Consultório electrotécnico

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CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 175

revista técnico-profissional

o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

consultório electrotécnico O “Consultório Electrotécnico” visa esclarecer questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias Renováveis que nos são colocadas via email. O email consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no website www.ixus.pt. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Setembro e Novembro de 2011.

P1: Existe alguma norma que estabeleça o número de manobras para a realização da inibição de emergência através do telecomando? Já por várias vezes me disseram que segundo as normas a inibição da iluminação de emergência deveria ser feita através de uma única manobra, o problema é que nunca encontrei nada onde isso estivesse escrito. O nosso telecomando de inibição de emergência funciona da seguinte forma: primeiro temos de cortar a alimentação do circuito de emergência, onde está ligado também o telecomando, só depois é que carregamos no botão para o telecomando enviar a ordem às luminárias para não continuarem em modo de emergência. Desta forma estamos a realizar duas manobras. R1: A resposta está nas Regras Técnicas na Secção 801.2.1.5.3.2.4.1, alínea a). Refere-se aos Quadros de Segurança e à situação em que a alimentação é feita a partir de Fonte centrais de alimentação tipo baterias de acumuladores ou grupos geradores. Não se aplicará nas situações em que a alimentação é a partir da rede de distribuição.

al ITED 2.ª Edição diz o seguinte: “Os valores obtidos com origem no Comité da Protecção de Descargas Atmosféricas da Comissão Electrotécnica Internacional (Technical Committee 81 da I.E.C.) demonstram que 50% das descargas atmosféricas apresentam uma corrente de pico de 33 kA e 5% uma corrente superior a 85 kA.” Daí em achar que os 20 kA apresentados por alguns fabricantes ser pouco. R2: Realmente a afirmação está correcta, no entanto se pensarmos que o sistema de antenas com protecção contra-descarga atmosféricas na antena, nunca deverá ser substituto a um sistema de pára-raios. Por isso, quando se pensa num sistema de pára-raios é porque se estima antecipadamente que a zona / edifício apresentam elevadas probabilidades de serem afectadas por descargas atmosféricas. No caso de se utilizar ou não sistemas de protecção contra descargas atmosféricas directas, recomenda-se que se utilize um descarregador atmosférico (existe no mercado), onde os ensaios são feitos com a onda 8/20 (tem a ver com os tempos de subida e baixada, em micro segundos, do impulso de teste).

P2: De acordo com o Manual ITED, 2.ª Edição devem ser utilizados descarregadores de sobretensões de cabo coaxial e a minha dúvida é se num caso de uma instalação que não possua pára-raios propriamente dito serão as antenas das ITED que eventualmente poderão ser alvo de um impacto directo de uma descarga atmosférica desta forma os descarregadores a utilizar não deverão ser ensaiados para a onda 10/350? Coloco esta questão porque os fabricantes mais conhecidos (não querendo enunciar nomes) só possuem descarregadores para a onda 8/20! A minha interpretação está correcta? Quanto à corrente de descarga existe alguma forma de dimensionar esta característica dos descarregadores de cabo coaxial? Os descarregadores existentes no mercado das marcas mais conhecidas são de 20 kA, o que pode ser manifestamente pouco na minha opinião caso as antenas sofram um impacto directo. Sei que estes dimensionamentos são muito baseados em probabilidades mas de qualquer forma os 20 kA não serão pouco? Só para acrescentar em relação a esta questão no próprio Manu-

P3: Mas num edifício em que não seja instalado um pára-raios em que o cálculo do risco não obrigue à sua instalação, nem seja obrigatório regulamentarmente, a probabilidade de acontecer um impacto directo é muito reduzida mas pode acontecer e as antenas como à partida estão no ponto mais alto do edifício constituem o ponto mais vulnerável para acontecer um impacto (embora com probabilidade remota) e neste caso os descarregadores ensaiados para a onda 8/20 não vão atenuar quase nada à descarga não estando estes a fazer grande protecção à instalação! Desta forma na minha opinião já que são instalados descarregadores estes deveriam ser ensaiados para a onda 10/350 e ter uma capacidade de corrente de descarga superior para garantirem alguma protecção à instalação. É claro que na vida útil do edifício provavelmente e felizmente não irá acontecer um impacto directo mas de qualquer forma já que os descarregadores são instalados e obrigatórios pelo Manual ITED 2.ª Edição deveriam ter uma maior utilidade na minha opinião.


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