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Eunice Cruz Gestora de Produto de Segurança e Gestão de Edifícios - LEGRAND
iluminação de emergência de segurança
Existem cada vez mais espaços onde convergem constantemente centenas de pessoas, com o objectivo de satisfazerem as suas necessidades ou procurando simplesmente alguns momentos de laser (por exemplo: centros comerciais, parques de estacionamento cobertos, metropolitano, estádios de futebol, teatros, museus, etc...) a falha de alimentação da iluminação nestes locais pode, em poucos segundos, provocar o pânico geral e pode mesmo resultar em situações perfeitamente catastróficas. Por esse motivo a existência de iluminação de emergência de segurança é essencial e obrigatória. O objectivo da iluminação de emergência de segurança é permitir que, em caso de necessidade, os ocupantes de um local atinjam de forma rápida e segura as saídas. A iluminação de emergência de segurança pode ajudar a salvar vidas humanas. Infelizmente, não são raras as tragédias provocadas pela escuridão total em situações de anomalia (corte geral da alimentação da iluminação normal, incêndios, etc...). Verifica-se o aumento da sensibilidade das pessoas para todas estas questões de segurança, devido também a maiores exigências normativas.
A Iluminação de Emergência de Segurança por sua vez subdivide-se em: › Iluminação de Circulação (evacuação) › Iluminação Ambiente (anti-pânico) › Iluminação de áreas de trabalho de alto risco ›
ILUMINAÇÃO NORMAL:
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ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA:
normal do edifício.
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TIPOS DE ILUMINAÇÃO Existem diversos tipos de iluminação artificial, sendo estes: › Iluminação Normal › Iluminação de Emergência › Iluminação de Socorro (eventual) › Iluminação de Segurança
é a iluminação utilizada na exploração
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é a iluminação utilizada, em caso de falha da iluminação normal. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA DE SOCORRO (OU DE SUBSTITUIÇÃO OU EVENTUAL): é a iluminação que permite manter a exploração (total ou parcial) do estabelecimento em caso de falha da alimentação da iluminação normal. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA DE SEGURANÇA: é a iluminação que permite, em caso de falha da iluminação normal, a evacuação segura e fácil do público para o exterior e as manobras relativas à segurança. ILUMINAÇÃO DE CIRCULAÇÃO (EVACUAÇÃO): tem como objectivo permitir a evacuação das pessoas em segurança (garantindo ao longo dos caminhos de evacuação condições de visão e de orientação adequadas) e possibilitar a execução das manobras respeitantes à segurança e à intervenção dos socorros. ILUMINAÇÃO AMBIENTE (ANTI-PÂNICO) tem como objectivo reduzir o risco de pânico e permitir que as pessoas se dirijam, em segurança, para os caminhos de evacuação, garantindo condições de visão e de orientação adequadas à identificação das direcções de evacuação. Esta iluminação deve, em regra ser mantida acesa durante a presença do público.
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Combinado não permanente (ou não mantido): É constituído por duas lâmpadas fluorescentes. Uma das lâmpadas permanece acesa enquanto for alimentada pela rede (bloco em estado de vigilância), em caso de falha da alimentação a outra lâmpada será alimentada pela bateria de acumuladores do bloco, passando então o bloco ao estado de emergência/funcionamento.
ESTADOS POSSÍVEIS Repouso: bloco não está alimentado pela rede. Vigilância: o bloco tem as lâmpadas ou led’s de alta luminosidade alimentados pela rede. Emergência/Funcionamento: o bloco tem a lâmpada de emergência alimentada através das baterias de acumuladores internas. CARACTERÍSTICAS: › AUTONOMIA: É o tempo que o BAIES ou que um sistema por fonte central pode permanecer aceso debitando o seu fluxo nominal. Valor mínimo deverá ser de 1 hora. › FLUXO LUMINOSO (I): É a quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa. Unidades: lumen (lm). › FLUXO LUMINOSO NOMINAL (BAIES): É o fluxo que o bloco debita, com o difusor montado. Este valor, não depende somente da potência da lâmpada mas sim das baterias de acumuladores, por isso numa série de BAIES podemos ter vários blocos com a mesma lâmpadas e fluxo completamente diferentes. › RENDIMENTO LUMINOSO (KS): É a relação entre o fluxo luminoso emitido por um bloco e o fluxo da lâmpada que o compõe.
Exemplo: Bloco autónomo com difusor = 91 lm Bloco autónomo sem difusor = 350 lm Rendimento = 26 % A instalação de um sistema de iluminação de segurança é um investimento elevado, mas necessário e essencial. É importante, que todas as precauções sejam tomadas, para que este investimento seja útil e cumpra o seu objectivo: nunca deixar que as pessoas fiquem mergulhadas na escuridão. Isto implica medidas bem definidas para a concepção da instalação. Do mesmo modo, o investimento deve ser feito para durar o máximo de tempo possível. É, pois, necessário prever, à partida, meios de verificação do bom funcionamento da instalação e a sua manutenção. Se a alimentação da iluminação for cortada durante a noite, os BAIES passam ao estado de emergência/funcionamento, logo as
suas baterias de acumuladores descarregam-se. Na manhã seguinte estas ficam impossibilitadas de garantir a sua função de segurança e, desta forma, existe um desgaste prematuro e desnecessário dos equipamentos. O telecomando evita que situações destas existam. Telecomando: é um dispositivo que coloca em repouso os BAIES, a partir de um ponto central. Este dispositivo só actua quando os blocos não estão alimentados pela rede (colocação em repouso de toda a instalação ao final do dia, situação de avaria/acidente ou corte voluntário para execução de obras ou manutenção). Quando os blocos voltam a ser alimentados pela rede retomam o estado de vigilância. › DURABILIDADE: tempo de vida médio dos acumuladores dos BAIES é de 35000 horas sob tensão: 24h / dia --> 4 anos; se 12 h / dia --> 8 anos. › SEGURANÇA: o telecomando garante que, os acumuladores só se descarregam quando realmente é necessário. As instruções de exploração, devem estar afixadas na proximidade do aparelho de corte de iluminação normal, ou então, devem ser transmitidas ao responsável que desliga a instalação. Para facilitar a manobra de colocação dos BAIES em estado de repouso, a Legrand dispõe de um telecomando automático com chave que permite, numa só operação, efectuar o corte da iluminação normal e a colocação dos BAIES em repouso. Na concepção do quadro eléctrico deve prever-se esta situação, que implica a colocação de um contactor de corte da iluminação normal. MANUTENÇÃO DA INSTALAÇÃO As verificações efectuadas aos BAIES que compõem a instalação são de três tipos: › DIÁRIA: verificar se todos os BAIES passam do estado de repouso para o estado de vigilância ou funcionamento, consoante o caso. E se todos os BAIES têm as lâmpadas acesas. › SEMANAL: verificar se os BAIES passam do estado de vigilância ao estado de funcionamento (teste às lâmpadas). Testar também o telecomando, caso exista. › TRIMESTRAL: verificar o estado de carga das baterias de acumuladores, testando a autonomia do BAIES. Deverá existir algum cuidado na programação e na execução destes testes, visto o BAIES fica com as baterias de acumuladores sem carga.
LEGISLAÇÃO / NORMALIZAÇÃO Desde o final dos anos 80, tem surgido nova legislação acerca de Iluminação de Emergência de Segurança, como por exemplo, o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e novas normas (EN1838, etc.), que vem completar alguns aspectos não abrangidos pelo Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica (RSIUEE). Faz-se de seguida uma abordagem dos aspectos fundamentais referentes aos regulamentos e normas mais importantes. Dada a importância das instalações de Iluminação de Emergência, o novo conjunto de Regras Técnicas das Instalações