88
dossier mobilidade elĂŠtrica
mobilidade elÊtrica: uma oportunidade! Robert Stßssi1, Clåudio Casimiro2 1 Presidente do Conselho de Administração da APVE 2 Secretårio das Comissþes TÊcnicas de Normalização da APVE
Nos Ăşltimos quatro anos a mobilidade elĂŠtrica tĂŞm vindo a ser uma prioridade na agenda de muitos decisores. Os alicerces que assentam nesta prioridade prendem-se com fatores relacionados com a energia, ambiente e desenvolvimento tecnolĂłgico. É reconhecido que do ponto de vista energĂŠ o veĂculo de combustĂŁo interna, permitindo energĂŠtica no setor dos transportes. Ambien recurso Ă s fontes renovĂĄveis para a produção de energia elĂŠtrica, nomeadamente as que utilizam a tecnologia solar fotovoltaica ou aerogeradores eĂłlicos, potencia assim uma mobilidade menos poluente. Em termos de desenvolvimento tecnolĂłgico, o veĂculo elĂŠtrico ĂŠ, por exemplo, um precursor para a modernização das redes elĂŠtricas, no sentido da transição para redes inteligentes e tambĂŠm para a inovação de produtos e serviços associados ao conceito de inteligĂŞncia dos sistemas de transportes. Com base nesta lĂłgica de fomento, o veĂculo elĂŠtrico apresenta-se como uma importante alavanca para o desenvolvimento de novos paradigmas no domĂnio da mobilidade, que extravasa o domĂnio da pura tecnologia para os domĂnios como a inovação, o desenvolvimento e a internacionalização de empresas nacionais. Nos Ăşltimos anos, o desenvolvimento do conceito de mobilidade elĂŠtrica em Portugal direcionou-se na criação de uma rede piloto de carregamento de veĂculos de abrangĂŞncia nacional e ao incentivo do modo de transporte individual com propulsĂŁo elĂŠtrica. NĂŁo obstante a extrema importância dos esforços que se tem vindo a desenvolver nos Ăşltimos anos para a dinamização do modelo www.oelectricista.pt o electricista 40
mobilidade elĂŠtrica em Portugal e para a sua projeção a nĂvel internacional, sente-se que este modelo deveria assumir um maior compromisso com os alicerces que fomentam esta forma de mobilidade, articulando-os com a promoção do transporte coletivo, em particular pela promoção de mini-autocarros elĂŠtricos e outros modos suaves. Desde 2002, a Associação Portuguesa do VeĂculo ElĂŠtrico (APVE), tem vindo a promover a o veĂculo elĂŠtrico numa Ăłtica de integração nos conceitos de mobilidade. Exemplo disso, foi a criação de um programa de demonstração de mini-autocarros em frotas de serviço pĂşblico urbano. Este programa esteve em cerca de 25 cidades portuguesas onde os mini-autocarros permaneceram cerca de trĂŞs semanas num conceito de transporte pĂşblico flexĂvel (Linha Azul), sendo os veĂculos avaliados operacionalmente e monitorizados energeticamente.
duziu ainda nas cidades conceitos inovadores de mobilidade, como ĂŠ o caso do conceito do serviço de transporte pĂşblico flexĂvel e do serviço de transporte inclusivo. Cientes dos benefĂcios associados Ă mobilidade elĂŠtrica e aos conceitos inovadores de mobilidade, algumas cidades portuguesas implementaram linhas de transporte com mini-autocarros elĂŠtricos, constituindo assim o veĂculo elĂŠtrico um vetor para a promoção da mobilidade e do planeamento urbano sustentĂĄvel. Neste momento, existem em Portugal, integradas em linhas regulares de transportes pĂşblicos, em centros histĂłricos, os 21 mini-autocarros elĂŠtricos distribuĂdos em 8 cidades.
Cidade
Inicio
N.Âş VeĂculos
Coimbra
2003
3
Portalegre
2004
3 3
Bragança Viseu
2005
Viana do Castelo Funchal Almada Serpa
2 2007 2010
TOTAL
Neste programa foi demonstrado que a aplicação da mobilidade elÊtrica nos meios de transporte público constitui uma mais-valia energÊtica, ambiental e de desenvolvimento tecnológico. Para alÊm destas mais-valias, a introdução de mini-autocarros elÊtricos intro-
3 4 2 1 21
: primeira car