2012 relatorio fest itinerante portugal%2c cabo verde%2c peru%2c bolivia e vale do guapore

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RELATÓRIO ITINERANTE


Apoio Cultural e PatrocĂ­nio


COIMBRA - PORTUGAL Esta é a 3a edição do Festcineamazonia Itinerante em Portugal, numa parceria com a Universidade de Coimbra.


COIMBRA - PORTUGAL Das margens do Madeira, para a beira do rio Mondego. O Festcineamazônia itinerante começou sua volta por países da língua portuguesa em Coimbra, Portugal, entre os dias 25 e 26 de março. O festival exibiu 15 documentários sobre diferentes questões, mas todos ligadosao tema central: a Amazônia. No palco do belo teatro da cerda de São Bernardo, vieram moradores, estudantes e professores. Na abertura das sessões de cada um dos dois dias do festival, o cantor e poeta Eliakin Araújo apresentou um show de música e leitura de poesias, também com a temática ambiental e a Amazônia, sua terra natal.


APRESENTAÇÃO POÉTICA-MUSICAL

No dia 26, Araújo, que é professor da Universidade de Roraima foi recebido por uma dezena de alunos de Roraima, seu estado, na plateia, que vieram ouvir as músicas do "Roraimera", movimento artístico do estado. Em homenagem, cantou uma música sobre a farinha de mandioca, que todos que vivem longe do Brasil sentem falta.


DEBATE NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

A semana, como um todo, foi movimentada em Coimbra, sede da mais respeitada universidade de língua portuguesa, e uma das mais antigas do mundo. O Festcineamazônia serviu para aquecer um intenso debate que se seguiu no colóquio As Lutas Pela Amazónia no Início do Milénio | Colóquio Internacional, presidido por Boaventura de Sousa Santos, um dos mais importantes intelectuais da atualidade. Na abertura do evento, Fernanda Kopanakis, uma das organizadoras do Festcineamazônia, disse que "o documentário pode contribuir para o debate sobre a Amazônia, aproximando o público da realidade da vida na floresta". Presente na mesa, Santos colocou que a academia, ao memso tempo, deve estar preparada para se abrir para um público maior.


DEBATE NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA A semana, como um todo, foi movimentada em Coimbra, sede da mais respeitada universidade de língua portuguesa, e uma das mais antigas do mundo. O Festcineamazônia serviu para aquecer um intenso debate que se seguiu no colóquio As Lutas Pela Amazónia no Início do Milénio | Colóquio Internacional, presidido por Boaventura de Sousa Santos, um dos mais importantes intelectuais da atualidade. Na abertura do evento, Fernanda Kopanakis, uma das organizadoras do Festcineamazônia, disse que "o documentário pode contribuir para o debate sobre a Amazônia, aproximando o público da realidade da vida na floresta". Presente na mesa, Santos colocou que a academia, ao memso tempo, deve estar preparada para se abrir para um público maior. "Os filmes apresentados abordam temas que também discutem as Lutas Pela Amazônia", explicou Kopanakis. Questões sobre a violência, como Toxci: Amazon, de Bernardo Loyola e Felipe Milanez, sobre o assassinato do casal de ambientalistas, Zé Cláudio e Maria, ano passado, no Pará, e Corumbiara, um clássico de Vicent Carelli sobre o genocídio de índios em Rondônia, foram apresentados, assim como Soldados da Borracha, sobre os trabalhadores nos seringais, e Piaraçu, sobre a polêmica barragem de Belo Monte, que está sendo construída no rio Xingu. Felipe Milanez veio a Coimbra, convidado pelo festival e pela Universidade, para falar na abertura do filme e participar de um debate com o público. Essa é a terceira vez que o Festcineamazônia se apresenta em Portugal. Nas outras duas ocasiões, uma em Évora, outra, em Coimbra, também trouxe o tema da Amazônia para o debate. O festival segue para Cabo Verde, onde realiza novas sessões de filmes documentais sobre a Amazônia, também acompanhados do poeta e cantor Eliakin Araújo.


DOCUMENTÁRIO

Um documentário sobre Amazônia Portugal – África está em produção.


CABO VERDE

Filmagem do Documentรกrio Brasil - Africa


CABO VERDE Cabo Verde: terra de Cesária Évora, Amilcar de Castro, Mayra Andrade e Princezito. Terra de cores, ritmos e de uma beleza típica de um país insular africano, de origem vulcânica, constituído por dez ilhas. Descoberto em 1460 por Diogo Gomes a serviço da coroa portuguesa, foi Colônia de Portugal até à sua independência em 1975. De Cabo Verde a Amazônia foram levados os negros que povoaram as terras da floresta tropical com o trabalho e a força das mãos escravas na construção dos Fortes existentes. Dessa forma, Cabo Verde e a Amazônia têm muitas similitudes em sua cultura, seus costumes, sua língua e os traços de seus povos. Assim é que o FESTCINEAMAZONIA ITINERANTE ao levar cinema e música a terras para além dos mares acaba por integrar e aproximar culturalmente seus povos. Pela segunda vez o FESTCINEAMAZONIA ITINERANTE exibe filmes e vídeos brasileiros, além da produção do cinema cabo-verdiano nas cidades de Praia (capital do país) e de Mindelo (terra da música de Cesária Évora). Em ambas as cidades a receptividade cabo-verdiana ao trabalho da equipe do FESTCINEAMAZONIA foi muito positiva. Na data do dia 29 de março, junto ao Cinema de Praia, no centro da Capital, foram realizadas duas sessões, uma no período da tarde para alunos das escolas públicas e outra no período noturno, para jovens e adultos. No período vespertino foram exibidos os filmes: O MAPINGUARI, Direção: MARCOS MAGALHÃES, A TERRA A GASTAR (WASTING EARTH), Direção: CÁSSIA MARY ITAMOTO/CELINA KURIHARA, PAJERAMA, Direção: LEONARDO CADAVAL, PRIARA JÕ - DEPOIS DO OVO, A GUERRA, Direção: PATURI PANARÁ, MAPINGUARI – O GUARDIÃO DA MATA, Direção: EUNICE BUENO E ARISTON OLIVEIRA, LATA, Direção: DIEGO GONZÁLEZ, TEMPO DE CRIANÇA, Direção:WAGNER NOVAIS, O RETORNO DE SATURNO, Direção: LISANDRO SANTOS, GAROTO BARBA, Direção: CHRISTOPHER FAUS REMOTO CONTROLE REMOTO Direção: BRUNO BASK, AMIGOS BIZARROS DO RICARDINHO, Direção: AUGUSTO CANANI, MEMÓRIAS DO MEU TIO, Direção: ALEXANDRE RAFAEL GARCIA E ÀLVARO ZEINI CRUZ MÁQUINA DE SORVETES. Direçao: CHRISTOPHER FAUST, NEGÓCIO DE MENINO COM MENINA, Direção: MARCUS VILAR.


CABO VERDE Já no período noturno diversos foram os destaques exibidos a partir da produção cabo-verdiana e da produção brasileira do FESTCINEAMAZONIA. Um desses vídeos exibidos foi NADA É LONGE, Direção JURANDIR COSTA E FERNANDA KOPANAKIS, uma produção realizada durante a estadia do FESTCINEAMAZONIA no ano de 2010 no referido país. O vídeo feito a partir do olhar vibrante e curioso do historiador Marco Teixeira para cultura Amazônica, Africana e Portuguesa. Seus laços e raízes. Suas similitudes e diferenças. Dos ribeirinhos de Manicoré aos de Porto Velho. Da negritude cabo verdiana aos negros, mulatos e brancos manauaras e paraenses. Dos hábitos lusitanos à cultura indígena. Lugares distintos, mas integrados pela língua, pela arte e cinema. Outra produção que merece destaque foi o vídeo-art cabo-verdiano RAIZ, Direção: CÉSAR SCHOFIELD CARDOSO, que relata a relação entre a natureza e os rituais religiosos de seu país, bem como, o filme CABRALISTA, Direção: VAL LOPES, documentário que reflete a memória coletiva sobre Amilcar Cabral revolucionário cuja influencia repercutiu muito alem do continente africano. Com gravações de voz inéditas, imagens do seu tempo e efeitos visuais modernos, o filme é uma visão da África ontem e hoje. Ao final de cada sessão de cinema foi apresentado o show do cantor Eliakin Rufino. Musico radicado no Estado de Roraima, professor de Literatura da Universidade Federal de Roraima, encantou os presentes com a produção da musica amazônica. Na data do dia 31 de março foi a vez do FESTCINEAMAZONIA ITINERANTE apresentar-se na cidade de Mindelo, junto a Escola Internacional de Artes. Foram também realizadas duas sessões, uma no período diurno com a presença de escolas publicas e outra no período noturno, onde contou com a presença, em especial, dos alunos da Escola de Artes.


CABO VERDE

Coletiva para Imprensa e Visita a Embaixada Do Brasil em Cabo Verde


CABO VERDE

Imagens de Tony Dente D ouro, grande MĂşsico de Cabo Verde


CABO VERDE

Imagens da produção do Documentário com as Batucadeiras de Cabo Verde


Amazônia – A Mais Completa Tradução Por Eliakin Rufino A mais completa tradução da Amazônia é a sua recente produção cinematográfica. É a mais completa porque é a mais recente. Beneficiou-se de uma rica e diversificada história cultural e social acumulada e deve sua expansão atual aos avanços tecnológicos que permitiram a popularização das câmeras digitais. O fazer cinematográfico não é recente na Amazônia. De Silvino Santos pra cá, muita coisa boa tem sido produzida pelos cineastas da floresta. O que está acontecendo agora é algo diferente. É um movimento. Uma tomada de atitude e de consciência que tem como ponto de partida e referência principal o Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado todos os anos, há dez anos, em Porto Velho, Rondônia, organizado por Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis. A grande revolução do Festcineamazônia, como é conhecido na intimidade, é que os seus organizadores não ficaram satisfeitos em oferecer para o público uma única e anual exibição dos filmes concorrentes. E dessa insatisfação, dessa inquietação, dessa vontade de mostrar a Amazônia para o mundo, nasceu o Festcineamazônia Itinerante: porque o cinema deve ir aonde o povo está. Na sala climatizada ou no beiradão, na escola, no terreiro, na praça ou na prisão. O itinerário inicial do Festcineamazônia foi pelas capitais e cidades da Amazônia brasileira. Atravessar as fronteiras foi um desdobramento natural e a exibição dos filmes, quase todos com temática ecológica e ambiental, passou a ser realizada também no Peru, Colômbia e Bolívia. Mas, cruzar fronteiras amazônicas pareceu pouco e o Jurandir e a Fernanda resolveram atravessar o mar: em 2010 eles mostraram os filmes em Portugal e Cabo Verde. Conheci o casal de realizadores em Boa Vista, Roraima, na primeira fase, quando a turnê ainda era regional. Gravei um depoimento para o documentário produzido sobre a experiência amazônica. Fiquei logo fã da iniciativa. Depois fui convidado para passar uma semana em Porto Velho, acompanhando a realização do Festival e fazendo pequenos recitais de poesia antes da exibição dos filmes.


CABO VERDE Tive a oportunidade de constatar a seriedade desse trabalho de educação, lazer, transformação e reflexão que só cinema tem o poder de operar no corpo e na alma dos seres humanos de qualquer idade. Em março de 2012 recebi um novo convite. Acompanhar o Festcineamazônia Itinerante nas cidades de Coimbra, Portugal e nas cidades de Praia e Mindelo, no Cabo Verde. Além de apresentar pequenos recitais de música e poesia antes dos filmes, me foi dada a incumbência de protagonizar e dirigir o documentário sobre a viagem. Prazer em dose dupla. Responsabilidade ao quadrado. Para nos auxiliar nessa empreitada audaciosa, dois fotógrafos profissionais foram convidados: Ricardo de Almeida, português, que nos acompanhou nas filmagens em Lisboa e Coimbra e o brasileiro Pisco del Gaiso, para as filmagens em Cabo Verde. Em Coimbra nosso evento aconteceu no Teatro da Cerca de São Bernardo, construído pelo governo municipal e administrado pelo grupo de teatro A Escola da Noite. Uma surpresa na platéia: jovens de Roraima que estudam na Universidade de Coimbra. Um convidado especial: João Paulo Macedo, diretor do Festival de Curtas Metragens de Évora. Uma alegria no jantar: Victor Branco, cidadão português, esposo da cozinheira, que com sua voz potente nos mostrou a diferença entre o fado de Coimbra e o de Lisboa. Nosso anfitrião: Giovanni Alegretti, cidadão italiano, professor da Universidade de Coimbra. Em Cabo Verde a mostra de cinema amazônico ocorreu em dois lugares: no cinema da cidade de Praia, capital do país-arquipélago e na Escola Internacional de Arte da cidade de Mindelo, terra de Cesária Evora. A produção local foi de responsabilidade da caboverdiana Samira Pereira. Incluímos na programação filmes de cineastas locais, visitamos o Centro Cultural Brasil Cabo Verde, que realiza uma ação cultural digna de aplausos e colhemos, para o nosso documentário, um depoimento do embaixador do Brasil, João Inácio Padilha. Uma companhia agradável e musical: o cantor e compositor Princezito, caboverdiano da cidade de Tarrafal, na ilha de Santiago. Um momento mágico: a filmagem que Princezito e eu fizemos com as Batukadeiras de Tarrafal, grupo de moças que cantam músicas tradicionais africanas.


CABO VERDE Festcineamazônia – Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, tem o patrocínio do BNDES e da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, Governo Federal. Entre os apoiadores, TAL – Television America Latina, Rádio 95 Fm, Governo de Rondônia, o Jornal Folha de Rondônia. Seu diretor comercial, Marcus José do Amaral, acompanhou nossa equipe em Portugal. Para conhecer melhor o Festcineamazônia e acompanhar de perto é só acessar www.cineamazonia.com. Em novembro vindouro o Festival chega a sua 10ª edição. Já estou convidado para dividir o palco, num show de música e poesia, com o Princezito. Vai ser uma festa, um festival de imagens, cores e sons. Vamos exibir o filme feito durante a viagem e começar uma nova viagem. É o cinema brasileiro feito na Amazônia. Da Amazônia para o mundo. A nossa mais completa tradução.


ACRE / BRASIL Um mastro com mais de 50 metros de altura tremula a bandeira do Acre. Foi este o espaรงo escolhido para a ralizaรงao do Festcineamazonia Itinerante 2012.


ACRE / BRASIL O calçadão da Gameleira, no centro histórico no 2º Distrito, é um espaço de prédios antigos revitalizado pelo Governo do Estado e foi onde nasceu a capital acreana, Rio Branco. Segundo historiadores, a cidade surgiu em 28 de Dezembro de 1882, com a ação do seringalista natural do Ceará, Neutel Maia. Na noite de domingo 13 de maio, crianças, jovens e adultos, assistiram a filmes e vídeos ambientais projetados numa grande tela de cinema. "Vi o movimento de vocês montando a estrututura e por curiosidade vim ver, vocês deixaram meu dia bonito, um presente pra gente que vem todo domingo passear aqui", disse Bartolomeu Dias, de 70 anos de idade. Este é o quinto ano que o Festival acontece no Acre.

O Festcineamazonia - Festival Latino Americano de Cinema e Video Ambiental segue com sua caravana rumo ao Peru. O Projeto acontecerá em Inapari, dia 16/05, Ibéria, dia 17 e Porto Maldonado, na Amazonia Peruana, sábado dia 19/05.


ACRE/BRASIL

Distribuiçao de folder BNDES Exposição de Faixas Plotagem de Veículo


IÑAPARI / PERU

Cinema em Inapari Coisas boas e coisas ruins têm acontecido na cidade que é a porta de entrada no Peru. Depois da conclusão da Transoceânica, estrada que liga o Brasil ao Pacífico, a população local enfrentou a tragédia da inundação deste ano com grandes perdas econômicas, mas isso não abalou o espírito de luta, pelo contrário, os fortaleceu.


IÑAPARI / PERU

Depois de 5 anos de itinerância contínua no Peru, a equipe do Festcineamazonia foi recebida com grande expectativa e excelente público na Praça de Armas de Inapari. No momento da exibição do cinema, peruanos, bolivianos, brasileiros e haitianos se confundiram entre si, fazendo desse momento uma verdadeira integração através da arte e da cultura. As crianças também demonstraram sua alegria com a apresentação do Palhaço Tachuelita. Para Abel Ferro Figueroa, cirurgião dentista: “Vocês estão promovendo a cultura nos espaços mais distantes e esquecidos do meu país, e com isso a gente passa a conhecer hábitos e histórias de povos diferentes. A integração não pode se dar só através de negócios empresariais ela precisa ser promovida culturalmente”.


HAITIANOS EM IÑAPARI / PERU A tragédia das águas do Rio Acre, no mês de fevereiro na pequena cidade peruana Inapari se confunde com o drama dos haitianos que chegam todos os dias com o desejo de entrar no Brasil. Cada rua da calma cidade converte-se em espaços de transitar contínuo e solitário desses visitantes efêmeros. Pierre, Note, Bainet, Moises e muitos outros mais. Todos eles têm histórias em comum. Deixaram para traz seu país, suas famílias, suas amizades, seus amores. Tudo para perseguir um sonho de sobrevivência. As poucas economias que restaram depois da catástrofe do terremoto foram investidas na missão de entrar no Brasil. Depois da passagem de milhares pela fronteira e da imposição de normativas governamentais que limitam o número de ingresso deles em território brasileiro, ainda é contínua a chegada dos haitianos na fronteira.


HAITIANOS EM IÑAPARI / PERU Hoje são mais de 50. Vivem todos juntos em uma precária casa abandonada que só tem 3 (três) quartos, serviços higiênicos em péssimas condições e sem eletricidade. O objetivo de todos é entrar no Brasil para trabalhar. Jean Cieul, perdeu o pai no terremoto, deixou o Haiti, trabalhou 2 (dois) na Republica Dominicana, 3(três) meses no Equador e investiu suas poucas economias de 3.500 dólares para chegar até a tríplice fronteira do Brasil, Peru e Bolívia. Ele demonstra desconhecimento com as novas normas de entrada no Brasil. Com o sentimento de frustação, deposita agora sua fé na presidente Dilma Roussef, e faz um apelo emocionado para que possa receber mais haitianos, “tenho certeza que o amor de mãe da presidenta, nos acolherá, seu coração vai falar mais alto. Ela é uma mãe pra gente. Fomos expulsos, nosso país está devastado e não vejo futuro nenhum lá”.


IÑAPARI / PERU A Rádio Ingtegración que transmite o sinal nos idiomas espanhol e portugues, abriu espaço em sua programação para apoiar o evento cultural.

Autoridades da Municipalidade de Inapari apoiaram a realização do Festival.


IBERIA / PERU Um ano depois e a primeira cidade depois da fronteira entre o Peru e o Brasil, distante 58 kms recebe mais uma vez o Festcineamazonia. O nome da localidade, Ibéria, remonta o tempo e a lembrança das colonizações das terras hispânicas. A transformação e evolução desta pequena cidade, é consequência da construção da estrada Transoceânica, estrada feita pelo governo brasileiro e peruano como estratégia comercial, chegar ao mercado asiático através dos portos peruanos no Oceano Pacífico. A exemplo da Amazonia brasileira, a produção de borracha em território peruano foi muito grande. Painéis coloridos e um grande monumento de um seringueiro retirando látex da árvore da fortuna, na Praça de Armas da cidade presta importante homenagem a essa época. É aqui que teremos novamente a projeção de filmes e vídeos ambientais brasileiros.

Um grande monumento do Artista Peruano, Pepe Cortizona.


IBERIA / PERU O tempo avança rapidamente e a equipe do Festcineamazonia tem tudo pronto para o início da projeção. Somos surpreendidos com um desfile muito particular feito por uma escola da comunidade. O desfile tem um colorido muito particular. Carros decorados e crianças com esculturas de papéis, iluminadas a vela dão um colorido todo especial. Uma banda de música toca uma marcha marcial que empolga as pessoas nas ruas, entusiasmo e vibraçoes desse cotidiano tão duro. A luz do projetor invade a tela, com seu reflexo descortina e joga luz nos apreensivos rostos de inúmeros telespectadores, que manifestam diversas expressões. Na platéia se destaca claramente a presença de uma mulher que traz em suas costas o seu filho envolto numa manta tecida com detalhes coloridos dos andes peruanos. Esta não é uma cena comum, já que nos encontramos na zona de selva, a Amazônia. Sua presença se intensifica, acompanhada de outros adultos e crianças, celebram o cinema com alegria.

Magia do Cinema


IĂ‘APARI / PERU "Primera que vejo um evento tan bonito que no se da muitas vezes, os apoio y que sigam por este caminho de integrar toda AmĂŠrica". Fala o Psilcologo Javier Alarcon Salazar que trabalha em o hospital San Martin de Iberia


PORTO MALDONADO / PERU

Porto Maldonado, capital da biodiversidade da Amaz么nia peruana recebeu o Festcineamaz么nia Itinerante 2012


PORTO MALDONADO / PERU Após a apresentação em Ibéria, a equipe do Festcineamazônia Itinerante resolveu viajar na mesma noite para Porto Maldonado, distante 3 horas de viagem fazendo um percusrso de 167 kms. No trajeto se observa o bom estado de conservação da Estrada, que conta com 2 postos de pedágio, ao custo de cinco soles (equivalente a 4 reais) cada um deles. , além dos inconvenientes, porém necessarios, 90 quebra molas nas comunidades por onde passa a transoceanica. A chegada a Porto Maldonado é na madrugada da mesma noite com bastante frio e neblina. A equipe do Festcineamazonia não consegue olhar a ponte que atravessa o Rio Madre de Deus, o sistema de iluminação ainda não foi concluido. A lembrança das travessias dos anos passados, movidas a precárias barcas, tem lugar agora no distanciamento das recordações. As pontes tem sempre essa sensação de união, de compartilhamento, de aliança. Depois de pernoitar no Hotel Cabana Quinta, receber o amanhecer no dia seguinte, é preciso aproveitar o tempo. As filmagens da primeira produção do Projeto de documentário sobre o poeta guerrilheiro peruano, Javier Heraud.


PORTO MALDONADO / PERU Filme documentário de Javier Heraud As lembranças do ingresso em território peruano na fronteira com o Brasil, no dia 15 de maio, se celebrava os 49 anos da morte do poeta peruano Javier Heraud. Para a equipe de documentaristas do Festcineamazonia, JurandiCosta e Daniel Oblitas, este é um compromisso ainda maior com a memória da poesia latinamericana, está no cenário e próximo as pessoas que tiveram contato os ultimos momentos de tão importante poeta. Javier Heraud foi um poeta que pertenceu a uma geração de artistas muito importantes no Peru, a chamada Geraçao de 60 de onde sairam artistas como Vargas Llosa, Arturo Corcuera, César Calvo e muitos outros. Heraud elegeu outro destino, imortalizado com sua poesia, pegou em armas e morreu defendendo o ideal socialiasta na américa latina, um Rimbaud que se deixou levar pelo ímpeto da rebeldia, queria transformer em realidade seus ideais e sonhos. A equipe de filmagem termina o dia com a sensação do dever cumprido, entrevistar personagens que fizeram parte da vida de tão importante personagem, Yo soy un río,voy bajando por las piedras anchas, voy bajando por las rocas duras, por el sendero dibujado por el viento .


PORTO MALDONADO / PERU Projeção de filmes e espetáculo de circo na comunidade Los Lomas O local escolhido para a realização do Festcineamazonia Itinerante foi na periferia de Porto Maldonado, na comunidade Los Lomas. Este bairro é desprovido de bens culturais, saneamento básico, asfalto e ausência do poder público. O parceiro para esta ação foi a ONG Los Ninos que desenvolve um trabalho sério com as crianças carentes deste bairro. Durante a tarde a divulgação foi feita pelo Palhaço Tachuelita, que mobilizou crianças e adultos. A exibição de filmes e videos aconteceu a noite com grande receptividade da comunidade.


PORTO MALDONADO / PERU

Projeção de filmes e espetáculo de circo na comunidade Los Lomas O local escolhido para a realização do Festcineamazonia Itinerante foi na periferia de Porto Maldonado, na comunidade Los Lomas. Este bairro é desprovido de bens culturais, saneamento básico, asfalto e ausência do poder público. O parceiro para esta ação foi a ONG Los Ninos que desenvolve um trabalho sério com as crianças carentes deste bairro. Durante a tarde a divulgação foi feita pelo Palhaço Tachuelita, que mobilizou crianças e adultos. A exibição de filmes e videos aconteceu a noite com grande receptividade da comunidade.


COBIJA / BOLÍVIA

As atividades do Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, foram realizadas no Brasil, Peru e por ultimo na cidade de Cobija, capital do departamento de Pando, na amazônia Boliviana.A aproximação dos países latino Americanos através do cinema é um dos propósitos do Festcineamazonia Itinerante.


COBIJA / BOLÍVIA Para essa ação foi construída uma aliança com Nación Cine, dirigida por jornalista Wilsson Asturizaga Quiroga e a Municipalidade de Cobija. As atividades, todas gratutitas, aconteceram no domingo a noite dia 20 de maio no Parque Urbano Central Pinhata. A cidade de Cobija, está situada a beira do Rio Acre na fronteira com o Brasil, tendo Brasiléia e Epitaciolândia como vizinhos, a uma altitude de 235 metros acima do nível do mar, com clima tropical e chuvoso na Amazônia boliviana. Uma particularidade desta cidade, é o fornecimento de combustível. É cena comum enormes filas nas gasolineiras. Como forma de combater o contrabando de combustível, o Governo boliviano criou rígidas regras de controle na venda de gasolina e diesel. Para comprar combustível é necessário um cadastro prévio e a emissão de uma carteirinha, limitando tanto para moto e carro o consumo de combustível. Para Wilsson Asturizaga Quiroga, director do Nación Cine, essa parceria é fundamental para o crescimento do cinema e outras atividades culturais na fronteira boliviana. O Brasil neste gesto de vir até aqui, só nos mostra que o caminho para uma nova américa é a solidariedade entre os povos .


COBIJA / BOLÍVIA

Excelente público prestigiou o Festival de Cinema Itinerante


COBIJA / BOLĂ?VIA

Transporte da Estrutura cruzando a Balsa do Rio Madeira


COBIJA / BOLÍVIA

Organizadores do Festival e Equipe Técnica


VALE DO GUAPORÉ


A Quilomboclagem Cinéfila já vai começar! Enquanto o mundo discute o futuro do planeta na Conferência Rio mais 20, o presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia lava a calçada da OAB e o desembargador Vulmar Araújo enxágua a roupa suja do precatório de 5 bilhões de reais na calçada do Tribunal Regional do Trabalho, Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis lavam a alma binacional dos ribeirinhos com ambientalismo, arte e cidadania, sacando da cartola do imaginário para as os telões lúdicos, livres e libertários o lendário Mapinguari, (sob a direção Marcos Magalhães) e a história do Calango Lengo Morte e Vida Sem Ver Água, de Fernando Miller, dentre muitas outras atrações. Eis então que de repente uma série de produções cinematográficas tomam de assalto o Vale do Guaporé – tudo monitorado de perto pelo jornalista Zola Xavier, o produtor da Caçambada Cutuba, Caçador de Alfarrábios e Subsecretário de Cultura no Estado do Rio de Janeiro, que veio conferir pessoalmente com quantos paus se faz a canoa de uma grande mostra de cinema no meio da selva onde o Brasil já foi Castelhano. É o Festival Latinoamericano de Cinema e Vídeo Ambiental levando o fomento da arte cinéfila e das brincadeiras do circo aonde o povo está. Faz parte da caravana uma série de outros produtores e diretores, agitadores culturais ávidos por mostrarem suas obras e personagens aos povos da floresta, ali onde se juntaram negros, brancos e índios na construção de uma estrutura societária secularmente tratada a ferro e a fogo pelos europeus das antigas Lusitânia e Granada. Em contrapartida histórica, a realização desse Festival assume, hoje, o status irônico de uma quilomboclagem mestiça mostrando que realmente não existe pecado do lado, debaixo, do Equador. Os homens da Companhia de Jesus é que abençoaram o pior de todos os que foram levados para aquelas barrancas: o da exploração e espoliação mercantilista. O prefeito Roberto Sobrinho disse certa vez que os munícipes de Porto Velho vivem de costas para o rio Madeira. Com o Festcineamazônia invadindo as praias tropicais ao longo do rio Mamoré, ficamos todos de frente para o frondoso vale. Não apenas para abrilhantarmos os olhos boquiabertos dos amazônidas bolivianos e tupiniquins que habitam aquelas paragens, mas principalmente para nos olharmos frontalmente, buscando no espelho reluzente e instigante da sétima arte os elementos da nossa própria identidade, neste caldeamento étnico de uma Rondônia cosmopolita, onde somos todos e não somos nada ao mesmo tempo. O circo mágico temperado por luzes, câmeras e ação pode ajudar os rondonienses e rondonianos a superar essa paradoxia. Até porque 10 mil pares de olhos já se embeveceram com as edições anteriores desse projeto e isso deixa efervescências profundas nos tecidos sociais positivamente contemplados. Com a autoridade de quem atingiu a marca de 120 horas de exibição e percorreu mais de 40 mil quilômetros em terras tantas - algumas nunca dantes visitadas por esse setor do mundo cultural -, essa mostra de cinema acabou se transformando num imenso telão montado de frente para o Brasil e para o mundo. Pena que isso não dá crédito para ver Rondônia, por um minuto de fama, ser bem falada no Jornal Nacional.


Artigo do Jornalista - Antônio Serpa do Amaral Filho

Glauber Rocha, se estivesse vivo, diria que é o maior e mais genial projeto cultural parido macunaimescamente a partir do empreendendorismo karipuna, da arte cênica inteligente e – latu senso - da produção politicamente engajada. O rondoniense já não está de costas para o rio e para o vale, posicionou-se de frente para o horizonte de uma sociedade melhor. Com uma câmera na mão, várias telas debaixo dos braços e muitas idéias na cabeça, a arte de Francis Ford Coppola e Charles Chaplin começa sua viagem na noite de hoje, a partir de Guajará-Mirim, desaguando em seguida num banzeiro de cores, imagens e argumentos que atingirá as localidades de Surpresa, Forte Príncipe da Beira, Porto Rolim e Pimenteiras, chegando às plagas quilombolas de Santo Antônio e Pedras Negras, além de aportar em várias comunidades no território da República Boliviana. Ao público serão mostradas as películas The Boléia, Peixe, Garoto Barba, Remoto Controle Remoto, A Rosa, Nas Asas do Condor, Lata, Leonel Pé-de-vento e Quilomblagem. É a chegança do documentarismo, do cinema de animação, realismo ou ficção aos olhos dos herdeiros daqueles que constituíram os Quilombos do Vale do Guaporé, os negros que vieram de longe, muito longe, em calabouços náuticos desde a grande travessia, ouvindo o barulho do mar, sentindo sede, fome, sofrendo açoite no porão, respirando o breu pestilento e aspirando a maresia. Rufem, pois, os tambores de umbanda: a quilomboclagem cinéfila já vai começar!!


GUAJARA MIRIM / BRASIL

Em comemoração ao centenário da Madeira Mamoré foi exibido o filme dinamarquês A Ferrovia do Diabo


GUAJARA MIRIM / BRASIL

Festcineamazônia lota Praça dos Pioneiros em Guajará-Mirim


GUAJARA MIRIM / BRASIL

Uma verdadeira multidão veio assistir as exibições de filmes e a apresentação do Palhaço XUXU na Praça dos Pioneiros, centro de Guajará Mirim.


GUAJARA MIRIM / BRASIL Uma verdadeira multidão veio assistir as exibições de filmes e a apresentação do Palhaço XUXU na Praça dos Pioneiros, centro de Guajará Mirim – BR, na noite de 22/06. Crianças, jovens e adultos da cidade e de outras localidades da região lotaram a praça. Pouco antes de começar as exibições foram chegando as diversas caravanas de estudantes e professores, em ônibus lotados vindas de distritos distantes e outras das escolas mais próximas caminhando pelas ruas da cidade. Com a presença do secretário de cultura e turismo de Guajará Mirim, Sr, Diego Orsini, do professor Charleston da Escola Maria Celeste, e os coordenadores do festival Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa, foi iniciada a quinta exibição do Festcineamazônia na cidade. Para o secretário Diego Orsini, esta ação cultural promovida pelo festival, tem um grande alcance social, uma vez que atinge uma população que por razões geográficas, não teriam acesso às essas manifestações. O professor Charleston registra que a escola viveu os últimos dias por conta da exibição do Festcineamazonia . Para Fernanda Kopanakis, salientou que no momento que se realiza a RIO + 20, o festival trás para as praças de comunidades distantes, como Guajará Mirim, as mensagens de humanização do planeta. Jurandir Costa mostrou a abrangência do festival que percorre vários países da América Latina, Portugal e África. Três filmes foram exibidos nesta noite, a animação O Mapinguari de Marcos Magalhães e Guy Charnaux , A Ferrovia do Diabo do diretor dinamarquês Simon Plunn, produzido no Brasil or Bill Fogtman e o outro foi The Boléia do cineasta português Ricardo Almeida que falou de seu filme. Ricardo Almeida está fazendo um documentário da itinerancia pelo Vale do Guaporé. O filme de Bill Fotman preenche às comemorações pelo centenário da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, celebrado este ano.


GUAJARÁ MIRIM / BRASIL •

O circo se fez presente com a apresentação do Palhaço XUXU, que empolgou a criançada e levou aos mais velhos suas mensagens de amor a vida, personagem vivido pelo consagrado ator Luiz Carlos Vasconcelos.


GUAYARAMERIN / BOLIVIA


GUAYARAMERIN / BOLIVIA


GUAYARAMERIN / BOLIVIA

Grande público recebe Festival de Cinema Brasileiro em Guayaramerim BOLÍVIA


GUAYARAMERIN / BOLIVIA

Festcineamazônia Itinerante emociona público na Bolívia


GUAYARAMERIN / BOLIVIA A emoção do cinema e a alegria que o Palhaço XUXU levou à criançada, proporcionadas por mais uma apresentação do Festcineamazônia na cidade Guayaramerim, lado boliviano da fronteira, localizada nas margens esquerda do Rio Mamoré em frente a Guajará Mirim (Brasil), dissipou por aqueles momentos o clima de tensão vividos pela população decorrente pelo assassinato de uma vereadora local. A praça ampla e arborizada que leva o nome do General German Busch Becerra, herói da Guerra do Chaco, que recebeu quinta segunda vez a apresentação do festival que trás na sua itinerância o gesto de integração dos povos da América Latina. A natureza deu sua contribuição para a beleza da exibição dos filmes e do Palhaço XUXU, permitindo um clima ameno e o céu aberto salpicado de estrelas moldando o cenário. Foram ocupadas todas as 300 cadeiras disponíveis para a noite além de inúmeros expectadores que ficaram nas suas motos e motorcar , um triciclo motorizado com várias famílias. A plateia formada em sua maioria por jovens e crianças tomou conta de uma faixa da rua General Frederico Roman, a principal de Guayaramerim, entre a praça e a sede da prefeitura. Abrindo a sessão Fernanda Kopanakis,uma das coordenadoras do Festcineamazônia, falou de seu prazer em estar mais uma vez nesta localidade e assim cumprir os objetivos do festival, levar cultura e a mensagem de integração dos povos da América Latina, aproveitou também, para agradecer ao secretário de cultural do município de Guayaramerim, Sr. Juan Carlos Crespo e ao comandante do terceiro Distrito Naval do Madeira, Sr. Jorge Walldo Sejas Soto.


GUAYARAMERIN / BOLIVIA A mostra começou com o filme Os Bolivianos, produção da TAL Television America Latina que espelhou as manifestações culturais bolivianas, bem traduzidas nas palavras da senhora Marta, vendedora ambulante, a película nos permitiu olharmos para si e também para nossa linda América .

Após os filmes entrou em cena para a felicidade de todos e especialmente às crianças, o Palhaço Xuxu, vivido por Luiz Carlos Vasconcelos, em sua segunda apresentação nesta cidade. Sua chegada foi de grande expectativa, trazido que foi por um motocar levando mais uma de suas surpresas ao público. Um espetáculo de alegria, interação e mensagens que levam a assistência a refletirem sobre o sentido da vida. Quando deu suas despedidas logo foi cercado por dezenas de crianças e também adultos, para serem fotografados ao seu lado.


SURPRESA / BRASIL

Festcineamaz么nia leva arte ao Vale do Guapor茅 Distrito de Surpresa


SURPRESA / BRASIL A itinerância do FESTCINEAMAZÔNIA saiu de Guayaramerim, Bolívia, às 13 horas do domingo e 24 horas depois aportou em Surpresa distrito de Guajará Mirim. As águas do Rio Mamoré à medida que a embarcação se aproxima da próxima parada, vai pouco a pouco mudando sua coloração barrenta e tornando-se de cor escura, marca inconfundível do Rio Guaporé. O barco apita avisando à comunidade de Surpresa o seu atracamento e o grande número de pessoas, crianças na sua maioria, vão se aglomerando no cais para receber o FESTCINEAMAZÔNIA. Foram mais de duzentos quilômetros de viagem. A professora Tereza Ornaghi se aproxima e dá as boas vindas em nome da população e fala do trabalho de divulgação do FESTCINEAMAZÔNIA, realizado pelas professoras locais. Tereza falou de seu agradecimento pela chegada do festival, que vai desencadear curiosidade entre as pessoas, vai ser assim um grande estímulo para o despertar do interesse da comunidade pelos seus valores . As crianças demonstravam inquietude na procura do Palhaço XUXU, conhecido por eles através dos cartazes afixados nas escolas. Segundo informou a professora o distrito de Surpresa possui uma população de cerca de um mil e seiscentas pessoas, com duas escolas públicas atendendo a alunos do ensino fundamental e médio. A luz elétrica só há bem pouco tempo é que passou a ser fornecida 24 horas por dia. Ligação com a sede do município, Guajará Mirim, só é feita através Rio Mamoré. A equipe de fotógrafos, cineastas, jornalistas, pesquisadores e o pessoal da logística saiu e como ocorre em todas as comunidades visitadas pelo festival, foi desenvolver seu trabalho registrando os aspectos humanos e naturais da região. Morador de Surpresa o artesão Vilmar Alves da Silva, capixaba de 41 anos, faz seus trabalhos com as sobras de madeiras encontras por ele, não derrubo nenhuma árvore para usar em meus trabalhos, que mostram exclusivamente os animais encontrados nesta região , afirma Vilmar. A preservação da memória da região é uma preocupação de Elias de Almeida Pereira, 37 anos, que chegou a comprar equipamentos para produzir um documentário sobre os vestígios do desaparecimento de uma tribo. Para Elias o cinema mostra através do presente um reflexo do passado . Sob um sol abrasador muitas crianças ficaram acompanhando os trabalhos de montagem dos equipamentos e alegres participaram da arrumação das cadeiras, enquanto que outras foram espalhar a notícia do espetáculo pelas casas de sua cidade, pois é desta forma que elas se referem à Surpresa lugar onde moram.


SURPRESA / BRASIL O FESTCINEAMAZÔNIA nestas longínquas localidades se mostra como um verdadeiro mensageiro da paz, da alegria e da amizade entre os povos. A apresentação da noite começou com a fala da professora Solange representando os educadores locais, e em seguida falaram os coordenadores do festival, Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa. Fernanda dedicou à apresentação em homenagem à dona Rosa Cortez, boliviana de San Joaquim Bolívia, uma das pioneiras da localidade Surpresa, que com seus 105 anos de vida faleceu recentemente. Jurandir emocionado, disse do prazer e da honra em exibir o documentário A Caçada no FESTCINEAMAZÔNIA, e, principalmente por ser em Surpresa, região em que moram os seus realizadores. O secretário de cultura da cidade de Guayaramerim, Juan Carlos Crespo, que acompanha o festival nesta itinerância pelo Vale do Guaporé, abriu a apresentação da noite com a canção de autoria do músico boliviano, Hugo Villa Nueva, em ritmo taquiri chamada SUR . Em seguida a plateia foi tomada pela magia do cinema e do circo com a exibição dos filmes: O MAPINGUARI filme de animação com direção de Marcos Magalhães; TEMPO DE CRIANÇA filme de ficção dirigido por Wagner Novais; LEONEL PÉ-DE-VENTO filme de animação dirigido por Jair Giacomini; SOLDADOS DA BORRACHA dirigido por Cesar Garcia Lima e o documentário KA WAYI MOA ( A CAÇADA) dirigido por Genilson Minai Cao Oro Waje, que mostra o ritual dos indígenas Wari. O documentário foi produzido pelo francês Noé e teve como produtor de elenco o paraguaio Urbano Palácio que atualmente mora na Itália, que tomaram conhecimento da passagem do FESTCINEAMAZÔNIA na região, através de contato pela internet com Jurandir Costa coordenador do festival. A assistência foi levada à emoção quando viram pessoas suas conhecidas na tela, mostrando com o olhar dos próprios índios às realidades que os cerca. Após a exibição foi longamente aplaudidos por todos. O Palhaço XUXU entra em cena vindo pelo meio do público, suas brincadeiras irreverentes logo tomam conta do público. Mas XUXU, como ele mesmo diz, só fala a verdade, tanto é assim que em dado momento do espetáculo tira do paletó, um papel colorido despertando curiosidades a todos. XUXU ler a Declaração do Riso da Terra tirada em um encontro de palhaços do mundo inteiro realizado na cidade de João Pessoa: Cultivemos o riso, mas não um riso que discrimine o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes. Cultivemos o riso para celebrar as nossas diferenças. Um riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso. Enquanto rirmos estaremos em paz . Desta forma o FESTCINEAMAZÔNIA itinerante se despede de mais uma comunidade de nossa América e segue rumo ao Forte Príncipe da Beira e demais comunidades do Vale do Guaporé até Pimenteiras.


FORTE PRINCIPE DA BEIRA/ BRASIL

O local escolhido para a apresentação do festival foi em frente ao portal da Fortaleza, na área plana do fosso que circunda a construção. A plateia composta de moradores locais e de Costa Marques, sede do município e de outras pequenas povoações da região.


FORTE PRINCIPE DA BEIRA/ BRASIL Às margens do Rio Guaporé, o Forte Príncipe da Beira é um marco do Brasil Colônia na fronteira com a Bolívia. Obra iniciada em 1776 contou com a mão de obra de indígenas e escravos africanos. Para quem passa pelas águas calmas do Rio Guaporé, o Forte de cor avermelhada, sobressai do alto do barranco. No século XIX o local serviu de presídio para presos políticos. A Fortaleza deve sua conservação à atuação dos militares do Pelotão Especial de Fronteira, que se autodenominam de Sentinelas do Guaporé . Para visitá-lo é necessário pedir autorização ao comando do quartel, sendo os visitantes acompanhados por soldados. No vilarejo desenvolvido no entorno do Forte, tem além do quartel militar, uma escola, a sede Associação Quilombola do Forte, filiada à Federação das Associações Comunitárias e Quilombolas do Vale do Guaporé, onde funciona uma pequena biblioteca chamada de Arca das Letras . A secretária da Associação, Laís Miriam dos Santos, falou da luta desenvolvida pelos quilombolas para obterem o reconhecimento, que veio somente em 2005. Para os moradores locais, o Rio Guaporé é a via que os liga ao mundo, pois seus únicos três telefones públicos, chamados orelhões , raramente funcionam. Contando com as presenças do comandante do Pelotão Especial de Fronteira, Ten. Hermani Duarte da Costa, do secretário de cultura da cidade de Guayaramerim, Juan Carlos Crespo, que acompanha o festival pelo Vale do Guaporé, da secretária de educação de Costa Marques, Cilene Barreto, da presidente da Associação de Mulheres do Forte Príncipe da Beira, Valderez Dias e doscoordenadores do FESTCINEAMAZÔNIA, Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa, é iniciada mais uma apresentação do FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE que continuará subindo o Rio Guaporé até a cidade de Pimenteiras. Uma plateia de olhos brilhantes de curiosidade é tomada pela magia do cinema e do circo, começando com os filmes: O Mapinguari direção de Marcos Magalhães; Tempo de Criança -direção de Wagner Novais; Leonel Pé-De-Vento – direção de Jair Giacomini; Calango Lengo Morte e Vida Sem Ver Água – direção de Fernando Miller; Pajerama – direção de Leonardo Cadaval finalizando com Soldados da Borracha – direção de Cesar Garcia Lima. Depois dos filmes o Palhaço XUXU assume o picadeiro e com suas brincadeiras contagia toda a plateia. XUXU que é um palhaço que só fala a verdade e sempre deixa suas mensagens em defesa da natureza e a harmonia entre os homens. É nesse clima que o FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE termina sua apresentação no Forte Príncipe da Beira, e, segue subindo o Rio Guaporé por mais outras sete cidades brasileiras e bolivianas.


FORTE PRINCIPE DA BEIRA/ BRASIL

Fortaleza Portuguesa construida em 1776


FORTE PRINCIPE DA BEIRA/ BRASIL

De Costa Marques vieram em caravana estudantes, Professores e população em geral


BUENA VISTA / BOLIVIA

Uma das inúmeras comunidades desprovidas de atividades culturais encontradas ao longo do Rio Guaporé


BUENA VISTA / BOLIVIA Buena Vista localidade boliviana às margens do Rio Guaporé, tem todas suas habitações erguidas por sobre palafitas. Distrito de Magdalena na província do Beni, conta com uma população com pouco mais de 150 habitantes. Por aqui segundo uma moradora que está na localidade há mais de vinte cinco, nunca viu passar nenhuma atividade cultural pelo local. Juan José Salvaterra, 45 anos, casado com uma brasileira, lembra que assistiu um único filme na sua vida, na distante cidade de Santa Cruz de La Sierra. O FESTCINEAMAZÔNIA em sua ITINERANCIA que faz pelo Vale do Guaporé, preenche esta lacuna trazendo o cinema e a atividade circense pela primeira vez para a localidade. Como acontece a cada cidade que recebe o FESTCINEAMAZÔNIA INTINERANTE, a equipe de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas saem registrando suas manifestações culturais e atividades de seus moradores em defesa do meio ambiente. Reinaldo Leite Campos, paranaense de 54 anos que vive da pesca e luta para conservar esta água limpa que não é qualquer lugar que se tem encerra assim sua critica ao turismo predatório que só vem para deixar lixo . Na visão do artista plástico Homero Santos de 38 anos, há no Rio Guaporé o que ele chama de as ilusões da beira do Guaporé , e explica: As vezes você vai passando e avista uma pessoa na margem, mas quando chega perto percebe que é um resto de alguma árvore . O respeitável público recebeu com alegria o Palhaço XUXU, que com suas brincadeiras cativaram não apenas as crianças mas também os adultos. O Palhaço XUXU deixa sempre em suas apresentações palavras de estímulos a preservação do meio ambiente, da paz e harmonia dos povos. O Festcineamazônia Itinerante já se apresentou em Guajará-Mirim (Brasil) dia 22 de Junho, Guayaramerim (Bolívia) 23 de Junho, Surpresa (Brasil) 25 de Junho, Forte Príncipe da Beira 27 de Junho, Buena Vista (Bolívia) 28 de Junho. As próximas localidades que recebem o projeto são: Santo Antônio do Guaporé, 30 de Junho, Versalles (Bolívia) dia 1 de Julho, Quilombo de Pedras Negras, 2 de Julho, Mateguá (Bolívia) 3 de Julho, Porto Rolim, 4 de Julho e encerrando as atividades no município de Pimenteiras 6 de Julho, na Praça dos Quilombolas.


BUENA VISTA / BOLIVIA A abertura da atividade da noite do FESTCINEAMAZÔNIA em Buena Vista – BO, foi com a fala do comandante da armada, Ten. Jair Tancara Panuzo, do Subalcaide municipal de Buena Vista, Santiago Ulloa Nunes, do secretário de cultural da cidade de Guayaramerim – BO, Juan Carlos Crespo e dos coordenadores do FESTCINEAMAZÔNIA, Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa. Em seguida foram exibidos os seguintes filmes: O MAPINGUARI direção de Marcos Magalhães; LEONEL – PÉ – VENTO direção de Jair Giacomini; CALANGO LENGO MORTE E VIDA SEM VER ÁGUA direção de Fernando Miller.


BUENA VISTA / BOLIVIA Comunidade desprovida de bens culturais


SANTO ANTONIO / BRASIL

Festcineamaz么nia Itinerante pelo Vale do Guapor茅 chega ao Quilombo de Santo Ant么nio


SANTO ANTONIO / BRASIL Subindo o Rio Guaporé o FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE chega à comunidade Quilombola de Santo Antônio. As famílias já estavam aguardando o festival, mobilizadas pelos cartazes afixados dias antes pela equipe de pré-produção. A decadência em que se encontra Santo Antônio é visto logo na chegada, demarcada por uma casa em ruínas onde funcionava a escola local, como também pode-se ver na Casa de Farinha. A chegada do FESTCINEAMAZÔNIA é vista com esperança por todos moradores, uma oportunidade de serem ouvidos em seus dramas, decorrentes pela luta em garantir a terra em que viveram seus antepassados. Uma asfixia deliberada pelo estado, os impede de plantarem suas roças em áreas maiores, onde possam ter uma produção para além de suas subsistências. Seu Epifânio Lopes Calazans, 75 anos, um dos sobreviventes do Quilombo, vive sozinho em sua casa e para afastar sua melancolia busca a viajar pela região visitando seus contemporâneos. Dona Vilma Maciel Machado, 53 anos, resume assim os descasos vividos pelas crianças, desativaram a escola obrigando às crianças a percorrem mais de duzentos quilômetros, por barco e ônibus, até a sede do município São Francisco do Guaporé. Elas saem às 10 horas e voltam exaustas às 19 horas, quase todas já dormindo. Um verdadeiro crime . A magia e o encantamento da sétima arte toma conta do público com as exibições dos filmes, MAPINGUARI direção de Marcos Magalhães, LEONEL PÉ DE VENTO direção de Jair Giacomini, CALANGO LENGO MORTE E VIDA SEM VER ÁGUA direção de Fernando Miller e o documentário QUILOMBAGEM dirigido por Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis, onde é retratado os dramas vividos pelos Quilombolas de Santo Antônio e Pedras Negras. Para a quase totalidade dos moradores é a primeira vez que assistem a um cinema. Em seguida sob as mangueiras onde foi armado o picadeiro, entra o Palhaço XUXU saindo do meio da floresta. Suas irreverências e assertivas sobre o meio ambiente e a harmonia entre os povos, são entremeadas pelas brincadeiras que contagiam a todos. O FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE pelo Vale do Rio Guaporé, depois de se apresentar nas cidades de Guajará Mirim – BR, Guayaramerim – BO e as comunidades de Surpresa – BR, Forte Príncipe da Beira – BR, Buena Vista – BO e Quilombo de Santo Antônio – BR, segue pelas comunidades de Versalles – BO, Quilombo de Pedras Negras – BR, Mategua – BO, Porto Rolim – BR e no dia 04 de julho encerra a itinerancia na cidade de Pimenteiras – BR.


SANTO ANTONIO / BRASIL Quilombo de Santo Ant么nio, comunidade que tende a desaparecer do mapa.


VERSALLES / BOLIVIA

Festcineamazônia Itinerante depois de nove dias subindo o Rio Guaporé chega a Versalles - Bolívia


VERSALLES / BOLIVIA A sétima localidade a receber o Festcineamazônia em sua itinerância pelo Vale do Guaporé, Versalles uma comunidade boliviana pertencente ao município de Magdalena – Beni, com construções exclusivamente de madeira com cobertura de palha, localizada na margem esquerda do Rio Guaporé, faz parte da Reserva Parque Departamental de Itenez . A via fluvial é a única alternativa de deslocamentos para os seus habitantes, pois a estrada que passa pelo meio da reserva foi abandonada. Eles não querem sua reativação, temendo danos ao meio ambiente, essa consciência ecológica está inscrita na placa que saúda seus visitantes: BENVENIDOS A VERSALLES DESFRUTE DE NUESTRA NATUREZA Y RESPETE NUESTRO MEDIO . A beira do rio é utilizado pelas lavadeiras, que, com suas pranchas de madeira oferecem aos que chegam a Versalles imagens impactantes. O espaço também é utilizado pelos moradores para seus banhos diários, e desta forma transforma-se em um ambiente de agregação comunitário. Sua economia que tinha como principal atividade a agricultura, agora está se voltando para o Ecoturismo, uma opção que se abre para sua população com a construção de um hotel e com a atividade de guias para os visitantes da reserva. Mas Versalles ainda guarda sua tradição no ofício de construção de embarcações, uma atividade de referência para todo o Vale do Guaporé, empregando cerca de dez por cento de sua mão de obra ativa. Chama a atenção a todos que chegam em Versalles seu estaleiro ao ar livre, localizado sob uma imensa e frondosa árvore, que, segundo Ismael Vasquez Lopez, 51 anos, o mestre carpinteiro do estaleiro de Taruma. Para Ismael, que só foi uma vez ao um cinema, a vinda do FESTCINEAMAZÔNIA é um estímulo à proteção da natureza, não apenas para as crianças mas para os adultos também .


VERSALLES / BOLIVIA Lola Salvaterra Cuellar, 48 anos, professora da escola local, resume a passagem do Festcineamazônia Itinerante como uma mensagem que nos leva a uma reflexão sobre a necessidade de integração latino americana, principalmente com os países que compõem a bacia amazônica . Como tem ocorrido em todas as localidades as crianças fazem a festa com a chegada do FESTCINEAMAZÔNIA Itinerante, em Versalles não foi diferente. Muito alegres e curiosas ficam sempre por perto das equipes de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que percorrem a localidades registrando as manifestações culturais e o dia a dia da comunidade. O Palhaço XUXU é sua grande atração.


PEDRAS NEGRAS / BRASIL

Pedras Negras a mais importante comunidade Quilombola no Vale do Guapor茅 recebe o Festcineamaz么nia


PEDRAS NEGRAS / BRASIL Pedras Negras é uma reserva biológica pertencente ao município de São Francisco do Guaporé, que depois de anos de luta hoje vive hoje um clima de otimismo. A equipe do Festcineamazônia Itinerante ao chegar na localidade, deparou-se com uma estrutura não encontrada em nenhuma outra da região. Sua economia que originalmente se baseava exclusivamente na extração da castanha, hoje a comunidade Quilombola de Pedras Negras conta com uma central de energia elétrica, duas escolas, telefones públicos, algumas ruas posteadas com luminárias, um campo de pouso para pequenos aviões, duas pousadas, uma sorveteria, bares, serviços de pescarias esportivas. Além dessas atividades possui uma beneficiadora de mandioca para o fabrico de farinha e polvilho. Mesmo com esse crescimento, Pedras Negras recebe o Festcineamazônia com grande curiosidade, justificada pelo desconhecimento da sétima arte por grande parte de sua população. Para Sr. Sebastião Ferreira Coelho, 44 anos, que nunca foi a um cinema, perguntado logo após as exibições da noite, afirmou é muito diferente da televisão, parece que a gente faz parte do filme . O local escolhido para se montar a arena, foi em um elevado na frente de uma antiga igreja, de lá se descortina o grande e mágico Rio Guaporé. Noite com temperatura amena, céu estrelado e uma lua cheia a clarear a paisagem já com as cadeiras, o palco e telão. Dentre os filmes exibidos na programação da noite, o documentário Quilombagem dirigido por Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa, foi recebido pela comunidade com especial expectativa, o documentário realizado há seis anos, mostra a luta pela posse da terra desenvolvida pelos descendentes afro-brasileiros, muitos dos quais com parentes na plateia.


PEDRAS NEGRAS / BRASIL Após as exibições dos filmes, foi a vez da magia do circo com o Palhaço XUXU. Um palhaço que nos remete às memórias da infância, revelando o lado risível dos homens. O Palhaço XUXU deixa em todas as suas apresentações mensagens em defesa da natureza, e a harmonia entre os povos.


MATEGUA / BOLIVIA A programação da noite teve a participação especial da moradora Daniela Mayra, que presenteou a todos com a canção Viva Santa Cruz de Gladis Moreno, acompanhada pelo violão de Juan Carlos Crespo, secretário de cultura da cidade boliviana de Guayaramerim que acompanha o Festcineamazônia em sua itinerância pelo Vale do Guaporé.


MATEGUA / BOLIVIA O Festcineamazônia chega a Mategua comunidade boliviana que vive na margem esquerda do Rio Guaporé, depois de ter visitado oito outras comunidades. Dividida entre dos grupos culturais diferentes, a população nativa e os que se deslocaram dos Andes, conhecidos por amazônicos e Colhas respectivamente. Sua principal atividade econômica é a extração da castanha, que já teve seu tempo áureo, hoje sua renda é suficiente apenas para a subsistência da comunidade. Uma incipiente atividade agrícola com algumas plantações de mandioca, milho, feijão e arroz complementada com a pesca da tartaruga e peixes garante a alimentação de sua população. Mategua se encontra dentro da Reserva Biológica do Parque Ambiental do Baure. Apenas duas pessoas possuem habilitação para exercerem o voto e nenhum de seus jovens tem certificado de alistamento militar, o que os impossibilitam de trabalharem como guarda florestal na reserva biológica do Parque Ambiental do Baure. Uma comunidade sem cidadania. Não há energia elétrica nem posto de saúde na localidade, a escola com apenas um professor encontra-se em ruínas, o ambiente é desalentador o que não os impediu de ter gestos de extrema fraternidade com a equipe do Fesrcineamazônia. Fato que se revelou emblemático com o gesto do morador de origem andina, Domingos Morales Morales, que ao ser perguntado quanto custava os pães, fabricados com farinha de mandioca e arroz, ele respondeu o que sua consciência falar, o que você acha que deve pagar você paga . A cada comunidade visitada ao longo da itinerância, há sempre uma partida de futebol, e, em Mategua não foi diferente. Uma descontração que aproxima a todos.


MATEGUA / BOLIVIA

O telão foi armado às margens do grande Rio Guaporé para a projeção dos filmes ao ar livre, tendo como cenário a floresta refletida no rio pela luz da lua cheia. Aos poucos foram chegando crianças e adultos em grande número, ao se iniciar a exibição todas as cadeiras já estavam ocupadas .


PORTO ROLIM / BRASIL

Expans達o da atividade agropastoril prenuncia conflito ambiental na regi達o


PORTO ROLIM / BRASIL Depois de percorrer mais de 1.400 km subindo o Rio Guaporé e visitado nove comunidades brasileiras e bolivianas, o Festcineamazônia Itinerante chega a Porto Rolim de Moura. A localidade vive um clima de conflito latente. A expansão da atividade agropastoril está levando os proprietários de terras a questionarem o caráter sustentável da Reserva Biológica de Corumbiara. A pesca predatória é outra atividade econômica a se somar a esse contexto. O barco chega e logo sua população de pouco mais de mil habitantes, vão se movimentando entorno da equipe de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas. A escola tornou-se ponto de apoio da equipe e o principal difusor do Festcineamazônia. Suas salas são decoradas com gravuras de plantas e animais da região, dando aos alunos o ambiente propício às mensagens em defesa do meio ambiente. A escola Ana Nery foi escolhida para a exibição dos filmes e da apresentação do Palhaço XUXU. A professora Rosangela Lopes dos Santos, 38 anos, há 12 anos na escola, nos falou que é a primeira vez que ela irá ver um cinema de verdade e acrescenta que o mais próximo fica a uma distância de 200 km, em outro município. A noite, com o ginásio lotado, é iniciada a exibição dos filmes, que para o professor Valdere Quintão, diretor da escola vem preencher uma grande lacuna, pois a comunidade é totalmente desprovida desse tipo de manifestação, principalmente em se tratando de suas mensagens em defesa da natureza, só temos a agradecer ao Festcineamazônia , encerra Valdere.


PORTO ROLIM / BRASIL Para a alegria das crianças entrou em cena o Palhaço XUXU, a primeira nessa Itinerância dentro de um ginásio com o público formado em grande maioria pelos alunos da escola. XUXU como sempre acontece chegou de modo inusitado, já desde logo causando impacto na criançada.


PIMENTEIRAS / BRASIL

Pimenteiras do Oeste – BR última parada do Festcineamazônia Itinerante pelo Vale do Guaporé Depois de percorrer mais de mil e quatrocentos quilômetros subindo o Rio Guaporé, visitando outras dez comunidades, desde a cidade de Guajará Mirim – BR, indo de uma margem a outra do rio, como que costurando os dois lados pelo fio da cultura e integração latino americana, o Festcineamazônia em sua itinerância pelo Vale do Guaporé, chega a sua última parada na cidade de Pimenteiras do Oeste – BR.


PIMENTEIRAS / BRASIL Recebido com carinho e atenção pela municipalidade e sua população, a equipe de fotógrafos, cinegrafistas, jornalistas e o pessoal de apoio do Festcineamazônia, percorreram a cidade buscando registrar o cotidiano de seu povo, sua cultura, seus dramas e suas belezas naturais. Encontramos a jovem Aline, 12 anos, estudante da 8ª série, que nos afirmou nunca ter ido a um cinema, o mais próximo fica a mais de duzentos quilômetros. Descendente dos Quilombolas do Vale do Guaporé se mostrou consciente de sua condição por conta dos ensinamentos que recebeu de seus pais, também da mesma origem. Ana Claudia, 16 anos, estudante do 2º ano médio, resumiu assim a sua expectativa, sou apaixonada por arte cênica, não poderia deixar de vir a uma oportunidade dessa, a primeira em nossa cidade. Gostei muito! . Antes do início da exibição dos filmes usaram a palavra à secretária de educação e cultura de Pimenteiras, Sra. Kelly Regina, a agente cultural Vanderlice Serrate e os coordenadores do Festicineamazônia, Fernanda Kopanakis e Jurandir Costa. Fernanda agradeceu o apoio por parte das autoridades municipais e da população, e também de toda a equipe do Festcineamazônia, estamos felizes ao encerrar essa itinerância pelo Vale do Guaporé, aqui em Pimenteira do Oeste, com essa recepção calorosa nesta praça que leva o nome Quilombola às margens desse lindo rio. Pudemos dialogar nessa itinerância pelo Vale do Guaporé, desde a cidade de Guajará Mirim, com as comunidades brasileiras e bolivianas de ambas as margens do Rio Guaporé, levando arte, consciência ambiental, e, contribuindo desse modo, com uma maior interação com os nossos irmãos latinos americanos. Esperamos voltar no próximo ano, obrigada a todos .


PIMENTEIRAS / BRASIL Em seguida, num gesto de integração latino americana, o secretário de cultura da cidade boliviana de Guayaramerim - BO, Juan Carlos Crespo, que acompanha o Festcineamazônia desde sua cidade, o Bôto do Guaporé como ficou conhecido, alegrou a todos com seu violão cantando canções da região do Guaporé.


PIMENTEIRAS / BRASIL Logo em seguida o clima foi tomado pela expectativa da chegada do Palhaço XUXU, centenas de crianças inquietas a se movimentarem em busca da direção por onde viria XUXU.

Alegria total na Praça Quilombola. Todas as cadeiras disponíveis foram ocupadas por adultos e crianças, num público de mais de seiscentas pessoas para uma população de pouco mais de mil e quinhentos habitantes.


EQUIPE ITINERANTE

Direção Geral: Jurandir Costa Produção Executiva: Fernanda Kopanakis


Realização:

www.cineamazonia.com/itinerante


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