2012
AnuÁrio
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
Missionariedade: Ser para os outros
Imagens do dia 19 de maio de 2002, há dez anos, permanecem na lembrança e no coração
Praça São Pedro em Roma
Tela comemorativa da Canonização
Santa Madre Paulina, rogai por nós!
Relíquias dos novos santos são levadas ao altar
O
Editorial
Anuário é um instrumento que recolhe os frutos do ano e apresenta a vibração vivida na missão pela Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Caminho construído em mutirão com muitos leigos, leigas e colaboradores(as) em nossas Instituições e nas comunidades onde estamos presentes. O dinamismo missionário ocupou um lugar especial no coração das Irmãzinhas, no ano 2012, porque despertou, aprofundou e vitalizou o ser e a própria ação evangelizadora desenvolvida em cada comunidade. Foram realizados encontros, retiros, visitas e um símbolo missionário percorreu todas as comunidades, tornando ainda mais concreto que a essência de nossa vida missionária, que nasceu no casebre onde Santa Paulina acolheu a mulher enferma, se abriu para o mundo. A realização do III Seminário da Congregação deu um novo impulso na caminhada, principalmente pela elaboração e aprovação do Planejamento Estratégico, assim como a aprovação de uma nova estrutura congregacional e a abertura do Ano Missionário nas comunidades religiosas, junto às Formandas e leigos. A Vida Consagrada é celebrada na Missão assumida, nas Profissões Religiosas, nos Votos Perpétuos e Jubileus, no testemunho e entrega de muitas Irmãs que, junto ao Pai, intercedem pela missionariedade de nossa família congregacional e, especialmente, na ação de graças pelo 10º ano de Canonização de Santa Madre Paulina, nossa fundadora, celebrada no dia 19 de maio.
O Serviço de Animação Vocacional marcou o ano com a preparação e realização dos Pré-Congressos, em vista do I Congresso Vocacional da CIIC em 2013, assim como a participação da caminhada das Juventudes no Bote Fé e diferentes atividades realizadas a caminho da Jornada Mundial, levando-nos a aprofundar a realidade dos jovens e a motivar e acompanhar seu protagonismo na Igreja e na Sociedade. Os desafios de nossa realidade em diferentes âmbitos como na Bioética e nas Redes Sociais questionam nossa prática e exigem posicionamentos frente às grandes oportunidades e horizontes que oferecem, sem ignorar os desafios e riscos que os acompanham. A presença solidária junto aos empobrecidos, em diferentes realidades, a ação evangelizadora dinamizada na Educação, Saúde e Pastoral, no Santuário, nos Projetos Sociais, nos diferentes países e outros Serviços assu midos pela Congregação, são algumas marcas deste ano que impulsionaram novos passos e nos desafiam na sua continuidade. Agradecemos a todos e a todas que estiveram conosco nesta jornada, e pedimos as bênçãos e luzes de Deus para avançar na solidariedade e na justiça, com a ternura e a determinação dos discípulos e discípulas de Jesus, como o fez Santa Madre Paulina.
Vida consagrada
Louvor e renovação da entrega................. 2 Novos passos para a missão...................... 3 Combateu o bom combate........................... 4 Regional tem nova Coordenação............... 6 Consagradas do mundo para o mundo...... 7 Consagração religiosa................................. 8 Um toque de compaixão e fé...................... 9 Sim! Definitivamente Irmãzinhas da Imaculada Conceição........................... 10
Atualidade
Quanto vale sua vida nas redes sociais?...................................... 11
2012
Sumário Santidade que inspira e atrai.................... 20
Atualidade
A bioética e o autocuidado....................... 21
Projetos sociais
Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos........................ 22
espiritualidade
Espiritualidade nossa de cada dia........... 24
missionariedade
Pulsando vida.............................................. 16
vocação – SAV
gente que faz
Bote Fé na juventude................................. 12 Juventude e violência................................ 14
FAMAPa
Você tem potencial! Promova a vida!..... 18
Anuário
Especial
Bíblia e vida – indissociáveis.................... 26 Em ‘Carta aberta’........................................ 28 Passo a passo, sempre em frente............ 30 Novidade no Santuário Santa Paulina.............................................. 32 Presença missionária no mundo.............. 34 Planejamento estratégico......................... 39
juventudes
Irmã Anna Tomelin
Superiora Geral da Congregação
Outra vida possível..................................... 40
Rede Santa Paulina Presidente: Irmã Anna Tomelin Diretora Administrativa: Irmã Maria das Graças Sampaio Redatora Chefe: Irmã Roseli Amorim Equipe de Redação: Secretárias Provinciais e Regional Redação: Irmãs da Coordenações Geral, Provinciais e Regional, Comunidades da CIIC Revisão: Maria Elizabeth Mendonça Projeto Gráfico e Capa: Inês Ruivo Andrade Editora: Irmã Egnalda R. Pereira MT 3585 Fotos: Arquivo Comunidades Capa: Homenagem aos 20 anos da Presença Missionária da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição em Moçambique
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Vida Consagrada / Atualidade / Juventudes / Famapa / Vocação SAV / Especial / Projetos Sociais / Espiritualidade / Missionariedade / Gente que faz
Louvor e renovação da entrega Jubileu da Vida Religiosa Consagrada
A
vida religiosa é um chamado de Deus à santidade, na Igreja. É obra do Espírito Santo e consiste no seguimento e identificação com Jesus Cristo, numa vida de entrega, como dom e serviço ao povo. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos designei para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). Jubileu de Vida Religiosa Consagrada é festa, é júbilo, é celebração, é ação de graças. Somente um grande amor por Jesus Cristo e Seu Projeto possibilita celebrar um jubileu. É ter a graça de chegar, é manifestar no dia a dia o dinamismo do amor trinitário, a força da consagração, da doação da própria vida. Celebrar um jubileu é celebrar a vida, é acreditar em uma renovada opção, é confiar no Espírito de Deus que ilumina, orienta e dinamiza a missão. A nós, consagradas que celebramos o jubileu em 2012, só nos resta dizer: obrigada, Senhor! Sentimos que somos como o servo de Javé: amadas, escolhidas e enviadas, com a missão de ser luz para as nações, colocando-nos a serviço do Reino. Senhor, Tua Palavra, Teu Corpo e Sangue alimentam a vivência, perseverança e fidelidade da vida religiosa consagrada que abraçamos. Agradecidas, cantamos com o salmista: “Entoai ação de graças e cantai um canto novo, aclamai a Deus Javé, aclamai com amor e fé”. Irmã Dilma Ardigó
PNSL: Irmãs Teresa Cristofolini, Anna Posselt, Lourdes Belaver, Custória M. Cardoso, Maria Salete Grott, Dilma Ardigó, Silvia Haas e Maria de Lourdes Piva (50)
PCJ: Irmãs Arinda Domingos de Souza (50), Cleonice Dorothéa de Oliveira (50), Vania Maria Teixeira Costa (25), Lúcia Ignez Hertz (60), Helena Fonseca Lemos (50), Marilda Aparecida (Luiza Rossini) (65), Maria da Paz (Hercília Silva Carvalho) (60) e Maria Marleuda Ariais (25)
PNSL: Irmãs Maria Feller (60), Amélia Groff (65), Elvira Dellarosa (65), Aurora Germani (60) e Célia B. Cadorin (65)
Irmãs Conceição D. Carvalho, Floriza X. Soares, Eni da Silva e Roseli Amorim (25) da RVG
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Foto: Ricardo Botelho
Tendo a missão como foco, Irmãzinhas buscam novos caminhos e novas estratégias
O
ano de 2012 começou com muitas iluminações e interpelações para as Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Com a realização do III Seminário da Congregação, na segunda quinzena de janeiro em São Paulo, e a participação de 154 Irmãs e Formandas, o evento foi uma oportunidade para refletir, aprofundar e definir novos passos, em vista da missão evangelizadora. O encontro de quatro dias teve momentos fortes de celebração, reflexão, partilha, aprofundamento e decisões. Na missa de abertura, Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo da região episcopal Ipiranga-SP, ressaltou na homilia a necessidade de permanecer com os olhos fixos em Jesus e dar passos na missão, realizando ações concretas. A pauta central de discussão foi o processo de redimensionamento da Congregação. Também de forma celebrante foi feita a avaliação da caminhada do triênio (2009-2011). Com o simbolismo dos quatro elementos – água, terra, luz e ar – procurou-se dar foco às quatro prioridades assumidas pela Congregação na Assembleia Geral de 2008: a) Espiritualidade do discipulado de Jesus Cristo; b) Opção pelos pobres; c) Avançar na Missão Ad Gentes; d) Recriar relações humanizadoras. Na prioridade “opção pelos pobres”, a ênfase foi dada aos jovens e mulheres. Foram destaques os avanços e as ausências, neste período de evangelização.
O Seminário buscou em Maria, a Mãe Imaculada, as luzes para perceber as características intrínsecas do ‘ser mulher evangelizadora’ e do ser Irmãzinha. Foi no exemplo de Maria que o assessor Rodinei Balbinot destacou atitudes de uma verdadeira evangelização: ser alguém que dialoga, serve e cuida da vida com amor. No decorrer do evento houve partilha sobre a realidade de alguns locais da Missão Ad-Gentes, como Moçambique, Itália, Guatemala, Nicarágua, Chile, Argentina, Bolívia, Chade, Camarões e o Projeto Missionário da Vila Prudente, em São Paulo. Isto suscitou mais comunhão com a vida e missão de cada Irmãzinha e Formanda e com o compromisso com o Reino de Deus, no aqui e agora. O próprio lema do Seminário – “Passo a passo, sempre em frente” – provocou as participantes a reverem o itinerário da missão. A assessora Irmã Patrizia Licandro – USC contextualizou esse fato histórico para a CIIC, dizendo: “A gente se reorganiza para abrir novas frentes de missão”. Sendo um dos temas eixo a missionariedade, Irmã Patrícia trabalhou a temática a partir da iluminação bíblica de Mt 28,5: “Não tenhas medo”. De acordo com as indicações, faz-se necessário, em tempos de crise, dedicar-se a quem se ama: Jesus Cristo. A resposta de Jesus, após a ressurreição, dizendo para não termos medo, é dirigida àque-
las que ficaram com Ele até o fim. Somente a paixão por Jesus Cristo é capaz de superar os medos e gerar atitudes de mudança. É preciso testemunhar o amor único. A assessoria ainda refletiu, junto com as participantes, a temática da vida religiosa e a dimensão intercultural. Sendo uma Congregação internacional, presente em nove países além do Brasil, a exigência também é de dimensão intercultural. Portanto, “o caminho do intercultural não é uma metodologia e sim uma tomada de consciência da realidade, é uma kénosis, um verdadeiro despojamento”. As decisões em relação ao novo desenho da Congregação e o planejamento estratégico darão início a um novo percurso, a fim de concretizar, até 2014, uma mística do discipulado de Jesus Cristo no serviço à vida, sendo presença profética e solidária junto aos pobres e excluídos. A organização Com o redimensionamento da Congregação, as Irmãzinhas que, atualmente, estão organizadas em quatro províncias, terão duas: uma com sede em Itajaí-SC e outra com sede em São Paulo; mais a Regional Virgem de Guadalupe, com sede em Manágua, na Nicarágua. Essa reorganização tem em vista as exigências da missão. Irmã Maria Andrea da Silva Bittencourt
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Novos passos para a missão
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Combateu o bom combate Entre a saudade e a esperança também ficam as boas lembranças deixadas por quem amamos e já cumpriram a missão Irmã Rosalina Pereira ✰ 3 de maio de 1939 ✞ 24 de janeiro de 2012 Manifestando o desejo de consagrar-se a Deus na Vida Religiosa, ouvia de sua mãe: “Rosa, não me deixe só, seu pai está doente e você é um grande apoio para mim”. O tempo foi passando e ela enfrentou problemas sérios, mas sentia que Deus a apoiava. São palavras dela: “A caminhada não foi fácil, passei por espinhos, mas colhi muitas flores”. Exalava sempre o perfume da bondade e da alegria. Em seu semblante havia sempre sorriso, mesmo nas dores. Sua alegria genuína, seu coração de criança, seu testemunho de fé atraiu muitos corações para Deus na Evangelização feita com simplicidade e amor. Amava os pobres a quem servia com dedicação, especialmente os doentes. Sua paixão pelo Mestre Jesus orientou toda a entrega dela na Congregação, na Igreja e no mundo. Questionada, num retiro, se Jesus lhe havia roubado o coração, ela afirmou: “Ele não roubou o meu coração, eu dei o meu coração a Ele”. Irmã Rosalina foi extraordinária no ordinário de cada dia, sabia valorizar as coisas simples. Irmã Eliete Maria da Eucaristia (Severina Aurora Favero) ✰ 17 de junho de 1931 ✞ 06 de fevereiro de 2012 Nasceu na casa dos avós Fávero, família numerosa, piedosa, amorosa e fervorosa. Foi batizada como Severina Aurora, nomes de duas tias que, mais tarde, se tornaram religiosas. Foi recebida como um grande presente e era a única bebê da casa. Com um ano e oito meses recebeu
um irmãozinho. Foi uma felicidade para ela e para toda a família. Aos três anos perdeu a mãe e, um ano depois, o pai. Sua vocação para a Vida Religiosa despertou, quando viu na capa de uma revista uma imagem de Cristo estendendo os braços para um menino e os dizeres: “Vem e segue-me”. A maior parte de sua vida foi dedicada à educação e evangelização, em Porto Alegre. Em outras comunidades exerceu a missão em atividades diversificadas. Sua vida e doação na simplicidade, na alegria de ser consagrada ao Senhor, sua paz e entrega à causa dos irmãos e irmãs sofredores marcaram sua trajetória. Seu sorriso encantava, de seus olhos aflorava transparência. Ela afirmou: “Sou filha muito amada de Nosso Senhor”. Irmã Leonésia Maria do Divino Prisioneiro (Tercilia Juliani) ✰ 16 de maio de 1926 ✞ 18 de fevereiro de 2012 Sua vida foi uma verdadeira experiência de Deus. Sentia-se sempre ajudada pela graça de Deus e por Maria, chamava-Os nas dificuldades e Lhes agradecia quando o problema era resolvido. Cuidava de tudo na capela com muito amor e alegria. Ela afirmou: “A capela é a minha paixão porque nela mora o meu amor, Jesus Cristo!” Era meiga, delicada, atenciosa, prestativa e companheira. Atendia, com alegria, as Irmãs que lhe pediam que fizesse alguma costura ou conserto de roupas. Sempre muito tranquila. Passou grande parte de sua vida atuando na área da saúde, tanto em hospitais como no atendimento domiciliar. Era encantador ver com que cari-
nho e atenção atendia aos doentes. A peregrinação à Terra Santa deixou marcas profundas em sua mente e coração. Sua consagração como Irmãzinha da Imaculada Conceição era considerada por ela como plenamente válida pelo amor e doação sincera de sua vida. Jamais mediu esforços para traduzir em gestos concretos o amor misericordioso de Jesus. Irmã Edméia Maria de Jesus Crucificado (Palmira Carlini) ✰ 09 de abril de 1925 ✞ 26 de abril de 2012 Profunda foi a sua vivência da espiritualidade da Congregação. Era apaixonada pela Eucaristia. Depois de comungar, ficava em profunda adoração a Jesus. Realmente fez a experiência de Deus que ama, chama e envia. Foi uma grande devota de Nossa Senhora. Fervor que trouxe de casa, pois seus familiares eram e são grandes devotos e sempre estão engajados nos movimentos marianos. A constante oração do terço era seu modo simples de manifestar seu amor por Maria. Irradiava singeleza, alegria, paz, harmonia e amor profundo. Era muito dedicada no serviço de enfermagem. Não só administrava medicamentos, mas também era muito zelosa na Pastoral dos Enfermos. Passava horas conversando com cada um dos doentes e, quando havia possibilidade, também com a família. Irmã Palmira dizia que aceitava o sofrimento e o oferecia pela Congregação. Os últimos meses foram de luta e ela demonstrava pa ciência, aceitação e oferta constante. “Sou bem realizada: só posso agradecer a Deus pela vida, os pais e irmãos e a vocação” costumava afirmar.
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Irmã Cléris Maria do Sagrado Coração de Jesus (Erica Sirtoli) ✰ 25 de outubro de 1925 ✞ 14 de maio de 2012 Sempre gostou de rezar pelas vocações religiosas, sacerdotais, missionárias e pela conversão dos pecadores. Sentia grande desejo de colaborar para a salvação das pes soas. O momento de maior alegria em sua vida foi sua entrega a Jesus pela Profissão dos Votos Religiosos. Jesus foi sempre a coluna que a sustentou nas fraquezas, principalmente na presença Eucarística. Nele é que encontrava forças para vencer as dificuldades. Ela O tinha como centro de sua vida. Foi com Maria Imaculada que aprendeu a amar Jesus, desde que O recebeu pela primeira vez na Eucaristia. Vi-
veu plenamente e com retidão sua consagração a Deus. Era alegre, silenciosa interiormente, generosa e muito caridosa com as pessoas. Tanto nos trabalhos como na saúde e na doença ela se sentia feliz em poder ser útil aos outros. De outubro de 2003 a 03 de novembro de 2012, enfrentou um duro calvário, submetendo-se à hemodiálise. Sofreu terrivelmente, mas nunca reclamou. Irmã Maria Teresa de Jesus (Mariota Feller) ✰ 02 de janeiro 1922 ✞ 06 de agosto de 2012 Irmã Mariota foi sempre uma Irmã irradiante de alegria e sabia alegrar as pessoas ao seu redor. Gostava de contar casos que faziam rir. Ingressou na CIIC aos 21 anos de idade, em São Paulo, onde também emitiu seus primeiros votos. Como Irmãzinha trabalhou em diferentes funções: formação, coordenação de comunidade, motorista e costureira. Como Auxiliar de Enfermagem, trabalhou em vários hospitais de São Paulo e Mato Grosso. Assim ela se expressava: “Aprendi a viver, ser esportiva, a perdoar. Cuidei de Irmãs idosas, fiz pastoral, aplicação de pirâmide e pêndulo, ajudando muitas pessoas. Sempre fui costureira e pau para toda a obra, muito brincalhona, simples e disponível”. Foi uma grande devota de Nossa Senhora Aparecida, rezava o rosário todos os dias e o oferecia pela Congregação. Venerava São José e Santa Paulina a quem recorria constantemente. Irmã Benilde Maria de Jesus Hóstia (Apparecida Torrano) ✰ 08 de junho de 1918 ✞ 24 de maio de 2012 Ao entrar na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição teve a felicidade de conhecer Santa Paulina da qual recebeu vários conselhos que ficaram gravados em seu coração. Ajudou Madre Paulina a confeccionar flores artificiais e se detinha a contemplar a Santa. Ao professar foi para as terras de Madre Paulina, onde foi plasmada nos seus
primeiros anos de Vida Religiosa. Lá ela pode respirar, sentir os passos do trio fundacional e, a exemplo de Madre Paulina, prosseguir a caminhada. Trabalhou na educação por longo tempo. Em Sorocaba, organizou uma sala para reuniões com os membros da FAMAPA, Vocacionadas, e para o trabalho com as mulheres do bazar beneficente que ela apoiava. Irmã Aparecida foi para a Casa São Luiz, já com derrame cerebral. Não andava porque o lado direito estava todo paralisado. Aos poucos foi perdendo a fala. Quando a levavam na cadeira de rodas para passear, chegando à sala de pintura chorava emocionada, pois era uma excelente pintora e dava grande importância às artes plásticas. Perdeu a fala, mas não a consciência. Ela foi um exemplo de mulher consagrada e de uma grande doação a serviço do Reino de Deus. Irmã Zoé de Maria Imaculada (Porfíria Rezende Araújo) ✰27 de outubro de 1925 ✞ 05 de junho de 2012 Por onde Irmã Zoé trabalhou sempre foi estimada pelos médicos, Irmãs e funcionários. Era uma pessoa bondosa, silenciosa e de paz. Sabia partilhar os sentimentos e a Missão. Na partilha diária da oração pessoal, Irmã Zoé sempre contemplava a pessoa de Jesus. Tinha os olhos fixos Nele. Participava da Missa diariamente e tinha uma profunda devoção à Nossa Senhora. Sempre trabalhou em hospitais. Com os doentes era muito sensível, se emocionava e chorava por sentir que não era capaz de dar o alívio que eles precisavam. Atuou também na Pastoral Carcerária da Casa de Detenção no Carandiru. Era atenciosa, solidária e servia a todos. Nas horas vagas, fazia lindos trabalhos de crochê que eram doados para o bazar missionário. Diante das oportunidades de maior aprofundamento espiritual mostrava-se muito feliz. Ela afirmou: “O grande momento de minha vida foi o dia em que fiz
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Irmã Hugolina Maria de Jesus Sacramentado (Maria da Silva Leite) ✰ 11 de agosto de 1913 ✞ 12 de maio de 2012 Sem ter ideia do que são as Congregações Religiosas, entrou para a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, aos 14 anos de idade, com o objetivo de conhecer a Deus e estudar. Passou três anos entre o Aspirantado e Postulantado. Feito o noviciado, professou dia 21 de julho de 1936 e quem recebeu seus votos foi Madre Paulina, pois a Superiora Geral estava em Santa Catarina. Por muito tempo, exerceu a missão na área da saúde, em diversas instituições, sempre com muito zelo e dedicação. Em Santa Bárbara, lecionava datilografia para crianças e jovens carentes. Era de uma dedicação extrema. Ajudava aqueles alunos com esmero e muito amor. Quantos deles foram bem empregados por terem habilitação em datilografia. Foram amados e encaminhados por ela. Comunitariamente, era uma pessoa super humilde, sacrificada, de grande intimidade com Deus. O sorriso constante era a marca do seu ser que irradiava santidade.
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minha Consagração como Religiosa, na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Outros grandes momentos foram meus Jubileus de Prata e Ouro e a canonização de nossa Fundadora, Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus”. Irmã Zita Godinho (Maria da Sagrada Face) ✰ 25 de setembro de 1922 ✞ 26 de agosto de 2012 De família piedosa herdou mui tos valores cristãos. Teve uma infância feliz e divertida. Aos oito anos de idade, já sentia atração pela vida religiosa e falava disso com sua mãe. Ainda jovem, foi trabalhar no Hospital de Caridade, em Florianópolis, com as Irmãs da Divina Providência. Lá estava internada uma das Aspirantes da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e, por meio dela, conheceu a CIIC onde ingressou aos 22 anos. Os momentos mais felizes dela: Consagração Religiosa, o Jubileu de Ouro de Consagração Religiosa e a Canonização de Santa Paulina. Nas comunidades por onde passou, trabalhou como Atendente de Enfer-
magem, na costura, na lavanderia e na limpeza. Sempre deu Catequese para crianças e adultos. Foi sempre simples, sorridente, acolhedora e tranquila. Ela assim se expressava: “Gosto de fazer bonecas, cuidar das flores e visitar famílias pobres para levar-lhes conforto e amor”. “Sinto-me muito feliz. Tenho amor à Congregação e às Irmãs; sou pronta para perdoar, não guardo mágoas. O perdão me liberta e me faz viver feliz. Mesmo nas lutas e dificuldades a Vida Religiosa é muito linda e sou feliz”. Irmã Pedrina Maria dos Santos Anjos (Inês Miliorini) ✰ 03 de junho de 1932 ✞ 15 de outubro de 2012 A exemplo de Santa Paulina, a Irmã Pedrina foi “toda de Deus e toda dos irmãos”. Toda de Deus – Viveu uma espiritualidade profunda. Ela mesma disse o que conseguiu concretizar: “A minha vida me afirma que Deus é maravilhosamente bom e nos ama muito como somos. Ele sempre esteve e está comigo. Eu confio nele. O que me sustentou foi Deus que me
chamou e disso que nunca duvidei”. Empenhava-se para que todos tivessem Deus como centro de suas vidas. Desejava que todos andassem de acordo com a vontade divina. Sua fidelidade aos exercícios espirituais era exemplar. O Projeto de Jesus era o apego dela. Só conservava o necessário. Era de boa convivência comunitária. Alimentava também uma terna devoção à Nossa Senhora do Bom Conselho e a ela se dirigia com fervor. Toda dos irmãos – A doação da Irmã Pedrina ao serviço dos irmãos e irmãs era generosa e total. Não perdia tempo nem oportunidade para fazer o bem. Tinha muito amor aos pobres, doentes e oprimidos, a tal ponto que chegava a fazer “loucuras” por eles. Com seu jeito de ser e atuar conseguiu aposentar vários pedintes de rua. Não menos amor demonstrava aos alunos, catequizandos, indígenas e presidiários. Ninguém sobrava em seu coração e dedicação. Na medida do possível, servia a todos que precisassem, fosse o que fosse. Ela dava um jeito. Irmã Pedrina foi um jardim de louvor a Deus e de boas obras ao próximo.
Regional tem nova Coordenação A
Regional Virgem de Guadalupe realizou sua assembleia eletiva no início de 2013, em Nicarágua. Além da avaliação e programação para o novo período, foram eleitas as Irmãs para constituir a nova Coordenação Regional, pelo período entre 2013 e 2016. Parabéns pela caminhada realizada!
Irmãs Maria de Lurdes Moser (Secretária), Amélia del Carmen G. Gutiérrez (Vice-coordenadora), Martha Lorena Arauz Morales (Ecônoma) e Martinha Maria Tomelin (Coordenadora Regional).
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Instituto Secular Santa Paulina é testemunha do Reino na Igreja
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s membros dos Institutos Seculares vivem a consagração a Deus no mundo, por meio da profissão dos Conselhos Evangélicos para serem fermento de sabedoria e testemunhas da graça, no âmbito da vida cultural, econômica e política. Um instituto secular de vida consagrada pode estar ligado a uma Para pertencer ao Instituto Secular Santa Paulina a pessoa deve: ❱❱ Sentir-se chamada a uma vida de total entrega a Deus no mundo; ❱❱ Sentir gosto e desejo pela vida de oração e pelo ideal de solidariedade e fraternidade; ❱❱ Exercer uma profissão ou prepararse para ela, de modo a garantir sua plena secularidade e autonomia; ❱❱ Ter disponibilidade para cultivar a vida de oração, o entrosamento fraterno e para as atividades e estágios de formação no Instituto; ❱❱ Ter a idade mínima de 18 anos.
congregação religiosa e beber do carisma do seu fundador, mas a pessoa consagrada também pode fazer seus votos diretamente com o bispo de uma diocese. “São chamados a uma plena e completa consagração a Deus vivida em pleno mundo, a partir de dentro do mundo e com os meios do mundo, como Jesus, em seus trinta primeiros anos, na família de Nazaré”. Fonte: CNIS O Instituto Secular Santa Paulina é formado por jovens, senhoras solteiras e viúvas. Ele está completando seis anos e já conta com 40 membros. Todas inspiradas e chamadas a viver o Carisma, Espírito e Espiritualidade de Santa Paulina. Estamos nos preparando para fazer a Consagração a Deus e à missão por meio dos Votos Religiosos. Não formamos comunidade, mas vivemos em comunhão. Todas nós exercemos uma missão, isto é,
Clementina de Souza Dias
Coord. do Instituto Secular Santa Paulina
Encontro das leigas integrantes do ISSP Novembro de 2012 – São Paulo
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Consagradas do mundo para o mundo
estamos engajadas em nossa realidade paroquial e buscamos ser testemunhas do amor de Deus por meio de trabalhos pastorais, sociais, liturgia e outros. Algumas ainda estão na ativa sendo funcionárias públicas, comerciantes ou donas de casa. Nós, aqui de Mamborê, além de todo o trabalho pastoral que realizamos, assumimos como Instituto Secular o “Cantinho da Partilha”, obra da Pastoral da Criança, buscando nesta missão visibilizar o Carisma de Santa Paulina. Junto com pessoas voluntárias, iniciamos um trabalho de confecção de fraldas geriátricas para idosos carentes. Enquanto Instituto Secular estamos dando passos significativos. No encontro anual, em 2012, contamos com a presença de 17 integrantes de diversos estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí, São Paulo e Minas Gerais. Sabemos que muitas não puderam estar presentes, mas estiveram em comunhão e no próximo encontro desejamos contar com a presença de todas. Somos pessoas felizes e agradecidas a Deus por nos ter chamado a sermos santas, a partir do mundo onde vivemos. Contato: (44) 3568-251 e-mail: ciic@ciic.org.br
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Consagração religiosa Uma vida colocada a serviço dos empobrecidos
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dia da Irmãzinha, celebrado dia 08 de dezembro, na festa da Imaculada Conceição, teve emoção especial no coração das noviças que assumiram a vida religiosa consagrada. Em tempos em que a autonomia muitas vezes assume características exacerbadas, temos também jovens que olham para os valores e conselhos evangélicos e assumem os votos de pobreza, castidade e obediência, como sinais proféticos da presença do Reino, anunciado por Jesus. Além dessas jovens, 39 outras Irmãs de votos temporários (junioristas) renovaram os votos religiosos. Em Goiânia, duas jovens Jocielma Rodrigues dos Reis e Fernanda de Moura Alves apostaram a vida pela causa do Reino de Deus. “Foi uma celebração simples, bonita e profunda. O ‘SIM’ das jovens revigorou toda a comunidade” destacam as Irmãs e formandas de Goiânia. Na Nicarágua, três jovens assumiram o Carisma de Santa Paulina, consagrando-se a Deus: Blanca Nubia Sánchez Solano, Damaris del Carmen Acuña e Rosa María Urbina Solórzano. A celebração
foi realizada na Igreja de Nossa Senhora das Graças, presidida por Monsenhor José Leopoldo Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua, concelebrada por outros sacerdotes com a presença da Irmã Anna Tomelin, Superiora Geral das Irmãzinhas e Formandas da Regional Virgen de Guadalupe, religiosas(os) de outras Congregações, familiares e amigos de Manágua, Nova Guinea e Waslala. “Foi um dia de muita alegria, encontros e abraços para as neoprofessas, suas famílias e todas as Irmãzinhas e Formandas”, afirmam as Irmãs de Nicarágua. Cuiabá: Irmã Elisangela de Brito
Goiânia: Irmãs Jocielma Rodrigues dos Reis e Fernanda de Moura Alves
Em Cuiabá-MT, Elisangela de Brito também fez sua primeira profissão religiosa. Para ela, foi um dia significativo por ser uma conquista, diante do período de experiên cia como educadora junto aos povos indígenas. “Foi uma busca constante para
Nicarágua: Irmãs Blanca Nubia Sánchez Solano, Rosa Maria Urbina Solórzano e Damaris del Carmen Acuña
minha consagração e hoje foi o auge dessa conquista”, frisa. No decorrer da celebração também houve momento de relembrar a história vivida. “Minha resposta foi um ponto forte ao chamado de Deus. Cada palavra foi pronunciada com segurança, diante do que eu quero”. A neoprofessa destacou com gratidão a importância da presença de algumas Irmãs pelo acompanhamento que fizeram na caminhada dela. “Agradeço às Irmãs que me ajudaram neste processo: Irmã Valéria Stahelin, Salete Anna Bampi, Martinha Tomelin, Terezinha Pamplona, a Coordenação Provincial de Mato Grosso, a comunidade de Nossa Senhora dos Seringueiros, em Surpresa, Rondônia, nas pessoas de Irmã Isabel Pastore e Raimunda Nunes de Alencar bem como a Coordenação Geral representada por Irmã Roseli Amorim”, expressa Elisangela. Agradecemos a Deus que, na simplicidade do coração das pessoas, faz seu chamado a cada uma que, ao escutar, dá o seu sim, apostando no projeto de vida em abundância para toda a humanidade. Irmã Leni Monfardini Lopes
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Diante das feridas do corpo e a insegurança da alma, Irmã Zelinda testemunha a confiança em um Deus que é amor, leveza e misericórdia aquela manhã de primavera eu me vi refletida em seus lindos e expressivos olhos azuis, que falam mais que qualquer palavra dela. Essa foi a primeira impressão que tive, quando a vi em nosso primeiro encontro. Movida pela compaixão às pessoas fragilizadas pela doença e seus familiares, ela faz um trabalho pastoral no Hospital da cidade litorânea de Guarujá-SP. Com 76 anos, a rotina da Irmã Zelinda Maria Tomazzia começa às 3h30. “Levanto cedo para poder rezar e às 5 horas estar no hospital para atender o primeiro grupo da hemodiálise”, declara. Ela faz questão de dizer que é boia-fria e que, por razões de saúde, ela mesma prepara sua própria marmita. Itinerário missionário: ela foi professora primária em Mato Grosso, já trabalhou na sede geral em São Paulo e foi enfermeira por muito, muito tempo. Há cinco anos, dedica-se a amenizar as dores da alma, as aflições, as inseguranças e os medos das pessoas, diante do ris-
co da morte. Ela conta que chega a atender cerca de 300 pessoas, por dia. Com a convicção de que missão dela é ser presença de um Deus compreensão, amor e compaixão, diz que procura ajudar as pessoas a perderem o medo, diante da doença, pois muitas a concebem como um castigo. “Eu lembro a elas que estão sendo chamadas a completar o que falta na paixão de Cristo e que a doença é também uma oportunidade de purificação, um tempo de cuidado físico que pode ajudar a também curar e purificar a alma” argumenta com segurança e a certeza de estar contribuindo para a humanização do atendimento na rede pública de saúde. Ela ainda aborda a importância de cultivar a caridade fraterna, considerando que a fragilidade das relaÉ um trabalho que me prepara para a eternidade. Tenho a oportunidade de olhar a experiência das outras pessoas e refletir sobre a minha vida Foto: Irmã Selma Casagrande
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ções familiares e a pouca tolerância são as causas da somatização das feridas que sangram a alma humana. Missão: ela faz um breve silêncio e depois o rompe dizendo: “É doar-se em benefício dos outros, com aquilo que a gente sabe fazer. Isso é também fazer experiência em Deus”, afirma. Momentos inesquecíveis da vida: ela destaca a generosidade à família como a profissão religiosa dela, além da comunidade e do fato de ser bem acolhida em seu trabalho, tanto pelos colegas como pelas pessoas que atende e orienta. Dificuldades: eu viveria as dificuldades com mais dignidade e leveza. Sentido da vida: ser sensível ao outro. Doar-se, cansar-se e, se necessário, chorar pelo outro. O mundo de hoje: as pessoas estão descobrindo um olhar de compaixão e tolerância. O mundo não é ruim, as relações é que precisam ser repensadas e valorizadas. O segredo está em desarmar-se. Satisfação: eu começaria tudo de novo e, quando o sofrimento viesse, enfrentaria com mais dignidade e humanidade, sentiria Deus com mais amor e menos temor. O que pensa do trabalho que realiza: é um trabalho que me prepara para a eternidade. Tenho a oportunidade de olhar a experiência das outras pessoas e refletir sobre a minha vida. Legado: que todas as pessoas sejam bem acolhidas, especialmente as que estão na terceira Idade. “Sabe, a gente tem necessidades que, muitas vezes, não são atendidas. Gostaria que pessoas da nossa idade fossem mais compreendidas”. Irmã Egnalda Rocha
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Um toque de compaixão e fé
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Sim! Definitivamente Irmãzinhas da Imaculada Conceição Irmãzinhas escolhem a cidade de origem para fazer votos perpétuos
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celebração da Profissão Perpétua das nossas Irmãs baianas Ana Carla Macedo de Assis, Antonia Pereira Oliveira Rezende e Rita de Cássia de Jesus Pires aconteceu na paróquia Senhora Santana, cidade de Ipirá-BA, em setembro de 2012. Foi o mais belo e sagrado momento de partilha e gratidão, confirmando a entrega generosa e definitiva ao Senhor, perante a Comunidade Eclesial, familiares e sacerdotes. A missa foi presidida pelo bispo de Ruy Barbosa, Dom André Witte. Hinos, cânticos, Celebração Eucarística e louvores a Deus coroa ram esse momento tão especial e marcante na vida das três Irmãs, de seus familiares e do povo de Deus. A consagração definitiva ressalta a presença viva e atuante de Deus na vida de quem se entrega ao serviço dos mais necessitados. E as Irmãs buscam seguir a Jesus, tendo como modelo Santa Paulina. “No tríduo de preparação, na comunidade e nas visitas às famílias percebi o quanto sou amada pelo
Senhor e pelas pessoas da minha comunidade. A missão realizada foi um tempo oportuno para reabastecer e alimentar a minha fé”, afirma Irmã Ana Carla. Ela acrescentou que sempre carrega em sua memória a força, a coragem e a alegria das pessoas que a acompanharam com orações, incentivando-a a continuar firme no seguimento a Jesus. “Peço todos os dias ao Senhor que esteja comigo e conduza minha vida e meu ser, na missão a mim confiada” conclui. Sob forte emoção, Irmã Antonia P. Oliveira Rezende expressa seu pedido: “Peço a Deus, a quem consagrei toda a minha existência, que me conceda o dom da fortaleza, do compromisso com a vida, a coragem e a fidelidade até o fim”. Ela argumentou que celebrar a consagração definitiva com o povo ipiraense foi A consagração definitiva ressalta a presença viva e atuante de Deus na vida de quem se entrega ao serviço dos mais necessitados
Irmãs Ana Carla Macedo de Assis, Antonia Pereira Oliveira Resende e Rita de Cássia de Jesus Pires
uma dádiva de Deus. “Como foi bom estar com meu povo, minhas origens, minha terra. Foi lá que Deus me encontrou e me conquistou por isso, meu coração se irradia de alegria e gratidão, num obrigada que nasce da alma, do cerne de minha existência” finalizou. Com emoção declara Irmã Rita de Cássia: “Consagrar-me a Deus, na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, é acompanhar o processo e a vida que palpita nas pessoas, principalmente das menos favorecidas, de forma livre e consciente. É um desafio atraente e cativante, ao qual não pude resistir”, declarou. E ainda acrescentou: “Sou grata pelos sete anos de busca, preparo e discernimento para viver esse tempo sagrado pelo qual fui guiada generosa e amavelmente pelo cuidadoso afago da Trindade”, reflete. Outro destaque da perpetuanda foi o fato de fazer suas promessas definitivas na terra natal dela. “Sou grata pela possibilidade de fazer meus votos definitivos, pisando a terra sagrada que me acolheu como filha, que fortaleceu a base da minha fé como batizada, que embebeu minha vida de sua cultura e costumes, que me concedeu ter como testemunhas na celebração da entrega da vida meu povo ipiraense, minhas Irmãzinhas, minha família e convidados que, com alegria, me apoiaram com a presença deles e orações, nesta inesquecível data de 23 de setembro. Que Deus abençoe a todos e que me dê a graça de viver com fidelidade e simplicidade o testemunho deste ‘sim’”, concluiu. Irmã Vitalina Pícolli
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As ferramentas que encurtam distâncias na internet também podem expor a privacidade das pessoas
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o decorrer dos anos, o desenvolvimento da internet foi fundamental para a comunicação em alta velocidade e, como a maioria das tecnologias criadas, a internet virou sinônimo de lazer. O mundo virtual é mais rápido, mais direto e imediato. Além disso, a todo o momento, um novo dispositivo de relacionamento virtual é criado, facilitando e estimulando esse tipo de interação social. Há vários meios de comunicação virtual, como e-mails, vídeo-conferências, redes sociais, chats, mensagens de texto, blogs e tantos outros. Quem não tem uma conta no Twitter, Facebook, Orkut, Myspace, YouTube, Formspring, um blog, um fotoblog, umas fotos no Picasa ou Flickr e ainda participa de um fórum? Todos eles são excelentes meios de comunicação, encontros, trabalhos e lazer. Essas formas de relacionamento são importantes e facilitam a vida moderna e rápida na qual estamos inseridos. São capazes de diminuir distâncias entre as
pessoas que vivem longe; aceleram a comunicação tanto no trabalho quanto no campo pessoal; geram oportunidades de reencontros; produzem menor gasto para os usuários e para as empresas e globalizam o acesso à informação. Porém, o grande problema das redes sociais é tanto o mau uso delas quanto o mal do ser humano: a curiosidade em saber o que se passa na vida do próximo. Com dados Por trás dos relacionamentos virtuais podem existir pessoas com dificuldades nas relações interpessoais
pessoais disponíveis na rede, é muito fácil cair em armadilhas virtuais por pessoas mal intencionadas. Por isso, é bom tomar cuidado com as informações disponibilizadas. Há também a diminuição do contato físico entre as pessoas e, assim, uma diminuição da vida social, a perda de interesse em realizar atividades que não sejam mediante um computador. Penso que, aí mora outro perigo: por trás dos relacionamentos virtuais podem existir pessoas com dificuldades nas relações interpessoais, com medo de serem verdadeiros, de comprometerem-se com a comunidade, insegurança na exposição ao outro, de partilharem a vida. Por isso, a virtualidade se torna uma forma de refúgio. O que deve ser levado em consideração é isso: até onde vale a pena esse lazer, até que ponto é seguro compartilhar na internet, quem será a pessoa do outro lado do monitor que está sabendo tudo sobre você?! Pense nisso! IrMã Neusa Santos
Jornalista e Gestora de Marketing
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Quanto vale sua vida nas redes sociais?
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Bote Fé na juventude Símbolos da JMJ visitam o Santuário Santa Paulina
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Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é atualmente o maior evento da Igreja Católica de repercussão internacional que objetiva reunir os jovens do mundo inteiro para compartilhar e celebrar a mesma fé em Jesus Cristo. É crescente a incidência de participação dos jovens brasileiros, assim como a criatividade que envolve o evento de caráter religioso e cultural. O Bote Fé é um conjunto de ações que congrega a Igreja, o poder público e a sociedade civil em torno da visita da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora. Símbolos oficiais da JMJ para celebrar a mensagem característica que carregam e proporcionar situações propícias para o desenvolvimento da evangelização e do bem comum da juventude em cada realidade. O projeto “Bote Fé” compreende três grandes eixos: a celebração, a formação e a ação social. Tudo vai acontecendo paulatinamente em todas as regiões do Brasil e do mundo, por onde passam a cruz e o ícone.
A cruz e o ícone de Nossa Senhora mobilizam a juventude em todo o Brasil para a Jornada Mundial, em julho, no Rio de Janeiro
As Irmãzinhas da Imaculada Conceição, atentas aos clamores dos jovens, acompanham de perto todo esse movimento, nas mais diversas realidades onde atuam no Brasil e no mundo. Em Teresina-PI, por exemplo, o Bote Fé aconteceu nos dias 17 e 18 de março de 2012, sendo um marco para mais de 12 mil jovens piauienses, aguçou o calor (que já era intenso) com manifestações de alegria contagiante e fortes emoções. Por ocasião da grande caminhada de acolhida da cruz e do ícone, também aconteceram celebrações e um mega show com bandas católicas. Nos dias 07 e 08 de março recebemos a cruz e o ícone de Nossa Senhora. As Irmãs Ilza Franca dos Santos e Geralda Maria Martins da Cruz, com os representantes da Pastoral Vocacional, animaram a oração pelas juventudes da Diocese de Itapipoca-CE. Foi um momento muito significativo para todos que participaram. Contamos com a colaboração e apoio de Zé Vicente, com
suas músicas e poesias referentes às juventudes e a nossa amada terra. Nesse período, a sociedade foi mobilizada com atos de cidadania, e a juventude foi acompanhada com reflexões de conscientização sobre a realidade desse chão, bem como o convite de Cristo para ser discípulo missionário. Já em Porto Velho-RO, em agosto de 2012, a cruz e o ícone peregrinaram, coincidindo com o aniversário de um ano da JMJ em Madri. Os símbolos foram calorosamente acolhidos por um povo missionário, que vive em terra de missão; foram levados aos presos, aos enfermos, aos hospitais e a toda a juventude. O Ofício Divino da Juventude foi rezado muitas vezes com revezamento de paróquias. Ao passar pela penitenciária feminina, foi emocionante ver como as detentas receberam os símbolos. Usando suas próprias roupas, fizeram um tapete em forma de cruz “Houve muita oração, canto e muitos toques nos símbolos. A caravana de jovens almoçou na casa das Irmãs e compartilharam alegria”, declara Ir. Leni Monfardini, apaixonada pelo Bote Fé. Ela destaca a importância revolucionária desse momento. “É muito bom presenciar cada passo da cruz e do ícone e ver o contentamento
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Símbolos a Paulina Santuário Sant
Irmã Antonia Francilda Firmino dos Santos
Bote Fé – Grupo de Jaru-RO
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Bote Fé em Te
Bote Fé em Ita
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da juventude e de todo o povo que, ao carregar esses símbolos importantes para a vida cristã, têm ajudado a mostrar a indignação diante de tantas injustiças e a incentivar a coragem de gritar por mudanças”. Em Porto Velho, os símbolos chegaram de barco, acolhidos por centenas de jovens. “Ao passar pela penitenciária feminina, foi emocionante ver como as detentas os receberam. Usando suas próprias roupas, fizeram um tapete em forma de cruz”, arremata feliz. Em seguida, a cruz e o ícone deixaram Porto Velho e seguiram em carreata para Ariquemes. Ao longo do caminho, foram visitados os povoados e a casa de recuperação para dependentes químicos. De Ariquemes seguiram para Guajará-Mirim, fronteira com a Bolívia, onde também as Irmãzinhas de lá participaram do evento. Já no início de janeiro de 2013 os símbolos da JMJ chegaram à Arquidiocese de Florianópolis-SC. A penitenciária foi o primeiro lugar por onde a cruz peregrina e o ícone passaram, acompanhados do quadro da Beata Albertina Berkenbrock. No morro do Monte Serrat, que concentra as obras sociais da Arquidiocese, a celebração foi coordenada pelos jovens, onde está uma forte presença da PJ junto aos jovens, que fazem parte de uma casa de recuperação e ex-moradores de rua. Foi uma caminhada junto aos mais necessitados e excluídos. Chegando à Catedral metropolitana, foi realizada uma celebração com a participação dos movimentos e novas comunidades de congregações religiosas e a comunidade em geral. Foram momentos emocionantes, houve apresentações, orações e shows, durante toda a noite. Já no Santuário Santa Paulina a cruz e o ícone chegaram dia 13 de janeiro e a celebração foi marcante, vibrante e muito participativa. “Fomos surpreendidos pela Equipe de Irmãs do Santuário que fixou uma réplica da Cruz Peregrina frente à Casa das Graças, que foi abençoada pelo nosso Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck”, declarou feliz, Irmã Cintia Elisabeth Gimenez. Ela acrescenta: “Nossos corações ficaram muito gratos pela oportunidade de vivenciarmos esse momento tão especial e cheio de unção que vive hoje a Igreja Jovem e Peregrina do Brasil”.
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Preconceito, bullying selvageria e extermínio contra jovens são cenários questionadores que devem provocar reflexão e novas posturas
Porto Alegre, janeiro de 2012, dois jovens negros de 21 e 22 anos, naturais do Congo – África que viviam no Brasil há quase um ano para estudos numa universidade federal estavam em um ônibus urbano, onde também se encontrava uma policial militar. Os dois conversavam tranquilamente, assim como os demais passageiros, quando perceberam que a policial não parava de encará-los, com olhar de suspeita. Em determinado momento, solicitou que o motorista parasse o ônibus, sacou sua arma, apontou para os dois jovens e ordenou que saíssem do veículo com as mãos na cabeça. Chamou reforço policial e levou os jovens à delegacia para revista e averiguação de seus dados. Não encontrando nada equivocado, os jovens foram liberados. Sem entender o que estava ocorrendo, os jovens acreditavam que haviam sido confundidos com bandidos procurados pela polícia. Ao questionarem sobre o motivo da apreensão, um policial, também negro, apontou para a própria pele e destacou: “Vocês não sabem que isso no Brasil sempre aconteceu e sempre vai acontecer de novo?”¹
Cena 02: Baixada Fluminense-RJ, setembro de 2012, seis jovens, com idade entre 16 e 19 anos, saíram para tomar banho numa cachoeira do Parque de Gericinó e foram mortos por traficantes que atuam na Favela da Chatuba. Segundo a polícia, os jovens não tinham envolvimento com o tráfico de drogas e a chacina foi cometida como uma “demonstração de força” dos traficantes para demarcar território.²
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Cena 01:
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
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Juventude e violência
O
que as duas cenas nos dizem a respeito das relações juventude e violência? São possíveis inúmeras interpretações e relações diante dos dois fatos. São duas formas diferentes de violência: no primeiro caso, discriminação; no segundo, homicídio. São apenas duas variantes de como a violência tem-se manifestado de maneira impiedosa na sociedade brasileira. Além dessas, existem inúmeras outras: agressões verbais e físicas, acidentes de trânsito, assaltos, sequestros, bullying, ciberbullying, e outras. Essas diversas formas de violência não devem ser analisadas, sem a devida contextualização dos problemas macroestruturais, principalmente no que concerne à desigualdade social em que nos encontramos. No entanto, a violência não atinge a todos da mesma forma, visto que existem grupos sociais que são afetados de maneira mais expressiva. Neste momento histórico, as diversas formas de violência tendem a manifestar-se, de maneira mais contundente, nos seguintes planos: idade (jovens), raça (negros), gênero (masculino) e classe social (pobres). Os dois casos das cenas supracitadas nos revelam exemplos evidentes desse cenário. Se tomarmos apenas os dados referentes aos homicídios de jovens, podemos ter uma noção de quão grave é a situação. De acordo com o Mapa da Violência no Brasil/2011,
Por dia, cerca de 50 jovens perdem a vida em homicídios. A juventude é o segmento social em que mais morrem pessoas, atualmente a morte de jovens, nesse quesito, é 258% maior que a taxa de homicídios da população não jovem (menores de 15 anos e maiores que 24); cerca de 40% das mortes de jovens em 2010 estão associadas a assassinatos; uma em cada três mortes de jovens está relacionada à violência; aproximadamente 50 jovens perdem, por dia, a vida em homicídios. A juventude é o segmento social em que mais morrem pessoas na atualidade. As cenas de violência, principalmente ligadas aos jovens, têm sido cada vez mais constantes em nosso cotidiano. Tais fatos devem, no mínimo, nos questionar a respeito de posturas e práticas em prol de mudanças que revertam esse cenário. Descrevemos a seguir fatos que talvez o leitor(a) também tenha sido testemunha de algo semelhante, pois, infelizmente, estão se tornando comuns em nossas realidades. Não é contraditório que essa fase da vida, considerada como aquela da maior vitalidade e auge do crescimento, apresente o maior número de mortes e de vulnerabilidade social? Os dados são, no mínimo, questionadores. Socialmente, parece haver uma consciência cada vez maior sobre a presença e o impacto
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Propostas de combate à violência Por mais que os índices de violência contra os jovens sigam em crescimento, atualmente existem inúmeras propostas de atuação para combater essa situação. Entre elas, destacamos três que podem inspirar o envolvimento pessoal e institucional de quem se interessa pela causa juvenil: 1) Redes de Proteção para a Vida da Juventude: desenvolvida den tro da Campanha “A Juventude Quer Viver” da Casa da Juventude Pe. Bournier (CAJU), de Goiânia. Salienta a necessidade de articulação das instituições que atuam em favor da juventude para o desenvolvimento de ações em defesa dos direitos da juventude e de proteção aos altos índices de violência a que os jovens estão submetidos. 2) Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens: atividade desenvolvida pelas Pastorais da Juventude do Brasil em parceria com outras entidades de juventude. Pretende chamar a atenção da sociedade para o processo de “extermínio” a que a juventude brasileira está
submetida e propor intervenções para a mudança de tal cenário. 3) Campanha contra a Redução da Maioridade Penal: Desde 1999, a proposta de Redução da Maioridade Penal vem sendo discutida nas diversas instâncias do governo brasileiro. Diversas são as ações desenvolvidas por vários coletivos sociais com a intenção de evitar que a redução aconteça. Outras ações podem e devem ser desenvolvidas com a intenção de melhorar as condições de crescimento, inserção social e cidadania dos jovens, evitando que muitos deles tenham como alternativa apenas as vias violentas de expressão ou então sejam vítimas do contexto violento em que estão inseridos. O momento é de confrontação com a realidade, sensibilização e, principalmente, ação. Interpelados por esses cenários e inspirados pelo Evangelho: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo,10,10), o projeto Juventudes: clamor, ousadia e esperança da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição contempla ações que almejam promover mais vida junto aos jovens, contribuindo também para a prevenção do uso abusivo de drogas e o combate ao extermínio. Conheça o projeto no site: www.ciic.org.br. Maurício Perondi e Irmã Maria Vera Lúcia Oliveira Referências
Encontro da PJ em Ribeirão das Neves-MG
BOURDIEU, Pierre. Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. GUIMARÃES, Marcelo Rezende. Um novo mundo é possível: dez boas razões para educar para a paz, praticar a tolerância, promover o diálogo inter-religioso, ser solidário, promover os direitos humanos. São Leopoldo: Sinodal, 2004. WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2011: os jovens do Brasil. São Paulo: Instituto Sangari, 2011. 1. Reportagem completa disponível em: http:// sul21.com.br/jornal/2012/02/africanos-ainda-tentam-entender-racismo-da-policia-no-rs/ 2. Reportagem completa disponível em: http:// www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1295860&tit=Jovens-mortos-nao-tinham-envolvimento-com-o-trafico
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da violência, no contexto atual. Tal perspectiva, porém, não deve nos levar a cair na banalização da violência. A violência não é um fenômeno natural, é cultural. Ora, se é cultural, é aprendida. Do mesmo modo, a paz não é algo natural, mas sim uma construção social (Guimarães, 2004). Se quisermos um mundo com menos violência e com mais paz precisamos criar referências não violentas, educar para a paz e lutar por uma sociedade justa. Pensando na situação dos jovens, podemos afirmar que a construção de alternativas para as situações de violência não acontece por si só, pois se faz necessário o desenvolvimento de projetos que tenham a intencionalidade de propor ações contrárias aos cenários violentos que os jovens experimentam. Para tal, podemos usar a “metáfora do contrafogo” do sociólogo Pierre Bourdieu (1998): “Contrafogo é um fogo ateado ao encontro de um incêndio florestal para impedir-lhe a propagação: fogo de encontro”. Se considerarmos a violência como um fogo que atinge os jovens, devemos criar um contrafogo (projetos, ações, propostas) que promovam a paz, a não violência para salvar a vida dos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade e violência.
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Pulsando vida
Os Grupos da Família Madre Paulina realizaram encontros, por regiões, para retomada da programação anual e projeção da caminhada
O
desafio dos grupos que vivem a espiritualidade de Santa Paulina está no esforço de aprofundar a mística e a prática evangélica, mergulhada na realidade da fé e da vida do povo, tendo a dimensão solidária como um dos aspectos a ser cultivados. Assim os integrantes da Família Madre Paulina – FAMAPA, inspirados na sua fundadora buscam vivenciar e testemunhar a sua fé, na dimensão eclesial. Os encontros que os grupos do Brasil inteiro e exterior realizam têm como objetivo revitalizar o compromisso missionário e aprofundar a dimensão da Espiritualidade que fortalece e alimenta a Missão. Em março, na cidade de Goiânia, no Mosteiro Beneditino reuniram-se as coordenações dos grupos da FAMAPA de Cesarina, Uruaçu e Goiânia. Também participaram algumas Irmãzinhas assessoras. O tema do encontro esteve em sintonia com a Campanha da Fraternidade: “Que a Saúde se difunda
Encontro das coordenações do grupos da FAMAPA – Goiânia
Encontro dos Grupos do Nordeste em Mombaça-CE
Encontro da FAMAPA do Litoral de Santa Catarina
sobre a Terra”, resgatando aspectos da vida e missão de Jesus e de Santa Paulina, o compromisso e o cuidado com a vida. “Desafiaram-nos a conhecer e aprofundar ainda mais, a Missão, Carisma de Santa Paulina e assumir, no concreto do chão da vida, o trabalho com os pequeninos do Reino”, afirmou Noêmia Amilton, de Goiânia. Florianópolis Em setembro, estiveram reunidos membros dos grupos de Florianópolis, Imbituba e Itajaí, além das Irmãs assessoras. A coordenação do encontro esteve a cargo da Irmã Vera Zimmermann, de Itajaí, assessora e a Sra. Maria do Carmo, integrante da Equipe Geral da FAMAPA. O
encontro teve como tema a Identidade, o rosto e missão da FAMAPA e o Plano de Ação de 2012 a 2014. São Paulo Em outubro, no Centro de Formação Sagrada Família, aconteceu o encontro de vários grupos da Família Madre Paulina. O encontro foi coordenado pela Irmã Selma Casagrande, assessora da FAMAPA, com a participação de 43 pessoas, de diferentes grupos de São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A atuação dos leigos e leigas, a partir dos documentos da Igreja e da vida dos grupos e a Espiritualidade da FAMAPA, foram os temas abordados. Minas Gerais Encontraram-se em outubro os grupos de Sete Lagoas, Barreiro e União, para momentos de oração, entrosamento, reencontro e estudo. O tema para oração foi: Avançar na Missionariedade, motivados(as) pela paixão a Jesus Cristo, sendo presença profética e solidária, ma-
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Região Nordeste Integrada pelos grupos de Mom baça, Jaguaribe, Trairi e Fortaleza, no Ceará, e de Teresina do Piauí, realizaram o encontro anual, em novembro. Reunidos em Mombaça-CE, cerca de 59 pessoas participaram do encontro, que teve momentos fortes de espiritualidade, partilha e convivência. Houve momentos de oração pessoal, partilha e celebração. O rosto missionário dos grupos foi apresentado, expressando muita vida e compromisso. A FAMAPINHA (grupo de crianças e adolescentes) marcou presença com lindas apresentações e mensagens. Na noite cultural, houve explosão de alegria e descontração. FAMAPA internacional Além do Brasil, existem grupos, em vários países: Nicarágua, Guatemala, Chile, Moçambique, Argentina e Itália, que realizam reuniões,
Encontro dos grupos da PIC em São Paulo
Encontro dos grupos da Região de Minas
celebrações e são presença solidária junto aos empobrecidos, respondendo aos apelos de sua realidade:
“Somos continuadores da missão encomendada por Jesus e por Santa Paulina. Sentimos que, como famílias, fazemos parte da missão continuada pelas Irmãzinhas e sentimos o desafio como o apóstolo Paulo: ‘Ai de mim se não anuncio o Evangelho’”, (Grupo de Guatemala). Serviço Conheça um pouco mais sobre estes grupos existentes no Brasil e no exterior: acesse o site www.ciic. org.br, no blog missionário categoria FAMAPA, ou pelo e-mail ciic@ ciic.org.br.
Grupo da FAMAPA de Petén – Guatemala
Irmã Roseli Amorim
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nifestando alegria e leveza, assessorado pela Irmã Juliêta Barbosa Neta. Ir. Andréia Godinho assessorou o encontro, aprofundando o tema: Jesus hoje, uma espiritualidade de liberdade radical. O objetivo era apresentar uma espiritualidade prática para o nosso tempo, enraizada na espiritualidade de Jesus. Outros momentos também foram vivenciados: confraternização, apresentação da caminhada dos grupos e encaminhamentos para o próximo ano.
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Você tem potencial! Promova a vida! Irmãzinhas realizam Pré-Congressos a fim de avaliar a caminhada e motivar a animação vocacional
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caminho do I Congresso Vocacional da Congregação que será no ano 2013 e, num processo dimâmico envolvendo todas as pessoas ligadas à missão das Irmãzinhas, no ano de 2012, foram realizados cinco Pré-Congressos, em diversas regiões do Brasil, Bolívia e Nicaragua, a fim de fazer o processo de avaliação, planejamento e perspectivas futuras, com um foco missionário. Os Pré-Congressos, foram momentos importantes de reflexão, motivação mútua, sem esquecer de olhar a realidade. Realizados num clima de acolhida, alegria, oração, reflexão e de esperança em busca de novos passos, para melhor dinamizar o Serviço de Animação Vocacional – SAV, as participantes sentiram-se comprometidas e motivadas em chamar e acompanhar as jovens. São Paulo “Vamos, vamos, ouçamos o Senhor. Venha, venha, evangelizar...” foi o canto que acolheu calorosamente a todas. O Pré-Congresso realizado em Sorocaba se destacou pala dinamicidade, leveza, alegria e participação das Irmãs.
O Irmão Marista, José Augusto Júnior, falou sobre o Itinerário Vocacional e a missão da Animadora Vocacional, destacando que a pessoa chamada se transforma em pessoa chamante e que é preciso transformar nossas comunidades de fé em “úteros de vocações”. Santa Catarina Na realização do Pré-Congresso, as Irmãs puderam fazer memória da sua experiência vocacional, partilhar o rosto vocacional da sua comunidade, com as alegrias, esperanças e desafios, e foi também uma retomada de consciência de que foram “ungidas e enviadas para uma missão especial”. “Uma das evidências e provocação do Pré-Congresso é que estamos em tempos de mudança e que é preciso mudar a maneira de ver e fazer o serviço de animação vocacional hoje”, chama a atenção, Irmã Rosacy Soares Costa de Itajaí. SC. Ela destaca que “da experiência de ser chamada, Irmãs da PICM cada Irmãzinha em Bolívia deve passar a
ser chamante; da alegria de ser chamada a coragem de chamar; ter paixão pela missão”. Ela faz questão de apresentar como destaque a motivação das participantes. “Saímos motivadas, entusiasmadas e esperançosas, por percebermos que o Pré-Congresso trouxe o ‘novo’, e desafiou-nos a termos mais compromisso com a animação vocacional”, explica. Primar pelo acompanhamento sistemático das jovens vocacionadas, incentivá-las para fazer estágios nas comunidades onde as Irmãzinhas vivem e atuam, dar passos mais ousados, foram reflexões que pautaram o encontro. Centro América O acontecimento mais recente que muito nos ajudou a sentir nosso potencial foi o Pré-Congresso vocacional, realizado em Nicarágua, coordenado pela equipe da Pastoral Vocacional. Refletimos o tema “Cultura Vo cacional”, assessorado pelo Padre Edgard Rodríguez. O encontro foi marcado por muitos questionamentos e desafios, diante da realidade congregacional e do contexto onde vivemos. Sentimos que a convicção pessoal sobre a nossa vocação é fundamental como animadoras vocacionais, principalmente para atrair e acompanhar outros jovens. Ir. Anna Tomelin, superiora geral, acompanhou nosso encontro destacando a realidade da Congre-
Província Imaculada Conceição
Equipe Geral de Coordenação dos Pré-Congressos
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Bolívia sedia o Pré-Congresso Vocacional da Região Amazônica O encontro foi realizado com grande dinamismo das Irmãs participantes do Acre, Rondônia e Bolívia. Durante o encontro, as Irmãs marcaram presença no “BrasiBol”, um encontro de jovens do Brasil e Bolívia realizado anualmente, cujo tema foi: “Jovens com Cristo por um mundo sem drogas”. O Momento foi oportuno para refletir as questões relacionadas ao Serviço de Animação Vocacional. Irmãs presentes compartilharam o sonho de ousar no acompanhamento e acolher as jovens, sem medo de investir tempo com elas. Apostar e acreditar em seu potencial. “O importante é não esperarmos que as jovens venham até nós, mas termos atitude da chamar, fazer o Vocação é reconhecer o amor e a bondade de Deus para consigo e mergulhar em seu imenso amor Irmãs da PCJ
Compromissos assumidos ❱❱ Trabalhar e investir na formação de Irmãs para a formação ❱❱ Acolher vocacionadas para experiências e visitá-las sistematicamente em suas famílias; ❱❱ Cada comunidade fazer o possível de enviar ao menos uma vocacionada das acompanhadas para entrar na casa de formação em cada início de ano. ❱❱ Vocacionalizar nossa pastoral e criar uma cultura vocacional; ❱❱ Trabalhar em conjunto com os leigos e leigos, com a FAMAPA. Corresponsabilidade e comprometimento na missão de chamar e testemunhar ❱❱ Liberação de Irmãs para o trabalho vocacional ❱❱ Maior interação com as novas gerações
convite de Jesus”, declara Irmã Eunice Aparecida da Silva. E ela acrescenta: “Temos a alegria de sermos realizadas nesta missão e na missão indígena. Temos que nos preparar para acolher a diversidade de culturas com o coração bem aberto às juventudes que chegam”, conclui. Minas e Nordeste Realizou o encontro em preparação ao Congresso em novembro, em Belo HorizonteMG com a participação de 19 Irmãzinhas, inclusive Irmã Leodi Bolzan, Vice Geral, que trouxe a realidade vocacional da Congregação desde 2005. Muito nos alegrou também a participação das Irmãs da África Central, Alexandrina Duarte e Ana
Paula Silveira representando Camarões e Chade, que muito contribuíram, trazendo o contexto vocacional das comunidades da África. O encontro foi a oportunidade de ver como está o rosto vocacional em nossas comunidades. Constatamos os passos dados, e também sentimos que precisamos ampliar, o serviço de animação vocacional com a participação de cada Irmã, nas comunidades. É necessário avançar mais, principalmente com o nosso testemunho de alegria, entusiasmo e de nos apaixonarmos sem medo, pelo Projeto de Jesus Cristo. Esse PréCongresso trouxe muito dinamismo e esperança para todas as participantes. O Irmão Marista James Pinheiro desenvolveu com o grupo, o itinerário e acompanhamento vocacional. Muitas foram as inquietações, causando assim, um despertar para uma nova forma de assumir e/ ou reassumir o serviço de animação vocacional em cada comunidade, a partir da realidade em que cada uma está inserida. Irmãs Ana Maria de Jesus, Leni Monfardini, Maria Aparecida de Sousa e Irismar de Sousa Damasceno
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gação. A partir destes dias de reflexão sentimos que cresceu o compromisso para continuar sonhando com otimismo e lutar por uma nova vida religiosa consagrada missionária, com perspectivas de crescimento, inseridas na realidade do povo, isso significa vocacionalizar as pastorais, realizar um acompanhamento mais sistematizado aos jovens vocacionados, trabalhar em conjunto com os leigos e leigos, com a FAMAPA, Pastoral Juvenil e Vocacional. “O fundamental é que todas e todos nos sintamos responsáveis e comprometidos”, concluiu Irmã Ena Ortega Trujillo.
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Irmãs da Regional Virgem de Guadalupe
Irmãs da Província N. Sra. de Lourdes
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Santidade que inspira e atrai No décimo ano da canonização de Santa Paulina, milhares de devotos de todo Brasil são atraídos ao Santuário
10ª Pegrinação “Santa Paulina” de Itajaí ao Santuário – maio /2012
Introdução A primeira década da canonização da primeira Santa do Brasil foi celebrada com a realização de vários eventos, no decorrer do ano, em muitas dioceses e paróquias no Brasil e no exterior. No Santuário, localizado em Nova Trento-SC, a abertura aconteceu em fevereiro de 2012 com missa presidida por D. Wilson Tadeu Jönch, arcebispo de Florianópolis, e solenidades ao longo do ano com atividades e eventos especiais no Santuário e em vários outros lugares. No intuito de fortalecer a caminhada da fé e em comunhão com a nossa diocese foi fundamental o envolvimento e participação das pa róquias, que juntas nos ajudaram a celebrar ação de graças por termos uma santa que viveu em nossa terra e é modelo de santidade para nossos dias. Contemplando a serva de Deus que também foi toda dos irmãos, nós, as Irmãzinhas, somos profundamente impelidas a vivenciar e sermos fiéis ao Carisma que ela nos legou: “Sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir”. Mais que uma bela frase, essa é a inspiração que nos ajuda a interpretar a Ir. Maria Adelina da Cunha com professora e alunos na Gincana Escolar Comunitária – Nova Trento-SC
Momentos marcantes:
vontade de Deus, na itinerância da missão, nesses novos tempos. Já dizia Madre Matilde: “A nossa caríssima e doce Paulina afadiga-se por Nosso Senhor. Está vigilante, intrépida para sustentar a Congregação”. Deus exaltou aquela que serviu aos mais pobres entre os pobres com o coração enraizado em Jesus. O Papa João Paulo II, encantado e mergulhado na mística que animou Santa Paulina, declarou: “Os pobres e os doentes foram dois ideais da vida ascética de Santa Paulina, que, no seu serviço, encontrava incentivo para crescer no amor de Deus e na prática das virtudes”. O tempo de graça que Deus nos concede, como sinal dos tempos, é agora. Santa Paulina é esta luz de fé e esperança que se espalha cada vez mais, numa suave e simples irradiação, tomando conta do coração dos devotos e muito mais das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Deus seja sempre louvado e engrandecido em Santa Paulina! Solidariedade Como o cuidado com os pobres e sofredores foi a paixão de Paulina, o Santuário envolveu a cidade de Nova Trento. Unidos numa campanha solidária e tocados pela mística do amor que se derrama em senti-
❱❱ A maior peregrinação a Santa Paulina que nasceu com a canonização marcou presença em maio, celebrando a década com 1.200 participantes; ❱❱ A imagem de Santa Paulina saiu em missão, visitando as paróquias da Comarca do Vale do Rio Tijucas, concentrando as forças vivas das comunidades; ❱❱ Em maio foi o grande momento em que todo o Brasil pode ver, pela TV Século 21, a festa litúrgica de Santa Paulina no Santuário bem como a bênção e inauguração da nova Colina da Bênção; ❱❱ Visita à paróquia São Virgílio de Nova Trento e comunidades; ❱❱ Peregrinações e celebrações, encontros de catequistas, catequizandos, coroinhas, apostolado da oração, consagradas, alunos, seminaristas; ❱❱ Santa Paulina, missionária da vida, é patrona da Liga Feminina de combate ao câncer, do grupo de Tijucas, cujo lema é: “Unir pessoas para transformar vidas”.
mentos e atitudes, Escolas e famílias participaram do Natal solidário do Santuário. O resultado foi a arrecadação de algumas toneladas de alimentos que foram distribuídas às famílias necessitadas e instituições beneficentes, porque natal verdadeiro é aquele que irmana a todos em dignidade de filhos de Deus, sem excluir ninguém do banquete. Irmã Lígia (Ana Mora)
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Preocupada com valores e respeito à vida, essa nova ciência traz em sua essência a humanização da saúde
A
o estudar a história da bioética, percebe-se a interligação existente com a humanização. Pois ambas surgiram na década de 70. Após a Segunda Guerra Mundial, durante longos anos, foram feitas muitas experiências com seres humanos, sem o consentimento deles. Principalmente com negros, crianças com Síndrome de Down e idosos. “A ciência avançou assustadoramente em todos os campos como o de transplantes de órgãos, máquinas de hemodiálise, inseminação artificial, eutanásia, clonagem de animais como foi o caso da famosa ovelha Dolly, bebê de proveta, etc”, (SOUZA, 2001, p. 102). Foi nessa época que Potter (1971), cientista famoso preocupado com o rumo da ciência, escreveu um livro intitulado “Bioética uma ponte para o futuro”, enfatizando a necessidade da evolução da ciência, e a urgência de se fazer uma ponte entre a ciência e a moral, ou seja, os valores do ser humano têm de ser levados em conta, pois são sujeitos e não objetos. Então, começaram as grandes discussões em prol da moral, da ética e do respeito pela pessoa, defendendo o ser humano como sujeito, dando origem ao primeiro Comitê de Bioética em 1970. Nessa época, a humanização nos cuidados com o doente começou a ter destaque e as atitudes dos profissionais começaram a serem questionadas. Segundo Deslandes, nos anos 50, a análise parsoniana fundamentou a leitura funcionalista relacionada aos papéis do médico e do doente em um sistema social, lançando luz
sobre o cuidado ao enfermo a partir de expectativas da sua função social e chamando a atenção para a interiorização das formas desse controle social. Nessa década também se consolidam como tema da sociologia médica a formação e a carreira médica cujos estudos foram iniciados antes dos anos 40 e tiveram grande avanço desde então. Em termos de escola sociológica, iniciaram-se várias contribuições da tradição interacionista, que se expandiram nesse campo nos anos 60 e deram o verdadeiro substrato para a reflexão pioneira apresentada nos EUA sobre a humanização. Por meio dos referenciais da bioética busca-se uma proposta de diálogo, escuta, potencialização de afetos, num processo de comprometimento com a felicidade humana, ou seja, numa relação interpessoal. A bioética da proteção deve assumir, como uma de suas tarefas específicas, a reflexão sobre a problematização da qualidade de vida das pessoas. Entende–se por bioética como a ética da vida, a proteção da vida dando o suporte necessário para que o próprio indivíduo potencialize suas capacidades e possa fazer suas escolhas de forma competente. O autocuidado do profissional de saúde está relacionado com a qualidade de vida que proporciona a dignidade humana, que é reconhecida como um valor. É um princípio moral baseado na finalidade do ser humano e não simplesmente como um meio.
Irmã Terezinha da Silva
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A bioética e o autocuidado
A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (UNESCO, 2006) no seu artigo 3 sobre Dignidade Humana e Direitos Humanos relata que “os interesses e o bem-estar do individuo devem ter prioridade sobre o interesse exclusivo da ciência ou da sociedade”. Os referenciais da bioética oferecem a oportunidade para os profissionais da saúde buscarem ou conservarem sua própria dignidade, descobrirem seus valores e centrarem a vida em um espírito solidário sensível ao sofrimento do outro como protagonistas do cuidar de si e do outro. Com isso, pode-se afirmar que os profissionais da saúde têm a oportunidade de serem trabalhados para buscar sempre mais sua própria dignidade e a dignidade daqueles que se encontram fragilizados pela doença, sendo presença solidária e ativa àqueles que sofrem. Todos os referenciais da bioética expressam as dimensões do ser humano e devem ser respeitados e protegidos. Referenciais como prudência, vulnerabilidade, equidade, alteridade, altruísmo, integridade, solidariedade, privacidade, dignidade e confiabilidade. Os referenciais são como o próprio nome indica: os pontos de referência para planejar a vida pessoal e profissional à luz dos referenciais da bioética.
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Projeto Tecendo a Vida Belo Horizonte-MG
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Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos Formação para a cidadania, autonomia e fortalecimento de vínculos ganham prioridade na adequação dos projetos sociais da rede Santa Paulina
E
m 2012, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição priorizou a atualização e adequação dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos nos três espaços onde se desenvolvem os projetos sócio-educativos: Tecendo a Vida, no Bairro União, em Belo Horizonte; Educandário Sagrada Família, em São Paulo e Casa da Sagrada família, em Campos do Jordão. O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças e adolescentes com idade entre 6 e 15 anos é oferecido na Proteção Social Básica, com foco na constituição
de espaço de convivência, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes a partir dos interesses, das demandas e das potencialidades dessa faixa etária. Os educadores sociais expressam seus sentimentos no exercício da profissão junto às crianças e adolescentes: “Ser educadora social é ter o privilégio de conviver diariamente com crianças e adolescentes, contribuindo para o bem-estar e formação cidadã dos educandos; tornando-os, assim, agentes de transformação, na vida de cada um” declara Renata A.
Gonçalves Silva do Projeto Tecendo a Vida. O educador também aprende e, para tanto é necessário compreender que somos incompletos e precisamos sempre de ajuda para prosseguir. “Muitas vezes, me vejo envolvida pela alegria deles, pela força de vontade de superar as dificuldades, pelo interesse de construir um vínculo mais forte com a família, com os amigos e com os educadores” destaca a educadora Renata. Ela ainda acrescenta que as oficinas de arte e cidadania são meios de contribuir para o crescimento de cada um, por meio das reflexões, dinâmicas, diá-
Educador e educandos da Casa Sagrada Família Campos do Jordão-SP
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logo sobre as atitudes e valores, a importância do cidadão como ser ativo na construção do seu conhecimento. “Há uma troca de confiança e experiência muito enriquecedora, pois sinto que nos completamos enquanto pessoas. Transmito meu conhecimento com consciência, sabedoria e humildade, e aprendo com as virtudes de cada educando” arremata. Em Campos do Jordão, Erika dos Santos Souza sente que o projeto “Alegria de Viver”, desenvolvido na Casa da Sagrada Família, é de extrema importância, tanto na formação profissional quanto pessoal e tem como objetivo trabalhar a formação pessoal e social do educando – uma bagagem rica que será utilizada nos dias atuais e no futuro. “A experiência de poder vivenciar, junto com o educando, todo o trabalho é muito gratificante. A cada dia, ensinamos e aprendemos com eles, mostrando que cada um, de acordo com realidade de vida, pode chegar a um objetivo desejado, contornando e superando as barreiras que encontram no decorrer do caminho”, argumenta a educadora.
Quando o assunto é troca, Annelise Gonçalves Cardoso compartilha com Érika do mesmo sentimento: “Aprendemos com os educandos muito mais do que podemos ensinar: em cada história, num singelo sorriso, tudo isso vem bater de frente ao nosso estresse”. Ela acrescenta que os educandos a desarmam de todo e qualquer preconceito. Edmar Prestes é professor de capoeira em Campos do Jordão. Ele conquistou o coração da meninada com a pedagogia de envolvimento e participação. “Creio que nossa missão para com esses educandos é sermos mediadores e facilitadores entre eles e a realidade que o mundo oferece”, declara convicto e acrescenta que as oficinas oferecidas são ferramentas que podem ajudar as crianças e adolescentes a se tornarem cidadãos capazes de mudar a realidade, com novas ideias e atitudes pertinentes. Desenvolver aptidões, ajudar a conviver e dialogar permeiam a convicção que Solange Gomes tem da missão dela, no Educandário Sagrada Família, em São Paulo. Des-
taca: “O educando deve aprender a ser sujeito do próprio conhecimento, aprender a aprender, a buscar informação, como sujeitos pensantes”. Já Marly Tadeo que trabalha as oficinas de teatro e os jogos teatrais foca a importância da interação e inclusão: “Tanto no projeto quanto na oficina de teatro procuro sempre criar um ambiente de aprendizagem, tendo como base a confiança, a reflexão e principalmente o respeito às diferenças” e explica: “Na oficina de teatro, além dos jogos teatrais que ajudam os educandos a desenvolverem a percepção, a relação com o outro, a criatividade, a responsabilidade, eles exercitam diariamente o respeito pelas diferenças, tornando-os melhores”. Destacamos a colaboração, entre ajuda e participação das Irmãzinhas, Educandos e Educandas, na construção da cidadania e vivência dos valores evangélicos no cotidiano dos três espaços mencionados: Projeto Tecendo a Vida, Casa da Sagrada Família e Educandário Sagrada Família. Irmã Maria das Graças Sampaio
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Educandário Sagrada Família São Paulo-SP
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Espiritualidade nossa de cada dia Construção de cisternas comunitárias Livramento de N. Senhora-BA
A espiritualidade leva a pessoa a peregrinar em direção a si mesmo, do próximo e do transcendente, na dinâmica de um eterno caminhante
A
espiritualidade tem sido um tema emergente nos últimos anos e ocupa um espaço considerável nos congressos, fóruns, estudos, eventos, MCS e na literatura. A autora Bingemer diz: “Hoje, a situação do mundo e também da Igreja é diferente. Por toda parte se respira uma sede de comunicação com a transcendência, tenha ela o
nome que tiver. E, constata-se que a espiritualidade está de volta à linha de frente, às vezes, com novos rostos e novas configurações, mas sempre dando testemunho de que o ser humano continua desejando – talvez mais do que nunca – experimentar o infinito, o incondicionado, o sagrado, que para nós tem rosto e nome de pessoa. Nós O chamamos de Deus”. Mas o que é espiritualidade? Para Boff “espiritualidade [...] é a nossa capacidade de dialogar com o eu profundo e de ouvir os apelos do coração. É
Grupo de crianças da FAMAPINHA rezando
a consciência que se sente inserida num todo maior e que capta o elo secreto, que tudo liga e religa à fonte primeira de todo ser chamada Deus. Com Ele entretém diálogo de intimidade e amor”. Grün, por sua vez, afirma que, hoje, “muito mais que reflexão, estudo ou simplesmente crer em Deus, as pessoas buscam uma existencial experiência de Deus”. Embora os autores destaquem aspectos diferenciados, há convergência quanto à implicância da espiritualidade em nosso cotidiano. Ela deve tornar-se visível na maneira como organizamos nossa vida: no relacionamento com o outro, consigo mesmo, com o planeta e com Deus. A espiritualidade nos conduz a viver como “pessoas espirituais”, ou seja, movidas pelo Espírito. Isso supõe assumir a espiritualidade na dinâmica de um eterno caminhante, a peregrinar em direção a si mesmo, do próximo e do transcendente; experiência contínua de busca e encontro. O documento de Aparecida, artigo 226, diz: “Em nossa Igreja devemos oferecer a todos os nos-
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a) A experiência essencial: encontro pessoal com Jesus ressuscitado e atual. Encontro marcado por meio da entrega, fidelidade e confiança. Quando isso não acontece, não se pode chamar de seguimento; mesmo quando existe um árduo trabalho e muito entusiasmo pela causa assumida. Por outro lado, essa experiência essencial é o que pode nos libertar, autenticamente, de experiências escravizantes e das alienações, que, às vezes, entrelaçam-se na vivência da fé, tais como: fanatismo, intransigência, fixação nas mediações religiosas e outras. b) A libertação: o seguimento de Jesus se orienta para um objetivo determinado: a libertação de todos os oprimidos. O outro que sofre, interpela nossa própria identidade de ser humano. Não deixar-se interpelar e não atuar diante de uma situação injusta é desumanizar-se. Participar do resgate da dignidade do outro, ao contrário, é humanizar-se com ele(a). Enquanto existir um ser humano vitimizado por alguma situação injusta, é a humanidade toda que sofre em sua dignidade ofendida. Essa libertação deve
ser assumida de maneira integral: socioeconômica e política, em relação às causas que geram a opressão; no nível antropológico quando os agentes produzem a alienação cultural e no nível da libertação do pecado, quando se opta por projetos contrários ao Projeto do Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Esses níveis devem ser assumidos simultaneamente, marcados pela rebeldia frente toda injustiça, opressão e submissão. Rebeldia expressa na solidariedade junto às vítimas, buscando criar novas iniciativas para impulsar vida digna para todos e todas, denuncia e transformação das estruturas opressoras. c) Um projeto utópico: projeto que implica em muitas renúncias e ao mesmo tempo em muitas e muitas alegrias e vitórias. Obviamente é utópico, se levarmos em conta o projeto de Jesus: igualdade, fraternidade, inclusão dos menos favorecidos. Mas não falamos do impossível. A utopia é um projeto simbólico que antecipa um futuro melhor, mais ou menos imediato. Expressão das aspirações mais profundas do ser humano, alimentada pela espiritualidade que gera iniciativas solidárias pequenas e grandes, que aparecem por toda parte como sementes do Reino e que reafirmam para todos nós que um mundo melhor é possível.
d) Experiência comunitária: a espiritualidade tem, sem dúvida, uma dimensão comunitária: não se pode ser cristão de forma isolada. Em comunidade, conhecemos, celebramos e vivemos nossa fé e o compromisso que ela exige. A espiritualidade cristã coerente existe quando a SOLIDARIEDADE é uma constante na vida da comunidade. A solidariedade pode ser espontânea, organizada na comunidade e em redes com outras instituições e movimentos não eclesiais. A experiência comunitária permite fazer a experiência de não apenas ser solidário(a), mas também a experienciar a solidariedade do outro(a) peregrino(a), que também caminha em busca da plenitude e do encontro definitivo com o outro. Permite também ouvir e deixar-se guiar pelo Espírito que se manifesta na comunhão consigo mesmo e vai apontando o caminho para seguir Jesus e, cada vez mais, nos torna discípulos(as) missionários(as). Que possamos um dia afirmar com a mesma convicção de Patrícia Troncoso (Mapuche): “A essência da nossa luta é a espiritualidade”. Ou, enquanto cristãos(ãs), possamos testemunhar que a essência da nossa vida é a espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo. Irmã Maria Vera Lúcia Oliveira
A espiritualidade cristã coerente existe quando a SOLIDARIEDADE é uma constante na vida da comunidade
Lixão – Guajará-Mirim-RO
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sos fiéis ‘um encontro pessoal com Jesus Cristo’, uma experiência religiosa profunda e intensa, um anúncio querigmático e o testemunho pessoal dos evangelizadores que leve a uma conversão pessoal e a uma mudança de vida integral”. Em sintonia com Aparecida, Murad entende que [...] “a espiritualidade Cristã é o jeito próprio de viver o seguimento de Jesus; a vivência que motiva as ações e alimenta as convicções”. A Espiritualidade Cristã nos interpela e convoca a vivência de algumas características da espiritualidade do seguimento de Jesus. Enquanto vamos recordando, proponho um confronto orante, diante de cada uma delas:
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Bíblia e vida – indissociáveis
Terceira e última etapa da Escola Bíblica em São Paulo-SP
Escola de formação bíblica motiva grupo na missão e fomenta a multiplicação de conhecimento e aprofundamento da Palavra
A
tentas aos sinais dos tempos e às exigências da missão, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição criaram uma Escola de formação bíblica, cujo objetivo é contribuir para que os(as) participantes consigam avançar na mística do discipulado de Jesus Cristo por meio do estudo e vivência da Palavra. Promover um processo sistemático de formação bíblica para multiplicadores; redescobrir a Palavra de Deus como fundamento, luz e fonte de inspiração para a missão; bem como aprofundar uma espiritualidade bíblica que ajude a unir fé e vida; exercitar a leitura orante da Palavra de Deus na vida e na Bíblia constituem alguns dos objetivos específicos da escola. A Escola conta com a parceria do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos – CEBI. Formandos(as),
membros da Família Madre Paulina – FAMAPA e colaboradores(as) puderam participar da Escola. Organizada em três etapas de 12 dias cada, de 2010 a 2012, a Escola buscou oferecer um aprofundamento da Sagrada Escritura, utilizando o método da leitura popular da Bíblia. Apostamos na formação bíblica para lideranças das 63 comunidades, dentre elas uma presença significativa de jovens Os(as) participantes são multiplicadores e assumiram a responsabilidade de contagiar outras pessoas com o amor à Palavra de Deus e coordenar estudos bíblicos nos diversos lugares do Brasil e do mundo, onde vivem e assumem a missão.
“Cerca de 100 pessoas participaram da Escola Bíblica”, declarou Irmã Maria Vera Lúcia, coordenadora geral da Escola. A Escola Bíblica foi um mergulho na Fonte da Palavra de Deus. O impulso para esse salto dependeu das energias de cada participante. “Tenho certeza de que quem fez os primeiros mergulhos sentiu tal prazer que não quer parar de fazer tal ‘terapia Bíblica’, pois ela tanto revigora pessoal como comunitariamente”, declarou Ir. Marli Maria da Silva. “Agradecemos a quem se dispôs a partilhar de seus conhecimentos, pois com eles fomos formando uma bela colcha de retalhos e nela foi estampada a beleza de cada um(a)”, acrescenta. “Os conteúdos oferecidos pela Escola ampliaram o nosso conhecimento, quebraram os preconceitos e nos
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A Palavra de Deus mudou meu estilo de vida, animando-me sempre mais na missão uma equipe, junto com o CEBI de Cuiabá-MT, para melhor estudar a Sagrada Escritura. Ela acrescenta: “o estudo da Bíblia mudou minha vida quanto à oração, cultivo pessoal e na vida comunitária. Sinto que a Palavra de Deus mudou meu estilo de vida, animando-me sempre mais na missão”. “A missão parece ser a razão maior da motivação para aprofundamento e estudo bíblico. A Palavra abre novos caminhos, alarga horizontes e ilumina os desafios da
realidade e a multiplicação do saber bíblico” afirma Irmã Helena Barbosa de Livramento – BA. Ela já está colocando em prática, com a multiplicação de uma escola bíblica. “A primeira contribuição foi o conteúdo e o fato de ter aprofundado nos confere segurança para transmitir o conhecimento da Palavra de Deus. Muitas vezes há desânimo e a Palavra anima cada líder na caminhada”, destaca. A Escola Bíblica ajudou os participantes a aprofundar conteúdos do Primeiro e Segundo Testamento para estudar com as lideranças. Prova disso, segundo Irmã Helena, são as mais de 100 lideranças que estão fazendo estudo bíblico em diversos grupos. “Apostamos na formação bíblica para lideranças das 63 comunidades e destacamos a presença significativa de jovens”, conclui. A Regional Virgem de Guadalupe realizou a segunda etapa em Manágua – Nicarágua e, no próximo ano, concluirá a Escola Bíblica. Irmã Maria Vera Lúcia Oliveira e Irmã Edenir Biancato Alberton
Segunda etapa da Escola Bíblica em Manágua – Nicarágua
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despertaram para um novo olhar, aumentando nossa visão para compreender o contexto da Palavra de Deus, confrontando-a com o passado e o presente”, declarou Irmã Inez Neves de Sales. Ela destacou ainda: “a certeza da fidelidade de Deus na caminhada do povo”. “Esse período rico de graças e experiências proporcionou um grande crescimento para todas nós, despertando o desejo de aprofundar novas fontes e, assim, melhor servir na missão a nós confiada”, acrescentou Anailda Fialho de Mello (postulante). “Redescobrir a Palavra de Deus como fundamento, luz e fonte de inspiração para a vida e missão, junto ao povo de Deus, tem proporcionado segurança e motivação no trabalho pastoral” afirma a Irmã Loiraci Carvalho de Aragão. “Na paróquia, iniciei a catequese de crianças e adolescentes, jovens e adultos. Tive oportunidade de estudar a Introdução à Bíblia nesses grupos. Aprofundei a espiritualidade bíblica, oferecendo elementos que ajudam a unir a fé e vida, palavra e ação”. A religiosa adiantou que está organizando
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Em ‘Carta aberta’ Mais de 220 educadores da Rede Santa Paulina confirmam compromisso com a semente da nova educação promotora da vida
III Seminário da Educação da Rede Santa Paulina São Paulo-SP
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nfim, a obra educacional de Santa Paulina está em nossas mãos, mente, espírito e coração. A jovem Amábile saiu de sua terra, Vígolo Vataro – Itália, para buscar vida renovada em terras do sul do Brasil. Mal sabia ela que, junto com sua família, viajava a semente de uma grande obra. Semente plantada no coração de uma jovem sonhadora e no seio fértil da família Visintainer, exemplo de fé, ousadia e trabalho. Lançada em terra boa a semente nasce, cresce e produz frutos em abundância. Foi o que aconteceu com a semente da sensibilidade, da disponibilidade e do serviço que Amábile trazia em seu coração. Ao longo destes 122 anos, muitos foram os frutos e muitas novas sementes lançadas, entre as quais está a missão educacional da Rede Santa Paulina. No III Seminário, novas sementes foram plantadas. O leitor pode conferir no box ao lado as que
já germinaram no coração dos(as) mais de 240 educadores(as) da Rede Santa Paulina. Irmã Célia Cadorin despertou nos educadores e nas educadoras a força do Carisma da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição – CIIC, ao destacar os quatro pilares: a família, a missão, a devoção à Nossa Senhora de Lourdes e os sonhos. Valores para formar pessoas, pessoas para transformar o mundo, foi o tema principal do encontro em São Paulo Nos sonhos, Amábile se encontra com mãe de Jesus que pede para que inicie uma obra. É no terceiro sonho que ela responde a essa proposta: “Servir-vos minha querida mãe”. Sua resposta assemelha-se a
As sementes do compromisso com a educação promotora da vida: ❱❱ a semente da organização e do planejamento para que o terreno fosse propício e o ambiente apropriado para a germinação; ❱❱ a semente do serviço, do envolvimento, do compromisso e da construção participativa da metodologia, da programação, das orações, das apresentações e das oficinas; ❱❱ a semente da proximidade, da partilha, da amizade e do companheirismo que se evidencia nos laços cada vez mais fortes entre as diversas unidades; ❱❱ a semente da criatividade que brotou e cresceu nas apresentações de cada unidade, na noite cultural; ❱❱ a semente da abertura de coração, mente e espírito para ouvir, rezar, refletir, meditar o que vimos e ouvimos; ❱❱ a semente do compromisso com o Carisma e o Testamento de Santa Paulina que recebemos como um tesouro em nosso baú; ❱❱ a semente da doação, sabendo que é Nosso Senhor quem faz tudo e que somos seus simples instrumentos.
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Sonhos possíveis
de Maria ao anjo: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. O sonho não ficou apenas na esperança, Amábile age. Inicia a obra, em 12 de julho de 1890. De lá para cá, o sonho vem se tornando realidade por meio da presença e missão da CIIC em muitos lugares e realidades. Na educação, a missão vem se concretizando há 117 anos, desde a primeira escola aberta em 1895, em Vígolo-SC. Educadoras(es) da Rede Santa Paulina continuam sonhando o sonho de muitos. Santa Paulina, “nunca, jamais desanimaremos, embora venham ventos contrários. Permaneceremos firmes e adiante. Passo a passo, sempre em frente”. Recebemos, de espírito e coração abertos, vossa bênção. Adelaide Lourenço Favaron
Vice-diretora do Colégio Regina Mundi
Grupo de professores participam da oficina durante o III Seminário.
Além de ser uma das estacas do Carisma, o sonho nos lança para ir além e buscar muito mais. Sonhamos, queremos e faremos acontecer: ❱❱ a escola em pastoral, alegre e ousada, com resultados e metas definidos, onde o Carisma, o Espírito, a espiritualidade e a missão da CIIC estejam visíveis em cada um dos(as) educadores(as) e dos(as) educandos(as), e em todas as ações, atitudes e comportamentos; ❱❱ o educador feliz, realizado, acolhedor, conhecedor e seguro do que faz; ❱❱ o educador crítico e atualizado quanto às múltiplas inteligências e novas formas de linguagem; ❱❱ o educador inovador quanto às formas de avaliação; hábil, corajoso e criativo no uso das novas tecnologias da informação e comunicação; ❱❱ o educador ousado e decidido na busca de formação profissional e participante dos processos de formação da Rede; ❱❱ a ambientação da escola e da sala de aula, construída por educadores(as) e educandos(as), como fonte inspiradora para a aprendizagem ser significativa; ❱❱ o educador em condições de viabilizar a experiência do conhecimento e estimular o processo ensino-aprendizagem; ❱❱ a educação aberta, vivencial, lúdica, prazerosa, reflexiva, desafiadora e interligada com as questões do mundo e provocadora de iniciativas.
Vida Consagrada / Atualidade / Juventudes / Famapa / Vocação SAV / Especial / Projetos Sociais / Espiritualidade / Missionariedade / Gente que faz
Irmãs Diretoras das Unidades Educativas, Provinciais da PNSL e PIC, e Ir. Anna Tomelin, Superiora Geral da CIIC
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Passo a passo, sempre em frente Atividades marcam o Ano Missionário na Congregação
Abertura do Ano Missionário da CIIC: 22/01/2012 Capela Sagrada Família e Santa Paulina – São Paulo
O
ano de 2012 foi assumido pela Congregação como o Ano Missionário, com o objetivo de avançar na missão motivadas pela paixão por Jesus Cristo, sendo presença profética e solidária, manifestando alegria e leveza. O lema escolhido foi: De olhos fixos em Jesus, passo a passo, sempre em frente, em sintonia com a CRB Nacional, a caminhada da Vida Religiosa e uma das frases de Santa Paulina. A abertura do Ano Missionário nas comunidades religiosas deu-se no dia 25 de março e o encerramento no dia 08 de dezembro de 2012. Durante todo o ano, foram realizadas várias atividades, retiros, aprofundamentos sobre a temática missionária, envolvendo a retomada pessoal e comunitária da própria missão. Muitos gestos concretos de apoio e solidariedade nasceram e se concretizaram durante esse período. Houve uma forte convocação, por meio da voz da Irmã Anna Tomelin, no encerramento do III Seminário da Congregação: “À luz deste imperativo missionário, todos
e todas somos convocados(as) à missão. Iremos às Índias, para o Alasca, bem longe, nos dizia Santa Paulina. Ela tinha um coração missionário universal e um agir concreto, real, no chão da vida de seu povo e de suas necessidades. E nossas Constituições afirmam: A missão da CIIC fundamenta-se no imperativo do Evangelho: Ide por todo o mundo... nos ideais de Santa Paulina, em comunhão com a Igreja e na sensibilidade aos sinais dos tempos. Irmãzinhas e formandas: somos interpeladas a aprofundar nosso Ser Missionário, intensificar nosso ardor e ousadia, no seguimento a Jesus, como discípulas missionárias”. Manter o coração ardendo pela missão Várias atividades foram desenvolvidas na Congregação envolvendo, além das Irmãzinhas e formandas, os colaboradores e colaboradoras, a FAMAPA e as comunidades. Foram realizados 21 retiros em toda a Congregação com o enfoque missionário. “Toda metodologia do
retiro deixou Deus falar mais alto e nos ajudou a retomar nossas vidas, nossas escolhas e opções, colocando-nos em sintonia com a nossa Consagração e missão, tendo como objetivo: tornar Jesus conhecido, amado e adorado por todos e em todo mundo, a partir do lugar onde estamos atuando”, afirma Irmã Ivone de Conti. Símbolo Missionário O símbolo, representado pelo casebre e a presença missionária nos diferentes países onde atua, trouxe para o presente a caminhada da Congregação desde sua origem. “Em Moçambique, no continente africano, marcado por dores, alegrias e desafios, iniciamos a passagem do símbolo missionário na província” declara Irmã Marilde Arenhardt. E acrescenta: “do casebre para o mundo”. Foi assim que as Irmãzinhas chegaram a Moçambique e celebraram 20 anos de presença missionária. As comunidades registraram alguns aspectos significativos da missão que realizam, buscando firmar os passos e animar as demais comu-
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Caminhada e missão em testemunho “Foi um dia muito significativo para nós. Sentimos o carinho de muitas pessoas das comunidades que vieram celebrar conosco. O símbolo foi apreciado pelas crianças e adolescentes do projeto Tecendo a Vida. Na ocasião, elas rezaram pela missão de todas as Irmãzinhas e formandas. No domingo, o símbolo foi visitado e celebrado pelo grupo da FAMAPA”.
Projeto Tecendo a Vida vibra com a celebração e acolhida do símbolo
O símbolo percorreu milhares de quilômetros, conduzido pelas mãos, pés e coração missionários das Irmãzinhas (Irmãs do Projeto Tecendo a Vida – Belo Horizonte-MG). “Recebemos o símbolo missionário e, juntamente com um grupo de leigos, realizamos uma celebração marcada pelo amor e compromisso com a missão” (Irmãs da Comunidade de Manaus-AM). “A passagem do símbolo em nossa comunidade foi marcada por momentos de celebração. Causou alegria, motivou-nos para duas atitudes fundamentais: caminhada e missão. Refletimos que a missão é o que nos impulsiona e dá sentido à vida, como mulheres consagradas” afirma Irmã Lucisnei Rojas Dorado – Diamantino-MT. A partir da missão O símbolo foi uma estrela que iluminou nosso caminhar e nos ajudou a aprofundar nossa missão, como Irmãzinhas e como corpo da Igreja (Comunidad Santa Paulina – La Fonseca – Nicarágua). “A alegria foi grande ao saber que nós estamos ligadas a todas as comunidades da CIIC e ao significado des-
se símbolo itinerante, passando em todos os continentes onde a CIIC se faz presente. Alimentamos o desejo de que um dia este símbolo possa ir aos continentes Asiático e Oceania” afirma Irmã Dêdima – Gagal – África. “Apresentamos o símbolo em três comunidades e na gruta de Santa Paulina. Motivamos os fiéis presentes a ficarem atentos à voz do Mestre, convidando-os a trabalhar na vinha Dele” comenta Irmã Lucília Comunidade São José – Carmo do Paranaíba-MG. “Motivadas pela visita do Símbolo Missionário iniciamos na comunidade Santa Paulina e entorno o chá de conversa entre mulheres, grupo que, a partir de então, está se reunindo semanalmente, no final da tarde para cantar e partilhar as agruras do dia a dia. Os papos têm sido bons e há o desejo de que esse grupo seja um dos espaços de reflexão, amizade e confiança” (Comunidade Irmã Maria do Carmo – Fortaleza-CE). Essas foram algumas das muitas experiências vividas em 2012 para a história da Congregação, como um ano de graças e revitalização da espiritualidade, consciência e compromisso missionário. Irmãs Vera Lúcia Zimmermann, Leni Monfardini, Juliêta Barbosa Neta, Selma de Lourdes Casagrande
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nidades. “Neste registro guardado com carinho está um pouco de cada Irmã, cada realidade, comunidade e uma mensagem que quer revigorá-las na missão”, conclui. O símbolo percorreu milhares de quilômetros, conduzido pelas mãos, pés e coração missionários das Irmãzinhas. Nas comunidades foram feitas várias celebrações especiais com partilhas, vigílias e adoração ao Santíssimo: ação de graças a Deus pela história construída; encontro com os colaboradores e colaboradoras, partilhando a vida de Santa Paulina e a caminhada até os dias de hoje; encontros com os membros da FAMAPA, comunidades eclesiais, crianças e adolescentes dos projetos sociais, enfim, a peregrinação do símbolo foi marcada pela emoção, gratidão e compromisso.
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Novidade no Santuário Santa Paulina
Colina da Bênção é o mais novo espaço de visitação destinado a peregrinos e devotos
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a festa de Santa Paulina, realizada dia 8 de julho, os peregrinos e devotos ganharam mais um lugar de visitação: a Colina da Bênção. Um novo espaço de oração e contemplação erguido na subida do calvário e localizado na lateral esquerda do Santuário. O momento foi de muita emoção, no dia da Festa Litúrgica de Santa Paulina. A Colina da Bênção abriga uma estátua confeccionada pela empresa Pietá Arte em Cimento, de Londrina-PR e patrocinada pelo empreendimento Bondinhos Aéreos Parque Colina. Na ocasião, a Diretora Geral do Santuário Santa Paulina, Irmã Maria Adelina da Cunha, acolheu a todos e agradeceu a todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente na construção desse novo espaço para o Santuário. “Principalmente aos Bondinhos Aéreos Parque Colina que doaram a imagem de Santa Paulina. Ao Sr. Stecanela que fez a doação dos holofotes que iluminam a estátua à noite, e um agradecimento especial ao trabalho intensivo dos funcionários e Irmãs do Santuário”, frisou. A imagem de Santa Paulina com três metros de altura e outros três metros de pedestal pesa pouco mais
de 200 quilos: possui uma estrutura metálica (interna) e os acabamentos foram feitos de fibra de vidro, material bastante resistente. Foram quase três meses de trabalho da empresa Pietá Arte em Cimento, cujo diretor responsável é Antonio Eugênio
nóstico fatal da equipe médica, entre outras graças que revelam a força da fé em Deus e em Santa Paulina. Abaixo alguns relatos de pessoas que visitaram o Santuário, em Nova Trento-SC, e fizeram questão de deixar registrado seus depoimentos.
a Diretora Geral do Santuário Santa Paulina, Irmã Maria Adelina da Cunha, acolheu a todos e agradeceu a todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente na construção desse novo espaço para o Santuário Brazzale. Os artistas responsáveis pela peça foram Ananías Francisco dos Santos (escultor) e Adalberto Nunes Mariani (pintura artística). No mesmo dia em que foi inaugurada a Colina da Bênção, as fanfarras do município de Nova Trento abrilhantaram o evento. Graças alcançadas Inúmeras graças recebidas são testemunhadas pelas pessoas que visitam o Santuário Santa Paulina, semanalmente. São curas de câncer e outras doenças, reconciliação na família, conquista de emprego, restabelecimento da saúde após o diag-
“E
stive em Nova Trento em 7 de fevereiro de 2012, ao mesmo tempo em que fazia a novena. Quando entrei na Igreja antiga não parava de chorar, tamanha a emoção. Fui funcionária do Banco do Brasil, em Brasília, de 1993 a 1996. Minha mãe adoeceu e eu, décima filha e caçula, abdiquei do meu emprego, mesmo tendo dedicado-me muito para passar no concurso. Pensava que cuidar de minha mãe era mais importante do que o trabalho. Já em Belo Horizonte fiz novamente o concurso e pedi a intercessão de Madre Santa Paulina junto a Maria e Jesus para ser bem sucedida nas provas. E as-
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Cecília Maria de Rezende Belo Horizonte-MG
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á seis anos, em 2007, fui ao médico, bem na Semana Santa, porque pensava que tinha engolido uma espinha de peixe. O médico raspou minha garganta e eu fui embora. Porém, as dores e tosses continuaram. Foi aí que o médico me pediu uma biopsia e detectou
um câncer na laringe. A cirurgia era complicada e eu fui submetido a 44 radioterapias e 15 quimioterapias. Perdi muito peso. Dos 70 quilos, fiquei com 42. Não sentia fome alguma e me alimentava por uma sonda. Depois de todas essas sessões de rádio e químioterapia, disse para minha família que queria ir ao Santuá rio Santa Paulina pedir uma graça. Chovia muito naquele domingo, do ano de 2008. Quem rezou a missa naquele dia foi o sobrinho do Papa João Paulo II. Naquele mesmo dia, recebi a graça: passei a sentir fome, e decidi que iria comer sem a sonda. Comecei a me alimentar muito bem
e o médico me considerou curado. Por isso, mensalmente venho ao Santuário agradecer. Tornei-me missionário com Santa Paulina. Todas as quintas-feiras realizo a novena, na Paróquia São Cristóvão, em Cordeiros, Itajaí-SC. Eu mesmo divulgo a novena, em carro de som, para que todos participem. Todas as doações que arrecadamos nos encontros trazemos para Santuário, mensalmente. Sou muito grato a tudo que Santa Paulina me proporcionou.” (Estiveram no Santuário no dia 6 de julho de 2012). Maurício de Borba e esposa Maria da Cunha Gonçalves Itajaí-SC
D. Wilson Tadeu Jönck (arcebispo de Florianópolis) e Irmã Maria Adelina da Cunha (Diretora do Santuário) na inauguração da Colina da Bênção, em Vigolo – Nova Trento-SC
“S
ofri uma trombose muito forte, há 10 anos, na perna direita. Fiquei internada no hospital e foi detectado que as três artérias estavam entupidas. Minha mãe, Nanci, que mora em Florianópolis, foi para Cuiabá verificar o que estava acontecendo comigo. Os médicos disseram que seria necessário amputar minha perna. Mas minha mãe, com muita fé, levou até mim um livreto contendo a história de Santa Paulina, com sua oração. Já estava há três dias sem dormir, por conta de toda a situação e os medicamentos. Depois que tomei o livro em minhas mãos, adormeci. Minhas irmãs pediram para que eu ficasse boa e fizeram a promessa de acender 36 velas de um metro e meio, em função do meu aniversário de 36 anos, na época. E eu prometi que, todas as vezes que viesse a Santa Catarina, visitaria o Santuário. Milagrosamente, meu pé e toda a minha perna, que estava praticamente morta, foram revivendo. Até os médicos não acreditaram na minha melhora. Fiz todo o tratamento, e hoje estou aqui para agradecer essa bênção, ao lado de minha mãe, Nanci; minha filha, Maria Vitória e minha madrinha, Nelcinda Campos.” (Estiveram no Santuário no dia 26 de julho de 2012 para agradecer). Gleice Lecy Campos Paulesky
Cuiabá-MT
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sim Deus possibilitou-me o retorno ao banco. O prazo de validade do concurso estava quase expirando e fui convocada, para Honra e Glória de Deus. É este o meu testemunho de fé.”
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Presença missionária no mundo Irmãs de vários países partilham experiências de um caminho missionário construído em defesa e cuidado da vida, na alegria e disponibilidade a serviço do Reino
itália A missão na terra natal de Santa Paulina, Itália, destaca os 10 anos de canonização com vasta programação. A celebração dessa década de santidade ganhou destaque nos meses de maio e julho, por ocasião da festa litúrgica preparada e celebrada com muita solenidade em sintonia com a paróquia, prefeitura e representantes da província de Trento. “Na antiga fábrica de seda onde a menina Amábile trabalhou aos sete anos, durante 15 dias, no mês de maio, os trentinos e turistas puderam ver uma exposição de fotografias dos lugares, tanto no Brasil como na Itália, onde ela viveu e trabalhou”, destacou Ir. Gelci Zanadrea. A imigração para a América, também foi lembrada na peça de um famoso grupo teatral. É claro que o destaque foi a pequena Amabilota dei Lisandri (Amábile Visentainer), assim chamada pela família Visentainer (Lisandri). Houve também uma mesa redonda com o título:
Irmãs e Peregrinos em Vigolo Vattaro – Itália, na celebração dos 10 anos de canonização
Nossa missão continua junto aos doentes, na catequese, no atendimento aos peregrinos da casa natal…tantas pessoas que chegam a nossa casa, que precisam de ajuda
Atualidade do testemunho de Santa Paulina, após 70 anos de sua morte. Na noite de 19 de maio, houve a celebração de uma missa solene e festiva na paróquia, presidida pelo Bispo de Paulo Afonso-BA, Dom Guido Zendron. No dia 20 de maio, foi celebrada outra missa solene presidida pelo arcebispo de Trento, Dom Luigi Bressan, juntamente com vários sacerdotes. Nas duas celebrações esteve presente um grupo de brasileiros. Entre eles cinco Irmãzinhas que vieram para a ocasião. Os festejos continuaram até o dia nove de julho com a festa litúrgica. “Nossa missão continua junto aos doentes, na catequese, no atendimento aos peregrinos da casa natal. Aos atendidos na pirâmide entre tantas pessoas que chegam a nossa casa, que precisam de ajuda, especialmente para serem ouvidas”, conclui Ir. Gelci.
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Moçambique: 20 anos de presença missionária Em 1990, tempos difíceis e também de muitas alegrias, os bispos africanos por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pediram reforço missionário para aquele país. D. Luís Gonzaga Ferreira da Silva, Bispo de Lichinga da Província de Niassa, apresentou a Paróquia de São José de Mitucue como um grande campo apostólico com necessidades pastorais e especial foco para a formação de catequistas. No dia 6 de outubro de 1992, impulsionada pelo ardor missionário, Ir. Ilze Mees, então Superiora Geral, enviou as primeiras Irmãs que formaram a comunidade de Mitucue: Irs. Ana Mora (Lígia) e Alaide Debortoli que fizeram comunidade com a Ir. Inês Constança Vasconcelos, da Congregação das Irmãs Missionárias Capuchinhas. Com todo o empenho de missionárias, elas assumiram a missão junto às crianças, jovens e alunos do internato por meio do curso na escola secundária. Em 19 de novembro de 1993, as Irmãzinhas foram para a paróquia São Miguel Arcanjo, em Malema, com o objetivo de expandir e ser uma comunidade de apoio. As Irmãs fundadoras foram: Ir. Denide Ana Coelho, Ir. Elide Maria Lenzi
e Vita Aparecida Ferreira. Em 1995, foram as Irmãs Eni da Silva, Judite Smaniotto e Izolde Forigo. O que fazem A comunidade de Malema hoje é constituída por quatro Irmãzinhas: Amelia Del Carmem Gutiérrez, Catarina Samuel Castelo, Keila Ribeiro de Freitas e Izolde Forigo. Elas dão continuidade à missão, sendo presença missionária na catequese, estudo bíblico, pastoral vocacional, formação de lideranças, educação, escola agrícola, juventude, mulheres, saúde alternativa, e tantos outros ministérios. No ano de 1998, a Ir. Izolde Forigo foi trabalhar na missão em Nataleia a 25 km de Malema, assumindo dentre outras atividades, junto com uma ONG belga, a responsabilidade da reconstrução de uma escola agrícola, que hoje atende 45 jovens, adotando a pedagogia da alternância. Ou melhor, o jovem passa 15 dias na escola e 15 com a família a fim de aplicar as técnicas aprendidas. As Irmãs Eni da Silva e Alda de Oliveira, em 1997, constituíram uma comunidade em Nampula no bairro de Mutuanha, criando ali a casa de formação Santa Paulina, acolhendo e ajudando as jovens com aspiração à vida consagrada.
Desde então, as Irmãs desenvolvem um intenso e significativo trabalho evangelizador junto à comunidade paroquial. Hoje a comunidade está com duas Irmãs moçambicanas – Ir. Fátima Feliciano e Ir. Delfina Calisto Cacheriua e jovens formandas – em processo de formação para a vida religiosa consagrada. O trabalho desenvolvido continua sendo a atuação em várias pastorais existentes na paróquia e diocese: catequese, formação de lideranças, estudo bíblico, liturgia, pastoral vocacional, juventude. A comunidade de Nampula tem como uma de suas características a acolhida e apoio a outros missionários. Em janeiro de 2006, as Irmãzinhas assumem a missão no Orfanato Missão São Roque, no sul do país – Matutuine – a cerca de 70 Km da capital Maputo, com a finalidade de expandir o Carisma. Iniciaram esse trabalho as Irs. Denide Coelho e Carminda Leandro e Rosane Lundin com o objetivo de contribuir na promoção humana das crianças e adolescentes órfãs e carentes que lá já vivem. “Continuamos este trabalho com 50 crianças internas e 27 jovens externos. Atualmente somos três Irmãs: Alda Oliveira, Glaucea Oliveira, Neli
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Procissão da equipe de liturgia e celebrantes nos 20 anos da CIIC em Moçambique
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Nosso trabalho se desenvolve na área da saúde preventiva, no atendimento de crianças de 0 a 5 anos e pessoas infectadas com HIV/SIDA; na pastoral atuamos junto à juventude e infância missionária. Assessoramos dois projetos: cursos de costura e bordados e outro com as crianças infectadas com HIV, além das visitas aos enfermos. “Somos três Irmãs em missão nesta realidade, temos muitas dificuldades e desafios, mas a alegria é muito grande em estar com o povo, respondendo ao Carisma da Congre gação, servindo aos necessitados”. Irmãzinhas presentes na celebração em Moçambique
Santos e a Postulante Esperança da Ofélia Daniel” explica a Ir. Keila Ribeiro de Freitas, missionária há um ano. E acrescenta: “Além do trabalho com as crianças e adolescentes, as Irmãs formam uma comunidade de apoio, acolhida e ajuda à comunidade eclesial em algumas pastorais: catequese, liturgia, formação bíblica, e tantos outros ministérios”. Coração da África – Camarões Destaques da Missão em 2012 em Camarões: a) Encontro com as crianças pelo dia da criança africana. Reuniram-se cinco paróquias que trabalham com crianças na catequese e outras atividades. Foi uma rica experiência com a participação de cerca de 500 crianças. O tema do encontro foi: o sentido do dia da criança africana. Foram três dias de encontro e convívio; b) Término do ano de trabalho e encontro com os jovens da zona pastoral. Dois dias de convivência e avaliação da caminhada da Pastoral Juvenil. Foi uma grande oportunidade para conhecer um pouco do trabalho da juventude em Garoua; c) Conclusão do ano de formação dos jovens e mulheres do Centro de Formação. Trabalho de acompanhamento às pessoas com necessidades especiais.
Chade Localizado na África Central, Chade faz fronteira com seis países, tem duas línguas oficiais (francês e árabe) e 75 % de região desértica. Continua sendo um dos países mais pobres do continente. O desenvolvimento é lento; a última guerra aconteceu em 2008. Desde então, Chade continua vivendo em estado de insegurança crônica: a qualquer momento pode ressurgir uma guerra civil. Os direitos básicos são precários: saúde, educação, lazer. Faltam meios de comunicação e vias de acesso.
Argentina – Aliança com a vida Situadas ao noroeste da Argentina, na Província de Misiones, em duas comunidades, Posadas e San Javier, na fronteira com o Brasil, as Irmãzinhas testemunham a presença evangélica desenvolvendo diversas atividades pastorais. “Nossa realidade está marcada pela marginalização, fome e desnutrição, violência familiar envolvendo crianças e jovens adolescentes, prostituição infantil, tráfico de pessoas, abandono de idosos, crianças nas ruas, drogas, alcoolismo, sincretismo religioso e pouco compromisso da Igreja enquanto instituição” argumenta Ir. Débora Regina Correa. Irmãs Lucrécia Martinez Soza e Iraneide Sena de Sousa – enviadas em 2012 para Camarões e Tchad
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E acrescenta: “Ir. Leonita Antunes de Oliveira, Ir. Crislaine Jumes da Silva e eu sentimos que nosso trabalho é belo, cheio de vida e paixão porque estamos onde a vida clama, onde cremos que Deus nos chamou para ser uma presença humanizadora”. Ação evangelizadora de Posadas A ação evangelizadora das Irmãzinhas tem maior expressão na área educacional com adolescentes, jovens e adultos, bem como na pastoral paroquial com o acompanhamento de lideranças da liturgia, sacramentos, catequese pré-batismal e pastoral da saúde. Outro trabalho realmente humanizador é o Centro de Terapias Naturais “Desde el Alma”, que oferece um serviço de escuta e atenção às pessoas que necessitam de saúde física, espiritual e mental. “Existe um compromisso com as CEB´s, que é presença viva e motivadora nesta realidade. Acompanhamos um clube de pessoas da terceira idade, partilhando a vida e diferentes atividades que promovem a valorização delas”, completa Ir. Débora. Ela ainda comenta a dimensão social da missão das Irmãzinhas: “Temos um trabalho com as crianças de rua, que é o nosso mais novo projeto. Nós as acolhemos em um lar de crianças. Neste lugar, elas passam a noite e recebem atenção e carinho,
aprendem a valorizar a vida e a sentir que são importantes” conclui a missionária, que ainda lembra a luta das Irmãs contra o tráfico de pessoas e violência de gênero. Em San Javier, na fronteira com o Brasil, as Irmãs Alaíde Debortoli e Maria Dalvina Muraro doam suas vidas atendendo ao Lar dos Velhinhos Santa Marta, que acolhe pessoas marginalizadas com carinho e atenção, juntamente com um grupo de colaboradores. São presença na vida paroquial, participando das atividades e, no bairro, acompanham os grupos de reflexão bíblica. Termino com uma frase que nos convoca a todos os Religiosos e Religiosas do noroeste argentino: “Façamos aliança com a vida que reclama”. Humana como Jesus, fazemos e caminhamos juntas. Chile Destaca no ano 2012 a morte do Padre Pierre Dubois, homem de Deus! Em muitos momentos difíceis, principalmente durante a ditadura militar, Pe. Pierre enfrentou as balas, totalmente desarmado, confiante na justiça divina. Amigos de muitas partes do Chile se mobilizaram e se expressaram por meio de testemunhos, mensagens, apresentações culturais, desenhos, homenagens de muitos grupos, especialmente do MOAC – Movimiento de
Obreros de la Acción Católica, demonstrando o carinho e a gratidão por tudo que ele semeou. Durante a caminhada pelas ruas de La Victória até a Catedral, vários cartazes e consignas eram proclamadas pela multidão: “Pierre, amigo, el pueblo está contigo”; “Pierre, amigo, cura consecuente que ha dado la vida por toda su gente”. Seu trabalho foi além da criação de organizações sociais ou da luta pela defesa dos direitos humanos. Durante toda a vida dele, fez tudo por uma meta maior: aproximar as pessoas de Deus. A Missão de nossa comunidade está focada nas visitas às famílias, principalmente às pessoas da terceira idade, levando a comunhão e rezando com eles. Acompanhamos a pastoral solidária, de prevenção e diferentes grupos, principalmente os jovens em suas atividades de animação da comunidade. Enfim, somos presença junto à comunidade nas atividades mais significativas. Bolívia – Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe Somos uma comunidade formada por três Irmãs a serviço das comunidades em Guayaramerin – Bolívia. A presença da Congregação no Vicariato de Pando pretende ser presença significativa no acompanhamento e formação de lideranças. “No último ano dedicado à missão, nossa comunidade celebrou com os animadores e Equipe Paroquial o dinamismo missioneiro da nossa Fundadora”, declarou Ir. Claudete Gaspar. Ela chamou a atenção para alguns destaques: a presença das Irmãzinhas junto às CEB’s que preparam animadores mais comprometidos com a vida; e a participação da Ir. Lídia Mendoza – responsável pelas CEB´s no Vicariato – no IX Encontro Latino-americano e do Caribe em Honduras, que teve como tema: “As comunidades Eclesiais de Base a serviço da Justiça e de Paz”. O encontro relançou as CEB´s na Bolívia. Destacamos ainda a preparação para o Congresso na Venezuela em 2013 com o tema: “América
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Lar dos Idosos em San Javier – Argentina
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Ir. Aracelly Urbina no trabalho de saúde
Barrancos atendidos pela Comunidade de Guatemala
compartilha a sua fé”. “Estamos nos preparando com estudos do tema nos Pré-congressos realizados em cada região da Bolívia”, destacou Ir. Lídia Mendonza. E acrescenta: “O apelo é que sejamos missionários e compartilhemos de nossa pobreza para com as Igrejas particulares, dentro e fora da Bolívia”. As três Irmãs estão comprometidas no acompanhamento das comunidades que estão localizadas na margem do Rio Mamoré e Yata como também das comunidades do campo e cidade. “Estamos presentes na vida do nosso povo, participando de suas alegrias e dores, de suas festas e devoções populares”. As missionárias apelam em coro: “Venha você também fazer parte desta missão”. Irmã Martha Arauz e Ena Trujillo enviadas a San Salvador
Centro América – Novos passos missionários A comunidade religiosa situada na capital de Guatemala, São José de Petén, realizou um processo de redimensionamento, deixando Villa Lobos – zona 12 e transferindo-se para a zona 6 na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias. Afirmam as Irmãs: “Nestes primeiros meses, estamos conhecendo a realidade da Paróquia e os assentamentos”. A formação dos leigos é prioridade, com períodos especiais para jovens e adultos, escola de formação pastoral e teológica, pastoral social e outros grupos. Integramos algumas comissões da CONFREGUA – Conferência dos Religiosos de Guatemala, como Vida Religiosa Jovem, Pasto-
ral Vocacional, Comissão de Justiça e Paz, e iniciamos um trabalho com um grupo de mulheres com a finalidade de oferecer capacitação e atividades para motivar a criatividade em trabalhos manuais. Outro destaque é o trabalho com a medicina alternativa, florais e elaboração de produtos de soja. “Nossa missão se desenvolve numa realidade marcada pelo empobrecimento, violência, desemprego, migração, muitos desafios na área da saúde e educação agravados pelo abandono das autoridades locais”, explica a Ir. Marli Trento. A caminho de El Salvador Com o objetivo de constituir, em 2013, uma nova comunidade em El Salvador, duas Irmãzinhas da Regional Virgen de Guadalupe estiveram 45 dias conhecendo essa nova realidade. “El Salvador é um país muito católico, com protagonismo profético e libertador. Caracteriza-se pela profissão de uma fé relacionada ao martírio, onde nos sentimos igreja povo de Deus” explica a Ir. Martha Lorena Arauz Morales. E a Ir. Ena Asuncion acrescenta: “É uma Igreja marcada pelo sangue de muitos mártires: homens e mulheres que entregaram a vida pela causa do Reino de Deus”. A Igreja de El Salvador tem no bispo Monsenhor Oscar Romero a maior expressão de profetismo e martírio. Quando ameaçado, ele assim se expressava: “Se me matam, eu ressuscitarei no povo salvadorenho”. As Irmãs afirmam que, durante esse período, fizeram uma profunda experiência de Deus. Irmãs Glaucea Marli de Oliveira, Marli Trento, Magdalena Flores, Aracelly Urbina, Martha Lorena Arauz Morales, Ena Asunción OrtegaTrujillo, Débora Regina Correa, Estanislada Ochoa Molina, Gelci Zanandréa, Lucrecia Martinez Soza, Claudete Gaspar e Lídia Mendoza Pérez
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Um olhar de carinho com a organização e o planejamento da missão
“P
asso a passo, sempre em frente.” Essa frase de Santa Paulina deixa evidente o que vivenciei durante o repasse do planejamento estratégico da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Um momento de fé, partilha, aprendizado e comunhão. Comunhão entre diferentes rea lidades: funcionários das mais va riadas áreas dentro da Congregação, Irmãzinhas e a equipe de gestão estratégica. Um grupo maravilhoso que trabalha em torno do propósito de ecoar a missão de Santa Paulina por meio de um trabalho que seja, a cada dia, mais sensível às necessidades e disponível para o maior número de pessoas, com um processo de evangelização e missão. Uma maior percepção dos pontos positivos e dos que devem ser melhorados, deixando bem clara a missão da Congregação e bem definidos os objetivos a curto, médio e longo prazos
Encontro das Irmãs e colaboradores em Igarapé-MG
Planejar cada passo, traçar o caminho, caminhar em missão de maneira estratégica, promovendo mudanças necessárias. Momento de alegria, espiritualidade e oportunidade de beber da fonte. Encontro das Irmãs e colaboradores no CFSF – São Paulo
Nós, colaboradores, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o planejamento estratégico que vem sendo trabalhado sistematicamente dentro da Congregação, assumindo a responsabilidade de repassá-lo aos demais funcionários que conosco trabalham, além de contribuir com o novo processo de gestão e redimensionamento da Congregação. Uma maior percepção dos pontos positivos e dos que devem ser melhorados, deixando bem clara a missão da Congregação e bem definidos os objetivos a curto, médio e longo prazos, e os passos que devem ser seguidos para alcançar as metas propostas. Saímos desse encontro com um olhar de maior carinho com a missão e sentido maior de pertencer a essa linda obra. Kélvio Luís
Centro de Vida Madre Clarice Belo Horizonte-MG
Vida Consagrada / Atualidade / Juventudes / Famapa / Vocação SAV / Especial / Projetos Sociais / Espiritualidade / Missionariedade / Gente que faz
Planejamento estratégico
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Vida Consagrada / Atualidade / Juventudes / Famapa / Vocação SAV / Especial / Projetos Sociais / Espiritualidade / Missionariedade / Gente que faz
Outra vida possível Um casal que abre mão de uma carreira promissora para viver uma proposta alternativa entre indígenas no Mato Grosso
Casal Natália e Rodolfo
T
enho 31 anos e nasci em Mogi das Cruzes-SP. Sou casada com Rodolfo Henrique de Oliveira Ferraz Vieira nascido em Araraquara-SP. Fomos criados numa vida dinâmica, onde quer que estivéssemos. Quando me formei em Engenharia Florestal (2007), fui atrás de emprego que correspondesse aos meus princípios éticos com o objetivo de viver uma vida plena. Foi quando conheci Rodolfo e desde o nosso segundo encontro, em 2008, estamos juntos. Rodolfo se formou Técnico Ambiental e conseguiu um trabalho de acordo com os princípios dele, numa ONG em Mato Grosso, a 700 km de Cuiabá. Naquele momento não pude acompanhá-lo porque estava cursando as matérias do mestrado em Geografia. Ele conheceu as comunidades de três etnias que, inicialmente, foram locais de implantação de um projeto fomentado pelo Governo Federal e, durante aproximadamente um ano, Rodolfo teve envolvimento de cunho profissional e afetivo com os indígenas, em especial com a
Aqui temos o privilégio de experimentar Deus todos os dias: nas plantas, nos animais e, claro, no sorriso das pessoas comunidade Myky, lugar onde residem dois missionários do CIMI – Conselho Indigenista Missionário. No final de 2011, o CIMI convidou Rodolfo para compor a equipe na comunidade Myky, proposta e compromisso assumidos por ele e apoiado por mim. Em fevereiro de 2012, nós arrumamos nossa casa no meio da aldeia. Desde então, convivemos com eles, vivenciando a vidas deles de modo a participar de uma sociedade organizada social e politicamente muito diferente do nosso modo capitalista de pensar e de viver. O ano passado foi de muitas reflexões e observações, pois somos um casal, sem filhos, inseridos numa sociedade muito diferente da qual não estávamos acostumados. Então, tentamos nos assemelhar o máximo possível dessa nossa nova família.
O que nos motiva estar aqui, convivendo e vivendo com essa diferente sociedade, é a compreensão e a certeza de que ‘um outro modo de viver é possível’, onde não há fragmentação da vida. Ou seja, todas as dimensões estão presentes em todos os momentos: a religião está ligada à economia que, por sua vez, está ligada à família e a todos os demais aspectos que ajudam no equilíbrio para viver plenamente. Desfrutamos desse planeta feito pelas mãos de Deus e de belas e perfeitas paisagens. Os rios são lindos, transparentes e gelados; as aves coloridas e alegres. Tudo é grandioso nessa obra de Deus. Morando aqui temos o privilégio de experimentar Deus todos os dias: nas plantas, nos animais e, claro, no sorriso das pessoas. Neste ano de 2013, lavrando a terra, fazemos roça junto com os índígenas, ressaltando a importância da subsistência do povo, valorizando sempre a soberania desse lugar e, principalmente, experimentando a diversificação alimentar. Assim, vamos seguindo nessa missão por aqui. Natalia Bianchi Filardo
Lema: O Espírito do Senhor está sobre mim (Lc 4,18) Objetivo: Fortalecer a cultura vocacional em nossas comunidades em vista da missão Data: 6 a 9 de junho de 2013 LOCAL: Centro de Formação Sagrada Família – São Paulo-SP
Você é um lindo sonho do amor de Deus!
Já pensou em realizar seu sonho? Como? Realizando sua vocação! Rede Santa Paulina
Informações: Av. Nazaré, 470 • Ipiranga São Paulo-SP • 04262-000 Fone: (11) 2271-0077 www.ciic.org.br
Junte-se a nós!