DOSSIER
revista técnico-profissional
72
o electricista Pedro Moura EFACEC DT - Transformadores de Distribuição, S.A.
novas tendências
{OS TRANSFORMADORES ESTÃO A TORNAR-SE AMIGOS DO AMBIENTE}
É do conhecimento geral que para alimentar os consumidores domésticos de energia eléctrica, em condições técnicas e económicas adequadas, se estabeleceram sistemas complexos de energia eléctrica que se estendem desde os centros de produção até junto daqueles consumidores. Dentro desses sistemas é vulgar distinguir quatro etapas que são a produção, o transporte, a distribuição e a utilização de energia eléctrica. A principal característica que diferencia cada uma destas etapas é o nível de tensão adoptado, sempre escolhido com base em critérios técnico-económicos e de segurança das pessoas, e onde as transições entre os diferentes níveis são sempre conseguidas à custa de transformadores. A função do transformador de distribuição é fornecer energia eléctrica ao utilizador final, mais concretamente, alimentar o consumidor final à tensão de 230 V em monofásico. Estes transformadores proliferam na vizinhança dos consumidores, espalhados por todo o tecido urbano, muitas vezes dissimulados em postos de transformação integrados no meio ambiente, ou em caves de edifícios de habitação ou serviços. Em zonas rurais podemos encontrá-los frequentemente suspensos em postes, coabitando igualmente com os seus "clientes finais". Não constitui assim qualquer surpresa, que se venha a assitir a uma crescente preocupação com o comportamento do transformador de distribuição, no que diz respeito ao meio ambiente e à segurança das pessoas e bens. Por outras palavras, o transformador deve comportar-se cada vez mais como um elemento passivo relativamente ao risco de incêndio, às radiações electromagnéticas, à contaminação dos solos por derramamento acidental de óleo, e deve apresentar reduzidos níveis de perdas e ruído.
O DIELÉCTRICO LÍQUIDO Sem errar por muito, podemos dizer que a quase totalidade dos transformadores de distribuição instalada na rede, utiliza o óleo
mineral como líquido dieléctrico e como meio de arrefecimento da máquina. Na eventualidade de um derramamento acidental, o óleo mineral contamina o solo circundante, não deixando igualmente de representar um potêncial risco de incêndio.
Transformador imerso do tipo poste | Transformador imerso do tipo cabina
Como alternativa aos transformadores imersos em óleo mineral, apresentam-se-nos os transformadores secos - encapsulados em resina epoxida - e os transformadores que utilizam liquidos isolantes com ponto de inflamação - flash point - superior a 300 ºC (o flash point do óleo mineral é da ordem dos 150 ºC). Os primeiros têm vindo a substituir progressivamente os imersos em locais onde se privilegia a protecção contra incêndios, nomeadamente em caves ou garagens de edifícios de habitação ou serviços, tais como hospitais, bancos ou edifícios públicos. Contudo, sendo o óleo mineral um excelente isolante eléctrico e um bom condutor de calor, o transformador imerso em óleo ganha claramente no custo quando comparado com um transformador seco. A razão é que no design do transformador seco é necessário prever um aumento das distâncias eléctricas e das superfícies de evacuação de calor, tornando a máquina maior e mais pesada, e consequentemente mais cara, para o mesmo conjunto de características de cálculo.