Argumento 136

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entradas livres para sócios ccv 21H45 • IPJ VISEU

O ATLETA

diário de bordo por Elena Pasetti

vanguardas e estéticas no cinema formação na ESEV

nº 136 novembro dezembro 2010


editorial

índice

João Canijo e Manuel Mozos aceitaram associar-se aos 55 anos de vida do Cine Clube de Viseu, acompanhando as projecções dos seus filmes, a 23 e 30 de Novembro, respectivamente. E o CCV abrirá as portas das suas sessões, até final de 2010, a todos os associados, agradecendo o apoio recebido, essencial a uma actividade de cariz não lucrativo, que assegura a indispensável diversidade da oferta cinematográfica em Viseu. Num momento em que são colocados em causa muitos projectos culturais, e discutidas as suas razões de ser numa fase crítica do erário público, permitimo-nos retirar da história do CCV algumas ilações para o presente. Em primeiro lugar, a capacidade de renovação da sua acção foi e é uma realidade e tem tido resultados; em segundo lugar, a sua acção é geradora de riqueza para a cidade, seja pela dinamização de espaços (são exemplares os casos do Auditório Mirita Casimiro, ou Casa Museu Almeida Moreira, que conheceram os seus anos mais vibrantes com o CCV), seja pelo incremento de oferta cultural, artística e educativa da cidade, da qual é uma das suas referências. A dinamização cultural das cidades, e do centro histórico de Viseu, reveste-se de uma relevância social que importa não negligenciar. Razões que legitimam a ambição do CCV de, pela primeira vez na sua história, possuir um espaço próprio, cedido através de um acordo com a Câmara Municipal de Viseu. O adiamento sucessivo das obras no local, e a própria falta de previsão para a sua concretização, constitui a maior desilusão à passagem de mais um aniversário do nosso Cine Clube, o segundo mais antigo em actividade e um dos mais dinâmicos do país. Perante as conhecidas limitações de espaço, o CCV depura o seu itinerário local: o Instituto Politécnico de Viseu acolheu um dos workshops organizados no âmbito do “Aprender em Festa”, na Biblioteca Municipal de Mangualde - também no “Aprender em Festa” -, foram organizados workshops e sessões de cinema, na Escola Superior de Educação terá lugar o curso “Vanguardas e Estéticas no Cinema”. A todos manifestamos o nosso profundo agradecimento pelo interesse em abrir portas às actividades do CCV. Os resultados destas colaborações institucionais são inequívocos, demonstrando a apetência do público pela actividade: mil e quinhentos participantes no Aprender em Festa 2010; duas centenas e meia de participantes em cursos teórico-práticos dedicados à história e estética do cinema e cinema de animação, desde 2000. No 55º aniversário do CCV, é fundamental observar as principais razões de ser da sua actividade: melhorar e diversificar a oferta cultural, impulsionar a divulgação e o estudo do cinema enquanto arte, promover a participação e o apoio activos dos seus associados. É com prazer que este Argumento reitera estes compromissos. Apresentamos um novo ciclo de cinema, dedicado ao cinema português, com várias presenças de realizadores em Viseu a propósito dos seus filmes. Na página 16, o novo programa do curso “Vanguardas e estéticas no cinema”, com vários convidados a abordarem cineastas de referência da arte cinematográfica. Finalmente, renovamos o desafio a todos quantos foram já associados do CCV para continuarem a apoiar o programa desenvolvido, em defesa de uma cultura audiovisual mais independente, plural e diversa.

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Capa Editorial ciclo Nós por cá What’s up CCV ? O Atleta Vanguardas e estéticas no cinema

ficha técnica Argumento (Inscrito no ICS sob o nº 111174) e-mail geral@cineclubeviseu.pt Direcção editorial Cine Clube de Viseu

Impressão Tondelgráfica (Tondela) ANO XX, nº 136 Novembro / Dezembro 2010

Concepção e execução gráfica dpx.com.pt Editor e proprietário Cine Clube de Viseu (inscrito no ICS sob o nº 211173)

Largo da Misericórdia, 24 2º // 3500-158 Viseu Tel 232 432 760 Tlm 922 192 984 geral@cineclubeviseu.pt www.cineclubeviseu.pt

sessões de cinema

cinema para as escolas

cine-arquivo

apoio à divulgação

domínio, alojamento do site e e-mail

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Tiragem deste número 500 exemplares


12 Nov

16 nov

filme DO DESASSOSSEGO

DUAS MULHERES de João Mário Grilo, Portugal, 2010, 100’

de João Botelho, Portugal, 2010, 120’

Associados CCV / 5,00 Euros | Público em geral / 6 Euros

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ

Conversa com o realizador e outros convidados às 18h00 SESSÃO no TEATRO VIRIATO | 21H30

“Toda a gente dizia: é impossível.” João Botelho ignorou o bom-senso e filmou fragmentos desse livro-caos ou livro-sonho ou anti-livro que é o Livro do Desassossego de Bernardo Soares.

Irresistivelmente atraída, como a abelha pelo pólen, Joana envolve-se romanticamente com Mónica, que a transporta para um mundo libertador de experiências e sentimentos.

23 Nov

30 Nov

FANTASIA LUSITANA

RUÍNAS

Conversa com o realizador e outros convidados às 21h30.

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ com a presença do realizador

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ com a presença do realizador

Canijo tem uma fé sem limites na inteligência do espectador. É uma memória incómoda trazida ao consciente, no melhor documentário sobre o Estado Novo de todo o cinema português.

É um filme contemplativo, habitado por memórias fragmentadas de um passado recente, que parecem prestes a desvanecerse, conjuntamente com as ruínas que vemos ao longo dos 60 minutos do filme.

de Manuel Mozos, Portugal, 2009, 60’

De João Canijo, Portugal, 2010, 94’

© Jorge Leitão Ramos, Expresso

07 dez

14 dez

punk is not daddy

CURTAS EM FLAGRANTE

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ com a presença de alguns realizadores

À imagem da performance/anti-espectáculo de Farinha & Tao Zen num Rock Rendez Vous, Edgar Pêra recusa-se a apresentar qualquer tipo de coerência, estética, cronológica ou mesmo a nível de continuidade.

O Festival, destaca-se pela sua vertente de intervenção sócio-cultural, pois irá ser um happening itinerante por todo o país, sem fins lucrativos, dinamizando os espaços e as instituições.

de Edgar Pêra, Portugal, 2010, 70’

Vários realizadores, 70’

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12 Nov

filme DO DESASSOSSEGO de João Botelho, Portugal, 2010, 120’

Associados CCV / 5,00 Euros | Público em geral / 6 Euros

Conversa com o realizador e outros convidados às 18h00 SESSÃO no TEATRO VIRIATO | 21H30

Toda a gente dizia:

é impossível “Toda a gente dizia: é impossível.” João Botelho ignorou o bom-senso e filmou fragmentos desse livro-caos ou livro-sonho ou anti-livro que é o Livro do Desassossego de Bernardo Soares. Quase trinta anos depois do seu primeiro filme – Conversa Acabada (1981) –, construído a partir de poemas e da correspondência de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, o realizador voltou a imergir no universo de Pessoa, atraído pela índole do guarda-livros da Rua dos Douradores, pelos seus apontamentos sobre a luz (“ele diz que se devem iluminar os sapatos das pessoas comuns com a mesma luz que

Realização e Argumento JOÃO BOTELHO Fotografia JOÃO RIBEIRO Som FRANCISCO VELOSO Montagem JOÃO BRAZ Assistência de realização PAULO GUILHERME Direcção artística SÍLVIA GRABOWSKI Caracterização SANO DE PERPESSAC Mistura de som JOÃO ELEUTÉRIO PAULO ABELHO Direcção de produção DIANA COELHO Produtor ALEXANDRE OLIVEIRA Com CLÁUDIO DA SILVA ALEXANDRA LENCASTRE ANA MOREIRA

se ilumina a cara dos santos”), o abrandamento e a aceleração do tempo (coisas próprias do sonho, e do cinema) – e a sensação de que é um texto para ler em voz alta. “Quero que se oiçam as palavras todas, todas.” Filme do Desassossego congrega um impressivo elenco (não apenas em termos quantitativos) e arrisca integrar uma ópera de Eurico Carrapatoso encenada na floresta, uma festa no Lux, um monólogo num bar de alterne, participações musicais de Lula Pena, Carminho, Caetano Veloso e Ricardo Ribeiro.

ANDRÉ GOMES ANTÓNIO PEDRO CERDEIRA CARLOS COSTA CATARINA WALLENSTEIN DINIS GOMES FILIPE VARGAS JOSÉ EDUARDO LUÍSA CRUZ MANUEL JOÃO VIEIRA MARCELLO URGEGHE MARGARIDA VILA-NOVA MIGUEL GUILHERME MIGUEL MOREIRA MÓNICA CALLE PAULO FILIPE PEDRO LAMARES RICARDO AIBÉO

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RITA BLANCO RUI MORRISON SOFIA LEITE SUZANA BORGES Com música de CAETANO VELOSO CARMINHO LULA PENA RICARDO RIBEIRO e Ópera “Marcha fúnebre para o rei Luís Segundo da Baviera” de EURICO CARRAPATOSO Com interpretação de ANGÉLICA NETO ELSA CORTEZ


16 nov

DUAS MULHERES de João Mário Grilo, Portugal, 2010, 100’

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ

“Duas Mulheres” não poderia começar de melhor forma Se existe alguma marca distintiva na obra de João Mário Aliás, esta ideia do “thriller” vai aflorando ao longo de de rigidez no olhar sobre os corpos. O que lhe interessa Grilo, ela passa por um extremo rigor, uma quase ascéti- todo o filme, sem que se vislumbre uma opção cla- verdadeiramente é o vazio da inscrição social de persoca visão do plano, das movimentações de câmara, das ra, mesmo na inscrição (quase) final do crime, filmado, nagens complexas, mas frígidas. motivações das personagens, dos objectivos finais da como sempre em Grilo, com uma secura que desarma e No centro de toda a dança de mortes anunciadas, está confunde. Nos muitos caminhos traçados, a sequência a força interpretativa da que é, porventura, a maior actriz ficção construída. Foi assim com a representação da História em “O Pro- do jantar, formada por quatro casais geometricamente portuguesa de cinema, Beatriz Batarda, contida numa cesso do Rei” (1990), em tom de quase reportagem, ou dispostos em redor da mesa, inscreve uma nova e im- interioridade feita de sorrisos e de pequenos gestos. Por em “Os Olhos da Ásia” (1996), cristalizando o mito sacri- portante pista de leitura: a grande finança e os seus jo- ela passa tudo, o desejo controlado, a raiva surda, o reficial. Foi também assim pelo modo como se interroga gos de mitigado poder, numa economia globalizada que trato codificado de uma sociedade hipócrita e apodrea dimensão política do país real em “O Fim do Mundo” serve de pano de fundo ao crescente romance entre as cida, explodindo (um pouco) na belíssima sequência do (1992) ou “Longe da Vista” (1998). “A Falha” (2000) “fa- duas mulheres do título, uma psicanalista frustrada no aniversário do financeiro (Nicolau Breyner, mais uma lhara” o alvo, numa narrativa algo desconjuntada e, por casamento e uma modelo, fútil e insidiosa, dobrada de vez a compor a personagem com enorme economia de meios expressivos), metonímia de um país em queda. isso, ansiava-se pela mais recente longa-metragem para prostituta de luxo. nos restituir uma imagem mais condizente com a impor- Por esta vertente sensual poderiam passar as regras or- Um dos mais belos planos do filme faz-se de fora para tância da sua radical diferença, no modo como percep- ganizadoras do melodrama, caso João Mário Grilo não dentro da casa, com a câmara a fixar, entre anelas, uma optasse, de novo, pelo distanciamento e por uma es- festa de fantoches congelados no tempo, em volta de ciona Portugal e as suas contradições mais fundas. “Duas Mulheres” não poderia começar de melhor forma: pécie de frieza racionalizante, que reduz os encontros a um bolo, cujas velas se apagam em triste anúncio de uma imagem a preto-e-branco, como se de um regis- resquícios desmembrados de mais um jogo de sedução, uma felicidade impossível. to de tráfico se tratasse, imobiliza um carro na auto- operado por mensagens crípticas de telemóvel e cruas © Mário Jorge Torres, Público, 25.06.2010 -estrada, acompanhando o genérico e abrindo para o exibições de nudez. Toda a estratégia do cineasta pasconfronto inicial entre as duas personagens femininas, sa por evitar qualquer expressão do sentimento, com a em curioso duelo, marcado pelos silêncios e mistérios possível excepção da visita à antiga casa da médica e da ida ao rio, mesmo assim filtrada por um estrito código de uma hipótese de “thriller” psicanalítico.

Realização João Mário Grilo Argumento Rui Cardoso Martins Tereza Coelho Intérpretes Beatriz Batarda Virgílio Castelo Débora Monteiro Marcelo Urgeghe

Sofia Grilo José Pinto Nicolau Breyner João Perry Luís Esparteiro António Cordeiro Adelaide Sousa Raquel Castro

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Assistente de realização Miguel Seabra Lopes Produção Paulo Trancoso Fotografia Rui Poças Som Vasco Pedroso Direcção de arte Sílvia Grabowski


23 Nov

FANTASIA LUSITANA

De João Canijo, Portugal, 2010, 94’ entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ com a presença do realizador

« oásis de paz »

Canijo tem uma fé sem limites na inteligência do espec- A propaganda imaginada e imaginária do salazarismo, O trabalho de Canijo com o material que pesquisou nos tador. É uma memória incómoda trazida ao consciente, durante a II Grande Guerra, pregava a proeza de uma arquivos é sobretudo uma bela operação de compilação, no melhor documentário sobre o Estado Novo de todo neutralidade devida ao génio de Salazar. Segundo essa com o mérito de agir sobre os documentos de maneira propaganda, que proclamava a ausência da guerra no subtil, sem os forçar e sem os caricaturar. o cinema português. meio da guerra, mesmo com o fluxo de refugiados que © Luís Miguel Oliveira, Público © Jorge Leitão Ramos, Expresso chegava a Lisboa, Portugal era um paraíso de paz e tranquilidade, um «oásis de paz» totalmente alheio a uma guerra que só dizia respeito aos outros. O que nós éramos nos anos 40 quando lá fora as bombas tombavam do céu como cerejas (como dizia na rádio Fernando Pessa...), o que nós éramos no tempo da Exposição do Mundo Português e do Portugal... dos Pequeninos, e de Salazar, do sol, da simpatia (e da tristeza, e da hipocrisia, e do provincianismo e da capitulação moral que se disfarçou sob a “neutralidade”)? Não, o que (ainda) somos hoje. FANTASIA LUSITANA destrói a zona de conforto que é o “filme de arquivo”. Quebra a montra do passado, a segurança do documentário “histórico”, virando a câmara para nós, hoje. A exposição do mundo português continua. © Vasco Câmara, Público

Um filme de JOÃO CANIJO Montagem João Braz Produção João Trabulo Textos Alfred Döblin, Erika Mann,

Antoine de Saint-Exupéry Vozes Hanna Schygulla, Rüdiger Vogler, Christian Patey Som Pedro Góis

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Misturas François Loubeyre Pesquisa histórica e consulta de arquivos Hugo dos Santos


30 Nov

RUÍNAS

de Manuel Mozos, Portugal, 2009, 60’

entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ com a presença do realizador

Mozos opta por uma associação livre das suas imagens com relatos vários “Ruínas” começa com a implosão das torres da Torralta tivo, habitado por memórias fragmentadas de um pas- Em lugar de fornecer uma contextualização, do motivo em Tróia. Em seguida vemos uma campa de um cemi- sado recente, que parecem prestes a desvanecer-se, que levou ao aparecimento e o que tornou obsoleto totério do Porto, ao mesmo tempo que ouvimos o relato conjuntamente com as ruínas que vemos ao longo dos dos estes espaços, Mozos opta por uma associação livre das suas imagens com relatos vários. Ouvimos desde da trágica história associada, a história de uma tal Hen- 60 minutos do filme. riqueta Souza, uma mulher que guardou a cabeça do O documentário leva-nos até ao Bairro do Alvito, à esta- livros de receitas do século XVII, a poemas de Ruy Belo ção da CP de Barca d’Alva, ao que resta do Sanatório de e de Teixeira de Pascoaes, ou à carta de um director de amante como relíquia. “Ruínas” é um documentário cujas “personagens” são Albergaria, ou a uma pousada de Porto de Barcas, pres- uma recém-remodelada pousada, endereçada a um uma série de edifícios e estruturas deixadas ao abando- tes a ser engolida pelo mar. Passamos também por cine- potencial cliente. no em diversos pontos do país. É um filme contempla- mas, igrejas, complexos balneares e casas abandonadas. © Alexandre Costa, Expresso.

Escrito e realizado por Manuel Mozos Imagem Luís Miguel Correia João Nicolau Sandro Aguilar Som António Pedro Figueiredo,

Armanda Carvalho Montagem Telmo Churro Montagem de som e mistura Elsa Ferreira Música anakedlunch

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Pesquisa Dulce Mendes, Ana Gomes Produção João Gusmão, Ana Gomes, Cristina Almeida Produtores Luís Urbano Sandro Aguilar


07 dez

punk is not daddy

de Edgar Pêra, Portugal, 2010, 70’ entrada livre P/ sócios • 21H45 • IPJ

Finalmente, arte em liberdade.

PUNK IS NOT DADDY é uma viagem pelos anos oitenta, testemunhada por um cineasta neófito. São cine-diários inéditos de Edgar Pêra: as Ruínas do Chiado, o quotidiano em Lisboa e Madrid, os Estados Gerais do Cinema Português, e sobretudo intervenções de bandas pop - a principal referência cultural dessa época. PUNK IS NOT DADDY testemunha o crescimento e ocaso dos Heróis do Mar, os bastidores dos GNR num concerto da APU, os concertos abrasadores dos Xutos & Pontapés, a sonoridade céltica dos Sétima Legião, a pop

Concepção câmara montagem edgar pêra Arquivistajoão gomes Assistentes de montagem francisco

despudorada dos Delfins, a militância dos Clandestinos, a rodagem dos videolips dos Rádios Macau. E até a polémica da Final do Concurso de Música Moderna do Rock Rendez Vous, os ensaios dos Censurados no apocalíptico quarto de João Ribas ou o derradeiro (anti)concerto do RRV com os Zao Ten de Farinha Master. PUNK IS NOT DADDY retrata, na primeira pessoa, a primeira década descomprometida com o fascismo, já com a revolução em eco. Finalmente, arte em liberdade.

carvalho tomé palmeirim Samuel Andrês Camâra adicional laurent simões

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Produtor associado rodrigo areias Agenciamento bando à parte Grafismo Tó Trips


14 dez

CURTAS EM FLAGRANTE Vários realizadores, 70’

com a presença de alguns realizadores

um happening itinerante Curtas em Flagrante, é um Festival de curtas-metragens nacionais, itinerante, que se estende para a 2ª edição neste ano de 2010. Na edição passada marcou presença em 11 cidades, exibindo a mostra em Cine-Teatros, Festivais de Verão, Universidades, Associações e outros espaços Recreativos e Culturais. Através do Curtas em Flagrante, a associação cultural Elemento Indesejado pretende dar uma resposta às necessidades de apoio e divulgação dos jovens criadores nacionais das áreas do cinema e do audiovisual. Para além disto, pretende também, gerar um meio de fomentação e aproximação do público em geral, às vastas criações contemporâneas e conceptuais nacionais. O Festival, destaca-se pela sua vertente de intervenção sócio-cultural, pois irá ser um happening itinerante por todo o país, sem fins lucrativos, dinamizando os espaços e as instituições. Em parceria com outros dinamizadores culturais, de vários pontos do país, permitirá uma maior aproximação dos interessados da área e do público em geral resultando assim num conjunto de novas sinergias e relações interpessoais.

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FILMES VENCEDORES

Festival dedicado aos filmes realizados na região de Viseu, por autores da região ou sobre temas da região.

MELHOR FILME ESCOLAR

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Spot realizado por alunos do 3ºano do Curso Profissional de Multimédia da Escola Prof. Mariana Seixas (Viseu), 2007, 45’’

de Eduardo Correia Pinto, 2008, 15’ Santa Comba Dão, 1987. Vive actualmente em Lisboa.

sinopse + Vencedor em 2007 do Concurso Europeu “Food-4-U”, realizado em Itália.

sinopse + Considerado o maior medalhista a nível nacional, David de Oliveira conduz uma viagem pelo seu atelier, em Sta. Comba Dão, fazendo uma retrospectiva de alguns dos seus trabalhos. Como afirmou A. Matos em 1989 “Quem se interesse pelo desenvolvimento da sua terra há muito. Quem lute por esse desenvolvimento há pouco. David de Oliveira é desses.”

NUTRIMORPHOSIS

DAVID DE OLIVEIRA, UMA OBRA VIVA

Argumento, fotografia e montagem Eduardo Correia Pinto

MELHOR ANIMAÇÃO + Prémio do Público

PRÉMIO SUB-21

de Luís Belo, 2010, 1’30’’ Viseu, 1987. Vive actualmente em Viseu.

de Hugo Ferreira, 2008, 3’ Porto, 1988. Vive actualmente no Porto.

sinopse + Viseu em 60 segundos, 765 fotografias.

sinopse + Embora se tratem de vários sonhos e formas de sonhar, a forma como tudo foi captado teve a intenção de os tornar num só, através de simples clips, sendo uns sonhos mais curtos e outros mais longos sem nunca deixar de ter um ponto comum: as cores e toda a vida que circula em cada palavra da música.

765/60 VISEU

Argumento, fotografia e montagem Luís Belo Com Ana Seia de Matos Banda Sonora Lufa-Lufa Técnica Stop-Motion

DREAMS IN COLOUR

Argumento, fotografia, som e montagem Hugo Ferreira Banda Sonora David Fonseca Técnica Stop-Motion / Clay animation

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MELHOR FILME EXPERIMENTAL

MELHOR FICÇÃO

de Sérgio Pereira / Arquehoje, 2010, 6’

de Cristóvão Cunha, 2008, 20’ Clermont-Ferrand, 1978. Vive actualmente em Viseu.

sinopse + Instalação audiovisual de Sérgio Pereira.

sinopse + Espelho da passagem de testemunhos entre gerações de imigrantes, “Promessas em Março” explora as motivações que levam muitos a sair de Portugal. Um hino à saudade e ao ser-se português. Há muito que esperávamos por uma curta assim no cinema nacional. Sem truques. Verdadeira.

ELEMENTOS

PROMESSAS EM MARÇO

Argumento Cristóvão Cunha Fotografia Cristóvão Cunha e Hélio Ferreira Montagem e som Hélio Ferreira Selecção Musical Cristóvão Cunha Intérpretes Cristóvão Cunha, José Manuel Figueiredo, Mila Figueiredo, Nélson Dias, Jorge Fraga, Actores NACO Filmado em Carregal do Sal, Tondela, Viseu e Vilar Formoso.

MELHOR filme VISTACURTA 2010

ABRIGO

realizador

Rui Silveira

de Rui Silveira, 2009, 16’ Rio Maior, 1983. Vive actualmente em Lisboa.

sinopse + Numa região onde a arquitectura tradicional sofreu enormes transformações – resultantes não só da introdução de novos materiais e técnicas de construção, mas também pela importação de modelos arquitectónicos estrangeiros – sentimos muitas vezes que existe um tempo diferente em torno das construções que ainda mantêm as características originais da região. Estas casas, muitas das quais foram abandonadas, mais que simples abrigos, foram locais essenciais da vida diária da família. Estes gestos

e acções extintos ecoam ainda nos seus muros de pedra. São memórias evocadas pelas divisões vazias, relatos de habitantes que ainda as lembram vivas, objectos que, deixados para trás, nos contam histórias. Argumento, fotografia e montagem Rui Silveira Som Rui Silveira e Antonio Mainentti Com Arlindo Dias, Amadeu Costa, Dália Costa, Ilda Duarte e Aníbal Costa Filmado em Nodar, Covas do Monte, Parada da Ester e arredores (S.Pedro do Sul) Produzido no Centro de Residências Artísticas de Nodar, Binaural

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what’s up ccv ?

Valentim, Portugal, 2009, Animação. Realizado na ACERT, Tondela, na semana 29 de Junho - 03 de Julho 2009.

CINANIMA selecciona Valentim Tondela, na ACERT, e contou com a participa- magas da sua terra, e estas, determinadas a ção de 20 jovens que colaboraram nas várias ajudar, decidiram iniciar uma viagem no temfases de trabalho do projecto: história, story- po, no seu aspirador ultra sónico, para recolher alguns ingredientes necessários à prepaboard, cenário e personagens, animação... O filme agora seleccionado para o concurso ração de uma poção mágica.” Jovem Cineasta Português recria a história de A curta-metragem, realizada por Paulo D’Alva um boneco que tinha um sonho... deixar de A 34ª Edição do CINANIMA - Festival Internacom assistência de João Dias, foi concreti- ser boneco para ser uma pessoa de carne e cional de Cinema de Animação de Espinho zada através de uma residência artística em osso. Para isso, “pediu ajuda às famosíssimas decorre de 08 a 14 de Novembro de 2010. Realizado no âmbito do projecto “Cinema para as Escolas” do Cine Clube de Viseu, a curta-metragem “Valentim” estará presente na edição 2010 do maior festival nacional de cinema de animação, o CINANIMA.

Vanguardas e estéticas do cinema na Escola Superior de Educação

Programa Cuida-te apoia curta-metragem de animação

Europa abre programa do CCV em 2011

Em Dezembro terá inicio nova edição do curso, desta vez com a ênfase num conjunto particular de cineastas analisados por diferentes investigadores e especialistas convidados. VANGUARDAS E ESTÉTICAS NO CINEMA propõe uma análise da obra de cineastas como Hans Richter, Joris Ivens, Norman McLaren, Luchino Visconti ou David Cronenberg (ver programa na última página). No fundo, seguindo as premissas do projecto “Cinema para as Escolas” de contrariar tendências simplistas de ver praticamente não importa o quê, esta é mais uma actividade dedicada à complexidade e fascínio das imagens, à sua construção e modos de ver, num exercício que começa nas origens do próprio cinema até às suas estruturas contemporâneas. Em parceria com a Escola Superior de Educação de Viseu, as sessões terão lugar semanalmente às Quintas Feiras, das 18h00 às 19h30, e as inscrições estão abertas até 26 de Novembro, podendo ser efectuadas na sede do Cine Clube de Viseu, pelo telefone 232 432 760, ou email geral@cineclubeviseu.pt.

O Cine Clube de Viseu produziu a curta-metragem de animação “O pequeno Midas”, no âmbito do programa Cuida-te, do Instituto Português da Juventude. Partindo das orientações do concurso ao qual o CCV se candidatou, a curta aborda os temas da alimentação, obesidade e estilos de vida saudáveis, e foi realizada por três jovens convidados pelo CCV: Rafael Pina, Kátia Santos e Miguel Ângelo. O objectivo passa por aproveitar o pequeno filme para suscitar, junto do público juvenil, o interesse e debate pelos próprios objectivos do programa Cuida-te. A apresentação da curta realizou-se a 28 de Outubro, Dia Internacional da Animação, no Instituto Português da Juventude.

À semelhança dos anos anteriores, o programa de ciclos do próximo ano será iniciado com o ciclo de cinema europeu. “Europa” percorre várias cinematografias do continente europeu, cruzando épocas e autores clássicos e contemporâneos. A partir de Janeiro, no Instituto Português da Juventude.

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55º aniversário do CCV O Cine Clube de Viseu convida todos os associados a participarem nas sessões do ciclo Nós Por Cá, em Novembro – Dezembro, que contarão com a presença de realizadores como João Botelho, João Canijo ou Manuel Mozos. A presença dos realizadores, a propósito da projecção dos seus filmes, assinala de forma especial mais um aniversário do CCV, fundado em 1955. Para os associados CCV a entrada nas sessões é livre.

amnistia Renovamos o desafio a todos quantos foram já associados do CCV para continuarem a apoiar o programa desenvolvido, em defesa de uma cultura audiovisual mais independente, plural e diversa. Para isso, propomos o pagamento de duas quotas anuais: uma relativa a um ano em atraso (20,00 euros), e a outra relativa aos próximos doze meses (20,00 euros). Esta proposta terá, assim, um custo total de 40,00 euros, que poderá pagar por transferência bancária, na sede do CCV ou nas sessões semanais. Informações: 232 432 760 / 922 192 984 / geral@cineclubeviseu.pt. Campanha em vigor até final de Dezembro de 2010.

Ciclos de cinema 40 sessões de cinema alternativo / ano Workshops e ateliês pedagógicos Boletim Argumento Centro de Documentação e Biblioteca Benefícios gerais Sessões de cinema mais baratas Passe X10 sessões ainda mais baratas Descontos na ACERT e no Teatro Viriato Acesso à biblioteca e mediateca do ccv Descontos na ACERT, Teatro Viriato e Emporio Condições de adesão até 25 e depois dos 65 anos: €12,50 / ano depois dos 25 anos: € 20 / ano

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O ATLETA

visto por Elena Pasetti

Assinalando os dez anos de realização do projecto Aprender em Filmes, em Julho passado o CCV acolheu a Associação AVISCO, de Brescia (Itália). Durante uma semana (05/09 Julho), teve lugar uma formação prática de que resultou a curta-metragem de animação O Atleta (projectada no dia 10 de Julho, no Teatro Viriato, local de acolhimento do projecto e parceiro do CCV). Elena Pasetti, directora da AVISCO, registou neste diário de bordo as várias etapas de realização, e as suas reflexões sobre a participação do grupo de 13 jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, e o desenvolvimento do projecto.

Uma experiência internacional de produção. Abre os olhos e mostra o teu sonho. Ou seja, tenta contar. E aqui estamos nós em Viseu, com este pensamento chave na cabeça, dentro de um projecto que o CCV idealizou e propôs a Vinz Beschi, Irene Tedeschi e Elena Pasetti da AVISCO (Itália). 05 Julho 2ª F (..) Deste encontro deverá nascer um grupo colaborante (…) porque produzir audiovisuais é uma acção colectiva/ conjunta da qual não podemos abdicar. As dificuldades linguísticas não podem constituir um obstáculo à produção, os tempos breves não permitem desvios ao programa. Daqui deverá nascer o desejo de criar em conjunto e a partir do zero, sem delírios de omnipotência, um pequeno conto audiovisual que exigirá muito trabalho e dedicação, e cuja única gratificação não estará no objecto produzido, mas sim no processo que conseguirmos activar e compartilhar. (...)

07 Julho 4ªF Preparar os materiais

09 Julho 6ª F Pesquisar e registar os sons, esboçar a montagem

A selecção das ideias está feita, agora têm de ganhar corpo materialmente, isto é volume, altura, cor, propor- Quem nesta altura entrar na funcional sala-atelier do ções, eventualmente a possibilidade de se moverem. Teatro Viriato vê um grande fermento operativo, um moO mais provável é que desde a primária a rapaziada não vimento de corpos, um ritmo de sons e de operações toque neste tipo de materiais, que é na percepção de desenvolvidas em harmonia. Cada um sabe o que deve todos tão afectivo e infantil e talvez por isso desconfiem fazer e ambos os sets funcionam a todo o vapor. um pouco. Mas tratam-nos como crianças? Parecem As últimas etapas do projecto são dedicadas a três dizer-nos com os olhares… (os pré-adolescentes têm passagens determinantes: a pesquisa de sons, a aborcoisas mais interessantes com que se divertir). dagem a alguns rudimentos de montagem, a escolha do Animam-se, as mãos amolecem-se, domesticam-se: título. esticam, amassam, apertam, alisam, modelam, gol- (…) peiam, arredondam, estreitam e as formas nascem, Entre muito embaraço, há quem não consiga conter o despontam, saem, transformam-se em animais, mar, riso. Mas alguns superam-se e tenazmente – não obspalmeiras, barcos, carros, objectos diversos, estradas e tante o gozo dos colegas - produzem óptimos resultamonumentos. dos. Experimenta-se, regista-se, tenta-se novamente. Um mundo macio em miniatura está dentro de um espaço que não ultrapassa as dezenas de centímetros, o Agora o título. espaço do set de filmagem. É preciso inventar, propor, escolher. Todos experimen(…) tam com uma ou mais propostas, não é fácil porque Reflictamos sobre o facto da rapaziada, nascida e cria- mais de uma ideia obtém aprovação. da entre instrumentos electrónicos audiovisuais, não se Mas depois a síntese e a simplicidade vencem e desemsurpreender com os aparelhos e com o que os compu- patam. tadores conseguem fazer, mas por vezes surpreende- O filme chamar-se-á O Atleta, o qual situa o espectarem-se com a capacidade de fazer qualquer coisa com dor numa posição muito aberta: será a narrativa a dizer as mãos. onde e como o Atleta viverá a sua aventura. Nada mais é Estes novíssimos jovens, filhos da geração de Andróme- adiantado aos mecanismos de antecipação dos especda, (…) parecem apreciar profundamente os processos tadores. que constituem para eles uma experiência directa, digamos física, rica em significados partilhados. Último acto. Raciocina-se sobre as regras da montagem e esboça-se uma espécie de montagem bruta. Com base no storyboard são revistas as diferentes cenas que são 08 Julho 5ª F pré-montadas de modo a poder verificar a sustentação Fazer as filmagens global do filme, na sua parte visual. Há oscilações de luz aqui e ali, alguma “mão” que escapou ao “clicador” de (…) Os diferentes grupos vão-se alternando no plano das serviço, algum ritmo de movimento a aperfeiçoar, falfilmagens e cada um tem uma função intercambiável. tando ainda a banda sonora que dará profundidade e (…) Quando se erra, e aí o software ajuda tanto, pode- força às imagens, mas globalmente o filme está. -se voltar atrás alguns movimentos, verificar e corrigir. Dispara um auto-aplauso, também ele libertador. Eles aprendem rapidamente a sequência de utilização O nosso comboio poderá andar.

6 Julho 3ª F Encontrar a ideia, lançar o story (...) Hoje está em jogo o cerne do processo de escrita do filme, é preciso encontrar a ideia. (...) Como disse Orson Welles, a citação é de cor, “No cinema o importante não é tanto a técnica, que se aprende em três rodadas, o importante é encontrar a ideia...” Cada participante escreve em poucas linhas as suas ideias e lê-as em voz alta para os outros (...) O confronto torna-se cerrado, todos transmitem o seu ponto de vista e formulam propostas. Todos ouvem todos. Não é uma questão de fazer valer o seu ponto de vista, o importante é encontrar a ideia que melhor se ajusta ao trabalho a fazer. Não há competição, desencadeia-se a colaboração. Encontra-se a ideia base, do programa, é o pão de cada dia, apesar de, por vezes, confiarem um pouco demais. Agora o adulto, que orienreelabora-se, enriquece-se e aperfeiçoa-se. ta e apoia com competência profissional e vigilância 10 Julho Sáb (…) A imagem projectada é a de um comboio, com uma lo- educativa, recorda que a animação é sobretudo preci- Todos a bordo comotiva (a ideia), os carris (o storyboard) e alguns va- são, colaboração, cuidado e paciência, tanta paciência. gões (as diversas cenas em que se desenrola a acção), E eles correspondem, voltam a tentar, corrigem, têm (…) Há uma semana não havia nada, hoje há um pequeno que transportam os passageiros num sonho mágico e paciência, colaboram. filme e sobretudo um grupo de rapazes e raparigas que colectivo. A energia para fazer andar o comboio é forneaprenderam a escutar-se e a colaborar, a conhecer o cida pelos materiais modelados (a plasticina colorida) e A qualidade das experiências a realizar, em espaços de cinema de animação, talvez a amá-lo, partilhando um pelos instrumentos tecnológicos do set (as câmaras, os tempo restritos, não fornece, naturalmente, competênpequeno sonho de plasticina e de fantasia. computadores, o software, os projectores, os tripés, os cias aprofundadas. Quando o processo é correcto, os (…) microfones, os videoprojectores e as telas de projecção). participantes apercebem-se que a realização de um produto audiovisual não pode ser uma aventura impro- Todos a bordo, partimos. visada: a produção de materiais audiovisuais consiste numa operação de escrita numa linguagem que possui características particulares e requer o conhecimento Excertos de “O Atleta – appunti di bordo” de Elena Padas regras e das convenções que determinam a organi- setti, integralmente disponível no site do Cine Clube de Viseu. Tradução de Lígia Parodi. zação e estruturação dos seus sinais.

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1 A maior gratificação não estará no objecto produzido, mas sim no processo que conseguirmos activar e compartilhar.

3 Esticam, amassam, apertam, alisam, e as formas nascem, despontam, saem, transformam-se em animais, mar, palmeiras, barcos e monumentos.

2 A energia para fazer andar o comboio é fornecida pelos materiais modelados e pelos instrumentos tecnológicos do set de filmagem.

015 5 O incansável Atleta, protagonista dos vários momentos de grande acção, nos cinco continentes.

4 Quando o processo é bem sucedido, os participantes apercebem-se que a realização de um produto audiovisual não pode ser uma aventura improvisada.

Juntamente com ELENA PASETTI IRENE TEDESCHI LÍGIA PARODI VINCENZO BESCHI

Argumento, Animação e Som ANDRÉ TAVARES CAROLINA FERREIRA FRANCISCO FERREIRA INÊS FERREIRA JOÃO SOBRAL JOSÉ BRAZETE LUCAS PULLEYN MARIANA FONG MARIANA OLIVEIRA RODRIGO CASANOVA RUDOLFO CASANOVA SEBASTIÃO CASANOVA VASCO DIAS

O Atleta

APRENDER EM FILMES VISEU, JULHO 2010

Agradecimentos CINE CLUBE DE AVANCA GRAÇA GOMES EQUIPA DO TEATRO VIRIATO

Parceria APDES

Organização CINE CLUBE DE VISEU (PROJECTO CINEMA PARA AS ESCOLAS) TEATRO VIRIATO

Com o projecto AVISCO – Audiovisivo Scolastico Brescia, Elena Pasetti e Vinz Beschi promovem actividades de pesquisa e experimentação sobre o audiovisual, com o objectivo de desenvolver uma fruição estética e de realizar produtos multimédia em contextos educativos e escolares. São autores de uma extensa e relevante filmografia relacionada com o cinema e a imagem como dispositivo pedagógico, de que são exemplos “Io ci metto la faccia – cinema come impegno per la legalità”, “Foto frame”, e “Schermi di animazione” (disponíveis na biblioteca do CCV).


Programa de formação

vanguardas e estéticas no cinema

Programa de formação 02 dez’10 > 03 mar’11

02 Dez

Cinema geométrico: obras de Hans Richter, Viking Eggeling, Walter Ruttmann e John Whitney Por Luís Nogueira Professor e director da Licenciatura de Cinema da Universidade da Beira Interior

09 Dez

António Campos

:CINE CLUBE DE VISEU :ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE VISEU

Por Rodrigo Francisco Cine Clube de Viseu

20 Jan

Joris Ivens Por Nuno Tudela Realizador e professor do Instituto Politécnico do Porto

27 Jan

Luchino Visconti Por Cíntia Gil Investigadora do “Aesthetics, Politics and Arts” Research Group do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, e Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia

03 Fev

local auditório da esev Horário 18h00 > 19h30 Sessões semanais > 5ªs Feiras

Norman McLaren Por Lígia Parodi Investigadora

Dependendo do visionamento de filmes, o horário pode prolongar-se até às 20h00.

10 Fev

Alfred Hitchcock Por César Gomes Cine Clube de Viseu

17 Fev

Pedro Costa Por Fausto Cruchinho Professor da Universidade de Coimbra

Inscrições : Cine Clube de Viseu Largo da Misericórdia, 24, 2º // 3500 – 158 Viseu Tel. 232 432 760 // geral@cineclubeviseu.pt // www.cineclubeviseu.pt até 26 Nov ’10

Sócios CCV / Alunos ESEV

Público em geral

Geral ( 9 sessões)

€ 25

€ 45

Inscrição p/ sessão

€5

€8

24 Fev

David Cronenberg Por Maria João Madeira Programadora da Cinemateca Portuguesa

03 Mar

Harmony Korine Concepção e produção do programa Cine Clube de Viseu Coordenação geral Rodrigo Francisco Organização Cine Clube de Viseu + Escola Superior de Educação

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Público alvo Associados do CCV, estudantes do ensino Secundário e Superior, professores, profissionais das artes plásticas, vídeo, cinema, multimédia, público em geral.

Por Cíntia Gil Investigadora do “Aesthetics, Politics and Arts” Research Group do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, e Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia


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