, a Rilar realizou um café da manhã no dia 17 de outubro. 56

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r

n e Victo

Michele

Dilma e Leo


Janaina, Lili,Nathali, Fiorella, Elizangela,Neide e Vanessa

Andressa, Vanessa, Fiorella Matheis, Angelo e Angelo

Dr Jahilton, Vanessa e Aline

Ivonete, Vânia,Kelma e karol

CARMEN STEFFENS

No dia 5 de novembro a franquia foi reinaugurada em Barreiras em novo endereço.

Phabiane, Josélia e Ana Márcia

Junior, Livia e Ana Márcia

Suellen, Célia e Lara

Rosane e Ana Márcia

ABSOLUTA

Inauguração da loja em Barreiras no dia 19 de novembro.


social

Patricia, Janay, Liliane, Karen, Kenya,Larissa, Mirelly, Cristiane e Janaina

Keyteh e Kenya

Marcela Joílson, Kenya e Felipe

LILICA & TIGOR

e Kenya

Desfile da loja no dia 20 de novembro e comemoração do Dia das Crianças no dia 19 de outubro.

Julia e Monadelle

Jane e Janay




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