Autor do Dossier: Helena Paulino
Dossier
Colaboraram no Dossier: Clara Pinto da Divisão de Termografia da MRA Filipe Agante da AresAgante Pedro Rebelo da MRA Instrumentação Telmo Nobre, Director do LABET - Laboratório de Ensaios de Termodinâmica do ISQ e Formador de Termografia Certificado ITC"
Dossier Termografia A termografia é uma técnica bastante utilizada e de grande importância na manutenção e desenvolvimento de muitas áreas. A utilização desta técnica baseia-se na medição da radiação infravermelha presente nos corpos, que depois é apresentada como um Termograma. Esta técnica possui uma vasta aplicação nos ambientes industriais e as principais aplicações na manutenção preditiva são na manutenção eléctrica, mecânica, detecção de problemas com revestimentos refractários, acumulação de matéria nos tubos, falhas nos isolamentos térmicos, entre outros. As grandes vantagens deste método são: - método superficial de medição de temperatura a 2 dimensões. Os pirómetros só nos dão informação de 1 porto, ao passo que a termografia mostra um plano, tal como se fosse uma câmara fotográfica digital. - método não invasivo, sem contacto: não interfere com o funcionamento dos equipamentos. - análise feita com os equipamentos em carga, permitindo ter uma verdadeira análise de como funcionam. - método extremamente seguro para os utilizadores, pois em momento algum tem de entrar em contacto com os equipamentos. - obtenção de resultados imediata in loco. - não só detecta defeitos, como avalia o sucesso das reparações. Mas para conhecermos melhor esta técnica segue o dossier seguinte que tem como pontos de interesse, aplicações, evolução, formação da termografia.
‘36 · MANUTENÇÃO
Dossier
Avanços tecnológicos dos detectores infravermelhos Segundo nos explica Pedro Rebelo, da MRA, nos últimos dez anos foram dados grandes saltos tecnológicos no campo dos detectores de infravermelhos utilizados na termografia profissional. Os primeiros projectos de investigação iniciaram-se em 1992 em diversas empresas especializadas no sector, e os primeiros desenvolvimentos industrializados apareceram no mercado nos princípios de 1995, materializados pelas empresas mais avançadas e com mais recursos no sector da termografia infravermelha. Desde 1997 que a termografia baseada nos microbolómetros não pára de crescer, com o lançamento de novos produtos todos os anos, tal como novos detectores e outras novidades que aumentam a aplicabilidade desta tecnologia. A tecnologia FPA substitui a tecnologia tradicional de varrimento, e garante algumas vantagens técnicas como o peso dos equipamentos, porque as câmaras que utilizam esta nova tecnologia são de dimensões e peso muito inferior às anteriores, facilitando a sua portabilidade e utilização em trabalhos de campo. Do ponto de vista profissional, a vantagem mais significativa das imagens obtidas com esta tecnologia está relacionado com a resolução espacial (um maior número de pontos de medida por imagem) e a resolução térmica (12-14 bits por ponto frente aos tradicionais 8 bits). Ou seja, com a tecnologia FPA captam-se imagens termográficas de maior qualidade e quantidade de informação.
fotónicos necessitam inevitavelmente de estar fortemente refrigerados para que tenham um bom comportamento como detectores de radiação infravermelha. Existem várias técnicas de refrigeração como o ciclo cerrado Stirling, efeito Peltier, por nitrogénio líquido, entre outros. Em qualquer um dos casos, a refrigeração condiciona em parte o uso da câmara e é, em todo o momento, o componente mais débil em termos de fiabilidade e longevidade da câmara. Os detectores do tipo microbolómetro são termoeléctrico e não fotónicos como os seus antecessores, e não necessitam de refrigeração. Desta forma há uma maior fiabilidade e durabilidade nos sistemas de termografia, mantendo todos os benefícios introduzidos pela tecnologia FPA. Recentemente, e devido à fusão de duas grandes empresas fabricantes de equipamento de termografia, FLIR Systems e INDIGO Systems, surgiu um novo equipamento que combina a resolução e a sensibilidade térmica dos equipamentos mais avançados de termografia, com a portabilidade e simplicidade dos equipamentos económicos existentes. Os novos detectores apresentam uma resolução de 320 x 240 píxeis e uma sensibilidade de 0,08º C, o que permite ter uma imagem mais nítida de grande qualidade e precisão em tempo real permitindo uma melhor identificação de possíveis avarias e melhorando a qualidade das inspecções.
Clara Pinto da Divisão de Termografia da MRA ditou que “o segundo avanço tecnológico é de alguma maneira uma consequência do primeiro: a introdução do microbolómetro com detector de infravermelhos - também desenvolvido e comercializado pela primeira vez pela FLIR.” Tanto as câmaras de termografia de varrimento como as primeiras gerações de câmaras baseada na tecnologia FPA utilizam detectores fotónicos como elementos sensores. Os detectores
MANUTENÇÃO · ‘43