ANO XXIX | N. 145 | J UNHO 2014 | € 2
NA RETINA
CINE-COSMOS
JEAN ROUCH
RITHY PANH
OBSERVATÓRIO
THE HONEYMOON KILLERS DE LEONARD KASTLE
DE EDGAR PÊRA
ENTREVISTA INÉDITA
O ARQUEÓLOGO CAMBODJANO
JOÃO PEDRO DA COSTA
F I C H A T ÉC N I C A
EDITOR E PROPRIETÁRIO CINE CLUBE DE VISEU inscrito no ICS sob o nº 211173 PERIODICIDADE Quadrimestral ANO XXIX Boletim inscrito no ICS sob o nº 111174
SEDE E ADMINISTRAÇÃO Rua Escura, 62 Apartado 2102 3500 – 130 Viseu TEL 232 432 760 geral@cineclubeviseu.pt www.cineclubeviseu.pt
CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO GRÁFICA DPX .com.pt
CAPA CHRONIQUE D’UN ÉTÉ © Jean Rouch e Edgar Morin, 1961
IMPRESSÃO Tipografia Novelgráfica, Viseu TIRAGEM 300 ex.
COLABORAM NESTE NÚMERO
CÉSAR GOMES
EDGAR PÊRA
Dirigente do CCV.
Terminou recentemente a sua última longametragem em 3D, Lisbon Revisited. Está neste momento a escrever/ filmar o seu livro-filmetese O Espectador Espantado.
O CCV É APOIADO POR
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CINEMA PA R A A S ESCOLAS
JOSÉ CARDOSO MARQUES
COVADONGA G. LAHERA
JOÃO PEDRO DA COSTA
Cineasta/investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (Univ. Coimbra). Investigação e formação universitária nos domínios cinematográfico, multimédia, e comunicação audiovisual.
Jornalista de formação e crítica de cinema na prática, no Diário de Levante e no portal Sensacine. Co-fundadora da revista Transit: Cine y otros desvios e membro da Associação Catalã de Críticos e Escritores Cinematográficos.
Investigador que se dedica à presença transmediática da música na rede. Um dos fundadores da revista electrónica de estudo e práticas interartes ESC:ALA.
PA R C E R I A A R G U M E N TO
SERVIÇOS WEB
ÍNDICE
EDIT!
P.4 BILHETE-POSTAL
Eis, aequo animo, o Argumento 145. Tendo assumido um compromisso de renovação, o CCV procura continuar a alargar o público de leitores do boletim, dedicando-lhe atenção especial no sentido de o tornar um objecto cada vez mais realizador para os cinéfilos. Agora, da Grécia, boas notícias: um Bilhete-Postal dando conta de um novíssimo (porque para sempre Novo) cine clube, em Creta: a atestação de que o movimento cineclubista não esmorece de todo, apesar de tudo, é, obviamente, motivo de grande contentamento para toda a comunidade cinéfila, para todos os que investem, de uma maneira ou de outra, no desentupimento do acesso ao cinema, na sua elevação como arte, de que já temos falado aqui. A assinalar uma década sobre a morte de Jean Rouch (31 de Maio de 1917 – 18 de Fevereiro de 2004), publicamos a inédita entrevista feita pelo especialista em cinema documental José Cardoso Marques ao cineasta francês, precursor do chamado cinema directo, em 2002, “no habitual café do seu bairro de Montparnasse”. Talvez o ambiente familiar seja o que confere flexibilidade e despreocupação formal à conversa. Jean Rouch revela um envolvimento notável com o(s) objecto(s) da sua captura, que o absorvem, transformando-o (veja-se o título Moi, Un Noir). Também com ligações claras à etnografia, a obra do cambodjano Rithy Panh é o tema de mais um fruto da colaboração com a já nossa conhecida revista catalã Transit. Este faz, talvez, o caminho inverso de Rouch, que procura fundir-se com a realidade alheia que filma, enquanto o outro faz parte, inelutavelmente e sem ter escolhido, dos lugares que mostra, sendo-lhe mais útil para a exposição “justa”, nas suas palavras, de denúncia que quer fazer apagar-se, dar a palavra. Ainda assim, parece indiscutível que Panh não quer pertencer a outro lugar… Mas onde acaba a potência guerreira da arte hoje? Onde começa sequer? Os cine clubes querem, também, continuar a assegurá-la. Simultaneamente, claro, dar espaço ao desengajamento, exibir arte pelo deleite só.
Como vão os cine clubes? Uma cartografia do movimento cineclubista: o que fazem, para quem e com que objectivos trabalham os cine clubes pelo mundo fora.
P.5 NA RETINA
Espaço para partilha de olhares e gostos sobre um filme ou realizador escolhido por um convidado. “Porque o cinema é sobretudo isto: emoção que se quer partilhável”.
P.6 CINE-COSMOS
A crónica de Edgar Pêra.
P.8 JEAN ROUCH
“Este pequeno-almoço é uma improvisação. Toda a minha vida foi uma improvisação. E a improvisação é natural.” Entrevista inédita de José Cardoso Marques, decorridos dez anos da morte do cineasta.
P.19 RITHY PANH
O arqueólogo cambodjano, realizador de A Imagem Que Falta
P.22 WHAT’S UP CCV?
Actividade do Cine Clube de Viseu.
P.23 OBSERVATÓRIO
A palavra aos autores. Edição de trabalhos originais, e um olhar sobre o estado das artes e do cinema na primeira pessoa.
Em Julho, acontece, na Praça D. Duarte, o Cinema na Cidade, como desde 1982, aberto a Espectadores Crentes e a Espectadores Espantados (Edgar Pêra), que também é bom no cinema não termos de lhe nos confessar.
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ARGUMENTO Publicação editada pelo CCV desde 1984, pensada, originalmente, para a divulgação de actividades e debate do fenómeno fílmico. O boletim tornou-se um veículo indispensável de reflexão da sétima arte e divulgação do CCV, a justificar um cuidado permanente das suas sucessivas direcções. Fundado em 1955, o CCV é um dos mais antigos cineclubes do país, sendo o Argumento um projecto central na sua actividade.
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