os desafios da integração massiva da geração renovável
Os Future Energy Leaders Portugal (FELPT) apresentaram, no passado dia 27 de outubro, um estudo, onde se procurou caraterizar o impacto da geração renovável na gestão do sistema elétrico do futuro.
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O evento de apresentação decorreu no formato “Energia em Debate ”, já habitual dos FELPT, reunindo cerca de 170 participantes, contando com a participação da Professora Maria da Graça Carvalho (IST/UL), Deputada e membro titular da Comissão da Indústria, Investigação e Telecomunicações (ITRE) no Parlamento Europeu, do Engenheiro António Albino Marques (REN), Diretor de Relações Institucionais da REN e Coordenador do grupo de Operadores da Rede de Transporte da Região da Europa Continental na European Network of Transmission System Operators for Electricity (ENTSO-E), do Professor Pedro Carvalho (IST/UL), Professor Catedrático e Investigador Sénior do Grupo de Sustainable Power Systems no INESC-ID, e do Presidente da Associação Portuguesa da Energia, Engenheiro João Torres.
A abertura da sessão contou ainda com Pedro Frade, membro da Board dos FELPT, que introduziu os objetivos e o propósito do debate deste estudo que tem por objetivo analisar os desafios associados a uma elevada taxa de integração de energia renovável variável, na gestão do sistema elétrico. Em seguida, Bruna Tavares, membro dos FELPT, apresentou a metodologia, resultados e conclusões do relatório. O estudo teve por objetivo analisar os desafios associados a uma elevada taxa de integração de energia renovável variável, na gestão do sistema elétrico. O estudo pretende ainda promover uma reflexão sobre o futuro planeamento do sistema energético nacional, bem como apontar algumas soluções para aumentar a sua resiliência. No estudo dos FELPT salientam-se os seguintes pontos:
• O binómio eólica e fotovoltaica introduzirá um elevado dinamismo na gestão do sistema elétrico;
• A redução da flexibilidade da geração fará com que o consumo assuma um papel ativo e central para a estabilidade;
• O armazenamento sazonal é um dos maiores desafios no processo de descarbonização;
• A diminuição no número de grandes geradores síncronos ligados à rede provocará uma redução da inércia, o que obrigará ao surgimento de alternativas credíveis e resilientes.
Para mitigar os riscos operacionais associados à crescente integração de fontes de energia renovável variável, os FELPT salientam ainda importância de um aumento da capacidade de interligação elétrica com a Europa central, bem como a necessidade de implementar uma maior flexibilidade nas operações das Redes de Transporte e Distribuição.
Na sequência desta apresentação realizou-se uma sessão de debate, com os convidados, no formato de mesa-redonda moderada por José Sarilho, membro dos FELPT.
Na sessão de encerramento o Presidente da APE, João Torres mencionou que “ O sistema elétrico do futuro será bem mais complexo e requer uma boa intervenção de todos os intervenientes para que continue a garantir a segurança de abastecimento, minimização do impacto ambiental e uma economia equilibrada. Também porque os FEL vão certamente estar no grupo que vai gerir essa nova realidade em construção, a APE acarinha esta iniciativa para promover debate suscitado pelo oportuno documento que prepararam”.