A Europa cied
Símbolos da UE
Línguas
O CIED Barcelos produziu esta brochura especialmente para ti, para que de uma forma simples possas apreender algumas coisas/curiosidades sobre o processo de construção da União Europeia (UE). Sabes o que é a União Europeia e como funciona? Quando iniciou a sua construção? Por quantos países é constituída? Quais são os seus símbolos? Que línguas se falam? A União Europeia é um projeto de um conjunto de países, que se organizam e trabalham unidos, com o objetivo de preservar a paz. Atualmente são 28 países (designados de Estados-Membros) que ao longo de mais de 60 anos foram aderindo à União Europeia (processo de construção) e assumindo compromissos através de documentos assinados, os chamados Tratados. O seu funcionamento assenta sobre diferentes instituições que identificam as atividades a desenvolver em conjunto e propõem, aprovam e aplicam as leis. Lançamos-te mais um desafio. Conheces a lenda da Princesa Europa? E a lenda do Galo de Barcelos? Nesta brochura deixamos-te a “Lenda da Princesa Europa e do Galo Europeu” que foi escrita e desenhada especialmente para ti! Elaborámos também um mapa destacável a esta brochura, para te presentear com uma representação sobre a geografia da União Europeia. Nela encontrarás algumas imagens distintivas de cada Estado-Membro. Não te esqueças de fazer o exercício também presente no mapa.
Sabias que a existência de símbolos contribui para aumentar o sentimento de pertença e a consciência europeia dos cidadãos. Estes contribuem para promover a dimensão europeia no dia-a-dia dos cidadãos, de forma a criar um sentimento de solidariedade e de condição de membro de uma única Comunidade. Queres saber quais são?
Como já vimos, a União Europeia é constituída por 28 países. Em alguns deles fala-se a mesma língua, noutros não. Sabes quantas línguas se falam na União Europeia? As línguas oficiais atuais da UE são 24: alemão, búlgaro, checo, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, grego, húngaro, inglês, irlandês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno e sueco. Além das 24 línguas oficiais, existem mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, que são faladas por cerca de 40 milhões de pessoas, como é o caso do basco, do catalão, do frísio, do galês, do iídiche e do lapão.
FINLÂNDIA HELSÍNQUIA SUÉCIA ESTOCOLMO ESTÓNIA TALINN
Bandeira europeia
A atual bandeira europeia teve origem na bandeira adotada em 1955 pelo Conselho da Europa, tendo-se tornado emblema oficial da Comunidade Europeia em 1986. As doze estrelas dispostas em círculo sobre um fundo azul, simbolizam os ideais de unidade, perfeição, solidariedade e harmonia entre os povos da Europa.
IRLANDA DUBLIN LETÓNIA RIGA
Reino Unido Londres
DINAMARCA COPENHAGA
países baixos amesterdão Alemanha Bélgica Berlim Bruxelas
FRANÇA PARIS
Luxemburgo Luxemburgo
LITUÂNIA vILNIUS
Hino europeu
polónia varsóvia
A melodia utilizada como hino europeu é extraída da Nona Sinfonia de Ludwig Van Beethoven, composta em 1823. No último andamento desta sinfonia, Beethoven pôs em música a “Ode à Alegria”. O poema exprime a visão idealista em que a humanidade se une pela fraternidade. Apesar de existir um texto de Schiller para esta sinfonia, não foi adotado, permanecendo como hino europeu sem letra.
república checa praga áustria viena
ESLOVÁQUIA BRATISLAVA
Portugal Lisboa
Espanha Madrid
ITÁLIA ROMA
Divisa/lema da UE
“Unida na Diversidade” é a divisa, ou o lema, da União Europeia desde 4 de maio de 2000. Esta divisa recorda a forma como os europeus se uniram e formaram a União Europeia para trabalhar em conjunto pela paz e prosperidade, embora mantendo as diferenças de culturas, tradições e línguas do continente.
ROMÉNIA BUCARESTE
Neerlandês
Alemão
Francês
Polaco
Búlgaro
Grego
Romeno
hallo | danke
Здравей | Благодаря
Checo
Hei | Kiitos
Bonjour | Merci
Γεια σou | Ευχαριστώ
Húngaro
Szia | Köszönöm
Ahoj | Děkuji
Como podes imaginar, organizar a União Europeia e pôr tudo a funcionar exige um grande esforço por parte de muitos cidadãos europeus que trabalham nas Instituições Europeias. Queres descobrir e averiguar quem faz o quê?
1986
Hallo | Bedankt
Cześć | Dziękuję
Bună ziua | Mulțumesc
Sueco
Hej | Tack
1981
Inglês
Hello | Thank you
Bok | Hvala
Dinarmarquês
2004
2007
1995
Irlandês
Dia Dhuit | Go raibh maith agat
Hej | Tak
Eslovaco
Italiano Ciao | Grazie
Ahoj | Ďakujem BULGÁRIA SOFIA
Dia da Europa
As ideias que estão na base da União Europeia foram, pela primeira vez, formuladas a 9 de maio de 1950 através da conhecida “Declaração Schuman”. Esta Declaração falava de paz, de amizade entre os diferentes países, de apoio financeiro de forma a que houvesse uma melhoria nas condições de vida dos povos. Para além disto dava a indicação de criação de uma instituição Europeia supranacional para gerir o carvão e o aço - matérias-primas que constituíam a base do poderio militar. Por essa razão, foi consagrado como o “Dia da Europa”.
GRÉCIA ATENAS MALTA LA VALETTA
Finlandês
Croata
HUNGRIA BUDAPESTE
eslovénia liubliana CROÁCIA ZAGREB
Português
Instituições europeias
Não sei se sabias mas, desde 1958 até aos nossos dias, o número de países que faz parte da União Europeia foi sempre aumentando. Queres saber em que ano aderiram os diferentes países até chegar aos atuais 28 países (também designados de Estados-Membros)? Percorre o caminho traçado...
1958
Achas que consegues dizer “olá” e “obrigado” nas 24 línguas oficiais? Vamos experimentar:
Olá | Obrigado
A constituição da UE e as suas bandeiras
CHIPRE NICÓSIA
Esloveno
Letão
Sveiki | Paldies
Živijo | Hvala
Espanhol
Lituano
2004
Labas | Ačiū
Hola | Gracias
Estónio
Maltês
Bonġu | Grazzi
Tere | Aitäh
1973
2013
Comissão Europeia
Conselho Europeu
Representa o interesse geral dos europeus
Representa os Governos dos Estados-Membros
Em Bruxelas, um grupo de homens e mulheres, reúne-se todas as quartas-feiras para discutir o que há a fazer. Estas pessoas são indicadas pelo governo de cada país e aprovadas pelo Parlamento Europeu. A sua missão visa refletir sobre o que será melhor para a União Europeia e, em propor nova legislação a aprovar pelo Parlamento Europeu e Conselho. No seu trabalho, os Comissários são ajudados por peritos, advogados, tradutores, entre outros.
Reúne, normalmente trimestralmente, em Bruxelas, os Chefes de Estado e de Governo dos Estados-Membros da União Europeia em “cimeiras” para debater o estado das coisas e definir a agenda política. Adota conclusões, com base na identificação de questões que suscitam preocupação, e, as medidas a tomar. Nestas “cimeiras”, presididas pelo Presidente permanente, participa o Presidente da Comissão Europeia e o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Parlamento Europeu Representa todos os cidadãos europeus É constituído por 751 deputados eleitos, de cinco em cinco anos, diretamente pelos cidadãos adultos da União Europeia. Exerce três poderes fundamentais: poder legislativo (aprova leis), poder orçamental (define o orçamento da União Europeia) e poder de controlo executivo (controlo democrático sobre as outras instituições da União Europeia).Tem sede na Bélgica, no Luxemburgo e em França onde se realizam reuniões para debater e decidir novas leis para a União Europeia.
Conselho da União Europeia Conhecido por “Conselho” Voz dos Governos dos Estados Membros da União Europeia Os ministros dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia reúnem-se, em Bruxelas, para debater e alterar leis. A aprovação é feita em conjunto com o Parlamento Europeu. O Conselho não tem membros fixos, reunindo-se em dez formações, em função do assunto a tratar. Cada Estado-Membro faz-se representar pelo ministro da área em questão. Por exemplo, quando se reúne para debater assuntos económicos e financeiros (ECOFIN), é o Ministro das Finanças que está presente.
A Princesa Europa e o Galo Europeu
E
Ficha Técnica Título Descobrir a União Europeia Sub título A Lenda da Princesa Europa e do Galo Europeu Propriedade CIED Barcelos Redação Carina Carvalho (Professora do 2º e 3º Ciclo - Inglês e Alemão) Célia Ferreira (Professora Ensino Básico 1º Ciclo) Olinda Ribeiro (Educadora de Infância) Alzira Costa e Mário Ferreira (CIED Barcelos) Edição CIED Barcelos Design Catarina Silva Ilustração Tiago Lourenço Impressão Empresa Diário do Porto, Lda. Tiragem 500 exemplares
Barcelos
m tempos que já lá vão, num reino muito distante, fruto do grande amor de um rei justo e bom e de uma rainha dotada de uma beleza ímpar, nasceu a princesinha mais bela que a luz do sol qualquer dia iluminou. Tinha uns cabelos longos, sedosos e perfumados. Era portadora de uma beleza sem igual! Os seus olhos brilhavam como duas estrelas! Tudo nela era luz e alegria! Nem o vento que tudo percorre, nem a imensidão do mar que tudo varre, nem as andorinhas que chegam com a Primavera, vindas do outro lado do mundo, ouviram alguém falar que uma beleza assim tivesse existido desde que os homens nascem e as flores desabrocham nos campos e as estrelas iluminam os céus. Era assim a Princesinha Europa. Ano após ano, a princesinha foi crescendo em beleza e graça tornando-se uma jovem cobiçada por todos os príncipes dos reinos vizinhos. Era uma criança muito feliz e como todas as outras crianças gostava de brincar, de correr. Passava os dias a passear pelos jardins do palácio ou pelos prados ou pelos bosques montanhosos da Fenícia. Os seus passos eram tão delicados que mais pareciam o voo de uma borboleta.
Preocupado com as atenções que a princesinha despertava sobre si, e porque muito a amava e temia que algum mal lhe sucedesse, o senhor seu pai, chamou-a um dia à sala do trono onde as decisões mais importantes do reino eram tomadas. Rei- Aproxima-te minha querida filha. Tenho visto com preocupação o modo como a tua rara beleza tem despertado a atenção de tantas pessoas e nem todos são tão bons como o teu coraçãozinho acredita. Sabes, filha, como te adoro, e morreria de desgosto se algum mal te acontecesse. Decidi por isso que, a partir de hoje, apenas serás vista em público no dia do teu aniversário. No dia 9 de maio de cada ano faremos uma grande festa para a qual convidaremos todos os reis e príncipes dos arredores e todo o povo de todos os reinos poderá então admirar a tua beleza e participar da nossa alegria. Princesa- Mas, meu pai… Protestava a princesinha imaginando-se para sempre privada da companhia das crianças e dos amigos com quem gostava de passar as tardes nos jardins do castelo e das pessoas com quem gostava de conversar sempre que dava os seus passeios pelas ruas do povoado. Princesa- Mas,… Insistiu a princesinha, Princesa- Porque não posso ir à aldeia? Para além do Bosque? Gostava tanto de poder brincar com outros meninos e meninas. É uma chatice brincar sozinha, sabia? Rei- É para o teu bem querida filha. Disse-lhe o rei com muito carinho mas com um tom de voz que mostrava que a conversa tinha terminado. Como além de bonita era uma menina obediente aos seus pais a princesinha beijou ternamente o rosto do pai, entristecido ele também pela decisão que acabava de tomar, e retirou-se.
A partir daquele dia a linda princesa deixou de ser vista a passear nos jardins do castelo, nos prados e nos bosques montanhosos. Estava proibida pelo seu querido Pai, o que a estava a deixar um pouco desiludida, triste e revoltada. Até que chegou o dia tão aguardado no reino! O dia do seu Aniversário. Ainda era de madrugada, os primeiros raios de sol rompiam o céu e a princesa já estava acordada. Vestia o seu vestido azul, feito de seda e bordado com doze estrelas e apanhava os seus longos cabelos com um lindo laço de tule, tudo feito e cozido pelas mãos da doce Ana. Princesa- Oh! Que dia maravilhoso e que sol tão agradável! Ai se eu pudesse fazer uma caminhada pelo Bosque. Logo hoje que é o meu dia de Aniversário – pensou a princesa. Num ápice, passou do pensamento à ação. Muito sorrateira, a princesa descalçou os seus lindos sapatos de veludo e dirigiu-se para a porta do palácio… Ana- Menina Princesa, onde vai tão cedo? Questionou a sua amável costureira Ana. Princesa- Ai que susto, Ana! Quase que me ia matando do coração! Exclamou, sorrindo docemente e continuou. Princesa- Vou dar um passeio, não se preocupe que estarei no palácio a horas. Preciso de ver o meu amigo Cedro Contador de Histórias, já que ele não pode vir ao meu aniversário, vou eu ter com ele. Explicou a Princesa. Dito isto, a Princesa bateu a porta e foi por entre o sol embrulhado em neblina matinal, calcando a erva fresca, ainda húmida do orvalho da manhã. Andou, andou, andou até que chegou à clareira, onde se encontrava o seu amigo Cedro. Este Cedro era especial não só para a Princesa, mas também para todos os habitantes, servia de farol aos marinheiros fenícios, quando regressavam das suas longas e aventureiras viagens, pelo desconhecido mundo, para lá das montanhas. Era nesse lugar encantador que a Princesa imaginava como seria viver do outro lado do mar. Era aqui que o seu amigo e conselheiro Cedro em tempos lhe contava umas histórias. Princesa- Olá amigo! Que tal estou hoje? Perguntou a princesa. Cedro- Oh Princesinha, há quanto tempo!… Estás maravilhosa como sempre! Respondeu o Cedro Cedro- Não deverias estar no castelo? O seu querido pai deixou-te sair? Perguntou-lhe. Princesa- Não te preocupes! A esta hora ainda estão todos a dormir! Vim ouvir uma das tuas histórias, daquelas do mundo, que tu sabes… Sugeriu a Princesa abraçando-o!
Princesa- Leva-me a viajar pelas tuas histórias, por favor! Levas? Diz que sim! Diz que sim! A Princesa deitou-se na erva fresca e deixou-se embalar pelas palavras do seu amigo. Cedro- Vou levar-te até Portugal, país de terra e de mar, terra de camponeses e pescadores. Reza a história que, numa terra de Portugal chamada Barcelos, andavam todos muito assustados, por causa de um crime que lá se tinha passado. Certo dia, apareceu na zona um galego, como ninguém o conhecia passou a ser ele o principal suspeito… Princesa- A sério? Pobre homem só por que ninguém o conhecia…. Interrompeu a Princesa. Cedro- Sim continuando, posso? Ou vais voltar a interromper-me? Reclamou o Cedro, que detestava que o interrompessem. Princesa- Sim, sim, continue Sr. Cedro Contador de Histórias. Respondeu a Princesa, sorrindo. Cedro- Bem, sendo o principal suspeito foi preso e condenado. Claro, que o pobre homem defendeu-se, dizendo que ia a caminho de Santiago de Compostela para pagar uma promessa, mas ninguém acreditou nele... Ninguém imagina só?! O desgraçado foi condenado à forca e como última vontade, o galego pediu que o levassem até ao juiz que o tinha condenado. Quando o galego chegou a casa do juiz, ele estava a deliciar-se com os amigos com um grande banquete. Voltou a dizer que estava inocente, mas, mais uma vez, ninguém acreditou nele... Então, o condenado reparou num galo assado que estava numa travessa na mesa, prontinho para ser comido, e disse que era tão certo ele estar inocente como o galo cantar quando o enforcassem. Como deves imaginar... Prosseguia entusiasmado o Cedro. Cedro- Todos se riram da afirmação do homem mas, mesmo assim, resolveram não comer o galo. Quando chegou a hora de enforcarem o galego, na casa do juiz o galo assado levantou-se e cantou. Os presentes ficaram boquiabertos, com tudo o que tinha acontecido e o juiz mandou soltar o inocente homem. Claro que este acontecimento, rapidamente, se espalhou pelas terras portuguesas, de norte a sul, de este a oeste! Também, isto cá entre nós, não é para menos… O Cedro continuou a falar da importância do galo e a enumerar as suas caraterísticas, de penas alaranjadas e brilhantes, crista vermelha, do seu cantar ao romper do sol…Falava sem parar e nem se apercebeu que a Princesa adormecera e no seu sonho… A princesa sonhava que Zeus, o grande Deus do Olimpo, a foi encontrar. Vestia um longo vestido azul com doze estrelas douradas
e trazia nos longos cabelos os raios da lua que timidamente começava a aparecer. Apaixonou-se Zeus, pela linda princesa, e porque sabia que estava proibida de falar com outros humanos decidiu transformar-se num belo touro castanho e assim ganhar a sua confiança para a levar dali para sempre. Assim fez, porque a Zeus tudo é possível. Deitou-se aos pés da princesa e esperou. Encantada pela mansidão do touro a bela princesa nada temeu. Afagou-lhe o pêlo sedoso e sonhou com as terras longínquas que o touro descrevia, as viagens que fez, os caminhos que percorreu até chegar ao castelo. Touro- Vejo tanta tristeza no teu olhar, linda princesa … Hoje mesmo partirei pelo mundo fora. Cavalgarei pelas ondas do mar, subirei às mais altas montanhas, colherei as mais belas flores, beberei das mais puras fontes, dançarei nas estrelas mais brilhantes. Vem comigo esta noite e, antes que ninguém repare, estarás de volta ao teu castelo. Sem pensar duas vezes, a princesinha subiu para o dorso do touro e saíram a voar por cima dos muros do castelo. Cruzaram rios e oceanos, subiram as mais altas montanhas, dançaram nas estrelas mais brilhantes, beberam das mais claras fontes e colheram as mais belas flores que a princesa colocou nos seus longos cabelos negros. Passaram muitos anos, nasceram e morreram estrelas, as andorinhas foram e voltaram, foram e voltaram, o chão cobriu-se de neve, as árvores vestiram-se de flores e frutos, e a princesinha, cavalgando o mais belo touro castanho que alguma vez existiu, chegou por fim a um belo reino chamado Portugal. Tudo aqui era verde e azul. A imensidão dos campos recortados por rios de água límpida, o azul do céu imenso e claro e a força das ondas do mar, encantaram a princesa que fez questão de ficar por aqui. Touro- Tenho que voltar, querida princesa. Estou cansado e o Olimpo reclama a minha presença. Princesa- Obrigada, querido amigo. Este país encantou-me e gostaria de viver aqui algum tempo. Quem sabe não é aqui que vou encontrar o príncipe da minha vida. Touro- Adeus, linda princesa, sê feliz! Disse o belo touro sedoso e castanho enquanto desaparecia por entre as nuvens brancas de algodão doce dos céus de Portugal. Ainda a imagem do touro brincava nos olhos da princesa e já das muralhas de um castelo, plantado junto às margens do rio saía a voz de alguém que dava as boas vindas ao novo dia, acordando a cidade e o tempo. Galo- “cocorocó”, “cocorocó”, cocorocó”. A Princesa acordou alvoraçada com aquela trova matinal que desadormece toda a gente no reino! Galo- Cocorocó! Cocorocó! Cantava o galo sem parar. Princesa- Oh não, estou atrasada adormeci! A esta hora já devem ter cantado os parabéns, partido o bolo…oh não! Exclamou a Princesa Europa desesperada.
Princesa- Mas de onde vem este som tão possante e afinado? Aproximou-se a bela princesa temerosa e cheia de curiosidade e, por entre as ramagens de uma acácia parecida com as que davam sombra nos jardins do seu castelo, viu à luz dos seus olhos um belo galo. E, por um momento, por entre os raios de sol dançando nas penas do galo, a princesa pode ver, no jovem belo que a olhava nos olhos, um verdadeiro príncipe encantado que alguma bruxa malvada um dia encantou. Se a sua alma já estava apaixonada pelo verde dos campos, a serenidade dos rios, a imensidão do mar e do céu azul de Portugal, o seu coração ficou agora e para sempre, preso ao belo príncipe encantado que no corpo de um galo, saúda o mundo, todas as manhãs, a partir das terras de Portugal. A Princesa encontrara o seu príncipe! É a essa hora que, por entre os raios do sol nascente, os olhos de ambos se cruzam e, a princesa e o seu belo príncipe por breves momentos podem viver um grande amor. A partir desse dia, a Princesa com o seu vestido azul pejado de estrelas douradas percorre todos os reinos em redor e a todos apaixona com a sua bondade e beleza. Passaram a chamar-lhe Princesa Europa e, todos os anos, no dia 9 de maio, como nas terras dos reinos de seu pai, todos os povos fazem uma grande festa para aquela que passou a ser a rainha de todos. Todos os povos viajam livremente por entre os reinos, têm uma só moeda e acordaram um lema comum «Unida na Diversidade», como estima a cultura individual de cada reino. Ainda não falam uma só língua, mas em toda a parte, se ouve uma mesma música, um hino à alegria, em homenagem à bela Princesa Europa, com coração de ouro, que se apaixonou por um galo encantado nas terras de Portugal. As flores do cabelo são agora estrelas cada vez mais numerosas que dão brilho à noite e iluminam a princesinha por onde quer que vá. Sabemos que passa os dias e as noites passeando por todos os reinos, semeando paz e concórdia, cuidando dos rios, dos mares, das plantas e dos animais, levando esperança a todos os povos, acolhendo os que a procuram, zelando para que nada falte. Está em todo o lado, a toda a hora... Bem, a toda a hora, talvez não, porque quando o dia nasce e os primeiros raios de sol beijam as pedras da muralha do castelo e banham as águas límpidas do rio da terra verde sob o céu azul, é lá que a encontrareis deitada junto à margem, as estrelas do vestido azul espalhadas pelo chão, o brilho do sol no olhar, o cheiro das flores no corpo e os sonhos dormindo nos braços do seu príncipe galo. Um breve momento, o tempo de um raio de sol, mas para ambos a riqueza da eternidade. Um dia, quem sabe, terão um filho, o feitiço será quebrado e ficarão para sempre a viver no castelo junto ao rio onde um dia outro galo cantou.
Descobrir a União Europeia A Lenda da Princesa Europa e do Galo Europeu