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Parceiros do Cinema
Agradecimentos
2008 é um marco para o FestCine Amazônia. Após 6 anos de existência, o Festival, que já conquistou muitas vitórias para a cultura e para o meio ambiente, conquista a itinerância. O apoio dos patrocinadores foi decisivo para que o sonho se realizasse. Eles entenderam a importância, ampliar a abrangência do evento no Estado e fora dele. Percorremos Rondônia de ponta a ponta. O cinema chegou aos ribeirinhos. Fomos de Guajará à Vilhena. Atravessamos as fronteiras. Chegamos as capitais da Região Norte. Estivemos em 3 cidades do Peru: Yñapari, Cusco e Porto Maldonado. Na Bolívia, em Guayará, Cachuela Esperanza e Riberalta. Cali, na Carlos Levy Fernanda Kopanakis Jurandir Costa Colômbia, também recebeu o Festival. Ao todo, mais de 100 horas de filmes exibidos. Milhares de quilômetros percorridos. De avião, barco, de carro. Estradas esburacadas. Atoleiros. Carros quebrados. Na Cordilheira dos Andes – Peru, passamos por estradas consideradas as mais perigosas do mundo. Nossa jornada foi, por algum tempo, interrompida. Choveu demais e os carros não podiam atravessar. Mas nada desanimou a equipe. Ao todo mais de 20 pessoas, entre jornalistas, produtores locais, cinegrafista, fotógrafo, equipe de montagem, produção, eletricistas, diretores, motoristas, comandantes de embarcações. O FestCine Amazônia chegou lá. Exibiu, para mais gente, o seu acervo de filmes. Levou através da magia do cinema, a reflexão. Platéias tão diferentes, impactadas pela mesma emoção. Todas convidadas ao engajamento pela defesa da vida, pela preservação da esperança. Os Organizadores agradecem. Pela acolhida que o Festival teve em todos os lugares. Às pessoas anônimas que abriram os braços para o cinema, o coração e a mente para a causa ambiental. Obrigado a vocês pela troca. O Festival retorna ao ponto de origem mais sábio, mais mundo, mais chão. Os organizadores agradecem. De novo aos patrocinadores e apoiadores. Mecenas que tornaram possível essa saga digna de cinema e do cinema. Com certeza, o maior projeto Cultural que Rondônia já produziu. Um dos mais importantes do Norte Brasileiro. Hoje, já reconhecido nacionalmente. E agora o FestCine Amazônia está se internacionalizando, na melhor acepção da palavra. A causa ambiental precisa mesmo ganhar o mundo. Pelo caminho da Itinerância fomos colhendo imagens, sensações, experiências, sementes que em breve darão seus frutos. Livros, filmes...Produções que ajudaram a cultivar o ideal que nos une e reúne numa sala de cinema, numa escola ou numa praça. O ideal de manter viva e verdejante a esperança. Muito obrigado!
XAPURI / ACRE SEMANA CHICO MENDES Dezembro de 2007
A
Semana Chico Mendes (15 a 22 de dezembro), evento que há 20 anos lembra a trágica morte do líder sindical e ambientalista, reuniu uma série de atividades e eventos envolvendo entidades não-governamentais e instituições públicas em Xapuri, Rio Branco e Brasília. A memória da luta de Chico Mendes continua viva em cada ação de respeito à floresta e aos seus moradores, bem como a cada semente plantada. Assim, ele permanece vivo em corações e mentes; nas pessoas que se preocupam com a qualidade de vida do planeta. A semana Chico Mendes 2007 abriu as homenagens ao respeitado ambientalista, cujo assassinato completa 20 anos em 2008. Um dos eventos mais aguardados foi a mostra de cinema e vídeo do FestCine Amazônia Itinerante, com a exibição dos trabalhos apresentados na 5ª Edição do Festival. Os filmes e vídeos foram apresentados dentro do projeto Cinema na Praça, juntamente com a equipe do Anima Mundi e IBM, em uma grande tela de cinema, atraindo muita gente para as exibições. A programação completa da Semana Chico Mendes pode ser conferida na página do Comitê, no endereço http://www.chicomendes.org .
FESTCINE AMAZÔNIA ITINERANTE MUNICÍPIO DE PORTO VELHO, BAIRROS, DISTRITOS DE JACI PARANÁ, UNIÃO BANDEIRANTES, MUTUM PARANÁ, ABUNÃ, FORTALEZA DO ABUNÃ, EXTREMA e NOVA CALIFÓRNIA O FestCine Amazônia Itinerante retornou em março, de forma intensa, com atividades levadas a diversos distritos e comunidades no eixo da BR 364, sentido Rio Branco (AC). A proposta da itinerância é a socialização do cinema, levando o bem cultural a um maior numero de platéia, tais como as comunidades ribeirinhas, muitas sem nunca terem tido acesso ao prazer da magia da sétima arte.
JACI PARANÁ cinema pé na estrada
Porto Velho tem uma área de 54.016 km², e a equipe do Festival percorreu de ponta a ponta o município. O projeto Festcine Amazônia Itinerante é pioneiro em levar audiovisual a tanta gente. Jaci-Paraná está distante 75 km da capital Porto Velho, e o acesso é feito através da BR-364 que liga Rondônia ao Acre. A exibição aconteceu numa tenda de circo montada em frente ao principal estabelecimento de ensino do distrito, a Escola Vicente Rondon, no dia 12 de março de 2008. Mesmo com a forte chuva que caiu na ocasião, o público de mais de 250 pessoas da comunidade permaneceu assistindo as películas ambientais.
UNIÃO BANDEIRANTES um rio no caminho do cinema O segundo distrito visitado pelo projeto da Itinerância foi União Bandeirantes, localizado numa área de proteção ambiental. O acesso é feito por estrada de terra. A localidade não tem luz elétrica, nem água potável. Vive uma intranqüilidade jurídica, quanto à permanência das famílias naquela região. Para que a projeção acontecesse, alguns obstáculos tiveram que ser superados. O tráfego de carros pelo único acesso a Bandeirantes uma estrada de chão - foi interrompido. A Van, que conduzia parte da equipe, permaneceu ilhada, do outro lado do rio. A equipe do Festival foi obrigada a seguir viagem na carroceria do caminhão que transportava tenda, cadeiras, equipamentos de projeção e sonorização. A chuva parou pouco antes da projeção começar, e a água insistia em permanecer tal qual um riacho em meio à platéia; entre as cadeiras, um pequeno córrego se formou, no entanto nada impedia que os populares arredassem pé do local. Um gerador de energia elétrica foi transportado de Porto Velho até a localidade, o que permitiu que a sétima arte levasse sua magia a uma especial platéia naquela noite. O local escolhido para a exibição foi em frente à Rodoviária, no dia 13 de março de 2008. A comunidade de União Bandeirantes é formada por trabalhadores da agricultura, extração de madeiras, pecuária leiteira e de corte. Na manhã seguinte, após a projeção dos filmes, a equipe do Festival documentou pessoas trabalhando na lavoura. Eram as mesmas personagens que haviam experimentado pela primeira vez a magia do cinema. E o mais emblemático é que eram produções ambientais.
MUTUM PARANÁ o cinema na linha do trem A equipe do Festival, depois da experiência por estrada de grandes atoleiros, volta ao asfalto. Mutum Paraná é mais um distrito de Porto Velho que já viveu tempos áureos. Primeiro com a produção de borracha: a localidade era parada obrigatória da legendária Madeira-Mamoré, ferrovia construída para o transporte da borracha da Bolívia para o Brasil. Num segundo momento, o ciclo econômico mais importante foi a extração de ouro do Rio Madeira, por meio de dragas. A comunidade guarda lembranças nada agradáveis da época. A maioria diz que o ouro só trouxe desgraça e morte para a localidade. Neste momento Mutum vive um momento de euforia. A especulação imobiliária e econômica trouxe de volta para a região alguns aventureiros. Duas grandes hidrelétricas serão construídas no Rio Madeira, Santo Antonio e Jirau. E como todo grande empreendimento atrai a cobiça, teme-se pelo fim do sossego na região. O território habitável do núcleo urbano será totalmente inundado pelas águas represadas do Rio Madeira. Parece não haver muita preocupação pelo impacto local, já que prevalece a vontade globalizada, a de gerar energia para abastecer o eixo industrial do Brasil: Rio - São Paulo. Em Mutum a tenda do Festival foi montada no centro da comunidade, atraindo a atenção de todos, e, em especial, de crianças. Para muitos, ir pela primeira vez ao Cinema foi um prazer raríssimo. Muitos tiveram oportunidade de conhecer um pouco do Estado, por meio de produções que retratam não somente a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, mas outros fatos que fazem a História de Rondônia.
ABUNÃ
15 de março de 2008, sábado. Quarto distrito visitado, Abunã também está intimamente ligado à Ferrovia Madeira Mamoré. Moradores mais antigos lembram com um certo saudosismo o apito da velha "Maria-fumaça", que ligava Porto Velho a Guajará-Mirim. O filme A Ferrovia do Diabo, incluído na programação, emocionou muita gente. A maioria dos moradores de Abunã sobrevive da extração de produtos da floresta. A época tensa do garimpo passou não deixando saudades. Novos empreendimentos esboçam um tempo de progresso. Um complexo frigorífico está em construção, é temporada de abater bois. A chuva, que insistia em cair durante toda a tarde, pára; é hora então de mostrar mais uma película à comunidade quase esquecida de Abunã.
FORTALEZA DO ABUNÃ
Domingo, 16 de março. A equipe do Festival cruzou a balsa do Rio Madeira e seguiu caminho rumo à Fortaleza do Abunã, uma pequena comunidade formada inicialmente por trabalhadores vindos do Nordeste brasileiro para a exploração da borracha nos seringais da região. A localidade tem forte ligação com o Acre, o Rio Abunã faz a conexão dos povos. Os primeiros moradores confirmam, através de relatos, a dura vida no seringal. Os traços da arquitetura do lugar resistem ao tempo. A paisagem característica, marcada por grandes pedras, confunde-se com as casas construídas sobre elas. A projeção, numa tela ao ar livre, aconteceu na noite de domingo, com a presença de muitas crianças. Como pano de fundo, o Rio Abunã.
EXTREMA
Segunda-feira, 17 de março. Com uma equipe de dezesseis pessoas, o Festival chegou a Extrema e exibiu filmes na quadra coberta, o que possibilitou a presença de uma grande platéia. A Jornada Cultural é composta de técnicos em sonorização, cinegrafista, fotógrafo, motorista, técnicos de montagem e projeção, além de produtores e diretores. O que tem surpreendido os organizadores do Itinerante é o envolvimento das comunidades locais, estudantes e professores. "Isso mostra o quanto o Festival precisa trabalhar neste processo de formação de platéia para o cinema brasileiro. O que se percebeu também foi a falta de envolvimento do poder público nas questões culturais dos distritos de Porto Velho", enfatizou um dos coordenadores do Festival, Carlos Levy.
NOVA CALIFÓRNIA
Exibição terça-feira, dia 18 de Março. O distrito de Nova Califórnia é a ultima localidade do eixo da BR- 364, e faz fronteira com o Estado do Acre. A exibição aconteceu na quadra da escola da localidade, onde mais 600 pessoas marcaram presença para a sessão. O apoio e mobilização da Secretaria de Educação do Município de Porto Velho (Semed), e também de escolas da Rede Estadual de Ensino foi de grande ajuda. A população é formada, em sua maioria, por pessoas que migraram principalmente do Sul do país. Aqui trabalham com agricultura, pecuária e em regime de cooperativismo desenvolvem um projeto chamado Reca, que consiste em reunir pequenos produtores preocupados com a manutenção da floresta. A experiência do Reca já é aplicada em vários municípios brasileiros. A economia de consórcio florestal tem dado certo, pois permite que famílias com pequenas propriedades preservem o meio ambiente e busquem a sonhada sustentabilidade econômica com o implemento de sistemas agro-florestais.
BAIRROS DA CAPITAL PORTO VELHO
Bairros da capital Porto Velho receberam seis sessões do Festcine Amazônia. Bairro Floresta Bairro Nacional Bairro JK Bairro 4 de Janeiro (3 sessões)
FESTCINEAMAZÔNIA ITINERANTE DESCE RIO MADEIRA
Na tarde do domingo (23) de março, a equipe do FestCine Amazônia Itinerante, a bordo do barco "Deus é amor", desceu o Rio Madeira. Num total de vinte horas de viagem, deu início a mais uma etapa da jornada cultural, com exibições em São Carlos, Nazaré, Calama e Demarcação. São comunidades que não têm acesso a eventos culturais, e o FestCine cumpre o objetivo de levar o Cinema para estas camadas sociais.
SÃO CARLOS, distrito banhado pelo rio madeira Com a base do Festival montada neste distrito, a exibição aconteceu na segunda-feira, dia 24 de março. A mobilização e a divulgação, durante todo o dia, contaram com o apoio da Semed, interessada em envolver os estudantes destas localidades em eventos desse tipo.
NAZARÉ
No distrito de Nazaré, a exibição aconteceu no Armazém Clube. A equipe do Itinerante contou com a colaboração de Francisco de Assis, o Gim; Ele divulgou o evento junto à comunidade local que prestigiou as sessões. Na platéia, a presença de alguns integrantes do grupo musical Minhas Raízes.
CALAMA
O Festcine Amazônia Itinerante passou um dia em cada localidade do Baixo Madeira. A programação contou com três horas de exibição de filmes e vídeos que compõem o acervo do Festival. O FestCine Amazônia Itinerante apresenta ainda vídeos como "São Carlos do Jamari", de Alejandro Bedotti e dois trabalhos de Jurandir Costa: "Marcas da Amazônia" e "Na beira do Rio Madeira", ambos realizados há dez anos nesta mesma região. Foi uma forma de resgatar essa produção audiovisual e exibir para os próprios moradores retratados nos filmes. Estes trabalhos foram incluídos com o objetivo de possibilitar à comunidade o acesso a este conteúdo audiovisual que mostra seu próprio espaço, através de trabalhos lúdicos com conteúdo ligado à questão ambiental, falando especialmente da Amazônia, como é o caso do filme dinamarquês, "A Ferrovia do Diabo". que está sendo exibido no Brasil em função da conexão com o Festival. Entre os dezessete profissionais da equipe envolvida no Festival está o fotógrafo Beethoven Delano, responsável pelo registro iconográfico dos eventos. O acervo iconográfico fará parte de um livro sobre o Itinerante. O cinegrafista Auristênio Rodrigues faz os registros audiovisuais para a produção de um documentário. A equipe conta também com o Palhaço Bob (Marco Eldom), integrante do Festival há três anos. Bob faz apresentações especiais antes da exibição dos filmes, animando a platéia. Fernanda Kopanakis e Rondon Rony dão apoio logístico em Porto Velho. No Rio Madeira, a liberação do garimpo de extração de ouro é uma realidade constatada pela equipe do Festival.
DEMARCAÇAO "A cada localidade a gente se surpreende", ressalta o cinegrafista Auristênio Rodrigues. "Comunidades inteiras têm prestigiado e lotado a tenda montada para as exibições. Muitos confessam que aquela foi a primeira vez que fizeram contato com o cinema e isso é gratificante e emocionante. A população tem nos recebido de forma maravilhosa e isso mostra que a responsabilidade do Festival tende a aumentar. É um sonho que se torna realidade", acrescenta.
Em Demarcação, um distrito cortado pelo Rio Machado, o mesmo que corta o município de Ji-Paraná, foi concluída mais uma etapa da itinerância cultural. Mesmo com o forte temporal, o que deixou a produção bastante apreensiva quanto à realização da exibição, tudo transcorreu de forma perfeita, e, à noite, ao ar livre à beira do rio, a população se deixou levar pelo encanto do cinema.
GUAJARÁ-MIRIM fronteira do brasil com a bolívia Depois dos distritos da BR 364 e das comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira, a equipe do Festcine Amazônia Itinerante exibiu filmes na cidade de Guajará-Mirim, onde iniciou as comemorações do aniversário do município. Os filmes e vídeos foram exibidos no Ginásio Afonso Rodrigues, marcando desta forma mais uma noite de sucesso do Festival. O ponto alto da sessão aconteceu quando da exibição dos documentários Maria dos Índios, de Rogério Moraes, e A Ferrovia do Diabo, filme dirigido por Simon Plum. Filhos e netos de antigos ferroviários se emocionaram relembrando os relatos dos parentes, o auge da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, assim como as muitas histórias das viagens que ligavam as cidades da ferrovia. Realmente um momento especial e emocionante. Ficou explícito para nossa equipe a necessidade de resgate e de preservação deste patrimônio material e emocional da Ferrovia estampada nos olhares, rostos e comentários do público durante a exibição do documentário sobre a Estrada de Ferro e que também elogiaram a iniciativa do Festival, que obteve o apoio da prefeitura local e do comitê binacional Brasil-Bolivia. O evento contou com a presença do prefeito Dedé de Melo, que deu boas-vindas à equipe do Itinerante e afirmou que o Festival ajuda a narrar a História e a resgatar a memória do povo de Rondônia.
BOLÍVIA RECEBE FESTIVAL DE CINEMA AMBIENTAL BRASILEIRO Depois de Guajará-Mirim, a itinerância seguiu caminho para Guayara (Bolívia). Na exibição de filmes e vídeos, tivemos o apoio das escolas e da prefeitura, assim como do produtor local, o professor universitário Abraham Imopoco. O evento foi realizado no Palácio das Artes, local bonito e que estampa em fotografias e material bibliográfico a memória de artistas, professores, poetas, músicos, jornalistas, advogados e outros da região do Beni. Em Cachuela Esperanza, cidade construída pelo seringalista Dom Nicolas em plena selva fechada. O festival aconteceu num teatro também construído por Dom Nicolas, considerado um dos maiores "visionários capitalistas" da época da borracha. A cidade é cinematográfica e as corredeiras do rio Beni são impressionantes. Há certa indignação na localidade com relação ao projeto de se construir uma hidrelétrica nessa região. A cidade é tombada pela Unesco como patrimônio mundial". A sala de exibição ficou lotada; muitos dos presentes jamais tinham visto uma tela de cinema. Quanto mais distante e desprovida de estruturas, mais a localidade parece se identificar com a filosofia da itinerância. Na cidade de Riberalta, o Itinerante contou com o apoio da prefeitura local, por meio da Secretaria de Educação e Meio Ambiente. Os filmes e vídeos foram exibidos num Coliseu (ginásio), lotado por estudantes e comunidade local. A receptividade foi muito boa. Assim como a ida, o retorno foi uma verdadeira aventura. "Ficamos dois dias aguardando a liberação da Marinha para a travessia de volta ao Brasil, pois o Rio Mamoré não apresentava condições de segurança para o transporte de carros", explicou Jurandir Costa.
CIDADES DE RONDÔNIA RECEBEM O FESTIVAL O Festcine Amazônia Itinerante concluiu a etapa por 4 cidades rondonienses. Na quinta-feira (10 de abril), no Centro Cultural de Ariquemes. Na sexta-feira, a equipe seguiu para Ji-Paraná onde realizou exibição no Teatro Dominguinhos. No sábado, a itinerância foi apresentada no Teatro Cacilda Becker, em Cacoal. Domingo (13 de abril) foi a vez de Vilhena (Colégio Álvares de Azevedo).
ARIQUEMES
JI PARANÁ
CACOAL
VILHENA
Em todas as localidades por onde o Festcine passou foram feitas imagens, em especial da degradação ambiental no garimpo Bom Futuro, região da grande Ariquemes. Bom Futuro é considerado o maior garimpo de cassiterita a céu aberto do mundo. A ação do homem em busca de riqueza parece não ter limites.
Mas o homem ainda não destruir tudo. Imagens de belezas cênicas, ao longo da BR 364, sentido Cuiabá, também foram captadas.
O avanço da pecuária é evidente em todo território rondoniense, principalmente no eixo da BR 364.
Outro fato que chamou a atenção, foi o avanço da soja na região de Vilhena. O que era transição de cerrado para a floresta, agora está em processo de devastação.
CAPITAIS DA REGIÃO NORTE RECEBEM O FESTCINE AMAZÔNIA ITINERANTE ACRE Rio Branco Rio Branco é a capital do Estado do Acre, na região Norte do Brasil. A cidade é a mais populosa do estado, concentrando quase metade da sua população total. Foi um dos primeiros povoados a surgir nas margens do rio Acre. Em 1913, tornou-se município. Sete anos depois (1920), passou à capital do território do Acre e, em 1962, à capital do estado. Rio Branco é o centro administrativo, econômico e cultural da região. Em 2007 a população no município era de 290. 639 habitantes. Na noite de 18 de abril, a equipe do Festcine Amazônia Itinerante esteve em Rio Branco (Acre) para a exibição de filmes e vídeos ambientais no auditório da Escola Barão do Rio Branco. A ficção "JudasAhsverus", de Rodrigo Neves, e o documentário "O Tecido e a Borracha", dirigido por Sérgio de Carvalho, foram exibidos durante a abertura, com a presença do cineasta acreano Rodrigo Neves. "Judas-Ahsverus", produção que participou do Festcine Amazônia em 2005, foi realizado com base no texto homônimo escrito por Euclides da Cunha em seu livro póstumo "À margem da História", composto de quatro partes - Na Amazônia, Terra Sem História (sete capítulos, sobre essa região), Vários Estudos (3 capítulos, assuntos americanos); Da Independência à República (ensaio histórico) e Estrelas Indecifráveis (crônica), publicado pela Martins Fontes em 1999. O segundo filme exibido durante a sessão desta sexta-feira, "O Tecido e a Borracha", de Sérgio Carvalho (co-diretor de Judas-Ahsverus), narrado por Railton Passos, aborda a falência da exploração da borracha, quando muitos seringueiros ficaram sem opção de trabalho na floresta. Filmes e vídeos de vários estados brasileiros compõem o acervo do Festival, dentre os quais destacam-se as produções Judas-Ahsverus e O Tecido e a Borracha, produções realizadas por cineastas do Acre, e que agora o Festcine teve a oportunidade de exibir durante a sessão no estado onde vivem os realizadores dos dois filmes. Plantação de Cana-de-açucar na BR Acreana Castanheiras isoladas na floresta dão lugar a pasto para gado
PARÁ Belém O Festival seguiu para Belém, onde a exibição aconteceu em Icoaraci. A sessão aconteceu na biblioteca municipal "Avertano Rocha". Uma especial para as crianças pela manhã, quando exibimos apenas animações como Vida Maria, Leonel Pé-de-Vento, Mapinguari, o guardião da floresta entre outros; à noite, outra sessão no mesmo local, e mais uma vez o público prestigiou o projeto. A integração cultural, através do audiovisual, é necessária entre os estados da região Norte; é necessário promover a aproximação cultural cada vez mais, pois o processo de troca, de intercâmbio, pode acrescentar muito para a preservação da memória e do fortalecimento dos valores culturais. Como proposta de integração entre os estados da região Norte, um filme paraense foi exibido na abertura do evento: Landi, Vida e Obra, um roteiro pela arquitetura setecentista na Amazônia, dirigido por Elaide Martins e Cassim Jordy. Amapá - Macapá A sessão em Macapá aconteceu no Museu Sacaca, espaço dedicado a um dos mais populares estudiosos de plantas e ervas, O Velho Sacaca. Um filme produzido em Macapá, dirigido pelo cineasta Gavin Andrews, as Mãos da Mãe de Barro, foi a produção local escolhida para abertura do Festival. O filme mostra o trabalho das mulheres negras do Amapá e o processo da retirada do barro e a feitura de peças artesanais. A cidade foi registrada em vídeo e fotos, Rio Amazonas, Fortaleza de São José e Curiaú (distrito de Macapá). Curiaú é considerado um sítio histórico e ecológico, cuja população é constituída de negros remanescentes de escravos, que formaram um quilombo, fugindo dos maustratos a que foram submetidos durante a construção da Fortaleza de São José.
RORAIMA Boa Vista
A mostra de filmes do Festcine Amazônia Itinerante foi um sucesso de público no domingo (04/05/2008). Cerca de 200 pessoas prestigiaram a sessão que exibiu vídeos com temáticas ambientais no Espaço Multi Cultural do SESC-RR. A programação iniciou com o vídeo institucional do FestCine, que apresenta os vários campos de atuação do festival, como a mostra competitiva de filmes que acontece em Rondônia, e os projetos itinerantes que levam o cinema à escola, às comunidades ribeirinhas, aos demais Estados do Norte e países vizinhos. Antes da exibição de filmes convidados, o poeta Eliakin Rufino abriu a noite declamando poesias com temática ambiental, como Perigo, A corrida do Ouro, Vida ligeira e O sonho do Xamã. O poeta destacou o interesse do público e a qualidade dos filmes que, de forma sutil, abordam bem a necessidade da reflexão sobre o meio ambiente. Em seguida, foram exibidos quatro filmes curta-metragens, com destaque para o Mapinguari, o defensor da floresta - um personagem que vive no imaginário dos povos da Amazônia, e que é o símbolo do Festcine Amazônia. O vídeo é um alerta contra a devastação das florestas, mostrando que o homem utiliza inúmeros meios para causar danos ao meio ambiente, como é o caso de queimadas, poluição de rios e igarapés, desmatamento para exploração ilegal de madeira etc. O documentário roraimense "Nas trilhas de Makunaima", de Thiago Chaves Briglia, foi o destaque regional. O filme encerrou a sessão e arrancou aplausos de várias pessoas que se entusiasmaram com a história do mito indígena e com a magia do Monte Roraima. Até quem já tinha assistido ao filme se disse orgulhoso do projeto roraimense exibido para o país inteiro, através da TV Brasil.
AMAZONAS Manaus A capital do Amazonas, Manaus recebeu o Festcine Amazônia. Duas sessões foram realizadas, dia 6 de maio, à noite, no Colégio Brasileiro e outra dia 7, no Cine Guarani, no Palácio Rio Negro. Produções do Cineasta amazonense Júnior Rodrigues abriram o Festival no Amazonas. Em todas as cidades por onde o Festcine Amazônia Itinerante passou, houve a presença de produtores audiovisuais. Isso mostra que o projeto é importante e cada vez mais se consolida e ganha credibilidade ao promover a integração, tendo como instrumento o audiovisual. Com seis anos de existência, o Festival de Cinema e Vídeo Ambiental está consolidado no calendário de eventos do gênero distribuídos por todo país.
FESTCINEAMAZÔNIA NO PERU Marcando mais uma etapa do projeto do Festcine Amazônia, com apoio do Ministério da Cultura do Brasil, Fundo Nacional de Cultura, Petrobras, IBM, Secel, Fecomercio e Prefetura de Porto Velho, os produtores culturais brasileiros, Jurandir Costa, Carlos Levy e Fernanda Kopanakis, e equipe, estiveram de 20 a 26 de abril realizando a exibição de conteúdo audiovisual ambiental e de caráter educativo nas cidades de Porto Maldonado, Cusco e Ynapari, no Peru. A equipe do Festcine Amazônia seguiu para Cusco, por meio da Carretera Transoceânica, enfrentando uma jornada exaustiva de 48 horas, percorrendo 500 quilômetros até chegar ao o destino. "Em vários pontos a Carretera foi fechada, já que a obra está em andamento. Carros e ônibus têm um horário específico para passar, normalmente uma hora para passar e depois a Carretera/Estrada volta a ser fechada". O trecho brasileiro da Estrada do Pacífico foi pavimentado, e a ponte que liga Assis Brasil a Iñapari, passando sobre o rio Acre, foi inaugurada. A partir dali, até Cusco, são outros 710 quilômetros a serem asfaltados até 2009, ligando a Amazônia à Cordilheira dos Andes , consolidando a integração do Brasil com o Peru.
A Carretera Interoceânica é composta de duas estradas, já que se subdivide em dois ramos para integrar as regiões sul e central do Peru com o Brasil. Os primeiros 403 quilômetros ligam Iñapari à localidade de Puente Iñambari, onde se divide. O primeiro ramo percorre 300 quilômetros de Iñambari até Urcos, dali são mais 100 quilômetros, já asfaltados, para chegar a Cusco. Para facilitar a operação de sua obra, a Conirsa subdividiu os trechos 1 e 2 em três pedaços nos quais montou três acampamentos.
A exibição em Cusco aconteceu na Casa de Cultura e contou com uma platéia bastante heterogênea, com pessoas de varias partes do mundo. "Cusco é uma cidade cosmopolita, com uma cultura fantástica e faz parte da sua estrutura eventos dessa natureza, integrando vários paises e varias línguas", explica Elizabeth, do Instituto Nacional de Cultura (INC). O diretor de desenvolvimento cultural do INC, Manuel Jibajas, ficou bastante entusiasmado com o projeto do Festcine Amazônia Itinerante, e já prevê convênios de aproximação entre os dois paises, através do INC e o Festcine Amazônia. "Este momento é uma ótima oportunidade que temos para alavancar os projetos culturais, principalmente os de audiovisual, que através da magia do cinema quebra barreiras e aproxima culturas", diz Jibajas. A ultima exibição em território peruano aconteceu sábado, dia 26, na cidade de Yñapari, fronteira com Assis Brasil (Acre). Uma ponte internacional liga as duas cidades. A receptividade com que fomos recebidos pelo povo peruano realmente emocionou toda a nossa equipe. Foi realmente gratificante. Olharmos para aquela platéia, aqueles rostos e sentir o calor humano do público nos dá a certeza de que nosso trabalho é necessário e importante.
COSTA MARQUES
A Escola Estadual Angelina dos Anjos ficou pequena com a presença de mais de seiscentas pessoas entre moradores, estudantes e membros especiais da APAE. Foi mais uma etapa muito prestigiada do projeto. O ponto alto foi a exibição de um documentário sobre o trabalho desenvolvido pelo líder quilombola, José Soares Neto - o Zeca Lula - presidente da Ecovale. A Ecovale é uma instituição que faz um trabalho ambiental muito importante no Vale do Guaporé, com o patrocínio da Petrobras. O trabalho consiste na preservação de quelônios e na parceria com os bolivianos protegendo as margens do rio Guaporé.
A equipe do Itinerante não poderia passar por Costa Marques sem visitar o Forte Príncipe da Beira, onde foram feitas imagens e fotografias documentando a Fortaleza. O Real Forte Príncipe da Beira ou Fortaleza do Príncipe da Beira está localizado na margem direita do rio Guaporé, no município de Costa Marques, Rondônia. Em posição dominante na fronteira com a Bolívia, esta fortaleza é considerada uma das maiores edificadas pela Engenharia Militar portuguesa no Brasil Colônia, fruto da política pombalina de limites com a Coroa espanhola na América do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas Coroas entre 1750 e 1777. Príncipe da Beira" é o título dos primogênitos dos herdeiros dos Reis de Portugal (i.e. netos), e assim foi batizado em homenagem ao príncipe D. José, neto de D. João V (1705-1750).
COLÔMBIA Com o apoio da Videoteca de Cali, dirigida por Magdalena Castro; de Rodrigo Vidal, da Cinemateca de Cali; da Universidade Del Valle; e da Embaixada da Colômbia no Brasil, o Festcine Amazônia Itinerante realizou na última semana sessões em duas localidades de Cali, a terceira maior cidade da Colômbia. Duas sessões aconteceram na Universidade Del Valle e no Centro Cultural de Cali. O intercâmbio cultural promovido pelo Festival chamou a atenção da imprensa colombiana que divulgou o evento através de matérias que repercutiram positivamente entre a população formada por três milhões de pessoas. De acordo com os organizadores do Itinerante, além da exibição dos filmes brasileiros, foram feitos contatos com produtores daquele país, especialmente com a comunidade de Água Blanca, documentando experiências positivas de pessoas que vivem à margem da grande Cali. "Experiências que utilizam o audiovisual para ressocializar pessoas. Foram feitas imagens de experiências que utilizam o cinema como uma forma de tirar pessoas do mundo do crime. O material filmado será transformado em filme", afirma o curador do Festival, Jurandir Costa. Várias autoridades ambientais e diretores do Festcine Amazônia participaram de uma reunião promovida pelo Comitê de Doutorado em Ciências Ambientais Universidade Del Valle. A Universidade Del Valle demonstrou interesse na proposta da Itinerância e houve aprovação unânime quanto à iniciativa de aproximação cultural entre Colômbia e Brasil. A equipe, com a certeza do dever cumprido, conclui desta forma a Itinerância pela América do Sul. A Colômbia, cuja capital é Bogotá, é o segundo país mais populoso da América do Sul. Seu limite ao norte é o Mar das Caraíbas, ao leste é a Venezuela e o Brasil, ao sul o Peru e Equador e a oeste o Oceano Pacífico e o Panamá. Além do território continental, inclui também dois pequenos territórios insulares, o território de San Andrés e Providencia no Mar das Caraíbas, e a ilha de Malpelo, no Pacífico.
Fest Cineamazônia chega a Coimbra – PORTUGAL Nos dias 8, 9 e 10 de outubro de 2008 a equipe do Fest Cineamazônia Itinerante - Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, encerrando as atividades do ano, realizou no auditório do Museu da Ciência, da Universidade de Coimbra, a exibição de animações, documentários, filmes e vídeos ambientais programados como parte da comemoração dos trinta anos do Centro de Estudos Sociais (CES) da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Atendendo a convite da Universidade de Coimbra, os diretores do Festival Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis viajaram aquele país com o objetivo de participar de discussões sobre a problemática ambiental e a floresta amazônica.
O debate contou com a participação, entre outros do investigador coordenador do OPP – Povos Observatório de Praticas de Participação do Centro de Estudos Sociais (CES), Giovanni Alegretti, o investigador e coordenador do Observatório do Risco (OSIRIS), Jose Manuel Mendes, ambientalista, botânico e investigador do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, Jorge Paiva e Jurista e professor da Faculdade de Direito da USP, Miguel Reale Junior e Fernanda Kopanakis, diretora do Festival e atual coordenadora da secretaria de Regularização Fundiaria e Habitação do município de Porto Velho. Jurandir Costa explica que o festival realiza simbolicamente a aproximação do cinema com a população como forma de discutir nossos problemas. “Acreditamos que através da cultura podemos superar inúmeras barreiras, principalmente as culturais”. O curador do Festival também destacou que o envolvimento dos estudantes e professores de Coimbra, ao discutirem em sala de aula o conteúdo dos filmes assistidos, foi fundamental para divulgação do material. “O corpo docente da Universidade de Coimbra recepcionou a Senadora Fátima Cleide, uma das grandes entusiastas do Festival. A Senadora discursou no Museu da Ciência, reforçando a importância da Amazônia Brasileira para o futuro do planeta”, finalizou. De fevereiro a outubro de 2008, o Festival percorreu 33 mil quilômetros, atingindo uma platéia estimada em 10 mil pessoas, incluindo países como Peru, Bolívia, Colômbia, capitais da região norte, comunidades ribeirinhas com o objetivo de mostrar a importância do cinema como fator de integração cultural utilizando todos os meios de transporte para popularizar a sétima arte.