vantagens da medição e monitorização da energia

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vantagens da medição e monitorização da energia

A medição e monitorização do consumo de energia permite-nos tirar o máximo partido do seu potencial e rendimento, evitando assim avarias e consumos exacerbados.

INTRODUÇÃO

É notória a atual preocupação, tanto em termos económicos como ambientais, que se faz sentir em todos os pontos do nosso planeta no que concerne à utilização da energia. Esta inquietação provém de diversos fatores inerentes à situação atual em que vivemos, quer pe las alterações climáticas estas que implicam a emissão de gases com efeitos de estufa, bem como pelo clima de guerra que agora vivemos. Tendo em conta este enquadramento, entende se que intervir de for ma assertiva e preponderante numa transição energética, que se ma terializará através de uma maior incorporação de energias renováveis e mais eficiência energética, reveste-se de caracter estratégico para toda a economia global. Nesta missão estão naturalmente envolvidos vários setores da sociedade bem como os próprios governos. Porém, esta transição não é tão fácil quanto parece. Efetivamente há um conjunto de ações, as quais obrigam a um grande empenho das sociedades, que têm de ser desenvolvidas, desde a sensibilização dos consumidores para fazerem uma gestão mais cuidada da utilização de energia, uma incorporação continuada de soluções energeticamente mais eficientes e a progressiva substituição das fontes de energia fós sil por fontes renováveis. Sublinhe-se que desta transformação ener gética estão a resultar consequências pertinentes, não só no território nacional como também a nível global, no que concerne ao aumento da competitividade empresarial, quer através da contenção de custos bem como pela reputação resultante da sustentabilidade que advém da incorporação de energias renováveis. Efetivamente, com o objetivo de reduzir os custos de produção, as empresas cada vez mais apos tam em melhorar a sua competitividade diferenciando se através da incorporação de energias renováveis endógenas (por exemplo em re gime de autoconsumo) as quais garantem estabilidade nos custos da energia e, mais do que isso, já garantem custos de incorporação mais baixos do que as energias fósseis.

Todavia, não são só as indústrias que consomem energia e em particular energia elétrica. O aumento global da densidade populacio nal, acompanhado de mais e melhor qualidade de vida, isso incita a um maior consumo energético per-capita, nomeadamente em edifícios de habitação e de serviços. Logo desta forma quebramos o tabu de que as estruturas indústrias são as únicas grandes consumidoras de ener gia (o conjunto das indústrias representam 38% do total do consumo elétrico e os serviços e habitação representam 12% do consumo glo bal de eletricidade).

De facto, apesar de não serem os únicos grandes consumidores, são os que mais consumem e são os mais impactantes no setor ener gético nacional e internacional.

Com isto em conhecimento e com o objetivo de reduzir o con sumo de energia, analisa se a qualidade energética e todos os seus parâmetros, de forma a detetar anomalias na rede, anomalias esses que podem comprometer a saúde de equipamentos e levar a consu mos exacerbados de carater inesperados, o que provoca acréscimos

significativos na fatura energética levando também a um esforço sig nificativo no sistema elétrico nacional.

ENERGIA NA INDÚSTRIA

O consumo energético no setor da indústria representa cerca de 30% do consumo global de energia no país. Infelizmente, este setor é for temente dependente de recursos energéticos não renováveis, o que o torna um agente importante nas emissões de carbono, em compara ção com as restantes atividades económicas. A redução da intensida de energética e carbónica na indústria, Com o principal objetivo da re dução da fatura energética e da adoção de soluções energeticamente mais sustentáveis, as indústrias apostam cada vez mais, na adequa ção efetiva dos seus equipamentos e processos a novas tecnologias e estratégias atualmente disponíveis.

Atualmente, são poucas as indústrias que podem ser consideradas autossuficientes. Isto pode-se dever a diversos fatores, desde económi cos até pessoais, no sentido em que, este tema ainda é sensível a mui tas pessoas. Muitas empresas são apologistas do “Este equipamento é antigo, mas nunca avariou e funciona perfeitamente. Como este não há mais nenhum. Nem os novos superam isto.”. Estes tipos de pensamen tos são difíceis de contrariar uma vez que esses equipamentos também são bem mais baratos comparativamente a outros, mais tecnológicos, existentes no mercado. Contudo, apesar das adversidades existentes, esta sensibilização tem que ser feita, uma vez que nem sempre as enti dades estão consciencializadas sobre eficiência energética e a impor tância da mesma na redução de consumos e da fatura energética. Como tal, e tendo em conta a importância da energia em todas as atividades fabris, a sua gestão precisa de ser cuidada e adequada rela tivamente aos consumos das instalações. Com o objetivo de obter os dados específicos sobre o perfil de consumos de uma empresa, são realizadas auditorias energéticas. Estas possibilitam o estudo exaus tivo e detalhado dos processos produtivos e identificam os principais consumidores de energia existentes. A par destes trabalhos, também são realizados planos de racionalização energéticos, em que são es tudadas as medidas a implementar, como o seu investimento, rentabi lidade e a viabilidade das mesmas.

QUALIDADE DE ENERGIA NO SISTEMA ELÉTRICO (QEE)

A constante análise e controlo da qualidade da energia elétrica é, e sempre foi, algo de interesse, não só pelas empresas distribuidoras de energia, mas também pelos consumidores.

Caraterizar a qualidade da rede atualmente já não é a mesma coisa que o caraterizar da qualidade da rede de há uns anos atrás. Desde então, muitos parâmetros foram surgindo, estudos a serem realizados e mais legislações a terem que ser cumpridas. Ora, se “antigamente ”, a qualidade de energia tinha a ver, meramente, com a continuidade dos serviços, ou seja, as principais preocupações eram que não hou vessem interrupções de energia e que tensões e frequências fossem mantidas dentro dos limites previamente estabelecidos e/ou aceitá veis, atualmente, há mais um conjunto de parâmetros a terem que ser analisados, como a amplitude e a frequência fundamental da tensão, o desequilíbrio de tensões e a distorção harmónica [1].

www.oelectricista.pt o electricista 82 56 dossier sobre proteções elétricas, medição e instrumentação

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