Avaliar o estado dos transformadores é crítico para os serviços públicos, empresas e consumidores
Cristina Almeida Service Sales Engineer Schneider ElectricOs transformadores de potência desempenham a importante função de reduzir tensões mais altas para tensões mais baixas – da geração elétrica ao consumo. Um único transformador – esteja localizado numa subestação de transmissão ou de distribuição – é capaz de satisfazer as necessidades de milhares de clientes, podendo também ser dedicado a uma grande fábrica industrial, Data Center, hospital ou outra instalação crítica.
Uma vez que dependemos imensamente dos transformadores, qualquer falha pode ser altamente disruptiva para as nossas empresas e casas e também para a segurança das pessoas. Por exemplo, recentemente, uma grande falha de energia num transformador afetou 10 000 pessoas em Kansas City (EUA) e outra causou um grave incêndio em Windsor (Canadá); e a explosão de um transformador em Banguecoque (Tailândia) causou um incêndio que resultou mesmo em 2 mortes e muitos feridos. Neste último caso, a explosão ocorreu 30 minutos após a visita da operadora local às instalações, o que mostra que as inspeções convencionais já não são suficientes para evitar potenciais desastres.
UM PROBLEMA CRESCENTE
Os transformadores são ativos com uma vida útil longa – costuma dizer-se que funcionam “até que falhem”, e em vários países a sua idade média é superior a 40 anos, mas a sua taxa de falhas aumenta significativamente após cerca de 30 anos.
Atualmente, a monitorização que é feita aos transformadores em redes elétricas é mínima, exceto em relação aos maiores, devido aos custos e complexidade elevados dos sistemas de monitorização. Isto resulta numa falta de visibilidade do estado e da robustez destes ativos, o que, por sua vez, leva a uma gestão conservadora e danosa a longo prazo. Sem uma análise atempada e eficaz do estado destes equipamentos, eventualmente, será imprescindível realizar um grande investimento para evitar falhas catastróficas.
A gestão conservadora dos transformadores inclui retirá-los precocemente de serviço
para garantir que se evitam falhas. Esta estratégia representa um gasto excessivo, substituindo ativos que poderiam ainda ter vários anos de vida útil pela frente, se fosse adotada uma abordagem de manutenção preditiva.
Perante a atual e intensa pressão comercial e política para reduzir os custos e melhorar a utilização das infraestruturas sem afetar a continuidade dos negócios e a excelência do serviço ao cliente, esta é a hora exata para considerar uma estratégia de gestão mais proativa que irá economizar gastos de capital, prolongando a vida dos ativos.
No caso de empresas de serviços públicos, por exemplo, esta nova abordagem deverá considerar subestações mais inteligentes e outros ativos para melhorar as operações da rede – como integrar sensores que oferecem novos dados e capacidades cognitivas para aumentar a eficiência e reduzir
os custos de manutenção. Neste cenário, a monitorização e a melhoria das práticas de manutenção dos transformadores tem mais relevância do que nunca.
QUAIS SÃO OS MAIORES
RISCOS DE FIABILIDADE DOS TRANSFORMADORES?
De forma simples, os maiores riscos são o calor e a humidade, fatores que aceleram o envelhecimento dos transformadores. As temperaturas elevadas podem levar à quebra do isolamento de papel kraft no seu interior, diminuindo a capacidade de suportar a normal tensão de funcionamento. Por outro lado, a humidade acelera este efeito – se o papel estiver completamente seco e a funcionar a uma temperatura de 26.67 ºC, deverá durar mais de 20 anos. Contudo, se adicionarmos