Ficha Técnica
Índice
Propriedade Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) Secção Regional da Ordem dos Farmacêuticos do Porto Rua António de Cândido 154-4200 Porto email: apef@apef.pt www.apef.pt Coordenação Daniel Filipe Viriato Pereira email: dpi@apef.pt Design/Grafismo Daniel Filipe Viriato Pereira Núcleo Redactorial da REFlexus Ana Isabel Pires Daniela Filipa Costa Pereira Joana Costa Reis do Nascimento Maria Teresa Raposo Cardoso Mariana Roldão Santos Tânia Soraia Moreira Soares Agradecimentos APEF; Apoios; Membros; Colaboradores; Professor João Rui Pita; Dr. João Filipe Martinho; Professora Sofia Oliveira Martins; Dra. Vera Quaresma; Dra Ana Catarina Moreira; Dr. Pissarra da Costa
A nossa profissão…
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Evolução do Papel do Farmacêutico e da Farmácia nos Últimos 50 anos
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O Admirável Novo Mundo… Farmacêutico
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Colégios de Especialidades da Ordem dos Farmacêuticos
Informa-te para informar…
9 Dar Sangue é Dar Vida nos Jovens : Uma 10 Depressão realidade a ter em conta 12
Uma Vida pode estar nas Tuas Mãos
O medicamento… Medicamentos Sem Receita
14 Médica: Automedicação
Dietas? Medicamentos 16 Verão? para emagrecer? Venda Livre de
Aposta na tua Formação…
24 IX Fórum Educacional da APEF O CAD Aproxima-se…
26 Participa! 28
APEF em Estágios “A Realidade da Profissão Farmacêutica”
Lá fora…
29 Apaixonado pelo Mundo IPSF 30
Individual Mobility Project: A Tua Oportunidade Internacional EPSA Annual Congress
31 Reims-2009
Student Exchange Programme
32 “The Summer World Experience”
34 O que é o Quatrino?
Tiragem 5000 exemplares
18 Medicamentos na Internet
Periodicidade Semestral
20“Suplementação Intelectual”
35 Passatempo Reflexus
Impressão Penagráfica - Artes Gráficas, Lda. Zona Industrial Nº2 4560-709 Penafiel
22Prémio Almofariz
o teu 36 Aumenta conhecimento
Depósito Legal: 309067/10
Alivia o stress…
Época de Exames: O Pico da
Apoios Ordem dos Farmacêuticos Associação Nacional das Farmácias Centrum
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23 12º ENEF : “Vais ficar de fora?” 38 Agenda Cultural
Revista dos Estudantes de Farmácia
Editorial Caros (as) colegas e futuros (as) farmacêuticos (as), A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF), fundada a 9 de Dezembro de 1998, representa cerca de 7500 estudantes de Ciências Farmacêuticas, distribuídos por 6 das 9 faculdades de Farmácia que existem em Portugal. Esta associação é constituída pela Direcção, pelo Conselho Fiscal e, como órgão máximo, a Mesa da Assembleia Geral. A revista da APEF está de novo em alta. É objectivo desta revista dar-te a conhecer as diferentes realidades que se vivem no seio das Ciências Farmacêuticas, não só no nosso país, mas também numa dimensão internacional. É de todo o nosso interesse criar uma forte ligação entre os estudantes das diferentes faculdades de Farmácia, pois só assim conseguiremos que no futuro estejamos todos unidos, fazendo frente a todas as adversidades que temos vivido com uma voz forte e única, representante de todos nós. Vivemos tempos de mudança. A nossa profissão está a mudar. O farmacêutico de hoje não é igual ao do passado. Começamos a notar hoje, dificuldades crescentes na oferta de emprego. Para contrariar isso, tentamos unir esforços fazendo com que a tua passagem para o mundo do trabalho seja mais fácil, transmitindo e proporcionando experiências num mundo, não só de farmácia comunitária, mas também em indústrias farmacêuticas. Pretendemos assim, alargar os horizontes dos nossos estudantes, para Foto da Tomada de Posse dos novos orgãos da APEF. que se possam valer das Data: 24 de Outubro de 2009 Local: FIL, Lisboa competências adquiridas nos cinco anos de curso. A APEF, tem vindo a criar ferramentas que facilitam a aproximação dos estudantes a esta associação. Exemplos disso, são o novo site da APEF, que mantém o seu domínio (www.apef.pt) e a reedição da REFlexus que faz chegar a ti as mais recentes novidades. Para que sejas informado em primeira mão, subscreve a newsletter no nosso site e desfruta das novidades que temos para te dar. Tiago Craveiro Presidente da Direcção da APEF
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Editorial A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) como órgão nacional representativo dos futuros Farmacêuticos deste país, rege-se por vários princípios, que se focam essencialmente na informação e orientação dos nossos estudantes para que no futuro, possamos fazer jus à confiança que os Portugueses depositam em nós e glorificar o estatuto de Farmacêutico. É neste sentido, que a APEF trabalha tentando melhorar e aproximar-se ao máximo dos estudantes. Entre os projectos ambicionados para este mandato está a REFlexus, Revista dos Estudantes de Farmácia, que foi editada pela última vez no ano de 2006. A REFlexus tem uma periodicidade semestral, está disponível on-line no site da APEF (www.apef.pt) e é distribuída gratuitamente pelas Faculdades de Farmácia nacionais e por todas as Farmácias de Portugal Continental através da Associação Nacional das Farmácias (ANF). A concretização deste projecto só foi possível através da formação do Núcleo Redactorial da REFlexus (NRR) que trabalhou arduamente para que esta revista chegasse até ti. Tentamos abordar temas que no nosso ponto de vista seriam os de maior pertinência e interesse para os estudantes. Na primeira secção poderás encontrar artigos focados na nossa profissão como a “Evolução do Papel do Farmacêutico”, passando por uma perspectiva pessoal e profissional de um jovem Farmacêutico e um esclarecimento acerca dos Colégios de Especialidades da Ordem. Na segunda secção tentámos trazer até ti certos temas de carácter mais delicado como a Depressão nos Jovens e outros nos quais poderás intervir activamente, como é o caso da Dádiva de Sangue e de Medula, esta última com um testemunho de uma doente com leucemia. E como sem Medicamento não há Farmacêutico, reservamos-te um conjunto de artigos que abordam esta temática e sobre a qual o Farmacêutico deve estar informado, como é o caso dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica, Medicamentos para Emagrecer, Suplementos Alimentares e Venda Livre de Medicamentos na Internet. A nossa formação não passa só pelo estudo, não deixes de te informar sobre todas as actividades que a APEF realiza a pensar em ti. Começando no grandioso ENEF, passando pelas actividades formativas como o Fórum Educacional e o Concurso de Aconselhamento ao Doente e terminando na APEF em estágios que te dá uma oportunidade única de trabalhar em qualquer área da profissão Farmacêutica. De forma a abrir os teus horizontes tentamos dar-te uma perspectiva internacional do Mundo Farmacêutico através da International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF) e da European Pharmaceutical Students Association. (EPSA). Nesta secção, para além do Quatrino, actividade que a APEF trouxe pela primeira vez a Portugal este ano, damos especial destaque ao Student Exchange Programme (SEP), o famoso estágio de verão no estrangeiro. Por fim, informa-te sobre as actividades que os Membros da APEF irão realizar, actualiza-te na nossa Agenda Cultural e não deixes de participar no Passatempo REFlexus. O prémio é aliciante e só depende de ti! Nós aqui, despedimo-nos e continuaremos a trabalhar para que a próxima edição chegue a ti com mais novidades e temas interessantes. Saudações Académicas, Daniel Viriato Pereira Director do Departamento de Publicações e Imagem, APEF Coordenador do NRR
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Núcleo Redactorial da REFlexus Esta é a equipa que permitiu que a REFlexus chegasse até ti!
Daniel Viriato Pereira - FFUL
Daniela Costa Pereira - FFUL
Joana Nascimento - FFUL
Mariana Roldão - FFUC
Teresa Cardoso - Lusófona
Tânia Soares - Lusófona
Se quiseres dar sugestões, opiniões ou mesmo colaborar neste projecto, contacta-nos através do email dpi@apef.pt
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Evolução do Papel do Farmacêutico e da Farmácia nos Últimos 50 anos Os anos sessenta A Lei nº 2125 de 20 de Março de 1965 (lei da propriedade da farmácia) e o Decreto-Lei nº 48547, de 27 de Agosto de 1968 (regulamento do exercício farmacêutico) são dois documentos bem datados e que se mantiveram em vigor até 2007. A lei de 1965 reforçou a não dissociação entre proprietário e director técnico de farmácia, tradição já existente em Portugal; o Decreto-Lei de 1968, embora alterado nalguns dos seus artigos, reforçou a dimensão social da farmácia e o papel do farmacêutico na sociedade. Este diploma incluía, também, um código de deontologia farmacêutica. A actividade de farmácia de oficina era “considerada de interesse público”, sendo uma “actividade sanitária a função de preparar, conservar e distribuir medicamentos ao público”. O farmacêutico de oficina era um profissional liberal, sendo objecto prioritário da sua actividade a preparação, a conservação e a distribuição de medicamentos ao público. É a partir dos finais dos anos 70 que este estado de coisas começa a ser alterado. Desde logo nos conceitos de “público” e de “clientes” – hoje prefere-se utente. A farmácia clínica; a prática da farmacovigilância com todas as suas consequências; o surgimento da biofarmácia e da farmacocinética que ocasionaram um novo entendimento sobre o medicamento e sua relação com o organismo humano; recentemente, os cuidados farmacêuticos, etc. são alguns conceitos divulgados, grosso modo, nos últimos trinta a quarenta anos do século XX. Eles tiveram como consequência uma gradual viragem do farmacêutico
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de oficina para a problemática do doente, para o seu aconselhamento e bem-estar, embora se deva sublinhar que a farmácia como espaço de sociabilidade é muito antiga. As questões relacionadas com a qualidade, o uso racional do medicamento, a eficácia e a eficiência dos serviços, etc. vão entrando gradualmente no quotidiano farmacêutico. A farmácia de oficina vai dando lugar à designação, vulgar nalguns países, de farmácia comunitária. Oficina remete-nos para uma farmácia onde a produção de medicamentos manipulados era um dos principais atributos. Comunitária significa uma farmácia com uma inserção social bem definida, com um papel importante no sistema de saúde, como elemento de ligação entre a comunidade e os serviços de saúde, em particular o sistema farmacêutico e onde o utente se deve rever.
reequacionar mais profundamente o conceito de profissão liberal. A Portaria nº 1429/2007, de 2 de Novembro veio definir quais os serviços farmacêuticos a prestar e neles encontramos: apoio domiciliário; administração de primeiros socorros; administração de medicamentos; utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica; administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação; programa de cuidados farmacêuticos; campanhas de informação; programas de educação para a saúde. Alguns destes serviços constituem, em nosso entender, uma renovação do que já havia sido consagrado em legislação anterior onde já se referiam, entre outros, “medicamentos a entregar ao domicílio”, prática de “injecções”, a prestação ao público de “esclarecimentos quanto ao modo de utilização dos medicamentos…”.
A actual legislação e o Conclusões exercício profissional: desafios A tradição da farmácia de oficina em Portugal é muito forte, bem como o ao farmacêutico papel da farmácia e do farmacêutico O Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto estabeleceu o novo regime jurídico da propriedade da farmácia em Portugal. Se, por um lado, este diploma e a legislação conexa, permitem que a propriedade da farmácia ficasse aberta a não farmacêuticos (a nosso ver muito discutível e com múltiplas outras implicações a nível das sociedades, questões éticas da relação entre farmacêutico e proprietário da farmácia, implicações na relação farmacêuticoutente, etc.), por outro lado lançou novos desafios ao farmacêutico moderno por possibilitar legalmente um conjunto de actividades na farmácia que alargam o papel do farmacêutico e o fortalecem como elemento decisivo, como agente de saúde pública. Este estado de coisas leva, também, a
na sociedade. A farmácia e o exercício profissional farmacêutico passam hoje por modificações profundas. Algumas no plano institucional, a nosso ver muito discutíveis, outras no plano da prática profissional. Deixemos passar algum tempo para que se possa fazer mais adequadamente a história recente da farmácia em Portugal e comparar o que é comparável entre dois conceitos diferentes de farmácia. João Rui Pita Professor da Faculdade de Farmácia; Investigador do CEIS20 – Universidade de Coimbra – email: jrpita@ci.uc.pt
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O Admirável Novo Mundo... ...Farmacêutico De um ponto de vista geral, quando nos afastamos paulatinamente da faculdade e do mundo académico que nos nutriu durante anos, apercebemo-nos de que sempre tivemos capacidade para conseguir mais e melhor do que outrora imaginávamos. O degrau que estamos a subir com muito esforço e suor faz-nos ver que a nova etapa não é mais fácil do que aquela que estamos prestes a abandonar totalmente. Esta minha mensagem é dirigida aos estudantes de Ciências Farmacêuticas e, em especial, aos finalistas que brevemente encararão o desafio da entrada no mundo profissional. A profissão farmacêutica tem assistido a um elevado crescimento nos últimos anos, na qualidade da intervenção farmacêutica e na quantidade de profissionais de saúde que terminam os seus cursos de Ciências Farmacêuticas e entram no mercado de trabalho. Este último ponto poderá preocupar o actual estudante de Ciências Farmacêuticas. A capacidade dos farmacêuticos na adaptação, na aquisição e desenvolvimento de competências, na antecipação de
de áreas como a farmacogenómica e a farmacoeconomia, cujos cenários o farmacêutico tem um papel principal. Para além disto, qualquer estudante de Ciências Farmacêuticas deve consciencializar-se que, no futuro, como farmacêutico, terá um papel fundamental no seio da sociedade e das equipas multidisciplinares, na satisfação das necessidades
“Centrem-se no doente e no que vos rodeia, não se centrem em vós próprios!”
dos doentes. É preciso acreditar nesta realidade e torná-la cada vez mais forte, com a coragem, perseverança e a força do jovem farmacêutico. Na minha considerada breve passagem pela faculdade, reconheço a dificuldade em equilibrar a formação e a vida académica, mas há que estabelecer objectivos, de forma a conciliar estas duas realidades. Aos alunos finalistas: terminem a faculdade com a certeza e a consciência de que cresceram, física e psicologicamente, capazes de encarar os medos, as incertezas e as dificuldades com a inteligência e conhecimento adquiridos ao longo dos vários anos. Façam por que apostem em vós! Façam por sentir a vontade de melhorar o estado de saúde da população, que é um dos desígnios máximos de um profissional de saúde, diferenciado e qualificado, como o farmacêutico. “Como futuros profissionais os estudantes Contudo, sob este princípio, deverão (...) garantir a sua qualificação e não esperem salvar o Mundo… diferenciação no grande cluster da saúde.” Assegurem, pelo menos, que podem melhorar e contribuir para o bemestar da população. Centrem-se no respostas e soluções aos problemas e no serviço centrado doente e no que vos rodeia, não se centrem em vós próprios! na população, em especial no doente, encontra-se reflectida Continuemos a espelhar a confiança que têm depositado em nos últimos estudos efectuados relativos às profissões. Em 2009, nós, farmacêuticos. a profissão farmacêutica liderava o pódio de confiança dos Para finalizar, muito gostaria de agradecer à APEF o convite portugueses. É esta a primeira reflexão do futuro farmacêutico, endereçado para me dirigir como jovem farmacêutico aos no sentido de estar preparado para assumir uma das profissões estudantes de Ciências Farmacêuticas, desejando sucesso a de maior confiança no seio da sociedade, a qual exige um esta equipa estatuída para defender os futuros farmacêuticos nacionais. Quero também desejar a maior sorte e sucesso nível extremamente elevado de responsabilidade. É certo que esta situação é assustadora, é temível, mas cabe académico e profissional aos futuros colegas farmacêuticos ao futuro farmacêutico, enquanto estudante, e depois como que estão prestes a enfrentar as exigências e os paradigmas profissional, apostar no seu crescimento, na sua qualificação. de uma profissão que acompanha uma sociedade em Como futuros profissionais os estudantes deverão agarrar constante mudança e desenvolvimento. nas ferramentas necessárias para explorar, participar, intervir e serem pró-activos nas mais diversas iniciativas, cujos João Filipe Martinho nutrientes possam garantir a sua qualificação e diferenciação Farmacêutico no grande cluster da saúde. Nos últimos anos, assistimos a (Aluno da FFUL – 2002/2007) uma constante diferenciação dos serviços farmacêuticos, nomeadamente na prestação de cuidados farmacêuticos e acompanhamento farmacoterapêutico, e ao desenvolvimento
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Colégios de Especialidades da Ordem dos Farmacêuticos Os Colégios de Especialidade da Ordem dos Farmacêuticos são órgãos profissionais de âmbito nacional que congregam os farmacêuticos com o título de especialidade na respectiva área. Existem actualmente em funcionamento 4 Colégios de Especialidade: Análises Clínicas, Assuntos Regulamentares, Farmácia Hospitalar, e Indústria Farmacêutica. Foi criado no final do ano de 2009 o Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária, mas a sua actividade encontra-se actualmente suspensa, pois a sua direcção não tomou posse. Os Colégios são dirigidos por um Conselho de Especialidade, constituído por um presidente e por um secretariado de
formação e após ser submetido a um exame, o Farmacêutico obtém o titulo de Farmacêutico Especialista numa determinada área de intervenção, com o averbamento no Colégio dessa especialidade. A inscrição nos Colégios de Especialidade é requerida pelo candidato à Direcção Nacional que, sob proposta do Colégio, nomeará um Júri para apreciar o pedido de inscrição. Os critérios e as provas de avaliação pelo Júri são regulados por normas, aprovadas pela Direcção Nacional. Os interessados ao título de especialista devem requerer exame à Ordem, apresentando juntamente com o requerimento uma prova do período de experiência profissional “Existem actualmente em funcionamento atestada pelas entidades 4 Colégios de Especialidade: Análises patronais, bem como Clínicas, Assuntos Regulamentares, Farmácia um documento curricular detalhado sobre a referida Hospitalar, e Indústria Farmacêutica.” experiência. Em certas áreas profissionais, número não inferior a dois secretários, sendo este Conselho a detenção do título de Especialista é indispensável para eleito pelos membros do Colégio por um período de três anos. assumir determinados cargos profissionais. Por exemplo apenas São competências dos Colégios de Especialidade: um Farmacêutico especialista em Indústria Farmacêutica pode assumir a Direcção Técnica de um Laboratório com fabrico de medicamentos. O mesmo se verifica a nível da Direcção 1. Promover o estreitamento das relações científicas e Técnica dos Laboratórios de Análises Clínicas. profissionais a nível nacional e internacional; 2. Zelar pela valorização técnica e promoção dos quadros; 3. Velar pela observância das normas básicas a exigir regularmente para a qualificação, bem como para a sua manutenção; 4. Propor os júris dos exames das candidaturas à inscrição na especialidade;
“Em certas áreas profissionais, a detenção do título de Especialista é indispensável para assumir determinados cargos profissionais.”
5. Dar pareceres à direcção nacional. A especialidade é assim uma formação complementar durante a qual o Farmacêutico se especializa numa determinada área de intervenção. Assim a formação actual de um farmacêutico, começa com o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Terminado o curso e tendo-se inscrito como Farmacêutico na Ordem dos Farmacêuticos, pode começar, caso pretenda, a especialização. A especialidade é assim uma formação complementar com duração variável (mínimo de 4 anos), continuada e supervisionada por um Farmacêutico Especialista (responsável pela especialização). No final desta
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Sofia Pintado de Oliveira Martins Professora Auxiliar iMed.UL - Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences Núcleo de Sócio-Farmácia Faculdade de Farmácia de Lisboa
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Dar Sangue é Dar Vida... Em Fevereiro o alerta foi lançado…as reservas nacionais de sangue atingiram os valores mínimos. Há mais de três anos que tal situação não se verificava, tendo originado problemas em alguns hospitais que começaram a adiar e a reajustar as cirurgias programadas. A situação chegou a um ponto extremo, o que obrigou o Ministério da Saúde e o Instituto Português do Sangue (IPS) a apelarem à dádiva urgente.
de um componente sanguíneo (plaquetas - plaquetaférese, glóbulos vermelhos – eritraférese, ou plasma - plasmaférese) com a ajuda de um aparelho automático (separador celular), sendo os restantes componentes sanguíneos restituídos ao dador através da mesma punção. Apesar de ser mais demorada que a colheita de sangue total, apresenta grandes vantagens em relação a esta, pois permite que o tratamento do doente seja específico, reduzindo assim o risco de efeitos colaterais. Por outro lado, como os “Se tens entre 18-65 anos, és saudável dadores recebem de volta a maior parte do sangue, e tens um peso igual ou superior podem fornecer, numa só dádiva, uma quantidade a 50 kg, possuis os requisitos muito maior de componentes sanguíneos do que se essenciais para seres dador/a.“ realizassem uma dádiva de sangue total. Por exemplo, um concentrado unitário de plaquetas obtido por aférese é equivalente a cerca de 5 concentrados de Para que situações como esta não se repitam é necessário plaquetas obtidos a partir de dadores de sangue total. Para consciencializar a população para a importância da dádiva ser dador por aférese é necessário já ter dado sangue total de sangue, e nós, como futuros profissionais de saúde e no mínimo duas vezes sem que houvesse qualquer tipo de principalmente como jovens cidadãos, temos o dever de dar reacção adversa, não possuir história pessoal ou familiar de o exemplo! hemorragia e/ou trombose, e não ter ingerido aspirina ou antiÉ importante que percebas que a frase “dar sangue salva inflamatório não esteróide nos últimos cinco dias (impedimento vidas” não é nem um cliché nem um exagero, é a realidade! só no caso de plaquetaférese). Este tipo de dádiva pode ser Não deixes para amanhã, hoje é um óptimo dia para dar feita nos Centros Regionais de Sangue de Lisboa, Coimbra e sangue. Porto. Se tens entre 18-65 anos, és saudável e tens um peso igual ou superior a 50 kg, possuis os requisitos essenciais para seres dador/a. Para isso basta dirigires-te a um destes locais: Centros Regionais de Sangue (Lisboa, Coimbra, Porto), Hospitais com colheita de sangue, ou brigadas móveis de colheita (no site do IPS: www.ipsangue.org estão disponíveis mais informações acerca da sua localização e horários de funcionamento). No entanto, existem pessoas que não podem dar sangue, ou por serem doentes: portadores de HIV, portadores de hepatite B e C, epilépticos, hipertensos graves, diabéticos insulinodepedentes, entre outros, ou por terem comportamentos e estilos de vida que aumentam o risco de contrair doenças transmissíveis, como por exemplo, a realização de uma tatuagem ou piercing nos últimos 6 meses. Para além da dádiva de sangue total, existe uma forma diferente de dar sangue denominada aférese. Este método consiste na colheita selectiva de uma pequena percentagem
Geralmente, o nosso sangue é utilizado para salvar outras vidas, mas no caso da Transfusão Autóloga o dador é o próprio doente. Este processo consiste na colheita prévia de sangue de um doente que vai ser operado para posterior administração, durante ou após a cirurgia. Pode ser aplicado a doentes de todas as idades, em bom estado geral de saúde e sem anemia. A transfusão autóloga, além de poupar sangue dos serviços hospitalares, tem inúmeras vantagens para o doente pois elimina o risco de incompatibilidade e de doenças hematogênicas. Joana Maria Costa Reis do Nascimento Núcleo Redactorial da REFlexus - NRR (Estágiária FFUL)
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Depressão nos Jovens Uma Realidade a ter em conta Os fenómenos depressivos são conhecidos desde a antiguidade, mas o termo, depressão, só por volta dos meados do séc. XIX fez a sua entrada na psiquiatria. As perturbações depressivas, em todas as suas formas, constituem hoje um problema real de Saúde Pública devido ao grande número de doentes atingidos. A prevalência (número de pessoas atingidas num determinado momento numa população) é calculada entre 5% e 15%. Cerca de 20% das mulheres e 10% dos homens vão desenvolver pelo menos um episódio depressivo major ao longo da vida. Metade dos deprimidos terá o seu primeiro episódio entre os 20 e 50 anos de idade. Alguns factores de risco contribuem para as variações: o sexo (mais frequente no sexo feminino), a idade, o nível socioeconómico (maior risco na população de baixo nível económico), o tipo de personalidade e os acontecimentos de vida.
inegável no aparecimento, evolução e recuperação dos estados depressivos. A depressão é uma síndrome, que se caracteriza por um estado de inibição/retracção do humor, acompanhada por ansiedade, alguma agitação, perturbações do raciocínio e do sono. O raciocínio
comportamentos de risco, etc.), as consequências da depressão podem ser particularmente graves. Nem todas as situações de tristeza ou luto são estados depressivos. Na depressão a pessoa é incapaz de se sentir satisfeita com o que quer que seja e tem muita dificuldade em tomar decisões. Para uma pessoa
“(...) a perda de energia, a lentificação psicomotora e o risco de suicídio são as manifestações mais visíveis da depressão (...)”
seriamente deprimida um simples sorriso pode ser praticamente impossível pela incapacidade de sentir alegria ou prazer. A depressão é frequentemente acompanhada por sintomas físicos, onde se incluem cefaleias, dores lombares, dores nos membros, no peito, sensação de dificuldade em respirar. Podem também ocorrer dores precordiais inespecíficas e queixas abdominais. Estes problemas físicos podem assumir importância tal, “Para uma pessoa seriamente deprimida um uma que escondem a simples sorriso pode ser praticamente verdadeira doença impossível pela incapacidade de sentir que lhe está subjacente. Estas situações são alegria ou prazer.” conhecidas por depressões mascaradas. Se certas depressões podem mais visíveis da depressão, facilmente No adolescente a depressão é estar relacionadas com uma se imagina a repercussão sobre a frequentemente ignorada porque vulnerabilidade biológica, o papel vida profissional, familiar e afectiva. na sua forma típica, semelhante à da história do indivíduo, da sua forma Sabendo que certos doentes tentam do adulto, atingiria apenas 8% a de resolver os conflitos, dos factores esbater o seu mal-estar por meios 9% dos adolescentes. A depressão psicológicos e sociais (aumento por vezes desadequados (auto- pode manifestar-se através de do individualismo, diminuição do medicação, consumo de drogas, perturbações em que os principais espaço social e competição), é de álcool, compras compulsivas, sinais se encontram ausentes ou
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torna-se mais lento, são frequentes os sentimentos de culpa e pensamentos negativos persistentes, insatisfação pessoal, sem perspectivas de futuro ou esperança. Pela manhã a pessoa deprimida continua a sentir-se cansada e o humor, habitualmente, é pior, melhorando progressivamente durante a tarde. Como a perda de energia, a lentificação psicomotora e o risco de suicídio são as manifestações
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Depressão nos Jovens Uma Realidade a ter em conta modificados. A tristeza não é por suicídio. hipocondríacas. A depressão é constante e raramente é verbalizada, Existe um outro fenómeno mais comum uma doença e é curável, pelo não há máscara da depressão nos adolescentes e adultos jovens: que é fundamental que o doente como se encontra no adulto, o o para-suicídio. Habitualmente recorra ao tratamento médico e/ que faz crer aos que o rodeiam sob a forma de sobredosagens ou psicológico o mais rapidamente (aos pais em primeiro lugar) que ele medicamentosas ou automutilações, possível. Os medicamentos não se encontra verdadeiramente são modos de esbater a angústia da antidepressivos não produzem efeito deprimido, que isso é «normal na sua idade». O “A mortalidade por suicídio entre os aborrecimento, sensação de vazio, desinteresse, adolescentes e jovens tem aumentado ansiedade, agressividade (...) a ponto de os jovens passarem a e intolerância à frustração ser o principal grupo de risco (...)” podem ser equivalentes depressivos. A lentificação pode não aparecer, dissimulada dor psíquica, na ausência de outras imediato, demorando, na maior parte por atitudes de isolamento, de estratégias psicológicas para lidar dos casos, vários dias ou mesmo semanas, a produzirem o efeito rejeição ou de oposição. Um estado com conflitos, fracassos ou perdas. depressivo tem de ser procurado, Alguns estudos epidemiológicos desejável, e pode ser necessário na adolescência, por alterações em Portugal estimam que por cada manter o tratamento durante um de comportamentos, insucesso e suicídio consumado ocorrerão cerca período alargado. além das medidas rejeição escolar, perturbações de 30 para-suicídios. A prevalência Para alimentares, abuso de substâncias destes comportamentos no nosso farmacológicas, o apoio psicológico país parece ser particularmente e as psicoterapias têm grande ou delinquência. terapêutico, tomando A mortalidade por suicídio entre relevante, dentro do panorama valor os adolescentes e jovens tem europeu, entre os 15 e os 24 como referência a adaptação aumentado significativamente nas anos no sexo feminino. Santos e do indivíduo ao seu meio. As últimas décadas, a ponto de os Sampaio (1997) definem o perfil do psicoterapias tentam reestruturar e jovens passarem a ser o principal adolescente atendido no Núcleo melhorar as competências relacionais grupo de risco em um terço dos de Estudos do Suicídio do Hospital da pessoa, centrando-se nas suas países. Na Dinamarca e no Japão, de Santa Maria (Lisboa), como modalidades de comunicação e nas por exemplo, o suicídio tornou-se a uma jovem de 17 anos, estudante, suas capacidades de resolução de primeira causa de morte entre os 25 deprimida, com insucesso escolar, problemas. O isolamento predispõe e 34 anos (25% a 30% dos óbitos vivendo no ambiente da família ao agravamento da depressão registados). O suicídio é a primeira nuclear onde existem problemas de enquanto os laços afectivos e as causa de morte dos estudantes comunicação, e que comete uma relações interpessoais estáveis e universitários nos EUA. Em Portugal, a tentativa de suicídio, de média gratificantes desempenham um papel taxa do suicídio entre os jovens tem gravidade, por sobredosagem protector e defensivo. vindo a aumentar no século XXI, mais medicamentosa, com uma história de Pissarra da Costa à custa do sexo masculino. Segundo ideação suicida prévia. diversos estudos, a depressão está Existem muitos mitos e falsos Médico Psiquiatra implicada em 50% a 80% dos casos preconceitos ligados à depressão. Chefe de Serviço no Departamento de suicídio e estima-se que cerca de As pessoas afectadas não de Psiquiatria e Saúde Mental da 15% dos doentes deprimidos morrem são fracas, nem histéricas, nem U.L.S. da Guarda
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Uma Vida pode estar nas Tuas Mãos Actualmente vivemos num mundo frenético, passamos a vida a “correr”, pensamos só em nós próprios e nos nossos problemas…mas alguma vez paraste para pensar no que podes fazer pelos outros? Imagina como seria se com um simples gesto pudesses salvar uma vida… E se cada um de nós pudesse fazer isso? Como diz a célebre canção de John Lenon “You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one”! Pode parecer demasiado sonhador, e até pretensioso da minha parte pensar que é assim tão fácil, mas acredita que na realidade é…mesmo fácil!
tudo isto mal tinha começado, a notícia era bastante negativa e inesperada, estava com Leucemia Linfoblástica Aguda. Foi um grande choque… Quando se recebe uma noticia destas tudo nos passa pela cabeça. Ao inicio estava desorientada, não compreendia bem o que realmente era a Leucemia e tudo o que tinha ouvido até aqui era bastante negativo, mas enfrentei o problema, e apesar dos internamentos serem longos e difíceis, estive a maior parte do tempo bem disposta e com pensamentos positivos, o que me ajudou muito.” O tratamento da Leucemia está indicado para parar a evolução da doença durante o maior tempo possível, permitindo ao doente continuar as suas rotinas atenuando os sintomas da E se eu te dissesse como salvar uma vida, fá-lo-ias? doença. A quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula (usado apenas em alguns casos), isoladamente ou associados O que sabes sobre Leucemia? Todos nós conhecemos esta doença mas se calhar poucos entre si, constituem os principais tratamentos. A Joana iniciou a conseguem definir. A leucemia é uma doença maligna que o tratamento com quimioterapia: “Fiz seis tratamentos, cada afecta a medula óssea e que tem, na sua maioria, causa um deles demorava entre três a quatro dias mas exigia um desconhecida. A produção de glóbulos brancos fica internamento de cerca de um mês, pois essa quimioterapia descontrolada, originando um aumento de células alteradas deixava-me imunodeprimida e qualquer coisa mínima me podia causar uma infecção grave que vão substituir ou até fatal. Depois de tudo os leucócitos sãos, colonizando assim “(...) a notícia era bastante isto fui para casa e só era toda a medula óssea. negativa (...) estava com Leucemia medicada com comprimidos e uma injecção por mês, sem O funcionamento Linfoblástica Aguda.” grandes efeitos secundários. da medula saudável Não iria precisar do torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de transplante de medula óssea. Passados três anos terminei a células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, medicação e pude finalmente respirar de alívio! Continuei a ser acompanhada mensalmente pelos médicos mas passados infecções e hemorragias. A cada ano aparecem sessenta a cem novos casos de quatro meses deram-me a notícia, novamente inesperada, de leucemia por cada milhão de indivíduos, e nós pensamos que a doença tinha reaparecido e agora iria precisar do sempre que “só acontece aos outros”. Mas quando olhamos transplante de medula óssea!” para “o lado” percebemos que não é assim… Eu percebi O transplante de medula é uma prática terapêutica reconhecida, isso com o caso da Joana: “Tinha 17 anos e comecei a sentir- que permite a cura de doenças graves e frequentemente me fraca, com dores nas articulações, quebras de tensão e mortais, não só leucemias mas também a aplasia medular e febre. Fui a uma consulta na médica de família e fiz análises algumas imunodeficiências primárias. ao sangue. Assim que saiu o resultado das análises ligaram- Uma das condições para o sucesso do transplante é a me para ir imediatamente ao Hospital pois tinha os valores de compatibilidade tecidular entre o dador e o receptor. É sangue muito alterados (tinha anemia e os leucócitos estavam necessário transplantar o doente com uma medula óssea muito baixos). Depois de um dia inteiro a fazer análises a tudo tão idêntica quanto possível com a sua no que respeita no Hospital da minha área de residência, encaminharam- aos marcadores ou antigénios HLA (antigénios de leucócitos me para o Hospital da Universidade de Coimbra para ser humanos). Inicialmente a pesquisa de um dador compatível vista por médicos Hematologistas mais especializados. Aí orienta-se para os irmãos do doente porém as famílias fizeram-me mais análises e fiquei internada sem saber o que numerosas são cada vez mais raras e só cerca de 25% dos tinha. Já internada fizeram-me um medulograma (um exame doentes têm um dador familiar compatível. Sendo assim, os bastante doloroso em que se retira uma amostra de medula restantes 75% têm de recorrer a dadores não aparentados, óssea para avaliar se a produção de sangue é normal, como foi o caso da Joana: “Apesar de ter quatro irmãos, nenhum qual o aspecto das células e se há presença de células deles tem medula compatível comigo o que causou grande malignas). Entretanto fiz um tratamento a um problema que ansiedade. Tive que aguardar alguns meses, felizmente poucos, me surgiu no fígado e comecei a sentir-me melhor. Passado para que aparecesse o meu dador compatível, tive muita sorte uma semana chegou o resultado do exame. Como já me pois há pessoas que esperam anos e nunca o encontram e o sentia melhor pensei que me iriam mandar para casa, mas transplante deve ser feito o mais breve possível, eu tenho a
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Uma Vida pode estar nas Tuas Mãos grande sorte de ter dois dadores compatíveis comigo! Já estou nesta luta há mais de quatro anos e vou fazer o transplante em breve no IPO do Porto.” A transplantação de medula óssea com dadores não aparentados aumentou consideravelmente a taxa de
a dádiva, ou por ter receio que o processo de colheita de medula seja doloroso ou simplesmente porque se tornou dador para ajudar um conhecido, e caso a dádiva não seja para essa pessoa já não está interessado em ajudar. Para que situações destas não se repitam é necessário que os dadores compreendam o quão difícil é um dador compatível e que a sua “(...) desmitificar a ideia de que encontrar dádiva pode ser a única forma de salvar a o processo de obtenção de medula vida de alguém. É também necessário desmitificar a ideia de óssea do dador é doloroso (...)” que o processo de obtenção de medula óssea do dador é doloroso. A colheita de sobrevivência. E É AQUI QUE TU ENTRAS! medula pode ser efectuada por dois métodos distintos e é o Se tens entre 18 e 45 anos, és saudável, tens mais de 50 kg dador que escolhe qual o método a utilizar. Um dos métodos e nunca recebeste nenhuma transfusão sanguínea, podes recorre a uma técnica denominada citaférese, a qual inscrever-te JÁ como voluntário/a para a dádiva de medula consiste na colheita de células a partir de veias periféricas óssea. Eu já estou inscrita e posso-te garantir que o processo no braço através de um processo rápido e simples. O é bastante fácil! Basta preencheres a ficha de inscrição num sangue retirado da veia do dador passa através de um dos centros de histocompatibilidade do país (no site do centro aparelho que remove apenas as células necessárias para histocompatibilidade do sul, www.chsul.pt, podes consultar os o transplante, devolvendo novamente as restantes células e serviços nos quais te podes inscrever), ou então podes imprimir plasma ao dador. Existe ainda outro método, realizado no a ficha em: www.chsul.pt/inscricao.htm, depois de preenchida bloco operatório, sob anestesia, por punção dos ossos da esta deverá ser enviada por correio para o centro de bacia. Neste caso recorre-se a um pequeno internamento histocompatibilidade, aguardando uma resposta. de cerca de 24 horas. A intervenção não tem riscos para A ficha de inscrição consiste num pequeno inquérito médico que além da curta anestesia a que o dador é sujeito e de algum se destina não só a proteger o dador, mas também o doente incómodo que poderá surgir no local da picada durante um de eventuais doenças transmissíveis, este inquérito é precedido ou dois dias. por uma explicação pormenorizada de todas as condições “E se eu der medula a um desconhecido e depois um familiar de participação para que não fiques com qualquer dúvida. ou amigo meu precisar?” Esta é uma dúvida que surge Posteriormente, o médico irá analisar o teu questionário, e caso frequentemente, porém este receio é infundado, pois tal não sejam detectadas contra-indicações, irás ser chamado pelo CEDACE (Centro “(...) a medula pode ser doada várias Nacional de Dadores de Células de vezes pelo mesmo dador (...)” Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão) para fazeres análises que determinam as características tecidulares dos leucócitos como o sangue, a medula pode ser doada várias vezes (chamada tipagem HLA). São estas características que vão pelo mesmo dador, devido à sua capacidade de autopermitir avaliar a compatibilidade entre o potencial dador e -regeneração o doente antes deste poder vir a receber a medula óssea. A determinação do HLA requer a colheita de uma pequena Agora que já sabes como é que podes salvar a vida de quantidade de sangue da veia do braço, cerca de 20 ml, a alguém…vais fazê-lo? É fácil…se tens mais de 18 anos e partir do qual serão também estudados alguns marcadores virais és saudável, aceita este desafio, hoje pelos outros e quem para avaliar se és ou não portador de doenças transmissíveis. sabe um dia os outros por ti. Não vires as costas a esta causa! Estes dados serão guardados numa base informática nacional e internacional e serão usados sempre que um doente de “Sê a diferença que queres ver no mundo” Gandhi qualquer parte do Mundo necessite de transplante de medula óssea. No caso de um doente ser compatível contigo, terás que Joana Maria Costa Reis do Nascimento fazer uma pequena colheita de sangue para testes mais precisos. Núcleo Redactorial da REFlexus - NRR Se estes indicarem que há uma perfeita semelhança entre ti e o (Estagiária FFUL) doente, será feito um exame médico e só depois será feita a colheita de medula óssea. Infelizmente, existem casos em que o doente encontra um dador compatível, mas o dador recusa
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Medicamentos Sem Receita Médica Automedicação A automedicação pode ser entendida como “a toma de medicamentos sem avaliação médica”; baseia-se essencialmente no tratamento de sintomas e “males menores” tomando o utente a responsabilidade do seu próprio tratamento. Na maioria dos casos, a automedicação é feita com recurso a medicamentos de venda livre que podem ser adquiridos sem prescrição médica, os denominados OTC’s (over-the-counter drug). Nestes últimos anos, o mercado dos OTC’s tem vindo a crescer exponencialmente, sendo que, no ano de 2007, representou nos Estados Unidos cerca de 7,7% do total das vendas e no Reino Unido cerca de 15,8%. Num estudo realizado, na América do Sul, verificou-se que a prevalência da automedicação era cerca de 56.6%; as principais responsáveis pelo seu uso eram as mães, em 51%. A automedicação acarreta vários riscos: - O mais comum, o efeito cumulativo, ou seja, o utente poderá ingerir o mesmo princípio activo presente em vários medicamentos com diferentes denominações, o que em última instância leva a uma intoxicação por excesso de dosagem. Alguns princípios activos, incluindo o ácido acetilsalicílico e o paracetamol, estão autorizados para venda sob a forma de OTC’s; na maioria dos casos apresentam-se em formulações contendo outras substâncias, o que contribui para o seu consumo em excesso. - Pode conduzir a um atraso do diagnóstico de uma patologia. - Há um maior risco de interacção medicamentosa ou até com outros produtos, tais como, os chás (Hypericum perforatum é um dos mais comuns). - Risco aumentado de uso impróprio de medicamentos.
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- Maior probabilidade de diagnóstico errado. - Impossibilidade para iniciar o diagnóstico de uma patologia crónica. - Abuso do consumo de fármacos. Alguns dos casos mais comuns ocorrem com utentes com diabetes mellitus que solicitam preparações, tais como xaropes ou pastilhas para tratamento por via oral, contendo açúcares, o que, em última instância, pode levar ao descontrolo da patologia. Um outro exemplo, ainda no caso das pastilhas, prende-se com a substância benzidamina que não pode ser utilizada em utentes com hipersensibilidade ao ácido salicílico ou anti-inflamatórios não esteróides. Relativamente à patologia, um dos erros mais frequentes, trata-se do utente solicitar um xarope para tratar uma tosse com expectoração porque “da última vez dei-me muito bem com ele” ou “a minha vizinha também toma e diz que é muito bom” ou até “foi deste que o senhor doutor me receitou da última vez que fui ao médico com esta tosse” e, no final da conversa, acaba-se por concluir que a tosse é completamente diferente do que o utente referia; neste caso é necessária a indicação farmacêutica no sentido de aconselhar e educar o utente com o medicamento adequado à sua condição patológica. Os laxantes são outro grupo de OTC’s muito solicitado, no entanto o seu uso desmesurado pode causar habituação e, em casos mais graves, ocultar uma patologia. Um exemplo para ilustrar esta situação tratou-se de uma idosa que solicitou dois medicamentos, um laxante e outro, um antidiarreico; quando questionada sobre a necessidade de ambos respondeu que após tomar um deles durante um tempo, tinha sempre de tomar o outro posteriormente. Este é um caso típico de automedicação na qual
a utente ao fazer uso indiscriminado dos medicamentos provocou alterações intestinais de tal modo que complicou o seu quadro clínico; ainda assim quando questionada sobre uma hipótese de consulta de um médico, recusou dizendo que achava que não precisava. Os suplementos alimentares são outra área com riscos aumentados em casos de automedicação. Por exemplo, suplementos contendo extracto de ginkgo biloba não devem ser adquiridos por utentes que tomem anticoagulantes orais ou antiagregantes plaquetários. Existem também alguns suplementos contendo estimulantes, como a cafeína, que não estão recomendados para utentes com hipertensão arterial grave ou se padecem de insónias; aliás, os doentes hipertensos devem ter sempre em conta a sua patologia, uma vez que até uma simples vitamina poderá conter sacarina sódica ou bicarbonato de sódio, os quais podem conduzir a um aumento da pressão arterial. O recurso à automedicação é, por vezes, argumentado com um “eu depois leio o folheto em casa”, o que por si só é um risco, dado o facto de muitos folhetos serem escritos com uma linguagem pouco clara e inacessível para a maioria das pessoas. É, então, função do farmacêutico contribuir cada vez mais para uma automedicação segura e clara, educando os utentes para os riscos do recurso a este tipo de medicação em excesso, e levá-los no sentido constante da procura do aconselhamento farmacêutico ou da toma de medicação sobre vigilância médica. Vera Quaresma Farmacêutica (Licenciatura em Ciências Farmacêuticas)
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Verão? Dietas? Medicamentos para Emagrecer? Finalmente e depois do Inverno mais rigoroso dos últimos anos, começa a chegar um pouco de sol e com ele vem a vontade de nos expormos ao sol e usar roupas mais leves. Esta exposição, é benéfica para a saúde, nomeadamente na melhoria do humor e na síntese de vitamina D, mas pode igualmente expor algumas das (in) estéticas reservas lipídicas acumuladas. Afinal porque engordamos? Decerto lembramo-nos da Lei de Lavoisier, “na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, pois é exactamente o que acontece à energia que ingerimos pelos alimentos. O que é ingerido tem de ser “consumido”. O gastos energéticos podem ser divididos no metabolismo em repouso (energia gasta em repouso) + a energia consumida na actividade física. O que acontece é que hoje em dia, não só ingerimos alimentos com maior densidade energética, como a nossa actividade física reduziu. O metabolismo em repouso é influenciado entre outros pelo género, idade, altura, peso e factores genéticos, e apesar de não ser fácil influenciar este parâmetro, sabemos que a composição corporal rica em músculo consome mais energia. Por isso e porque também a actividade física aumenta os gastos, devemos promover actividade física regular, aproveitando o “bom tempo” para
passeios ou outras actividades mais ou menos intensas. A modificação nos hábitos alimentares nomeadamente na população mais
efeitos (curto em estudos aconselhado lípidos ou de
e longo prazo) obtidos científicos. Poderá ser uma maior restrição de glícidos, ou ainda haver necessidade de aplicar uma dieta mais restritiva com suplementos. Esta é uma decisão a tomar pelos profissionais de saúde com base nas expectativas e motivações do indivíduo. A modificação (correcção) de hábitos alimentares é sempre difícil e como é grande a oferta de dietas mais radicais que oferecem resultados espectaculares em pouco tempo, há todos os anos uma “corrida” a estes suplementos/ medicamentos não sujeitos a receita médica.
“Afinal porque engordamos?” jovem é claramente visível, como observado em publicações recentes (1). A proliferação das cadeias de fast food é uma clara indicação deste fenómeno, onde um “menu” de uma refeição, chega a fornecer mais de 60% das necessidades energéticas diárias. De modo a corrigir a acumulação de gordura há quem recorra a intervenções nutricionais, desequilibradas, que visam a redução rápida de peso.
“Estas dietas apresentam muitas vezes algum facto “milagroso” e podem ser nutricionalmente desequilibradas.” Estas dietas apresentam muitas vezes algum facto “milagroso” e podem ser nutricionalmente desequilibradas. Deve existir um acompanhamento por um profissional de saúde (médico, dietista ou farmacêutico) de modo a evitar que surjam desequilíbrios nutricionais. Existem várias abordagens dietéticas, cada uma com, vantagens e desvantagens e indicações para determinada situação. A escolha do “tipo de dieta” deve ter como base os
“Os farmacêuticos, como profissionais de saúde com intervenção directa junto da população, desempenham um importante papel no aconselhamento da população e prevenção de dietas desequilibradas.” 16
Do ponto de vista científico, não existem dúvidas nos fármacos reconhecidos como úteis na obesidade. Em Portugal estavam até há pouco tempo aprovados apenas dois, o Orlistat (Xenical®) e a Sibutramina (Reductil®). Este último, recentemente suspenso por apresentar vários factores de risco. Existe outro grupo de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), que embora não apresentem efeitos tão claros apresentam vários efeitos benéficos como co-adjuvantes da dieta. O mesmo princípio activo do Orlistat, mas numa dosagem inferior (ALLI®) ou polissacáridos como o quitosano, impedem a absorção de gorduras; suplementos alimentares com fibras como o glucomanamo ou algumas algas, que retardam o esvaziamento gástrico contribuindo para aumentar a saciedade; fórmulas com crómio que
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Verão? Dietas? Medicamentos para Emagrecer? interferem na actividade da insulina, contribuindo para moderar o apetite são alguns exemplos. Estes suplementos podem ajudar, mas não devem ser encarados como milagrosos. Deve haver uma verdadeira modificação dos hábitos alimentares de modo a que se promova a manutenção do peso obtido com a dieta. Os farmacêuticos, como profissionais de saúde com intervenção directa junto da população, desempenham um importante papel no aconselhamento da população e prevenção de dietas desequilibradas. Só com base na quantificação do excesso ponderal pode haver um aconselhamento adequado, por isso a determinação do índice de massa corporal (IMC), com a classificação do peso do indivíduo é fundamental. Caso exista um equipamento de bioimpedância, deve ser determinada a análise da massa gorda, visto que um IMC elevado também pode reflectir aumento de massa muscular. A determinação das necessidades energéticas pode ser realizada pela fórmula de Harris and Benedict desde que incluído o factor de actividade. O conhecimento dos hábitos alimentares bem como as maiores dificuldades encontradas na manutenção de uma alimentação equilibrada devem ajudar o farmacêutico na necessidade de utilização de algum suplemento nutricional. O acompanhamento regular pelo profissional de saúde das dificuldades e dos sucessos é uma parte relevante no êxito da intervenção dietética. Ana Catarina Moreira Dietista Av. Infante Santo, nº 67 350-177 Lisboa 213 942 800
Valores referência para o IMC: http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html
Fórmula Harris and Bennedict: Para homens: 66,5+(13,75*peso(kg)) + (5,003*altura(cm)) – (6,775*idade(anos)) * AF
Para mulheres: 655,1+(9,563*peso(kg)) + (1,85*altura(cm)) – (4,676*idade(anos)) * AF
Actividade Física (AF): Sedentário = 1,2 / Levemente activo = 1,35 / Moderadamente activo = 1,5 / Activo = 1,7 / Muito activo = 1,9
Exemplo de dieta com 1600 Kcal Pequeno-almoço: 1 copo leite meio gordo + 1 carcaça com manteiga ou queijo magro ou fiambre Meio manhã: 1 iogurte magro ou 1 fruta Almoço: Sopa de legumes Carne ou peixe (cozido, grelhado ou assado e estufado sem molho) com 2 batatas pequenas ou 3 colheres de sopa de arroz/massa cozida, LEGUMES ou SALADA 1 hora depois: 1 Fruta Merenda: 1 copo leite meio gordo 4 tostas com manteiga ou queijo magro ou fiambre Jantar: idêntico ao almoço Ceia: 1 Fruta 1 - Trends of food intake in Portugal, 1987-1999. Results from the National Health Surveys. Marques-Vidal P, Ravasco P, Dias CM, Camilo ME. Eur J Clin Nutr. 60(12):1414-22. 2006.
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Venda Livre de Medicamentos na Internet As farmácias e os locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica já podem dispensar medicamentos ao domicílio e através da internet. Esta possibilidade, foi consagrada no Decreto-lei n.º
electrónicos conter a informação da área geográfica em que a farmácia ou local de venda assegura a dispensa ao domicílio. Também de harmonia com a referida legislação surge a figura do “Livro de Reclamações Electrónico” que
“(...) as encomendas não se cingem só às denominadas “life style drugs”, mas igualmente à compra ilegal de medicamentos denominados “life saving drugs.”
já ter adquirido medicamentos por tal via sendo as principais razões o preço e comodidade. Dos indivíduos que nunca adquiriram medicamentos online foi possível apurar que tal ficou a dever-se à falta de confiança e segurança na qualidade dos produtos ou no serviço; ao facto de nunca terem necessitado; à preferência ou hábito de ir à farmácia ou parafarmácia, e à proximidade da farmácia (quer de casa quer do trabalho). Entre os fins a que se destinam esses medicamentos, surgem em primeiro lugar os medicamentos para o emagrecimento (46%), seguindo-selhe os anti-depressivos (17%) e os que contribuem para o aumento muscular (15%). Em menor número foram referidos os medicamentos para disfunção eréctil (6%) e doenças oncológicas (4%). Estes resultados atestam que as encomendas não se cingem só às denominadas “life style drugs”, mas igualmente à compra ilegal de medicamentos denominados “life saving drugs”. Dos inquiridos que já adquiriram medicamentos através da Internet 65% diz verificar se os websites são autorizados. No entanto, apenas 20% o faz de forma correcta, consultando a página do Infarmed na Internet. Cerca de 70% dos inquiridos tem conhecimento de que nem todos os websites que vendem medicamentos estão autorizados a fazê-lo mas, apesar de 96% dos que já
307/2007, de 31 de Agosto e o seu consiste num portal disponível no site do exercício é regulado pela portaria nº Infarmed onde é possível a qualquer 1427/2007, de 2 de Novembro que utente registar a sua reclamação sobre determina as condições e os requisitos a prestação de uma farmácia. da dispensa de medicamentos ao domicílio e através da Internet. Sondagem sobre a compra de Em Portugal, apenas as farmácias e os medicamentos online locais de venda de medicamentos não Como seria de esperar, com esta sujeitos a receita médica autorizados possibilidade surgem não só alguns pelo Infarmed podem ter à disposição benefícios mas também inúmeras este serviço legalmente. desvantagens, o que é visível nos A legislação determina que é possível resultados obtidos numa sondagem fazer entrega de medicamentos ao sobre os Portugueses que compram domicílio fora do horário de atendimento medicamentos através da Internet. Esta da farmácia e que estes devem ser sondagem foi apresentada pelo Infarmed entregues respeitando as normas de no âmbito de uma preocupação supervisão, habilitação adequada à emergente a nível internacional – a dispensa de medicamentos e respeitar contrafacção de medicamentos – que as regras de transporte previstas nas encontra na internet o seu principal meio boas práticas de distribuição de de distribuição. medicamentos. Deve-se ter presente que estando em causa a entrega ao domicilio de medicamentos sujeitos a receita médica, é obrigatória “A compra de medicamentos pela Internet a apresentação da respectiva em sites não autorizados é um sério receita no acto de entrega. Também é determinado legalmente que a risco para a saúde dos consumidores.” dispensa de medicamentos com adquiriram medicamentos online afirmar entrega ao domicílio está limitada ao Num universo de 800 internautas ter conhecimento dessa situação, tal município onde se encontra instalada inquiridos, com idades compreendidas a farmácia ou local de venda e aos não impediu a efectivação da compra. entre 18 e 64 anos, apenas 6% dos municípios limítrofes, devendo os sítios Assim sendo, apesar de todo o utilizadores da Internet responderam
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Venda Livre de Medicamentos na Internet conforto e qualidade de vida que pode proporcionar, a venda de medicamentos através da Internet acarreta sérios inconvenientes, sendo mesmo uma preocupação mundial.
Perigos da compra de medicamentos pela Internet
destes perigos: mesmo que o site tenha uma aparência credível, isso não significa que esteja autorizado, e que reúna as garantias de segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos; os medicamentos podem ter a sua composição alterada, estarem fora do prazo ou terem sido transportados
Portugal ou ser escrito em Português não significar que esteja autorizado a utilizar a Internet para receber encomendas de medicamentos. A compra através dos sites registados no Infarmed garante que a dispensa dos medicamentos seja feita pelos profissionais habilitados daqueles
Muitas iniciativas têm sido realizadas com o intuito de consciencializar “A legislação determina que é possível os cidadãos para os perigos fazer entrega de medicamentos ao decorrentes da compra de medicamentos pela Internet fora domicílio fora do horário de atendimento dos sites autorizados, tais como da farmácia (...)” a campanha de sensibilização apresentada pelo Infarmed (2008), sem quaisquer precauções, e como estabelecimentos, garante ainda que o Workshop internacional sob o tema consequência podem não fazer o o transporte dos medicamentos seja “Contrafacção e Informação” (2009), efeito pretendido, ou causar efeitos feito em condições controladas e que, a operação mundial de combate à secundários inesperados; não há no acto da entrega, são prestadas contrafacção entre outras. intervenção de um profissional de as informações necessárias à toma do “A compra de medicamentos pela saúde que conheça a história clínica medicamento. Internet em sites não autorizados ou a existência de outras doenças, é um sério risco para a saúde dos aumentando o risco para quem os Para que a saúde não seja colocada consumidores, contendo diversos toma; o medicamento encomendado em risco deve-se saber comprar perigos”, explicou o vice-presidente pode não chegar a ser enviado ou medicamentos na Internet da forma mais do Infarmed, Hélder Filipe, no momento ficar retido na alfândega; alguns sites segura possível ou seja sempre através da apresentação da campanha de não garantem a confidencialidade dos de sites autorizados pelo INFARMED. sensibilização. Tal risco advém do facto dados pessoais. Para se obter a lista de farmácias e de, segundo estimativas internacionais, locais de venda autorizados basta mais de 50% dos medicamentos aceder a www.infarmed.pt. adquiridos pela Internet, fora dos Combate à contrafacção circuitos legais, serem contrafeitos. Os Sendo este um problema global, só é “Porque afinal o nosso bem-estar não dados mais recentes, de 2006, mostram possível combatê-lo conjuntamente, pode ser uma questão de sorte.” que nas fronteiras da União Europeia, através de todos os agentes envolvidos: foram apreendidas mais de 2,7 milhões fabricantes, autoridades reguladoras; Mariana Roldão de unidades de medicamentos, o profissionais de saúde, polícias, Núcleo Redactorial da REFlexus - NRR que traduz um aumento de 380% em alfândegas, magistrados; consumidores. (Aluna do 3º ano, FFUC) relação ao ano anterior. Do total de No que diz respeito aos consumidores medicamentos no mercado dos países estes devem tomar algumas precauções desenvolvidos, estima-se que 1% sejam a fim de adquirirem os medicamentos Internet com segurança, falsos, enquanto em países africanos, na designadamente, adquiri-los apenas asiáticos ou da América Latina esse provindos de farmácias e locais de valor pode atingir os 10% ou 30%. Desta forma é necessário continuar venda de medicamentos não sujeitos a a abordar, de uma forma persistente, receita médica que estejam registados os perigos/riscos da compra de no Infarmed e ter conhecimento de que medicamentos na Internet. Eis alguns o facto de um site estar sediado em
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Época de Exames O Pico da “Suplementação Intelectual” O stress, a ansiedade e as provações antioxidantes naturais (nos frutos verme- curam suplementos que consigam audiárias expõem os jovens a um desgaste lhos e vegetais verdes), ácido fólico, vi- mentar o seu rendimento, sendo imporfísico e intelectual que se reflecte na sua tamina B6 e hidratos de carbono (nos tante que o farmacêutico perceba qual capacidade de enfrentar o dia-a-dia e cereais integrais e leguminosas), gordu- o suplemento mais adequado a cada em problemas de memória e concentra- ras monoinsaturadas (no azeite), proteí- caso específico (principalmente quando ção. É particularmente nas épocas de nas (na carne e queijo) e água (1,5L/ o jovem aparece sem qualquer indicaexames que se assiste a uma verdadeira dia), são exemplos de alguns elementos ção médica), ao mesmo tempo que tem romaria de estudantes de vários graus relevantes para a função cerebral. de ser capaz de moderar o consumo de ensino às farmácias e lojas de produ- Embora uma alimentação diversificada exagerado ou despropositado destes tos naturais, atraídos pela publicidade aos “Embora uma alimentação diversificada seja medicamentos ou susuficiente para fornecer ao nosso organismo plementos que prometem contornar o tão in- tudo o que ele necessita, a sua suplementação cómodo cansaço, ao pode justificar-se em alturas de maior aumentarem a energia desempenho físico e intelectual (...)” e a resistência. Há, no entanto, alguns cuidados a ter na toma destes produtos, e o seja suficiente para fornecer ao nosso produtos. aconselhamento médico ou farmacêu- organismo tudo o que ele necessita, a tico é sempre indispensável. sua suplementação pode justificar-se em Constituição dos suplementos alturas de maior desempenho físico e invitamínicos Reflexo da alimentação no telectual, para que este se realize a um Estes produtos aparecem no mercado nível óptimo. desempenho cerebral sob várias formas farmacêuticas, sendo Uma alimentação variada e equilibrada geralmente comercializados em cápsufornece os nutrientes necessários para E quando o cansaço parece las, comprimidos, ampolas ou xaropes. o bom funcionamento fisiológico do or- falar mais alto? A generalidade dos suplementos vitaganismo. Assim, também o desempenho Aos estudantes é exigido um grande mínicos é constituída por um conjunto de cerebral é directamente afectado por desempenho cognitivo e nem sempre é compostos com efeito positivo sobre o aquilo que comemos, estando provado fácil manter o ritmo de aprendizagem e cansaço, a capacidade de raciocínio que a ingestão de nutrientes adequa- memória. O rendimento tende a diminuir e a memória, como sendo a associação dos estimula a memória, a concentra- com o avançar do ano lectivo e com de vitaminas do complexo B e vitamina ção, a inteligência e o raciocínio, meo acumular de trabalhos para entregar C, A, D, E e K, minerais como o magnésio, lhorando ainda o humor e a estabili- e de testes e exames para fazer. Muitas o fósforo, o lítio, o cálcio, o selénio e o dade emocional. vezes a alimentação torna-se monóto- zinco e ainda alguns aminoácidos esÁcidos gordos ómega 3 (presentes na na e descuidada e as horas de sono senciais. As substâncias activas de plansardinha e no salmão), vitaminas do deixam de ser suficientes, o que natural- tas utilizadas em fitoterapia têm vindo a ser adicionadas a estes autênticos «cocktails». Utiliza-se geralmente o (...) ginseng e a acerola (efeito sobre o cansaço geral), o guaraná, o ginkgo biloba (para memória e concentração) e a cafeína (confere maior complexo B (na carne, ovos e cereais), mente se reflecte no grau de desgaste energia). Algumas formulações incluem vitaminas A, C e E, zinco e selénio (nos fru- dos alunos. também probióticos que compreentos amarelos/laranja e vegetais verdes), Os jovens dirigem-se à farmácia e pro- dem basicamente membros do grupo
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estes produtos, por si só, não fazem milagres.”
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Época de Exames O Pico da “Suplementação Intelectual” das bactérias ácido lácticas, como os lactobacillus. Estes têm um efeito benéfico na microflora intestinal e ajudam a aumentar o teor de vitaminas B6, B12, C e ácido fólico absorvido. Os vários suplementos variam entre si em alguns constituintes e respectivas quantidades, conforme o objectivo mais específico a que se destinam.
Desvantagens dos suplementos nutricionais “Tudo o que é demais não presta”. Também os suple(...) mentos podem ser perigosos quando utilizados em excesso, já que podem originar fenómenos de toxicidade por desequilíbrio das reacções metabólicas. A ingestão de uma quantidade de vitaminas muito superior à adequada, principalmente no caso de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), pode originar hipervitaminoses e ter consequências graves no funcionamento do organismo. Além disso, um consumo generalizado de suplementos leva ao risco de ocultar outras carências ou mesmo de potenciar os desequilíbrios nutricionais. Alguns jovens podem tornar-se psicologicamente dependentes deste tipo de produtos, achando que sem eles não serão capazes de enfrentar as épocas de maior trabalho, o que se reflecte em ansiedade e desânimo quando não os tomam. Estes problemas advêm principalmente do facto de a maioria dos suplementos não carecer de receita médica, sendo de venda livre e, como tal, de fácil acesso aos consumidores que acabam por fazer uma autogestão sem saber se realmente precisam dos mesmos. É importante informar o médico ou o farmacêutico acerca de doenças e de toda a
terapêutica prescrita, não prescrita e de produtos naturais que se costumam tomar, bem como de sensibilidades individuais (alergias e intolerâncias). Só desta forma se poderá evitar interacções medicamentosas e prejuízos para a saúde que também os constituintes dos suplementos podem provocar.
E quando “os suplementos por si só não são suficientes”? É importante interiorizar a ideia de que
blemas de memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória, sonolência e alteração da capacidade de raciocínio. As anfetaminas, obtidas maioritariamente de forma ilegal, são o exemplo de estimulantes do SNC mais utilizados. Intensificam a adrenalina, aceleram as capacidades cognitivas, diminuem o sono e o cansaço e aumentam a capacidade de estudar várias horas seguidas. O organismo reage acima das suas capaci-
“ não são substitutos de estudo, de uma correcta alimentação nem de um estilo de vida saudável.” os suplementos são úteis apenas como adjuvantes em períodos cruciais como são os de avaliações. Há jovens que, levados pelo desespero, recorrem a outro tipo de produtos e medicamentos quando julgam que os seus objectivos não são atingidos porque os suplementos deixaram de fazer efeito. Errado! É então que abusam de bebidas energéticas e recorrem a antidepressivos e até mesmo a estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC), muitas vezes desconhecendo os efeitos negativos deste tipo de consumo. As bebidas energéticas são maioritariamente constituídas por açúcar e cafeína. O jovem sente-se mais alerta e concentrado, mas o seu consumo regular leva a um impacto bastante negativo na saúde. As doses elevadas de cafeína podem aumentar a tensão arterial, causar palpitações cardíacas, provocar irritabilidade e ansiedade, bem como dores de cabeça, insónias e desidratação. Os antidepressivos e hipnóticos aliviam a ansiedade, mas podem causar pro-
dades, o que é obviamente prejudicial para a saúde. Causam dependência e a sua abstenção provoca astenia, perda de memória, depressão e incapacidade de realizar tarefas normais. Ao combater o cansaço, os suplementos dão um novo ânimo para estudar, podendo os seus efeitos reflectir-se, efectivamente, no aproveitamento escolar. No entanto, é importante ter presente que estes produtos, por si só, não fazem milagres. Possuem propriedades que, quando conjugadas em determinadas formas farmacêuticas, ajudam a optimizar o rendimento diário, mas não são substitutos de estudo, de uma correcta alimentação nem de um estilo de vida saudável. Daniela Pereira Núcleo Redactorial da REFlexus - NRR (Aluna do 4º ano, FFUL)
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Prémio Almofariz Realizou-se, a 29 de Setembro, a cerimónia de entrega dos Prémios Almofariz 2009, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. Este evento, que teve início por volta das 20 horas, é da responsabilidade da revista Farmácia Distribuição e inclui a atribuição dos seguintes prémios: Figura do Ano, Projecto do Ano, Anúncio Profissional do Ano, Laboratório do Ano, Medicamento não sujeito a receita médica (MNSRM) do Ano, Produto do Ano e Produto de Dermocosmética do Ano. Foi com enorme orgulho que a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) arrecadou em 2009 o Prémio Almofariz de Projecto do Ano. Atribuídos pela primeira vez em Abril de 1995, os Prémios Almofariz, são representados simbolicamente por um dos mais significativos elementos da Farmácia de Oficina.
O galardão, atribuído pela redacção da revista Farmácia Distribuição, premeia os projectos profissionais de Farmacêuticos que mais se destacam em cada ano e pretendem ainda valorizar a Farmácia e o Farmacêutico como intervenientes fundamentais da Saúde Pública. Já foram agraciados, em anos anteriores, com o Prémio Almofariz de Projecto do Ano a Bluepharma, o Laboratorio de Estudos Farmacêuticos, a Escola de Pósgraduação em Saúde e Gestão da Associação Nacional de Farmácias (ANF), entre outros. A Atribuição do Prémio Almofariz ao projecto da APEF reconhece o trabalho desenvolvido pelos estudantes na
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formação pré-graduada e contínua dos futuros Farmacêuticos, iniciado em 1998. Desde que surgiu, com objectivos simples, mas ambiciosos, cresceu e expandiu-se. Tornou-se uma referência no sector Farmacêutico, sempre que a voz dos estudantes quer ser ouvida ou sempre que alguém a quer ouvir. Sendo a APEF uma associação que assenta numa estrutura federativa, o seu funcionamento está sempre dependente dos seus órgãos sociais e dos vários membros que a constituem. Neste momento a APEF é constituída internamente por uma Direcção, dividida por departamentos, a Mesa da Assembleia-geral e Conselho Fiscal. A ponte de ligação da APEF com todos os estudantes de Ciências Farmacêuticas, é feita através dos membros que constituem e representam a APEF.
Os estudantes de Ciências Farmacêuticas de Portugal assentam numa APEF unida e inovadora, numa APEF em constante evolução e acima de tudo dinâmica no seu todo. A APEF tendo em conta a sua estrutura e a sua ideologia, tem como bases no presente, a formação e representação dos estudantes, junto de todas a entidades que de certa forma façam parte do circuito Farmacêutico e da área da saúde. É neste presente que se fortalecem como estudantes para que no futuro possamos estar fortes como Farmacêuticos. A APEF está, na minha opinião, a traçar
um caminho para um futuro de excelência, pois tem uma posição própria e clara da actualidade do sector, mostrando oportunamente os seus pontos de vista e as suas preocupações enquanto estudantes e futuros Farmacêuticos. Em 12 anos de APEF, conhecia-a de perto durante 3. Consigo aperceberme realmente de um progressivo ganho de maturidade, que me atesta de brio. Termos recebido no mandato de 08/09 o Prémio Almofariz de Projecto do Ano, comprova isso mesmo: o árduo trabalho desenvolvido por todos os estudantes que passaram pela APEF ao longo destes anos.
Olho para trás e encho-me de orgulho. Orgulho por ter tido a oportunidade de trabalhar com colegas magníficos de ontem, hoje e que continuarão a sê-lo amanhã. Actualmente, como Farmacêutica, deixo aos presentes e para aqueles que ainda estão para vir, umas últimas palavras onde resumo tudo o que a APEF me ensinou: “Na vida, o importante não é ser, ter ou parecer. O importante é fazer, construir e desenvolver. Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas o meu primeiro dever está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres. As grandes oportunidades de ajudar os outros raramente acontecem, mas as pequenas surgem todos os dias.” Andrea De Sousa Vice-Presidente Direcção APEF 08/09
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12º ENEF “Vais Ficar de Fora?” O Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia – ENEF - é sem dúvida a maior actividade a que a APEF se propõe. Como forma de aliviar o stress do dia-a-dia dos Estudantes de Ciências Farmacêuticas, surge assim a 12ºedição do ENEF, totalmente concebida a pensar nos nossos Estudantes. O 12ºENEF é o único a aliar todas as Faculdades de Farmácia de Portugal, no mesmo alojamento, na mesma pista de dança, não esquecendo contudo de conjugar a componente científica às melhores actividades desportivas e a uma animação nocturna desde já garantida em espaços como a conhecida discoteca Duna Beach Club. O fim de semana de 16 a 19 de Abril de 2010 , em Lagos, no Hotel Vitasol Park, será sem dúvida o maior motivo de lembrança do presente ano de 2010 e é a partir deste objectivo que a APEF definiu o rumo do mesmo. O programa deste ano é bastante ambicioso e como tal contamos com a vasta equipa da APEF num trabalho intenso de preparação das Actividades, onde teremos presentes ilustres oradores assim como estarão representadas empresas e marcas de renome internacional, que de diversas formas apoiaram a nossa iniciativa. Além disso teremos tardes bem animadas que não deixarão os nossos participantes parados um único segundo e que testarão a sua capacidade de resistência, a par de jantares e festas temáticas que exigirão muita criatividade dos mesmos . Deste modo, esperamos no fim brindar a mais um ENEF de sucesso , tal como o conseguido em todas as edições anteriores. O nosso maior incentivo é sem dúvida os alunos de Ciências Farmacêuticas e é por eles que lutamos todos os dias. É a alegria deles e a vontade de lutar por um Futuro promissor que nos fazem trabalhar e acreditar cada vez mais neste projecto. Diogo Barreto Director do Departamento Cultural e Científico da APEF
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IX Fórum Educacional da APEF Pela nona vez consecutiva, a APEF, Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, organizou o Fórum Educacional, o qual teve lugar no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz nos dias 27 e 28 de Março. No seguimento do Fórum Educacional anterior, esta nona edição teve por base os mesmos moldes de discussão em torno de seis temas de debate concernentes a conteúdos de interesse de Política Educativa e Profissão Farmacêutica. O modelo de discussão adoptado divide-se em duas etapas fundamentais: discussão dentro do grupo de trabalho e apresentação das suas conclusões num debate final entre todos os grupos. Primeiramente, foram formados seis grupos de trabalho, aos quais foi atribuído um dos seis temas de interesse. Agrupou-se, portanto, os estudantes oriundos dos institutos/faculdades participantes em grupos de trabalho constituídos por igual número de elementos. Por fim, no debate plenário, na presença de ilustres convidados, foram apresentadas as ideias conclusivas de cada grupo. Os convidados representantes da Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias e Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos, Doutora Lígia Reis, Doutora Ema Paulino e Doutor Duarte Santos, respectivamente, contribuíram com o seu conhecimento e a sua experiência profissional e pessoal engrandecendo a discussão no seu todo.
O grande objectivo deste evento é averiguar os conhecimentos dos estudantes de Ciências Farmacêuticas em relação aos objectos de discussão e fazer do Fórum Educacional um meio de discussão fundamental possibilitando o debate entre os estudantes das demais universidades na sua plenitude, através da reunião de dirigentes de Associações/Núcleos de Estudantes, alunos dos Conselhos Directivos e Pedagógicos das várias Faculdades/Institutos, e inúmeros estudantes de Ciências Farmacêuticas das Faculdades/Institutos membros da APEF. Contudo, a finalidade do IX Fórum Educacional não é apenas promover um fim-de-semana dedicado aos vários temas de discussão mas também a posterior formulação de documentos finais conclusivos que representem as linhas políticas orientadoras da APEF. Nesse sentido, a informação resultante da discussão entre os demais estudantes foi compilada e será devidamente tratada a fim de se cumprir a segunda parte do objectivo proposto.
Para mais informações fica atento ao site da APEF (separador DFE). Rita Cristina Rolo Costa Directora do Departamento de Formação e Ensino, APEF Da esquerda para a direita: Doutora Lígia Reis (OF), Doutora Ema Paulino (ANF) e Doutor Duarte Santos (APJF)
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O CAD Aproxima-se... Participa! Já alguma vez te perguntaste como será estar atrás do balcão de uma farmácia todos os dias? Quais as situações e problemas com que te irás debater diariamente? Como devemos comunicar com o utente? Quais as informações que são essenciais? Se também gostavas de saber, o Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD) é para ti! Realizado sob a égide do Departamento de Educação e Promoção para a Saúde (DEPS) este evento tem como objectivo possibilitar uma oportunidade única de avaliar e aperfeiçoar as tuas capacidades como profissional de saúde, nomeadamente como interlocutor de informação entre o medicamento e o utente. Assim, pretendemos fomentar o teu sentido crítico e espírito de iniciativa, alertando-te ainda para a necessidade do desenvolvimento das capacidades comunicativas! E como fazemos tudo isto? Simples, cada participante irá ser projectado para uma situação-problema característica da farmácia de Oficina, sendo a sua prestação prontamente avaliada pelo júri, não só no que se refere às competências profissionais, mas também mediante as habilidades de comunicação demonstradas. Como posso participar? O programa do CAD do mandato 2009/2010 consiste então num conjunto de seis eliminatórias locais, seguida de uma final nacional. Esta final está integrada num fim-de-semana, em forma de seminário, dedicado ao Aconselhamento e Cuidados Farmacêuticos, contendo igualmente workshops de Comunicação, Qualidade em Saúde e Fontes de Informação e Documentação Este é o calendário para a XII Edição do CAD: - Instituto Superior de Ciências da Saúde – Egas Moniz, dia 21 de Abril pelas 9h30; - Universidade Lusófona, dia 21 de Abril pelas 14h30; - Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, dia 27 de Abril pelas 9h30; - Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte, dia 27 de Abril pelas 14h30; - Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, dia 28 de Abril pelas 9h30; - Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, dia 28 de Abril pelas 16h. - Seminário de Cuidados e Aconselhamento Farmacêutico: Dias 22 e 23 de Maio, a decorrer na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto; - Final: Tarde de dia 23 de Maio, na Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos. De que estás à espera para participar? Inscreve-te já na tua AE/Núcleo! O que posso ganhar com isto? O vencedor da edição do presente ano representará Portugal no Pacient Counceling Event (versão mundial do CAD) no 56th IPSF (Internacional Pharmaceutical Student’s Federation) Annual Congress, a ter lugar no Verão de 2010 na Eslovénia! Para além disto vais conhecer estudantes de Ciências Farmacêuticas de todo o país, ganhar muitos brindes e será, sem dúvida, uma experiência inesquecível e extremamente enriquecedora, que te vai permitir desenvolver algumas das ferramentas e métodos de trabalho essenciais à tua (e nossa) futura actividade profissional! Para mais informações/sugestões vai consultando o nosso site em www.apef.pt ou contacta-nos para deps@apef.pt Contamos contigo! Ana Rita Tiago Directora do Departamento de Educação e Promoção para a Saúde, APEF
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O CAD Aproxima-se... Participa! Vencedora do CAD 2009 Foi com grande prazer que assisti, este ano, a mais uma edição do Concurso de Aconselhamento ao Doente e que tive a oportunidade de participar na eliminatória local do meu estabelecimento de ensino, a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e, numa fase posterior, na eliminatória final na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Este tipo de iniciativas revestem-se de enorme relevância no percurso académico dos estudantes de Ciências Farmacêuticas visto que, apesar do nosso plano curricular contemplar uma gama alargada de áreas de intervenção farmacêutica, salta à vista a lacuna na componente prática em farmácia comunitária, vertente pela qual a grande maioria dos estudantes opta. Mediante uma cuidada preparação do caso clínico, este concurso permitiu pôr à prova, além do conhecimento científico, as técnicas de comunicação e postura, assumindo-se como uma excelente forma de preparação para o mercado de trabalho. Foi um enorme orgulho poder representar a FFUP neste concurso a nível nacional e poder trazer para esta casa o prémio de primeiro lugar. Deixo esta mensagem no sentido de incentivar os meus colegas, principalmente os da minha faculdade na qual se verifica uma baixa taxa de adesão, a aceitarem este desafio. Não tenho a menor dúvida de que, testando as suas competências, serão capazes de superar as expectativas, demonstrando o profissionalismo, excelência, rigor e dedicação ao utente que caracteriza a nossa classe. Liliana Teles Aluna do 5º ano, FFUP
Fotos do CAD 2009
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APEF em Estágios “A Realidade da Profissão Farmacêutica” O que é?
Experiência na primeira pessoa...
A maioria dos estudantes de Ciências Farmacêuticas apenas tem o primeiro contacto com a Profissão Farmacêutica no estágio curricular. E, logo após os seis meses de estágio profissional em Farmácia de Oficina e/ou Hospitalar, o aluno, agora Farmacêutico, desembarca num mundo novo, incerto das suas qualificações e capacidades. De forma a colmatar esta lacuna no ensino e procurando satisfazer as carências de vivência profissional dos estudantes de Ciências Farmacêuticas, a APEF organiza um conjunto de estágios nas demais especialidades da profissão farmacêutica. O APEF em estágios possibilita que estudantes curiosos satisfaçam o seu interesse numa determinada área profissional, ou possam experimentar a realidade da especialidade que desejam seguir na sua vida profissional futura. O conjunto de estágios extra-curriculares abrange as várias áreas de actuação farmacêutica: Farmácia de Oficina, Farmácia Hospitalar, Indústria Farmacêutica, Análises Clínicas e Distribuição Farmacêutica, de preferência distribuídas por todo o território nacional, satisfazendo todos os estudantes e facilitando o seu acesso. Os estágios decorrem nos meses respectivos às férias lectivas do estudante, Agosto e Setembro, e estão igualmente acessíveis aos alunos de Ciências Farmacêuticas do 1º e 2º ciclos. De forma genérica, este projecto decorre em três etapas: inscrição, selecção e colocação dos candidatos apurados a nível nacional. O período de inscrição, com preenchimento e entrega da candidatura, decorre de 26 de Maio a 1 de Julho. Por conseguinte, a colocação dos candidatos é feita de acordo com a sua preferência e o resultado obtido através dos critérios de selecção. A APEF está consciente que o estágio profissional é o elo de ligação entre a universidade e o mercado de trabalho, entre o estudante e a profissão Farmacêutica. Não obstante, o estágio extra-curricular engrandece o estudante como profissional de saúde e enriquece o seu currículo, factor importante de selecção no mercado de trabalho. Portanto já sabes: a oportunidade de experimentar aquela área que tanto gostas ou que queres conhecer está à tua frente! Não a desperdisses e Candidata-te! Fica atento ao separador DFE do site da APEF e saberás todos os pormenores.
Laboratórios Azevedos – Indústria Farmacêutica, S.A., foi esta a empresa que me acolheu no estágio APEF extra-curricular. Estava ainda em Split, Croácia, quando recebi a notícia que tinha sido aceite no projecto “APEF em Estágios”, e na minha primeira opção – indústria farmacêutica. Estavam então programados dois lugares para o mesmo local de estágio: um para marketing; o outro para assuntos regulamentares. A minha preferência recaiu instantaneamente para o marketing, no entanto, fui parar aos assuntos regulamentares, devido ao facto de praticamente já ter terminado o curso, nove semestres curriculares mais quatro meses de estágio em farmácia comunitária, tendo por isso mais experiência e valências (supostamente…) que a outra colega que entrou comigo nos Laboratórios Azevedos. E possivelmente foi o melhor que me aconteceu… Desmitifiquei o “bicho papão” que seriam os assuntos regulamentares (também conhecidos como registos) para algumas pessoas com quem tinha entretanto conversado acerca deste assunto. Percebi desde o primeiro dia que este é um departamento fundamental, a par de outros, para o bom funcionamento do percurso de introdução no mercado do medicamento, finalizando toda a cadeia que começara no desenvolvimento da molécula ou de numa mera decisão de compra de determinada molécula genérica pela administração de uma empresa. Sendo os Laboratórios Azevedos uma empresa nacional, todos os problemas “caíam” na secretária (com o devido apoio) para nós resolvermos, isto é, não há casa-mãe (como nas multinacionais) para nos direccionar na resolução desses problemas, tornando desta forma os assuntos regulamentares numa empresa nacional (a minha experiência) um trabalho dinâmico, pouco monótono e sempre motivante. Foi neste seguimento que decidimos (eu e a empresa) prolongar o estágio por mais um mês de forma a poder não só aprender ainda mais como também aplicar em casos reais tudo o que fora explicado pelas farmacêuticas do departamento. De uma forma global, este estágio foi um lançamento na minha carreira profissional, não só pelo que aprendi, pela experiência que ganhei ou pelos amigos que fiz mas também porque é o meu local de trabalho na actualidade, podendo afirmar que a “APEF em Estágios” foi a minha porta de entrada para o mundo profissional.
Rita Cristina Rolo Costa Directora do Departamento de Formação e Ensino, APEF
Tiago Fonseca Mestrado em Ciências Farmacêuticas
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Apaixonado pelo Mundo
International Pharmaceutical Students’ Federation Podemos ser muito felizes, muito felizes para o(a) escolheres em www.ipsf.org). mesmo. Mas se não conhecermos outras As minhas funções são estruturantes realidades, simplesmente, não sabemos (e desgastantes). Por um lado sou se podemos ser ainda mais felizes. responsável por garantir que tudo o A curiosidade que me é intrínseca, que se passa está de acordo com os proporcionou-me uma vida académica Documentos Oficiais da IPSF e por fazer e associativa cheia de estímulos a revisão anual a estes “estatutos”; exuberantes e histórias para contar. são 59 páginas de capítulos, artigos, Porque decidi então terminar esta fase alíneas, pontos e anexos. Por outro como Secretário-geral da IPSF? lado sou responsável pelo sistema de Entrei na FFUL em Setembro de 2004 e comunicação, nomeadamente pela dei logo de caras não só com a AEFFUL, gestão dos 31 yahoogroups e pelo mas também com estudantes Eslovenos endereço generalista ipsf@ipsf.org. An international team sharing the IPSF spirit num programa Twinning (que na altura Ainda sou responsável por aprovar, at the 1st IPSF Executive Meeting 2009-10 ainda estava longe de ser adoptado publicar, registar, guardar e organizar pela EPSA1). Em Junho de 2005, já Contact-Person (CP) “tudo o que é produzido” pela IPSF, incluindo o registo oficial da AEFFUL, ajudei na recepção do Presidente da IPSF a das reuniões feito por mim. Portugal, e em Agosto do mesmo ano fui ao meu primeiro Se estou cansado, se estou desmotivado, não! Nem nada que congresso internacional da IPSF na Alemanha. No ano de se pareça. O “desgastante” aparece aqui só para ter a certeza 2004-05 o sentimento de que acabara de sair do armário que os leitores percebem que as minhas funções são o menos teve picos brutais e continuou de pico em pico até hoje. importante deste artigo e do meu percurso associativo. O mais Na IPSF eu vivi um pouco de tudo, desde a sedimentação importante é a partilha de um espírito de orgulho e confiança de projectos já existentes como o Student Exchange na Profissão Farmacêutica ao nível internacional, com todas as Programme (SEP), à fortificação de laços com organizações diferenças e semelhanças, e todas as limitações e potencial. internacionais (WHO2, UNESCO3, FIP4), à criação de projectos A minha vivência internacional tem-me sido muito importante. de colaborações com outros estudantes (WorldHSS5), ao Aprendi, cresci e ensinei. Acima de tudo aprendi a ver, a ver nascimento de um potencial novo ciclo de NGOs6 (Leaders pro-actividade e a ver passividade. Hoje sou mais feliz e para in Training), a crises de recursos humanos graves (demissão mim o mais fez diferença. Por isso fica o convite para explorarem. do Presidente em 2007-08). E por ter vivido e recebido tanto, achei que era altura de dar um pouco mais. Pedro Lucas Como Secretário-geral eu IPSF Secretary General 2009-10 não estou na linha da frente secgen@ipsf.org no combate à contrafacção Since establishment in 1949, IPSF now represents more than 350,000 de medicamentos, nem pharmacy students and recent graduates in 84 countries worldwide. represento os estudantes de IPSF is the leading international advocacy organization of pharmacy Ciências Farmacêuticas nas students promoting improved public health through provision of information, education, networking, and a range of publication and reuniões com o Executive professional activities. www.ipsf.org Board da WHO em Geneva, muito menos vou ao Uganda 1 – European Pharmaceutical Students’ Association preparar o nosso novo 2 – World health Organization projecto humanitário de 3 – United Nations Education, Scientific, and Cultural Organization cuidados de saúde em 4 – International Pharmaceutical Federation campos de refugiados, tal 5 – World Healthcare Students’ Symposium Place: International event como não estou directamente 6 – Non-governmental organizations Dress code: Semi-formal Attitude: Happiness at its peak ligado a qualquer que seja o teu projecto/actividade favorito(a) da IPSF (e se não tens um(a), aqui fica a chamada
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Individual Mobility Project A Tua Oportunidade Internacional A Associação Europeia dos Estudantes de Farmácia (EPSA) lançou no ano passado um novo Projecto, designado por Individual Mobility Project (IMP), vocacionado para os estudantes de Farmácia que frequentam o último ano de faculdade e para recém-licenciados. O IMP consiste num estágio remunerado, com a duração de 2 a 12 meses nas diversas áreas de Ciências Farmacêuticas a nível europeu. A duração do estágio será determinada pela empresa anfitriã bem como as condições de estadia (alojamento, refeições, transporte e possível “pocket money”). O IMP surgiu como um Projecto inovador para os estudantes de Farmácia com o objectivo de incentivar e assim aumentar a mobilidade dos estudantes. Cada vez mais, as experiências internacionais tornam-se uma mais valia para os futuros profissionais de Ciências Farmacêuticas, nós. Numa altura em que nos encontramos em constantes mudanças, surge a necessidade de Portugal acompanhar essas mesmas evoluções sejam elas tecnológicas ou sociais. Do
que poderás colocar no teu Curriculum Vitae (CV). Têm decorrido processos de selecção para a vaga que abriu na Faculdade de Farmácia de Helsínquia, Finlândia. Muitos estudantes de Farmácia concorreram a esta vaga e dentro de pouco tempo saber-se-á quem é o feliz contemplado para esta magnífica experiência. Como é que é feita a divulgação deste Projecto? Através do Gabinete Internacional da tua Associação dos Estudantes, serão divulgadas periodicamente as vagas existentes para IMP. Este fará a ligação com o coordenador nacional de IMP que estará em contacto directo com os
“O IMP surgiu como um Projecto inovador para os estudantes de Farmácia com o objectivo de incentivar e assim aumentar a mobilidade dos estudantes.” restantes coordenadores europeus, acompanhando todo o processo de candidatura e selecção para as vagas. Achas que o IMP é adequado para ti? Então aqui segue a lista de documentos necessários e que terás que enviar para te candidatar a futuras vagas: Motivation letter, CV, Certificado de notas, fotocópia do cartão de estudante e uma IMP Application Form disponível em formato digital via online em http://www.epsa-online.org/imp . Documentos facultativos como certificados de participação em Congressos, Simpósios ou de cursos linguísticos serão um extra para construíres uma candidatura completa. Resta despedir-me de todos, com o sentimento de vos ter despertado o interesse em estagiar num país Europeu. Aguardando as vossas futuras candidaturas, Com os melhores cumprimentos,
“Trabalhar a nível Europeu, neste momento, torna-se uma realidade para os estudantes de Farmácia através deste projecto.” mesmo modo o Farmacêutico aparece aqui como veículo de conhecimentos e ideologias além-fronteiras, com o principal objectivo de todo e qualquer Futuro Profissional de Saúde – o bem estar da sociedade. Tanto a nível cultural, como profissional é, sem dúvida, uma experiência enriquecedora para quem nela embarca. Trabalhar a nível Europeu, neste momento, torna-se uma realidade para os estudantes de Farmácia através deste projecto. Além de ser um projecto enriquecedor a nível pessoal, será uma óptima experiência
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Bruno Marques National Coordinator of IMP, Portugal – 2009 Presidente da AEFFUL
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EPSA Annual Congress Reims - 2009
O congresso anual da EPSA de 2009, realizou-se em Reims na França de 20 a 26 de Abril com uma comitiva portuguesa de 28 pessoas! Esta, distinguiu-se por ser a mais numerosa e, como não poderia deixar de ser, foi também a comitiva que demonstrou mais espírito e animação ao longo de todo o congresso! Em Abril de 2010 este congresso será na bela cidade de Cracóvia na Polónia e promete! Este evento é de grande relevância, sendo o mais importante acontecimento da EPSA, onde estudantes de toda a Europa podem dar o seu contributo. Aqui, os participantes podem deixar as suas opiniões e partilhar experiências, permitindo uma maior aproximação entre os estudantes europeus. O Congresso para além das assembleias-gerais e do seu carácter educacional, tem também muito vincado o seu cariz social. Durante todas as actividades é possível a interacção com outras culturas, a descoberta de outras realidades e claro…existe também muita diversão nocturna! Os passeios pelas cidades escolhidas são também parte integrante do programa. Tudo isto por uma quantia acessível ao bolso de um estudante comum! Para além deste congresso existe ainda o Autumn Assembly, que foi em Outubro de 2009 em Génova, Itália e a Summer University que no próximo ano será em Julho na Bulgária. Se ainda não marcaste a tua presença terás muitas mais oportunidades para participar! Para mais informações, não hesites! Contacta a APEF! Para isso, podes enviar um email para imp@apef.pt ! Lígia Gomes National Individual Mobility Project Coordinator
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Student Exchange Programme “The Summer World Experience”
O SEP (Student Exchange Programme) é o programa mais famoso da IPSF (International Pharmaceutical Students Federation). Começou em 1958 com dois alunos e actualmente cerca de 50 organizações de todo o mundo participam no SEP e cerca de 500 intercâmbios são realizados anualmente. Com ele tens a oportunidade de fazer um estágio extracurricular lá fora, numa das várias áreas que o teu curso te oferece (Farmácia comunitária, indústria, investigação, etc), não deixando de parte uma experiência cultural e social inesquecível. O SEP permite-nos crescer a todos os níveis e é a melhor forma de um aspirante a farmacêutico passar o Verão. Portugal está na vanguarda dos países que mais fazem SEP e todos aqueles que já participaram nesta aventura têm a mesma opinião: “The experience of a lifetime!” Aqui tens duas SEP Histories às quais não vais ficar indiferente. Teresa Torres Student Exchange Officer, APEF
De que estás à espera? Escolhe já o teu destino e inscreve-te no próximo ano!! SEP World Map (http://sep.ipsf.org/worldmap.html)
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Student Exchange Programme “The Summer World Experience” KARLOVY VARY
CZECH REPUBLIC A minha história no SEP começou muito cedo. Desde que ouvi falar deste programa na faculdade que percebi que este preenchia todos os requisitos do que eu queria fazer, uma experiência profissional, que me daria a hipótese de conhecer novas pessoas e culturas. Decidi então participar. Cumpri os procedimentos normais de candidatura, esperei pelos resultados e lá soube que iria para a República Checa para uma pequena cidade termal chamada Karlovy Vary. Parti com imensa curiosidade para descobrir tudo o que me esperava, mas tudo o que vivi superou as minhas expectativas. Na farmácia onde fiquei, fazia manipulados, arrumava medicamentos e conferia receitas. Mas trabalhar numa farmácia lá fora não é apenas isto. Nem sempre é fácil conciliar as diferenças linguísticas e culturais assim como também as diferenças da formação profissional que cada um recebe no seu país. Mas quando ultrapassamos essas pequenas dificuldades, crescemos como profissionais. O contacto que temos com os farmacêuticos com quem trabalhamos é também uma excelente forma de abrirmos os nossos horizontes, de alargarmos um pouco o nosso pequeno mundo, percebendo que numa sociedade cada vez mais globalizada é fundamental esta partilha de experiências entre todos. Mas o SEP não é só trabalho. Durante este mês cruzei-me com muitas pessoas que me marcaram muito. Não posso esquecer as minhas colegas portuguesas e macedónicas, com quem vivi tantas aventuras nas viagens que fizemos pelos países em volta, durante os nossos dias de folga. Na minha
SEP Experience... memória também ficarão sempre os momentos vividos com todos os checos que nos receberam sempre tão bem. O convívio entre as pessoas de diferentes países que participam neste projecto é algo inesquecível, apesar das nossas diferenças havia sempre algo em comum, a paixão pela farmácia. O SEP deve também ser aproveitado para nos enriquecermos culturalmente. Quando visitamos um país apenas em turismo não nos apercebemos da sua verdadeira dinâmica e dos seus costumes. Pelo contrário, se estamos mesmo a morar nesse pais, como acontece durante o SEP, tudo é diferente, adaptamo-nos aos hábitos, envolvemo-nos no dia-a-dia como verdadeiros habitantes, conhecemos a realidade de uma forma diferente. É difícil descrever em poucas palavras tudo o que se vive quando se participa num programa destes. É uma mistura de experiências profissionais, culturais e de amizade que nos fazem crescer, dandonos um “background” fundamental para enfrentarmos os desafios que o futuro nos impõe. É uma oportunidade única que recomendo a todos. Alice Rebelo (Estagiária, FFUL)
COIMBRA Portugal It is not only the possibility to visit an interesting piece of world, to get away from your everyday work, to do something out of the schedule. First of all, a foreign practice widens our horizons, and not only gives us the chance to verify the way we think as also gives as an opportunity to gain new ideas for the future...
Last summer, in July I was working in community pharmacy in Coimbra. I personally became convinced from my practice that Portugal has a highly developed medical service which includes Pharmacy. The pharmacist has a responsible role and is treated with respect by the community. He is as important as a doctor and his position as a doctor’s adviser is strongly emphasized, especially when it comes to the safety and drugs’ dosage. I experienced how a Portuguese pharmacy looks like on the other side of the country and got to know the rules of it. And what could I see? It is a little bit different from what I’m used to, the Polish pharmacies. I visited the whole country... I saw the sunset from the Ocean’s coast, walked along the longest bridge in Europe, took a crazy tour with the old tram after a few sips of original, Portuguese wine and admired so many beautiful monuments in the most important cities... Lisbon, Porto, Coimbra... But what did this trip so unusual? The wonderful people from all over the world that I accidentally met. The students who, as me, decided to go abroad to find new perspectives. It was a possibility to exchange points of view, experiences, opinions and at least to gain new friendships - long lasting ones - sealed by the shared work and holidays. I was lucky to get chosen by Portugal! Finally, I just can say... expect me in your country again for sure!! See you soon, Aleksandra Rak
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O que é o Quatrino? Resposta fácil! É um programa de intercâmbio que envolve 4 países! Bulgária, Portugal, Suécia e Turquia! Idealizar um projecto de troca de experiências culturais, sociais e educacionais não é difícil….difícil é concretizar e consegui-lo a custo quase zero! Esta iniciativa começou por volta de Dezembro de 2008 quando um grupo de jovens através do Mobility Working Committee da EPSA deram asas á imaginação e sonharam viajar pela Europa fora… com o cognome PUSH (Pharmacy Union of Students for Healthcare) desejámos promover a mudança, conhecimento e a compreensão intercultural! O Cognome? Não posso deixar de frisar, que nasceu numa tarde solarenga e “animada” na esplanada da FFUL…autoria portuguesa a cem por cento! E assim me deparei com o mundo da burocracia, das facturas, dos orçamentos…mas não se pode desistir quando o objectivo é tão nobre! E após o desfecho recente deste projecto em Portugal em Março de 2010…posso desde já afirmar que foi uma aposta ganha! Este projecto no fundo, leva um estudante a uma cidade longínqua onde durante uma semana há um programa variado a cumprir…cultura e educação para a saúde não faltam! Os mais rijos ainda podem lançar-se na noite…é óbvio que a vida social não acaba depois do jantar! E então? Não é a combinação perfeita? Diversão, novas amizades, viajar e aprender? Convencidos? Na próxima Páscoa teremos alunos que irão rumo à Bulgária e após um verão bem passado, por volta de Setembro será a vez de visitar Istambul! Estejam atentos ao site da APEF para informações relativas às inscrições! A primeira parte? Decorreu na Suécia em Novembro de 2009 e foi o começo de muitas amizades como poderão perceber pelos excertos que vos deixo… Lígia Gomes National Individual Mobility Project Coordinator “Tudo começou no Aeroporto de Lisboa quando 12 pessoas, muitas das quais nunca tinham tido qualquer contacto com nenhuma das outras, embarcaram numa aventura rumo a um país cinzento com pessoas rotuladas como frias e rigorosas, civilizadas e intolerantes, carrancudas e fechadas... na minha modesta opinião o antagonismo completo em relação a qualquer português modelo. (…) Após toda a fase de instalação levaram-nos a uma das suas tradicionais “nations” que, são basicamente residências de estudantes apetrechadas com cantina, biblioteca, etc... e que, pura e simplesmente, se transformam em clubes nocturnos
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depois do jantar, dando-nos a possibilidade de assistir a transformações tão peculiares como estar numa pista de dança dentro de uma bibioteca rodeado por livros e estantes que pareceram-me já terem presenciado milhares de festas como aquela. Nas manhãs seguintes até ao penúltimo dia, o ritual foi praticamente o mesmo. Deveríamos estar prontos para sair às 8:30 da manhã. De pequeno-almoço tomado, cachecol à volta do pescoço e muitas vezes de guarda-chuva em haste! Após a saída, religiosamente pontual, no inicio da semana, 20 minutos separavam-nos de um mundo de associativismo universitário que eu nunca antes tinha presenciado, num edificio que muitas faculdades em Portugal nunca ambicionarão ter e que basicamente era a AEFFUniversitetUppsala (não se chamava assim mas a analogia está feita). Espectacular! (…) Na parte didáctica da viagem, creio que todo o programa proposto por eles foi alcançado. Fomos divididos em vários grupos com diferentes tarefas e, por meio das conferências, visita ao Jardim Botânico e à Catedral, lá trabalhamos com vista a dignificar o máximo possível, o evento e os seus respectivos, propósitos. Viagem terminada, trouxe comigo na bagagem uma experiência super interessante e enriquecedora. Fiz amigos, conheci pessoas, culturas, estilos de vida. Adorei, Amei…quero voltar a fazê-lo. Não sei se alguma vez terei oportunidade de experimentar outra vivência como esta, mas voltei com a clara sensação que jamais esquecer-me-ei desta e daqueles que dela fizeram parte. A todos um muito obrigado e, espero que, um até já.” Luís Nuno Abreu (Madeiras) FFUP
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Passatempo REFlexus Alguma vez pensaste em ter uma experiência na área da Indústria Farmacêutica? Aqui está a tua oportunidade!! Basta escreveres um artigo* sobre o tema: ”Situação actual da Indústria Farmacêutica Nacional e perspectivas Futuras” e enviares para o email dpi@apef.pt. A REFlexus em parceria com o Grupo Azevedos oferece um estágio de 6 meses em indústria na área dos Assuntos Regulamentares ao autor do melhor artigo, sendo este publicado na próxima edição da REFlexus. *O artigo deverá ter no máximo 750 palavras e a data limite para a entrega do mesmo será 15 de Maio.
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Aumenta o Teu Conhecimento... Descobre as actividades que os Membros da APEF têm agendadas para este ano e participa! O Núcleo de Estudantes de Ciências Farmacêuticas do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz é uma organização que visa defender os interesses dos alunos deste curso do ISCSEM. Além da Direcção, o NECF encontra-se dividido em cinco Departamentos, seguindo-se o plano de actividades de cada um deles: O Departamento de Apoio ao Aluno pretende ter uma base de dados das farmácias comunitárias, indústrias farmacêuticas, biblioteca das várias disciplinas e realização de estágios profissionais. O Departamento de Educação e Promoção para a Saúde tem como objectivo promover rastreios químicos, o CAD (Concurso de Aconselhamento ao Doente), a celebração do Dia Mundial da Sida, Dia Nacional do não fumador, e voluntariado. O Departamento de Ensino e Formação organizará a Expofarma, VI Simpósio do NECF do ISCSEM, Curso de Socorrismo, Workshop de saídas profissionais, Hospital da Bonecada, tertúlias, colóquios. O Departamento de Publicação e Imagem este ano pretende criar um novo site, Mailing list dos alunos, Estagiários e Profissionais, newsletter, Revista do NECF, entre outros. O Departamento de Relações Internacionais realizará a Semana Internacional, a internacionalização dos eventos do NECF, os estágios e será participante activo na organização do ENEF. Na sua já longa existência, o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) pautou-se por proporcionar aos seus estudantes um vasto leque de actividades de cariz cultural, desportivo, formativo e social. Neste sentido é objectivo primário da nova equipa valorizar e promover estes excelentes projectos que elevaram o núcleo ao patamar em que hoje se encontra. Num sentido de inovação e resposta ao mundo actual, a criação este ano do Pelouro intitulado “Protocolos Extra-Curriculares” tem em vista criar, promover e divulgar projectos de investigação, estágios nas diversas áreas abrangidas pelo curso, entre outros, com o único intuito da valorização da formação do estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Num sentido mais formativo promoveremos, para além do Simpósio e Congresso Científico a que o NEF/AAC já nos habituou, outras actividades que venham colmatar a necessidade de esclarecimento e formação do estudante. Noutro ponto de vista, pretendemos também firmar a posição do NEF/AAC na sociedade, promovendo uma ligação efectiva que nos permita chegar até ao cidadão comum, agendando desde já o “Dia Aberto na FFUC” de forma a dar a conhecer o curso, a faculdade e o NEF/AAC aos estudantes do secundário. Reavivado no ano passado o jornal “O Pilão” voltará a marcar presença este ano com publicações frequentes. Tentaremos criar um interface entre cultura e desporto com o projecto “mente sã em corpo são” que combinará ligas desportivas que visam oferecer uma prática desportiva regular com actividades culturais e de destreza mental. Sem mais assunto, resta despedirmo-nos deixando o convite para aparecer e participar nas nossas actividades a todos os interessados.
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Aumenta o Teu Conhecimento... A jovem e presente direcção da AECFUL, está a planear uma panóplia de enriquecedoras actividades que passam pela formação académica, actividades de carácter lúdico e desportivo, e acções de solidariedade. A nossa Associação caminha sempre no sentido de incentivar o estudante de Ciências Farmacêuticas a participar nas actividades organizadas por nós, tendo como recompensa o enriquecimento pessoal e vivências únicas. No mês de Março, realizou-se a IX Edição dos Desafios das Ciências Farmacêuticas, que abordou as várias áreas profissionais do sector farmacêutico. Esta actividade tem o intuito de informar e dar a conhecer aos alunos de CF o vasto Mundo Farmacêutico. Em Abril a AECFUL irá realizar uma conferência sobre Nanotecnologia Farmacêutica, abordando vários aspectos desta recente vertente farmacêutica. Ainda antes dos exames do 4º trimestre e das tão merecidas férias de Verão, vão-se realizar Workshops de dança e defesa pessoal. A AECFUL tem como ponto fulcral o Estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, assim como, todas as actividades que se propõe realizar ao longo do presente mandato são em prol do nosso estudante. A AEFFUL tem já no seu currículo uma longa tradição de iniciativas que oferece aos alunos da FFUL. Desde as actividades formativas que complementam as competências adquiridas nos 5 anos de curso, até às habituais Farmos, o Arraial das Palmeiras e o grandioso Sarau Académico. Em Março iniciar-se mais uma Campanha de Sensibilização para a Profissão Farmacêutica, que deu a oportunidade de regressar às escolas secundárias e falar um pouco sobre o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas aos pré-universitários. Abril será o mês da formação. Começando com o Curso em Factores de Risco Cardiovascular e respectiva campanha, passando pelo XIV Seminário AEFFUL, com um tema forte da actualidade farmacêutica, este mês terminará com a segunda edição da bem sucedida Acção de Formação em Gestão em Farmácia. Já a caminhar para o final do ano lectivo, Maio será o mês mais lúdico. A abrir será a sempre tão esperada Farmo de Verão. O calor de Maio receberá, este ano, o XV Sarau Académico que será o ponto alto de mais um ano lectivo, que terminará após o Arraial das Palmeiras. Ainda em Maio decorrerá a Conferência “À Conquista do 1º Emprego”, que pretende facultar dicas para se obter um bom desempenho numa entrevista de emprego ou na elaboração de um Curriculum Vitae. No segundo semestre, como habitual, Setembro será o mês da recepção aos novos alunos, com a Semana do Caloiro. A partir daí, continuaremos com a formação, passando pela Farmo de Inverno e terminando no Jantar de Natal.
Este ano apresentamos um Plano de Actividades extenso e completo, e entre as nossas actividades, destacamos apenas algumas. A nível da Comunicação, este ano apresentaremos uma Revista semestral e daremos início ao projecto da Rádio dos estudantes da FFUP! Em Abril realizaremos as Terapias Complementares, em que abordaremos, entre outros temas, a hipnose, e, em cooperação com a Associação Coração da Cidade, com a Câmara Municipal do Porto e a Porto Lazer, uma Corrida de Beneficência que esperamos ser bastante participativa por parte dos estudantes e aberta à comunidade. Os estudantes terão a oportunidade de frequentar Estágios Extra-Curriculares nos meses de Verão, complementando assim a vertente formativa que recebem no Curso. No mês de Outubro concretizar-se-á o Campo Montanha, com actividades desportivas e lúdicas. Em Novembro realizaremos o V Congresso Científico da AEFFUP e posteriormente o Sarau Cultural. A Direcção da AEFFUP convida-vos a visitar estas e outras actividades em http://www.aeffup.com/.
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Agenda Cultural
Música Mika Data: 16 de Abril Local: Campo Pequeno, Lisboa
Festa 80’s - Renascença Data: 23 de Abril Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
David Fonseca
Grizzly Bear
Data: 9 de Abril Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Data: 26 de Maio Local: Coliseu de Lisboa
Data: 16 Abril Local: Coliseu do Porto, Porto
Data: 27 de Maio Local: Coliseu do Porto
Alicia Keys- The Freedom Tour
Optimus Alive ’10 Data: 8, 9 e 10 de Julho Local: Passeio Marítimo de Algés, Oeiras, Lisboa
Data: 29 de Abril Local: Pavilhão Atlântico, Lisboa
Crookers Clash Club
Metallica World Magnetic Tour 10
Data: 30 de Abril Local: Teatro Sá da Bandeira, Porto
Data: 18 e 19 de Maio Local: Pavilhão Atlântico, Lisboa
Gotan Project Data: 8 de Maio Local: Coliseu do Porto, Porto
Rise Against Data: 6 de Julho Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Rock in Rio Lisboa 2010
Festival Marés Vivas’10
Data: 21,e 22 e de 27 a 29 de Maio Local: Parque da Bela Vista, Lisboa
Data: 15, 16 e 17 de Julho Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Exposições
Teatro Uma Família Portuguesa
Joana Vasconcelos – Sem Rede
Miserere
Datas: 25 de Março a 2 de Maio Local: Teatro Aberto – Sala Vermelha, Lisboa
Datas: 15 de Abril a 23 de Maio Local: Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa
Num Dia Igual aos Outros
Beatriz Sendin - Que diabo queres de mim?
Datas: até 18 de Abril Local: Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa
Homens de Escabeche Só os idiotas querem ser radicais
Data: até 18 de Maio Local: Museu Colecção Berardo, CCB, Lisboa
Sem Cartaz
Datas: 1 e 2 de Maio Local: Teatro Helena Sá e Costa, Porto
Datas: 1 de Maio a 30 de Junho Local: Teatro do Campo Alegre, Porto
Data: 26 de Março a 28 de Abril Local: Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas, Porto
Exposição de máquinas fotográficas Data: até 18 de Maio Local: Galeria A. Carneiro da Silva, Coimbra
Dança Magic of the Dance Data: 18 de Abril Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Eurobattle’10| Int. Hiphop event
Nossos
Bounce - Insane in the Brain
Data: 20 de Abril Local: Teatro A. Gil Vicente, Coimbra
Data: 1 e 2 de Maio Local: CACE Cultural do Porto, Porto
Data: 14 de Maio Local: T. Helena Sá e Costa, Porto
Data: 18 a 23 de Maio Local: Auditório dos Oceanos - Casino de Lisboa, Lisboa
Data: 24 de Abril Local: Coliseu do Porto, Porto
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