Anuário 2011

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2011

AnuÁrio

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Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição

Passo a passo, sempre em frente! Santa Paulina


Rede Santa Paulina na Assistência Social e Projetos Sociais da

Ciic

Lar dos Velhinhos Maringá-PR

Educandário Sagrada Família São Paulo-SP Comedor Santa Rosa de Lima Manágua-Nicarágua

Orfanato São Roque Moçambique-África

Projeto Tecendo a Vida Belo Horizonte-MG

Lar dos Velhinhos San Javier-Argentina

Lar São Roque Diamantino-MT

Casa Sagrada Família Campos do Jordão-SP


O

Sumário

Editorial

Vida consagrada

ano de 2011 foi marcado pelo dinamismo do Espírito Santo e muito significativo para a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Santa Paulina é nossa inspiradora na continuidade da Obra de Deus, pedida por Maria e abraçada por muitas Irmãzinhas, que, fiéis ao seguimento de Jesus, doaram suas vidas em defesa da Vida. O anuário que está chegando em suas mãos apresenta, em síntese, a vida e a missão das Irmãzinhas, presentes em 9 países e 16 estados brasileiros, nas diferentes realidades culturais e evangelizadoras. Juntam-se a nós jovens que, atentas ao chamado de Jesus, buscam responder ao apelo: vinde e vede... Com alegria, somam em nossa missão, à luz da inspiração inicial de Santa Paulina, muitos grupos de leigos e leigas, organizados/as na Família Madre Paulina (FAMAPA) e de crianças e adolescentes, na FAMAPINHA! Também o Instituto Secular Santa Paulina (ISSP), fortalece o Carisma e a Espiritualidade Congregacional, na responsabilidade e fidelidade da vivência da proposta do mesmo. No intuito de fortalecer a presença da Vida Religiosa Consagrada, em resposta aos apelos da inserção na missão urbana, em abril de 2011, a Congregação assumiu o Projeto Missionário na Vila Prudente, Região Episcopal Belém, São Paulo, na partilha dos carismas, formando uma comunidade intercongregacional. Ide pelo mundo é o mandato de Jesus. Na força do IDE, algumas Irmãs foram enviadas em missão Ad Gentes, enfrentando o desafio da interculturalidade e ao mesmo tempo, acolhendo a riqueza na partilha de saberes e de experiências das diferenças culturais, porque a Palavra de Deus encanta e fascina. Ela é presença do Espírito, junto aos simples, aos que aparentemente “nada sabem”. São muitos os testemunhos de graças recebidas por intercessão de Santa Paulina, agradecendo curas, benefícios recebidos, o emprego conseguido, uma viagem abençoada, os familiares unidos e muitos desejos alimentados no coração. Em 2011, ainda realizamos e vivemos um intenso processo de mudanças, envolvendo todas as Irmãs e Formandas, na elaboração do Planejamento Estratégico, à luz do Carisma, Espírito e Espiritualidade de Santa Paulina. Nós acreditamos nas palavras de Santa Paulina: Passo a passo, sempre em frente! Festiva e cheia de encantos foi a celebração natalícia de 100 anos de Irmã Natalia, que, sempre firme, decidida, encara a vida com alegria, otimismo e simplicidade. Parabéns Irmã Natalia! Em suma, ao longo destas páginas, caro leitor/a você poderá perceber a vitalidade da Congregação. Pedimos a Santa Paulina a intercessão sobre todas as pessoas colaboradoras nesta obra evangelizadora e entre elas você e sua família. Irmã Anna Tomelin Superiora Geral da Congregação

A força da consagração............................ 2 Fidelidade ao Deus que é sempre fiel!.... 3 “Tu me chamaste, aqui estou”................. 3 Vidas ofertadas no amor.......................... 4 Alegria é o seu segredo............................. 5 No ministério da coordenação amor e dedicação se tornam serviço!..... 5 Irmãs na glória!......................................... 6 Hino de louvor.......................................... 7

Vocação Animação Vocacional............................... 8 Por tua palavra, lançarei as redes.......... 10

atualidade Ecologia e Ética....................................... 10 Mulher: luta, transformação, esperança e resistência.......................... 12

gente que faz Terapia Comunitária.............................. 14

Juventude Jovens enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé!.......................... 16 Semana Santa com Santa Paulina ........ 18

FAMAPA FAMAPA em missão, a serviço da vida!.19

Especial Carisma e mudanças.............................. 20

missão Passo a passo na missão........................ 23 O cuidado da vida como missão........... 24 Uma história a contar, uma história a ser................................... 26 Juventudes Estudantis........................... 28 Monumento de Amor e Fé..................... 29 Gerar vida e esperança: uma missão diferente!............................ 30 “Eu estou no meio de vós”..................... 31 Na fonte da Palavra, compromisso com a Vida...................... 32 Testemunhas do reino e da vida............ 33 Assistência social ................................... 34 Educação a serviço dos povos indígenas...................................... 37

Espiritualidade Espiritualidade e Carisma...................... 38

Ressonâncias

2011

Gratidão................................................... 40

Anuário

Presidente: Irmã Anna Tomelin

Revisão: Secretária Geral e Provinciais

Diretora Administrativa: Irmã Maria das Graças Sampaio

Projeto Gráfico: Maria Inês Ruivo Andrade

Redatora Chefe: Irmã Roseli Amorim Equipe de Redação: Secretárias Provinciais e Regional Redação: Irmãs das Coordenações Geral, Provinciais e Regional e Comunidades da CIIC

Editora: Ir. Egnalda R. Pereira MT 3585 Fotos: Arquivo da CIIC Nossa capa: Logo do Planejamento Estratégico da CIIC: apresenta aspectos do processo de mudança em função de um Planejamento Estratétigo.

A ponte ilustra o processo a travessia. O céu está iluminado por uma nova luz que indica o caminho. Ao final nasce o sol que representa a grande luz: Jesus. Os três perfis femininos indicam que a travessia é feita em conjunto e de forma participativa. Fazer a travessia, passar para outra margem, significa tempo de construção coletiva, vida nova. Exige fé em Jesus e exercício conjunto em busca de alternativas, entre ajuda e decisões em vista do Projeto do Reino.


Vida Consagrada

A força da

N

consagração Sensíveis ao Carisma de Santa Paulina, Irmãs jovens falam da Vida Religiosa Consagrada

Anuário ciic 2011

este tempo de mudança de época, a Vida Religiosa Jo­ vem continua presente e atuante na missão. Na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, as Irmãs jovens estão integradas nos mais diversos serviços pastorais, como presença e testemunho nas comunidades eclesiais, na educação, na saúde preventiva e curativa e em vários outros espaços. Realizam-se pessoalmente, contribuindo para um mundo melhor. “Ser religiosa jovem significa ousadia, ter a clareza de um projeto de vida e ser sensível às diferentes realidades. É arriscar-se e ser presença da mística de Santa Paulina”, declara Irmã Ana Carla Macedo de Assis – Sapucaia do Sul-RS. Já para a Irmã Alessandra da Cruz, “a jovem religiosa deve ser presença amorosa de Deus Pai e Mãe diante de um mundo que só valoriza a pessoa, pelo que tem e faz”. E acrescenta: “Como religiosa jovem, me sinto feliz e realizada”. Podemos dizer que na vida em comunidade, a Irmãzinha encontra espaço para partilhar e expressar sua juventude. “Busco espaços na minha comunidade para ser o que sou. Encontro oportunidades e liberdade para expressar-me”, diz Silvana Mabel Galarza – Argentina.

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Quero dizer à juventude que ainda não encontrou sua vocação que vale a pena seguir Jesus e seu Projeto, na Vida Religiosa Consagrada

Encontro das Junioristas – julho de 2011 São Paulo-SP

Ela acrescenta: “Sinto também um esforço da parte das minhas Irmãs, para me compreenderem”. Toda jovem religiosa traz um grande potencial de iniciativas e criatividade. Ela quer direcionar sua vida para ajudar a outras pessoas serem felizes. “Deixar família e amigos para dedicar-se a uma causa maior é algo que vale a pena investir a vida”, é o que afirma Irmã Antonia Oliveira Resende – Chapecó-SC. Todas as pessoas buscam felicidade. Encontrar um caminho que nos faça felizes é fruto de busca e de entrega diariamente ao Projeto de Deus. “Sinto-me agraciada, feliz e realizada por ter recebido este chamado de Deus e por Ele ter confiado a mim esta missão, em minha juventude”, afirma Irmã Liliane de Almeida. “Quero dizer à juventude que ainda não encontrou sua vocação, que vale a pena seguir Jesus e seu Projeto, na Vida Religiosa Consagrada. Para Jesus, sua missão é o Reino. Doar a vida ao Reino seguindo seus

Ser religiosa é viver com toda intensidade os sonhos e a vocação, sem deixar de ser jovem passos é o melhor presente que podemos dar como jovens. Não espere mais! Jesus te confia uma missão”, Irmã Ivania Blandon – Nicarágua. “Ser religiosa é viver com toda intensidade os sonhos e a vocação, sem deixar de ser jovem”. Consagrar a Deus a juventude, forças, sonhos, energia e dar uma resposta diferente e, muitas vezes, viver na contramão do que o mundo oferece, é a nobreza de sentimentos que permeia o coração de jovens como a Irmã Iraneide de Sena Sousa “Eu me sinto desafiada a cada dia. Mas, também me sinto questionada com a realidade atual. Sinto que ela grita pela nossa presença. Sinto-me instrumento de Deus”, Irmã Debora Regina Correa – Argentina. Irmã Leodi Amália Bolzan


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Celebração de Votos Perpétuos em Modelo-SC

celebração dos votos perpétuos é um momento forte na vida da religiosa, diante do compromisso e dos desafios que a própria missão e consagração apresentam. Irmã Amélia Gomes da Silva celebrou sua consagração definitiva em Modelo-SC, com alegria e entusiasmo declara: “Não me sinto capacitada, mas tenho a certeza de sou capacitada pela Trindade todos os dias. Não me sinto pronta, me vejo com inúmeras incoerências que diariamente estou tentando dar passos e me lançar nos braços amorosos de Deus e deixar-me afetuosamente ser moldada por Ele na certeza de que sou chamada a ser ‘Sal e Luz’, num mundo fragmentado, que prima pela cultura do descartável, no qual nada parece ser pra sempre. Rogo a Deus que me conceda a graça de ser fiel a cada dia”.

Irmã Amélia Gomes da Silva Modelo-SC

“A

“Tu me chamaste, aqui estou” Profissão Religiosa na CIIC em 2011

Vida Consagrada é uma experiência do amor gratuito do Pai, que chama, consagra e envia, para viver com os mesmos sentimentos de Jesus Cristo, potencializada e dinamizada pelo Espírito Santo”

(CCIIC). Como discípulas missionárias, as jovens Irmãzinhas são enviadas em missão, nas diferentes realidades onde marca presença a Congregação fundada por Santa Paulina. Toda a Congregação dá graças ao Senhor por estas jovens Irmã-

lena Flores Martínez, o Hurtado, Maria Magda Irmãs Aracelly del Socorr Jaqueline Sánchez din Ley e Ena Asunción O. Trujillo gua Nueva Guinea – Nicará

zinhas que celebram a consagração de suas vidas a Deus, a serviço da Missão. Irmãs Crislaine Jumes da Silva, Itati Brasília Martinez e Itamires Amorim dos Santos Goiânia-GO

Vida Consagrada

Fidelidade ao Deus que é sempre fiel!


Vida Consagrada

Vidas ofertadas no amor

“A

Jubileus da Vida Religiosa Consagrada são celebrados durante o ano na Congregação

Vida Religiosa é uma expressão da santidade e da missão profética da Igreja, é uma vida de consagração a Deus pelos Conselhos Evangélicos” (CCIIC).

Celebrar o Jubileu da Vida Religiosa Consagrada é manifestar com a própria vida o dinamismo do amor trinitário. É saborear e oferecer aos irmãos e irmãs a presença do amor que se encarna na solidariedade e na partilha. Por isso

a festa, o júbilo e a ação de graças pelos 75, 70, 65, 60, 50 e 25 anos de Consagração!

PICM

PIC

Irmãs Heriberta Maria – Kiyoshi Kitagawa (65), Giselda Maria – Benedicta Conceição Andrade (65), Cecília Vargas (65), Leonídia – Magdalena Bértoli (60), Cesídia – Magdalena Bértoli (60), Maria Zilda Boa (25), Cidico – Apparecida Toyama (65), Ana Kimura (50) e Guida – Maria Benedicta da Silva (60). Nota – Não puderam estar presentes: Irmãs Firmina Maria – Olga de Paula (70), Clementina Marchiori (65), Maria da Silva Leite – Hugolina (75) e Bernadeth Rodrigues Jardim (25)

Irmãs Mariota Feller (65) e Pedrina (60)

PCJ

Anuário ciic 2011

PIC

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Irmãs Cicília Heidmann (50), Antônia Cícera de Oliveira (25) e Cecília Bertotti (60)

Irmãs Maria José Gonçalves (50), Maria Vera Lúcia Oliveira (25), Maria José Macã (60), Maria Oshiro (50), Maria Luiza Favetti (60), Vivalda – Josefina Maria Del’Antonio (60), Luiza Calzavara (60), Helena de Paula Pereira (50), Maria Lélis – Herminia Henriqueta Dellagnello (75), Heloísa Hautrive (50) e Walfrida Maria – Maria Rosa Ruberti (75). Nota – Não puderam estar presentes: Irmãs Natália – Maria Freitas (75), Zoé – Porfiria Rezende de Araújo (60), Líria Terezinha – Vicentina Angela Pimentel (65) e Joselina Maria – Maria Soares da Silva (70)

Irmãs Madalena Marchi (50), Alaíde Debortoli (50), Amélia (50), Rosa Míriam (60), Fátima Valcarenghi da Silva (25), Leodi Amália Bolzan (25), Maria Dalvina Muraro e Maria de Lourdes Muniz da Silva (25). Nota: Irmã Velzi Carmen Stolf não esteve presente

PNSL


I

Irmã Natália do Menino Jesus (Maria de Freitas)

rmã Natália é uma presença marcante! Deixa transparecer um alto astral. Está sempre trans­ mitindo satisfação e alegria. Para ela, “não há tempo ruim...”. Seu espírito expansivo, comunicativo torna a convivência comunitária descontraída. O som de seu andador, pelos corredores da Casa, é conhecido e seu rumo é certo: o cumprimento de seus compromissos comunitários; e assistir a transmissão, pela TV, da Novena e Bênção do Pai Eterno, que só dispensa de ouvir quando há encontros ou algum evento na sala. Gosta de se comunicar, de conversar, de contar e ouvir histórias. Nasceu em Tubarão-SC, de família católica praticante. O exemplo dos pais e quatro irmãos alicerçaram suas convicções, seu modo de ser. As famílias Freitas e Westrup eram muito amigas o que levou os jovens Maria e Gregório a firmarem grande amizade, com muita afinidade. Ambos atenderam ao chamado do Senhor – ela tornou-se religiosa e ele sacerdote (Padre Gregório Westrup, do SCJ). Ele lhe disse: “Reze por mim, eu rezo por você...”. Embora tivesse sonhos, planos, outros interesses, decidiu-se pela

Vida Religiosa. Durante um retiro para Filhas de Maria, associação da qual fazia parte, ao refletir sobre a pregação do sacerdote sobre os estados de vida, uma frase a tocou profundamente: ”Se alguma moça se decidir pela Vida Religiosa, deve abraçá-la agora e não esperar para mais tarde. Deve oferecer a juventude e não o resto...”. Foi o bastante para se decidir. Recebeu plena aceitação da família e conta que seu pai sentia-se tão feliz, que no dia de sua profissão, ao vê-la Irmãzinha, repetiu com Simeão: “Agora, Senhor, deixai vosso servo ir em paz...”. Sua firmeza nas decisões, sua transparência em tudo, sua simpli-

cidade, a acompanharam em toda a vida. Muito obediente, sabia dialogar com suas Superioras. Não hesitava em ponderar suas condições e isso ocorreu na expansividade, com a Madre Luiza e com a Madre Clarice. Nada temia, confiava em Deus e agia retamente. Hoje tem 79 anos de Vida Religiosa e 100 anos de idade. Trabalhou em São Manoel, Itapeva, Itararé, Sorocaba e Bragança, em São Paulo, e São Sebastião do ParaísoMG, sempre em serviços de apoio (capela, lavanderia, costura, orientava os funcionários). Quando tinha tempo livre, ministrava Catequese. Gosta de silêncio, da convivência comunitária, de transmissões pela TV, sobretudo no que se refere à Igreja. Sua grande alegria é ter conhecido Madre Paulina, embora nunca tivesse conversado com ela. Quando ia fazer os retiros anuais, na Casa Geral, sempre a via, já cega, caminhando pelos corredores. A Canonização da Santa Madre Paulina é motivo de inigualável alegria, para ela. É muito agradecida à Congregação e sente-se plenamente feliz quando percebe as Irmãs contentes e entrosadas. Irmãs Sofia Hoepers e Ignez Delosso (in memorian)

A

No ministério da coordenação

amor e dedicação se tornam serviço!

Iva

olli, Rosane Lundin, Irmãs Vitalina Pic enhardt. Gratidão! Ar e rild e Ma nês Maria Favretti

gradecidas à equipe de Coordenação da Província Nossa Senhora de Lourdes pela missão realizada, toda a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição também aco­ lhe a nova equipe de Coordenação Provincial eleita para o serviço de dinamização e articulação das comunidades, no período de 2011 a 2014.

Irmãs Marilde Aren hardt, Rosacy Soare s da Cunha, Rosane Lundin e Ve ra Lúcia W. Zimme rmann – Nova Coordenação da PN SL

Vida Consagrada

Alegria é o seu segredo


Vida Consagrada

Irmãs na glória! Ir. Maria Chantal (Francisca Urada) ✰ 23/11/1922 – Ribeirão Preto-SP  27/01/2011 – Bragança Paulista-SP Sempre foi muito dedicada e atenciosa com todos, acolhendo, recebendo com carinho e alegria. Antes de ingressar na CIIC, foi zeladora da Cruzada Eucarística, Filha de Maria e Catequista. Desenvolveu seus trabalhos em diversas comunidades e dizia que “sua missão foi sempre com crianças e idosos”. Cuidou, especialmente, de idosos japoneses. Foi zelosa e exigente na prática da vida; piedosa, procurava incutir o gosto pela oração.

Ir. Melânia Wilwert ✰ 02/11/1931 – Blumenau-SC  03/05/2011 – Bragança Paulista-SP Viveu intensamente a fé, a honestidade e a prática da verdade – exemplos recebidos de seus pais, e os cultivou em toda a sua vida. Sempre se dedicou aos enfermos e às crianças. Por 27 anos, trabalhou no Hospital Militar. Em tudo que fazia, colocava muito amor e dizia convicta: “Sei que o Senhor não olha tanto o que se faz, mas o amor com que fazemos as coisas...”. Era uma pessoa muito sensível, capaz de perceber as necessidades das Irmãs e se prontificava a ajudá-las.

Ir. Marcília Maria de Jesus Crucificado (Maria da Conceição Pinto ) ✰ 09/05/1924 – Botelhos-MG  09/05/2011 – Bragança Paulista-SP Mais velha de 12 filhos, passou sua infância e juventude ajudando sua mãe a cuidar dos serviços da casa e dos irmãos. Desde os nove anos sentia o apelo para ser religiosa, mas contava 23 anos quando conseguiu concretizar o seu sonho. Desempenhou seu trabalho sempre com os doentes e se sentia feliz e realizada. Era uma pessoa de constante e profunda oração e levava as outras, com as quais convivia, a serem orantes também. Foi um grande testemunho de unidade, de companheirismo e de solidariedade.

Ir. Eliezer Brezolin ✰ 06/06/1960 – Coronel Martins-RS  18/05/2011 – Serra Alta-SC Foi uma Irmãzinha que viveu, com muita alegria, a sua consagração. Eram frequentes suas sonoras gargalhadas e constantes os seus sorrisos, com os quais contagiava multidão. Era uma pessoa batalhadora, que tinha pensamento forte e tentava alcançar seus objetivos, sem desanimar. Possuía o dom de animar pessoas. Mulher orante, responsável e com jeito especial de cativar as pessoas. Ela foi uma luz. Por onde passou deixou testemunho de amor à Congregação e ao projeto de Jesus.

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Ir. Aloisia de Jesus Eucarístico (Edwiges Marchiori)

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✰ 05/11/1917 – Nova Trento-SC  18/05/2011 – Bragança Paulista-SP Teve uma infância muito feliz, e, com seus pais, rezava o terço e outras orações. Ainda criança entrou para a Congregação, onde se conservou até o fim de sua vida. Foi sempre muito simples e trabalhou nos serviços domésticos e com crochê, tricô e bordados. Tudo era importante para ela e fazia com amor e dedicação. Ela deixou uma imagem muito positiva para todas as pessoas que com ela conviveram. Encantava com seu modo delicado de se relacionar e não fazia distinção. Profunda era sua devoção a Nossa Senhora e edificante seu amor à Eucaristia.

Ir. Ottília Alzira Lini

✰ 08/11/1924 – Erechim-RS  18/06/2011 – Sete Lagoas-MG Sempre foi muito piedosa. Levantava cedo e rezava três ou mais terços por dia. Era pessoa de responsabilidade , tinha amor à Missão, por mais simples que fossem suas atividades. Deixava claro que era para Jesus que tudo fazia. Era muito sensível e disponível. Tinha uma capacidade de percepção acentuada. Revelava um grande amor à Eucaristia e grande devoção a Nossa Senhora. Quando não estava ocupada com os afazeres domésticos, dedicava-se a fazer crochê ou terços para divulgar a devoção a Nossa Senhora. Enfim, Ir. Otília foi uma mulher cheia de Deus e incansável na luta em prol da vida, em todos os sentidos.

Ir. Araci Novais Viana

✰ 24/03/1914 – Conceição Aparecida-MG  12/07/2011– Sete Lagoas-MG Atribui sua vocação a Nossa Senhora e amor à Eucaristia. Teve a graça de conhecer Santa Paulina a qual amava muito. Procurava vê-la e saber muita coisa sobre ela. Trabalhou em várias casas no Rio de Janeiro e Minas Gerais. Assumiu serviços em hospitais, asilos e outros. Além dos serviços de apoio, ia nas periferias a fim de coordenar círculos bíblicos, novenas; e, aos domingos, visitava famílias. Sua vida foi marcada pelo zelo apostólico, amor à Palavra de Deus, à Eucaristia, Maria Santíssima e São José. Cativou muita gente com sua simplicidade e simpatia. Foi sempre uma pessoa alegre, extrovertida, brincalhona e ajudou muita gente.

Ir. Edith Cardoso de Jesus

✰ 18/03/1938 – Santos-SP  24/07/2011 – Bragança Paulista-SP Sua infância foi muito feliz e cercada de muita atenção e carinho, pois era a única filha. Por esta razão, ficou de licença, por cinco anos, para cuidar de sua mãe. Na Congregação exerceu muitos trabalhos. Nos últimos anos dedicou-se a organização do arquivo da Província. Era uma pessoa muito inteligente e transmitia essa sabedoria com carinho e alegria. Possuía um jeito simples de ser, cativava com seu sorriso e olhar meigo, e gostava de ajudar a todos. Tinha um grande amor a Jesus, à Virgem Maria, à Santa Paulina e à Congregação.

Ir. Rosa Miriam do Coração de Jesus (Scolastica Trisotto)

✰ 13/01/1926 – Rio dos Cedros-SC  04/09/2011 – Nova Trento-SC De pais fervorosos e cheios de Deus, ainda criança, semeou em seu coração grande amor a Jesus, Nossa Senhora, Sagrado Coração de Jesus e Santa Paulina. Sua vida foi uma doação alegre e feliz aos doentes, em vários hospitais. Em suas falas, sempre dizia ter tido muitas alegrias no serviço como enfermeira, ajudando a recuperar o ânimo de viver de muitas pessoas. Sempre impressionaram seu sorriso calmo e sua bondade.

Ir. Osvaldina Maria das Santas Chagas (Isaura Sabino)

✰ 20/06/1911 – Cajurú Paulista-SP  03/10/2011 – Sete Lagoas-MG Sua força interior dava muita confiança às Irmãs, que se apoiavam nela em sua longa experiência de vida: coordenação provincial, de comunidades e mestra de noviças. Sua vida de oração foi edificante. Era admirada pelo seu jeito simples, seu bom humor, serenidade, alegria, piedade, amor à Congregação. Delicada e sensível, percebia sempre as necessidades das Irmãs e era muito disponível. Soube encarnar profundamente a Bem-aventurança da man-

sidão. Acolhia as pessoas com sorriso e alegria. Chegar aos cem anos de vida, com certa lucidez, foi uma bênção, pela sua vontade de querer viver.

Ir. Eymard Maria do Santíssimo Sacramento (Maria de Oliveira)

✰ 08/08/1917 – São Paulo-SP  04/10/2011 – Bragança Paulista-SP Pelo seu testemunho de vida, Irmã Eymard passou, no meio de nós, como alguém que estava revelando o rosto de Deus: bondoso, acolhedor, sorridente, compassivo, amigo, capaz de perdoar, incapaz de magoar a quem quer que seja. Encarnou a Vida Religiosa, seu Carisma e Espiritualidade como verdadeira filha de Paulina. Era uma Irmã exemplar: pela autenticidade de vida, simplicidade no vestir, clareza de pensamento e discernimento; pela piedade, devoção à Eucaristia, Maria Imaculada e São José. Sempre falava bem das pessoas e narrava sua vida e das pessoas, de forma positiva. Era agradecida por tudo que lhe faziam.

Ir. Ilze Mees (Maria Teodora do Coração de Jesus)

✰ 04/02/1927 – Luis Alves-SC  12/10/2011 – Nova Trento-SC Possuidora de uma espiritualidade profunda, soube contagiar as Irmãs com esta sua imensa riqueza. Ela soube integrar, com muita sabedoria, oração e trabalho. Mulher missionária audaz e destemida, gostava de assumir frentes difíceis e levá-las com amor até o fim. Em Vígolo, revelava seu amor no acompanhamento da construção do Santuário Santa Paulina, por ela idealizada, e outros afazeres, destacando, com alegria, a inédita e última: a Trilha Mariana. Foi uma grande mulher, de quem podemos dizer: viveu intensamente a sensibilidade em perceber e acolher os clamores da realidade e disponibilidade para servir. Superiora Geral, Provincial e verdadeira Irmãzinha, por onde passou soube fazer o bem a todos. Ardorosa em tudo que fazia, queria ver a Congregação sempre viva e apostólica e espalhada pelo mundo.

Ir. Ignez Delosso

✰ 29/08/1935 – São Paulo-SP  18/11/2011 – Bragança Paulista-SP Era admirada pela sua ternura, clareza de vida, inteligência privilegiada, seu jeito simples, humilde, calma e serena, razão porque gostavam de conversar com ela. Vibrava com as iniciativas da Congregação e ajudava em tudo quanto podia e estava ao seu alcance. Era muito sensível e disponível. Tinha uma visão de conjunto, com facilidade ia ao centro dos assuntos e os clareava. Era muito sincera, sabia falar sem ferir as pessoas e com isso conquistava a confiança e lhes falava de Deus, de Maria e Santa Paulina. Desempenhou intenso trabalho em diferentes âmbitos na coordenação da Congregação.

Ir. Maria da Glória Teixeira

✰ 03/05/1962 – Mantenópolis-ES  06/12/2011 – Campo Grande-MS Cativava e cultivava as amizades com grande carinho e alegria. Amiga dos pobres, solidária com a causa dos pequenos, desde o período de formação à Vida Religiosa Consagrada expressava seu amor e desejo de servir e lutar por eles, colocando em prática o Carisma da Congregação. A pastoral paroquial foi seu maior campo de atuação. Com a comunidade indígena, em Mato Grosso, partilhou seis anos de sua vida, e expressou seu profundo aprendizado e admiração por estes povos, principalmente na partilha e respeito nas relações pessoais de igualdade e de harmonia. Deixou marcas de alegria e proximidade, de amor à vida e aos empobrecidos.


stamos vivendo momentos especiais de ação de graças no Ins­tituto Secular Santa Paulina. Agradecemos, primeiramente, a Deus que nos conduz com sua mão amorosa em todos os passos realizados. De maneira especial, rendemos nossa ação de graças a Nossa Senhora de Lourdes, nossa mãe e mestra carinhosa, que nos guia e fortalece. E, sobretudo, com o coração feliz porque já temos a aprovação diocesana do Instituto Secular Santa Paulina, através do Decreto nº 27/2011 emitido por Dom Francisco Javier Delvalle Paredes – Bispo da Diocese de Campo Mourão-PR, na data de 12/04/2011. Este é um grande motivo de alegria para todas as integrantes do ISSP e também de responsabilidade e fidelidade na vivência da proposta do mesmo. Foi-nos entregue o referido Decreto pelo Pe. Francisco Dantas de Carvalho, nosso diretor espiritual, num momento de oração de ação de graças na Igreja Matriz Imaculada Conceição de Mamborê-PR. Pe. Francisco

desejou que o Instituto cresça e que todas sejam a voz de Deus e verdadeiras anunciadoras da Boa Nova do Reino. Os Institutos Seculares são Institutos de Vida Consagrada, conforme o documento do Vaticano II, Perfectae Caritatis (11), é “uma verdadeira e completa profissão dos conselhos evangélicos no mundo, reconhecida pela Igreja”. Seus membros consagram aquilo que fazem, ou seja, trabalho profissional, convivência social e doméstica. A consagração não os retira do mundo, mas os envia a ser fermento evangélico em nome da Igreja, em todas as situações que os envolvem: a consagração é secular. A missão específica dos Institutos Seculares é ser fermento na massa do mundo, para transfigurá-lo a partir de dentro, segundo o Projeto de Deus. As Consagradas Leigas continuam vivendo e atuando no meio do povo, sem obrigação de viver em comunidade. Estão no mundo como sal e luz, sendo presença discreta, mas ativa e transformadora das pessoas e da realidade.

O Instituto Secular Santa Paulina (ISSP) busca viver segundo a vontade de Deus e quer testemunhar o Carisma de Santa Paulina “sensibilidade para perceber e disponibilidade para ajudar as pessoas que mais necessitam, em especial, os mais pobres”. Clementina de Souza – Coordenadora do Instituto Secular Santa Paulina (ISSP) se mostra feliz com a caminhada do Instituto. “Começamos há cinco anos. Foi uma inspiração e desejo de consagrar a vida a Deus e continuar a missão na família e sociedade onde estamos.” Quer conhecer este grupo? Entre em contato com: • Clementina de Sousa Dias. Mamborê-PR. (44) 3568 2511; E-mail: clementinadias@hotmail.com • Rosane Lessa Barreto. FortalezaCE. (85) 3247 1840; E-mail: barretorose@ibest.com.br • Aparecida de Souza Loureiro. Avaré-SP. (14) 3733 6506; E-mail: cidalour@ig.com.br • Irmãzinhas da Imaculada Conceição. São Paulo-SP. (11) 22710077; E-mail: ciic@ciic.org.br

Vida Consagrada

Instituto Secular Santa Paulina recebe aprovação Diocesana

Irmã Leodi Amália Bolzan

Anuário ciic 2011

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Hino de louvor

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Vocação

Animação Vocacional

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Um mutirão que ajuda a juventude a encontrar seu lugar no mundo assumindo o Projeto de Jesus, do jeito de Paulina

Encontro Vocacional em Marilândia-MT

desenvolvidas. “Trabalhamos unidas e fazemos um acompanhamento intenso às jovens que nos buscam e sentimos maior compromisso em seu processo vocacional”, afirma Irmã Maura Figueroa. Já em Manágua, na Conferência dos Religiosos daquele país, existe uma equipe de Animação Vocacional que acompanha 50 jovens, por

Anuário ciic 2011

efletir e ajudar as pessoas a descobrirem sua vocação é contribuir para a realização humana, em vista do serviço à comunidade. Em São Paulo, as Irmãzinhas trabalham o Serviço de Animação Vocacional como uma urgência. Por isso, marcam presença em missões populares, visitam as comunidades, escolas, famílias, doentes e idosos. A formação de lideranças e a participação nas celebrações são algumas das atividades desenvolvidas nas comunidades para estarem mais perto da juventude. Para a responsável geral da animação vocacional Irmã Leodi Bolzan, a missão renova a vida da Igreja e a torna mais dinâmica. “A itinerância, o desapego, a acolhida e a disponibilidade para servir, nos fazem pessoas melhores”, declara. Viajando um pouco e chegando à Nicarágua e Guatemala encontramos um trabalho missionário com as juventudes. A Paróquia San Martin de Porres faz acompanhamento pessoal aos jovens. Visita às famílias, intercâmbio de visitas, retiros espirituais, partilhas e formação são algumas das atividades

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Irmãs e vocacionadas no Encontro da Região Nordeste

Trabalhamos unidas e fazemos um acompanhamento intenso às jovens que nos buscam e sentimos maior compromisso em seu processo vocacional meio de encontros, convivência e retiro espiritual. “O trabalho foi concluído com grande esperança de continuar confiando na perseverança desses jovens que ingressarão nas Congregações”, explica Irmã Claritza Alvarado Picado. Em Guatemala na Paróquia San José Petén, os encontros com a Juventude, são espaços que lhes permitem descobrir sua vocação cristã. Uma vocação que não se reduz ao chamado à vida religiosa ou sacerdotal, mas sim à vida, confiando uma missão específica. “Sinto-me muito contente, pois a


Encontro Vocacional em Belo Horizonte-MG

Vocação ção Vocacional é de ousadia: o peito, de teimosia, o coração, de esperança; o tronco, de capacidade de crescimento; os pés com raízes na história de ontem e de hoje, escrita por jovens indígenas, ribeirinhos, seringueiros, quilombolas e muito mais. “Temos coragem e ousamos acreditar que vale a pena dar aos jovens, oportunidade de crescimento espiritual e religioso, para que sejam discípulos/as missionários/as de Jesus Cristo, nas realidades de exclusão”, argumenta Irmã Eunice Aparecida da Silva. Foram

Jovens de Guatemala e Nicarágua refletem sobre a vocação

muitas as alegrias vividas no SAV em nossa realidade, especialmente a presença junto às juventudes, gincanas juvenis, apresentações teatrais, caminhadas e a missão nas cidades de Santo Afonso e Nova Marilândia-MT. Uma região de pastoral missionária, oportunizando a presença das Irmãs nas Escolas, pastoral da sobriedade, grupos de reflexão, acólitos, coroinhas, visita às famílias e outros. Uma riqueza de partilha de vida e fortalecimento espiritual. Para fortalecer a caminhada vocacional você poderá fazer individualmente, com sua comunidade ou equipe um Curso Vocacional através do Ensino a Distância. Você encontra este curso em: www.eduser.org.br. Com certeza você vai gostar e descobrirá muitas novidades. Irmãs Mélida Duartes Garcia – Nicarágua, Ana Maria de Jesus – SP, Rosacy Soares Costa – SC, Andréia Godinho de Almeida – MG e Eunice Aparecida da Silva – MT

Anuário ciic 2011

missão realizada com a juventude dá muita esperança. Dou graças a Deus por chamar-me a ser testemunha de sua missão”, argumenta Irmã Ivania Blandon. Para as Irmãs do sul do Brasil, as pessoas que trabalham com as vocações, devem ser pessoas encantadas, alegres, animadas, testemunhas de uma vocação feliz, a fim de encantar e despertar outras pessoas, jovens, para o seguimento a Jesus Cristo. Rendemos um hino de ação de graças pelo trabalho vocacional realizado no Brasil e nos demais países. A própria opção exige empenho, dedicação, trabalho apaixonado, cuidadoso e incansável com o Serviço de Animação Vocacional (SAV) e juventudes “a vitalidade de uma congregação, depende da entrada de novos membros”. Toda vocação é para a missão. “Minha vida só tem valor, se sou um sinal para os outros”, afirma Irmã Rozana Wolf Em Minas Gerais e no Nordeste, as Irmãs chamam outras jovens a seguir Jesus nos passos de Paulina, para tanto, se esmeraram nas visitas, encontros vocacionais, junto às comunidades eclesiais de base e outras oportunidades. Frutos já estão surgindo com a entrada de jovens e outras que continuam o processo vocacional para entrarem no próximo ano. Na região de Mato Grosso, Rondônia e Acre, o rosto da Anima-

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Vocação

Por tua palavra,

lançarei as redes

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Irmãzinhas participam do II Congresso Vocacional Latinoamericano e do Caribe

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articipar do II Congresso Vocacional Latinoamer icano e do Caribe foi um verdadeiro encontro com Cristo e uma grande alegria. Tive a oportunidade de renovar meu compromisso vocacional. O objetivo do Congresso era: “For­ talecer a cultura vocacional para que os batizados/as assumam seu chamado de ser discípulos/as e missionários/os nas circunstâncias atuais de América Latina e Caribe”. Realizou-se nos dias 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2011, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Cartago – Costa Rica. O lema do congresso foi: “Mestre, pela tua Palavra lançarei as redes (Lc 5,5), e o tema: “Chamados a lançar as re-

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des para alcançar a vida plena em Cristo.” Aproximadamente 500 pessoas de 22 países participaram do Congresso, além de convidados, como também observadores dos Estados Unidos e Canadá e o representante do Papa. As palestras de Amadeo Censini foram desafiadoras e comprometedoras. Como animadora vocacional, sinto que este é um trabalho em conjunto e de toda a Igreja. Agradeço à Regional Virgem de Guadalupe pela grande oportunidade que tive de participar e estar mais consciente do trabalho missionário e vocacional. Irmãzinhas, todas somos convidadas a dar testemunho de nossa vocação como consagradas pela missão.

Irmãs Claritza Alvarado Picado (RVG) e Leni Monfardini Lopes (PICM): participantes do Congresso

Você também deve trabalhar pelas vocações! O trabalho é de todas! Sigamos adiante e sempre firmes, como disse nossa fundadora Santa Paulina. Irmã Claritza Alvarado Picado Manágua – Nicarágua

Ecologia e Ética O distanciamento do ser humano de suas origens

advento da globalização, bem como os avanços e revoluções tecno-científicas vivenciadas pela humanidade, com grande ênfase desde o século XVIII com a Primeira Revolução Industrial, vêem conferindo melhorias incontestáveis no modo de vida da grande parte das pessoas. Em contrapartida, esses avanços têm custado um alto preço ao planeta que tem seus recursos naturais cada vez mais exauridos pela cobiça do ser humano, exacerbada por um sistema socioeconômico brutal e desumano baseado na ex-

ploração e no lucro a todo custo. Além disso, certos valores éticos que sempre nortearam o ser humano há séculos, vêm perdendo espaço dentro da sociedade atual. Meu caro leitor, esse artigo tem o intuito de mostra-lhe como certos valores, principalmente o do cuidado, estão se perdendo em meio ao oceano fervilhante da pós-modernidade (se assim podemos denominar a nossa atual conjuntura histórico-social). O cuidado, sentimento inerente a todo ser humano, oriundo de um processo evolutivo de milhões e milhões de anos, culminou com

a nossa espécie, e que, ouso dizer, nos caracteriza como tal e nos difere de máquinas e computadores. Esse mesmo sentimento, como já disse anteriormente, está sendo deixado de lado por um pensamento tecnicista e lógico que melhor caracterizam máquinas do que seres humanos. O “cuidado” é que nos possibilita criar laços afetivos com outros seres humanos, ou em outras palavras como diria Antonine de Saint Exupéry em seu best-seller “O pequeno príncipe”: Cativar. Podemos comprovar a necessidade do cuidado no cotidiano de


Diácono Francisco Reginaldo Henriques Miranda – Teólogo Willian Teófilo Viana Licenciando em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

atualidade

não estão comprometidos com o cuidado do planeta e dos demais seres humanos. Tudo isso demonstra o quanto nos afastamos dos desígnios de Deus para com sua criação. O apelo dos excluíA terra é mãe, dos por uma sociedade é criatura viva; mais justa e sustentável vem crescendo e gatambém respira, nhando adeptos munse alimenta e sofre. do a fora e essa voz não É de respeito que poderá ser calada. Espero que quando isso ela mais precisa! acontecer não seja tarSem teu CUIDADO de demais para a nossa ela agoniza e morre mãe-terra. A nossa falta de cuidado chegou a tal ponto que, muitas vezes, perdemos a nossa sensibilidade acerca das atrocidades que acontecem no mundo e nos fechamos em nosso conformismo. Não podemos, meu caro leitor, permitir que essa situação se perpetue por muito mais tempo, devemos nos incomodar com o que estão fazendo com o nosso planeta, devemos cuidar daquilo que Deus nos incumbiu, devemos ser guardiões da nossa mãe-terra, que como já nos disse o apóstolo São Paulo: “A terra geme e sofre em dores de parto”, por tantos filhos e filhas massacrados e por estar sendo flagelada pelo seus. Concluo minha reflexão parafraseando o hino da campanha da fraternidade de 2011 “A terra é mãe, é criatura viva; / também respira, se alimenta e sofre. / É de respeito que ela mais precisa! / Sem teu CUIDADO ela agoniza e morre.” Cuidemos então do nosso planeta, nossos irmãos e irmãs e de todos os outros seres vivos retomando a nossa origem relacionada ao cuidado.

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nossa vida, por exemplo, quando recebemos um bom dia, ou quando ouvimos de alguém que amamos que somos importantes, entre outros exemplos. Nessas situações vemos como gestos simples de cuidado nos são tão caros, o que corrobora com o que foi dito anteriormente, o cuidado possui intrínseca relação com o “ser” humano. Como cidadãos somos exortados a cultivar esse sentimento entre os que nos são próximos, entre os outros seres vivos que conosco compõem a biosfera, entre nós e nosso lar ao qual denominamos terra. Sem o cuidado estamos nos afastando da nossa essência, se assim permitirem apropriar-me de uma expressão bem característica do capitalismo, já estamos pagando, com juro e correção monetária, esse distanciamento. Basta olharmos o noticiário na televisão. Vemos um crescente número de noticias relacionadas com desastres naturais originários do fenômeno denominado aquecimento global, que muitos especialistas atribuem a ação antrópica (feita pelo ser humano). Esquecemo-nos do cuidado com a mãe-terra, nosso único lar, isso tudo motivado puramente pela ganância e exploração desenfreada. Os recursos dos quais dependem todos os seres vivos estão sendo exauridos e levados até o seu limite, o que traz consequências graves à nossa biosfera e, temo que esta situação seja potencialmente irreversível, fruto de um sistema linear que tende ao caos e que fica bem evidente pela ambientalista Anne Leonard em seu documentário The story of Stuff. Sem o devido cuidado, graves consequências sociais vêm sendo perpetuadas e algumas são geradas. Um clássico exemplo disso é a presença de regimes ditatoriais mundo a fora, o que deveria ser impensável, assim como muitos atribuem a uma sociedade moderna e “civilizada”. Os governos ao invés de estarem voltados a atender às necessidades da população, se distanciam cada vez mais, o que torna esta mesma população refém dos interesses de alguns grupos que

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esperança e resistência

Marcello Casal Jr./agenciabrasil.ebc.com.br

atualidade

Mulher: luta, transformação,

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Descreve do jeito que bem entender, porém não te esqueças de acrescentar... as angústias da fome e do medo, os segredos que guardo pra mim. Descreve a mulher descontente, o sonho que levo na mente de ser companheira no amor e na dor. Porém não te esqueças de acrescentar que eu também sei amar, que eu também sei lutar que meu nome é MULHER!”

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nicio essa reflexão tendo bem presente no coração e na memória rostos e nomes bem concretos de uma multidão significativa de mulheres que, como descreve a letra desse belo canto do Padre Zezinho, clamam por reconhecimento de sua dignidade enquanto pessoas, por justiça social, direitos e cidadania, que tanto incomodam aos que percebem que existem valores mais relevantes a se considerar e se indignam com barbáries come-

tidas em nome do desinteresse e injustiças. Mulheres plenas de coragem que acreditam em processos de transformação, se deixam mover pela esperança e nunca abandonam seus “lugares” e a partir deles lutam por mudanças significativas, que acreditam na sua participação e contribuição, por isso, criam espaços diferenciados, propõem mudanças e ajudam a construí-las. Escolhi não focalizar as “conquistas” das mulheres no início do século XXI: a mulher urbana, trabalhadora, realizada e feliz porque se viu livre do domínio de séculos, da inferioridade e submissão. São mulheres que se fizeram autônomas por terem renda própria, por terem se desvencilhado de tabus e da armadilha do preconceito, que alcançaram altos postos em cargos públicos ou privados e que por essas e outras conquistas acreditaram representar ideologicamente a emancipação feminina.

Sem ingenuidade e sem acreditar no tipo “ideal” de mulher, lanço um olhar na significativa contribuição das mulheres nas lutas e processos de transformação, geradoras de esperança e de um novo tempo, nas mulheres que diante de tantos desafios lutam por mais dignidade nas relações afetivas, na família, no trabalho, na Igreja, nas organizações, em cooperativas ou no meio político e social em que vivem. Acredito no arrojo da mulher que vem conquistando espaços diferentes dos propalados pela mídia, comprometida com a sociedade de consumo ou movida por um ideal particular, apenas. Refiro-me às mulheres que ainda vivem sob pesado jugo da exploração capitalista desmedida, da exclusão, da falta de oportunidade, de um sistema de saúde falido, incompetente... Foco meu olhar nas mulheres vítimas do tráfico, da violência nas formas mais cruéis, da pobreza extrema, impedidas de


Foco meu olhar nas mulheres vítimas do tráfico, da violência nas formas mais cruéis, da pobreza extrema, impedidas de concretizar seus sonhos de dignidade e realização

cipantes de processos de conscientização da humanidade. A mulher na sociedade atual tem consciência de sua contribuição no mundo no qual está inserida. Sua luta na sociedade é antiga e é necessário continuar avançando com todos os outros setores que buscam melhoras para todos, desmis­tificando cada vez mais a imagem de mulher “frágil”, que só serve para fazer propaganda de produtos industriais mos-

atualidade

t­ rando seu corpo, e apostar no seu potencial transformador no passado, presente e futuro. Falar dessa mulher é ultrapassar a imagem imposta da “romântica Julieta” e encontrá-la na sua atuante integração na sociedade, solidificando espaços e ajudando a construir um mundo sem discriminação, onde mulher e homem se completam na busca do “bem viver”, na evolução dos tempos como ser humano que pensa, ama, sonha e cria; mulher que encanta o mundo por sua capacidade de doar a vida para que os “outros” tenham vida, sem abdicar de seus direitos e participação. Obrigada a vocês mulheres, Mar­garidas de ontem e de hoje, que na Esperança avançam dentro dos princípios da equidade e do amor. Que na luta com vocês possamos dignificar nossa condição de mulher. Irmã Antonia Mendes Gomes Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário

www.sxc.hu

tonomia e soberania. Mulheres que acreditam que a grandeza humana está em permitir o sopro da vida. Gesto bem feminino. Sabemos que historicamente, mesmo sem serem reconhecidas, as mulheres sempre estiveram presentes e participando ativamente nos processos de mudança. Hoje, cada vez mais vemos as mulheres retomarem seu lugar de participação ativa e fecunda na sociedade, encontrando seus espaços, não somente ligadas a modelos expostos pela mídia, mas através da luta por seus direitos como cidadãs, trabalhadoras, companheiras e gerando um tempo novo, sendo vistas tais como são: audaciosas, proféticas, criativas e tantos adjetivos mais, procurando atuar em novos campos de trabalho, questionando, propondo, interagindo como parti-

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concretizar seus sonhos de dignidade e realização. Quero aqui considerar as mulheres “anônimas”, desse País grande, belo e desigual, que formam uma grande fileira, lideram grandes e pequenos projetos e, na resistência e teimosia, constroem um tempo novo, alimentam esperanças e geram novos filhos de consciência cidadã. Recordo-me com emoção da Marcha das Margaridas, realizada no mês de agosto em Brasília. Momento significativo onde numerosa multidão de mulheres tomou conta das largas avenidas da cidade de Brasília, anunciando: “Olha, Brasília está florida. Estão chegando as decididas. Brasília está florida, é o querer das Margaridas”, anunciando a toda a Nação sua presença ativa na busca do objetivo por, mudanças na condução do País. Mulheres que têm motivos para marchar, que sabem por que estão lutando. Que não marcham na busca de “direitos individualizados”, mas em nome de tantas outras mulheres do País que ainda não tem garantidos os direitos mais básicos. Mulheres do campo e da floresta unidas inteligentemente em ações estratégicas na conquista por visibilidade, reconhecimento social e político, como também de cidadania plena. O processo da Marcha vem consolidando a luta contra a fome, a pobreza e a violência, mas precisa continuar arquitetando a “conquista de espaços” que ainda minimizam a vida de tantas mulheres. São gritos contra a desigualdade social ainda muito presente em nosso País. Menciono as mulheres que rompem padrões tradicionais e lutam por terra, trabalho, igualdade, justiça, dignidade, saúde, educação, e tantos outros direitos que continuam “centralizados”, que focalizam questões estruturais e conjunturais, buscando a superação da pobreza e da violência. A Marcha tem um forte caráter de denúncia do projeto neoliberal e visa conquistas em relação ao acesso a terra, ao protagonismo das trabalhadoras rurais, da previdência social, saúde, educação, trabalho, enfrentamento a violência, desenvolvimento sustentável, justiça, au-

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Gente que faz

Terapia Comunitária

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Grupos de Terapia Comunitária promovem o cuidado da vida de forma coletiva

erapia Comunitária é uma forma de promoção da vida, prevenção e tratamento de sofrimentos e crises, antes que levem ao adoecimento psíquico ou físico. É um espaço onde as pessoas podem partilhar as suas dificuldades, juntas encontrarem formas de superação ou meios de conviver com as adversidades, resgatar a autoestima, a percepção de suas potencialidades, valores e tornarem-se protagonistas de suas próprias vidas. A Terapia Comunitária (TC) é um procedimento terapêutico, em grupo, com a finalidade de promover a saúde e a atenção primária em saúde mental. Funciona como fomentadora de cidadania, de redes sociais solidárias e de identidade cultural das comunidades carentes. Por ser um trabalho em grupo atinge um grande número de pessoas, abrangendo diversos contextos familiares, institucionais e sociais.

A terapia Comunitária constitui: • Instrumento importante para o resgate cultural e da autoestima

das populações menos favorecidas, nas mais variadas comunidades; • Oportunidade de união das famílias e do grupo social, facilitando a construção da rede de solidariedade entre as pessoas; • Exercício de inclusão e de valorização das diferenças e dos referenciais positivos de cada indivíduo.

Finalidade • Desenvolver atividades de prevenção e inserção social de pessoas que vivem em situação de crise e sofrimento psíquico; • Promover a integração de pessoas, a construção de dignidade e da cidadania, contribuindo para a redução dos vários tipos de exclusão; • Promover encontros interpessoais e intercomunitários, valorizando a história individual e a identidade cultural, a fim de restaurar a autoestima e a autoconfiança.

Pilares da Terapia Comunitária A Terapia Comunitária leva em consideração os seguintes pilares teóricos: pensamento sistêmico,

antropologia cultural, teoria da comunicação, pedagogia de Paulo Freire e resiliência.

Objetivos da Terapia Comunitária • Valorizar o papel da família e da rede de relações que ela estabelece com seu meio; • Reforçar a dinâmica interna de cada indivíduo e de cada família para que eles possam descobrir seus valores, suas potencialidades e tornarem-se mais autônomos; • Favorecer a restauração e fortalecimento dos laços sociais e de encaminhamentos sócioeconômico-educacionais; • Tornar possível a comunicação entre as diferentes formas de saber popular, saber científico e saber político; • Mobilizar os recursos e competências culturais locais.

Terapia Comunitária no chão da vida Estou há mais de dois anos trabalhando com a Terapia Comunitária, no bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza-CE. Tudo iniciou quando conheci a proposta do Movimento de Saúde


Irmã Salete Leite com o grupo de Terapia Comunitária em Fortaleza-CE

Depoimentos O que segue são falas de participantes que atestam a eficácia do que propõe a TC: “Agradeço a Deus por ter encontrado este grupo que me ajudou a superar minhas dificuldades e olhar para a vida de forma diferente”. “O grupo tem me ajudado a dar sentido para a minha vida”. “Aqui eu aprendi a cuidar melhor de mim e respeitar mais o ou-

tro (a) como ele (a) é e não como eu acho que deve ser”. “Não resolvi meu problema por completo, mas aprendi a lidar melhor com ele”. “Hoje sou outra mulher, aprendi a ser mais independente, eu não fazia nada sem a aprovação de meu marido”. “Eu cheguei ao grupo pensando estar carregando o maior problema do mundo, quando escuto outras pessoas, sinto que meu problema é pequeno frente a outros e que ele tem solução”. “Para mim a terapia é um momento de integração, de reflexão”. “Sinto-me em constante aprendizagem”. “Hoje estou muito feliz por fazer parte do grupo de terapia comunitária.” “É um grupo que me ajuda a suportar minhas dores, minhas angustias e minhas perdas”. ”Foi a melhor coisa da minha vida, foi onde eu aprendi a tomar minhas próprias decisões e me sentir livre”. “Para mim a terapia comunitária fortalece o meu chão”.

Gente que faz

aberto a acolher novas pessoas e deixar outras partir, de forma definitiva ou temporária, oportunizando renovação, crescimento, acolhida do diferente. Os grupos contam com uma média de 15 a 25 pessoas. Estimase que já passaram pelos mesmos cerca de 200 pessoas. Mesmo sabendo que o número de pessoas atingidas através deste trabalho é pequeno, me sinto muito grata pelo movimento que vai acontecendo e pela experiência de escutar tantos depoimentos bonitos, ver o crescimento, a alegria, o resgate de potencialidade, enfim, a mudança de vida das pessoas.

Irmã Maria Salete Leite

Anuário ciic 2011

Mental Comunitária do Bom Jardim. Depois de uma preparação intensiva com profissionais, períodos de estágio e vivências grupais, tornei-me multiplicadora desta metodologia constituindo grupos de Terapia Comunitária na Paróquia São Raimundo Nonato. O trabalho foi assumido pela comunidade religiosa a que pertenço, inclusive com o apoio e contribuição das Aspirantes. Esse envolvimento proporciona maior comunhão e crescimento para todas/os. Iniciei a experiência de acompanhamento a diferentes grupos que são constituídos basicamente por mulheres, cerca de 95%, que buscam solução ou suporte para demandas diversificadas como: limite na saúde, depressão, stress, dependência química na família, separação ou conflito na vida conjugal, dificuldade na educação dos filhos, além de perdas: do emprego, de pessoas queridas, da saúde, necessidade de fazer parte de um grupo, sair do isolamento, fazer novas amizades, ajudar e ser ajudada entre outros. A dinâmica da Terapia Comunitária leva o grupo a estar sempre

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Juventude

Jovens enraizados

e edificados em cristo, firmes na fé! Irmãzinhas e postulante participam da Jornada Mundial da Juventude em Madri

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ara falar em juventude é preciso estar ciente de que se está tratando de uma ca­ tegoria social em condições e situações diversas. No que se refere à experiência de fé, emerge uma multiplicidade de realidade. Portanto, a Jornada da Juventude de Madri foi uma experiência de fé para jovens dos diversos grupos religiosos: comunidade de vida, pastoral da juventude, neo-catecumenato, renovação carismática e outros. O objetivo foi reunir os jovens de diversas culturas para partilharem o que é comum, a presença de Jesus Cristo. O próprio tema da Jornada Mundial da Juventude foi motivador: ENRAIZADOS E EDIFICADOS EM CRISTO, FIRMES NA FÉ – Col, 2,7. Permanece a certeza de que é preciso continuar alimentando a experiência profunda com Jesus Cristo, nas diversas organizações juvenis. A CNBB do norte do Brasil enviou uma delegação com 79 pessoas que estiveram na cidade de Malagón, uma pequena cidade, com

8.702 habitantes, antes de acontecer a jornada Mundial. Houve uma programação intensa, com acolhida, Celebração da Eucaristia e oração comunitária. Foram cinco dias na cidade de Malagón, que integra a Diocese da Cidade Real, onde experimentamos a acolhida das famílias, visitamos os mosteiros, os parques, assistimos apresentações culturais, visitamos o Santuário da Virgem da Serra e participamos de uma procissão com a imagem de Nossa Senhora e a recitação do terço em diversas línguas. Houve um tempo de convivência com famílias que acolheram os peregrinos. Na cidade Campos de Criptana, na “Sierra de los Molinos”, as caravanas caminharam para o topo, onde aconteceu uma grande celebração Eucarística campal e em seguida um festival da juventude. Foram cinco dias prazerosos e com despedidas saudosas. Chegamos a Madri e desfrutamos da partilha de vida, vimos o compromisso pastoral com a causa da juventude, juntamente com o grupo de peregrinos. Realizou-se

uma breve memória sobre as Jornadas Mundiais da Juventude, salientando a primeira que aconteceu em 1986, em Roma. Outras foram sucedendo-se de dois em dois anos. A finalidade desse evento é oportunizar que a juventude celebre a própria fé com alegria e testemunhe ao mundo que a felicidade tem um nome, Jesus Cristo. E, como dizia João Paulo II, “a esperança de um mundo melhor está numa juventude sadia, com valores, responsável e, acima de tudo, voltada para Deus e para o próximo”. Em Madri, durante a jornada, houve eventos principais para todos as caravanas: missa de abertura, missa de acolhida do Papa, via sacra, vigilia, missa de envio e anúncio do local da próxima jornada. Todos tiveram a oportunidade de apreciar exposições, ritos culturais, passeio pelo Parque Nacional, jardim botânico, museus, musicais em diversos pontos da cidade, teatro, cinema, feira vocacional, confessionário, catequese, adoração ao Santíssimo, missas, catequese com os seguintes temas: Firmes na fé; Enraizados em Cristo e Ser


Irmã Maria Andréa da Silva Bittencourt

Juventudes diferentes, paixões iguais Estive na Jornada Mundial da Juventude representando a Vida Religiosa Consagrada da Bahia e Sergipe. Foi uma missão fecunda, única, incrível e inesquecível. Em missão de massa é preciso ser humilde, despojada, aberta, flexível, corajosa, forte, incansável, adaptarse ao novo, ao diferente, inculturarse, porque são muitas as circunstâncias que se nos abordam. O governo de Madri não se mostrou favorável à Igreja e tampouco à realização da Jornada, desencadeando sérias dificuldades que atingiram diretamente os peregrinos. Prova disto é que no dia da vigília com o Papa Bento XVI, passamos todo o dia expostos ao sol, com

“A esperança de um mundo melhor está numa juventude sadia, com valores, responsável e, acima de tudo, voltada para Deus e para o próximo” João Paulo II Era admirável, como em meio a tantas diferenças culturais, havia tanta unidade, alegria, partilha, comunhão e paz! Era um novo Pentecostes! O Espírito do Senhor estava entre nós e nos falava na intimidade! Essa presença amorosa se revelava nas contínuas buscas e encontros com o diferente (estrangeiros), nas interrelações, nos singelos objetos patrióticos, nas fotos entre grupos comuns ou distintos, nos refrões nacionais cantados pelos opostos, como se quisessem expressar a identificação. Há milhares de jovens como nós, pelo mundo afora, que crê no “pavio que ainda fumega” e por esta causa vivemos e cantamos. Irmã Francilda Firmino dos Santos

Juventude

um calor de 42 graus e ao anoitecer enfrentamos um temporal assustador. Éramos mais de 170 nacionalidades, unindo mais de dois milhões de pessoas atraídas pelo mesmo objetivo, ideal e fé. No silêncio orante desta multidão, contemplavase o que previa o salmista: “Que todas as nações vos glorifiquem ó Senhor” (Sl 66). Lembrava-me sempre de João Paulo II e acreditava que do céu também salmodiava: Ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem. Que vos glorifiquem as juventudes de todas as nações.

Experiência única A experiência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi única em minha vida. Ter participado dela fez com que minha visão de Igreja se ampliasse enormemente. Vários aspectos me chamaram atenção, dentre eles a diversidade de culturas. É muito lindo ver como nosso Deus é espetacular, tantas pessoas no mundo e todas diferentes. Foi divino ver tanta diversidade se unindo a fim de celebrar a mesma fé, o mesmo Deus. Como jovem, digo com toda certeza, a JMJ me animou a seguir firme na fé e enraizada em Cristo.

Vivenciei momentos únicos de encontro com as diversas culturas, com Deus e comigo mesma. Agora fica a missão da pós-jornada: vivenciar e transmitir o que de belo pude experimentar e o desejo de ser cada vez mais firme na fé e enraizada no Deus de amor. Alessandra Santana Postulante

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testemunhas de Cristo no mundo. Vários bispos deram o seu testemunho, dentre eles, o Bipo do Maranhão e de Angola. Dessa experiência, partilho o que permanece: a fé, a esperança e a caridade. A FÉ que é capaz de entender outras linguas e partilhar o que se tem de mais precioso; a ESPERANÇA que há muitos jovens preocupados com outros jovens e empenhados em evangelizá-los; a CARIDADE, de compartilhar os bens, o afeto, a vida com pessoas de outras culturas. O Espírito de Deus é capaz de promover a comunicação em línguas diferentes. E agora Juventude? E agora Povo de Deus? A missão está começando: preparar nossa Igreja particular para bem acolher os peregrinos do mundo inteiro que acorrerão ao Brasil em 2013.

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Juventude

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Semana Santa com Santa Paulina Experiência missionária vivida por um grupo de jovens e Irmãzinhas em Vígolo – Nova Trento-SC

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Projeto Juventudes: Clamor, Ousadia e Esperança da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição concretizou uma das ações: a realização da Semana Santa com Santa Paulina, no seu berço de origem, Vígolo, Nova Trento-SC, com a participação de jovens do Brasil e da Argentina. O início da semana de missão foi marcado com a emocionante missa de Ramos, junto aos peregrinos, celebrada no Santuário e a participação no Programa “Missionários com Santa Paulina”, exibido em rede nacional pela TV Século 21. Os Jovens encenaram a Paixão, Morte e Ressurreição das Juventudes que, infelizmente, compõem o quadro de estatísticas negativas dos vários tipos de violências enfrentadas pelas juventudes. A juventude missionária teve a oportunidade de visitar os espaços históricos e religiosos de Vígolo, sob orientação das Irmãs Gertrudes Cadorin e Lígia Mora, para posteriormente, explicar aos peregrinos. Outras atividades em que participaram: Adoração ao Santíssimo; orientação sobre a Liturgia da Semana Santa, pelas Irmãs Custódia Cardoso e Teresa Nascimento; Caminhada

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do Penitente; encontraram com centenas de jovens que subiam o Morro da Cruz na noite de 5ª Feira Santa, promovendo a participação dos mesmos com sinalizações expressas em várias simbologias e, uma delas, era molhar as mãos na tinta e deixar sua marca de respeito à vida em todas as suas dimensões, colocando a mão sobre um tecido branco. O grupo também visitou os comerciantes em suas lojas onde rezaram a oração de Santa Paulina e os ungiram com o óleo perfumado da Ressurreição; gravaram programa de rádio; assistiram ao vídeo “Amábile Amável”; tiveram momentos de Leitura Orante da Bíblia; fizeram brincadeiras e cantigas de roda com as crianças; articularam a Via Sacra, com memória da realidade

das juventudes, mulheres e crianças; visitaram as famílias, sobretudo as pessoas idosas e enfermas, o que foi de grande aprendizado. Destaco o momento vivido em frente ao Monumento da Casa Paterna de Amábile, (Santa Paulina), onde se iniciou a caminhada penitencial, com uma breve recordação do inicio da história da Congregação. Realizou-se a contemplação das ações diante de um Coração de flores com velas acesas. Nas escadarias do Santuário, foi apresentado um teatro enfocando o grito das juventudes: “Chega de violência e extermínio de jovens”! Com as mãos no cartaz do Projeto Juventudes, pediram perdão pelas vezes que foram omissos em ajudar as juventudes a sair do mundo das drogas e prostituição. No Centro Vocacional, renovaram o compromisso batismal e a abertura de coração para a vocação a que foram chamados. “Foi um momento de viver a história de Santa Paulina, de se aproximar das pessoas que visitam o Santuário e estar junto às famílias de Vígolo. Agora só nos resta seguir os exemplos de evangelização e missionariedade de Santa Paulina”, declara a juventude missionária. Irmã Leni Monfardini Lopes


Famapa

FAMAPA em missão, a serviço da vida! Encontro Geral da Família Madre Paulina aprofunda a dimensão missionária e elege nova coordenação

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otivados pelo Carisma e Missão de Santa Paulina, 120 mem­bros dos diferentes grupos da Família Madre Paulina (FAMAPA) do Brasil e Argentina, reuniram-se nos dias 14 a 16 de janeiro de 2011, em São Paulo-SP, com as seguintes propostas: 1. Dar um novo impulso à missão; 2. Motivar os diversos grupos no compromisso missionário; 3. Aprofundar a vivência da mística; 4. Favorecer um intercâmbio de experiências e o convívio fraterno; 5. Eleger a nova equipe geral de coordenação. O primeiro dia do encontro foi marcado pela apresentação do ROSTO dos grupos, suas atividades e compromissos desenvolvidos nos diversos lugares do Brasil e em outros países. Tudo aconteceu com grande criatividade, alegria e entusiasmo. No segundo dia os conteúdos aprofundados foram: Missão dos Leigos/as na Igreja e no Mundo, com a assessoria da teóloga Márcia Miné. A história de Santa Paulina e o Carisma foram partilhadas por Ir. Célia B. Cadorin, CIIC, que despertou grande interesse e compromisso nos participantes. Duas experiências de trabalho com a

população excluída em São Paulo foram partilhadas por leigos e leigas. À noite, houve a apresentação cultural, marcada pela integração e alegria. Ações e compromissos foram assumidos no terceiro e último dia, discutidos em grupos e apresentados em plenário. Também foi realizado o processo de indicação de nomes para a nova equipe de Coor­denação Geral da FAMAPA, que foi constituída por leigos e leigas representantes das regiões de cada Província. A FAMAPINHA esteve representada por um grupo de 12 crianças e adolescentes que tiveram uma programação especial, incluindo diferentes atividades, entre elas, a visita ao Memorial da Língua Portuguesa. Outro passo significativo foi o encontro da nova coordenação geral, no mês de julho, no Centro de Formação Sagrada Família, em São Paulo. Além da Espiritualidade vivenciada, da reflexão e partilha da Palavra de Deus, foi elaborado o Plano de Ação (2011-2012). Uma das metas propostas é a identificação dos grupos da FAMAPA da Congregação, por meio de uma ficha cadastral, com dados atuais e da história construída por cada grupo. Foram traçadas as ações para as prioridades: Formação e Espiritua-

lidade. A prática da Leitura Orante é ponto fundamental na caminhada da Espiritualidade e é perceptível como acontece a experiência nos vários grupos. O aprofundamento do estudo e a vivência do Carisma, Espírito e Mística de Santa Paulina não podem faltar nos seguidores de Jesus a exemplo de Santa Paulina. Outra ação assumida é a divulgação dos ideais de Santa Paulina, da Congregação e da própria FAMAPA através dos meios de comunicação. Finalmente, a nova coordenação se propôs a motivar os grupos para o envio de notícias, com fotos, e a colaboração financeira, para o jornal FAMAPA INFORMA, boletim formativo e informativo. A FAMAPA é força e vida nas Comunidades Eclesiais, sobretudo junto aos mais necessitados, crianças, adolescentes, idosos e na participação das políticas públicas, relacionadas às mulheres e outras realidades marcadas pela pobreza. Os diversos grupos da FAMAPINHA, constituído por crianças e adolescentes, que estão surgindo, são frutos de um intenso trabalho dos leigos e leigos que optaram em seguir a Jesus, no estilo de Santa Paulina e, com grande doação e esforço, estão a serviço da Vida, em Missão. Irmã Vitalina Picolli

Anuário ciic 2011

Irmã Anna Tomelin, Superiora Geral, com a nova coordenação geral da FAMAPA no dia da eleição

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Especial

Carisma e

mudanças

A

Congregação das Irmãzinhas realiza um intenso processo de mudanças, num dinamismo participativo de todas as Irmãs e Formandas. Esse processo foi aprovado no momento capitular, ou seja, uma assembléia que a cada seis anos acontece em âmbito de Congregação, que é uma instância avaliativa e decisória na caminhada. No processo de implantação das decisões aprovadas nessa assembléia (capítulo), foi optado em 2009 pela elaboração do Planejamento Estratégico, ou seja, uma ferramenta utilizada para a organização e sistematização da Ação Evangelizadora das Irmãs e dos colaboradores/as, sob a luz do Carisma e Espiritualidade de Santa Paulina, fundadora da Congregação.

“O

Anuário ciic 2011

Como entender o Planejamento Estratégico

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planejamento estratégico é uma forma de organizar ideias e estabelecer objetivos e metas, com o propósito de se atingir um determinado resultado. O ser humano sempre utilizou, mesmo que intuitivamente, alguma forma de planejamento para sobreviver e antecipar-se a eventos, tomando decisões que lhe pareçam as mais acertadas. Planejar,

À luz do Carisma, Espírito e Espiritualidade, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição elabora o Planejamento Estratégico, procurando responder às exigências e desafios do mundo em mudanças

portanto, é uma atividade inerente ao ser humano. O Planejamento Estratégico tem sido estudado e utilizado há décadas pelas organizações empresariais como ferramenta de gestão capaz de auxiliá-las a sobreviver e se desenvolverem numa época em que as mudanças socioeconômicas são constantes e a competição crescente. Nas últimas décadas, as organizações sem fins lucrativos têm sido cada vez mais desafiadas a utilizar técnicas profissionais de gestão para responder às demandas externas e internas, como a garantia de sobrevivência e sustentabilidade, a complexidade das operações e relacionamentos, a aferição dos resultados do trabalho realizado e a transparência institucional. Assim, o planejamento estratégico está sendo incorporado pelas organizações sem fins lucrativos como uma importante ferramenta gerencial, pois contribui para disciplinar o esforço coletivo e o processo decisório em prol da construção da visão de futuro definida. É evidente que organizações que utilizam o planejamento estratégico são mais hábeis em encontrar soluções para os seus desafios do que aquelas que não o utilizam. A experiência tem mostrado que é possível adaptar as técnicas profissionais de gestão à cultura das organizações sem fins lucrati-

vos, desde que se garanta que a visão, os princípios e os valores da(o) fundadora(or), o carisma e espiritualidade perpassem e sirvam de suporte ao processo de elaboração do plano estratégico e de implementação da gestão estratégica”. Berta Krabbe

“É

O Planejamento Estratégico

como ferramenta organizacional

uma boa metodologia de elaboração somada a um discernimento apurado na definição das diretrizes, dos resultados esperados e estratégias de execução apropriadas à cultura da empresa, aliados à disciplina, competência e dedicação na implementação de seu conteúdo. O mesmo tem a capacidade e o poder de transformar uma organização e em um curto espaço de tempo (normalmente de 3 a cinco anos). Pela sua característica de olhar o todo e inserir a organização na realidade, não local, mas mundial, o PE se constitui numa ferramenta eficaz na condução de novos rumos de uma organização, de mudanças salutares e fatalmente de desenvolvimento e crescimento. E um detalhe: se na fase de construção do PE for considerado


A

Especial

a participação de todos os segmentos da organização, se o documento final for divulgado internamente de forma ampla e transparente e o mesmo lograr um entendimento claro e alto nível de aceitação, é sucesso na certa. Aí só falta constituir uma equipe de implementação competente e eficiente, colocando as pessoas certas no lugar certo, que a CIIC avançará em seus objetivos, antes do previsto”.

Encontro do PE na Casa Provincial São Paulo-SP

Pedro Paulo Pamplona

creditando neste pro­ cesso, a CIIC realizou no ano de 2011 mais de vinte encontros no Brasil e nos outros países onde está atuando, com o objetivo de avaliar, refletir e aprofundar a Ação Evangelizadora que realiza, como também, os recursos utilizados, além do grande potencial humano que são as Irmãs e as comunidades religiosas que constituem a própria Congregação. O Planejamento Estratégico foi a ferramenta utilizada e contempla: Missão, Visão e Valores da Congregação, que constituem sua identidade. A análise do ambiente interno e externo, ou seja, as forças e fraquezas identificadas pelas Irmãs, e as oportunidades e ameaças que o contexto apresenta. A partir desta

… tempo de preparar a terra e lançar a semente do novo no ‘chão’ da vida da Congregação análise são estabelecidos posicionamentos e resultados esperados para cada Ação Evangelizadora. Para cada resultado são elaboradas metas e ações, são estabelecidos prazos, responsáveis e indicadores avaliativos. Toda essa construção foi um grande exercício e retomada

da própria vida e missão de maneira integrada. A segunda etapa deste mutirão foi o trabalho realizado por várias equipes de Irmãs para a elaboração dos Planos da Ação Evangelizadora da Educação, Saúde e 3ª Idade, Pastoral, Serviços de Apoio, Vida Religiosa e Laicato, Administração, Assistência Social, Missão Ad Gentes e o Santuário Santa Paulina. Foi um intenso trabalho gerado pelo envolvimento das Irmãs na elaboração do que chamamos Instrumento de Trabalho para o 3º Seminário da Congregação, enviado a todas as comunidades. Em janeiro

Anuário ciic 2011

Encontro do PE em Jaru-RO

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Especial Encontro do PE na Casa Provincial Belo Horizonte-MG

de 2012 será aprovado o documento final. A avaliação feita pelas Irmãs é muito positiva, marcada pelo envolvimento e participação de quase 100% das Irmãs. Eis o que afirma Ir. Mônica M. Costa Fragoso, CIIC, sobre este momento histórico vivido na Congregação: Vejo este momento como o tempo de preparar a terra e lançar a semente do novo no “chão” da vida da Congregação. Através das etapas de elaboração do PE fizemos reconhecimento do solo (forças e fraquezas), o que nele podemos e queremos ser (missão e visão) e os frutos que desejamos colher (resultados esperados). O projeto para os próximos

Anuário ciic 2011

Encontro do PE em Santa Maria-RS

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Encontro do PE na Regional Virgen de Guadalupe

anos está no papel, agora, sem exceção, todas/os somos convidadas/os a nos apropriar das melhores ferra-

mentas (disponibilidade, confiança, esperança, amor à CIIC...) para fazer acontecer este sonho. Vamos cultivar essa semente!

O desafio permanece Seguir construindo o novo sem perder a essência, o fundamental e os valores constitutivos da Congregação. Caminho possível de ser feito quando o processo é realizado em conjunto, através de meios e ferramentas que ajudam a avançar, ousando realizar as mudanças para servir melhor e com mais qualidade às pessoas, especialmente os empobrecidos e excluídos, concretizando o sonho missionário de Santa Paulina, que é o Projeto de Jesus, no hoje da história. Irmã Roseli Amorim


Envios missionários, abertura de uma nova comunidade Ad Gentes e Projeto Intercongregacional são destaques do dinamismo missionário Nova Comunidade

Objetivos específicos

• Comunidade Santa Paulina Lugar: La Fonseca Nueva Guinea Nicarágua – Centro América Data da Fundação: 21 de janeiro de 2011.

da comunidade • Ser presença solidária junto ao povo do Interzonal de La Fonseca. • Acompanhar, fortalecer e formar acadêmica, espiritual e humanamente os jovens que tem motivações vocacionais para a Vida Religiosa.

Depoimento de Ir. Gelci

Irmãs Maria de Lurdes Moser e Mélida Duartes Comunidade Santa Paulina – Nova Guinea – Nicarágua Nova Fundação da Regional Virgem de Guadalupe

Fui enviada pela Congregação a terra natal de Santa Paulina, mas também para a terra de minhas raízes, porém partir não é tão fácil assim, é um deixar tudo para assumir um Novo. É um desafio ao esvaziar-se de si mesmo para viver o aqui e agora, isto é a nova língua aos novos costumes, a maneira de ser do povo, a nova missão. Aos poucos vai se descobrindo também a maneira de agir, de se comunicar, de servir. Aqui temos grandes desafios e um deles é estar sempre disponível. Muitas pessoas

Missão

Passo a passo na missão frequentam a nossa casa, visitam a casa natal de Santa Paulina, também recebemos muitos brasileiros. Sinto que a força de Deus é maior que todos os desafios e dificuldades. É Ele que me conduz e me guia. A missão é ampla. O povo daqui tem um carinho muito grande com as Irmãs e partilham conosco seus bens e dons, especialmente os bens da agricultura,não é o cento é o duzentos por um. Que o Senhor da messe me dê a graça de responder a este chamado a esta missão.

Projeto Missionário Interconcregacional A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição integra, desde abril de 2011, o Projeto Missionário na Vila Prudente, Região Episcopal Belém, São Paulo, que assume o grande desafio de ser presença de uma comunidade intercongregacional, respondendo a um dos apelos da inserção na Missão urbana.

Envios Missionários Ir. Estanislada Ochoa Molina De Nicarágua (RVG) para o Chile (PIC)

Ir. Cintia Elizabeth Gimenez Da Argentina para o Brasil (PNSL)

Ir. Izabelle Djénoyom Do Chade (PCJ) para Nicarágua (RVG) Ir. Gelci Zanandrea Da PNSL para Itália (PIC)

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Missão

O cuidado da vida como missão

As Irmãzinhas atuam nos Centros de Terapias Naturais que são lugares de cuidado e aprendizagem sobre a vida e sua profunda ligação com todo o universo Centro de Terapias Naturais – Fonte de Vida

Anuário ciic 2011

Sediado em Nova Trento-SC, oferece: aulas de natação, hidroginástica, banhos (vital, de tronco, de assento), escalda pés, sauna, hidromassagem, massagens (terapêutica relaxante), reflexologia, drenagem linfática, ofurô e pirâmide. Buscamos de maneira simples e harmoniosa a relação com a natureza, com os dons e bens que dela emanam e repassar às pessoas que buscam terapias naturais como um caminho para uma vida saudável. Com o objetivo de ter uma vida saudável e natural, durante a semana de terapia, as pessoas são orientadas no processo de desintoxicação de seu organismo. Jesus quando veio ao mundo desejou a vida em abundância para todos, e aproveitou também de recursos que a própria natureza oferecia: cuspiu no chão e fez barro com a saliva e aplicou-a nos olhos

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do cego, e o mandou até a piscina de Siloé para lavar-se. O cego, em seguida, conseguiu ver (Jo 9,1-4). Também Jesus utilizou sua própria energia para devolver a saúde à mulher que padecia de uma hemorragia há 12 anos. (Mt 9,18-26). Não fazemos nada mais do que usar o que a mãe natureza nos oferece de forma saudável. “Tudo o que dela emana gera vida se canalizamos para este bem”. Ajudamos as pessoas a mudarem seus hábitos, pois acreditamos numa vida saudável geradora de potencialidades. Juntamente com as terapias buscamos trabalhar uma espiritualidade ligada à vida em todo o seu aspecto: psíquico, físico e espiritual em sintonia com a natureza. As terapias são destinadas a todos que desejam uma melhor qualidade de vida, ou pessoas estressadas e cansadas. Irmãs Maria Tereza Neves Macedo e Rozana Wolf

Centro de Vida Madre Clarice – Igarapé-MG Era uma vez… um casal, Adão e Eva. Viviam tranquilamente no Jardim do Edem. Todas as tardes ouviam os passos do Criador que se aproximava e vinha fazer um passeio no Jardim com eles. Criados à sua imagem e semelhança, seus corações viviam a plenitude. Comiam dos frutos de todas as árvores, menos daquelas que estavam no meio do Jardim – a Árvore do Conhecimento do bem e do mal e da Árvore da Vida. Um dia… com Adão e Eva, a Humanidade experimentou do fruto desta Árvore e… todos sabemos as consequências! Nossa mente é a árvore que produz frutos bons ou maus, conforme o pensamento que acolhemos. Hoje, a Humanidade, você, eu estamos com saudades do Jardim do Edem! Porque continuar nos escondendo atrás da “moita” com

Piscina do Centro de Terapias Fonte de Vida – Nova Trento-SC


A Tenda de Maria apresenta a Mística do Jardim do Edem. Está situada ao pé da Serra de Igarapé, em meio a uma natureza exuberante, seguindo o Carisma de Santa Paulina, é destinada a acolher as Irmãzinhas que ali residem e trabalham no CENTRO DE VIDA MADRE CLARICE. Dentro de uma Arquitetura despojada, valorizando-se o funcional, mas sem perder esta Mística do Edem. Numa área circular de 22 metros de diâmetro, o fundamento com estilo parabolóide com 12 pirâmides com os vértices para baixo, divide a casa em 12 partes. O número 12 que significa a plenitude, as 12 tribos de Israel, os 12 apóstolos... Tem ao redor, 9 suítes, que como diz o estudo do Eneagrama, representa a acolhida de todos os tipos de pessoa. Completando a circunferência, tem 3 grandes pórticos de vidro em homenagem à Trindade Santa. Na parte central repetindo o formato de Tenda, está a Capela com Jesus no centro, sendo Ele, a “Árvore da Vida” deste jardim. Ao lado direito de quem entra, está a Imagem de Maria numa linda gruta – é um Geodo de pedra preciosa chamada ametista. Esta gruta, toda inteiriça, foi tirada por João Tamanho, pai de Irmã Graciema, em 1973, em Planalto-RS. Passou muitos anos em casa de Salete e seu marido Sassi, irmã e cunhado de Ir. Graciema, que ajudou a tirar esta gruta da terra e depois a doou para a Tenda de

Maria. À noite, ela se reflete em todos os cantos, multiplicando a vista da presença de Maria. Todos os elementos da Natureza se fazem presente. Ao redor da Capela, seguindo pela direita temos um canteiro cheio de Cactus com seus espinhos e pedras, simbolizando o deserto da vida de cada pessoa e o reino mineral. Seguindo, outro canteiro onde aparecem folhagens, presença do reino vegetal. Mais adiante está um aquário com seus lindos peixes, o reino animal e nos aposentos está o reino “humano”, as Irmãzinhas. A Tenda de Maria encanta a todos os que aqui chegam com sua beleza e simbolismo. Podem-se ouvir os passos do Criador se aproximando e convidando a todos para um encontro profundo com Deus, com a Natureza, com os irmãos e principalmente consigo mesmo. Resgatar a criança com suas qualidades de se encantar, sorrir, perdoar, amar e deixar-se amar. Todos trazemos dentro de nós este espaço do Jardim do Edem. Para acessá-lo temos a respiração consciente que é uma poderosa ferramenta. Podemos iniciar esta caminhada com 4 respirações rápidas e uma profunda, repetindo 4 vezes. Se fizermos isto mais de uma vez por dia, em pouco tempo perceberemos uma mudança profunda em nós. Nossa criança nos espera. Coragem! Irmã Graciema T. Tamanho

Anuário ciic 2011

medo, sentindo-nos nus, tecendo máscaras para encobrir nossa vergonha? Como retornar à nossa verdadeira essência? O Edem é nossa verdadeira casa! Podemos retornar. Na estrada da Vida, olhando nossa criança com menos de três anos de idade, podemos vislumbrar nossa essência! Ali vemos no encanto da criança a imagem e semelhança do Criador. Contemplemos um instante esta criança… Ela se apresenta toda inteira, ama e se deixa amar! Perdoa facilmente, pára de chorar e num instante volta a sorrir para quem quer que seja! Demonstra encantamento até por uma bolha de sabão que consegue soltar ou vê diante de seus olhos. Tudo a encanta! É simples e onde está leva uma energia divina, como divina ela se manifesta! Jesus, o novo Adão, nos convida a voltarmos para casa. O Pai Misericordioso, espera a volta de seu filho, de sua filha. O Centro de Vida Madre Clarice quer ser este espaço SAGRADO onde podemos resgatar nossa essência com nossa SAÚDE. Neste espaço onde pessoas do Brasil e de outros países, fazem um tempo de RETIRO HOLÍSTICO, conseguem recuperar sua saúde trabalhando a parte Espiritual, Emocional, Energética e Física, trabalhando seu SER integral. Neste espaço sagrado está um ICONE chamado: “TENDA DE MARIA”.

Missão

Tenda de Maria – Centro de Vida Madre Clarice – MG

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Missão

Uma história a contar, uma história a ser Colégio São José de Itajaí-SC: 70 anos

F

“Só quem tem uma história e uma tradição a que está sujeito, pode ser sujeito da história”. (Riolando Azzi, Historiador)

Anuário ciic 2011

undado em 1912, o Colégio São José passou a ser dirigido pelas Irmãzinhas da Imaculada Conceição no ano de 1941. Nos primeiros anos de existência, houve muita luta e empenho, determinação e sacrifícios em prol de um trabalho educativo. Com recursos precários e extremada fé, as Irmãzinhas enfrentaram o preconceito de uma sociedade que não acreditava no trabalho das “Irmãs Colonas de Nova Trento”

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(como eram apelidadas), contudo, sob as bênçãos de um bom Pai chamado José e sob a Direção da Irmã Maria de Lourdes, as primeiras dificuldades foram superadas. Além dos trabalhos escolares, as Irmãs ocupavam-se com trabalhos externos, como o Catecismo, a Cruzada Eucarística, Assistência Social, aulas noturnas a jovens operárias, campanhas missionárias, entre tantas outras atividades. As fortes exigências culturais da sociedade itajaiense sempre serviram de estímulo para que o trabalho fosse realizado de forma cada vez mais aprimorada. Essa mesma sociedade tão crítica, em pouco tempo, foi capaz de reconhecer a competência e os

esforços das Educadoras Irmãzinhas da Imaculada Conceição e de seu pequeno quadro de professores da comunidade. Ao longo dos anos, o Colégio São José passou tanto por reformas no prédio quanto por reformas nos cursos oferecidos e reformas educacionais – como a de 1970 – Lei Federal 5692/71 – que fundia os Cursos Primários e Ginasial no curso de Primeiro Grau e o de Segundo Grau que passava a ser profissionalizante e uma nova alteração em 1996 – a lei 9.394/96 que alterou a organização do sistema escolar bem como a sua denominação. Os antigos 1º e 2º graus passaram à denominação de Ensino Fundamental e Ensino


Missão …algumas coisas, no decorrer dos anos, permaneceram inalteradas – o trabalho incessante para um ensino de qualidade, no sentido de modernizar as salas de aula e os laboratórios, o incentivo ao esporte terminação da Irmã Maria Iranilda Rodrigues e , principalmente, pelos alunos que sempre foram o motivo de tamanha caminhada. Comemorar o septuagésimo aniversário de um colégio é sem-

pre motivo de muita alegria, principalmente, num país onde 50% das empresas quebram, de acordo com dados estatísticos, antes de completar 2 anos. Por isso, devemos ter orgulho e admiração por esse menino, chamado “São José”. O motivo de tanto orgulho? Após tantas mudanças, algumas coisas, no decorrer dos anos, permaneceram inalteradas – o trabalho incessante para um ensino de qualidade, no sentido de modernizar as salas de aula e os laboratórios, o incentivo ao esporte, reconhecendo e valorizando cada atleta que representa o Colégio, a Família que ganhou um dia especial. Tudo isso, dentro dos mais sólidos princípios de ética, seguidos de extrema valorização do lado espiritual – revigorado a cada ano com a caminhada ao Santuário de Santa Paulina, fundadora e idealizadora da Congregação – é a base para uma “Educação a Serviço da Vida”. Maria Cristina Altvater Biagio

Anuário ciic 2011

Médio, além de uma reformulação no PPP (Projeto Político Pedagógico) que hoje conta com mais um P – PPPP (Projeto Político Pedagógico Pastoral). Mudanças que foram sentidas e vividas ... crises políticas, econômicas, sociais fazem parte desta história de sucesso. Afinal, foram setenta anos bem vividos e aqui estamos prontas/os para outros anos que virão, porém não se pode falar da história de uma instituição de ensino sem mencionar nomes que fizeram história dentro da comunidade educativa. Irmã Maria Adelina da Cunha é uma dessas pessoas especiais, que deixa marcas por onde passa, dedicou por mais de trinta e sete anos, sua vida, seu trabalho, sua competência, seu carisma ao Colégio São José, afastando-se da Direção no ano de 2010. Uma história feita de tantos nomes, que não teríamos como homenagear a todos, por isso, a homenagem se restringe a um pequeno e valoroso grupo de Irmãs: Élide de Maria Lenzi, Ana Berri, Maria Cristofolini, Dilma Ardigó, Odete Berri, Justina Cristofolini, Hilda Darós, Maria Iranilda Rodrigues...Outras Irmãs que fizeram e ainda fazem deste Colégio uma referência em educação. Uma história marcada ainda por funcionários, coordenadores, professores que por aqui passaram e por aqueles que hoje assumiram a responsabilidade e o compromisso de educar, pela nova Direção, que se inicia com a forte presença e de-

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Missão

Juventudes Estudantis

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As Unidades da Rede Santa Paulina de Educação realizam o 6º Encontro em Santa Maria-RS

“A juventude é o sacramento da novidade” (Pe. Hilário Dick)

Anuário ciic 2011

6º Encontrão da Pastoral da Juventude Estudantil Santa Paulina (PJESP), aconteceu em Santa Maria-RS. O tema norteador do encontro foi “Realidades Juvenis”. Teve como objetivo celebrar a caminhada dos jovens, fortalecer a identidade dos grupos da Rede e aproveitar o espaço de formação. Os jovens aprofundaram o tema em quatro oficinas com diferentes eixos: Religiosidade, Desigualdades Sociais, Transformação pela Política e Tecnologia. A realidade das juventudes é marcada pela beleza, sonhos, encanto, vivacidade, dinamismo, lutas, buscas, conquistas, desafios e outros. O jovem estudante carrega as marcas da vida de quem quer aprender a ser, relacionar-se, fazer e viver. É incentivado nas buscas de conhecimento. Para alguns, faz parte de seu cotidiano o serviço pastoral, a Pastoral da Juventude Estudantil e a missão evangelizadora de jovens estudantes, com ideais de acreditar, sonhar e lutar por uma educação de qualidade. Santa Paulina iniciou sua missão ainda criança e quando jovem deixou transparecer a sensibilidade

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em perceber diferentes situações de seu tempo e disponibilidade em servir. Hoje, para os grupos de jovens da Rede Santa Paulina, deve ser uma marca forte a sensibilidade em perceber as diferentes realidades e disponibilidade para servir aos que mais precisam. Ou seja, a solidariedade com as pessoas está impregnada em cada ser. São jovens de diferentes grupos, e existe um ideal que une e faz seguir, este ideal que é o Projeto de Jesus Cristo. Ele faz sonhar e lutar por uma causa maior: “o cuidado com a vida”. Participam da Rede Santa Paulina, e por isso, são ca-

pazes de grandes sonhos, fazendo a diferença onde cada um está: na família, comunidade, escola, trabalho, com seus amigos. São responsáveis pela missão de Santa Paulina e chamados/as a olhar a vida de um jeito sensível, solidário, cuidadoso e amoroso. Ela, como jovem, viveu intensamente sua missão. Transformou a sociedade onde vivia. Fez a diferença e deixou marcas, assim como todo o verdadeiro discípulo missionário. E você, jovem, qual a diferença que faz no ambiente onde vive? Que marca quer deixar na humanidade? Este 6º encontro teve uma marca própria, a criação da identidade dos jovens que fazem parte dos grupos da Rede Santa Paulina (PJESP). O caminho é longo e existe espaço para todos os que acreditam e querem fazer parte deste projeto. É uma oportunidade para refletir, celebrar, fazer novas amizades, reencontrar alguns amigos, estabelecer relações e sonhar juntos. Que Santa Paulina caminhe sempre com cada pessoa e que o Deus da vida anime, fortaleça e encoraje na missão. Irmã Ana Carla M. de Assis


o dia 22 de janeiro de 1961, às 16 horas, aconteceu a inauguração do Colégio Regina Mundi, na Vila das Mercês, com a missão de continuar a grande obra que a Congregação já vinha realizando em favor da Educação no Colégio Sagrada Família, no Ipiranga, São Paulo. O ato inaugural foi presidido pelo Cardeal Motta e contou com a presença do deputado Cunha Bueno, representante do presidente da República, Juscelino Kubitschek, da 1ª diretora e fundadora do Colégio, Irmã Teodomira Maria de São José, de numerosas autoridades civis, militares e eclesiásticas, bem como um grande número de famílias das alunas, visto que, inicialmente, era um colégio para meninas. Em 2011, o Regina Mundi completou 50 anos de história. No dia 26 de fevereiro, após a missa de abertura do ano letivo, foi descerrada a placa comemorativa pela Ir. Anna Tomelin, Superiora Geral, e pela Ir. Márcia do Amaral Miranda, diretora do Colégio. A Festa Junina foi outro momento em que todas as danças foram encenadas com a temática voltada ao cinquentenário. Colégio Regina Mundi (foto de arquivo)

Celebração dos 50 anos no Regina Mundi. No detalhe, Ir. Celina expressa seus agradecimentos, à esquerda, Ir. Ivani Gonçalves

Em 27 de agosto, aconteceu a comemoração solene dos 50 anos com a presença das Irmãs, professores, ex-professores, alunos e exalunos de todas as décadas do Regina. Foi um dia marcado por alegria, reencontros e muita emoção. Vejam o que alguns ex alunos expressam a respeito do Colégio: Maria Emília Tami Guidone Onodera: “Destes 50 anos, participei por 12 da história. Tive o privilégio de conhecer este ‘monumento de amor e de fé’. Que eu possa comemo-

rar o centenário dessa instituição e fazer parte dessa linda história! Salve, Regina Mundi!!!” Marisa Helena da Silva: “Hoje, meu filho Vinicius tem 11 anos e está no Regina Mundi desde o nível 1. Quando estava grávida dele, já dizia o tempo todo que ele iria estudar no Regina Mundi, pois dessa maneira já sabia que seria uma criança do bem. Então, só posso desejar que o Colégio Regina Mundi possa completar outros 50 anos com a mesma tradição e qualidade e, quem sabe, no próximo cinquentenário o meu filho esteja respondendo esta pesquisa... Será emocionante... Parabéns...” Valéria Hoff Bachiega e Pelicer: “Desejo, realmente, que o Regina Mundi, nunca deixe de ser o Colégio especial que foi pra tanta gente da minha época. Espero que continue evoluindo e melhorando para que meus filhos também possam conhecer e desfrutar desse templo de educação e recordação!” Ricardo Botelho

Anuário ciic 2011

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Colégio Regina Mundi: 50 anos onde educar é um serviço à Vida

Missão

Monumento de Amor e Fé

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Missão

Gerar vida e esperança: uma missão diferente!

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Irmãzinhas partilham sua experiência junto ao povo da América Central

“Ai de mim se não anuncio o Evangelho.” (1 Cor 9,16)

etém – Guatemala: “além das tuas fronteiras, além da tua realidade, onde existe alguém que te espera, até lá deves chegar”. Abraçamos com muito amor e unção a entrega pela causa do Reino de Deus e seu Projeto. Sentimos profundamente os desafios do encontro com outras culturas, realidades, história, que pouco a pouco, nos transforma em nova pessoa, tecida de diferentes cores, pensamentos, sentimentos e com Acima: Aspirante Aura Esther López Sánchez no encontro com crianças e adolescentes da Infância Missionária – La Fonseca – Nueva Guinea Ao lado: Irmãs Martha Lorena Arauz e Maria Necilda Firmino dos Santos com um grupo de crianças em Petén – Guatemala e Irmã Maria Vera Lúcia Oliveira, Conselheira Geral, em visita

Anuário ciic 2011

Abaixo: As Irmãs Isabelle Djenoyon e Melida D. García e o guia Adolfo Obando regressam das visitas missionárias às comunidades

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uma nova maneira de nos relacionar com o novo, especialmente, com o trabalho realizado pelas mulheres e jovens, ajudando no seu auto-sustento e protagonismo. Em Guatemala, capital, nossa missão é realizada junto aos necessitados, através da medicina natural e a reunião de grupos de mulheres para a formação e nosso trabalho vai sendo conhecido. As Irmãs marcaram presença na Creche, na Paróquia e acompanha-

ram as comunidades nas aldeias e na cidade. Estamos unidas com outras instituições, buscando coordenar o trabalho e responder melhor às necessidades do momento. A comunidade Hermana Lódia, em Manágua – Nicarágua, realiza a missão nas comunidades de Ciudadela, Solidaridad, Quebrada Honda, bairro Santa Ana e Paróquia Altagracia. Nas diferentes realidades, realizamos uma experiência muito enriquecedora, dando


Comunidades da Regional Virgem de Guadalupe

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Missão

“Eu estou no meio de vós” Da experiência da inserção junto aos empobrecidos surge o desafio de ir além do fazer, mas “Estar com” e ser presença na gratuidade

sta afirmação de Jesus muitas vezes passa-nos despercebida. A dificuldade de assimilar o “estar” ocorre devido à necessidade do fazer. Num mundo marcado pelo consumismo insaciável, o prazer hedonista e tendo o poder não como um serviço: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. Se, portanto, eu o Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns dos outros” (Jo 13,1314), perde-se o foco no essencial, e a vida e as pessoas tornam-se um fardo. Não estariam aí muitas das frustrações da Vida Religiosa, quando as forças diminuem e qualquer limitação apareça, que não seja propriamente o passar dos anos, e faz-se a pergunta: o que fazer agora? Surge muita exigência, uma necessidade de atenção surpreendente, anulando, não raro, uma vida de doação e entrega. “Eu estou no meio de vós”. Como é desafiante estar no meio de uma comunidade! A experiência na Vila Prudente – São Paulo nos coloca neste dilema. As necessidades urgentes e galopantes aceleram uma vontade de fazer, e há muito que fazer; emergindo das entranhas a impotência e a indignação ao constatar-se que a primeira exclusão de nossos irmãos e irmãs está no fato de morar numa favela. Muitos anseiam poder dizer: “Aqui é o meu lar!” Sonho, que para uma grande parcela, torna-se impossível, quando não chega a ser um pesadelo.

Ao contemplar esta situação diariamente, percebe-se que a primeira atitude de quem chega é de estar. Estar, para ser presença, para acolher a dor, o sofrimento, a violência, o barulho; casas tão próximas, espaços reduzidos, música tão alta, falar gritado, abafar, abafar, abafar... A negação forçada e silenciada, os choros contidos, a ameaça constante. Estar por inteira... inteiro… Então visualiza-se, experiencia-se a ternura, o sorriso e o abraço das crianças, o alvoroço dos jovens, a resistência diária dos adultos, a solidariedade, a roda de conversa, o sentar na calçada, a alegria, a comida e a bebida. E neste emaranhado também está o “pó” tão degradante e destruidor das vidas e mais ainda das famílias. Mas Jesus está no meio de nós e nós estamos no meio deste povo, para sermos sua presença, juntamente com sua Mãe, Maria. Somos impotentes, mas, com Jesus e Maria persistimos em acreditar: “Estou com vocês, sempre!” (Mt 28). Irmã Lourdes Duarte

Anuário ciic 2011

continuidade à evangelização e formação dos líderes. Estamos conhecendo as famílias e a realidade onde vivem. As pessoas demonstram um grande desejo de escutar a Palavra de Deus e de serem escutadas. Foram realizadas várias atividades como: procissões com a Bíblia, festa dos padroeiros das comunidades, mês vocacional missionário e outros. Deus continua chamando-nos para outras realidades. Em Nova Guinea – Nicarágua – celebramos o Ano da Palavra com o lema: “Através da Palavra encontramos a Jesus”. Realizamos com as crianças da Infância e Adolescência Missionária a Leitura Orante, com os jovens o jogo do beisebol da Palavra, um congresso de Ministros da Palavra e, com todas as famílias católicas das comunidades rurais e da cidade, foram realizadas visitas, reflexões e celebrações. A comunidade de La Fonseca priorizou as visitas missionárias com os sacerdotes. O meio de transporte para ir de uma comunidade a outra é o cavalo, numa distância de duas a quatro horas. O mais bonito é a acolhida recebida das pessoas e comunidades.

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Missão

Na fonte da Palavra, compromisso com a Vida Irmãzinhas avançam no aprofundamento da Palavra de Deus através da Escola Bíblica da CIIC

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Colcha elaborada pelo grupo de Santa Maria-RS acompanhado por Ir. Celma Rodrigues Silveira

Anuário ciic 2011

Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição (CIIC) concretiza mais uma das ações da XX Assembléia (capítulo) Geral, dando continuidade à Escola Bíblica, com a segunda etapa, no Brasil e a primeira na Nicarágua. O objetivo é “Avançar na mística do Discipulado de Jesus Cristo através do estudo e da vivência da Palavra”. Estiveram presentes cerca de 70 participantes entre Irmãs, formandas, colaboradores e membros da FAMAPA. Faz parte da metodologia da Escola Bíblia capacitar multiplicadores/as para estudar e aprofundar a Palavra de Deus com outros

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1ª Etapa de la Escuela Bíblica na RVG

2ª Etapa da Escola Bíblica São Paulo-SP

grupos. Portanto, o compromisso não termina quando encerra a etapa... Assim como, uma colcha de retalhos, há vários pessoas iniciando ou continuando o estudo nas diversas realidades onde estão seus participantes. Conforme a partilha das multiplicadoras percebese que a prática vêm contribuindo com um maior encantamento pela Palavra e principalmente para perceber a presença do Espírito, presente junto aos mais simples, os que aparentemente “nada sabem” por não dominarem a escrita. O mesmo Espírito que inspirou as centenas de autores da Bíblia continua presente no povo de Deus, hoje. Constata-se também que o medo e a desmistificação da Bíblia, aos poucos, vão sendo rompidos, com muita criatividade e respeito.


do reino e da vida

Missão

Testemunhas

Ir. Maria Dalvina Muraro e um grupo de estudo em San Javier – Argentina

A

Escola Bíblica na Regional Virgem de Guadalupe (RVG) Afirmam as Irmãs: “Na Regional todas as Irmãzinhas e um grupo de formandas participaram da Primeira Etapa da Escola Bíblica que, com a participação de todas, se tornou mais fácil. Identificamo-nos com as mulheres da Bíblia, que foram valentes e perseverantes na busca da vontade de Deus e na defesa da vida. A Bíblia é Palavra de Deus porque defende a vida e a dignidade da pessoa humana. Esta etapa trouxe-nos a reflexão de como Deus caminha com seu povo e, através das mulheres e homens que se dispõe a anunciar seu Reino. E nós, Irmãzinhas, leigos e leigas, estamos caminhando entre os ‘hapirus’ (empobrecidos) de nossa realidade e missão?” Comunidade Jesus, Maria e José Guatemala Podemos afirmar que a Escola Bíblica da CIIC contribui efetivamente para o fortalecimento, divulgação e vivência da Palavra, na Igreja. Muitas pessoas são atingidas a partir desta iniciativa da CIIC. Mas, reconhecemos que muitas pessoas, ainda, almejam uma oportunidade assim, continuam com “sede”.

Se você está participando da Escola Bíblica e ainda não pôde iniciar um grupo, ainda é tempo... E caso você, leitor/a, deseja fazer o aprofundamento da Palavra procure uma das Irmãzinhas ou entre em contato conosco. Irmã Maria Vera Lúcia Oliveira

Ir. Zilda Boa e grupo de leigos em Cajati-SP

cada cinco anos a Prelazia de São Felix do Araguaia-MT, a pequena cidade de Ribeirão Cascalheira se agiganta pela fé e esperança dos milhares de romeiros e romeiras que acorrem neste lugar santo de luta e testemunho. Nos dias 16 e 17 de julho de 2011, aconteceu mais uma edição da Romaria dos Mártires da Caminhada, com o tema: Testemunha do Reino. Romeiros e romeiras de norte a sul do país marcaram presença nessa celebração de fé e vida. A Romaria dos Mártires da Caminhada, também celebrou 40 anos da Igreja de São Felix. Uma caravana organizada pela CPT de Tocantins reuniu pessoas das dioceses com espírito missionário e de CEBs, carregando muita alegria e fé; na bolsa de viagem a farofa para partilhar e a rede para descansar. Foram 25 horas de viagem para desfrutar de uma experiência profunda de Deus: Irmãs Luciene Negrini, nem o cansaço, nem o caMaria Andrea da S. Bittencourt lor, muito menos as dores fie Marta Tonolli zeram esmorecer os desejos e as forças deste povo de Deus. Em Ribeirão Cascalheira, tudo estava pronto para receber a todos. Foram dois dias de oração, de vivência e retomada da vocação a serviço da vida e do Evangelho. No primeiro dia foi vivenciado a celebração de abertura, com Vigília e Caminhada martirial até ao Santuário dos Mártires da Caminhada; depois houve show que contou com a presença do cantor popular Zé Vicente. Em nosso grupo também tinha artista, o jovem Francisco Chagas, conhecido com MC Teófilo (in memoriam), apresentou seu rapp neste momento cultural. Outras irmãzinhas também participaram deste evento. Na celebração Eucarística em memória dos Mártires realizada na amanhã de domingo, foi vivida com grande unção e bênção. Na fragilidade do corpo de D. Pedro Casaldáliga, a fortaleza da convicção e fidelidade na voz, convidou a cada romeiro a permanecer firmes: “Podem nos tirar tudo, menos a fé e a esperança”. Quem pode vivenciar esta caminhada, sem dúvida experimentou a presença do Espírito de Deus que renova o ardor, a partilha, o compromisso com a vida. Irmã Maria Andrea da Silva Bittencourt

Anuário ciic 2011

Irmãzinhas participam da Romaria dos Mártires da Caminhada

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Missão

Assistência social Projetos de Assistência Social são desenvolvidos em diferentes regiões com maior qualidade nos serviços prestados à comunidade

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Projeto Tecendo a Vida

Anuário ciic 2011

s Irmãzinhas da Imaculada Conceição, da Província Coração de Jesus, motivadas pelo carisma congregacional, procuram ampliar e qualificar a ação de Assistência Social junto aos privilegiados do Reino de Deus. Em 2011, foi reiniciado, com um novo rosto, o Projeto Tecendo a Vida, junto às famílias mais carentes da Vila Artur de Sá e arredores. A comunidade Medianeira de Todas as Graças, que até o ano de 2010 foi Casa de Formação, assumiu redimensionar o seu espaço físico para acolher a nova proposta do Projeto e apoiar no que fosse necessário. O retorno das atividades foi motivo de muita alegria e esperança para a comunidade, em especial para as crianças e adolescentes que já participavam das atividades realizadas no Centro de Apoio Comunitário (CAC). Hoje, são assistidos cerca de 20 crianças e adolescentes,

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Tecendo a Vida: Projeto de Assistência Social desenvolvido no Bairro União Belo Horizonte-MG

João Vitor Viana mostra a medalha que recebeu na competição

entre 10 e 15 anos, no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 14 às 18h, com diversas oficinas, entre as quais destacamos: inclusão digital, formação humana-cidadã e ambiental, teatro, acompanhamento pedagógico, informática para os pais, responsáveis e outras pessoas da comunidade. O Projeto Tecendo a Vida e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS Nordeste BH) tem feito uma parceria que vem dando certo e colhendo bons frutos. O Tecendo a Vida não tem espaço para atividades esportivas. O CRAS que dispõe de espaço, acolhe a turma do Projeto, disponibilizando também um profissional para as atividades esportivas, dois dias por semana. O Tecendo a Vida cede um profissional com computadores de última


P

Irmã Francilda Firmino dos Santos

Para além da

assistência social

ensar a assistência social e o assistente social a partir da relação destes com a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição a princípio parece difícil, pois vincular carisma e direito é algo novo no contexto político e religioso. Mas, ao conhecer uma pequena parte da vida de Santa Paulina e das diversas lutas das classes oprimidas por direitos é possível perceber a relação existente. A assistência social enquanto política pública reconhece a desigualdade social e a necessidade de se planejar estratégias para a proteção e promoção de um povo sofrido e violado nos mais variados níveis de direitos. Enquanto isso, compreender a assistência social à luz do carisma das Irmãzinhas da

A construção de redes e parcerias na execução da política de assistência social torna-se cada vez mais um imperativo Tudo que foi escrito até agora é verdadeiro, mas não consegue passar o privilégio que é poder atuar em uma entidade que vive e luta de fato pelos pobres que a motivou existir. O assistente social durante toda sua atuação é provocado a se envolver com as demandas das comunidades. A participação em conselhos, fóruns e movimentos comunitários são tarefas obrigatórias do profissional de serviço social e fundamentais para um trabalho voltado para a construção e consolidação de direitos. Fugindo das regras de um texto formal, não posso concluir sem destacar o meu sentimento de consolo e alegria por fazer parte desta Congregação. Sempre destaco minha alegria em poder contribuir para a continuidade dos ensinamentos e exemplos de Santa Paulina. Falar do trabalho desenvolvido é fácil, pois a transparência e lealdade com os propósitos institucionais e

as orientações legais são princípios colocados como inegociáveis pelas Irmãzinhas e reconhecidos por todos os assistidos e representantes da comunidade local e poder público. A concepção de que todos trabalhadores são educadores faz com que toda equipe do Projeto Tecendo a Vida, em Belo Horizonte, sintam-se responsáveis com as crianças, adolescentes, jovens e familiares atendidos. Os relatos das famílias assistidas no Projeto Tecendo a Vida são testemunhos da importância dos serviços oferecidos pelas irmãs. As ações reavivam os sonhos e esperanças de um povo que não acreditava na possibilidade de uma transformação de vida. O amor direcionado a cada família e o fortalecimento de uma postura cidadã tem tornado possível a promoção das crianças e adolescentes, além das medidas protetivas trabalhadas em parceria com o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS / Arthur de Sá e escolas da região Nordeste do município de Belo Horizonte. Por tudo isso, pode-se dizer que a atuação do/a assistente social na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição deve ser entendida como para além da assistência social, uma vez que ultrapassa a idéia do cumprimento de uma determinada legislação e traz em seu seio a convicção de que não é possível pensar numa transformação social se não vivermos numa sociedade igualitária e fraterna. E como nos ensinou Santa Paulina: “Vamos passo a passo, mas sempre em frente.” “O Senhor não deixará de nos ajudar.”

A

Missão

Imaculada Conceição é trazer para a ação política o ser humano na sua dimensão complexa de pessoa integral, isto é, ser demandante de uma postura cidadã e uma espiritualidade fundamentada na fé e na justiça social. O profissional do Serviço Social, em muitas partilhas, sempre destacou a dificuldade em definir e ter reconhecido o seu espaço na luta pelos direitos de um povo marginalizado pelas barreiras colocadas por todas as injustiças da vida. Essa realidade na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição é muito diferente, pois ser assistente social na instituição requer do profissional sintonia com o carisma congregacional e vivência dos conflitos daqueles que clamam por igualdade.

Jacqueline Matias

Projeto Social Jesus Peregrino

Comunidade Jesus Peregrino, Itajaí-SC, tem co­m o objetivo ACOLHER jovens estudantes vindos de diversos estados do Brasil, facilitando assim o processo de inserção e inclusão dos mesmos no meio universitário.

Anuário ciic 2011

geração, que monitora o curso de informática para o PROJOVEM que vem do CRAS. Também o lanche passa pela dinâmica de permuta. Cada Instituição oferece o lanche aos seus acolhidos, possibilitando maior conhecimento das realidades específicas e melhor convivência nos referidos locais. Ainda falando em parcerias, o CRAS da Região Nordeste vem articulando e está se consolidando uma REDE SÓCIOASSISTENCIAL que envolve todas as instituições do poder público e demais entidades do entorno, inclusive o Projeto Tecendo a Vida. O objetivo é otimizar as ações sociais desenvolvidas em conjunto com a população em situação de vulnerabilidade. Esse grupo se reúne mensalmente, sob o título de Comissão Local do Programa BH Cidadania. A construção de redes e parcerias na execução da política de assistência social torna-se cada vez mais um imperativo, pois os serviços e programas se complementam e se entrelaçam, possibilitando o avanço e o acesso mais rápido aos direitos sociais de vida e cidadania.

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Missão Anuário ciic 2011

Campos de Jordão-SP

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Além de oferecer moradia e alimentação para esse jovens , buscamos criar um ambiente de entrosamento e integração, contribuindo também no processo de adaptação e aprendizagem dos mesmos. A comunidade religiosa promove momentos de partilha de vida, de entre ajuda e confraternização, possibilitando a construção de um ambiente familiar. Em 2011 contamos com a ajuda de uma Assistente Social que desenvolveu várias atividades junto aos jovens. Realizou encontros mensais com partilhas e entre ajuda, dando suporte na construção do projeto de vida e continuidade dos estudos e trabalhos. Também foram realizados momentos de confraternização na festa da Páscoa, festa junina, comemoração de aniversários e outros, com a presença das Irmãs. Houve crescimento e maior entrosamento, onde os próprios jovens já demandam encontros e momentos de convivência no espaço onde eles moram, evitando assim a dispersão e envolvimento com realidades externas que nem sempre levam ao crescimento e à maturidade. Vale destacar que em 2011 a Casa do Peregrino também se abriu para discutir outra realidade gritante em Itajaí: a realidade das mulheres vítimas de violência. Essa discussão resultou na elaboração de um PROJETO PARA ACOLHI-

MENTO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Motivadas e desafiadas pelas decisões do XX Capítulo Geral que traz a temática das mulheres para a nossa Ação Evangelizadora, nos colocamos inteiramente à disposição na busca de meios e recursos para a viabilização do serviço. O objetivo maior é criar o espaço de acolhida da mulher em situação de risco social e pessoal e , além disso, promover a proteção contra seu agressor. Para facilitar a captação de recursos e apoio da comunidade, a ACB Nova Lourdes, através da Casa do Peregrino tem participado ativamente do Conselho Municipal de Assistência Social; é representada por uma Irmã e pela assistente social. Ter um assento no CMAS de Itajaí é uma conquista para o projeto, para a província e para as outras entidades do município, pois isso nos possibilita defender propostas de políticas públicas que poderão mudar para melhor a vida de muitas pessoas da nossa cidade.

I

Irmã Janice Both Haas

Destacamos mais

alguns depoimentos

niciei meu trabalho na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição – Casa da Sagrada Família em 7 de fevereiro de 2011, com a proposta de de-

senvolver um Projeto Social com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social moradoras do Bairro Vila Albertina e adjacências, local onde se encontra a Casa da Sagrada Família. O projeto tem buscado proporcionar oportunidades e maiores perspectivas de vida, principalmente para as crianças e adolescentes, contribuindo também no despertar de suas potencialidades. Além disso, através de encontros e reuniões trabalhamos com as famílias a parte da formação e informação quanto aos seus direitos sociais e de cidadania.

N

Cleuza Novaes – Casa da Sagrada Família – Campos do Jordão-SP

ossa intervenção profissional tem co­ mo foco a melhoria das condições de vida da população e se dá tanto pela oferta de bens, recursos e serviços, como pelo exercício de uma ação sócio-educativa. Considero que as assistentes sociais da Congregação conseguem desempenhar um trabalho ético, sempre amparadas nas Legislações vigentes, e tendo presente em suas atribuições o carisma da entidade “Sensibilidade para perceber os clamores da realidade e disponibilidade para servir os mais necessitados e aos que estão em situação de maior injustiça.” Sinto-me feliz em fazer parte da equipe de funcionários da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, podendo contribuir para a qualidade dos trabalhos e também tendo a oportunidade de ampliar meus conhecimentos profissionais. Trabalho sempre com alegria e esperança, pois o local dá paz e harmonia para a minha atuação profissional. Sheila dos Santos Cereja Educandário Sagrada Família – SP


Presença missionária das Irmãzinhas em Sagarana, aldeia indígena de Surpresa-RO

agarana é uma aldeia indígena que apoiou os primeiros passos das Irmãzinhas quando pisaram estas terras rondonienses. Aqui nos sentimos missionárias como se estivéssemos no exterior. Para chegar a Surpresa que é um distrito de Guajará-Mirim o meio de transporte é somente fluvial, levando de 27 a 30 horas de barco normal e em casos especiais, uma voadeira faz em 5 horas, mas, com um custo de R$ 1.200,00. De Surpresa a Sagarana, aldeia onde trabalhamos, tem 7 Km de distância, estrada de chão e no tempo de chuva exige maior esforço para ser transitada. O início do trabalho na Educação Indígena em Sagarana não foi diferente de outros lugares. A educação foi um grito, logo no início, e tiveram sorte porque entre as Irmãs que chegaram estavam: Teresinha Scapin e logo em seguida Isabel Pastore que, concluindo o Curso de Pedagogia, foi enviada nessa missão. Confesso que para mim foi um grande desafio: uma cultura totalmente desconhecida e tinha que dar aulas para 36 alunos de séries iniciais simultaneamente. O susto me fez convidar as duas alunas que apresentavam mais habilidades, prepará-las em outro horário e pedir que me ajudassem com os alunos em sala de aula. E foi assim que desabrochou a vocação de Eva Canoé que hoje já é pedagoga mas não mora na mesma aldeia e Ariram Cao Orowaje que juntamente com outros 3 professores: Wan E Ororamxijein, Wem Cacami Cao Orowaje e Tompan Cao Orowaje (todos alunos do passado) estão hoje cursando uma faculdade específica. Posso dizer que é muito importante olhar estes professores e saber que contribuí na história deles e que valeu

Professores com Irmã Isabel e Elisângela, por ocasião da visita das Irmãs Catarina e Leni, da coordenação provincial da PICM

o esforço e até as lágrimas derramadas no passado. O trajeto era feito de bicicleta, 7 Km de estrada de chão com várias porteiras em pleno sol do meio-dia ou na chuva. Hoje, já temos uma moto que facilita fazer o percurso. Como Congregação, demos o embalo na educação, logo eles foram assumindo seu espaço nas séries iniciais. Atualmente estamos sendo solicitadas para colaborar de 6º ao 9º ano. Os professores deveriam vir de Guajara-Mirim, mas, quando vêm, não permanecem muito tempo devido as distâncias e dificuldades, prejudicando assim, os alunos. Em 2008, um líder deles disse: “Você foi nossa professora, seja agora de nossos filhos”. Senti medo mas não resisti aos apelos, pois era final de maio e a aldeia continuava sem professores de 6º ao 9º ano. Fiz uma exigência: sozinha não assumiria, só se conseguissem outra professora para dividir o trabalho. Foi então que os professores fizeram uma carta dirigida ao Governo Provincial, com sede em Cuiabá, pedindo mais uma Irmã até que eles terminassem sua faculdade e, depois disso, poderiam

assumir a educação. E Deus ouviu o pedido, enviando Elisângela de Brito, com a qual divido o trabalho e já estamos no 3° ano de missão e compromisso. Nestes dias tivemos a alegria de ouvir uma aluna dizer: “Venho agradecer o que vocês ensinaram, pois estou conseguindo as melhores notas da sala” (1º ano ensino médio). Além do ensino regular, Elisângela dedica duas manhãs por semana para ensinar informática. “Precisa ver o entusiasmo deles! Pena que o tempo é pouco, pois todos desejam aprender”, comentou. Sentimos que nosso trabalho é puxado, mas muito gratificante. Sentimos-nos professoras, amigas e Irmãs deles. A comunidade conta conosco sempre que precisar. Às vezes nos procuram para pedir opiniões, fazer algum projeto, celebrações. Os professores que estão cursando a faculdade, muitas vezes solicitam a ajuda da Elisângela para orientar seus trabalhos. Somos felizes de fazer parte desta história! Irmã Isabel Pastore e Elisângela de Brito

Anuário ciic 2011

S

dos povos indígenas

Missão

Educação a serviço

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Espiritualidade

Espiritualidade e Carisma

Anuário ciic 2011

N

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o princípio do Terceiro Milênio parece bastante normal tratar de carismas. E sendo nosso objetivo o de despertar o carisma é importante saber exatamente o que significa este termo ou o que deseja significar. É necessário ter algumas noções claras sobre este conceito se vamos centrar nele a vida e a identidade consagrada. Por carisma, desde muito, se conhece a definição paulina de graças especiais (conhecidas ‘carismas’) pelos quais os fiéis ficam “preparados e dispostos para assumir vários compromissos ou ministérios que contribuem para renovar e construir ainda mais a Igreja” (LG 12:cf. AA 3). Espetaculares ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo, que têm direta ou indiretamente uma utilidade eclesial; os carismas estão ordenados à edificação da Igreja, ao bem estar dos homens e às necessidades do mundo. Um carisma é, portanto, uma graça especial que o Espírito Santo deixa para o bem da Igreja. Não existe uma classificação de carismas e, sendo assim, existem muitos tipos. Mas os principais elementos que os compõem serão sempre dois: provêem do Espírito Santo e estão para a edificação da Igreja. Desta definição partem três grandes aplicações que convêm conhecer para evitar confusões no momento de estudar os carismas

Na busca pela Espiritualidade encontramos a verdadeira liberdade a que fomos chamados e chamadas a viver

dentro da vida consagrada: o conceito de carisma como tal, a concepção da vida consagrada como um carisma para a Igreja e o carisma específico de cada instituto ou congregação religiosa. Um carisma não está necessariamente conectado à fundação de uma congregação religiosa. Existem casos de homens e mulheres que possuem um carisma especial para predicar, aconselhar as pessoas, para conhecer e transmitir a Deus, mas que nem sempre foram fundadores de uma congregação religiosa.

Os carismas só podem ser entendidos e justificados na Igreja, para a Igreja e desde a Igreja Por outro lado a própria vida consagrada já é um dom do Espírito para o bem da Igreja: “A vida consagrada, enraizada profundamente nos exemplos e ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, é um dom de Deus Pai para sua Igreja por meio do Espírito”. E, por último, é importante considerar o carisma específico de cada congregação ou instituto de vida consagrada, buscando centrar nossa atenção nesta última definição do termo. Um último aspecto do carisma é o de saber inserir-se dentro da

Igreja. O fundador ou a fundadora aceitaram seguir o caminho que o Espírito lhe indicou em sua experiência inicial não para fazer um caminho separado da Igreja, mais sim para ajudar a Igreja a cumprir sua missão. Os carismas só podem ser entendidos e justificados na Igreja, para a Igreja e desde a Igreja. Desta maneira é possível entender também o carisma como “o dom particular da graça divina operada no que crê por parte do Espírito Santo para a utilidade comum da Igreja. Conceito que, aplicado à vida consagrada, João Paulo II define da seguinte maneira: “É difícil descrever, mais ainda classificar, de quais modos tão variados as pessoas consagradas realizam, através do apostolado, seu amor pela Igreja. Este amor sempre nasce daquele dom particular de vossos Fundadores, que recebido de Deus e aprovado pela Igreja, conseguiram ser um carisma para toda a comunidade. Esse dom corresponde às diversas necessidades da Igreja e do mundo, em cada momento da história, e ao mesmo tempo se prolonga e consolida na vida das comunidades religiosas como um dos elementos duradouros da vida e do apostolado da Igreja”. Uma das palavras mais usadas nestes últimos tempos é espiritua­ lidade, porque ela nos faz muita falta para o equilíbrio de nossa vida. A espiritualidade não é uma teoria que preenche o coração de nin-


Somente quem vive olhando para o alto, não se deixando escravizar pelas coisas da terra pode lentamente tornar-se uma pessoa espiritual Há quem acha que viver a feitiçaria ou espiritualismo é espiritualidade, ou quem vive até rancores e domínio dos outros... Pensa que para dominar os demais se necessite de uma forte espiritualidade. Não há dúvida que são visões distorcidas da verdadeira e autêntica espiritualidade. Não podemos confundir a espiritualidade no sentido católico do termo, esta não pode ter outro alicerce a não ser Cristo Jesus. Existem várias espiritualidades: budista, muçulmana, hinduísta, judaica... São janelas pelas quais as pessoas vêem a vida. Mas nós queremos ver a vida pela janela do evangelho e do coração de Deus, por isso o único alicerce de toda a espiritualidade é a Palavra de Deus que nos alimenta em cada momento. São Paulo diz que os que vivem os frutos da carne não podem entrar no Reino de Deus. Não é necessário termos todos os frutos da carne, é suficiente ter um que nos domine, para não termos acesso à mesma vivência do Reino. Um fruto influencia toda a nossa vida e nos escraviza. Os frutos do Espírito, que são o sinal do autocontrole e do senhorio de nós mesmos, nos fazem entrar na verdadeira liberdade. Quais são

estes frutos do Espírito? Os frutos do espírito são: caridade, alegria, paz, longanimidade, afabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, continência. Contra estes não há Lei. (Gl 5, 22-23) O caminho da verdadeira espiritualidade é um processo de libertação interior onde tudo está debaixo do poder da nossa liberdade e que nada mais poderá nos impedir de sermos livres no nosso agir. Na espiritualidade então percebemos que é necessário superar as ideologias mágicas que não realizam nada em nós. Por exemplo, a espiritualidade dos perfumes, das cores, do incenso queimado ou das novenas feitas somente pelo intuito de receber a graça e nada mais. São espiritualidades vazias e sem fundamento. É preciso que o Espírito encontre em nós uma resposta e se faça carne. Deus nos dá um espaço de tempo para viver a nossa espiritualidade e somente neste espaço de vida que somos chamados a realizar o seu projeto de amor. Não há nada de reencarnação e de caminhos de volta para nos purificar e chegar assim “à iluminação”. É aqui e agora que a nossa vida deve se realizar. Não há outras vidas e nem outra existência a não ser a vida eterna que se conquista no dia a dia, duro e difícil, do nosso carregar a cruz e na luta sem trégua contra o mal que está dentro e fora de nós. Mas afinal o que é espiritualidade? É um estilo de vida pautado pelo Evangelho que visa a imitar a pessoa de Jesus. Seremos espirituais quando pudermos dizer com sinceridade com Paulo apóstolo: “não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. A espiritualidade verdadeira é aquela que supera toda forma de egoísmo, de reducionismo e de dualismo. Portanto, uma espiritualidade de quem não tem medo, porque sabe que Deus caminha sempre conosco. Espiritualidade que faz avançar, acreditando que Cristo está mais no futuro do que no passado. Irmã Selma de Lourdes Casagrande

Espiritualidade

Perceber a necessidade do amor para viver uma dimensão de vida que não pode ser “espiritualização” de nada, mas sim espiritualidade autêntica e vital. Será o mesmo Paulo que vai apresentando uma lista interminável de frutos da carne. São 15 nomeados e outros que não nomeia. E todos são causas de perturbações que nos afastam do valor fundamental da vida.

Anuário ciic 2011

guém. Para que a espiritualidade se torne algo de pessoal e de amado deve sair do papel e do campo das ideias e se fazer vida. Somente quem vive olhando para o alto, não se deixando escravizar pelas coisas da terra pode lentamente tornar-se uma pessoa espiritual. Devemos evitar o espiritualismo que nos impede de compreender que a ação é o caminho certo de toda forma de espiritualidade. A busca da espiritualidade não pode prejudicar a ninguém, mas deve nos ajudar a ser cada vez mais livres da matéria e senhores dos nossos instintos. A verdadeira espiritualidade é fruto de uma luta corajosa, forte, onde ficamos feridos, arranhados e sangrando mas não desistimos da luta. Um dos textos que mais me ajuda a aprender a verdadeira e autêntica espiritualidade é a carta de São Paulo aos Gálatas. Ele nos recorda a beleza da nossa vocação, deste caminho espiritual que devemos percorrer e que devemos sempre ter presente na vida. “Fostes chamados para a liberdade”. Somente quem busca a autêntica liberdade se aventura no caminho espiritual. A liberdade, a que me refiro, não é como normalmente se entende dentro da linguagem das pessoas no dia a dia, ou seja, livre é quem faz o que quer e como bem entende. Há muitos autores que dizem: “tenho o direito de ser feliz e de buscar a minha felicidade e realização, portanto até que não encontre vou buscando, não importa se isto me faz romper os laços da família, do amor, dos compromissos do matrimônio ou do relacionamento familiar, o que vale é a minha felicidade.” Na verdade nunca seremos felizes se nos deixarmos dominar pelo egoísmo que está em nós. A liberdade é um sonho duro a ser conquistado e que vai exigindo muito de nós. Esta liberdade nos leva à verdadeira espiritualidade do amor. Quanto mais reflito sobre o amor e menos sei, e, no entanto me parece que com os anos que vão chegando o compreendo mais. Mesmo, quem sabe, a memória dos fracassos me faz ver, em outra perspectiva, o mesmo amor que devo conquistar.

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Ressonâncias

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Gratidão

s médicos pensavam que eu tinha um mioma. Duas horas antes de retirar o útero, ficamos sabendo que eu estava grávida da Maria Gabriela. Isso, para mim, foi como nascer de novo. No caso de João Guilherme, eu estava grávida de quatro meses e o médico me falou que eu não podia mais tomar uma vacina, que ela deveria ter sido aplicada antes, por causa do aborto que havia acontecido. Então, quando o João nasceu, teve que ficar, por dez dias na UTI. Nesses dias, fez duas transfusões de sangue e ficou, por um tempo, entubado. Uma médica falou que ele tinha 48 horas de vida. A gente recorreu à intercessão de Santa Paulina e disse para Deus: “Ele é seu... Se você quiser deixar com a gente, a gente está de braços abertos para acolhê-lo. Porém, se o Senhor quiser levá-lo de volta, ele é todo seu”. Seis dias depois, ele começou a mamar no peito e após dez dias, já estava em casa. Eliane de Fátima Figueiredo Silva – Curitiba

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Eliane de Fátima com o esposo Silvio de Almeida e filhos

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Testemunhos de graças recebidas pela intercessão de Santa Paulina com muito carinho, que escrevo para vocês, a fim de notificar uma graça alcançada pelo meu pai em 2002, por intermédio de Santa Madre Paulina. Nesse ano, ele teve um infarto e foi desenganado pelos médicos, pois devido à idade não suportaria a cirurgia. Ele estava com 70 anos, mas eu, como já era devota de Santa Paulina, e lembrando das suas frases que dizem: “Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários”; “Confiai em Deus e Maria Imaculada”, segui adiante, não desisti e pedi a intercessão dela. Graças a Deus, ele operou e foi realmente um “milagre”, porque os médicos não sabiam explicar como ele suportou aquela cirurgia. Agradeci muito a Santa Paulina pelo presente que ela me deu, pois eu amava muito o meu pai e não queria que Deus o levasse naquela época. Ele ainda ficou com a gente mais 7 anos e em junho de 2009, veio a falecer de “pneumonia”. Mesmo assim, agradeço a Deus por ter deixado ele com a gente por todo esse tempo. O nome dele é Newton Gomes Muniz. Norma Beatriz Sclippa Tarumirim-MG

D

evido ao tratamento de artrite e artrose, Osvanir toma medicamentos fortes que o deixa vulnerável, sem imunidade. Por conta disso teve uma (septsemia) infecção generalizada, ficando 53 dias hospitalizado, 23 dias na UTI e nove dias em coma. Os médicos o desenganaram e pediram que a esposa preparasse os funerais. “Pedi muito a Santa Paulina e supliquei aos meus amigos e parentes que rezassem comigo, para que ela intercedesse a Deus, pela vida e a saúde do meu marido. Quando ele saiu do coma, eu tive a certeza de que o milagre tinha sido concedido”, declara emocionada Nézia Machado sua esposa, que veio junto com Osvanir ao Santuário, para agradecer à Santa Paulina. Osvanir da Rosa Machado Santa Rosa do Sul-SC


Projeto Intercongregacional da CRB na Vida Prudente-SP: ser presença solidária em meio aos excluídos. Ir. Zenaide R. dos Santos (Irmãs Missionárias da Ação Paroquial), Ir. Silvia Serra (Missionárias da Imaculada – PIMI), Ir. Maria Genoveva Corrêa (Salesiana) e Ir. Maria de Lourdes Araújo Duarte (CIIC)

Instituto Secular Santa Paulina (ISSP): grupo de leigas consagradas.

SOMANDO FORÇAS O Carisma, Espírito e Espiritualidade de Santa Paulina assumem novas dimensões, gerando novas formas de avançar na missão Hospital em Diamantino-MT – parceria entre a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus

FAMAPA (Família Madre Paulina): grupo de leigos/as, jovens e crianças organizados em diferentes lugares e países


Jovem: Deus convida você a servir com o carisma de Santa Paulina Você pensa fazer a diferença em sua vida? A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição tem uma proposta para você. A Congregação fundada em 1890 por Amábile Lúcia Visintainer – Santa Paulina, tem como Carisma: “sensibilidade para perceber os clamores da realidade e disponibilidade para servir os mais necessitados, especialmente aos que estão em situação de maior injustiça”. Esse Carisma se concretiza na Ação Evangelizadora na Educação, Saúde e 3ª Idade, Serviços de Apoio, Assistência e Projetos Sociais com atenção aos idosos, crianças e adolescentes, além da atuação na Pastoral, junto às Comunidades de Base, Movimentos, Juventudes, Povos Indígenas e outros. A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição é presença missionária no Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Chade, Camarões, Moçambique, Nicarágua Guatemala e Itália, tornando Jesus conhecido, amado e adorado: desejo e compromisso assumido por Santa Paulina em toda a sua vida.

VENHA NOS CONHECER Casa Geral Av. Nazaré, 470 04262-000 – Ipiranga São Paulo-SP Fone: (11) 2271-0077 www.ciic.org.br

Ivone e Jéssica Postulantes


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