Estórias e histórias do património cultural do Minho

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O design gráfico e o designer, como agentes ativos na comunicação e na sociedade, devem assumir um papel de cidadania responsável, contribuindo com a sua ação para a melhoria dos seus contextos e comunidades de intervenção. Seguindo o mote do Ano Europeu do Património Cultural, apresentam-se interpretações gráficas para patrimónios culturais da região do Minho, a partir do processo de investigação e desenvolvimento de projeto em design gráfico. Reconhecendo a geografia da região do Minho e a amplitude do conceito de Património Cultural, apresentamos um conjunto diversificado de reflexões gráficas sob a forma de cartaz, que revelam o estudo e conhecimento da história e estórias desses patrimónios da região.

Estórias e histórias do património cultural do Minho



Estรณrias e histรณrias do patrimรณnio cultural do Minho



Visual Identity TOOLKIT

Draft version updated in September 2017



Ano Europeu do Património Cultural 6

por Maria José Fernandes

Ensino do Design no Minho. Valorização e Desenvolvimento Regional. 10

por Paula Tavares

O outro lado do património… 12

por Guilherme d’Oliveira Martins

Unidos na diversidade e nos valores 16

por José Manuel Fernandes

Estórias e histórias do património cultural do Minho – investigação e experimentação pedagógica para a comunicação gráfica e território 18

por Jorge Brandão Pereira e Catarina Mendes



Estórias e histórias do património cultural do Minho 24

Praia de Moledo Cortejo dos Vasos Lenda da Justiça de Fafe Bordado de Guimarães Figurado Barcelense Vinho Alvarinho “Braga por um canudo” Braga Romana Museu dos Cordofones Noivas de São Longuinho Clarinha de Fão Ponte de Prado Torta de Guimarães Mosteiro S. Martinho de Tibães Castro de S. Lourenço Castro Laboreiro Cavalo Garrano Coração de Viana Caminhos de Santiago Filigrana de Travassos Galo de Barcelos Lenços dos Namorados Coração de Viana Vaca das Cordas Funicular do Bom Jesus Santuário de Santa Luzia Serra da Cabreira Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos Louça de Viana Plataforma das Artes e Criatividade Ponte Velha Cabeçudos de Viana do Castelo Citânia de Briteiros Romeiros de Porto D’ave Parque Nacional da Peneda-Gerês Trilho da Serra Amarela Arte na Leira Casa-Museu de Camilo Castelo Branco Bracara Augusta Jogo do Pau Palheiras de Fafe Festas de S. João de Braga Unhas do Diabo Viola Braguesa Romaria da Nossa Sra. de Porto d’Ave


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Ano Europeu do Património Cultural

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Maria José Fernandes Presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Cávado (IPCA) IPCA – Entidade gestora do CIED Minho


9 Este ano constitui-se como “momento” de relembrarmos os traços característicos da cultura minhota e das suas gentes. Maria José Fernandes

O património cultural abrange recursos do passado e

Com esta brochura, o CIED Minho, em parceria com

do presente, que assumem muitas formas e aspetos,

a Escola Superior de Design do IPCA, pretende exibir

nos quais se incluem monumentos, paisagens, sítios,

o esplendor do património material e imaterial da

tradições, conhecimentos e expressões da criatividade

região, através de conjugação entre os traços artísticos

humana, bem como coleções conservadas e geridas por

tradicionais e o estilo contemporâneo e arrojado

museus, bibliotecas e arquivos.

de vários alunos que procuraram retratar algum do património do Minho. O fruto desta combinação de

A União Europeia dedicou o ano de 2018 ao Património

fatores está bem patente ao longo das mais de 100

Cultural e o CIED Minho não podia deixar passar esta

páginas desta brochura, e que, será um documento para

oportunidade sem realçar as riquezas patrimoniais da

conservar e recordar no futuro.

região do Minho ao mundo. Este ano constitui-se como “momento” de relembrarmos os traços característicos

O CIED Minho e o IPCA agradecem a todos os

da cultura minhota e das suas gentes que primam

estudantes que aceitaram publicar os seus trabalhos

pela simpatia e afetuosidade, e pelo seu jeito de bem

nesta brochura, e deixa um agradecimento especial ao

receber. A região do Minho é marcada por monumentos

Professor Jorge Brandão Pereira e à Professora Catarina

encantadores e património exclusivo, gastronomia

Mendes por todo o trabalho realizado.

irresistível, paisagens únicas, tradições ímpares e uma história riquíssima.


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Ensino do Design no Minho. Valorização e Desenvolvimento Regional.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Paula Tavares Diretora da Escola Superior de Design IPCA


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Somos e queremos continuar a ser motor de desenvolvimento e acrescento de valor, somos e queremos continuar a ser agentes de mudança positiva no nosso Minho, e do Minho para o mundo. Paula Tavares

A Escola Superior de Design do IPCA, implantada

viver. Vimos promovendo projetos que evidenciam esta

no Minho e com sede em Barcelos, tem relações

nossa vocação, tanto ao nível de colaborações com as

privilegiadas com as instituições e indústrias regionais.

autarquias, participando nas suas atividades, como

Se o Design permite alavancar o crescimento das

contribuindo diretamente para o reconhecimento

empresas ao longo da cadeia de valor, permitindo às

regional ao nível cultural. Recentemente colaborámos

indústrias desenvolver marcas próprias e crescer de

com Barcelos e Braga nas suas candidaturas - bem

forma sustentável, o Design permite ainda à região e

sucedidas - a cidades criativas da UNESCO, e neste

suas instituições divulgar e criar sistemas próprios de

sentido, hoje participamos ativamente da vida cultural

preservação e enriquecimento do património material

destas cidades, realizando exposições, conferências e

e imaterial. Seja contribuíndo para repensar formas de

parcerias que promovem a identidade local e regional.

fazer, seja contribuindo criativamente para o capital

Abrangemos, ainda Guimarães, Famalicão e Esposende

intelectual.

onde temos uma presença indelével tanto ao nível formativo como cultural. Somos e queremos continuar

A ESD é uma escola comprometida com a sua missão

a ser motor de desenvolvimento e acrescento de valor,

de ensino e investigação aplicados, mas é também

somos e queremos continuar a ser agentes de mudança

uma escola comprometida com a cultura da região,

positiva no nosso Minho, e do Minho para o mundo.

com os seus habitantes, seus costumes e modos de


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O outro lado do património…

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Guilherme d’Oliveira Martins Coordenador Nacional do Ano Europeu do Património Cultural


De facto, a escolha do Património Cultural como o tema da União Europeia neste ano de 2018 não foi produto do acaso. Guilherme d’Oliveira Martins

A presente publicação sobre a História e as Estórias

cidadãos o contacto com diversas formas de património:

do Património da Região do Minho ilustra bem a

monumentos, documentos, vestígios arqueológicos,

ideia de Património Cultural como realidade viva e

tradições, manifestações artísticas, costumes, línguas,

elemento crucial para a compreensão da identidade

paisagens... Adotar um monumento ou uma tradição (da

como realidade aberta, complexa e fecunda, em

gastronomia ou do artesanato, da música ou das artes

que as pessoas e as comunidades são fatores de

visuais), tornar compreensível um símbolo, impedir

conhecimento, compreensão e respeito mútuo. De

que algo de valioso culturalmente seja deixado ao

facto, a escolha do Património Cultural como o tema da

abandono, usar as novas tecnologias para favorecer a

União Europeia neste ano de 2018 não foi produto do

ligação aos valores culturais e naturais, ir ao encontro

acaso. Correspondeu à necessidade de dar um impulso

de outras paragens, de outras regiões ou de outras

novo a um projeto comum que não pode avançar sem

culturas são atos fundamentais… Daí a importância de

a memória das raízes históricas e culturais e sem

um culto do património que favoreça o respeito mútuo,

um forte desafio de aprendizagem, de inovação e de

o pluralismo, a diversidade e a importância dos valores

modernidade.

comuns de culturas diferentes. Tudo isso permitirá entender o património cultural na sua plena riqueza,

As iniciativas do Ano Europeu do Património Cultural

assegurando que quando terminarmos este Ano

são múltiplas, desde o estudo e investigação, do

poderemos ter contribuído para fortalecer a consciência

intercâmbio científico e técnico, do aperfeiçoamento

patrimonial e a cidadania cultural. Nada melhor do

profissional, da sensibilização e da informação, até à

que os mais jovens para poderem continuar a tarefa

educação e à formação, à criação e à divulgação; no

essencial de assegurar que é a sociedade civil que deve

entanto a motivação e a participação dos mais jovens

assumir em suas mãos a responsabilidade de proteger

constitui o desafio mais aliciante e exigente. Essa é uma

e valorizar o património, devendo o Estado garantir o

das marcas que Portugal tem procurado definir como

enquadramento rigoroso e incentivador da qualidade,

essencial, distintiva e prioritária. O envolvimento das

em nome do bem comum. Umberto Eco disse um dia

escolas, das famílias e das comunidades no estudo,

que a diferença entre aqueles que não leem e aqueles

compreensão, conhecimento, na atenção e no cuidado

que leem é que os primeiros vivem apenas algumas

do património cultural deverá representar um dos

dezenas de anos, enquanto os segundos vivem o tempo

investimentos mais sérios e duradouros desta iniciativa.

da civilização, três ou quatro mil anos. De facto, só

Será isso que ficará. Daí o envolvimento da Rede das

seremos dignos do que recebemos das gerações que

Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura

nos antecederam se soubermos combater a ignorância

neste Ano Europeu – permitindo às escolas e aos jovens

e a mediocridade através da compreensão donde vimos

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e para onde vamos. O que aconteceu há poucos anos em Palmira (Síria) obriga-nos a pensar seriamente – os monumentos foram barbaramente destruídos, mas o historiador que melhor conhecia essas preciosidades também foi morto. Afinal, só as pedras vivas, as pessoas, é que poderão dar força, valor e significado às pedras mortas. Eis por que razão a mobilização das escolas, dos alunos, dos professores e das famílias constitui a melhor marca de perenidade para esta iniciativa. O outro lado do Património tem a ver com a necessidade de irmos ao encontro da História e das Humanidades, no mais rico sentido de enriquecimento mútuo pelas diferenças… Assim continuaremos a criar condições para formar e mobilizar cada vez melhores educadores, investigadores e técnicos, sobretudo cada vez melhores cidadãos ativos, capazes de tornar o património cultural potenciador de desenvolvimento humano.

O envolvimento das escolas, das famílias e das comunidades no estudo, compreensão, conhecimento, na atenção e no cuidado do património cultural deverá representar um dos investimentos mais sérios e duradouros desta iniciativa. Guilherme d’Oliveira Martins


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Unidos na diversidade e nos valores

Estórias e histórias do património cultural do Minho

José Manuel Fernandes Eurodeputado


O design gráfico e de comunicação ajuda nesta valorização e afirmação do património cultural e identitário de cada povo e território, com impacto determinante na defesa e promoção dos valores europeus. José Manuel Fernandes

A riqueza do património cultural e etnográfico que

determinante na defesa e promoção dos valores

consubstancia a identidade de cada região da União

europeus. Esse é um desafio que todos os cidadãos

Europeia dá vida ao lema “unidos na diversidade”.

europeus devem assumir de forma responsável e consciente, ainda para mais em tempos de dúvidas e

A UE tem a sua maior riqueza nas múltiplas tradições

crescentes egoísmos que tornam o mundo cada vez

regionais, nacionais, culturais e religiosas. Mas não

mais imprevisível.

deixamos de falar dos nossos valores comuns, do nosso acervo comunitário. A democracia, a liberdade e a

O trabalho de produção e investigação na área do design

defesa intransigente da dignidade humana fazem parte

gráfico contribui para criar ou reforçar, nos cidadãos

do nosso património genético. Num momento em que

europeus, o sentimento de uma verdadeira identidade

proliferam ondas egoístas, nacionalistas e extremistas à

europeia.

escala global, onde as tensões entre Estados-Membros e dentro dos países se agudizam, não podemos perder

O Minho, no interior da sua identidade e do seu espaço

estes valores, mas antes recuperá-los e fortificá-los

próprio, possui das maiores diversidades concentradas

para que sejam a “Estrela” que nos guia.

do mundo e forças que em muitos casos estão ainda por explorar. Ostentamos potentíssimos e variados recursos

Ao instituir 2018 como Ano Europeu do Património

culturais e património arquitetónico, arqueológico,

Cultural, a União Europeia consolida a diversidade e o

natural e humano, a que acrescem as nossas tradições,

caráter multifacetado e pluricultural da UE e das suas

etnografia e artesanato.

regiões como um baluarte e uma mais valia inigualável para nos assumirmos neste cenário de globalização e

Estarmos integrados na União Europeia não diminui

mudança vertiginosa em que vivemos constantemente.

nem esbate as nossas especificidades e diferenças,

A divulgação e preservação do património é uma

mas antes as valoriza e capacita, não só no contexto do

competência de cada Estado-Membro, mas que a

espaço europeu, mas sobretudo no contexto global.

União Europeia apoia através de fundos europeus e o lançamento de iniciativas como a “Capital Europeia da

O design gráfico e de comunicação tem também

Cultura” e a “Marca do Património Europeu”.

a missão de ajudar a combater o nacionalismo, o populismo e os sinais de egoísmo. Para isso, temos de

O design gráfico e de comunicação ajuda nesta

construir um sentimento comum de pertença para

valorização e afirmação do património cultural e

trilhar um caminho de solidariedade e partilha neste

identitário de cada povo e território, com impacto

mundo aberto e que queremos sempre livre.

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Estórias e histórias do património cultural do Minho – investigação e experimentação pedagógica para a comunicação gráfica e território

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Jorge Brandão Pereira e Catarina Mendes Escola Superior de Design IPCA


19 O projeto consiste na interpretação global do conceito de projeto em design gráfico, num processo de investigação e desenvolvimento de projeto para comunicação gráfica de um património cultural da região do Minho. Jorge Brandão Pereira e Catarina Mendes

O design gráfico e o designer, como agentes ativos na

Haverá melhor forma de enriquecer as nossas vidas do

comunicação e na sociedade, devem assumir um papel

que através da interação com algo tão crucial para a nossa

de cidadania responsável, contribuindo com a sua ação

identidade?” (Europa.EU, 2018). Assim, reconhece a

para a melhoria dos seus contextos e comunidades de

geografia da região do Minho e a amplitude do conceito

intervenção.

de Património Cultural, que é aqui apresentado no suporte principal do cartaz.

Seguindo o mote do Ano Europeu do Património Cultural, a presente publicação apresenta os resultados

O projeto foi implementado em três momentos de

de um projeto de ensino com investigação teórica e

desenvolvimento, da pesquisa, ao desenvolvimento

prática em projeto em design gráfico, num processo

criativo e conclusão, partindo do estudo e

de investigação e desenvolvimento de projeto para

conhecimento da história e estórias desses patrimónios.

comunicação gráfica de um património cultural da região do Minho. O projeto, implementado na unidade curricular de Metodologia do Design Gráfico II,

Objetivos

integrada no plano de estudos do 2.º semestre do 1.º ano da Licenciatura em Design Gráfico (em regime

Integrado no processo de formação superior em design

diurno e regime pós-laboral), consiste na interpretação

gráfico da Escola Superior de Design do Instituto

global do conceito de projeto em design gráfico,

Politécnico do Cávado e do Ave, dentro do domínio

num processo de investigação e desenvolvimento de

estruturante do Projeto em design de comunicação, o

projeto para comunicação gráfica de um património

processo pedagógico desta proposta formativa identifica

cultural da região do Minho. O património cultural

como principais objetivos: (i) Explorar a gramática

tem um valor universal para todos nós, enquanto

do design de comunicação; (ii) Identificar atitudes e

indivíduos, comunidades e sociedades, e o projeto

métodos utilizados no meio projetual. (iii) Adequar os

surge enquadrado no Ano Europeu do Património

objetivos estéticos do design às possibilidades efetivas

Cultural, como oportunidade de comunicar a cultura

– metodológicas, técnicas e produtivas – da produção

da região onde o Instituto Politécnico do Cávado e do

gráfica, recorrendo nomeadamente às ferramentas

Ave e a Escola Superior de Design se integram enquanto

informáticas adequadas; (iv) Desenvolver raciocínio e

instituição. “Ao prezar o nosso património cultural,

estimulação criativa em projeto, consubstanciado na

podemos descobrir a nossa diversidade e dar início a

história da comunicação visual e na praxis do design

um diálogo intercultural sobre o que temos em comum.

gráfico contemporâneo; e finalmente (v) Desenvolver


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a capacidade de pensamento crítico relativamente

e concluídas como mecanismos de procura de

às diferentes perspetivas de Design, o seu papel na

conhecimento. Archer foi fundamental para liderar

sociedade e tangências.

os designers da sua geração a encararem a disciplina do design como, precisamente, uma disciplina,

Proposta de trabalho e metodologia

com as suas próprias exigências ao nível do rigor metodológico e da investigação sistematizada,

A proposta de trabalho consiste no projeto e

colocando-a no centro de um diálogo de rigor, próprio

desenvolvimento da comunicação gráfica de um

da ciência e da academia, com a liberdade e intuição,

património cultural da região do Minho. Reconhecendo

características da arte.

a geografia da região do Minho e a amplitude do conceito de Património Cultural, propõs-se o

Archer promoveu o uso de análises de níveis de

desenvolvimento da comunicação integrada em

sistemas, num processo de design baseado em

múltiplos suportes. Como objeto de trabalho, deve ser

evidências e avaliações através da experimentação. O

selecionado um património cultural da região do Minho,

ponto de partida, também promovida nesta proposta

entre “material”, “imaterial”, “natural” ou “digital”.

apresentada e relacionada com o tema do Ano Europeu do Património Cultural, será sempre a expressão

A metodologia de trabalho apoiou-se no “3 stage design

de uma necessidade, e nela radica o rationale e a

process” de Bruce Archer (1965), desenvolvida nos

importância de determinar as razões para criar um

três momentos do projeto. O design e a metodologia

processo de design, assim como gerir as expectativas

relacionada com a sua constituição, enquanto atividade

do alcance do mesmo e a sua relação com o artefacto

científica, fomentou uma procura na teorização a

desenvolvido.

respeito do “fazer” específico do design, atribuindo a todas as etapas um significado próprio resultante dos

Neste desenvolvimento, Archer (1965) sistematiza

objetivos determinados numa fase inicial e exploratória.

a sua proposta no denominado Modelo de 3 fases,

Archer defende a especificidade de área do design

onde o processo de design seria este mix criativo, as

enquanto dimensão da ação humana de modo geral,

limitações dos objetivos e as análises sistemátivas,

e não apenas numa dimensão profissionalizada. O

tendo sempre o ato criativo como estrutura:

contributo de Archer é particularmente relevante para a constituição do design como um território de

1. Fase analítica (Analytical Phase) – a partir da qual se

“conhecimento comunicável” (Archer, 1995, p. 6), cujas

compilam, organizam e avaliam as informações, se

problemáticas podem ser investigadas, analisadas

definem condicionantes e se estrutura a hierarquia,


21

Dadas as caraterísticas da proposta de trabalho, os exemplos são muito diversificados em termos de linguagem gráfica, que se desenvolve consubstanciada no processo de pesquisa e investigação particular. Jorge Brandão Pereira e Catarina Mendes

detetando o problema, programando e obtendo

No 2.º momento (Creative Phase) foi desenvolvido

informação.

o estudo e concretização da componente gráfica

2. Fase criativa (Creative Phase) – na qual se aplica a análise, síntese e desenvolvimento criativo. 3. Fase executiva (Executive Phase) – onde se desenvolve

do projeto, o momento criativo. Aqui, o processo de trabalho inclui o faseamento metodológico em momentos de análise, síntese e desenvolvimento prático

uma valorização crítica das fases anteriores, se ajusta

dos suportes de comunicação, sendo aqui construídos

as ideias e se desenvolve o processo de design e o

os grafismos visuais (sendo que nesta publicação é

processo interativo com outros intervenientes, na

apresentado apenas o cartaz).

definição da proposta e solução. A comunicação passa também a figurar nos objetivos inerentes ao

No 3.º momento (Executive Phase) foi concluído o

desenvolvimento do resultado.

projeto, em termos de comunicação e divulgação com o dossier de projeto, incluindo a produção fotográfica

Consideramos a atualidade desta proposta metodológica

do trabalho, e realizada a apresentação final do mesmo.

e de grande valor no processo de formação superior em

Aqui foi ainda mantido um registo do processo criativo,

design, pois definiu o Design como uma atividade que

devidamente sistematizado para usar no dossier de

combina o intuitivo com o cognitivo e, assim, contribuiu

projeto.

para transformar o processo do Design numa ciência. “His method was based on critical path analysis, a model

Dadas as caraterísticas da proposta de trabalho, os

of operations research, and gave design research examples”

exemplos são muito diversificados em termos de

(Bayazit, 2004, p.18).

linguagem gráfica, que se desenvolve consubstanciada no processo de pesquisa e investigação particular.

Assim, rebatendo a metodologia descrita sobre a atividade letiva e de ensino/aprendizagem, a proposta de trabalho organizou-se da seguinte forma.

Conclusão

No 1.º momento (Analytical Phase) foi identificado o

Os resultados globais são muito satisfatórios,

objeto de estudo de património cultural do Minho a

correspondendo às expectativas criadas, havendo

comunicar. Este momento previu o desenvolvimento

muitos casos de destaque de qualidade de respostas.

de pesquisa no local ou em projetos relacionados e

O desenvolvimento de um projeto estruturado e

tangenciais e a sua reflexão crítica para o conceito a

organizado em diferentes fases e sustentado por

trabalhar.

este modelo metodológico de Archer é altamente


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Explorando e discutindo as bases da linguagem do design, os resultados apresentam as possibilidades criativas do design gráfico, explorando os limites da disciplina em paralelo com a reflexão sobre a sua atividade metodológica. Jorge Brandão Pereira e Catarina Mendes

potenciador das capacidades dos alunos e motivante

Referências

para a sua formação. Pelo sucesso alcançado nos trabalhos, nas aprendizagens e, sobretudo, na

Archer, B. (1965). Systematic method for designers. In:

implementação de metodologia em projeto, o modelo

Cross, N. (1984). Developments in design methodology.

pedagógico é um interessante contributo para a

John Wiley & Sons.

discussão sobre a formação em design gráfico no ensino superior.

Bayazit, N. (2004). Investigating Design: A Review of Forty Years of Design Research. In: Design Issues, Vol. 20,

Apesar de haver uma grande heterogeneidade na

No 1 Winter 2004. The MIT Press.

linguagem gráfica das respostas, observa-se na maioria dos trabalhos desenvolvidos uma preocupação pela

EUROPA.EU, “2018: Ano Europeu do Património Cultural”.

exploração e experimentação criativa, procurando fazer

Acedido online em https://europa.eu/cultural-heritage/

prova de competências específicas ligadas às diversas

about_pt, último acesso a 30 setembro 2018.

áreas que fazem parte da estrutura curricular da licenciatura. Explorando e discutindo as bases da linguagem do design, os resultados apresentam as possibilidades criativas do design gráfico, explorando os limites da disciplina em paralelo com a reflexão sobre a sua atividade metodológica.


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Praia de Moledo

Desde o início do processo de investigação para o

Para a realização do cartaz o processo criativo e de

desenvolvimento deste trabalho, a opção sobre o estudo

pesquisa focou-se inicialmente sobre paisagens e

de caso de Património Cultural a trabalhar esteve

lugares. Deste processo, reconhecemos à expressão

centro focada em temas do Património Natural, da

da ilustração o melhor potencial para comunicar o

fauna e flora.

conceito que pretendemos.

Sendo originária do Alto Minho, foram então

A ilustração seguiu um traço digital, construído a partir

pesquisados diversos sítios e locais desta zona, que se

de um registo fotográfico.

destacaram pela sua beleza natural ou importância. A opção final foi então a Praia de Moledo, no concelho

Reforça-se o conceito e geografia do local com a

de Caminha, porque desde pequena que a frequento e

expressão, usada pelos populares, que apresenta a Praia

é um local cheio de memórias e estórias. É uma praia

de Moledo como “A primeira praia de Portugal”.

reconhecida, com caraterísticas paisagísticas únicas, como por exemplo a vista do Monte de Espanha e a ilha da Ínsua, com a presença de um forte.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Adriana Sousa adriana.b.sousa@hotmail.com


Adriana Sousa

Praia de Moledo


Cortejo dos Vasos

O tema escolhido para o projeto do Património Cultural

O foco principal do cartaz são os vasos de plantas, estes

foi o “Cortejo dos Vasos”, que acontece numa pequena

encontram-se na parte superior dos mesmos porque

freguesia de Negreiros, no concelho de Barcelos. Esta

estes vasos são levados na cabeça. As espécies de plantas

tradição existe desde a década de 30 do século XX e

representadas são as mais comuns no cortejo.

acontece todos os anos, por volta da última semana de agosto, integrando-se nas celebrações em honra da

A cor predominante representa os vasos de plantas, ou

Santa Justa, padroeira da freguesia.

seja, a ligação com a natureza que a própria tradição possui. O cartaz é de linguagem simples, com poucos

É um costume único no nosso país, se não em todo o

elementos e oferece um ar misterioso ao projeto gráfico,

mundo, e é um forte reforço da identidade minhota.

tal como a própria tradição, já que é pouco conhecida e

Esta é uma tradição religiosa e nela participam crianças,

desde o seu nascimento até aos dias de hoje, são poucas

adolescentes e mulheres solteiras, engalanadas com

as pessoas que a podem explicar.

os típicos trajes minhotos, adornadas de ouro e com os vasos de plantas mais bonitos sobre as suas cabeças

Em suma, apesar de pequena e desconhecida, é um

(estes podem variar muito de tamanho) com o intuito de

costume que representa muito bem a tradição minhota

se gabarem.

já que esta região tem como base as pequenas tradições e como tal, é considerado património cultural da região do Minho.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Andreia Ferreira andreia.filipaferreira@live.com.pt


Andreia Ferreira

Cortejo dos Vasos


Lenda da Justiça de Fafe

Quando se fala em Fafe, há logo uma expressão que vem

Para o cartaz, é utilizada como imagem principal

à cabeça: “Justiça de Fafe”, toda a gente ouviu falar, mas

o monumento em homenagem à Justiça de Fafe. A

ninguém sabe o que significa. É uma frase ligada, no

nível de cores, usam-se o laranja e azul que são cores

espírito popular, ao varapau, com a luta de pau.

relacionadas com o logótipo do município de Fafe. É feito um jogo de formas com as duas cores, em

Em Fafe, o tribunal, a justiça feita de acordo com o

molduras, e a imagem iria mais encostada para o lado

código penal e com o código civil aparece tarde, aparece

inferior esquerdo do próprio cartaz.

já muito avançado do séc. XIX, e só nessa altura começa a haver uma justiça constitucional. Antes disso, os

Para o fundo, além da cor branca, é usada uma textura

interessados faziam-na, cada um à sua maneira, e com

de um documento antigo relativo à história da justiça

uma vara. Era uma justiça privada, feita à “paulada” com

de Fafe, com uma ilustração da época. A expressão é

os interessados, a pena maior seria uma bordoada na

relacionada com o tema: “É a tradição que assevera /

cabeça. Ainda hoje, em Fafe, o jogo tradicional é o jogo

que corremos tudo a pau / mas nenhum de nós é fera /

do pau.

e fafense algum é mau”.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Andreia Monteiro andreiaserrinha@gmail.com


Andreia Monteiro

Lenda da Justiรงa de Fafe


Bordado de Guimarães

Como tema para o cartaz foi selecionado o tema do

Como parte fundamental do trabalho, o bordado de

bordado de Guimarães, por pertencer à região cultural

Guimarães pressupõe uma grande alusão à sua cidade

doMinho desde o séc. XV e por ser considerado

de origem e produção. Assim sendo, foi utilizado

Património Imaterial da cidade de Guimarães.

um mapa da cidade que data do mesmo século de

Este trabalho surge como meio de sensibilização para

nascimento do bordado. Foi feita uma recolha das

os valores patrimoniais: o seu valor atual como produto

freguesias existentes no concelho de Guimarães.

artesanal de garantida e autenticidade e apresenta-se

Para o grafismo foi destacada a temática de bordado

como um legado valioso de técnicas e tipologias com

mais utilizada, os motivos naturais e florais, mais

especificidades locais.

concretamente a flor e as ramificações. No trabalho as flores bordadas marcam cada uma das freguesias da cidade, e as ramificações uma alusão aquilo que é a ligação entre elas e o património. Dando assim nome aquilo que é o trabalho, “Guimarães, bordado ponto a ponto”.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Beatriz Lameiras Lemos bia_sing@hotmail.com


Beatriz Lameiras Lemos

Bordado de GuimarĂŁes


Figurado Barcelense

O objeto de estudo trabalhado foi o “Figurado

Para a construção do cartaz interligou-se fotografia e

Barcelense”. A escolha focou-se na cidade de Barcelos,

desenho vetorial. O ponto de partida foi uma peça de

mais propriamente na sua arte centenária que é um

Júlia Ramalho, o “Ouriço”, peça arredondada de

importante instrumento cultural e histórico, não só da

barro vidrado que é a representação do animal porco

região Minhota, mas também de todo Portugal, levando

espinho, em tons de ocre.

através dos tempos um retrato de toda a evolução da sociedade onde estamos inseridos.

A foto de um braço cheio de história e personalidade reforçou o conceito da comunicação e foi uma decisão

Em particular, o “Figurado de Barcelos” é um produto

particular, pois a “modelo” foi a minha avó, que tal

artesanal certificado que constitui uma das maiores

como Rosa e Júlia Ramalho, também viveu no mundo do

produções artesanais do concelho, sendo fruto

artesanato, pois o seu pai era artesão e construía, para

da atividade oleira, mas tomando nos dias de hoje

vender nas feiras, pequenas rocas e fusos. Esta é assim

proporções que a ultrapassam. Devido ao facto de o

a primeira ligação direta com a temática abordada.

artesanato Barcelense ser muito vasto e repleto de diversos artesãos, decidi escolher uma artesã

A expressão “Mente sã, mãos ocupadas”, proferida

específica sobre a qual se debruçaria todo o processo de

por Júlia Ramalho num dos documentários que

desenvolvimento.

integraram a pesquisa, remete-nos para a perseverança e trabalho árduo de quem faz do barro a sua vida e

Júlia de 72 anos, pertence a uma célebre linhagem

associa também os elementos essenciais para que esta

familiar de artesãos, naturais da freguesia de Galegos de

produção se concretize: as mãos e a mente. As mãos

S. Martinho em Barcelos, de apelido Ramalho.

como instrumento de trabalho indispensável para os artesãos e a mente como motor de toda a criatividade, sendo que uma coisa complementa a outra.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Betânia Barreto betaniabarreto1999@hotmail.com


Betânia Barreto

Figurado Barcelense


Vinho Alvarinho

O Vinho Alvarinho é um dos vinhos mais consagrados

O cartaz foi desenvolvido com base em duas linguagens,

e reconhecidos da região Minhota, fazendo parte da

a vetorial e a fotográfica. O objetivo foi retratar através

cultura gastronómica e rural desta região. A unir a

das cores esverdeadas e douradas as vinhas e, assim

região de Monção a Melgaço, é um dos vinhos com

criar um caminho, representado pelas montanhas, de

mais extensão de vinhas existente no Minho e devido a

forma a caracterizar o Vinho Alvarinho e o seu impacto

sua localização permite obter uma casta de qualidade

na região Minhota.

excelente tornando o vinho inigualável.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Carolina Silva carolimovsilva@gmail.com


Carolina Silva

Vinho Alvarinho


“Braga por um canudo”

Para tema do projeto sobre o património cultural

Depois de realizada a pesquisa e trabalhada alguma

optou-se por desenvolver e representar o Bom Jesus,

informação que seria usada ao longo do projeto,

nomeadamente trabalhar a típica expressão “Braga por

resultaram várias ideias para o que seria o cartaz.

um Canudo”.

Começamos por trabalhar fotografia retirando-lhes apenas as silhuetas do património que

Uma vez que o Bom Jesus tem vários pontos de

iria ser representado.

interesse, optou-se por escolher o telescópio e miradouro. Esta escolha tem um raciocínio lógico por

A representação incidiu sobre a silhueta do miradouro,

trás, pois foi também intenção desenvolver e usar a

do telescópio e depois também da Igreja do Bom Jesus,

expressão que tantas pessoas conhecem e associam a

que é um ponto de referência para se perceber onde se

Braga, mas pouco ou nada mais sabem dela,

localiza o mesmo, sendo que dei principal destaque ao miradouro inserindo no primeiro plano do cartaz. Sendo o Bom Jesus um dos pontos mais altos de Braga, como fundo optou-se por representar o céu, para conseguir trazer a ideia da altitude que o mesmo tem.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Catarina Pinto katarina.pinto1997@gmail.com


Catarina Pinto

“Braga por um canudo”


Braga Romana

O presente trabalho foi desenvolvido em torno da

Começando o processo de design por criar o itinerário

influência romana na cidade de Braga. Com esse fim,

utilizado no cartaz, o itinerário foi sintetizado de forma

tomei proveito do evento “Braga Romana”, que acontece

a poder ser utilizado como marca gráfica.

todos os anos no mês de maio no centro da cidade para desenvolver um itinerário a apresentar os pontos

Em paralelo desenvolveram-se elemetos remetentes à

geográficos onde se verifica a presença da influência do

civilização romana tal como é o caso do elmo, dos ramos

povo romano.

de louro e dos ornamentos nas extremidades de folha.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Clara Silva clarajoao1999@hotmail.com


Clara Silva

Braga Romana


Museu dos Cordofones

No âmbito da proposta de desenvolvimento criativo

Para a elaboração do cartaz, na sua essência quis captar

“Design Cidadania #EuropeforCulture”, foi selecionado

não só a arte de fazer o cavaquinho mas sim como o

como tema o Museu de Cordofones, situado em Tebosa,

nome do museu indica a arte de fazer cordofones, os

Braga. Este património destaca-se pois possuiu tantos

instrumentos de corda. Sendo assim, generaliza-se a

instrumentos como histórias maravilhosas sobre a

partir da matéria-prima que todos têm em comum,

construção de cada um, mas também acaba por contar

a madeira. Resume-se a base dos instrumentos à

um pouco do desenvolvimento dos instrumentos a nível

fotografia de um tronco cortado sem qualquer tipo de

mundial ao longo dos anos e é único em Portugal.

interferência nas suas características, o que representa o instrumento antes de ser trabalhado, mas também um

Tem no seu espólio vários espécimes singulares

pouco já da sua forma arredondada.

oferecidos, uma verdadeira viagem a outros continentes. Para além desses, todos os instrumentos são feitos pela

Simboliza-se ainda as cordas de forma digital pois

mão de Domingos Machado, artífice e dono do museu,

complementam a ideia de desenvolvimento, em tons

que já está a passar a tradição ao seu filho.

castanhos e alaranjados, o que faz com que tudo se enquadre, pois essas cores remetem ao antigo. O desenvolvimento do projeto criativo envolveu estudo no local, com visita ao museu, o que fez com que horizontes se abrissem e conhecimentos se aprofundassem sobre esta magnifica arte e que tanto saber nos transmite.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Cláudia Barros a14721@alunos.ipca.pt


Clรกudia Barros

Museu dos Cordofones


Noivas de São Longuinho

Segundo a tradição cristã, São Longuinho foi um dos

A fase criativa consistiu na criação de uma “line art” da

soldados presentes na crucificação de Jesus Cristo. Em

estátua de São Longuinho, em Braga, e de uma noiva ao

Braga, existe uma estátua em sua honra no Santuário do

redor da estátua, remetendo assim para a lenda.

Bom Jesus. O desenho segue o ritmo e movimento da noiva, Na tradição popular em Braga, a lenda de São

reforçado ainda pela pergunta “Quantos dos casamentos

Longuinho de Braga conta que as raparigas em idade de

são de longuinho?”

casar andam à volta da estátua, dizendo rezas e orações, para assim apressarem o seu casamento.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Cláudia Vieira cpm.claudiavieira@gmail.com


Clรกudia Vieira

Noivas de Sรฃo Longuinho


Clarinha de Fão

Clarinha de Fão é caracterizada por uma massa fina

O cartaz foi desenvolvido através de uma sessão

e estaladiça que resulta do seu processo manual. A

fotográfica onde se pode ver todo o processo de

sua origem remonta ao início do século XX quando

criação da Clarinha de Fão, representada pela mão que

três irmãs, Rosália, Amália e Clara se dedicaram à sua

direciona a forma dela. Estão ainda representados os

confeção, ganhando fama na freguesia de Fão, concelho

ingredientes principais do doce: a manteiga, os ovos, a

de Esposende e depois em todo o país.

chila e a farinha.

Esta receita passou de geração em geração mantendo o segredo da confeção na família Fangueira. Hoje é património sociocultural e gastronómico da região e uma referência nacional.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Clementina Marinha mariamarinha90@gmail.com


Clementina Marinha

Clarinha de FĂŁo


Ponte de Prado

A Ponte de Prado, situada na Vila de Prado, foi

O cartaz tem como tema principal a lenda e da mesma

construída em 1617. A lenda remonta até à altura da

foram retirados os elementos base: a ponte, o rei e o

sua construção, que, segundo se conta, um rei Leonês

rio. O objetivo com o cartaz é representar a “ideia” e a

ordenou que a ponte fosse reconstruída após uma

“vontade” do rei em reconstruir a ponte. Nesse sentido,

cheia que a destruiu,com o propósito de poder fazer a

foi desenvolvida uma ilustração da ponte num estilo

travessia para ir ter com a sua amada.

esboçado para caracterizar o plano de criação, a coroa sobre a ponte para demonstrar que a ordem foi dada

Esta lenda transformou a ponte num monumento que é

pelo Rei e o rio para determinar a razão da qual resultou

ícone da vila, tendo sido classificada como Monumento

a ponte.

Nacional em 1910.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Danny Pinheiro Silva yannadsilva@gmail.com


Danny Pinheiro Silva

Ponte do Prado


Torta de Guimarães

Guimarães é uma cidade com grande tradição doceira e

Tomando em conta a estória e interpretação,

a Torta de Guimarães faz parte da sua gastronomia mais

consideramos a freira como figura principal do cartaz.

tradicional. O doce provém do Convento de Santa Clara,

Iniciou-se o processo criativo por esboçar várias

criado por três freiras que o manufaturavam, apesar das

ideias, que foram gradualmente avaliadas. Após esta

divergências que tal atividade criava.

análise, a representação da freira recria com a posição característica da mulher do cartaz “We Can Do It!” De

Em 1758, o Arcebispo de Braga proibiu a produção da

J. Howard Miller, de forma a comunicar a tal insistência

Torta de Guimarães devido ao tempo que as freiras

na manufaturação da Torta de Guimarães.

gastavam para a produzir, “prejudicando, assim, o serviço a Deus”. Desta forma, as freiras insistiram naquilo que

O conceito visual traz uma estética de design punk,

seria a sua atividade mais prazerosa e abandonaram o

para condizer com o sentimento de frustração e revolta.

convento. Tomando tal contexto como conceito,

Este estilo é caracterizado pelo ruído, letras recortadas

aborda-se aqui o património cultural com um duplo

de jornais, máquinas de escrever e feitas à mão e pela

intuito: comunicar a importância de continuar a

colagem de fotografias e ilustração sem a preocupação

fazer aquilo que nos contenta e emancipa e a Torta de

com a ordem ou acabamento. Porém, por ter uma

Guimarães em si mesma, como estudo de caso.

estética tão forte, o hábito religioso foi desenhado em ilustração sob a fotografia a preto e branco, para harmonizar o grafismo. Reforçando a frase anteriormente citada, é acrescentada, no hábito da freira, a frase do Arcebispo de Braga para esclarecer melhor o visualizador.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Diana Almeida diana_almeida_7@hotmail.com


Diana Almeida

Torta de GuimarĂŁes


Mosteiro S. Martinho de Tibães

O Mosteiro S. Martinho de Tibães, fundado no séc. XI,

O cartaz foi desenvolvido através da conjugação e

é a casa-mãe de todos os mosteiros Beneditinos e

tratamento de três imagens identificativas do mosteiro.

centro difusor de culturas e estéticas. Ele desempenhou

A demonstração da origem e grandeza do Mosteiro de

um papel de “estaleiro-escola” de um conjunto

Tibães está evidenciada através de pormenores, onde a

de arquitetos, mestres pedreiros, carpinteiros,

arquitetura e marcas estilísticas predominam.

entalhadores, douradores, enxambradores, imaginários e escultores, cuja produção ficou ligada ao que de melhor se fez na arte portuguesa nos séculos XVII e XVIII. Vastas campanhas de reconstrução e ampliação, de decoração e redecoração, deixaram marcas estilísticas que vão do maneirismo ao rocaille (derivação do barroco) que transformam o mosteiro numa bela peça arquitetónica de grandes dimensões e num dos maiores e mais importantes conjuntos monásticos beneditinos portugueses.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Diana Pinto diana_pinto_21@hotmail.com


Diana Pinto

Mosteiro S. Martinho de TibĂŁes


Castro de S. Lourenço

O Castro de S. Lourenço é um povoado fortificado

O cartaz foi desenvolvido com elementos

localizado, na freguesia de Vila Chã, concelho de

cuidadosamente pensados e estudados. Todos os castros

Esposende, distrito de Braga. Situado no monte do

foram representados num aglomerado envolvido por

mesmo nome, a uma altura de 200 metros acima do

vegetação e rochedos para suscitar a ideia do povoado

nível do mar, num dos esporões graníticos da arriba

fortificado e camuflado no cimo da montanha, com

fóssil no qual foram encontrados vestígios que recuam

linhas topográficas do Monte de São Lourenço para

ao séc. IV a.C.

reforçar ainda a altitude do local onde este se encontra.

O Monte de S. Lourenço é um local de rara beleza paisagística onde se pode desfrutar de um ambiente calmo e bastante agradável. Miradouro com vista para o mar Atlântico permite a vista para a beira costeira, onde se destacam vários pontos como a Póvoa de Varzim, o pinhal do Ofir ou até mesmo os “Cavalos de Fão”.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Diogo Sampaio dsampaio1999@gmail.com


Diogo Sampaio

Castro de S. Lourenรงo


Castro Laboreiro

O presente exercício consiste na interpretação global

A ideia inicial do cartaz concentra a mensagem na

do conceito de projeto em design gráfico, num processo

raça de cão Castro Laboreiro, que é complementada

de investigação e desenvolvimento de projeto para

visualmente, em dupla exposição, com o cão e pontos

comunicação gráfica de um património cultural da

importantes da aldeia.

região do Minho. O património cultural tem um valor universal para todos nós, enquanto indivíduos, comunidades e sociedades, e o projeto surge enquadrado no Ano Europeu do Património Cultural, como oportunidade de comunicar a cultura da região onde nos integramos enquanto instituição. A região do Minho escolhida para trabalhar neste projeto foi Castro Laboreiro, por estar ligada a bons momentos em família e por isso ter significado pessoal relevante.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Diogo Vilarinho diogo.vilarinho1@gmail.com


Diogo Vilarinho

Castro Laboreiro


Cavalo Garrano

Após o processo de pesquisa inicial, selecionou-se

Como mencionado, quisemos destacar o facto de a raça

a raça portuguesa de cavalos Garrano, candidata a

usar um círculo para se defender, por isso essa ideia é

património nacional, como objeto de estudo do projeto.

reforçado pelo círculo no cartaz.

Como não conhecíamos a raça, o mote para o trabalho

Assim, o cartaz consiste num círculo, da cor do cavalo,

como de dar a conhecer a raça ao público. É uma raça de

ao centro com um cavalo a sair dele, tendo por conceito

cavalos que vive no norte de Portugal, principalmente

a proteção da raça visto que já esteve em vias de

no Gerês. Na pesquisa descobrimos que esta raça tem

extinção. A linguagem gráfica é simples, reforçada pelo

um comportamento defensivo, que nem todas as raças

texto principal da palavra “Garrano”, e como informação

têm. Nesse sentido de proteção, os cavalos selvagens

secundária “Candidato a Património Nacional”,

formam um círculo em volta dos elementos mais frágeis

relevante para o tema.

da manada. Este facto interessante captou a atenção, por isso foi o destaque no projeto.

Reforçamos o aspeto esboçado do desenho, usando a linha como principal meio de expressão. Criei uma trama com a cor principal do cavalo.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Francisca Rocha mariakikamr@gmail.com


Francisca Rocha

Cavalo Garrano


Coração de Viana

A origem do Coração de Viana é de difícil definição.

Partindo deste tema principal, a melhor forma de

A pesquisa sobre este património revelou origens

representar o património escolhido foi realçar as suas

ligadas à religião, fazendo o paralelismo com o coração

raízes e referências locais, dando um forte motivo para

representado no imaginário do Sagrado Coração de

se aclamar o lema ‘quem vem gosta, quem ama fica’, por

Jesus. Há referências religiosas ao Coração de Jesus

Portugal fora.

desde o século VI, mas foi no século XVII que a devoção se tornou oficial, e foram vários os santos e santas católicos a promovê-lo. Esta religiosidade poder-se-á ter ligado ao costume local de usar o ouro de modo visível, havendo quem lhe atribua origem nos cultos solares celtas, ou galaicocastrejos, também presentes na região Minho.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Francisco Oliveira f.oliver.16@outlook.com


Francisco Oliveira

Coração de Viana


Caminhos de Santiago

Para este projeto referente ao património da região

Para este efeito, a pesquisa realizada centrou-se na

Minho, escolhemos os “Caminhos de Santiago”, mais

identificação cromática da Identidade dos Caminhos,

concretamente sobre os caminhos que percorrem

feita através de um levantamento fotográfico por

Barcelos como património imaterial.

Barcelos.

Esta decisão teve também um cariz pessoal particular,

Para o cartaz houveram uma iteração principal, que

tendo já percorrido o Caminho e vivenciado a sua

fez representação de uma generalização visual sobre

experiência.

os Caminhos. Como estilo gráfico, optou-se por uma linguagem low-poly, explorada sobretudo na graduação cromática, alcançada a partir das cores base da identidade original.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Gustavo Santos a15716@alunos.ipca.pt


Gustavo Santos

Caminhos de Santiago


Filigrana de Travassos

Para este trabalho, a localidade e o património cultural

Neste cartaz optou-se pelo uso de linhas simples

escolhido foi o trabalho da Filigrana típico da região

e fluidas, para uma melhor adaptação da imagem

de Travassos, no concelho da Póvoa de Lanhoso. Esta

principal a qualquer outro suporte digital do trabalho,

escolha foi motivada pelo facto desta ser uma tradição

com tons simples e contrastantes. A ideia de um traço

na minha própria família – que viveram em Travassos

simples também teve como objetivo remeter a designs

e em tempos houve uma oficina de família de filigrana

mais modernos, que especialmente na joalharia se

e ourivesaria. Após estes familiares se reformarem, a

focam cada vez mais em traços simples, fluidos, pouco

atividade foi terminada.

elaborados, mas muito elegantes.

Travassos é uma das 29 freguesias do concelho da

As tatuagens serviram para remeter à juventude e

Póvoa de Lanhoso, localizada a sete quilómetros da

modernidade, uma forma de realçar ainda mais que são

sede do concelho. É uma aldeia disposta em anfiteatro

os jovens quem vão continuar esta tradição e que são

na margem direita do rio Ave, em socalcos trabalhados

eles quem podes continuar e trazer outra vida a este

pelo Homem.

pedaço de cultura portuguesa. Os tons amarelos salientam o conceito de ouro, do trabalho da filigrana, daí também o suave e irregular degradê presente sobre a ilustração. Já o padrão no fundo preto surgiu para contrastar tanto com o amarelo como com o toque moderno da ilustração principal, de forma a remeter para os padrões antigos e originais da filigrana, ainda bastante apreciados pela sociedade.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Inês Cruz imbmcs@gmail.com


InĂŞs Cruz

Filigrana de Travassos


Galo de Barcelos

Este cartaz enquadrasse no projeto de Design

Com o intuito de conseguir captar a essência de

Cidadania, no qual selecionamos uma tema do

Barcelos, foi realizada uma pesquisa visual e contextual

Património do Minho para representar. Para

para conseguir adaptar melhor o conceito ao tema.

desenvolver este projeto a escolha recaiu no artesanato

Entre estas pesquisas, salienta-se uma que fez perceber

típico de Barcelos, mais em específico, o seu galo.

o que realmente era necessário para transmitir a beleza do artesanato de Barcelos -a lenda do galo de Barcelos

Este objeto foi, ao longo dos anos, ganhando grande

- na qual o galo tem um valor muito importante para a

importância na representação, não só da cidade, mas

salvação do peregrino.

também na representação do país em relação ao mundo. Este objeto tem grande valor para a cidade, em Barcelos podemos encontrar vários galos espalhados pela cidade para relembrar a importância que a lenda do galo tem para com a cidade. Na pesquisa pela cidade foram recolhidos elementos fotográficos, que serviram de base para encontrar uma paleta cromática e a forma que o desenho final iria ter.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Inês Faria nfaria38@outlook.com


InĂŞs Faria

Galo de Barcelos


Lenços dos Namorados

Os Lenços dos Namorados são característicos do norte

O principal objetivo no desenvolvimento criativo foi

do país mas é em Vila Verde que têm um valor especial.

recriar os aspetos principais do lenço, do ponto de vista do desenho digital, nomeadamente os bordados

O lenço era bordado pela rapariga apaixonada que ia

e as suas lnhas, os erros ortográficos, os desenhos

transpondo para o lenço os sentimentos que lhe iam na

característicos e as cores vibrantes. Seguindo o

alma, com os característicos erros ortográficos. Mais

processo original, o base do desenho foi o decalque.

tarde, oferecê-lo-ia somente ao rapaz que amava, como compromisso de amor. Assim se criava a forma mais genuína, poética e artística de declarar o seu amor.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Inês Ramoa inesramoa@hotmail.com


InĂŞs Ramoa

Lenços dos Namorados


Coração de Viana

Na primeira abordagem ao projeto sobre o Património

O Coração de Viana representa geralmente uma flor no

Cultural, desenvolveram-se alguns exercícios para

centrom e o mote para a ilustração foi desenvolvido a

descobrir novos patrimónios e regiões do Minho,

partir daqui.

explorando vários tipos de patrimónios (materiais, imateriais, naturais, entre outros).

O trabalho iniciou-se ao nível do esboço a partir dos lenços e de outros elemento da costura e do têxtil, que

A escolha para o projeto recaiu sobre o tema do

estão ligados ao tradicional. Depois passamo para o

Coração de Viana, um objeto visualmente muito bonito

digital, desenvolvendo ao máximo a partir da ilustração

e utilizado em muitos contextos além da tradicional

baseada na costura – com traços interrompidos e

ourivesaria. Contudo, a maioria das pessoas desconhece

representando linhas “de dentro” finas.

o que significa e como nasceu o Coração de Viana. Nasceu para honrar o coração de Cristo e como é um objeto de muito valor, por ser todo em ouro, é usado principalmente nas festas tradicionais e nos desfiles, quando também é usado o traje vianense.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Irina Cunha irinacunha@outlook.com


Irina Cunha

Coração de Viana


Vaca das Cordas

A Vaca das Cordas é uma tradição de Ponte de Lima já

Procuraram-se elementos presentes nesta mesma

com mais de 400 anos. Celebra-se anualmente no dia 29

romaria, entre eles a corda (elemento que direciona

de Maio.

o touro) e a terra, por ser o palco onde tudo isto se desenrola. A tipografia experimental foi criadas com

Esta consiste na largada de um Touro pelas ruas da vila,

corda e arame e a terra foi cuidadosamente selecionada

onde provoca imensa agitação e momentos de muita

e moldada de forma a conferir a tonalidade típica do

animação entre os populares e as pessoas que por lá

areal do Rio Lima.

passam. Esta tradição tem como objetivo fortalecer a terra e o povo. Para a criação deste cartaz, segui o conceito da tradição (Terra, Força, Natureza).

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Ivan Rodrigues 87ivanhoe@gmail.com


Ivan Rodrigues

Vaca das Cordas


Funicular do Bom Jesus

O património trabalhado foi o Funicular do Bom Jesus,

Este objeto de estudo, o Funicular, foi escolhido pois é

que fica na região do Minho, em Braga. Foi construído

algo caraterístico do Bom Jesus e da cidade de Braga, e

pelos engenheiros Raul Mesnier e Niklaus Riggenbach

é um património muito conhecido e visitado. Como

(desde março de 1880 até ao dia de inauguração, em

tem muita história (136 anos), a abordagem criativa

25 de março de 1882), sob uma iniciativa proposta pelo

centrou-se na história do monumento ao criar um

empresário Manuel Joaquim Gomes, cujo objetivo

contraste entre o passado e o presente do Funicular,

era substituir a Companhia de Carris de Ferro

construindo assim 2 veículos: um puxado por cavalos

Americano (veículos sobre carris puxados por cavalos)

(passado) e o funicular atual (presente).

de Braga, que inicialmente obrigava a uma tração animal reforçada numa subida íngreme. Com isso, o Funicular do Bom Jesus foi o primeiro funicular construído na Península Ibérica, sendo considerado um ícone da engenharia portuguesa do século XIX, e é atualmente o mais antigo no mundo, que continua em funcionamento, a utilizar o sistema de contrapeso de água. No dia 23 de maio de 2013 foi considerado Monumento de Interesse Público.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

João Basso joaobasso.23@gmail.com


JoĂŁo Basso

Funicular do Bom Jesus


Santuário de Santa Luzia

O Santuário de Santa Luzia é o cartão de visita

No cartaz pretendeu-se representar o Santuário

característico da cidade de Viana do Castelo, devido

de Santa Luzia com a própria santa, uma vez que o

à sua beleza incondicional, tem a oportunidade de

Santuário é a representação material da Santa. Com a

oferecer a cada visitante uma vista incrível sobre a

função de graça iluminadora e o seu nome proveniente

cidade inteira. Este monumento é uma referência para

da luz, o Santuário tinha essas mesmas características,

todos os católicos devido à santa padroeira da cidade e a

sendo que está posicionado no topo da montanha,

razão do monumento, Santa Luzia.

recebendo luz pelos enormes vitrais, prevalecendo luz dentro e fora do monumento.

Santa Lúcia de Siracusa, mais conhecida como Santa Luzia, padroeira da visão e dos oftalmologistas é

Para a linguagem gráfica do cartaz, representou-se a

conhecida pelo o episódio da cegueira, onde restitui a

Santa Luzia e o Santuário numa sobreposição, como se

visão do Capitão de Cavalaria Luís de Andrade e Sousa,

estivessem fundidos, património material e imaterial

responsável pela construção do Santuário. O seu nome

num só. A auréola e a sua oração à volta da sua cabeça,

Luzia é derivado de lux (=luz), elemento indissolúvel ao

representa a fé e a religião , uma vez que o seu formato

sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de

é equiparado aos vitrais do monumento.

captar a realidade sobrenatural.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

João Carvalho oaoj1996@hotmail.com


Joรฃo Carvalho

Santuรกrio de Santa Luzia


Serra da Cabreira

Reza a lenda que a Serra da Cabreira deve o seu nome

O ponto de focagem do cartaz foi no seu alto ”nariz do

a uma jovem e bela cabreira que por ali costumava

mundo”, que distingue esta serra de qualquer outra.

guardar seu rebanho: “(…) E o povo quis perpetuar para

Achando isso um tema excelente para se explorar

sempre, com toda a justiça, o amor desgostoso da moça

retratei o que de mais simples existe na serra, natureza

pastora. Por isso, deu à serra onde ela vivera a sua grande

pura nas altitudes do nosso minho.

paixão o nome de Serra da Cabreira e, já que ela queria ser ave e voar, passou a chamar ao rio da Vila do Conde, o Rio Ave… “. O Ave é um rio português, que nasce na serra da Cabreira, concelho de Vieira do Minho, a cerca de 1200 m de altitude, no Pau da Bela. Nasce também em Cabreira o Rio Saltadouro. Alto do Talefe ou simplesmente Talefe, é o ponto mais alto da Serra da Cabreira, com uma altitude em relação ao nível do mar de 1262 metros. A serra é também conhecida por ter o naríz do mundo, um grupo de rochas a que dera o seu nome.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

João Dias ag.joaodias@gmail.com


JoĂŁo Dias

Serra da Cabreira


Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos

Neste projeto, de interpretação global do conceito de

O cartaz é um contributo para a divulgação deste local

projeto em design gráfico, o processo de investigação

e do seu património natural. Assim, o design gráfico é

centrou-se na comunicação gráfica de um património

agente para a divulgação e desenvolvimento do local,

cultural da região do Minho. No caso particular, o tema

através da partilha gráfica e visual sobre as lagoas.

escolhido é um património natural do Minho, as Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos, em Ponte de Lima. Neste contexto, pretende-se dar a conhecer um local pouco conhecido, que tem presente uma fauna e flora inacreditável.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

João Salgado joaoocosmico@gmail.com


JoĂŁo Salgado

Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos


Louça de Viana

O processo do desenvolvimento do projeto foi iniciado

A fase criativa do projeto inciou com a identificação de

pela escolha do património cultural a comunicar – a

peças e materiais relevantes para incluir no conjunto.

Louça de Viana.

Partindo do esboço de grafismo, desenvolveu-se uma produção fotográfica com um conjunto de peças, que

O conceito base foi a organização no espaço de

foram disposta com auxílio de plasticina, para suporte e

diferentes peças da Louça de Viana, para comunicar a

criação de profundidade.

variedade, a função decorativa e utilitária das mesmas. Após a edição da fotografia obtida, elaborou-se o desenho dos elementos gráficos do cartaz. O tipo de letra utilizado tem um carácter caligráfico manual, estando assim semelhante às pinturas das peças.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

José Cerqueira a14799@alunos.ipca.pt


José Cerqueira

Louça de Viana


Plataforma das Artes e Criatividade

Iniciou-se a identificação do objeto de estudo de

Primeiramente, comecei a identificar a arquitetura do

património cultural do Minho com um tema da cidade

edifício, nomeadamente do interior, para colocar como

onde resido, Guimarães. Sendo Guimarães designado

fundo do cartaz (primeiro suporte a ser feito).

como o berço de Portugal, a maioria do público

Posteriormente, foram trabalhadas as alterações na

conhecerá os grandes patrimónios aqui presentes,

foto e a imagem principal. Para isso escolhi uma das

desde o Castelo até ao Teatro Jordão, que outrara tinha

máscaras da exposição permanente do museu.

movido multidões. Esta imagem principal, da máscara, foi trabalhada Assim, para promoção de um património menos

digitalmente, com alteração de canais das cores.

conhecido, escolheu-se algo mais recente, a Plataforma

A tipografia refere-se ao local.

das Artes e Criatividade. Este é um edifício localizado onde fora o antigo mercado da cidade, que venceu já prémios pela sua meticulosa arquitetura mas também é alvo de muita discussão.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Laura Gomes laugomes286@gmail.com


Laura Gomes

Plataforma das Artes e Criatividade


Ponte Velha

Decimo J. Bruto comandava as tropas romanas que

O cartaz baseia-se numa ilustração da ponte romana

conquistavam terras ibéricas. Chegados ao rio Lima

do rio Lima e na paisagem envolvente. A ilustração

confundiram-no com o rio Lethes, o rio que apaga a

foi concebida com uma textura de granito, que é o

memória.

material mais abundante em ponte de lima. Essa textura foi colorida com a cor correspondente ao objeto

O comandante pegou no estandarte e atravessou o

representado. Como a ponte reflete a arquitetura

rio. Chegado ao outro lado abanou a estandarte para

romana, essa metáfora foi materializada na ilustração

confirmar que era ele e chamou os soldados um por um.

com o reflexo do rio.

Desta forma provou que aquele rio não era o Lethes. Ali construíram uma ponte que no século XII iria dar o nome a vila.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Leandro Rocha leedirocha@gmail.com


Leandro Rocha

Ponte Velha


Cabeçudos de Viana do Castelo

O património escolhido para este projeto foi os

O cartaz representa o conceito e tema com um desenho

Cabeçudos de Viana do Castelo.

“rústico“ em representação das personagens rurais, nas quais os cabeçudos se inspiram. Contém formas

O primeiro gigante pensa-se ter aparecido na Bélgica e

de cor transparentes sobrepostas para reduzir o efeito

depois mais tarde foi importado da Galiza para Portugal,

“grosseiro” e tornar todo o trabalho mais apelativo a

tendo a sua primeira aparição na região de Viana

todas as idades. Para finalizar, o símbolo Coração de

do Castelo.

Viana vem fazer toda a ligação do trabalho.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Luís Lobo luis.emsl@gmail.com


Luís Lobo

Cabeçudos de Viana do Castelo


Citânia de Briteiros

Este cartaz enquadrasse num projeto com o tema

O trabalho gráfico foi desenvolvido a partir de fotos

Design Cidadania. O projeto consistia em trabalhar

do local, a Citância, que foram posteriormente

um património cultural da região do Minho.

desenvolvidas e interpretadas através da ilustração digital.

O património cultural escolhido foi a Citânia de Briteiros, que se situa em São Salvador de Briteiros, Guimarães. Trata-se de um sítio arqueológico da idade do Ferro que especula-se ter sido abandonado no sec. III. As ruínas foram descobertas em 1875 pelo arqueólogo Martins Sarmento e foi classificada como monumento Nacional em 1910.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Mara Fernandes duvidasmara@hotmail.com


Mara Fernandes

Citânia de Briteiros


Romeiros de Porto D’ave

O tema do cartaz é uma das figuras da Romaria da

O conceito teve como base a figura dos romeiros, que

Nossa Senhora de Porto D’ave, na freguesia de Taíde

é algo muito importante nesta festa e essa importância

(concelho da Póvoa de Lanhoso), sendo essas figuras

pode-se verificar pelo facto de haver umas esculturas

os romeiros (ou seja as pessoas que se deslocam até ás

representativas dos romeiros num espaço público da

romarias) e também o espetáculo de fogo de artificio

romaria, sendo essas figuras a fonte de inspiração para

que é realizado.

a realização do cartaz. Uma das partes mais importantes características desta romaria é o facto de atrair várias pessoas de várias partes do país, não só devido a uma devoção religiosa mas também o ambiente vivido nesse período e o espetáculo de fogo de artifício, que é uma das maiores atrações da festa.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Márcia Monteiro monteiromarcia99@gmail.com


MĂĄrcia Monteiro

Romeiros de Porto D’ave


Parque Nacional da Peneda-Gerês

O projeto acabou por se desenvolver na ideia de que o

O conceito do trabalho consiste em mostrar o que

nosso património tem de ser cuidado, porque senão o

o Gerês mais tem de belo. O azul e o verde são

que é belo pode-se tornar terrível e desagradável.

fundamentais para uma paisagem perfeita. O foco

Tudo pode ir e podemos ficar sem nada e sem uma

de uma imagem de cor por cima de algo tão obscuro

maravilha que é o Gerês, se não a cuidarmos e

a preto e branco, era a ideia para uma perceção de

preservamos.

contraste e de mostrar que se não preservarmos, acabamos por ter algo assim, escuro e desengraçado.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Margarida Tavares contactmargarida@gmail.com


Margarida Tavares

Parque Nacional da Peneda-GerĂŞs


Trilho da Serra Amarela

Para o desenvolvimento deste projeto foi decidido logo

O processo criativo começou com a pesquisa de

ao início que iria investigar sobre algo pertencente

grafismos de trilhos, mapas e de folhetos informativos

ao município de Terras de Bouro, visto que queria

relacionaodos com o tema, onde encontramos parte da

fazer algo relacionado com a Natureza, tendo ligações

inspiração necessária para a realização do projeto.

familiares a este território. A ideia principal, desde início, consistiu na identificação A pesquisa inicou com o conhecimento de trilho locais,

e delineamento do trilho em questão, O trilho da Serra

espécies em vias de extinção e outros elementos ligados

Amarela. Do desenvolvimento da análise, foram ainda

ao Património Natural. A opção final recaiu sobre o

identificados outros elementos-chave, como a Serra, o

Trilho da Serra Amarela, visto ser um trilho bastante

granito, as urzes, os vestígios do periodo do Neolítico e

completo que se foca em vários pontos de interesse da

diversos números relativos ao trilho.

região, não só do município de Terras de Bouro mas também de Ponte da Barca.

Comecei por focar no granito, pois o seu padrão acabaria por dar uma certa textura ao cartaz, alternando as as transparências e marcando os 35 pontos de interesse presentes no trilho. Optou-se ainda por incluir o desenho gráfico das urzes por serem o principal fator para a Serra ter o nome de Amarela.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Margarida Torrinha margarida.torrinha@gmail.com


Margarida Torrinha

Trilho da Serra Amarela


Arte na Leira

No contexto da pesqisa incial para o projeto, a decisão

Para o desenvolvimento e realização da componente

sobre o património a trabalhar recaiu no evento “Arte

gráfica, o trabalho de pesquisa focou-se no artista que a

na Leira”. Este evento localiza-se em Arga de Baixo,

fundou e no espaço que tanto a caracteriza.

Caminha, sendo uma iniciativa organizada pelo pintor e ceramista Mario Rocha.

A partir de algumas das suas pinturas, tomaram-se as referências visuais e trabalhou-se sobre elas. Procurou-

É uma exposição anual, coletiva, patente na Casa

se captar o abstrato e as formas irregulares, assim como

do Marco, um ponto cultural obrigatório no roteiro

as difrentes texturas e cores usadas.

artístico do Alto Minho.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Maria Loureiro a14707@alunos.ipca.pt


Maria Loureiro

Arte na Leira


Casa-Museu de Camilo Castelo Branco

O tema do projeto visou o património cultural e o tema

Relativamente ao desenvolvimento do trabalho

desenvolvido foi a Casa-Museu de Camilo Castelo

gráfico, o cartaz procura representar algums pontos

Branco, localizada em Seide, no concelho de Vila

fundamentais acerca do escritor Camilo Castelo Branco.

Nova de Famalicão, distrito de Braga. Esta casa está

Desta forma, e numa pesquisa mais detalhada do tema,

inteiramente ligada à figura de Camilo Castelo Branco,

foram identificados alguns desses pontos chave como

que nela habitou na década de 1860 e, onde acabara por

a casa (e, por conseguinte, a cor amarela da mesma), a

se suicidar a 1 de junho de 1890.

assinatura de Camilo e o seu monóculo.

É considerada património cultural na Categoria

Assim sendo, utilizou-se a ilustração como base do

Arquitetura Civil/Casa, no entanto, o imóvel ganhou

trabalho, optando por um traço expressivo de modo a

destaque acima de tudo pelo simbolismo da figura do

fazer ligação com a escrita de Camilo Castelo Branco.

escritor.

Para a execução do nome do projeto utilizou-se caligrafia inspirada na letra do escritor, isto porque sendo este ligado à escrita e literatura, esta forma ganharia uma forte expressão.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Mariana Silva Ferreira mariana.asf99@gmail.com


Mariana Silva Ferreira

Casa-Museu de Camilo Castelo Branco


Bracara Augusta

Bracara Augusta é o nome romano da cidade de Braga,

O desenvolvimento do cartaz interpreta, através

da região do Minho. Esta foi uma das mais importantes

da ilustração, elementos do imaginário visual que

cidades no território Português durante o período

transportamos para hoje deste período de romanização.

Romano, tendo sido fundada pelo imperador César

Nomeadamente, elementos como as cores, as vestes,

Augusto cerca de 16 a.C., após a pacificação definitiva

os elementos decorativos, foram identificados no

da região.

processo de pesquisa incial e posteriormente usados no cartaz.

São conhecidos muitos vestígios deste período na cidade e em seu redor, desde espaços públicos a estátuas, objetos religiosos e outros utensílios.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Marta Valente a14762@alunos.ipca.pt


Marta Valente

Bracara Augusta


Jogo do Pau

O processo de análise inicial consistiu numa pesquisa

A partir desse exercício, tornou-se evidente que

por entre o inúmero e rico património cultural da

elementos como o pau, o jogador e sua indumentária,

zona do Minho. Identificadas algumas hipóteses para

mas também uma correta utilização do lettering de

trabalho, a escolha recaiu sobre o Jogo do Pau de

“Jogo do Pau”, seriam parte imperativa de todo o

Fafe, um tema interessante e que poderia suscitar

trabalho. Posto isto, avançou-se para o estudo e esboço

curiosidade ao “público”, dada a sua originalidade.

em desenho de alguns grafismos que poderiam ser representados no cartaz.

Após a decisão sobre estudo de caso, desenvolveu-se em aula um exercício de síntese que teve como finalidade

O ponto central da comunicação visual consiste então

“afunilar” algumas ideias mais gerais, para que

na imagem principal do jogador a carregar um pau, que

chegar a um espaço de criação mais objetivo, ou seja,

é simultaneamente a letra J, compondo e fechando o

que permitisse começar a trabalhar sobre algo mais

título Jogo do Pau.

concreto e tangível. Em sintonia com todo o tema, adicionou-se a frase “Jogo tradicional da cidade de Fafe”, ladeada por outras duas imagens de jogadores, e ainda a imagem do contorno da cidade de Fafe, mascarada com uma textura de madeira, em referência ao pau.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Martinho Magalhães de Sousa martinho.mag@icloud.com


Martinho MagalhĂŁes de Sousa

Jogo do Pau


Palheiras de Fafe

Fafe, uma região do Minho, possui uma atividade

Tendo por base o artesanato de palha do concelho

tradicional considerada um património secular. Este

de Fafe, organizou-se o título “Palheiras de Fafe” e

património consiste numa atividade rural em que a

desenvolveram-se experiências visuais e gráficas com

população cria produtos feitos de palha de centeio que

uma imagem que retrata exatamente o artesanato de

se denomina na região de “ferrã”. Esta palha tinha todo

palha: o artesão (as mãos), a matéria prima, a prática, o

um processo para que se pudesse manusear com fim

saber fazer e o produto.

de construir, através do entrelaçar das palhas, chapéus, malas, cestas, entre outros produtos artesanais.

Representa-se uma espécie de trança com três retângulos com direções diferentes. Num dos

Esta atividade surgiu para que as pessoas, no meio

retângulos, está aplicada uma imagem de um conjunto

rural, pudessem abrigar-se do sol, através dos chapéus

de palhas cruzadas fazendo uma trança de grande

construídos, enquanto trabalhavam ao sol.

largura. Para que houvesse uma ligação entre o cartaz e o título optou-se por colocar o mesmo a acompanhar o

É uma tradição que se está a perder com o tempo, no

sentido de uma das faixas da trança.

entanto ainda existem pessoas que se dedicam a esta atividade.

Reforçou-se ainda com a frase “Um património cultural histórico” como adição de informação, pois este tipo de artesanato é secular e surgiu devido a necessidades da população na vida agrícola.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Nádia Almeida nadiasofiaalm13@gmail.com


Nรกdia Almeida

Palheiras de Fafe


Festas de S. João de Braga

As Festas de S.João de Braga são as maiores e mais

Tradições como o alho porro, sardinha, manjerico,

antigas sanjoaninas de Portugal. Oficialmente, trata-

balões de ar quente e fogo de artificio, serviram

se de uma festividade católica em que se celebra o

de inspiração para ilustração deste projeto pelo qual

nascimento de São João Batista. É festejado em Portugal

tenho um carinho especial. É o São João de

desde 1150 com a inauguração da igreja de São João da

Braga, a maior festa do Minho!

Ponte dedicada a este santo, no entanto existem indícios de ser festejado muito antes pois é uma tradição com origens pagãs festejada por todo o mundo. Ao longo dos tempos muitas tradições associadas a esta festividade permaneceram intactas e muitas outras foram ganhando força como a sardinha assada e o martelo que tem animado todos os populares que passam pelas ruas das cidades com o seu som tão pitoresco.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Pedro Carvalho carvalho90pedro@gmail.com


Pedro Carvalho

Festas de S. JoĂŁo de Braga


Unhas do Diabo

Neste projeto, sobre o tema do Ano Europeu do

A abordagem criativa ao trabalho começou com

Património Cultural, escolhemos a região de Ponte de

pesquisas sobre várias lendas. Neste caso, a selação

Lima, nomeadamente uma das suas lendas.

recaiu sobre as Unhas do Diabo. Resumindo um pouco a história: conta-se que um escrivão diabólico estiva

As tradições, por norma, estão mais divulgadas e

para morrer e foi ao encontro de uns monges para

preservadas, por isso resolvi fazer sobre o que está cada

pedir perdão. Vários destes não aceitaram, até que

vez mais a desaparecer. As lendas e mitos que antes se

uns franciscanos o aceitaram a enterrar dentro da sua

contavam dos avós aos netos, nestes dias já era algo

capela, aceitando ele a óstea. Nisto o escrivão morre e

muito caído em desuso. Utilizei uma peculiar lenda

é enterrado como prometido, mas nessa mesma noite

dessa boa terra, Unhas do Diabo.

entrou um indivíduo pela capela adentro que se dizia ser um familiar do escrivão. Ao entrar ouvia-se o que parecia ser cascos em vez de pés, mal chegou perto da laje do escrivão, cravou as unhas na laje, retirou o escrivão de dentro da cova, fazendo-o vomitar a óstea tomada anteriormente devido ao perdão. O ser estranho saltou para uma janela com o escrivão ao ombro e foise embora. Conta-se que ainda hoje estejam as unhas cravadas na laje do escrivão. A partir disto, desenvolveu-se o cartaz baseado exclusivamente na lenda e na vila de Ponte de Lima.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Raquel Ramos raquel97ramos@outlook.pt


Raquel Ramos

Unhas do Diabo


Viola Braguesa

A Viola Braguesa é uma viola de caráter popular da

Ao longo do processo de trabalho criativo, foram

região do Minho. A sua existência está documentada

utilizadas várias referências ao instrumento. O

desde o século XVII, e provem da viola de arame.

elemento final trabalhado é a silhueta da braguesa,

Segundo esta tradição, é principalmente utilizada

assim como alguns elementos da sua própria anatomia.

no acompanhamento do canto, danças populares ou

Também foram utilizadas algumas ondas de som

integrada em rusgas e cantares ao desafio), juntamente

provenientes de uma música denominada “Viajante”,

com outros cordofones populares, como o cavaquinho

interpretada e escrita por Daniel Pereira Cristo, um

ou a viola.

braguesista natural de Braga.

A Viola Braguesa tem 10 cordas, armadas em cinco

Para a seleção das cores utilizadas, observou-se a cor

ordens duplas e possui dois tipos de afinação. Ganhou

natural do instrumento e dos seus detalhes estilísticos,

visibilidade desde o lançamento do álbum “Braguesa”

a madeira que o carateriza.

(1983), da autoria de Julio Pereira, um dos maiores instrumentistas portugueses. Atualmente, existem muitos interessados na música tradicional que têm revitalizado estas manifestações e os seus instrumentos particulares.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Rita Costa ritinhacgc@gmail.com


Rita Costa

Viola Braguesa


Romaria da Nossa Sra. de Porto d’Ave

A Romaria de Nossa Sra. de Porto d’Ave é uma das

O desenvolvimento gráfico do cartaz interpreta todo

maiores e mais típicas romarias do Minho. Prevê-se

este ambiente de festa e animação, pela música,

que as origens da romaria sejam contemporâneas à

trajes e arraial tipicamente Minhoto. O grafismo foi

construção do Santuário.

desenvolvido tendo por base a ilustração.

Esta romaria enquadra-se numa festa mais ampla que tinha o seu ponto principal no dia 8 de Setembro, dia da Natividade de Nossa Senhora. Assim, nos dias que antecediam esta data começavam a chegar os devotos que vinham cumprir promessas ou assistir às novenas.

Estórias e histórias do património cultural do Minho

Susana Lopes susanalopes11@live.com.pt


Susana Lopes

Romaria da Nossa Sra. de Porto d’Ave





Estudantes

Adriana Sousa Andreia Ferreira Andreia Monteiro Beatriz Lemos Betânia Barreto Carolina Silva Catarina Pinto Clara Silva Cláudia Barros Cláudia Veira Clementina Marinha Danny Silva Diana Almeida Diana Pinto Diogo Sampaio Diogo Vilarinho Francisca Rocha Francisco Oliveira Gustavo Santos Inês Cruz Inês Faria Inês Ramoa Irina Cunha Ivan Rodrigues João Basso João Carvalho João Dias João Salgado José Cerqueira Laura Gomes Leandro Rocha Luís Lobo Mara Fernandes Márcia Monteiro Margarida Tavares Margarida Torrinha Maria Loureiro Mariana Silva Ferreira Marta Valente Martinho Magalhães de Sousa Nádia Almeida Pedro Carvalho Raquel Ramos Rita Costa Susana Lopes



Ficha Técnica Título Estórias e histórias do património cultural do Minho Propriedade Centro de Informação Europe Direct do Minho (CIED Minho) Coordenação Agostinho Silva, IPCA/CIED Minho Alzira Costa, CIED Minho José Ricardo Sousa, CIED Minho Coordenação Pedagógica Jorge Brandão Pereira Catarina Mendes Escola Superior de Design IPCA Conteúdos Maria José Fernandes Paula Tavares Guilherme d’Oliveira Martins José Manuel Fernandes Jorge Brandão Pereira Catarina Mendes Cartazes (Design Gráfico) © Todos os direitos reservados aos estudantes indicados e à Escola Superior de Design IPCA Impressão Prodigitalk Tiragem 300 exemplares Data de Impressão Dezembro 2018





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