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ficha técnica Propriedade Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) Secção Regional da Ordem dos Farmacêuticos do Porto Rua António de Cândido 154-4200 Porto email: apef@apef.pt www.apef.pt

Índice

4 Editorial

Director Geral Daniel Filipe Viriato Pereira email: dpi@apef.pt

6 Museu da Farmácia 30 mil anos de História da Saúde em solo Português

Design/Grafismo Daniel Filipe Viriato Pereira DesignB - Paulo Brito

8 Saúde Multidisciplinaridade na Educação em Saúde

Núcleo Redactorial da REFlexus Ana Isabel Pires Daniela Filipa Costa Pereira Joana Costa Reis do Nascimento Joaquim Gonçalves Maria Teresa Raposo Cardoso Mariana Roldão Santos Tânia Soraia Moreira Soares

10 Entrevista João Cordeiro, Presidente da Associação Nacional das Farmácias

Agradecimentos APEF Apoios Bluepharma Colaboradores Dr. João Cordeiro Dr. João Neto Grupo Azevedos Multiviagens Membros

14 Passatempo REFlexus 16 Vencedor do I Passatempo REFlexus

24 NECF ISCSEM Projecto Pagué III : Investigação em Plantas Medicinais 26 NEF / AAC “Agarra o Teu Futuro!” 28 APEF 12º Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia 31 APEF IV Congresso Científico da APEF 32 APEF Quatrino 34 APEF Student Exchange Programme

17 REFlectindo 18 Viagens Parceria Multiviagens/APEF

Tiragem 3000 exemplares Periodicidade Semestral

19 Membros da APEF Juntos por Farmácia

Impressão Ediliber, Lda. Depósito Legal: 309067/10 Apoios Ordem dos Farmacêuticos Associação Nacional das Farmácias

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13 FIP 2010 International Pharmaceutical Federation Congress, Lisbon 2010

22 AEFFUP IJUP – Iniciação à Investigação na Universidade do Porto

20 AEFFUL XIV Seminário AEFFUL: “Contrafacção de Medicamentos: Uma Problemática Global e Actual”

36 APEF SEP Weekend 37 APEF EPSA – European Pharmaceutical Students’ Association 38 APEF International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF) World Congress, Ljubljana 39 Sabias que...

Revista dos Estudantes de Farmácia


editorial

Caros estudantes, é com grande prazer e sentimento de dever cumprido, que mais uma vez vos escrevo na Revista dos Estudantes de Farmácia, a REFlexus, agora na segunda edição e que tem conquistado a atenção de muitos estudantes. As Associações de Estudantes existem para servir os seus estudantes, no sentido de permitir uma formação académica mais completa. Esta formação deve assentar não só numa base teórica, mas também na convivência entre os estudantes e na experiência profissional. Esta é a receita para um bom profissional de saúde. O site da APEF foi o primeiro grande passo deste mandato. Ele é hoje um meio de comunicação fundamental que, em simultâneo com o facebook, faz com que a APEF esteja mais perto do que nunca dos seus estudantes. Enquanto Associação Nacional que somos, conseguimos ter uma visão geral do que é o nosso ensino nas diversas faculdades. Devo dizer, que entre Medicina, Ciências Farmacêuticas e Enfermagem, nós somos o único curso em que o primeiro contacto com o doente é feito ao fim de 5 anos. Como tal, e porque sabemos a importância deste contacto, temos um grande interesse em proporcionar estágios extra-curriculares não só em Portugal mas também no estrangeiro. Falo de programas da APEF como o Individual Mobility Project (IMP), Student Exchange Programme (SEP) e APEF em Estágios. É com grande satisfação que vos digo que a APEF tem vindo a renovar a sua estrutura, devido à maior procura que se tem vindo a fazer sentir no âmbito das experiências profissionais. Aqui percebemos que já os próprios estudantes começam a perceber a importância destas experiências. A APEF tem vindo a revelar-se uma peça fundamental no seio estudantil. Sem ela o contacto entre as diversas faculdades seria quase nulo. Assim, é de todo o nosso interesse proporcionar actividades culturais e formativas, sempre numa dimensão nacional, para que o contacto entre os estudantes das diversas faculdades seja uma constante. Sendo esta edição a última do nosso mandato, deixo uma palavra de grande apreço ao Departamento de Publicação e Imagem da APEF, sem esquecer os elementos do Núcleo Redactorial da REFlexus, por todo o trabalho incansável que foi desenvolvido durante este ano. Tiago Craveiro Presidente da Direcção da APEF

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editorial Caros Colegas e Farmacêuticos, é com grande satisfação e sentimento de dever cumprido que a REFlexus chega novamente até vós. Como Revista dos Estudantes de Farmácia sentimo-nos na obrigação de te colocar a par não só das actividades desenvolvidas pelas Associações e Núcleos de Farmácia, mas também, sobre o Mundo Farmacêutico em geral. Numa altura em que o sector Farmacêutico atravessa momentos críticos, quer pelas medidas recentemente tomadas pelo Governo, quer pelo excesso de Farmacêuticos que se formam todos os anos nas nossas Faculdades, e colocam em risco a saturação do mercado a curto/médio prazo, é importante que os nossos estudantes estejam alerta e tenham uma opinião formada sobre o actual panorama. Foi neste sentido que a REFlexus trabalhou, colocando em destaque temáticas como a Multidisciplinaridade Profissional, a Polivalência e Especialização do Farmacêutico. As Associações e Núcleos de Farmácia são essenciais na formação de futuros profissionais e trabalham arduamente de forma a colmatar as lacunas existentes na nossa formação académica. Desta forma, trazemos até ti as actividades desenvolvidas pela APEF e pelos seus Membros. Nesta edição, tivemos o prazer de entrevistar o Dr. João Cordeiro, Presidente da ANF, uma das pessoas mais influentes no ramo e o Dr. João Neto, Director do Museu da Farmácia, um exlibris da nossa História, em Portugal. E como para nós o importante não é apenas a Informação mas também a Formação, damos-te a oportunidade de estagiar em duas Indústrias Farmacêuticas Nacionais. Aventura-te no Passatempo REFlexus e não percas esta grande oportunidade! Por fim, gostaria de agradecer a todos os que tornaram esta revista uma realidade, em especial ao Núcleo Redactorial da REFlexus, sem o qual este projecto não teria sido possível. Deixo ainda, votos de que a próxima Direcção da APEF dê continuidade à REFlexus. Daniel Viriato Pereira Director Geral da REFlexus Departamento de Publicações e Imagem, APEF

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núcleo redactorial reflexus

Daniel Viriato Pereira - FFUL

Ana Pires - Egas Moniz

Daniela Costa Pereira - FFUL

Joana Nascimento - FFUL

Joaquim Gonçalves - FFUP

Mariana Roldão - FFUL

Teresa Cardoso - Lusófona

Tânia Soares - Lusófona

Se quiseres dar sugestões, opiniões ou mesmo colaborar neste projecto, contacta-nos através do email reflexus@apef.pt

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Museu da Farmácia

30 mil anos de História da Saúde em solo Português “Sediado na ANF podemos encontrar o Museu da Farmácia, ligado à saúde, que conseguiu tornar-se no único museu de história universal existente em Portugal, bem como o melhor museu de Farmácia do Mundo”, dito pelo Dr. João Neto, Director do Museu.

Quando é que tudo começou? A ideia surgiu de um farmacêutico, o Dr. José Carlos Salgueiro Baço, que em 1981 conjuntamente com uma equipa de trabalho da ANF decidiu iniciar uma sensibilização às Farmácias Portuguesas para doarem algumas peças de modo a abrangerem o futuro espólio do Museu, com o intuito de se preservar um pouco da nossa história.

E porquê o melhor? Porque é o único no qual se consegue expor, neste momento, 30.000 anos de História da Saúde, indo desde o simples mosquito até à aventura no espaço. Não existe outro Museu de Saúde que seja tão completo e abarque a história da humanidade através de peças de diversas civilizações e culturas. Com 12 mil visitantes anuais, apostam em actividades escolares, dentro e fora do museu, com um serviço educativo protagonizado pela Dra. Ampola, o Kápsula, o Cãoprimido e a Sara,

personagens animadas que dão dicas para uma vida saudável e ajudam os mais pequenos a compreenderem o Museu, entre variadas exposições temáticas na área da Saúde. Quanto aos mais velhos poderão deliciar-se com uma visita através do tempo sobre a conquista da saúde no mundo, desde a época da Pré-História até à sobrevivência no espaço.

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Em 1996, foi o ano de abertura do Museu ao público, e posteriormente destacam-se as datas de 2001 e 2002 em que o Museu dá um salto para um novo patamar, a História Universal, deixando assim de ser um museu igual aos outros. Contendo peças trazidas de todo o mundo que possam ser representativas em primeiro lugar de Farmácia e posteriormente de Saúde, sendo uma peça fulcral do puzzle de determinada civilização, cultura ou região.

A realização da FIP em Portugal, permitiu um aumento da visibilidade do Museu a nível internacional pela classe farmacêutica, pois foi a primeira vez que houve uma grande reunião unívoca

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internacional de farmacêuticos no nosso país, na qual puderam realmente comprovar e vivenciar que o nosso Museu da Farmácia é um museu para todos, visto que um dos grandes objectivos é mostrar à sociedade que o farmacêutico faz parte integrante da saúde na linha da história da humanidade. Um museu para todos Qualquer pessoa pode visitar o museu, pois este não é exclusivamente direccionado para os farmacêuticos portugueses, mas sim para todos, sendo um local onde se pode ver representada

Expansão do Museu da Farmácia Este será expandido para o Porto, o conceito História Universal vai ser replicado na cidade Invicta, ou seja, o norte e o sul albergarão dois pólos do museu, que funcionarão como dois “pulmões” respirando cultura, e transmitindo conhecimento no ponto de vista do estado universal. Assim, dá-se ao país a possibilidade de conhecer o Museu da Farmácia, que ficará sediado na nova sede da ANF do Porto, na zona industrial. Qual será a grande novidade que o Porto irá usufruir? Se em Lisboa existe uma Farmácia Chinesa (vinda de Macau), o Porto irá ter uma Farmácia Islâmica de um palácio, adquirida em Damasco. Contará também com uma Farmácia do Porto, a antiga Farmácia Estado, tendo apenas duas farmácias, enquanto que em Lisboa existem quatro reconstruções em tamanho real de farmácias do período entre o século XVIII e o século XX.

a História da Humanidade e ainda abranger diversas actividades inseridas num serviço educativo. Todos estes parâmetros têm como finalidade mostrar e promover a função do farmacêutico, bem como o lado cientifico da Farmácia, dado que o museu é o melhor cartão de visita para demonstrar às pessoas o nosso papel como profissionais de saúde.

Maria Teresa Cardoso (NRR) Tânia Soares (NRR)

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Saúde

Multidisciplinaridade na Educação em Saúde A colaboração interprofissional e multidisciplinar na área da Saúde é, hoje e sempre, algo que é inerente e necessário a uma boa e completa prestação de cuidados de Saúde à população. Qualquer que seja a área em que se exerça a profissão de prestador de cuidados de Saúde, da Farmácia à Medicina, passando pela Medicina Dentária, Psicologia, etc., é essencial para cada profissional saber que essa prestação se desenvolve num ambiente multidisciplinar exigente que permite que o utente obtenha um serviço de qualidade, com o profissionalismo que este exige e com os melhores resultados possíveis. É igualmente importante perceber até que ponto os estudantes, futuros profissionais de Saúde, se identificam com este trabalho em equipa multidisciplinar, que ideias pré-concebidas existem antes de entrarem no mercado de trabalho e que barreiras travam o desenrolar desta cooperação. Para o efeito, a EPSA (European Pharmaceutical Students Association) desenvolveu um inquérito

Contam-se como vantagens relatadas deste tipo de Educação

sobre Educação Multidisciplinar e recolheu resultados que nos

a partilha de experiências e uma relação mais próxima com o

clarificam relativamente a vários destes aspectos: cerca de 50%

doente, contando-se como desvantagens a perda de estatuto

dos inquiridos afirmaram que as Faculdades fornecem um trei-

profissional próprio e a perda de limites na responsabilidade pro-

no multidisciplinar, nomeadamente nas próprias aulas (79,4%) e

fissional. Por fim, como barreiras essenciais a esta Educação,

através de formações (39,3%), sendo que 79% consideram que

contam-se a complexidade de planos de estudos multidisciplina-

esse treino é satisfatório/bom. Quanto às ideias pré-concebidas,

res, falta de tempo e organização das equipas de Saúde e falta

é de notar que cerca de 50% dos inquiridos discorda de ideias

de recursos humanos para exercer tal multidisciplinaridade. Este

como a de que uma educação multidisciplinar confunde os pa-

inquérito contou com a participação de cerca de 500 estudantes

péis na prestação de cuidados de Saúde e ameaça o seu es-

de Farmácia e cerca de uma centena de estudantes de outras

tatuto profissional. Quando questionados sobre as expectativas

áreas de Saúde.

futuras de colaboração com o farmacêutico na profissão, 83,3% dos estudantes de medicina, 88,9% dos estudantes de Medicina

João Eduardo Duarte

Dentária, 84,2% dos estudantes de Enfermagem e 85,6% dos

EPSA Vice President of Education

estudantes de Psicologia consideram-na benéfica.

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Medicina

Potencializado pelas mais diversas tecnologias e campos de investigação, o conhecimento tem crescido e interligado os mais variados campos de saber. O estudo afirma que cerca de 85% dos estudantes de Medicina reconhece a importância da multidisciplinaridade no ensino farmacológico. Na área do ensino médico a multidisciplinaridade tem sido alvo de cada vez maior atenção e importância. Assim, o reconhecimento da sua validade noutras áreas do saber na área da Saúde vem apenas reforçar a ideia de que, em Saúde, em Portugal, a multidisciplinaridade é, cada vez mais, uma realidade reconhecida pela comunidade estudantil. Miguel Cabral Presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM)

Ao observar os resultados deste estudo, é para mim curiosa a percentagem de alunos que concordam que a educação multi-

Enfermagem

disciplinar pode causar confusão entre os diferentes papéis dos profissionais de saúde, aproximadamente 10%. Para mim, a educação multidisciplinar permite perceber o papel de cada um e assim fomentar o respeito entre todas as profissões e, consequentemente, aumentar a eficiência das equipas de trabalho. Na minha opinião, 100% dos participantes deveriam ter discordado com a afirmação. Na conjectura actual, o desconhecimento total de outras profissões é que torna confusa a saúde. Na mesma medida, esse parco conhecimento, torna difícil o trabalho em equipa. Saber qual o nosso papel não nos confunde com outros profissionais mas antes nos lembra quem somos e quem são os outros. O que pode e deverá acontecer é que nos diferenciaremos, com clareza, e assim cada um ganhava espaço para o seu trabalho. O que não me deixa dúvidas é que, acima de tudo, a educação multidisciplinar deveria ser transversal a todos os cursos de saúde, como enfermeira saber mais sobre o papel dos restantes profissionais iria permitir uma optimização da utilização dos recursos que eles têm para me oferecer. Quem sairia a ganhar? Esses mesmos, as pessoas, o alvo dos nossos cuidados. Ana Carina Ferreira Recém-licenciada em Enfermagem, ESEP

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Entrevista

João Cordeiro, Presidente da Associação Nacional das Farmácias Farmacêutico desde 1969,

reiro, fiz parte de uma série de grupos de trabalho e actividades,

é dono de um percurso pro-

e finalmente no 5º ano assumi a responsabilidade de Presidente

fissional

da Direcção.

verdadeiramente

notável. Possui um dos lóbis nacionais mais fortes e assumidos do País, é Presidente da Associação Nacional das Farmácias, e dá a voz pelos interesses da Farmácia Comunitária. João Cordeiro, é sem dúvida, uma figura incontornável do mundo Farmacêutico.

NRR: Ao longo do tempo, o curso de Ciências Farmacêuticas tem sofrido inúmeras reformas. O que pensa dos actuais moldes em que se articula o curso e qual o seu impacto na formação de futuros Farmacêuticos? Dr. João Cordeiro: Não tenho acompanhado em pormenor a evolução do curso. No entanto, recebo estagiários na minha Farmácia e posso afirmar que os estudantes vêm bem preparados, gostaram do curso, gostam da profissão, e na minha opinião é importante as pessoas gostarem do que fazem e sobretudo do que vão fazer. O estágio é uma etapa muito importante para o fu-

“Tenho total confiança que no futuro as gerações vindouras vão conseguir manter a mesma qualidade de trabalho e o mesmo grau de sucesso.”

turo da profissão farmacêutica, a evolução tem sido positiva mas é evidente que há certos aspectos a melhorar, nomeadamente na relação da Farmácia com a Faculdade. NRR: Iniciou a sua actividade profissional pela Farmácia Comunitária, tornando-se proprietário e director técnico da Farmácia

NRR: Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas na Faculdade

das Fontainhas, desde então construiu um percurso profissional

de Farmácia da Universidade do Porto, no ano de 1969, tendo

extremamente vasto e diversificado. De todas as áreas e projec-

sido Presidente da Associação de Estudantes, no ano lectivo de

tos em que participou qual (ou quais) o mais aliciante e porquê?

1968/69. O que o levou a escolher este curso e quais os ideais que o moviam?

Dr. João Cordeiro: Acabei o curso de Farmácia e ingressei no serviço militar. Tive uma experiência extremamente rica em Lu-

Dr. João Cordeiro: Optei por Farmácia com naturalidade. Per-

anda, Angola, onde trabalhei na Farmácia Militar, na qual tínha-

tenço a uma família de Farmacêuticos, brinquei e cresci na far-

mos a responsabilidade de fazer o abastecimento a todas as

mácia do meu pai. Porém nunca fui influenciado a seguir esta

unidades militares da província. Regressei a Portugal em Julho

área. No liceu gostava de Química, e isso contribuiu para a mi-

de 1973, e após o 25 de Abril, envolvi-me no Grémio Nacional

nha escolha, no fundo reunia todas as condições para Farmácia

das Farmácias, que era a estrutura corporativa da Profissão Far-

e gostei do curso.

macêutica. Mais tarde o Grémio transformou-se na Associação

Tal como o meu pai, optei por me licenciar na Faculdade de Far-

Nacional das Farmácias (ANF), com um enquadramento legal

mácia do Porto. Esta instituição tinha uma vida associativa muito

completamente diferente.

forte na medida em que era a única existente no País, Lisboa e

De todos os projectos da ANF, o mais delicado e complicado foi

Coimbra possuíam apenas Escolas de Farmácia até ao 3º ano,

a informatização das Farmácias, projecto ambicioso que feliz-

sendo que a Licenciatura só era possível no Porto. Entre os es-

mente correu muito bem. Os resultados são hoje evidentes, as

tudantes existia uma relação de grande proximidade, vivíamos

farmácias estão praticamente todas informatizadas. Possuímos

todos à volta da faculdade, íamos todos ao mesmo café, havia

uma organização excepcional em termos tecnológicos, podendo

uma vida estudantil muito intensa. Tinha muitos colegas ligados

afirmar que temos a melhor estrutura a nível europeu, o que ob-

à Associação de Estudantes, no 1º ano fui sócio, depois tesou-

viamente nos orgulha.

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NRR: A Associação Nacional das Farmácias (ANF) , fundada em

teve sempre capacidade de, através de linhas de crédito com a

1975, engloba actualmente 97% das Farmácias Nacionais e inú-

banca, garantir esses pagamentos. Ainda hoje o Governo Regio-

meras empresas de destaque no ramo. Como descreve o seu

nal da Madeira está trinta e seis meses atrasado nos pagamen-

percurso ao longo dos anos?

tos às Farmácias, e é a Associação que garante o pagamento. A ANF está atenta, quer aos problemas da sociedade, como é o

Dr. João Cordeiro: A ANF resulta da vontade das Farmácias, do

caso do programa de troca de seringas, quer aos problemas da

seu associativismo, e da sua capacidade em identificar proble-

Farmácia. A sua evolução ocorreu de uma forma natural, nunca

mas comuns e encontrar soluções adequadas.

tivemos uma visão do que seria a Associação hoje.

Uma farmácia é uma microempresa, que tem cinco empregados em termos médios, e que é obrigada a lidar com a Indústria Farmacêutica (muitas delas multinacionais), e com o Estado

NRR: A ANF assume como missão a “defesa dos interesses

que para além de ter o poder legislativo, é o grande cliente do

morais, profissionais e económicos dos proprietários das farmá-

sector do Medicamento. Se não houvesse uma estrutura forte

cias”. Na sua opinião quais os projectos mais importantes leva-

e bem organizada para representar as Farmácias, é evidente

dos a cabo pela ANF nos últimos anos de modo a salvaguardar

que não tínhamos condições para resistir a todos os problemas,

e dinamizar a profissão farmacêutica?

sobretudo num período muito complicado como foi o pós 25 de Abril. Posto isto, as Farmácias foram obrigadas a organizar-se e

Dr. João Cordeiro: A Associação tem projectos muito interes-

a ANF foi dando resposta aos seus problemas. Basta referir que

santes. Existe um projecto de formação pós-graduada que fun-

houve alturas em que as Farmácias estavam cinco ou seis me-

ciona muitíssimo bem; temos mais de trezentas acções de for-

ses sem receber pagamentos por parte do Estado, mas a ANF

mação por ano; o Montepio Nacional das Farmácias (MONAF)

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que no fundo visa a complementaridade das reformas e das pen-

zo de dois a três meses.

sões; como já foi referido anteriormente, o projecto de informati-

Nunca é avaliado o custo-

zação das Farmácias; o Laboratório de Estudos Farmacêuticos

benefício da mudança de

(LEF); o Centro de Estudos de Farmacoepidemiologia (CEFAR),

terapêutica. Isto é insus-

e o Museu da Farmácia, do qual nos orgulhamos muito.

tentável e arrasador, e

Na área empresarial temos activos importantes, como a parceria

apesar da evidência que

com a José de Mello Saúde, que é o maior grupo da área priva-

os nossos estudos apon-

da da Saúde; a Alliance Unichem, empresa líder na distribuição

tam, o Ministério da Saú-

de medicamentos em Portugal; a Glintt, empresa de tecnologias

de mantém-se bloquea-

que está cotada na Bolsa.

do, e na minha óptica, à

O tempo foi bem aproveitado, construímos um caminho em que

deriva, não conseguindo

marcámos bastantes golos.

encontrar

as

soluções

adequadas aos interesNRR: Afirmou publicamente que «O sector das farmácias entrou

ses da população.

numa crise económica e financeira profunda” devido a medidas implementadas pelo Governo ao nível do medicamento, como

NRR: À semelhança de

as sucessivas descidas de preço e a diminuição nas comparti-

outros profissionais de saúde, o número de Farmacêuticos tem

cipações. Na sua opinião quais as consequências que podem

vindo a aumentar o que leva a uma progressiva saturação do

resultar desta crise e de que forma é que a ANF pode ajudar os

mercado, que não se verificava há uns anos atrás. Na sua opi-

Farmacêuticos a superá-la?

nião como se avizinha o futuro do Farmacêutico em Portugal?

Dr. João Cordeiro: As medidas que o Governo tem tomado nos

Dr. João Cordeiro: Na minha opinião existem Faculdades de

últimos cinco anos, resumem-se praticamente a uma única, re-

Farmácia a mais, e consequentemente, alunos a mais. Isto sig-

duzir preços, não tendo capacidade para analisar os verdadeiros

nifica que haverá farmacêuticos que terão dificuldades em ar-

problemas e encontrar as soluções. O que se verifica é que ape-

ranjar emprego, não tenho dúvidas disso. Felizmente até agora

sar dessa redução, as facturas aumentam todos anos. Portanto

o mercado tem conseguido absorver os jovens farmacêuticos,

algo de estranho se está a passar.

principalmente através da Farmácia Comunitária. Até hoje não

Hoje em dia é evidente que o prescritor está capturado pela po-

existe o desemprego no sector mas estou convencido que esta

derosa Indústria Farmacêutica, e há que identificar isto como um

situação não se vai manter por muitos mais anos.

problema determinante. É fundamental que existam alterações significativas, como a prescrição por DCI e a existência de pro-

NRR: Por último, qual a mensagem que gostaria de deixar a

tocolos terapêuticos, medidas estas que se praticam numa série

todos os alunos de Ciências Farmacêuticas que ambicionam re-

de países, mas que infelizmente o Ministério da Saúde em Por-

presentar e honrar a Profissão Farmacêutica.

tugal tenta evitar a todo o custo. É uma questão de tempo, de perseverança, o Farmacêutico tem

Dr. João Cordeiro: É uma mensagem de confiança. Julgo que

na sua intervenção profissional um campo muito vasto, e temos

estes trinta anos em que tenho tido a representação dos profis-

um activo muito importante que é a confiança que a população

sionais de Farmácia, foram anos de bastante mudança em que

tem nas Farmácias e nos Farmacêuticos. Esta confiança foi

conseguimos encontrar soluções estáveis para responder aos

construída ao longo de muitos anos e devemos preservá-la visto

desafios. Tenho total confiança que no futuro as gerações vin-

que é difícil obtê-la, podendo ser facilmente destruída numa ou

douras vão conseguir manter a mesma qualidade de trabalho e

outra acção impensada. É fundamental que a população conti-

o mesmo grau de sucesso. Estou pois optimista relativamente ao

nue a confiar em nós e que a nossa credibilidade continue in-

futuro da profissão.

tacta. É também importante referir que o Marketing Farmacêutico faz a transferência dos medicamentos mais baratos para os novos

Daniel Viriato Pereira (NRR)

medicamentos de uma forma extremamente rápida, num pra-

Joana Nascimento (NRR)

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FIP 2010

International Pharmaceutical Federation Congress Lisbon 2010

Este ano, Lisboa foi a cidade escolhida pela Federação Internacional de Farmacêuticos (FIP) para realizar o seu 70º Congresso Mundial. O Host Comitee de tão prestigiado evento foi a ANF (Associação Nacional das Farmácias) e a expectativa era muita. Como entidade responsável pela organização do congresso em Portugal, a ANF contactou estudantes de Ciências Farmacêuticas de todo o país para fazerem parte do staff e auxiliarem a equipa durante os dias em que este decorreu, de 28 de Agosto a 2 de Setembro, no Centro de Congressos de Lisboa. Depois de uma fase de pré-selecção e uma entrevista com Gretie R. von den Baumen e Mireille van Boldrik, em representação da FIP, e com a Dr. Maria João Toscano e a Dr. Alexandra Gomes por parte da ANF, foi finalmente escolhido um grupo de 30 pessoas para constituir a equipa do local staff, a qual tive o prazer de integrar. Foi-nos pedido que estivéssemos presentes em Lisboa um dia antes do congresso começar para que nos fossem dadas todas as informações que precisávamos para mais tarde poder responder a qualquer dúvida que surgisse. Fomos divididos por áreas de trabalho e foram-nos dadas t-shirts do staff e credenciais. Havia pessoal na acreditação, no FIP Booth, no secretariado, no registo, na distribuição das malas, na organização do jantar de encerramento e por fim na sala da imprensa. A realidade é que depois deste briefing, o nervosismo e a sensação de não estar à altura do

evento começou a apoderar-se de cada um de nós. No entanto, chegado o primeiro dia, as dúvidas foramse dissipando à medida que íamos trabalhando e nos habituávamos àquela rotina (o que foi muito fácil). Todos os nossos orientadores eram muito simpáticos e ajudavam em todas as dúvidas que pudéssemos ter. Este foi um dos pontos mais positivos de fazer parte do staff da FIP, a oportunidade de conhecer a FIP por dentro e todas as pessoas que diariamente trabalham com tanto gosto para a federação. Todos os dias entravamos por volta das 8:30h e tínhamos uma pequena introdução sobre as sessões e eventos que iam ser realizados naquele dia. Posteriormente seguíamos para o nosso local de trabalho e pelo 12h00 era o almoço. Voltávamos ao trabalho da parte da tarde até às 17h. Esforçámo-nos bastante por dar o melhor de nós em todas as tarefas que nos foram requisitadas e tentávamos ter sempre um sorriso pronto para todas as pessoas que nos viessem questionar o que quer que fosse (e as vezes isto não era mesmo nada fácil!). O nosso objectivo era que todos se sentissem bem no congresso, sabendo sempre onde estar e o que fazer a cada minuto. Queríamos não só dar uma boa imagem da FIP, mas principalmente de Portugal, o que na minha opinião, conseguimos fazer. Participar num congresso que é o maior evento mundial em todas as áreas da farmácia é só por si uma experiência única. O estar em contacto com farmacêuticos e cientistas de todo o mundo, dá-nos uma visão daquilo que é o mundo farmacêutico a nível global e para uma simples estudante de Coimbra como eu, a certeza de um futuro que um dia gostava que fosse o meu. Agradeço à ANF e à FIP pela oportunidade que nos proporcionaram e espero um dia poder voltar, já como profissional de saúde. Teresa Torres 4º ano do MICF, FFUC

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Passatempo REFlexus

Alguma vez pensaste em ter uma experiência na área de Investigação e Desenvolvimento? Aqui está a tua oportunidade! A REFlexus em parceria com a Bluepharma oferece-te um estágio de 6 meses. Para participares basta escreveres um artigo* com o seguinte tema: “O ORGANISMO NÃO RECONHECE MARCAS!” IMPACTO DOS GENÉRICOS NA ACESSIBILIDADE À SAÚDE e enviares para o email reflexus@apef.pt Não percas esta oportunidade! Participa! *O artigo deverá ter no máximo 750 palavras e a data limite para a entrega do mesmo é 15 de Março de 2011.

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Revista dos Estudantes de Farmácia


A REFlexus em parceria com o Grupo Azevedos dá-te, pela segunda vez, a oportunidade de realizar um estágio em Indústria Farmacêutica. Para participares basta escreveres um artigo* com o seguinte tema: “AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA INTERNET: PRÓS E CONTRAS” e enviares para o email reflexus@apef.pt O estágio terá a duração mínima de 6 meses, e dar-te-á a oportunidade de lidares com várias áreas da Indústria Farmacêutica, nomeadamente, Assuntos Regulamentares, Distribuição e Marketing.

Não percas esta oportunidade! Participa! *O artigo deverá ter no máximo 750 palavras e a data limite para a entrega do mesmo é 15 de Março de 2011.

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Vencedor I Passatempo REFlexus Pedro Fins Pereira foi o autor do artigo vencedor, tendo sido premiado com um estágio nos Laboratórios Azevedos.

Situação actual da Indústria Farmacêutica Nacional e perspectivas Futuras

Introdução O bem-estar dos homens resulta da aplicação dos conhecimentos científicos ao desenvolvimento de tecnologias e produtos, que se podem traduzir em bens e procedimentos postos ao serviço de todos. Deste modo, a Indústria Farmacêutica (IF) tem-se afirmado, nas sociedades mais desenvolvidas, como um dos sectores mais importantes a nível económico, social e científico. A sua missão centra-se no desenvolvimento de uma tecnologia – o Medicamento - que responde a uma das necessidades mais importantes da condição humana: a Saúde. No entanto, ao relembrar a definição de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”, surge a questão: será o Medicamento o principal instrumento de promoção de saúde? Na verdade, o Medicamento é aquele que mais visibilidade, divulgação e utilização apresenta, pelas boas e más razões, constituindo um factor de progresso humano baseado na evolução recente da ciência e tecnologia. A situação actual da IF em Portugal A actividade da IF permite fomentar a inovação e o desenvolvimento no seio de um País, tornando-se capaz de gerar terapêuticas que respondam às necessidades de tratamento e prevenção de novas patologias, bem como disponibilizar medicamentos que constituam uma melhoria para a saúde e qualidade de vida das populações. É desta forma que a IF desempenha um papel fundamental na Saúde Pública e na Economia de um País. Contudo, ao analisar a conjuntura do Sector Farmacêutico na Europa e no Mundo, verifica-se um ambiente regulamentar cada vez mais exigente, um elevado custo do processo de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e expectativas de retorno cada vez mais baixas. Em Portugal, dados referidos pela APIFARMA entre 2006 e 2008 indicam, para a cadeia de valor do medicamento em Portugal, um desempenho negativo em termos financeiros, com os resultados líquidos das empresas a sofrerem um decréscimo médio significativo de 12,2%. De outra forma, o Investimento do sector cresceu 28% (mais de metade em I&D) e as Exportações, como resposta aos constrangimentos internos, aumentaram 35%. Assim, a actual situação da IF, poderá afigurar-se para uns, como um conjunto de ameaças e para outros, como novas oportunidades que se multiplicam à medida que são agarradas.

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Perspectivas para a IF Sabendo que um sistema regulamentar capaz é a garantia da eficácia, segurança e qualidade na área do Medicamento, é necessário existir mais consonância e colaboração entre Agências do Medicamento. Para isso, será necessário criar um mercado regulamentarmente semelhante através da harmonização e aproximação de procedimentos a nível global e um maior reconhecimento mútuo entre Agências. Desta forma, será possível tornar o sistema regulamentar mais equitativo e rápido e que responda à globalização e aos desafios da saúde. De outro modo, as empresas farmacêuticas deverão procurar ser mais competitivas pela: • maior especialização, localizando recursos em determinadas áreas terapêuticas (algumas já se apresentam “esgotadas” para novos medicamentos), desenvolvendo novas formas galénicas (formas de veiculação de fármacos inovadoras) e apostando nas áreas de grande crescimento como a Biotecnologia (abrange não só a tecnologia relacionada com medicamentos recombinantes, mas também a área de diagnóstico clínico), a Engenharia Genética (clonagem de células específicas para potenciais alvos de terapia e a introdução de genes humanos com fins terapêuticos) e a Informática (associada à descoberta de novas moléculas através de novas técnicas de tratamento, análise e integração de dados); • maior dimensão, através de fusões e aquisições ou, de outra forma, pelas parcerias, outsourcings e acordos com Centros de Investigação de Universidades, capazes de criar sinergias que geram valor, pelos conhecimentos, processos, recursos humanos e financeiros partilhados (por exemplo, a criação de protocolos de I&D entre empresas, abordagem a novos mercados em parcerias de empresas); • melhor I&D, dirigida a novas áreas terapêuticas, a novas formas galénicas, a novos sistemas de libertação, à área de Biotecnologia, aos processos de fabrico e aos genéricos de valor acrescentado. Conclusões Em suma, o futuro do sector farmacêutico dependerá certamente das decisões políticas tomadas e de outras provenientes das próprias empresas, relativas à inovação e ao acesso ao medicamento, à competitividade industrial, à criação de uma rede de excelência em investigação fundamental e clínica, ao desenvolvimento de uma estratégia de Biotecnologia e à capacidade de criar sinergias entre diferentes empresas e entre estas e as Universidades. Por fim, a IF em Portugal tem pela frente uma conjuntura geradora de novos desafios e oportunidades, que poderá tornar o mercado português mais dinâmico e avançado se houver um ambiente científico, competitivo e regulamentar adequado às necessidades das empresas farmacêuticas. Foto da esquerda para a direita: Dr. João David Miranda (Vice-Presidente do Conselho de Administração, Laboratórios Azevedos); Pedro Fins Pereira (Vencedor do Passatempo REFlexus); Daniel Viriato Pereira (Director Geral da REFlexus).

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REFlectindo Analisando o plano curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF) existente nas várias Faculdades de Farmácia nacionais, é fácil constatar que estes apresentam marcadas diferenças e são, em geral, planos bastante abrangentes. Mas sendo o MICF um Curso tão polivalente eleva-se, para alguns, a relevância de haver especialização nas áreas possíveis do sector farmacêutico. A REFlexus quis saber como se processa o ensino nas várias faculdades, bem como a opinião dos alunos em relação a este tema.

MICF: Polivalência VS Especialização. Qual a melhor alternativa? O Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas possibilita polivalência de saídas profissionais, o que constitui uma grande vantagem no acesso ao mercado de trabalho. Um plano de estudos bem elaborado, com uma forte componente prática, permite uma formação académica abrangente, ao longo da qual adquirimos competências para exercer a actividade profissional a nível da Farmácia Comunitária e Hospitalar, das Análises Clínicas e da Indústria Farmacêutica. Considero que o actual plano dispensa a necessidade de uma especialização obrigatória, visto que a Ordem dos Farmacêuticos dispõe de colégios de especialidades destinados a qualificar os profissionais em diversidades diversas áreas de actividade. Sara Martins (5º Ano do MICF, ISCSEM) Estando o plano curricular pensado de forma a focar todas as bases para as diferentes actividades profissionais a que um farmacêutico pode ter acesso, desde investigação e desenvolvimento, produção de medicamentos, análises clínicas variadas e farmácia comunitária, entendo haver uma polivalência nos conhecimentos ministrados principalmente no 1º ciclo, chegando ao ponto de me perguntar “onde e quando aplicarei esta matéria?”. Na segunda fase de estudos verifica-se o início duma certa especialização com um “direccionar” para determinadas actividades profissionais, já que somente nesta altura surgem disciplinas mais específicas. É neste momento que os conhecimentos na área de controlo de qualidade e regulamentação, da parte hospitalar e farmácia comunitária são adquiridos. No entanto, apesar das vantagens da polivalência do MICF não haverá hipótese a nível curricular de promover a especialização na área que cada estudante quer vir a exercer? Saudações Académicas, Teresa Prior (5º ano do MICF, FFUC) Embora os MICF existentes sejam bastante polivalentes, analisando os currículos de cada instituição podemos ver que há um

ligeiro direccionamento dos alunos para uma determinada área profissional. No entanto, quando terminamos o curso, qualquer um de nós pode escolher a sua vertente profissional, seja qual for a instituição em que se formou. Isto é a vantagem dos planos curriculares vigentes, especialmente para quem, enquanto estudante, não tem interesse definido por uma das várias saídas e especializações que o mundo Farmacêutico nos oferece. Por outro lado, seria vantajoso permitir uma especialização efectiva dos alunos relativamente à sua área profissional de interesse. Isto faria com que as competências adquiridas numa última fase dos estudos, por serem específicas de uma determinada saída profissional, nos deixassem mais preparados para a realidade que iremos encontrar quando o MICF terminar. No entanto, penso que mais relevante do que decidir se o mais vantajoso é a polivalência ou a especialização do MICF, seria garantir a homogeneidade entre os planos curriculares das várias Faculdades de Farmácia do país. Saudações académicas, Ana Pragana (5º ano do MICF, FFUL) Quando se fala em “Polivalência vs Especialização”, há que ter em conta vários factores. Um deles é o contexto actual do Ensino Superior em Portugal. Ainda em plena fase de ajuste ao Processo de Bolonha, falar numa destas características em detrimento da outra é negligenciar um processo natural de aprendizagem, crescimento e capacidade de adaptação a novas realidades, que cada vez mais são requisitos chave para o sucesso no mercado de trabalho. Não deixo, no entanto, de admitir que uma formação abrangente me parece aquela mais capaz de nos dotar das ferramentas mais necessárias para o futuro. Especialização sim, mas com uma base na qual ela se apoie. Julgo que há uma pergunta mais importante que deve ser feita em relação à especialização: que oportunidades tem, hoje em dia, um estudante de se especializar? Alexandre Pereira (5º ano do MICF, FFUP) Penso que a especialização que foi criada no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas é fundamental para que o curso vá de encontro à realidade de cada estudante enquanto futuro profissional de saúde. A maior proximidade com a realidade de cada um de nós faz com que aumente o estímulo e, consequentemente, a vontade de explorar ainda mais a nossa área, de maneira a chegarmos melhor preparados à “meta” que traçámos para a nossa carreira profissional. Pessoalmente, vejo com bons olhos esta alteração e considero-a, claramente, um processo evolutivo face à realidade de outras faculdades. Carlos Martins (5º Ano do MICF, Univ. Lusófona)

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Viagens Parceria MULTIVIAGENS / APEF

programas de lazer e férias; Cruzeiros; Outros

A Buisson Lda. é uma agência de viagens presente no mercado português desde 1922, com o Alvará nª 64/1969, responsável pelos primeiros autocarros e charters de Portugal. Desde essa data tem vindo a crescer e a oferecer aos seus clientes soluções inovadoras para as suas viagens. Recentemente, em Novembro de 2003, integrou o Grupo MULTIVIAGENS, que pretende ser um major player no mercado nacional das viagens. Este grupo possui, neste momento, cinco lojas de viagens em Lisboa(sede), Leiria, Aveiro, Mealhada e Cantanhede, tendo em curso um ambicioso plano de expansão. O Grupo MULTIVIAGENS, vocacionado para o atendimento personalizado, criou condições para garantir elevados padrões de qualidade de serviço aos seus mais de 20 000 clientes, dos quais se destacam empresas e instituições tais como, Fundação Calouste Gulbenkian, ABBOT-Laboratórios, Lda., Solvay-Farma, Prológica, Esteve Farma, Millward Brown, Singer, ITMI - Intermarché, The British Council, Instituto Superior Técnico, IMAR, Foreign Commerce, Cunha Vaz e Associados, S.D.O. Consultores, Grupo Grão Pará, Sonur, Coprax, Sempar, SA, Primus Vitória, Nutasa, SA, Universidade de Aveiro, NEC, Ramos Catarino, Prossegur, Oliveira e Irmão, S.A., Escola Profissional Vasconcelos Lebre, entre muitos outros . A nossa missão consiste em aconselhar, apoiar e gerir as viagens de âmbito empresarial e de entretenimento quer sejam elas individuais ou de grupo. Operamos com modernos sistemas informáticos, em consonância com os mais avançados sistemas mundiais do género, agilizando a emissão e reserva de bilhetes aéreos, vouchers e demais documentos de viagens. Disponibilizamos o nosso sitio na internet( www.multiviagens.pt) para execução de reservas on-line, publicação de ofertas e informações, consulta de voos, rent-a-car e outros serviços. Bem como um nº de telefone 24 horas que é 707 501 707 (em funcionamento a partir de Setembro de 2010).

Vantagens Multiviagens O nosso grupo trata da sua viagem empresarial ou de entretenimento com a máxima atenção colocando à disposição dos nossos clientes profissionais com vários anos de experiência, mas com uma média de idades bastante baixa (cerca de 30 anos), o que lhes confere uma dinâmica e profissionalismo enorme. Com total qualidade e atendendo todas as necessidades e exigências, sendo a nossa empresa associada da APAVT e do Provedor do Cliente. Com condições extremamente vantajosas aplicando preços especiais que favorecem os interesses da sua empresa e dos seus membros, pois estamos associados ao grupo GEA o qual detém em Portugal mais de 300 balcões de agências de Viagem e em Espanha mais de 1000 balcões. Trabalhamos com todos os Operadores Turísticos a operar em Portugal e com vários outros em todo o mundo, que nos prestam serviços locais, assim como várias centrais hoteleiras com mais de 50 000 Hoteis contratados, cada. Deste modo podemos afirmar que “onde quer que vá pode ir com a MULTIVIAGENS!” Possibilidade de oferta de cheques viagem personalizados, ou outras ofertas que possam ser definidas entre a nossa agência e os nossos clientes.

Principais Serviços: Incomming/Outgoing; Individuais; Grupos; Corporate. Serviços Associados: Viagens de negócios; viagens de incentivo, integração e confraternização; passagens aéreas; alojamento; transferes; aluguer de viaturas; seminários, palestras, congressos e simpósios; incentivos;

MULTIVIAGENS o check-in da sua imaginação!!! Condições comerciais para colaboradores e associados APEF É com grato prazer que estendemos este acordo de parceria a todos os colaboradores/associados da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF), aos quais nos propomos efectuar um serviço prioritário. Assim sendo, os descontos que propomos são: - 5% em pacotes turísticos, excluindo promoções e outras ofertas, taxas diversas e suplementos. - Tabela de Serviços (Service Fee) de empresa com um desconto de 30% relativamente aos valores cobrados ao balcão. - Pacotes específicos para os colaboradores/associados da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) e para os clientes desta empresa, assim como acções de promoção de destinos e actividades turisticas. Lisboa, 20 de Outubro de 2010 Buisson, Lda.- Grupo MULTIVIAGENS Para mais informaçôes e condições de utilização contacte-nos numa Agência Multiviagens ou atrevés de: Geral: 707 501 707 email:buisson@multiviagens.pt BUISSON, Lda. Sede: Rua Braamcamp, 15 - D 1269-112 BUISSON, Lda. | Viagens e Turismo | Fundada em 1922 | Lisboa - Aveiro - Mealhada - Cantanhede

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Membros da APEF

Juntos por Farmácia As Associações/Núcleos de Farmácia são fundamentais na formação académica dos estudantes. A APEF, como órgão nacional, apresenta na sua constituição, 6 Membros: AECFUL, AEFFUL, AEFFUP, NCF AEISCN,NEF/AAC e NEF ISCSEM. É o colmatar destas entidades que permite que a APEF chegue perto dos seus estudantes. Da mesma forma, pretendemos que as suas actividades possam ir além das paredes onde se encontram sediados. As próximas secções premeiam o que de melhor estes estudantes fazem por Farmácia.

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AEFFUL XIV Seminário AEFFUL “Contrafacção de Medicamentos – Uma Problemática Global e Actual”

A contrafacção de medicamentos apresenta-se actualmente como uma séria ameaça à saúde pública, tratando-se de uma realidade com contornos sinuosos que dificultam o seu combate. A possibilidade de certos mecanismos de contrafacção resultarem de forma mais eficiente, em grande parte devido a um mercado que se quer globalizado e de comunicação facilitada, suscitou a criação de um sistema que possibilitasse o fornecimento de respostas rápidas a este nível. Assim, surgiu o SPOC - Single Points of Contact Network – que funciona como um instrumento de articulação internacional baseado numa rede de pontos de contacto ao nível de vários países. Além de promover uma cooperação mais eficaz, serve de medida preventiva relativamente à protecção da saúde pública. Em Portugal, a colaboração de diferentes entidades é crucial, pelo que uma actuação individual das diferentes autoridades, por si só, não se revela eficiente. Deste modo, a partilha de informação e de experiências por parte das Agências Europeias,

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Alfândegas, Polícias, ASAE e Tribunais permitirá a criação de estratégias de combate à contrafacção, com áreas de actuação focadas em objectivos particulares a cumprir a médio e longo prazo. No entanto, a realidade actual dita que esta cooperação não seja imediata, tendo que trilhar um longo percurso na prática. Os casos de medicamentos/produtos falsificados sucedem-se, sendo vários os casos reportados. Desde embalagens secundárias diferentes das embalagens principais, passando pelo teor de substância activa presente no medicamento não coincidir com a dosagem indicada, até mesmo o aspecto das formas farmacêuticas apresentar diferenças em comparação com o original. A extensão da contrafacção de medicamentos à escala global traduz-se igualmente num atraso ao nível do desenvolvimento sócio-económico de todos os países lesados. O IMPACT - International Medical Products Anticounterfeiting Taskforce, grupo criado na Conferência Internacional de Roma da OMS em 2006, veio

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dar particular ênfase ao eco que os efeitos nefastos da contrafacção de medicamentos têm na população, focando-se para tal nas consequências directas e indirectas que esta tem na saúde pública. Reforçando o título de responsabilidade das várias áreas profissionais envolvidas, são chamados a intervir parceiros com diferentes qualificações e experiências ao nível da actividade profissional, tais como Farmacêuticos, Médicos, Polícias e Juristas, bem como as Agências Reguladoras do Medicamento e Órgãos de Polícia, representando estes últimos os estados membros da União Europeia. A actualização dos dados recolhidos e a partilha de informação estão na base para alcançar o sucesso. Data de 1997, em Espanha, o primeiro dos já vários Encontros de Autoridades Competentes em Medicamentos dos Países Ibero-americanos (EAMI),

dos quais fazem parte um total de 21 países associados, tais como Portugal, Brasil, Espanha, México, Argentina, entre outros. Portugal tem particular assiduidade na coordenação dos grupos de trabalho relativos à contrafacção e falsificação, e na área dos ensaios clínicos e farmacovigilância. O portal EAMI pode ser consultado em www.portaleami.org. O INFARMED criou a 3C, Célula de Combate à Contrafacção, a qual tem como principais objectivos promover o sistema SPOC em Portugal, participar nos vários fóruns de discussão (CoE, WGEO, EAMI, IMPACT), promovendo, desta forma, a comunicação e cooperação nas várias frentes do combate à contrafacção. A título de conclusão, reforço a importância que representa a consciência individual no que concerne à responsabilidade que cada um de nós, profissionais ou futuros profissionais da área, temos face a um problema crescente que afecta não só a sociedade em geral, mas acima de tudo, cada um de nós enquanto elementos individuais e fragilizados pelas circunstâncias de uma era global marcada pela insegurança. Contando com o apoio do INFARMED I.P., a Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (AEFFUL) organizou, no passado dia 24 de Maio, o XIV Seminário AEFFUL subordinado ao tema “Contrafacção de Medicamentos – Uma Problemática Global e Actual”. Neste Seminário AEFFUL participaram inúmeras personalidades da área, envolvidas directa ou indirectamente no combate à contrafacção. A mesa redonda, importante painel de discussão que centralizou os aspectos mais cruciais a reter relativamente a este assunto, foi presidida pelo Doutor José Aranda da Silva, como moderador, tendo como intervenientes a Dra. Maria do céu Machado (Alta Comissária da Saúde), a Dra. Marisa Matias (Eurodeputada), o Professor Doutor Hélder Mota Filipe (INFARMED), o Dr. Rui Ivo (APIFARMA) e o Dr. António Bica (Laboratório de Estudos Farmacêuticos). Contributos inquestionáveis foram ainda conferidos pelo Professor Doutor António Almeida (FFUL), bem como pelo Dr. João Cristóvão Martins (INFARMED I.P.), Dra. Maria João Portela (INFARMED I.P.), Dra. Fernanda Ralha (INFARMED I.P.), Dra. Maria João Morais (Direcção Geral das Alfândegas), e pela Dra. Carla Costa (Polícia Judiciára). Agradecemos ainda a participação do Professor Doutor José Morais (Director da FFUL). Catarina Silva 3º ano do MICF, FFUL

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AEFFUP

IJUP - Iniciação à investigação na Universidade do Porto Os encontros científicos IJUP são eventos de periodicidade anual, que ocorrem no início do segundo semestre (segunda quinzena de Fevereiro). Nestes encontros os estudantes da Universidade do Porto (U.Porto) têm a oportunidade para apresentar e discutir os resultados dos estudos em que participaram no âmbito de projectos de iniciação à investigação. Para além de estudantes da U.Porto, estes encontros estão abertos a outras entidades parceiras, nacionais e estrangeiras.

testando as suas aptidões e dando a conhecer o seu potencial empreendedor a possíveis empregadores. Aliás, o ciclo foi inaugurado com uma sessão de abertura presidida pelo presidente de uma empresa que aposta no empreendedorismo. Tendo como principal objectivo incutir nos estudantes da U.Porto o gosto pela investigação, o vice-reitor Jorge Gonçalves considera que o encontro permite que os alunos “tenham um conhecimento mais directo com o processo de criação de conhecimento”, sendo que “É, também, um esforço para criar canais de comunicação entre a universidade e a sociedade”.

Mais de 700 jovens investigadores, com uma média de idades a rondar os 21 anos, participaram na terceira edição do Encontro de Jovens Investigadores da Universidade do Porto (IJUP). A

Assim, o programa de iniciação à investigação (IJUP) pretende incentivar o envolvimento dos estudantes em actividades de I&D (investigação e desenvolvimento), o mais precocemente possível no seu percurso de formação universitária. No geral, a comissão organizadora traça como principais objectivos do programa IJUP: mostra decorreu pela primeira vez no edifício da Reitoria entre 17 e 19 de Fevereiro e deu a conhecer 410 trabalhos de investigação realizados por alunos do 1º e 2º ciclo da Universidade do Porto.

• Facilitar o contacto dos estudantes com as metodologias de criação de conhecimento e a sua compreensão das dinâmicas específicas desse processo, enriquecendo a formação dos estudantes e promovendo novos modelos de ensino/aprendizagem;

No encontro, as centenas de jovens mostraram os resultados dos trabalhos de investigação desenvolvidos num ambiente em tudo semelhante ao de um autêntico congresso científico,

• Estimular a aproximação de potenciais futuros investigadores e os grupos de I&D da U.Porto, favorecendo o despertar de vocações para a investigação científica;

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• Fomentar a discussão pública dos resultados dos trabalhos desenvolvidos, apoiando a participação dos estudantes em encontros científicos interdisciplinares, na U. Porto e em universidades parceiras; • Estimular a abertura dos grupos de I&D, pela incorporação de estudantes de áreas de saber complementares, pelo desenvolvimento de projectos pluridisciplinares, pelas ligações criadas que favorecerão contactos futuros entre os grupos de I&D e os participantes no programa ou as suas entidades empregadoras.

dade para melhor se dar a conhecer a diversidade e a qualidade da investigação que se faz na nossa Universidade. Nas diferentes áreas temáticas foi possível reconhecer a dinâmica da investigação da FFUP, o entusiasmo e envolvimento dos seus alunos nos projectos que apresentaram, estímulo para mais uma edição do IJUP com sucesso!” A avaliação global de todos os participantes é de clara satisfação, destacando-se o efeito positivo no seu percurso académico. Deixamos aqui a opinião de alguns colegas investigadores da FFUP: Ana Sara Cordeiro: “Este ano participei no IJUP candidatandome a uma apresentação oral. No ano passado, tinha participado com um poster que reflectiu maioritariamente o meu trabalho da disciplina de Projecto I. Penso que o IJUP é uma oportunidade única para qualquer estudante da UP que tenha algum interesse pela área da investigação científica, uma vez que nos permite não só treinar a construção de documentos científicos como posters e abstracts mas também praticar a apresentação do trabalho em inglês e com tempo limitado, o que é de elevada importância para quem se interessa pelo trabalho na área da investigação científica.”

• Dar mais visibilidade interna e externa às competências dos diversos grupos de I&D da U.Porto. A Faculdade de Farmácia do Porto é uma das unidades que aposta bastante neste género de dinâmicas. Tal como refere a docente da FFUP e membro da comissão organizadora do IJUP10, Georgina Correia da Silva: “A FFUP foi de novo uma das Unidades Orgânicas mais participativas! De facto foi a segunda em número de inscrições, sendo de realçar que das 410 comunicações submetidas ao IJUP, 85 foram apresentadas por alunos da FFUP! Estes números indicam um grande interesse dos alunos pela investigação científica, mostrando que querem desempenhar um papel activo no processo de aprendizagem e participar nas actividades de criação de conhecimento. Os artigos de alguns jornais diários que se referiam ao encontro com títulos como: “Jovens cientistas revelam-se” (Jornal de Notícias de 18/2) e “Do churrasco ao biodiesel na Universidade do Porto” (Público de 18/2), reflectem a multidisciplinaridade e o interesse despertado pelo encontro. O êxito deve-se à excelência dos trabalhos apresentados pelos estudantes e à participação activa de docentes e investigadores de todos os grupos de I&D da U.Porto que têm transformado este encontro numa oportuni-

Inês Mariano: “Foi a primeira vez que participei no IJUP e pessoalmente gostei bastante da experiência porque me permitiu expor o trabalho desenvolvido no grupo de investigação em que estou inserida. No dia em que tive o meu poster exposto grande parte dos posters eram da FFUP, o que deu a toda a experiência um tom descontraído e bastante agradável para uma primeira participação no evento.” Joaquim Gonçalves (NRR)

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NECF ISCSEM

Projecto Pagué III INVESTIGAÇÃO EM PLANTAS MEDICINAIS S. Tomé e Príncipe – Golfo da Guiné – África Ocidental Foi com anseio e entusiasmo que um grupo de Estudantes fi-

sul-americanas) usada no tratamento do glaucoma, e duas das

nalistas do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas do

mais importantes fontes de substâncias anticancerígenas até

Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM),

hoje disponíveis, o Taxol e o Etoposido, extraídos de plantas

partiu para S.Tomé e Príncipe, para uma Aventura tão fantástica

cujos efeitos medicinais já eram aproveitados pelos índios ame-

que não mais vai esquecer!

ricanos: o Teixo ocidental (Taxus brevifolia) e o Podófilo (Podophyllum peltatum).

O conhecimento acerca das plantas medicinais e da sua utilização adquirido pelo passar de gerações, deve ser inscrito como uma memória que importa preservar. Após os primeiros êxitos no isolamento de princípios activos das plantas, a indústria farmacêutica desenvolveu vários medicamentos muito importantes, à base de plantas, utilizados pela medicina moderna.

O Projecto Pagué, liderado pela Prof. Maria do Céu de Madureira, Prof. de Farmacognosia e de Fitoterapia do MICF-ISCSEM, tem como objectivo proporcionar aos futuros Farmacêuticos uma formação em técnicas de campo de recolha etnofarmacológica e uma oportunidade de contribuírem para o Estudo Etnobotânico e Etnofarmacológico numa zona de floresta virgem, efectuando colheitas de especimens utilizados na medicina tradicional local, através de um contacto directo com terapeutas tradicionais. As plantas medicinais são usadas por grande parte da população mundial, sendo muitas vezes os únicos medicamentos disponíveis em países em vias de desenvolvimento. Muitas destas plantas usadas na medicina tradicional requerem investigações para determinar a sua eficácia clínica e inocuidade, através de estudos científicos bem planeados. Durante os últimos quarenta anos, pelo menos uma dúzia de fármacos potentes foram produzidos a partir de plantas, contando-se entre elas a Diosgenina (Dioscorea spp.), a partir da qual se desenvolveram os contraceptivos antiovulatórios e diversos corticosteróides, a Vincristina e a Vimblastina, dois poderosos agentes anticancerígenos extraídos da Pervinca de Madagascar (Catharanthus roseus), a Pilocarpina (extraída de rutáceas

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O uso tradicional de uma planta pode ser um importante indica-

Foram recolhidos exemplares de plantas, alguns à partida des-

dor sobre o tipo de compostos a investigar, pelo que a recolha de

conhecidos, que serão objecto de estudo pelo grupo de investi-

informações junto de terapeutas tradicionais e a colheita e identi-

gadoras e pelo Prof. Jorge Paiva, biólogo do Instituto Botânico

ficação das espécies medicinais por eles utilizadas torna-se uma

da Universidade de Coimbra, especialista em floras de zonas

ferramenta indispensável na investigação e desenvolvimento de

tropicais.

novos fármacos.

Também as crianças foram uma aposta na tentativa de perpetuar

A realização de estudos etnofarmacológicos em zonas de gran-

o conhecimento das plantas medicinais. Para tal, realizaram-se

de endemismo, como é o caso da floresta primária da ilha do

visitas a escolas da Ilha do Príncipe com o objectivo de apresen-

Príncipe, seria então uma oportunidade de proporcionar a des-

tar às crianças possibilidades curativas de plantas encontradas,

coberta de novos fármacos. Nesse sentido, o grupo de inves-

de uma forma elucidativa e interactiva.

tigadoras partiu para a Ilha do Príncipe, onde começou por ter

Estas descobertas etnofarmacológicas podem possibilitar, neste

uma Formação em técnicas de recolha de plantas medicinais e recolha de informações etnofarmacológicas, juntamente com técnicos do Ministério da Saúde e da Agricultura do Príncipe e posterior aplicação prática das técnicas, com saídas de campo guiadas pelos terapeutas tradicionais e formadores.

País, um maior aproveitamento dos recursos florestais existentes, o desenvolvimento local de novas actividades económicas e a produção de material documental para acções de formação em educação sanitária, uma vez que as vantagens da descoberta dos novos medicamentos beneficiarão não só as populações Já a respirar aventura, partiram para a Expedição Etnobotânica

necessitadas do fármaco, como deverão ser distribuídas pelas

aos Picos Moncorne. Estes, são uma imensa área inexplorada,

regiões e países que deram origem à sua descoberta.

situada no sul da ilha do Príncipe, com um relevo extremamente

Para um farmacêutico é imperativo querer saber sempre mais,

acidentado e de difícil acesso, recoberta por uma densa camada

tentar ser melhor no desempenho da sua profissão, alargando

de vegetação, que pela sua inacessibilidade se pensa ser maio-

horizontes e traduzindo em mudanças positivas o conhecimen-

ritariamente composta por espécies representantes da floresta

to apreendido. Deve fazê-lo com responsabilidade, humildade,

virgem primária desta ilha. Cerca de 1000 metros de altitude cer-

e prazer. É nestes fundamentos que o grupo de Finalistas se

cados por selva densa foram então percorridos, por dentro de

apoia, e pode dizer com toda a convicção: “Valeu a pena!”.

chuvas tropicais, sacudidos por vento cortante que tentava, em vão, fazer o grupo desistir.

Novas pesquisas e experiências farmacológicas têm vindo a confirmar a utilização empírica das plantas e identificar potenciais novos usos terapêuticos, tendo as plantas medicinais conquistado o reconhecimento científico.

Mariana Cruz Bucho Finalista do MICF, ISCSEM

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NEF/AAC

“Agarra o teu futuro!” Vivemos numa Era de mudança global do que é o mercado de trabalho. Uma economia que tarda em acordar, um País que teme arriscar, e acima de tudo que evita lutar, constitui a realidade em que todos nos incluímos, de que todos somos responsáveis e, fundamentalmente, a que todos estamos submetidos! Perante o actual cenário da realidade económica, profissional e empresarial do País, a classe farmacêutica não pode, de forma alguma, permanecer na indiferença, na apatia, e no conformismo, que a marcou durante inúmeras gerações, tendo assim perdido o poder, a influência, e acima de tudo o lugar, em diversas áreas de intervenção farmacêutica. Mais importante do que falar da nossa qualificação, é praticá-la! É com esta dura e cruel realidade que hoje várias centenas de recém-licenciados se deparam aquando do ingresso do tão ambicionado mercado, sem que em toda a sua formação Universitária tenham tido contacto com este panorama profissional. Enganados estamos se nos convencermos que o valor de 11% de desemprego na população portuguesa não atingirá também, dentro em breve, a classe farmacêutica, sem que nada façamos em contrário. Numa análise às mais diversas estatísticas actuais, apercebemo-nos que dados como cerca de 40% dos farmacêuticos no activo terem idade inferior a 35 anos, não perspectiva um mercado de trabalho tão aberto e necessitado quanto ambicionamos; e o facto de 56% do valor total de farmacêuticos exercer Farmácia Comunitária, também não evidencia um continuar da crescente contratação nesta área, tal como o que se registou nos últimos anos. Sem querer, obviamente, menosprezar o trabalho e importância das instituições de ensino, não apenas para a classe mas também para o desenvolvimento do País, cada um dos programas curriculares em exercício, apesar das diferentes especificidades e orientações para as mais variadas áreas de intervenção farmacêutica, não contempla no seu todo uma verdadeira preparação que nos ajude no ingresso nesta nova e exigente etapa da vida profissional de cada um destes futuros farmacêuticos. Uma profissionalização da formação académica sem que, em qualquer momento, se coloque em causa toda a componente teórica, prática e científica do Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas será, no nosso ponto de vista, um dos principais desafios do Ensino Superior na actualidade. Atendendo a tudo o que foi mencionado anteriormente, exige-se a todas as organizações do mundo farmacêutico, incluindo obviamente as Associações e Núcleos de Estudantes, uma resposta pró-activa, construtiva, e acima de tudo urgente, para que no momento em que terminarmos a nossa formação académica nos possamos afirmar como uma referência nas mais diversas áreas de intervenção farmacêutica, desde a Farmácia Comunitária ao

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Ensino e Investigação, passando por Análises Clínicas, Indústria Farmacêutica e ainda os Assuntos Regulamentares. É, desta forma, e tendo em conta todos os argumentos supracitados, que o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) encara a notável tarefa de representar todos os estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Num mercado globalizado, competitivo e tão exigente como o actual, torna-se primordial para o NEF/AAC encontrar soluções que colmatem as necessidades e objectivos de cada um, e nos permitam valorizar ao máximo a nossa formação extracurricular, nomeadamente no que diz respeito às áreas de intervenção a nível profissional. Construímos assim uma estrutura humana assente em três pilares essenciais: a Formação, as Saídas Profissionais e ainda os Protocolos extracurriculares. A Formação congrega dois já marcantes momentos do Calendário Anual de Actividades não só do NEF/AAC, como da FFUC: o Simpósio e o Congresso Científico Anual! Estes, pautam-se pelo rigor científico, contribuindo para uma construção sólida de conhecimentos nas mais diversas áreas científicas. No que concerne às Saídas Profissionais, estas constituem o

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elo de maior aproximação ao mercado de trabalho. Através de programas como o “Vem conhecer a Indústria Farmacêutica” ou outros mais voltados para o Empreendorismo, muito têm contribuído para dar a conhecer aos alunos da FFUC inúmeras entidades do meio farmacêutico, fomentando assim o seu sucesso profissional. Neste mandato optámos ainda, para uma resposta verdadeiramente efectiva às necessidades actuais, pela criação do pelouro intitulado “Protocolos extracurriculares”, projecto este que possibilita aos estudantes, no decorrer da sua formação académica, uma experiência nas mais diversas áreas de intervenção farmacêutica. Nesta primeira edição da actividade, disponibilizámos um total de 46 vagas a concurso, abrangendo a Investigação, a Farmácia Comunitária, a Distribuição Farmacêutica, a Indústria Farmacêutica, passando pela Ordem dos Farmacêuticos, entre outros. Não duvidamos que esta será uma aposta ganha pelo NEF/AAC e pelos estudantes da FFUC, visto que permitirá, por um lado, um enriquecimento pessoal e curricular que certamente será valorizado aquando do ingresso no mercado, e por outro, construirá no estudante uma verdadeira noção do que poderá seguir e do que o poderá verdadeiramente realizar. Neste mundo globalizado, congregando estes três pilares, focalizámo-nos também na, cada vez mais crescente necessidade de uma perspectiva europeia, mundial, em prol de uma visão exclusivamente umbilical. Criámos assim, em conjunto com a direcção da Faculdade, um curso de Inglês extra-curricular que nos permitirá, não só “sobreviver” na selva quotidiana, como também adquirir conhecimentos básicos do Inglês cientifico em que se insere a nossa futura profissão. Estamos certos que este tipo de projectos desenvolverá um dinamismo e pró-actividade no seio dos estudantes, sendo o primeiro passo para uma nova geração de farmacêuticos, mais audazes, competitivos e lutadores. Fica assim uma palavra de motivação,

um olhar de esperança para o futuro, um espicaçar de mentalidades - a nós: os farmacêuticos de amanhã, que não paremos por aqui, que procuremos sempre mais, que com tudo o que nos foi criado, sejamos o Mais e o Melhor! António Rodrigues Presidente NEF/AAC

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APEF O XII ENEF resultou sem dúvida na junção de todas as Faculdades de Farmácia do País. Através desta actividade pôde-se desenvolver as componentes formativa e científica, assim como a lúdica, tendo sido postas em prática ideias pioneiras para as diversas áreas exploradas. Tudo isto foi possível não só pelo empenho da COENEF e Direcção mas também graças a todos aqueles que fizeram desta uma actividade de sucesso. O nosso muito Obrigado, Saudações Académicas. Diogo Barreto Director do Departamento Cultural e Científico, APEF

F o t o r e p o r t a g e m

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APEF IV Congresso Científico da APEF

Testemunho da Vencedora do Concurso de Posters

“O Medicamento: uma molécula, um percurso?”

Com um programa de elevado interesse e qualidade científica, reunindo oradores de renome e abordando temáticas do maior interesse para todos os estudantes de Ciências Farmacêuticas, independentemente do ano que frequentem, foi perante um Auditório praticamente repleto que a APEF deu início ao seu IV Congresso Científico.

Após 6 anos, Lisboa volta a receber o Congresso Científico organizado pela APEF. Este ano, o tema escolhido foi o Medicamento. Como futuros Farmacêuticos importa lembrar que um dos pilares fundamentais da nossa actividade é o Medicamento, sendo o outro pilar o Doente. Neste sentido surgiu a ideia do tema do IV Congresso Científico da APEF: “O Medicamento: uma molécula, um percurso?”. Realizado no Auditório do Colégio S. João de Brito o Congresso contou com cerca de 400 participantes, entre eles, estudantes dos novos Mestrados Integrados em Ciências Farmacêuticas da Covilhã e do Algarve, que demonstraram um grande interesse por esta actividade. No decorrer do Congresso foram abordados diversos temas com uma linha cronológica em mente por parte da Organização: as etapas necessárias ao desenvolvimento, produção, introdução no mercado e vigilância pós comercialização de medicamentos. Vários Oradores de renome Nacional presentearam os participantes com intervenções de elevada qualidade e motivadoras de discussão. Um exemplo claro foram as intervenções do ExBastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Dr. Aranda da Silva e do presente Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Professor Doutor Maurício Barbosa. Num mundo cada vez mais competitivo, em que diversas licenciaturas e mestrados tradicionalmente de ciências biológicas e químicas tentam mergulhar no vasto mundo da saúde Humana, qual será o Futuro do Farmacêutico? Que papéis desempenhará? Será a sua formação diversificada e abrangente uma vantagem? Estas foram algumas das perguntas às quais o Sr. Dr. Aranda da Silva e o Sr. Professor Doutor Maurício Barbosa tentaram dar resposta. Após estas intervenções foram vários os participantes que interpelaram a mesa, motivados pela grande pertinência do tema. Neste Congresso realizou-se também um concurso de posters, que contou com a participação de 6 concorrentes. O poster vencedor intitulado “Effect of bioactive xanthones on P-Gycoprotein activity and prediction of their intestinal absorption”, foi elaborado pela estudante Ana Sara Cordeiro da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Em 2012 realizar-se-á o V Congresso Cientifico da APEF no Porto e em 2014, o VI em Coimbra, regressando em 2016 a Lisboa para o VII Congresso Científico da APEF. São oportunidades a não perder. Francisco de Matos Afonso Pereira Presidente da Comissão Organizadora Secretário-geral APEF

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Na minha opinião, destacaria as intervenções sobre “Screening Farmacológico” e sobre “Marketing Farmacêutico”, em âmbitos completamente distintos do percurso do medicamento, mas que me transmitiram uma visão bastante actual e completa destes aspectos essenciais para o desenvolvimento (inicial e final, respectivamente), de cada medicamento. De ressalvar ainda a excelente comunicação do Prof. Doutor Aranda da Silva, que revelou a sua permanente atenção ao desenrolar do progresso da profissão farmacêutica, bem como a intervenção final do Prof. Doutor Maurício Barbosa, que na qualidade de Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos dirigiu aos participantes (maioritariamente estudantes de Ciências Farmacêuticas ou jovens Farmacêuticos) um discurso positivo e dinâmico, apelando à intervenção de todos na discussão das problemáticas mais relevantes para a classe farmacêutica.

Para além dos aspectos relativos ao programa, gostaria de referir que o concurso de posteres foi uma excelente ideia da organização, permitindo aos estudantes das diferentes instituições de ensino de CF mostrar os seus trabalhos de investigação junto de outros colegas e docentes. Ana Sara Cordeiro FFUP

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XII Concurso de Aconselhamento ao Doente O Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD) é uma das actividades mais antigas da APEF, contando agora com doze edições bem sucedidas! No entanto, este ano, para além das habituais eliminatórias locais e final optámos por desenvolver igualmente um Seminário de dois dias sobre Cuidados Farmacêuticos. Fica aqui um breve resumo da actividade! Um pouco de História… O CAD consiste num desafio aliciante para avaliar e aperfeiçoar as capacidades dos estudantes de Ciências Farmacêuticas no papel de profissionais de saúde. Esta iniciativa tem como objectivos principais a preparação dos alunos para a realidade da profissão em Farmácia Comunitária, fomentando o seu sentido crítico perante um caso clínico que lhes é apresentado e desenvolvendo também as capacidades de comunicação dos participantes. XII Edição Seminário de Cuidados Farmacêuticos A ideia desta inovação foi aliar à final um programa de educação informal que visasse sobre vertentes da farmácia comunitária que nem sempre são desenvolvidas ao longo do nosso plano curricular! Assim resultou um fim-de-semana repleto de palestras e workshops, que incluía os mais variados temas desde dispensação clínica a seguimento farmacoterapêutico, passando pela farmacovigilância e pelas fontes informação e documentação. O feedback dos participantes foi bastante positivo principalmente face à apresentação da Dra. Narcisa Dias, farmacêutica comunitária, que nos permitiu observar situações concretas elucidativas da importância dos Cuidados Farmacêuticos. Seguiu-se a Final Nacional, no dia 23 de Maio, na Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos, onde se situa a sede da APEF. Os participantes actuaram perante uma sala repleta e, após um pequeno coffee-break e animada conversa, divulgaram-se os ansiados resultados. A estudante da Universidade Lusófona, Sofia Rodrigues, foi a vencedora e, para além de todos os prémios habituais, teve ainda a possibilidade de viajar até à Eslovénia e descobrir o que é o Congresso Anual da IPSF! O Prémio “Melhor Cenário” também foi para a Universidade Lusófona. Ana Rita Tiago Directora do Departamento de Educação e Promoção para a Saúde, APEF

Ao ganhar o CAD a nível Nacional tive a grande oportunidade de participar no Congresso da IPSF (International Pharmaceutical Students’ Federation), onde fui representar os estudantes portugueses de Ciências Farmacêuticas no PCE (Patient Counselling Event). O PCE é um concurso similar ao CAD, diferindo deste porque existem dois níveis (begginer e advance) e o caso apenas é facultado ao concorrente 10 minutos antes da participação, dando-nos também, toda a informação que precisamos. Como o caso só é dado na altura e não temos tempo para o estruturar ao pormenor, a nossa participação torna-se bastante mais exigente, mas por outro lado assemelha-se mais com a realidade. Aconselho vivamente a todos a participar nestes concursos, visto que se trata de uma grande experiência em que começamos a ter noção qual o papel do Farmacêutico no dia-a-dia numa Farmácia Comunitária. Sofia Rodrigues 4º ano do MICF Universidade Lusófona Fotos facultadas pela Farmácia Distribuição

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APEF

Quatrino

30 portugueses, 12 suecos, 13 búlgaros e 13 turcos! Mais difícil? Os meses que antecederam este evento… claramente! A busca incessante por patrocínios…o esperar ansiosamente pela bolsa da união europeia…o calendarizar cada detalhe! Para quem o viveu na sua plenitude…apaixonante e intensivo! Uma experiência multicultural desta natureza é algo que não se deve perder na nossa associação! Exclamo vivamente aos próximos: Organizem! Vivam!

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Tudo começou com a chegada da delegação búlgara com os seus sorrisos imensos ao aeroporto internacional de Lisboa! Se o tempo ajudasse a visita por Belém, deliciar os pastéis teria sido perfeito na companhia da nossa delegação! Com a vinda dos suecos, o grupo ficou quase completo e ainda houve tempo para um conhecimento mais profundo da zona do hostel onde estavam alojados: o famoso Bairro Alto! Segunda, dia 1 de Março, já com a delegação turca, iniciaram-se oficialmente as actividades e para além de uma visita pela nossa bela cidade de Lisboa, houve ainda tempo para a visita ao Museu da Farmácia e uma palestra ministrada pela Dra. Ema Paulino, dando a conhecer o funcionamento das farmácias em Portugal. Palestra especialmente empolgante pelo facto da oradora ter adicionado exemplos concretos dos países dos participantes. O dia seguinte foi de apresentações na Universidade Lusófona e iniciámos a temática do projecto, tendo sido especialmente interessante a visualização do filme “Super Size Me” e o debate sobre obesidade e estilos de vida que se seguiu, permitindo a comparação das diferentes realidades nos vários países. Ao almoço fez-se um piquenique, também este, um exemplo de

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oportunidade a mais portugueses organizando um fim-de-semana internacional. Mais de 25 pessoas rumaram à bela cidade do Porto para integrarem esta experiência. As sessões realizadas foram muito proveitosas, divertidas e pertinentes. Focaram competências pessoais e a surpresa maior para os participantes foi a presença da Louise Jensen (Training Officer da EPSA) e Riccardo Hense (Vice-president of Partnership da EPSA) que trouxeram um treino com o tema “Intercultural communication”. Todos tiveram a oportunidade de conhecer as diferenças entre os países e entenderam de maneira interactiva que nem sempre os nossos actos noutras sociedades podem ser vistos da forma que pensamos. Descobrimos o que suspeitávamos…os portugueses são vistos por todos como um povo alegre, relaxado e que chega sempre, sempre atrasado!!! No sábado decorreu a

vida saudável e não sedentária. O dia culminou na clínica Tallon onde fomos muito bem recebidos, os temas apresentados foram interessantes e demonstraram as diferentes vertentes da intervenção farmacêutica. A noite foi no Real República onde se puderam ouvir as tunas “A Feminina” e “TAFUL” que tão bem representam a tradição estudantil portuguesa. Novo dia, nova cidade: Coimbra! Para além das palestras, foi dada formação para rastreios de doenças cardiovasculares e ainda houve tempo para ouvir o fado de Coimbra. Tivemos ainda a agradável possibilidade de assistir a um jogo da selecção - actividade não programada, o que muito agradou à maioria dos participantes. No dia seguinte foi o dia de pôr em prática a formação adquirida dando a todos a oportunidade de contactar com a população local/estudantil na realização de ras-

noite internacional, em animado convívio, com troca de produtos e tradições. No domingo, o atraso foi de facto crítico (quem sabe devido à noite anterior ter sido longa), tendo sido canceladas todas as actividades da manhã. Durante a tarde o tempo ajudou e pudemos fazer um agradável percurso a pé pela cidade e um passeio nos tradicionais barcos rabelos, precedido por uma visita guiada às caves do vinho do Porto. A semana foi encerrada da melhor maneira com um animado churrasco e karaoke…logo depois…choros e abraços demorados no fim desta semana bem agitada.

Foi portanto, uma semana sensacional, com parabéns merecidos à organização que tanto conseguiu proporcionar aos participantes. Obrigada Co-TWIN!! Sem vocês seria impossível! Foi notável o esforço que se fez para levar os participantes às três cidades representadas pela APEF, com todas as actividades agendas e com programas diversificados! treios. Claro que não foi esquecida a visita aos principais pontos de interesse da cidade. O espírito de Coimbra não passou ao lado de ninguém num típico jantar de estudantes e numa festa que durou pela noite dentro.

Lígia Gomes Individual Mobility Project Officer (IMP) Beatriz Macedo (FFUC)

E para finalizar a nossa semana resolvemos arriscar e abrir esta

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APEF

Student Exchange Progamme

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O Student Exchange Progamme da IPSF é já conhecido pela maior parte dos estudantes de Ciências Farmacêuticas do país. Já todos ouvimos contar histórias e aventuras de colegas que participaram nesta experiência e todos temos vontade de um dia contar a nossa. No entanto, às vezes, a ideia de fazer um estágio no estrangeiro, num país distante onde se pensa que Portugal é apenas uma província espanhola, pode assustar os menos destemidos. A verdade é: não há razão para preocupações. O SEP é real e todos os que se aventuraram não se arrependeram, antes pelo contrário. Portugal é o país de onde mais estudantes saem e todos os países do mundo invejam a nossa mobilidade. Isto é real, somos líderes mundiais. Não tenhas medo, aventura-te, tenta e mostra ao mundo como é ser estudante de farmácia em Portugal.

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Teresa Torres Student Exchange Officer, APEF

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APEF

SEP Weekend

uma conceituada discoteca de Verão. Era Ladies’ Night e não faltaram caipirinhas à borla e muita música.

No passado fim-de-semana de 23, 24 e 25 de Julho, realizou-se em Ofir, Esposende, o IV SEP Weekend da APEF. Esta actividade tem como principal objectivo proporcionar três dias de puro convívio e diversão aos nossos colegas estrangeiros que vêm para Portugal estagiar durante o Verão e também é uma oportunidade para nós, portugueses, convivermos com eles e mostrarmos aquilo que temos para dar.

O fim-de-semana começou no início da tarde de sexta-feira, com muito sol e animação. Por volta das 15h chegava àquela pacata cidade um autocarro com onze húngaros, três checas, três polacos, duas eslovenas, duas croatas, uma holandesa, uma sérvia, uma americana e um inglês. Vinham dos seus estágios no Porto, Coimbra e Lisboa e ansiavam por muita praia e sobretudo festa. Alguns portugueses juntaram-se a eles pela hora do jantar. A Pousada da Juventude Foz do Cávado, foi o spot escolhido para receber tão peculiar grupo e, verdade seja dita, ganhou connosco uma piada diferente. A primeira noite foi passada no Bib’Ofir,

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Improvisou-se na esplanada do bar da pousada um convívio até à hora de ir para a discoteca, pela 1h. Esta noite foi memorável. O Pacha é já uma conhecida discoteca a nível nacional e internacional e não desiludiu ninguém. Foi mesmo daqui que os SEPs levaram os seus souvenirs: t-shirts Pacha para todos.

No dia seguinte, sábado, pela manhã, já todos estavam de pé para tomar o pequeno-almoço incluído (sempre importante). Olhando para os nossos amigos estrangeiros nessa altura, nada dizia que tinham tido uma noite como a anterior. Neste aspecto aprendemos com eles, visto que os portugueses preferiram ficar a aproveitar a cama. A tarde foi passada por uns na praia e por outros na piscina ou nas esplanadas ao pé da areia. O jantar foi, como no primeiro dia, no refeitório da pousada e de seguida a festa recomeçou. Pelas 23h, os SEPs já estavam prontos para seguir para a discoteca Pacha, mas desta vez foram eles que aprenderam connosco.

No Domingo e último dia do SEP Weekend, passou-se a manhã ao sol e à tarde os “futuros farmacêuticos do mundo” rumaram às suas “terras adoptivas” para mais uma semana a descobrir Farmácia em Portugal, mas com a cabeça ainda na praia, no sol e na música de Ofir.

Teresa Torres Student Exchange Officer, APEF

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EPSA - European Pharmaceutical Students’ Association

“Bringing Pharmacy, Knowledge and Students Together”

vocacionadas para a aquisição e aplicação de “Soft Skills” - e ainda o IMP (Individual Mobility Project) - projecto que permite a Farmacêuticos recém-formados das suas associações membro a candidatarem-se a um estágio profissional num dos países “membro”, por um período de 2 a 12 meses. Todos os anos realizam-se ainda alguns eventos de cariz associativo, formativo e social, sendo os principais o Annual Congress, a Summer University e a Autumn Assembly. Durante estes eventos ocorrem acções de formação, palestras, workshops, Assembleias Gerais, festas, mas, acima de tudo, uma frutífera e proveitosa troca de conhecimentos acerca do panorama Europeu do sector académico e profissional das Ciências Farmacêuticas. Portugal é um país com grande tradição nestes eventos, sendo habitual ser a comitiva com maior número de participantes!

Olá caros colegas! Gostaria de prender a vossa atenção durante uns minutos para vos mostrar um pouco da EPSA - European Pharmaceutical Students Association. A EPSA nasceu em 1982, tendo derivado do European Sub-Comittee da IPSF (International Pharmaceutical Students Association). Desde então tem vindo a crescer e a ela teêm-se vindo a juntar mais Associações, que são actualmente 31, de 27 países diferentes, o que representa um universo de 120 mil estudantes! Entre os membros da EPSA encontramos duas associações portuguesas, a APEF e a AEFFUL. Desde então tem seguido a sua máxima - “Bringing Pharmacy, Knowledge and Students Together”. Apesar de, recentemente, ter sofrido algumas alterações na sua organização, esta associação continua a contar com um elevado número de portugueses na sua estrutura, alguns dos quais fazendo mesmo parte do Executivo. Este facto não é apenas uma causa, mas também uma consequência da elevada participação dos estudantes portugueses de Ciências Farmacêuticas em todos os eventos da EPSA! Relativamente às suas principais actividades e projectos, são de salientar o seu “Training Project” - resultado da aposta da EPSA, desde há alguns anos, em formar os seus próprios “Trainers” para depois os disponibilizar aos seus membros, para formações

Para finalizar, gostaria de convidar todos os estudantes de Ciências Farmacêuticas a participarem no evento próximo da EPSA, o seu Annual Congress, que se realizará em Lisboa, durante o mês de Abril de 2010! Será, certamente, uma óptima oportunidade para conheceres esta associação e, quem sabe, descobrires uma nova “paixão”! Até lá! José Mendes Liaison Secretaire, APEF

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APEF International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF) World Congress, Ljubljana

E porque não fazer algo diferente durante as férias? Este verão tive a possibilidade incrível de ir ao 56th International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF) World Congress em Ljubljana, na Eslovénia. Uma experiência que nunca vou esquecer. Devo começar por dizer que o tempo na Eslovénia é completamente de loucos. Saída do calor abrasador de Portugal, depareime literalmente com uma reinterpretação do dilúvio da arca de Noé. Mas nem mesmo o mau tempo impede um congresso espectacular. Não sendo este o meu primeiro congresso internacional, posso afirmar com toda a certeza que foi o melhor. Desde a organização, às pessoas e à espectacular cidade de Ljubljana, nada falhou. Comecei a minha viagem com a participação no programa Leaders in Trainning (LIT), organizado pela IPSF. Dezassete participantes de todos os cantos do mundo, numa formação vocacionada para o desenvolvimento de soft skills cada vez mais utéis no mercado actual. Um ambiente descontraido e muita diversão durante a noite numa pequena cidade eslovena, Novo Mesto. Não podia ter desejado melhor e superou de longe as minhas expectativas. No final desta formação começou o congresso e agora sim, as mil e uma histórias que gostaria de poder contar. Um congresso internacional é uma experiência extraordinária. A possibilidade de conhecermos pessoas de todo o mundo supera de longe o cansaço das inúmeras festas e das poucas horas de sono. Os dias são passados com a possibilidade de participarmos em diversas formações, umas mais interessantes do que outras, confesso, mas no geral muito bem pensadas para a realidade do futuro farmacêutico. E paralelamente, claro está, não podiam

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faltar, as Assembleias Gerais. Nas Assembleias Gerais o futuro da IPSF é decidido e acreditem que por vezes, se podem tornar um pouco caóticas. Para tentar manter a ordem as regras são mais que muitas: Votação para começar, votação para se apresentar um assunto, votação para começar a discussão, votação para fechar a discussão, votação para votar o assunto e finalmente, a votação final! No dia cultural visitámos um pouco mais da Eslovénia, e o lago de Bled marcou-me especialmente, tanto pela beleza do local, como pelas aventuras na igreja, como na viajem atribulada de gôndola que teimava em inclinar-se. Mas nada soube melhor que terminar o dia a comer um bolo típico esloveno, numa esplanada a beira deste lago. Como qualquer congresso também este foi marcado por uma forte componente social, com festas e noites de convívio que permitiam conhecer fora do contexto de “trabalho” todos os participantes. Há que lembrar uma espectacular Noite Internacional em que cada país traz comida e bebida típica para partilhar e em que o traje académico imperou como indumentária dentro da delegação portuguesa apesar do calor na sala. Não posso deixar de referir também a Trash Party em que o dress code era obrigatório que fosse feito a partir de lixo e materiais recicláveis, apelando à sensibilização e mostrando assim toda a criatividade dos estudantes farmacêuticos. É incontornável referir o jantar de gala, jantar esse em que a melancolia foi mais que muita. Afinal, ao fim de duas semanas naquele pequeno mundinho à parte, custa a acreditar que o congresso tenha chegado ao fim. Na minha mala de volta a Portugal, trouxe muito mais do que levei. Trouxe memórias espectaculares, novas amizades e saudades de beber uma Lasko fresquinha. Aos 29 portugueses que me acompanharam, o meu sincero obrigada! Sem a vossa presença este congresso não teria sido o mesmo. A todos os que ficaram por Portugal? Não percam a próxima oportunidade de participar num evento destes. A forma como nos alarga os horizontes não tem preço. Depois de 15 dias na Eslovénia, simplesmente digo: Venha o próximo! Viva la Pharmacie! Catarina Simões-Lopes Contact Person, APEF

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Sabias que... ...o farmacêutico na Índia é também médico, dá consultas e faz cirurgias de emergência? Estas são as fotos de uma típica farmácia na Índia, onde o Farmacêutico, para além das tarefas enunciadas anteriormente,

…está a ser desenvolvido um protótipo de uns sapatos “milagrosos” para pessoas com dificuldades de locomoção? Estes sapatos irão permitir total autonomia na locomoção de pessoas com dificuldades, tais como deficientes físicos e idosos, e funcionam através de um sistema que envia impulsos nervosos ao cérebro.

ainda faz a limpeza do estabelecimento. Ficar doente na Índia é correr risco de vida!

…os indivíduos com maior índice de massa gorda têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro do que os restantes? Isto acontece porque o tumor cancerígeno, para se desenvolver, retira grande parte da energia de que necessita, da massa gorda. …a partir da tua farmácia tens acesso a um produto que te permite lavar a roupa na máquina sem recurso a detergentes? Este é um produto inovador, científico e 100% ecológico que tem o nome de ECOBOLA AZUL. Para além de ter as mesmas funcionalidades de um detergente comum, a ecobola, permite lavar a roupa sem os inconvenientes ecológicos de um detergente comum. Estas bolas são constituídas por quatro cerâmicas diferentes que actuam de uma forma natural, sendo que uma unica unidade tem uma capacidade de 1000 lavagens, o que corresponde a um período de 3 anos. …as farmácias na Bélgica e na Holanda vendem “kits de eutanásia”? Estes kits só estão disponíveis para profissionais de saúde e contém os utensílios necessários para realizar a morte assistida. Para o adquirirem os profissionais de saúde estão sujeitos a regras muito restritas e no final da utilização têm que entregar os medicamentos e utensílios que sobraram. Na Bélgica estes kits já se comercializam desde 2005 e na Holanda desde 2002.

…em Portugal a Farmácia é o estabelecimento de saúde melhor cotado e mais visitado pelos utentes? As conclusões constam da avaliação feita num estudo do Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU), que compara a satisfação dos utentes de farmácias em 13 países. Os temas analisados incluem a frequência da visita, a imagem e a opinião geral sobre a farmácia, e o acon-

selhamento e informação prestados pelo farmacêutico. A satisfação dos utentes das farmácias na Europa é “elevada” e o farmacêutico é considerado um profissional de saúde “de confiança e eficiente”, com “competência técnica e conhecimentos amplamente solicitados e valorizados”. ...os farmacêuticos encontramse entre as três profissões em que os portugueses mais confiam? Este estudo foi realizado pela Reader’s Digest e conclui que as três profissões em que os portugueses mais confiam são os bombeiros, os pilotos de aviação e os farmacêuticos, conquistando estas a confiança de 9 em cada 10 inquiridos. No final da lista encontram-se os politicos, os vendedores de automóveis, os jogadores de futebol, os líderes sindicais e os advogados.

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